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A PREPARAO DO CAVALO PARA MISSES DE GARANTIA DA LEI E DA ORDEM

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MINISTÉRIO DA DEFESA 
EXÉRCITO BRASILEIRO 
ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO 
 
 
 
 
 
 
 
 
A PREPARAÇÃO DO CAVALO PARA MISSÕES DE GARANTIA DA LEI E DA ORDEM 
 
por 
 
 
1º Ten Cav EDUARDO DA COSTA SOEIRO 
 
 
 
 
RIO DE JANEIRO 
2003 
 
MINISTÉRIO DA DEFESA 
EXÉRCITO BRASILEIRO 
ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO 
 
 
 
 
 
 
 
 
A PREPARAÇÃO DO CAVALO PARA MISSÕES DE GARANTIA DA LEI E DA ORDEM 
 
por 
 
1º Ten Cav EDUARDO DA COSTA SOEIRO 
 
 
 
 
 
 
RIO DE JANEIRO 
2003 
Projeto de pós-
graduação do curso de 
instrutor de equitação 
da Escola de 
Equitação do Exército 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico esta obra a todos 
aqueles homens que, como 
eu, com sangue, suor e 
lágrimas, se propõem 
verdadeiramente a perdurar 
o espírito real do Nobre 
cavalariano. 
 
 
 
 
 
Agradecimentos 
 
 
Agradeço, em primeiro lugar, a minha esposa e minha filha, por compreenderem a 
importância deste trabalho e abdicarem, junto comigo, de nossas horas de lazer e descanso para 
execução desta monografia. 
 
Em segundo lugar, aos meus companheiros das diversas Polícias Militares do Brasil, em 
especial o Sr Cap Shikuma ( PMSP) e ao 1º Ten Marcio Ferreira (PMSC), que muito se esforçaram 
e contribuíram para a realização deste trabalho. 
 
Por fim a todos aqueles que indiretamente contribuíram para o término deste trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
 Para bem preparar um cavalo que executará missões do tipo “polícia”, como controles de 
distúrbios, patrulhamento ostensivo e outros, é extremamente necessário a adoção de procedimento 
padronizados e que realmente funcionem. 
 Conhecendo as características de uma tropa montada o comandante da fração poderá ter 
mais segurança quando planejar e executar suas missões de garantia da lei e da ordem, tendo, desta 
forma, a exata noção de suas deficiências e possibilidades. 
Uma seleção minuciosa e bem orientada às necessidades de um animal que irá cumprir 
missões de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) possibilitará ao instrutor de equitação uma maior 
facilidade em cumprir o sistema de preparação do cavalo para as atividades a que se destina. Idade, 
constituição, conformação, altura e aprumos, são itens importantes a serem observados. 
Por fim será exposta aqui uma sugestão de trabalho para tornar o cavalo apto a cumprir os 
diversos tipos de missões de “GLO”, sem apresentar reações que cavalos comuns apresentariam 
quando expostos aos diversos estímulos que podem surgir no desenrolar da missão, como fumaça, 
bandeiras, bombas, tiros, obstáculos no chão e etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS 
 
 
GLO – Garantia da Lei e da Ordem 
EsEqEx – Escola de Equitação do Exército 
RPMon – Regimento de Polícia Montada 
REsC – Regimento Escola de Cavalaria 
Pel Hipo – Pelotão Hipomóvel 
GC Hipo – Grupo de Combate Hipomóvel 
OM – Organização Militar 
PNR – Próprio Nacional Residencial 
CIG – Campo de Instrução de Gericinó 
Vtr - Viatura 
PMSP – Polícia Militar de São Paulo 
PMSC - Polícia Militar de Santa Catarina 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
Cap I – Introdução................................................................................................................ 01 
Cap II – Características da tropa montada............................................................................ 03 
Cap III – Operações de garantia da lei a da ordem de tropas montadas............................... 06 
3.1 Efetivo Empregado.........................................................................................................
3.2 Área de Patrulhamento e Tipo de Terreno e Ambiente................................................. 
3.3 Período de atuação.........................................................................................................
3.4 Necessidades Logísticas ............................................................................................... 
07 
08 
09 
10 
Cap IV – Seleção do cavalo para missões de GLO............................................................. 
4.1 A Seleção do cavalo........................................................................................................
4.2 Idade............................................................................................................................... 
4.3 Constituição................................................................................................................... 
4.4 Conformação.................................................................................................... 
4.4.1 Altura...........................................................................................................................
4.4.2 Aprumos...................................................................................................................... 
4.5 Considerações gerais...................................................................................................... 
11 
11 
12 
13 
13 
14 
14 
15 
Cap V – Iniciação do cavalo para missões de GLO............................................................. 
5.1 Trabalho a pé................................................................................................................. 
5.2 Lição de montar..............................................................................................................
5.3 Trabalho montado...........................................................................................................
5.3.1 Habilitação Física Sumária.......................................................................................... 
5.4 Considerações finais.......................................................................................................
16 
17 
17 
18 
19 
19 
 
 
 
Cap VI – A preparação do cavalo para missões de GLO..................................................... 
6.1 Preparação Básica...........................................................................................................
6.1.1 Trabalho de galope...................................................................................................... 
6.1.2 Parar.............................................................................................................................
20 
23 
24 
24 
6.1.3 Virar.............................................................................................................................
6.1.4 Acostumar-se com a interferência de outros cavalos.................................................. 
6.1.5 Permitir o uso da espada ou cacetete...........................................................................
6.1.6 Considerações finais....................................................................................................
6.2 Preparação Avançada..................................................................................................... 
6.2.1 Oficinas simples.......................................................................................................... 
6.2.1.1 Trabalho com faixas e bandeiras.............................................................................. 
6.2.1.2 Trabalho com fogos de artifício............................................................................... 
6.2.1.3 Tiro montado............................................................................................................6.2.2 Oficinas mistas........................................................................................................... 
6.2.2.1 Escolha do local.......................................................................................................
6.2.2.2 Escolha dos estímulos e obstáculos.........................................................................
6.2.2.3 Considerações finais................................................................................................
25 
26 
27 
27 
28 
29 
30 
33 
34 
36 
37 
37 
39 
Cap VII – Conclusão............................................................................................................ 40 
Referencias Bibliográficas................................................................................................... 43 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
FIGURA 01 – Meia volta, p. 25 
FIGURA 02 – Invertida meia volta, p. 26 
FIGURA 03 – Croqui de instrução, p. 31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FOTOS 
 
