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04_NOVA_levantamento_alvara_com_reservas.docx
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 00ª VARA CÍVEL DE CURITIBA/PR
Proc. nº. 559687-63.2009.8.06.0001
AA: FULANA DE TAL
RR: EMPRESA BETA S/A
				A EMPRESA BETA S/A, já qualificada nos autos, vem, com o devido respeito a Vossa Excelência, por meio de seu patrono que abaixo assina, , para requerer o que se segue:
				01 – Imersos nos autos encontram-se depósitos judiciais (tidos na oportunidade por incontroversos pela Autora) feitos em favor da Requerida. Salutar para ambas as partes, que os valores sejam levantados e amortizados no débito da Promovente, onde, para tanto, compete-nos pleitear o levantamento dos valores depositados em juízo, com acréscimos legais, os quais serão deduzidos da conta, na oportunidade de a Autora vir a liquidar a sentença em mira. 
 				02 – Urge asseverar, entrementes, que a Ré faz o presente pleito sob protesto/reserva de não aceitação tácita dos valores como pertinentes à quitação do débito em ensejo. Assevera, mais, que tal atitude fica condicionada a sua aceitação por este Magistrado, desde que não implique em aceitação tácita em eventual decisão recorrida.
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
Art. 503 – A parte, que aceitar expressa ou tacitamente a sentença ou a decisão, não poderá recorrer. 
Parágrafo único – Considera-se aceitação tácita a prática, sem reserva alguma, de um ato incompatível com a vontade de recorrer. 
 				03 – Neste sentido colacionamos o seguinte julgado do Egrégio Superior Tribunal de Justiça:
RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO (ARTIGO 522, DO CPC) INTERPOSTO EM FACE DE DECISÃO INTERLOCUTÓRIA QUE AUTORIZOU O LEVANTAMENTO DE DEPÓSITO JUDICIAL SEM PRÉVIA INTIMAÇÃO PESSOAL DA FAZENDA NACIONAL. ALEGAÇÃO DE CERCEAMENTO DE DEFESA QUE, UMA VEZ RECONHECIDA, IMPLICA NA NULIDADE DO ATO DECISÓRIO E CONSEQÜENTE DETERMINAÇÃO DE RESTITUIÇÃO DAS QUANTIAS LEVANTADAS (STATU QUO ANTE). ESVAZIAMENTO DA PRETENSÃO RECURSAL EM VIRTUDE DA EFETIVAÇÃO DO LEVANTAMENTO. NÃO OCORRÊNCIA. PERDA DE OBJETO. NÃO CARACTERIZAÇÃO. 
1. O interesse em recorrer é instituto ontologicamente semelhante ao interesse de agir como condição da ação e é mensurado à luz do benefício prático que o recurso pode proporcionar ao recorrente. 
2. A possibilidade de reversão ao statu quo ante não torna prejudicado o agravo pelo simples fato da prática do ato que se pretendia evitar. 
3. Raciocínio inverso implicaria interpretar como aceitação tácita da decisão, ato incompatível com a vontade de anuir, gerando exegese inversa e contrária ao disposto no artigo 503, do CPC, verbis: "Art. 503. A parte, que aceitar expressa ou tacitamente a sentença ou a decisão, não poderá recorrer. Parágrafo único. Considera-se aceitação tácita a prática, sem reserva alguma, de um ato incompatível com a vontade de recorrer. " 
4. In casu, o agravo de instrumento (artigo 522, do CPC) foi interposto em face de decisão interlocutória que autorizou o levantamento de depósito judicial, ao argumento de que ocorrente cerceamento de defesa, em virtude da inobservância da obrigatória intimação prévia e pessoal da Fazenda Pública. 
5. Deveras, o benefício prático em prol da Fazenda Pública reside na restituição das quantias levantadas pelo contribuinte, a fim de restabelecer o statu quo ante, em havendo o acolhimento da preliminar de cerceamento de defesa e conseqüente nulidade do ato decisório que autorizou o levantamento do depósito judicial. 
