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Partidos políticos- Apostila de Direito Constitucional

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Partidos políticos 
 
Apostila com base em estudos e resumos da obra Direito Constitucional Esquematizado, de 
Pedro Lenza. 
 
 
João Fernando Vieira da Silva1 
 
 
 
01- Para Celso Ribeiro Bastos, partidos políticos podem ser conceituados como 
organização de pessoas reunidas em torno de um mesmo programa político com a finalidade 
de assumir o poder e de mantê-lo, ou ao menos, influenciar na gestão da coisa pública, através 
de críticas e oposição. 
 
02- Para José Afonso da Silva, os partidos políticos coordenam e instrumentalizam a 
vontade popular, tudo com o escopo de assumir o poder para realizar seu programa de 
governo. 
 
03- A liberdade de organização partidária não é absoluta. Deve obedecer a certos 
princípios, tais como o respeito à soberania nacional, o regime democrático, o 
pluripartidarismo, os direitos fundamentais. Devem observar os seguintes preceitos: 
• Caráter nacional; 
• Proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governos 
estrangeiros ou de subordinação a estes; 
• Prestação de contas à Justiça Eleitoral; 
• Funcionamento parlamentar de acordo com a lei; 
 
1
 Mestre em Teoria do Estado e Direito Constitucional pela PUC- Rio; Coordenador do Curso de Direito 
das Faculdades Unificadas de Leopoldina- MG- rede Doctum; Professor de Direito Constitucional das 
Faculdades Unificadas de Leopoldina- MG- rede Doctum; Advogado; Juiz Leigo do Juizado Especial Cível 
da Comarca de Cataguases- MG. 
• Vedação da utilização dos partidos políticos de organização paramilitar. 
 
04- Aos partidos políticos é garantida autonomia para definição de sua estrutura interna, 
organização e funcionamento. Os estatutos partidários devem ter normas sobre fidelidade e 
disciplinas partidárias. 
 
05- O STF, em sede de controle de constitucionalidade, deferiu medida liminar declarando 
inconstitucional o art. 8, p. primeiro da Lei 9504/97. 
 
06- Com isto, findou a idéia de candidatura nata. O dispositivo declarado liminarmente 
inconstitucional garantia aos detentores de mandato de vereador, deputado estadual, distrital 
ou federal ou quem, em qualquer período da legislatura, exerceu mandato, o registro de 
candidatura pelo mesmo partido político ao qual estão filiados. Ora, para alguns estudiosos do 
Direito Constitucional, tal posicionamento fere a idéia de autonomia dos partidos políticos, 
prevista no art. 17, p. primeiro, da CF/88, que deve dar ao partido independência para 
escolher seus candidatos em pleitos e confere igualdade entre os filiados comuns dos partidos 
e os já com mandato eletivo. 
 
07- A constituição dos partidos políticos se dá na forma da lei civil, junto ao Cartório de 
Registro de Títulos e Documentos. Já adquirida personalidade jurídica (partidos políticos são 
pessoas jurídicas de Direito Privado; Lei 6015/73 e arts. 45 e 985 do CC), formaliza-se o registro 
de seus estatutos perante o TSE. 
 
08- Partidos políticos tem direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito a rádio e 
TV, na forma da lei (art. 17, p. terceiro). 
 
09- Partidos políticos têm imunidade tributária (CF/88, art. 150, VI, “c”). 
 
10- Segundo julgado em controle de constitucionalidade feito pelo STF foi fixado como 
inconstitucionais dispositivos da Lei 9096/95 que instituiu a cláusula de barreira. Foram 
reputados inconstitucionais dispositivos que restringiam o direito ao funcionamento 
parlamentar, o acesso a horários gratuitos de rádio e televisão e a distribuição dos recursos do 
Fundo Partidário. Entendeu-se que os dispositivos reputados inconstitucionais violaram a idéia 
de pluralismo político (art. 1, IV- CF/88) e a idéia de autonomia dos partidos políticos (art. 17- 
CF/88). 
 
11- A verticalização das coligações partidárias em plano nacional foi extirpada pela EC 
52/06. Contudo, a verticalização foi mantida para as eleições de 2006, com base no princípio 
da anualidade (CF/88, art. 16), isto é, o fim da verticalização das coligações partidárias 
somente teve como ser aplicada às eleições 01 após a data da edição da EC 52/06. 
 
12- A idéia de fidelidade partidária deve ser tida como princípio constitucional. O STF, em 
vários julgados, e o TSE, fixaram que o mandato, em verdade, pertence ao partido político, de 
maneira que o detentor de mandato eletivo que mudar de partido sem motivo justificado 
pode perder o cargo eletivo. Mudar de partido sem justo motivo representa desvio ético-
político, gerando desagradável desvio no Parlamento, representando ainda fraude contra a 
vontade do povo. 
 
13- Seriam justas causas como exceção à regra da fidelidade partidária: 
• Mudança de partido em função de incorporação ou fusão de partido; 
• Criação de novo partido; 
• Mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário; 
• Grave discriminação pessoal e perseguição ao que muda de partido. 
 
14-Apesar do acerto do TSE na fixação da fidelidade partidária, há quem critique tal 
posicionamento do TSE, ao argumento de que seria usurpação de competência legislativa e 
fixação hipótese de perda de mandato eletivo não prevista no art. 55 da CF/88. Respondendo 
a tal argumento, urge expor que, em verdade, o TSE apenas está dando vazão para o que está 
previsto no art. 55, V, da CF/88, que estabelece a possibilidade de perda de mandato quando 
assim decretar a Justiça Eleitoral.

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