 
FOTO 01 – Visão do homem a pé, p. 4 
FOTO 02 – Visão do homem a cavalo, p. 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO I 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
A muitos anos no passado um homem chamado GENGIS KHAN, pela 1ª vez, utilizou o 
cavalo para dar mais mobilidade e poder de choque a sua tropa durante investidas sobre seus 
adversários. Desta forma o cavalo atravessou séculos e séculos carregando sobre seu dorso ilustres 
heróis de nossa história, como Julio César, Alexandre “o Grande”, Napoleão, Andrade Neves, 
Osório e muitos outros, sempre com grande êxito no cumprimento de sua missão. Com o advento da 
guerra moderna o cavalo deixou de ser empregado como meio de combate e durante muito tempo os 
Pelotões Hipomóveis ficaram essencialmente voltados para o cerimonial militar (escoltas e etc) e 
guardas. Assim sendo, a preparação do Cavalo para o combate ficou um pouco abandonada. 
Com o crescimento desordenado da sociedade, o aumento da violência e a necessidade de 
preservar nossas áreas de instrução, o Exército começa a desempenhar com mais afinco uma de suas 
missões constitucionais: Garantir a Lei e a Ordem. Porém, esta mudança não foi acompanhada de 
um embasamento teórico de atualização de doutrina e os nossos cavalos não possuem mais as 
qualidades ideais para o cumprimento deste tipo de missão. Com um novo Teatro de Operações, 
montado sobre um “inimigo”, muitas vezes desconhecido, ambiente misto em campo e cidade, 
acabamos mais uma vez recorrendo às diversas qualidades do nosso nobre amigo. 
Tendo em vista as diversas dificuldades vivenciadas por este autor, no cumprimento das 
missões que lhe foram atribuídas quando comandante de Pelotão no Esquadrão Escola Hipomóvel 
do REsC, resolvi realizar este trabalho que tem por objetivo principal sugerir um plano de 
treinamento para o cavalo que executará missões de GLO. 
Partindo do ponto em que a tropa encontra-se adestrada, com armamento adequado e com um 
apoio logístico eficiente, passamos ao objetivo deste trabalho e que sem ele a missão estaria fadada 
ao insucesso: O treinamento do cavalo. Portanto, de nada adiantará todo o investimento direcionado 
à instrução do homem e à aquisição de equipamentos específicos, se o cavalo não estiver 
adequadamente preparado ao fim que se destina. Assim, torna-se imprescindível concentrar 
esforços na melhoria da qualidade do animal a ser empregado na atividade, através de treinamentos 
eficientes e eficazes que possibilitem o seu emprego em condições ideais. 
Para tanto, o trabalho abordará as diversas características de uma tropa montada para cumprir 
missões de GLO e mostrar como são executadas, hoje, as missões no REsC e como selecionar os 
animais destinados a este fim. 
Por fim, reafirmar e justificar a solene frase: “HAVERÁ SEMPRE UMA CAVALARIA”. 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO II 
 
 
CARACTERÍSTICAS DA TROPA MONTADA 
 
 
Para nós cavalarianos pode parecer redundância falar sobre as características de uma tropa 
montada, porém cabe ressaltar que há muito o Exército Brasileiro trabalha em missões reais com 
tropas hipomóveis e pouco empregou nossas tropas em missões de GLO. Baseado neste contexto, 
pode-se colher diversos ensinamentos daqueles que no princípio aprenderam conosco, se auto-
aperfeiçoaram e hoje dominam o assunto, os Regimentos de Polícia Montada. 
Dos diversos estudos realizados pelas polícias militares pode-se colher algumas das 
características de tropas montadas que justificam a utilização do cavalo para o cumprimento de 
algumas missões de garantia de lei e da ordem. Estas características têm sua eficácia comprovada 
nas ruas e, como prova disso, vemos que a tropa montada tem sido mantida nas maiores e mais 
desenvolvidas metrópoles do mundo, mesmo com todas as vantagens advindas do avanço 
tecnológico e científico. 
A simples presença do animal conduzindo sobre seu dorso um elemento fardado, impõe um 
efeito psicológico e um poder repressivo, devido a seu porte avantajado. O cavalo proporciona ao 
cavaleiro um maior campo de visão, uma grande mobilidade e ótima flexibilidade, isto resultará 
numa diminuição do efetivo a ser empregado, posto que o homem a pé se dissipa na multidão. 
 
Foto 01 - visão do homem a pé 
 
 
 Foto 02 - visão do homem a cavalo 
O militar a cavalo denota uma grande ostensividade, seja pelo porte físico avantajado do 
animal, seja pela posição elevada e de destaque em que se situa o seu cavaleiro, aumentando seu 
campo de visão, ou, ainda, pelo contraste produzido por sua estranha presença em meio ao local 
onde atua, que pode ser vista de longe. 
Pelo seu próprio porte físico, o cavalo impõe respeito às pessoas, o que favorece o êxito nas 
ações preventivas e repressivas, diminuindo a possibilidade de confronto direto, pois o efeito 
psicológico do animal afasta baderneiros e delinqüentes. Em contra partida na mesma proporção em 
que assusta, o cavalo atrai pessoas de bem, pois elas querem ver o animal de perto, aumentando 
desta forma a confiança da população neste tipo de missão. 
 O militar montado tem sua mobilidade aumentada posto que, mesmo ao passo, pode 
percorrer áreas com maior rapidez, e se necessário pode utilizar-se de andaduras mais rápidas como 
o trote e o galope, podendo se mover com facilidade em qualquer terreno e para qualquer direção. 
Cabe ressaltar que todo este sucesso depende de fatores como, adestramento do cavalo, 
adestramento do cavaleiro, entrosamento do conjunto e o fiel cumprimento de uma doutrina 
atualizada e eficaz. 
 Todas as características citadas acima, extraídas do “Manual de tropa montada” da Polícia 
Militar de São Paulo e da vivência profissional de diversos militares. proporcionam a tropa montada 
atuar com uma área de responsabilidade maior, com um número bem mais reduzido de patrulheiros 
e com uma economia de meios considerável, justificando e reforçando mais uma vez a necessidade 
da presença de nosso nobre amigo em nossa Força. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO III 
 
 
OPERAÇÕES DE GARANTIA DA LEI E DA ORDEM DE TROPAS MONTADAS. 
 
 
Independente de como, onde e que missão vamos cumprir, devemos saber utilizar o cavalo 
como meio de locomoção e como arma de dissuasão. Para tanto se deve proporcionar à tropa 
montada um treinamento e condicionamento para sua ação específica. 
 O simples emprego e treinamento do cavalo e cavaleiro para operações de GLO contribui 
em muito para o cumprimento de outras missões peculiares de um Regimento de Guardas,pois 
trabalha o animal em terrenos variados, em ambiente de intensa movimentação e utiliza-se de 
diversas formações, melhorando não só o desempenho operacional como também testando materiais 
e equipamentos. 
 Normalmente, tropas hipomóveis do EB, são empregadas em missões preventivas, 
vulgarmente conhecidas por “Operação presença”, o que a polícia chama de policiamento ostensivo. 
O ambiente de atuação varia de acordo com a OM que executa e pode ser rural, urbano ou misto. 
Assim, poderá ser empregada preventivamente, em possíveis casos de tentativas de invasão de áreas 
e onde se presumam concentrações não desejáveis de manifestantes e transeuntes. 
 O emprego de militares em atividades deste tipo evita a ociosidade da tropa e a longa 
permanência do homem no quartel, e torna nossa tropa mais adestrada e operacional. A própria 
preparação antes de partir para a missão já é um excelente exercício para a tropa. A apresentação 
individual deve ser esmerada e a apresentação da montada vai desde o cuidado com a saúde do 
animal, limpeza, toalete e condições do arreamento, deixando o militar sempre preocupado com o 
bem estar do animal e obrigando o comandante de pelotão a manter seus homens sempre adestrados 
a cavalo e seus cavalos sempre em condições de cumprir missão. 
 