4. Recurso Especial provido, determinando-se o retorno dos autos à origem, a fim de que seja apreciado o agravo de instrumento interposto pela Fazenda Nacional. (STJ - REsp 829.218; Proc. 2006/0056472-2; MG; Primeira Turma; Rel. Min. Luiz Fux; Julg. 09/11/2010; DJE 23/11/2010) 
	04 – Vejamos, a propósito, as lições de Elpídio Donizetti, o qual, acerca do tema em vertente, destaca que:
“A renúncia pode ser expressa ou tácita. É expressa quando manifestada por petição ou oralmente, na audiência. É tácita quando a parte que poderia recorrer pratica ato incompatível com o intuito de recorrer. Nesse caso, ocorre a preclusão lógica, e nesse sentido dispõe o art. 503 e seu parágrafo único. Por exemplo, a parte que foi condenada em ação de despejo e voluntariamente entrega as chaves do imóvel, tacitamente, renuncia à faculdade de recorrer. “( In, Curso Didático de Direito Processual Civil. 14ª Ed. São Paulo: Atllas, 2010. Pág. 696)
 	04 - Desse modo, inexorável a conclusão de que o valor, pretensamente depositado como forma de quitação do débito exequendo, em verdade, é incapaz desse desiderato. Há, como demonstrado alhures, equívoco na conta apresentada pela parte adversa. 
				05 – Requer, dessarte, sob protesto/reserva de não aceitação tácita do intento testilhado (CPC, art. 1.000, parágrafo único), o levantamento do pagamento parcial feito em juízo. Para isso, solicita a expedição do competente alvará judicial, em nome do causídico subscritor desta. Esse, convém ressaltar, detém poderes específicos para receber e dar quitação (CPC, art. 105, caput). (fl. 09)
				Respeitosamente, pede deferimento.
				 Cidade (PP), 00 de abril do ano de 0000.
				P.p. Cicrano de tal
						 Advogado - OAB(PR) nº. 112233
					 
acao_arbitramento_honorarios_contrato_verbal_PN683.docx
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA CIDADE
		 	BELTRANO DE TAL, casado, advogado, inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Estado, sob o nº. 112233, residente e domiciliado na Rua Xista, º. 000, nesta Capital, inscrito no CPF (MF) sob o nº. 000.111.222.33, com endereço eletrônico ficto@ficticio.com.br, ora intermediado por seu mandatário ao final firmado – instrumento procuratório acostado –, esse com endereço eletrônico e profissional inserto na referida procuração, o qual, em obediência à diretriz fixada no artigo 77, inc. V c/c artigo 287, caput, um e outro do CPC, indica-o para as intimações que se fizerem necessárias, vem, com o devido respeito a Vossa Excelência, com suporte no artigo 22 da Lei Federal nº 8.906, de 04 de julho de 1994, ajuizar a presente
AÇÃO DE ARBITRAMENTO 
DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS,
contra SOCIEDADE BRASILEIRA S/A, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ(MF) sob o nº 33.444.555/0001-66, com endereço sito na Av. Delta, nº. 000, nesta Capital, com endereço eletrônico sociedade@sociedade.com.br, em decorrência dos fatos que passa a expor.
INTROITO 
( a ) Quanto à audiência de conciliação (CPC, art. 319, inc. VII)
 				Opta-se pela realização de audiência conciliatória (CPC, art. 319, inc. VII). Por isso, requer a citação da Promovida, por carta (CPC, art. 247, caput), para comparecer à audiência, designada para essa finalidade (CPC, art. 334, caput c/c § 5º). 
