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Logística Reversa Uma atividade que foi recentemente incorporada na Logística Empresarial Integrada é a Logística Reversa. Para empresas produtoras de bens de consumo a preocupação com a destinação adequada do produto pós seu consumo não é recente, mas na prática tem avançado de forma lenta. O que está na contra mão da direção quando comparada a rapidez com que os Ciclos de Vidas dos Produtos (CVP) entram em Declínio. Alguns produtos ficam pouco tempo no mercado e já são substituídos por versões mais novas. Isso é problemático para a natureza, pois se por um lado aumenta o consumo do produto, por outro, aumenta o descarte. Segundo Razzolini (2009, págs. 57-60) a Logística Reversa tem duas vertentes que chamam atenção dos gestores administrativos das organizações, são eles: Foco ambiental: o empresariado brasileiro tem se preocupado cada vez mais com as questões de conservação e preservação do meio ambiente. Isso porque a sociedade, mesmo consumista, está mais consciente em termos de desperdícios. Essa nova situação tem feito com que as empresas busquem novas formas de promover o retorno das embalagens para o processo produtivo, sempre que possível e viável. Foco econômico-financeiro: é a busca de recuperar custos de produção por meio de retorno de produtos pós-consumo para a cadeia de abastecimento em virtude de escassez e ou encarecimento de matérias-primas. Por mais que os focos ambientais e econômico-financeiros sejam interessantes, na realidade são as questões governamentais e de legislação que fazem com que as empresas invistam em processos de logística reversa. No Brasil a regulamentação para a logística reversa é a Lei nº 12.305/10 (conforme o site do Ministério do Meio Ambiente), ou seja, ainda é muito incipiente para avaliar sua eficácia, mas é fato que o tempo trará mudanças na forma como as empresas cuidam (ou deveriam cuidar) dos seus resíduos sólidos. Complemente seus estudos, clique no ícone em destaque e saiba mais sobre a Lei nº 12.305/10. http://www.mma.gov.br/pol%C3%ADtica-de-res%C3%ADduos-s%C3%B3lidos Os primeiros movimentos se deram devido a preocupação com a destinação adequada dos resíduos sólidos conhecidos como perigosos (embalagens de agrotóxicos utilizados nas lavouras Brasil afora), depois surgiu o questionamento do que fazer com os pneus inservíveis, com os resíduos de óleos e lubrificantes, com as baterias de eletrônicos (volume este que cresceu vertiginosamente com a descartabilidade principalmente dos aparelhos de telefones celulares) e até mesmo medicamentos e produtos químicos com validade vencida. Hoje a lista de produtos que devem ter destinação adequada e são de responsabilidade de seus fabricantes, é muito maior. Assista a entrevista com a bióloga/sanitarista Camila Moreira de Assis falando mais sobre Logística Reversa. https://www.youtube.com/watch?v=Y-y_slc5CtM Observe o esquema simplificado abaixo: Fonte: http://planetapallet.com.br/?pg=logistica Analisando o esquema é possível entender que o fluxo reverso tem a mesma extensão que o fluxo direto. Isso leva a reflexão de que se não houver possibilidade de utilizar os mesmos canais de distribuição para o reverso, os investimentos para isso acontecer são realmente altos. Para Logística Empresarial na prática significa que uma estrutura logística com Fluxos, Pontos de Coleta, Canais, Centros de Distribuição e alianças com PSLs (Prestadores de Serviços Logísticos) serão desenvolvidos para atender as demandas das organizações. Como o Brasil é de extensão territorial continental é provável que um Sistema de Logística Reversa demore mais tempo que o recomendado para ser organizado, planejado e implantado. Mas para isso uma mudança de mentalidade por parte dos empresários também será necessária, pois hoje a logística reversa é vista apenas como custo e não como agregador de valor ao seu produto ou serviço. É necessário entender que a Logística Reversa pode auxiliar a empresa a reduzir alguns custos tais como matérias-primas e transporte se puder utilizar parte dos seus próprios resíduos sólidos para a produção de novos produtos. Razzolini (2009 págs. 93-96) coloca que para Logística Reversa os produtos podem ser classificados em relação ao seu consumo e a sua durabilidade. BENS DE CONSUMO DURABILIDADE Produtos de conveniência: produtos comprados por impulso, sem comparação e com preços baixos. (Copos de água, refrigerantes, salgadinhos, leite, arroz e outras). Produtos duráveis: produtos de vida útil elevada. (Fogões, refrigeradores, veículos, entre outros). Produtos de compra comprada: comprado em Produtos não duráveis: produtos de consumo intervalos de tempos maiores, os consumidores costumam comparar porque possuem preços mais elevados. (Eletroeletrônicos, roupas, móveis e outros). imediato. (Alimentos, bebidas, descartáveis). Produtos de especialidade: produtos de preços elevados, compra esporádica, traz diferenciação para o cliente. (Roupa de alta costura, obras de arte para colecionadores, relógio Rolex e outros). Para a Logística Reversa a classificação de durabilidade é mais interessante porque é o fator que irá determinar a implantação dos sistemas logísticos reversos e organizar os canais reversos em: Canais reversos de pós-venda: os produtos podem retornar para a cadeia através da reciclagem, correção de defeitos, revalorização ou mercados secundários como outlets centers, por exemplo. Canais reversos de pós-consumo: os produtos podem seguir para novos ciclos de negócios através de mercados secundários, ou, por fim, para sua destinação final em aterros sanitários, de acordo com sua coleta. A logística reversa veio para fazer parte do dia a dia das organizações. Cada vez mais novas exigências surgirão seja por parte de uma sociedade mais consciente, seja por parte da escassez dos recursos naturais ou da falta de espaço físico para o descarte dos resíduos sólidos. Para atender as novas premissas, consumidores, empresas e governos terão que se unir em uma grande força tarefa. Os consumidores terão o papel de consumir conscientemente; As empresas terão que buscar alternativas de melhorar a cadeia reversa da logística e o governo terá que dar o suporte necessário com educação, legislação, fiscalização e controle. Síntese Nesta aula foram apresentadas informações pertinentes sobre a importância do planejamento logístico nas organizações porque ao planejar, a empresa se prepara melhor e evita dispêndios desnecessários. Também foi abordado como a logística integrada passou a fazer parte do dia a dia das organizações e como resultado dessa integração a visão passou a ser de cadeia que foram apresentadas sob quatro nomenclaturas: abastecimento, industrial, distribuição e reversa. E para finalizar foi abordado o reverso da logística com foco de planejamentos futuros para as organizações, pois é necessário compreender que atender os propósitos da gestão ambiental fortalece a marca da empresa perante a sociedade. Referências BOWERSOX, Donald J.; CLOSS, David J.: O processo de integração da cadeia de suprimentos. São Paulo: Atlas, 2008. RAZZOLINI, Filho Edelvino; BERTÉ, Rodrigo. O reverso da logística e as questões ambientais no Brasil. Curitiba: Ibpex, 2009.
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