 
3.1 Efetivo Empregado 
 
 
A Polícia Militar do Estado de São Paulo adota os seguintes efetivos para o cumprimento de 
suas missões, de acordo com seu Manual de Tropa Montada: 
A Esquadra Hipo 
 Constitui a menor fração de tropa em Ações de Choque, tendo a seguinte composição: 
 a) 01 (um) Cabo Cmt de Esquadra; 
 b) 05 (cinco) Soldados 
 
O Grupo Hipo 
É constituído de duas Esquadras Hipo, tendo em seu efetivo: 
 a) 01 (um) Sgt Cmt de Grupo; 
 b) 02 (dois) Cabos Cmt de Esquadra; 
 c) 10 (dez) Soldados 
 
 O Pelotão Hipo 
É a Unidade Básica Operacional da Tropa Montada em Ações de Choque, sendo constituído, 
a princípio, por dois Grupos Hipo. Efetivo: 
 a) 01 (um) Tenente PM Cmt de Pel; 
 b) 02 (dois) Sargentos PM Cmt de Grupo; 
 c) 04 (quatro) Cabos PM Cmt de Esquadra; 
 d) 20 (vinte) Soldados PM. 
 Caso a situação exigir e após avaliação da missão pelo Comando, o Pelotão Hipo poderá ter 
sua composição adaptada, podendo ser constituído por três Grupos Hipo. 
Para missões de policiamento ostensivo a patrulha montada é a unidade elementar do 
policiamento e é constituída, a princípio, de três homens, sendo um cabo comandante, um guarda-
cavalo de mão e um patrulheiro. Este efetivo pode ser aumentado de acordo com a necessidade 
Normalmente o REsC utiliza um GC Hipo comandado por um oficial, porém a organização da 
tropa nem sempre é fixa e não segue uma padronização. Os militares são escolhidos dentro de uma 
escala controlada pelo Sargenteante do Esqd, sem se preocupar com a integridade tática da tropa. 
Os cavalos são designados pelo comandante da tropa que vai executar a missão, seguindo 
orientação do Cmt Pel a quem o animal pertence. 
 
 
3.2 Área de Patrulhamento e Tipo de Terreno e Ambiente 
 
 
 Geralmente o local de atuação se restringe ao Campo de Instrução de Gericinó, que 
normalmente é fracionado para o cumprimento da missão e às proximidades dos PNR dos Cabos, 
ST e Sgts na rua São Pedro de Alcântara. 
O CIG é um ambiente bastante peculiar, pois consiste em uma porção de terras cercada de 
favelas em suas duas laterais Leste e Oeste, a entrada do campo na frente e ao norte a Serra do 
Mendanha. O terreno é delimitado por muros de no máximo 2,5 metros de altura em alguns pontos, 
por cercas de arame em outros e por nada em sua extensão Norte. Existem ainda locais onde o muro 
encontra-se em construção (lado oeste). As vias são em sua maior parte estradas de chão batido e 
campo, o que torna precário o acesso de viaturas após períodos de chuvas intensas. Apenas em um 
ponto é encontrado asfalto, lado leste na região chamada de Chatuba. Possui muitas elevações 
inclusive nas divisas. Em alguns pontos encontra-se matas densas. As favelas ao redor do CIG são 
dominadas pelo tráfico de drogas e oferecem um certo risco durante as operações que são 
executadas em suas proximidades. 
 Na Rua São Pedro de Alcântara o local de atuação se estende do início da vila dos Cabos 
onde termina o conjunto habitacional PROMORAR até o fim da vila residencial dos St/Sgt. São 
encontradas, neste local, apenas ruas de asfalto e áreas residenciais. A finalidade é diminuir o 
numero de roubo de automóveis nas proximidades e afastar a presença de estranhos do local. 
 
 
3.3 Período de atuação 
 
 
 O período de atuação varia de acordo com a missão, normalmente no CIG as missões duram 
um dia, sem pernoite. E na R. São Pedro de Alcântara no máximo meia jornada. 
 
 
3.4 Necessidades Logísticas 
 
 
 A logística das operações a cavalo se complica à medida que aumenta o tempo de 
permanência no local de atuação. Um minucioso planejamento é essencial. Tendo em vista a 
proximidade do aquartelamento com as áreas de emprego da tropa e as características do terreno, 
alguns meios podem não ser mobilizados. Porém devemos ter em mente que algumas necessidades 
são imprescindíveis para o bom cumprimento da missão. 
 
a) Um esquema de segurança para atender os casos de acidente envolvendo o militar 
ou o cavalo, é extremamente necessário. 
b) Necessidades de alimentação e forragem devem ser previstas. 
c) Apoio de veterinários e ferrageamento não podem comprometer o desenrolar da 
missão. 
d) Material para substituição deve estar previamente selecionado e em condições de 
ser utilizado. 
Por fim, cabe ressaltar que as características de nossas missões a cavalo não diferem em 
demasia das operações realizadas pelas Polícias Militares e que podemos adaptar seu modo 
de trabalho ao do Exército. 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO IV 
 
 
SELEÇÃO DO CAVALO PARA MISSÕES DE GARANTIA DA LEI E DA ORDEM 
 
 
 O emprego de tropa montada em missões de GLO necessita de pré-requisitos para obter 
êxito, dentre alguns, cabe ressaltar a importância de uma tropa com boa preparação psicológica, 
bem adestrada a cavalo, com bom embasamento teórico voltado para execução e planejamento das 
missões e conhecimento de leis e direitos. Estes fatores propiciam atuar sem hesitação. 
Para tanto o assunto será abordado buscando ressaltar as características necessárias para que o 
animal esteja em condições de receber um treinamento específico e obter sucesso nele. 
 
4.1 A Seleção do cavalo 
 
 
 Este procedimento é de fundamental importância para o sucesso da missão, uma vez que 
animais mal condicionados ou medrosos podem comprometer o êxito da missão. 
Os animais adquiridos ou advindos da Coudelaria de Rincão devem ser selecionados 
considerando-se a índole própria de cada animal, assim poderão ser identificados eqüinos com 
características favoráveis e desfavoráveis para a missão de GLO. A raça pouco importa desde que 
executem com facilidade as andaduras regulamentares, passo, trote e galope. 
 Contudo não se deve descartar todos os cavalos que apresentem problemas, pois estes 
poderão ser corrigidos com trabalhos mais específicos. Dentre os animais escolhidos deve-se evitar 
cavalos indóceis, que dificultem o ferrageamento ou necessitem de repetições constantes do 
treinamento. Cabe ressaltar que todos estes cavalos podem e devem participar das diversas 
instruções realizadas no período de instrução do aquartelamento. 
 
 
4.2 Idade 
 
 
Conforme é realizado na PMSP, para iniciar ou preparar o cavalo para missões de 
policiamento o animal deve ter no mínimo 3 anos e no máximo 8 anos. Animais mais velhos já 
existentes na OMpodem ser aproveitados desde que obtenham aproveitamento no processo de 
desencibilização, e atendam requisitos como preparação física, docilidade e outros. Uma idade 
limite não pode ser amarrada, porém devemos respeitar a individualidade biológica de cada animal 
para decidir quando aposenta-lo. 
 
 
4.3 Constituição 
 
 
De acordo com o Manual de Hipologia de Luiz Antonio Pereira da Costa a constituição é 
resultado do conjunto do organismo e das relações existentes entre suas partes, das quais depende o 
comportamento do animal. Durante a escolha deve-se procurar animais com boa constituição, ou 
seja, que suporte condições adversas dentro de um certo limite. Dentre as opções, a ideal seria a de 
um cavalo robusto, que deve possuir as seguintes características: cabeça larga e olhos expressivos; 
narinas bem abertas; pescoço, peito e tórax amplos; musculatura bem desenvolvida e rija; aparência 
saudável e bom apetite; ossatura forte e seca; pele flexível e elástica; pêlos em cobertura uniforme, 
bem apresentados e brilhantes; boas ligações entre as regiões do corpo; temperamento dócil, porém 
enérgico, e resistênte às influências desfavoráveis do ambiente. 
 
 
4.4 Conformação 
 
 
A conformação é dada pela configuração das regiões do corpo do animal e pelo seu conjunto, 
abrangendo proporções, dimensões e relações entre as diversas regiões. 
 
 
4.4.1 Altura 
 
 
A altura do animal não pode ser menor que 1,55 m, independente se potro ou não. A altura é 
um fator determinante para que o conjunto tenha um forte efeito psicológico e um campo de visão 
considerável. Animais com mais de 1,72 m devem ser bem avaliados de forma que sua altura não 
prejudique sua agilidade, transporte, manejo e etc. 
 
 
4.4.2 Aprumos 
 
 
Os membros dos cavalos servem para sustentar e impulsionar a massa do corpo, e para bem 
cumprir esta dupla finalidade seus membros devem seguir uma direção geral, referida a certas 
linhas verticais, que é conhecido como aprumo. Os aprumos, segundo o Manual de Hipologia de 
Luiz Antonio Pereira da Costa, podem ser regulares ou irregulares. Quando regularmente 
aprumados, os membros do animal, vistos de perfil, encobrem-se dois a dois. Vistos de frente ou de 
trás conservam-se em planos perto da vertical, igual e firmemente apoiados. Atenção especial deve 
ser dada aos potros, pois alguns problemas de aprumos podem ser corrigidos e podem também ser 
agravados por falta de conhecimento ou negligência. 
Os aprumos regulares proporcionam ao cavalo bom equilíbrio, firme sustentação, forte 
impulsão, amortecimento normal dos impactos e belas andaduras e devem ser objeto de avaliação 
na seleção de qualquer cavalo. A avaliação dos aprumos deve ser acompanhada de alguém com 
experiência no assunto ou de um veterinário. 
 
 
4.5 Considerações gerais 
 
 
Além dos aspectos supracitados não podemos deixar de considerar o estado de saúde do 
animal e seus vícios. Vícios são difíceis de serem plotados sem o contato diário, portanto devemos 
separar os animais que possuam essas más qualidades morais. Os vícios mais graves que devem ser 
evitados são: bolear, corcovear, escoicear, manotear, morder, negar estribo, disparar, entre outros 
que poderão comprometer e dificultar o treinamento e execução da missão. 
 
CAPITULO V 
 
 
INICIAÇÃO DO CAVALO PARA OPERAÇÕES DE GLO 
 
 
Partindo-se de um animal já iniciado, em especial observando o método preconizado pela 
EsEqEx, podemos sem maiores problemas iniciar a preparação específica para as operações de 
GLO. Cabe ressaltar que devemos respeitar a individualidade do amadurecimento de cada animal, 
para que este não seja prejudicado. 
Deste ponto podemos passar ao próximo capítulo: A preparação do cavalo para missões de 
GLO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO VI 
 
 
A PREPARAÇÃO DO CAVALO PARA MISSÕES DE GLO 
 
 
O cavalo, como todos os animais, apresenta reações inesperadas perante situações por ele 
desconhecidas. Originariamente o cavalo sempre foi presa. Andando sempre em grupos fugiam ao 
menor sinal de perigo. Nos grandes centros urbanos, o cavalo encontra um grande desafio à 
manutenção de sua tranqüilidade: adaptar-se à agressão visual e sonora, própria da vida moderna, 
tão desconhecida e distante de sua natureza animal. Porém, para nosso trabalho, esta adaptação irá 
mais a fundo, buscando situações que só encontrará no árduo cumprimento de sua missão. 
Assim, o cavalo, ao ser selecionado para integrar as missões peculiares de GLO, com o 
objetivo de auxiliar no cumprimento desta missão constitucional, na manutenção da segurança de 
nossas áreas, face às suas qualidades incontestáveis, deve ser submetido a um processo constante de 
adaptação e treinamento, que permita, a seu cavaleiro, utilizá-lo com desembaraço, explorando ao 
máximo as vantagens que ele propicia. 
A preparação de nossos animais para emprego operacional deve começar logo após o período 
de iniciação. O 1º passo é ensina-los a marchar um ao lado do outro, já que quase sempre serão 
empregados em conjunto. Desta forma estaremos acostumando os animais com a intervenção de 
outros cavalos. 
 Depois de algum tempo com o cavalo já realizando, de forma simples, as formações 
previstas pela equitação militar, preconizada pela EsEqEx, é de suma importância que sejam 
colocados em seu arreamento todo o material que será utilizado no cumprimento da missão, bornais, 
mochilas e etc. E o cavaleiro já deve conduzir seu armamento, espada, cacetete ou lança para que o 
animal acostume-se. 
Posteriormente, devem ser expostos a estímulos visuais e auditivos semelhantes àqueles que 
possivelmente receberão durante a execução do patrulhamento. É comum o cavalo se assustar com 
sacos, plásticos, fumaça, tampas dos bueiros das vias públicas, papéis arrastados pelo vento, 
multidões, barulho provocado pelo estouro do escapamento de veículos, fogos de artifício e tiros. 
Conforme acontece no dia a dia das diversas polícias, durante as operações a tropa 
possivelmente terá de enfrentar manifestantes ou invasores que avancem em sua direção, munidos 
de diversos artefatos, com objetivo de reagir ao confronto, fazendo barulho e atirando tudo que 
vêem pela frente. 
Portanto, tanto quanto possível, deve-se reproduzir tais situações nos treinamentos 
internamente realizados. A criatividade é fator fundamental para aproximar a encenação da 
realidade. Alguns aspectos, porém, devem ser observados durante os treinamentos: 
a) as exigências devem ser do mais simples para o complexo, pois traumas 
dificilmente são esquecidos, e, muitas vezes, permanecem sob a forma de acuamento e 
covardia; 
b) o emprego de animais mais velhos e valentes na linha de frente encoraja os 
demais evitando que a covardia de um cavalo em fuga contagie os demais; 
c) recompensas devem ser dadas imediatamente após a resposta positiva, 
acariciando o animal ou mesmo, terminando o trabalho antecipadamente; 
d) o trabalho no exterior deve ser realizado periodicamente, pois ele colabora em 
muito com a franqueza e desenvolvimento muscular do cavalo; 
e) não se pode estimular um cavalo a enfrentar as causas que o retém, sem que 
ele se submeta às ajudas das mãos e, principalmente, nesses casos, das pernas, portanto 
jamais podemos esquecer do adestramento. 
 Enfim, somente um trabalho progressivo, constante, consciente e criativo trará bons 
resultados, permitindo que o cavalo se adapte às exigências e a tropa montada possa cumprir com 
eficiência e eficácia as missões que lhe são atribuídas. 
 
 
6.1 Preparação básica 
 
 
A preparação básica busca tornar o cavalo dono de sua massa. O treinamentose direciona 
para desenvolver no cavalo, diversas das características e qualidades de um cavalo de pólo. Para 
tanto utilizaremos, nesta fase parte do trabalho do cavalo de pólo, previsto na apostila de Pólo da 
EsEqEx, acrescidos de algumas modificações. 
Os objetivos a serem alcançados são: 
a) saber galopar; 
b) saber parar; 
c) saber virar 
d) acostumar-se com a interferência de outros cavalos; e 
e) permitir o uso da espada ou cacetete. 
 
 
6.1.1 Trabalho de galope 
 
 
O objetivo do trabalho de galope é dar ao animal, calma, fôlego e equilíbrio. Trabalhando ao 
galope em círculos devemos exigir que o cavalo trabalhe unido, equilibrado e calmo, aumentando a 
obediência a rédea militar, posto que durante o cumprimento da missão o animal utilizará o freio 
como embocadura e este tipo de rédea (militar ou contrária) dá mais controle ao cavaleiro que 
utiliza apenas uma mão na s rédeas. Os círculos devem ser amplos e as rédeas frouxas no início e 
sem abusar da velocidade. 
Este trabalho não visa ensinar o cavalo a correr, ele será um suporte para que, junto com o 
trabalho de parar e virar o cavalo aprenda a trabalhar sempre bem engajado, aumentando seu 
equilíbrio e estando pronto para responder às solicitações do cavaleiro. 
 
6.1.2 Parar 
 
 
 O trabalho de alto visa obter um forte engajamento do animal, busca fazer com que ele pare 
“sentado sobre seus posteriores”. Para se desenvolver esta qualidade devemos utilizar todos os 
recursos que a “escola das ajudas” nos fornece. 
Nas primeiras sessões o alto deve ser feito através de ações de perna, assento e elevando a 
mão, obrigando o cavalo a levantar a frente, não deixando que este pare sobre o antemão. 
Posteriormente, se as respostas não são satisfatórias, devemos tentar o mesmo procedimento em 
rampas descendentes. Caso ainda não consigamos um alto de boa qualidade, podemos usar o muro 
ou a parede de um picadeiro, galopando na direção da parede e fazendo o alto. Logo após cada alto 
devemos afrouxar as rédeas e recompensar o animal. 
 
 
6.1.3 Virar 
 
 
Ensinar o cavalo a virar é um trabalho que busca tornar o cavalo dono de sua massa, fazendo 
com que se mova em pronta resposta às ações de rédeas do cavaleiro. É um trabalho que exige do 
animal muito equilíbrio, engajamento e força muscular, portanto a preocupação com o grau de 
exigência deve lembrar a máxima: “Não solicitar ações para qual o cavalo não esteja preparado”. 
Para alcançar este objetivo o local ideal de trabalho seria um picadeiro com parede ou muro. 
Para virar admite-se que o cavalo faça um alto, e pivoteie sobre seus posteriores. Possivelmente este 
não será o resultado da primeira tentativa de virar e reações irão surgir, são elas: o cavalo foge de 
garupa ou se debruça sobre os anteriores. 
Se o cavalo foge de garupa devemos trabalhar junto a parede do picadeiro, ao galope, e 
executar uma meia volta, este trabalho impede o cavalo de jogar sua garupa para fora pois esta 
encontrará uma barreira, obrigando-o, desta forma, a girar sobre os posteriores. 
 
 
 
 
 
 
Se o cavalo se debruça sobre os anteriores o objetivo a ser buscado é levantar a frente do 
animal. Para tanto deve-se executar invertidas meia voltas, junto a parede do picadeiro, impedindo, 
desta forma, que o cavalo se debruce. 
 
 
 
 
 
Figura 02 - invertida meia volta 
 
 
6.1.4 Acostumar-se com a interferência de outros cavalos 
 
 
Este é um trabalho que já vem sido executado a algum tempo desde as primeiras sessões de 
exterior e outras instruções. Este trabalho pode ser feito de diversas maneiras e todas as instruções 
em grupos podem e devem ser aproveitadas em prol deste objetivo. 
Os trabalhos em exterior além de buscar todos os benefícios que já se conhece, quando 
realizados em duplas, ou coluna por dois, buscando, gradativamente, a proximidade entre os 
animais contribuirá para que os cavalos acostumem-se com a presença de outros cavalos. 
As instruções práticas sobre equitação militar talvez sejam as mais eficazes e que mais 
contribuam para alcançar este objetivo. A entrada em forma, as mudanças de formação, montar e 
apear nas diversas formações, os desfiles, comandos a voz ou clarim e todos os movimentos em 
forma, são de fundamental importância para esta adaptação. O próprio dia-dia da Unidade, 
formaturas, escoltas, carrossel, podem ser aproveitados como instrução. 
Até os cavalos se acostumarem com a presença de outros, diversos problemas irão surgir e 
devem ser combatidos no exato momento. O ato de coicear ou morder deve ser imediatamente 
coibido pelo cavaleiro, de forma enérgica, verbalmente ou com chicote, e sempre no movimento 
para frente. Se o animal sai de forma, devemos colocá-lo no meio de outros cavalos, nunca na 
ponta, de preferência junto a um animal mais experiente. E procurar não deixar que ele saia 
utilizando a rédea militar e ação de perna isolada contra o movimento do animal. 
 
 
6.1.5 Permitir o uso da espada ou cacetete. 
 
 
Este trabalho pode ser iniciado tão logo o cavalo aceite o cavaleiro e a presença da espada na 
sela. Não necessita de sessões especialmente voltadas p/ isso, pode ser incluída após um trabalho de 
galope, como volta a calma, ou durante as instruções de ordem unida a cavalo. Ao manusear o 
armamento o cavaleiro deve atentar para não se apoiar nas rédeas. Embainhar e desembainhar 
espada durante outras instruções. Pode, também, ser feito trabalho com taco de pólo, executando 
meias tacadas ao passo, porém se este for o trabalho deve-se proteger os membros dos animais. 
 
 
6.1.6 Considerações finais 
 
 
Os trabalhos acima sugeridos servem como base para o próximo trabalho a ser executado, 
proporcionando ao cavalo as mínimas condições de equilíbrio, calma, franqueza e confirmação da 
submissão às ajudas. Ao cavaleiro possibilita conhecer mais intimamente sua montada, e manusear 
seu armamento com tranqüilidade. 
Cabe ressaltar que, como todo trabalho com cavalos, a recompensa deve ser um fator 
primordial no processo de ensino do cavalo, posto que acelera o aprendizado e estimula respostas de 
forma agradável ao animal. 
Caso não exista na OM uma fração destinada exclusivamente aos trabalhos de GLO, estes 
trabalhos podem, naturalmente, ser inseridos nos QTS destinados aos Pel, e todos os cavalos podem 
participar de outras instruções, sem prejuízo do que já foi aprendido. Este trabalho não se destina 
somente a cavalos novos ou sem trabalho, pode ser executado por todo animal que atenda os 
critérios de seleção já citados. De acordo com o grau de instrução do cavalo, este pode até não 
participar de alguma das instruções, ou ser incluído no meio do plano de treinamento. 
Ao fim deste período de preparação básica, o Cmt de Esqd pode, auxiliado por pessoas com 
experiência equestre, realizar novamente uma seleção, desta vez mais direcionada ao trabalho, 
destacando os animais que apresentarem melhor adaptação e vocação para este fim. 
 
 
6.2 Preparação avançada 
 
 
A preparação avançada consiste basicamente em retirar ou diminuir ao máximo os medos do 
cavalo. O sucesso deste processo, somado às qualidades desenvolvidas anteriormente, garantirá à 
tropa montada segurança e tranqüilidade na execução de sua missão. 
Dentre as fontes pesquisadas como PMSP e PMSC é consenso que este trabalho, como um 
todo, não necessita ser executado mais de duas vezes ao ano se os cavalos são utilizados 
periodicamente. Somente deve-se repetir além do necessário as sessões, quando algum animal 
voltar a apresentar reações diante de situações que ele já deveria estar insensível. Animais que não 
foram submetidos aos trabalhos depreparação básica podem ser selecionados para realizar este 
trabalho, e podem, com certeza, obter êxito, pois a preparação básica não é pré-requisito para 
realizar a preparação avançada e sim para a formação de um excelente cavalo. 
 Os trabalhos desta fase de preparação serão divididos em dois tipos: Oficinas simples e 
Oficinas mistas. As oficinas simples são aquelas onde, no máximo dois estímulos diferentes são 
apresentados ao animal e as oficinas mistas são aquelas onde deve-se usar toda criatividade para 
compor uma seqüência de situações que causem medo aos cavalos. Os meios auxiliares são diversos 
e podem ser confeccionados de formas simples. Instruir a figuração é de suma importância no 
treinamento, para que o trabalho não surta o efeito contrário. O objetivo principal do cavaleiro deve 
ser o movimento para frente. 
As instruções devem conter um efetivo mínimo de 5 e no máximo 15 cavalos, para facilitar o 
controle do instrutor, e com uma proporção (não obrigatória, porém muito útil) de 1 cavalo antigo 
para cada 4 inexperientes, inserido no grupo, conforme executado na PMSC, para que todos os 
cavalos possam ter um “cavalo madrinha” por perto. 
 
 
6.2.1 Oficinas simples 
 
 
O trabalho em oficinas simples tem por objetivo apresentar ao cavalo poucos estímulos para 
que o animal tenha capacidade de sobrepujar seus medos um a um, adquirindo franqueza e 
transmitindo confiança ao seu cavaleiro. É um pré-requisito para iniciar o trabalho de oficinas 
mistas, pois sem o primeiro, traumas irreversíveis poderão ocorrer, estragando qualquer trabalho 
anterior realizado. 
Os estímulos ao qual devemos submeter os animais nesta fase são aqueles que possivelmente 
eles encontrarão em uma situação de conflito, tais como: faixas e bandeiras; cortinas; fumaça; fogo; 
sirenes; tiros, fogos de artifício; obstáculos no chão; multidões e etc. Todas as instruções buscam 
transmitir ao cavalo o máximo de confiança para que perca o medo e avance para o obstáculo. 
Caminhando sempre do mais fácil para o mais difícil mostrarei alguns exemplos de instrução e as 
recomendações a serem seguidas, como modelo, pois as outras devem seguir o mesmo padrão. 
 
 
6.2.1.1 Trabalho com faixas e bandeiras 
 
 
Conforme pesquisa realizada junto a PMSC, segue um exemplo de condução de 
instrução. 
Material utilizado: 
- sacos vazios de ração 
- pedaços de tecidos 
- varas de bambu ou cabos de vassouras 
Pessoal empregado (figuração): 
- no mínimo um homem a pé para cada dois animais 
Local e dispositivo: 
- o local deve ser, de preferência, conhecido e familiar aos 
cavalos; 
- deve comportar toda a escola; 
- deve existir espaço para a figuração recuar(10 m); 
- deve evitar fuga de cavalos sem controle; 
- a tropa deve estar em uma fileira, 15 a 20 metros da figuração, 
que também estará em linha. 
 
 
 
 
 
 
Figura 03 
 
Condução da instrução: 
O instrutor comanda “em frente, ao passo, marche!”, então a tropa avança em direção a 
figuração que em primeiro momento apenas recua (10 m), sem balançar as bandeiras ou sacos, 
quando a tropa se aproxima cerca de 3 a 4 metros. Então o instrutor comanda “alto!”. 
Numa segunda passagem o procedimento se repete, desta vez com as bandeiras em 
movimentos não muito bruscos. Estes procedimentos devem ser repetidos até o cavalo não mais se 
assustar com a figuração. 
Conforme a resposta dos animais, aumenta-se a dificuldade, realizando movimentos mais 
acentuados, aos gritos e com a figuração fora da formação em linha. 
Recomendações à figuração: 
a) não se deve bater nos cavalos em hipótese alguma; 
b) se o cavalo recuar diante de um dos homens, este deve diminuir a intensidade 
de suas ações de modo a encorajar o animal a avançar, pois o objetivo é que o animal 
perca o medo. 
Recomendações aos cavaleiros: 
a) manter o cavalo em forma; 
b) recompensar e incentivar o animal a cada passo e resposta positiva; 
c) estimular sempre o movimento para frente através de ações de perna; 
d) corrigir o animal com o movimento para frente. 
Recomendações ao instrutor: 
a) Não permitir que a instrução pareça diversão p/ a figuração; 
b) Mudar a posição de um cavalo para perto de um mais experiente, para obter 
melhor resultado, caso algum animal apresente deficiência; 
c) A cada passagem destinar um tempo para a recompensa, e estimular os 
cavaleiros à sempre recompensar seus animais; 
d) Trabalhar sempre em grupos, pois os mais corajosos encorajam os covardes; 
e) Lembrar que a memória é uma das maiores qualidades de um cavalo e que 
traumas dificilmente são esquecidos; 
f) Caso algum animal demonstre reações excessivas, deve-se voltar ao princípio, 
respeitando a individualidade do cavalo, porém sem prejudicar o andamento da instrução. 
g) Um tempo de instrução é suficiente, caso o objetivo não seja alcançado em 
um tempo destina-se outro tempo em dia diferente para dar continuidade ao trabalho. 
O mesmo trabalho deve ser realizado para, fumaça, fogo, cones e outros obstáculos no chão, 
com as seguintes observações: 
 Para o trabalho com fumaça devemos utilizar uma fumaça densa e de diferentes 
cores, claras e escuras, pretas e brancas. 
 Para o trabalho com fogo deve-se tomar as medidas preventivas contra incêndio e 
contra acidentes. Deve-se dispor os latões para fazer o fogo em forma de um corredor. 
 Os obstáculos no chão devem ser variados, faixas coloridas, pontes de madeira, 
troncos e degraus, buracos, e podem ser incluídos em uma sessão como a citada acima nos 
intervalos entre a figuração e a tropa. 
 As cortinas podem ser feitas com lona preta cortadas em tiras e suspensas acima da 
altura do cavaleiro montado até o joelho do animal. Podem anteceder um corredor de latões 
de fogo ou de uma cortina de fumaça. 
 
 
6.2.1.2 Trabalho com fogos de artifício 
 
 
Dificilmente um cavalo não se assusta com o estampido de fogos, tiros, tambores e 
“panelaços”, porém nosso objetivo, com esta sessão, é diminuir um pouco deste susto e estimular o 
cavalo a avançar sempre para frente. O trabalho a baixo descrito é baseado no trabalho 
desenvolvido pela PMSC. 
Esta instrução deve iniciar nos mesmos moldes da primeira apresentada, porém sem as 
bandeiras, pois desta vez o obstáculo a ser vencido é sonoro. Inicialmente apenas os estampidos dos 
fogos de artifício serão utilizados, posteriormente podemos incluir um “panelaço” ou tambores. 
Os primeiros fogos devem ser disparados com a tropa a pé segurando cavalo à mão, e desde já 
a recompensa deve ser aplicada àqueles que responderem satisfatoriamente. Após alguns disparos o 
instrutor comanda: “a cavalo!” e com a tropa em uma fileira e parada realiza-se outro disparo. Em 
seguida com a tropa em movimento indo ao encontro da figuração, diversos disparos são 
executados até que o instrutor comande “alto!”. Durante os estouros diversas reações ocorrerão e as 
correções devem ser imediatas da seguinte forma: 
 Se o cavalo sai de forma o cavaleiro deve colocá-lo de volta em forma e 
depois recompensá-lo. 
 No início, com os cavalos parados, o instrutor deve evitar novos disparos 
quando houver animais fora de forma. 
 Progressivamente, à medida que os cavalos não mais se sensibilizem, devem 
ser incluídos mais sons a instrução. 
 É importante que o instrutor tenha ao seu alcance, meios de aumentar as 
dificuldades de acordo com a progressão dos cavalos, e deve também ter a 
sensibilidade de parar antes se necessário. 
 
 
6.2.1.3 Tiro montado 
 
 
 Dificilmente ocorrem situações onde a tropa montada se envolve em tiroteios ou que obrigue 
a realizar tiro montado. Isto se deve ao fato de o tipo de operações que o EB realizaterem 
normalmente caráter preventivo. Entretanto, não se pode descartar a possibilidade de precisarmos 
utilizar o armamento, devendo estar, para isso, devidamente treinado, e o cavalo, condicionado a 
ouvir o estampido de disparos de armas de fogo muito próximo. 
Inicialmente, os cavaleiros são exercitados, nessa espécie de tiro, com cartuchos de festim, 
atirando em alvos colocados em diversas direções, para que os cavalos se habituem com o 
estampido da arma. 
 É de fundamental importância que os cavalos que forem participar desta instrução já tenham 
passado pela oficina anterior, de trabalho com fogos de artifício, pois a sensibilidade aos estampidos 
estará diminuída. Somente deve-se levar para a instrução de tiro montado, aqueles animais que 
obtiveram sucesso na sessão anterior. 
Estando montado, o cavaleiro para atirar com sua pistola, deve primeiramente fazer alto, 
manter a boca do cano à direita ou à esquerda do animal, braço estendido, na direção do alvo, como 
se realiza um tiro de pé, sem apoio, com uma mão. O tiro, depois de bem treinado, pelo cavaleiro e 
bem aceito pelo cavalo, pode ser executado, também, em marcha, em qualquer direção, porém, 
sempre à curta distância do objetivo e só em caso de extrema necessidade. Além disso, se o 
cavaleiro estiver com a espada desembainhada, deve embainhá-la antes de fazer uso do armamento. 
 Ao executar o tiro montado, o cavaleiro e o instrutor deverão seguir algumas todas as 
normas de segurança referentes ao tiro e proceder da seguinte forma: 
a) Manter o perfeito ajuste das rédeas, para aumentar o controle efetivo do 
animal; 
b) estar com uma perfeita posição a cavalo, objetivando absorver as reações 
do cavalo e o recuo do tiro; 
c) não direcionar a arma próximo à cabeça do eqüino, pois, uma reação 
involuntária do animal pode se tornar um grande perigo, e acabar acertando o cavalo; 
d) nunca montar ou apear com a arma na mão, a fim de evitar um disparo 
acidental; 
e) os disparos montados são de pouca precisão, portanto, somente devemos 
atirar quando o alvo estiver isolado, para que um tiro não atinja um inocente; 
f) um homem a cavalo tem sua silhueta bastante destacada, realizar o tiro 
desta forma chama a atenção e faz do cavaleiro um alvo mais fácil, portanto, se atirar for 
necessário, deve-se pensar na possibilidade de apear para realizar um tiro abrigado, mais 
seguro e preciso. 
g) Um local seguro deve ser previsto para a cavalhada; 
h) Este trabalho deve ser feito com cavaleiros com experiência e 
desembaraço a cavalo; 
i) As distancias até os alvos devem ser curtas, 15 metros no máximo, e na 
linha de tiro deve haver apenas um animal. 
j) Lembrar que a instrução é, inicialmente voltada para o ensino dos cavalos 
e o número de tiros realizados deve atender a resposta do animal; 
k) Nunca esquecer de estimular o cavaleiro a recompensar seu animal 
sempre que a resposta for positiva; 
 
 
6.2.2 Oficinas mistas 
 
 
O trabalho em oficinas mistas busca mesclar as oficinas simples, tentando aproximar o 
treinamento da realidade. Quando novo ou recém iniciado neste tipo de trabalho o cavalo não deve 
participar desta instrução sem antes ter sido submetido às instruções anteriores, haja visto os 
problemas que um trauma pode causar. 
A montagem (seqüência dos estímulos ou obstáculos) das instruções pode ser direcionada às 
deficiências encontradas na fase anterior, à problemas ocorridos durante o cumprimento da missão, 
para a reciclagem de animais que ficaram parados por muito tempo ou para completar o treinamento 
básico. 
 
 
6.2.2.1 Escolha do local 
 
 
Durante a escolha do local para a instrução o instrutor deve preocupar-se com a extensão do 
percurso a ser montado, certificando-se de que todos os obstáculos caberão no local. De preferência, 
o local deve se parecer com um corredor ou uma rua estreita para evitar que o cavalo se esquive do 
obstáculo e realmente seja exposto ao estímulo. Se possível balizado em suas laterais. Deve ter 
apenas uma entrada e uma saída. Deve ter acesso fácil aos animais e pessoal, e ainda permitir a 
evacuação de Vtr. 
 
 
6.2.2.2 Escolha dos estímulos e obstáculos 
 
 
A escolha da seqüência de estímulos e obstáculos a ser seguida, com já foi dito, deve ser 
objetiva e direcionada. É importante que sejam apresentados ao cavalo de forma educativa e 
progressiva, lembrando que o objetivo é ensinar o cavalo à não ter medo e avançar frente ao 
obstáculo. 
Para melhor entendimento segue um exemplo de oficina mista com uma seqüência 
recomendável: 
a) Escolher um local compatível com o número de obstáculos; 
b) Os obstáculos podem estar dispostos de 3 a 5 metros um do outro e os 
estímulos sonoros podem estar junto dos diversos obstáculos; 
c) O trajeto em si não importa se é reto, curvo, em subida ou descida, coberto ou 
não, o que importa é que comporte os obstáculos; 
d) Obstáculos e estímulos: 
1º obstáculo: deve ser simples e não deve estar acompanhado de nenhum estímulo sonoro. 
Pode ser uma faixa estendida no chão, uma ponte simulada, um tronco. 
2º obstáculo: uma cortina feita com lona preta com uma fenda, que permita a passagem do 
animal, mas não dê visada para o próximo obstáculo. Este tipo de obstáculo visa fazer com que o 
cavalo avance mesmo sem saber o que vem pela frente. 
3º obstáculo: uma seqüência de dois ou três latões com fogo, um de cada lado do “corredor”, a 
uma distância segura p/ os animais, mas que não omita o estímulo ao cavalo. 
4º obstáculo: um espaço de 7 a 10 metros para que sejam lançados fogos de artifício ou 
“bombinhas” se o local escolhido for coberto, os fogos podem ser substituídos por tiros de festim ou 
tambor. Este obstáculo pode ser acrescido de silvos de apito. 
5º obstáculo: uma seqüência se cones, em uma coluna com uma distância de 2 metros entre 
eles, para obrigar o cavalo a fazer o contorno. A este obstáculo podemos acrescentar uma sirene e 
homens atirando pequenas bolas de papel. 
6º obstáculo: uma faixa de lona colorida estendida no chão, seguida de homens balançando 
bandeiras e fazendo barulho. 
7º obstáculo: um pequeno labirinto feito com paraflancos, simulando um estacionamento de 
carros. 
8º obstáculo: uma seqüência de varas no chão, outra faixa, uma pequena vala ou degraus. 
 
 
6.2.2.3 Considerações finais 
 
 
As oficinas mistas devem ser bem planejadas, com objetivos bem traçados e com especial 
atenção aos procedimentos de segurança. As diversas observações feitas, direcionadas a cada 
trabalho, se seguidas com rigor, aumentam a chance de sucesso. 
Por fim a criatividade e a versatilidade do instrutor podem melhorar as oficinas, tornando-as 
mais reais e fáceis de montar. Diversas seqüências podem ser montadas, porém o instrutor deve 
testar previamente e acompanhar o andamento e resultado da instrução para que possa intervir 
quando necessário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPITULO VII 
 
 
CONCLUSÃO 
 
 
Este trabalho foi formulado como uma sugestão para a solução de um problema que 
aparentemente não ocorre. Diversos foram os relatos colhidos e os fatos vividos a respeito das 
dificuldades encontradas para bem cumprir nossas missões a cavalo. Esporadicamente estes 
problemas aparecem e são tratados como fatos isolados por não causarem problemas mais graves. 
Porém, para que os pelotões possam trabalhar com seriedade, acreditando na missão que foi 
atribuída e bem cumprir estas missões, um trabalho anterior deve ser proporcionado aos nossos 
homens e cavalos, pois sem este a missão pode não ser cumprida, a tropa pode se tornar 
desmotivada e desacreditada por seus superiores. 
A máxima do adestramento que diz: “nãodevemos solicitar ao cavalo aquilo para qual não 
está preparado”, se encaixa com perfeição ao cavalo designado para cumprir qualquer tipo de 
missão de GLO. Porém, se tratando de situações onde possivelmente a vida do subordinado pode 
ser colocada em risco, este jargão se reveste de uma importância muito maior. 
Conhecer a origem e o porquê da missão, selecionar e treinar os cavalos com objetivos 
definidos, aproveitando do homem e do animal suas mais nobres qualidades são alguns dos pontos 
que nos trarão o êxito em nossas missões. Outro fator que fará com que nossas missões ocorram 
com sucesso é o pleno conhecimento das possibilidades e deficiências da tropa montada, por quem 
emite a ordem e quem executa. 
A simples leitura deste trabalho, em hipótese alguma, torna um militar inexperiente na área 
eqüestre, apto a adotar os procedimentos aqui descritos. É de suma importância que quem quer que 
execute o trabalho aqui sugerido, deva ser bem orientado e supervisionado por um profissional com 
experiência em equitação. 
Para nós, cavalarianos, deveria ser inadmissível ver nossa cultura hipo ser atropelada pelo 
tempo e não evoluir junto com as necessidades operacionais de nossa tropa. A formulação de um 
trabalho como este, está longe de esgotar o assunto e tem a única e exclusiva pretensão de servir 
como um referencial para aqueles que necessitem. 
Diversos foram os trabalhos consultados, assim como companheiros das polícias militares e 
de nossa força com grandes e pequenas experiências. No entanto transcreveu-se apenas aquilo que 
sintetizava o objetivo deste trabalho. 
Face do curto espaço de tempo disponível e dispensado para a execução deste trabalho e 
levando em conta a importância e abrangência do assunto em questão, julgo oportuna a colaboração 
de todos aqueles que se interessem pelo assunto e utilizem este trabalho, no sentido de aperfeiçoar, 
corrigir, inserir e revisar periodicamente os procedimentos aqui sugeridos, face a inexorável 
evolução de todos os meios que o envolvem. 
 
Por fim, qualquer que seja o destino que o futuro reserve a cavalaria hipo, fica aqui um 
trabalho que por trás de toda sua importância real, pode servir como reforço para justificar e firmar 
a existência de nosso nobre amigo em nossa força. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
POLICASTRO, ALBERTO NUBIE, Manual de tropa montada, 1ª Edição, 1995. 
Vídeo enviado pela PMSC 
Costa, Luiz Antonio Pereira da, Manual de hipologia, 1ª Edição, Rio de Janeiro, RJ, 
Biblioteca do Exército, 1997. 
Nota de aula de Pólo da EsEqEx 
Nota de aula de Iniciação da EsEqEx

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