I - CONTORNOS FÁTICOS
			 	Na data de 00 de julho de 0000 o Autor celebrou com a Ré contrato verbal de prestação de serviços advocatícios. Referido pacto direcionou-se à defendê-la em razão de uma ação de execução, proposta pelo Banco Zeta S/A. A comprar, confira-se a respectiva cópia do processo. (doc. 01)
				Da inaugural executiva vê-se que a dívida em questão era de valor elevadíssimo, quase alcançando a soma de R$ 000.000,00 ( .x.x.x. ). (doc. 02)
 				Decorrência da celeridade que o caso necessitava -- pois estaria sendo procurada por oficial de justiça para efetuar penhora/citação --, aquele recebera procuração para único de defendê-la em juízo. (doc. 03) Em razão disso, deixaram de formalizar pacto escrito de prestação de serviços advocatícios. 
 				Sucede que, não obstante a ausência do acerto escrito, acordaram verbalmente honorários de 10% sobre o valor da causa. Esse percentual deveria pago quando
da solução da querela, se acaso houve sucesso, parcial ou integral. 
				Cumprindo seu mister, melhor, dando seguimento aquilo que fora contratado, o Promovente, na primeira oportunidade, ajuizou incidente de exceção de pré-executividade. O pleito fora conhecido, admitido e extinto o feito executivo. (doc. 04) 
 				A decisão, a qual extinguiu o feito, transitou em julgado, o que se comprova do o teor da certidão narrativa carreada. (doc. 05) Acrescente-se que a então exequente preferiu não recorrer. Quiçá perquirir a dívida sob o rito correto, com os documentos apropriados. 
				Em face disso, o Promovente procurou aquela para obter o pagamento dos honorários, como ajustado verbalmente. Contudo, a Ré, por meio de seu representante, Francisco das Quantas, alegou ausência de pacto escrito que a obrigasse a pagar honorários advocatícios. É dizer, não honraria o acerto, mesmo ciente do trabalho desenvolvido por seu patrono. 
				Dessa maneira, inarredável que a Promovida se encontra inadimplente para com o Autor, razão qual propõe-se a presente demanda judicial. 
II - MÉRITO
				Convém anotar, prima facie, que, na hipótese, o contrato verbal é o fundamento fático-jurídico desta pretensão. 
				Noutro giro, inafastável que o contrato firmado, mesmo de modo verbal, tem plena validade jurídica.
 				Não seria despiciendo, a título ilustrativo, lembrar o pensamento doutrinário:
“Nosso código civil inspira-se no princípio da forma livre, o que quer dizer que a validade da declaração da vontade só dependerá de forma determinada quando a forma jurídica explicitamente o exigir. A forma livre é qualquer meio de exteriorização da vontade dos negócios jurídicos, desde que não previsto em normas jurídicas como obrigatório: palavra escrita ou falada, gestos, e até mesmo o silêncio ...” (Diniz, Maria Helena. Código Civil Anotado. 3ª Ed. São Paulo: Saraiva, p. 143). 
 				Não se pode perder de vista, de mais a mais, que o mandato, conferido a profissional de direito, per se, justifica o pagamento de honorários.
 				É o que se infere da simples leitura do artigo 658 do Estatuto Civil. Confira-se:
CÓDIGO CIVIL
Art. 658 – O mandato presume-se gratuito quando não houver sido estipulada retribuição, exceto se o objeto corresponder ao daqueles que o mandatário trata por ofício ou profissão lucrativa. 		
				A outro turno, a prestação de serviço profissional de advocacia assegura aos inscritos na OAB o direito aos honorários convencionados. Mesmo não avençados por escrito, ratifica-se, o causídico tem os mesmíssimos direitos tocante à verba honorária contratual. Entrementes, fixada por arbitramento. (Lei nº. 8.906/94, ar. 22, § 2º)
				Para além disso, o apontado acerto de 10% sobre o valor da causa, sob a qual o profissional do direito atuou, é justo e encontra guarida na Tabela de Honorários da OAB, a qual de logo a anexamos. (doc. 06)
				A orientação da jurisprudência já está firmada nesse diapasão. Desse modo, é altamente ilustrativo transcrever os seguintes arestos:
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. AÇÃO DE ARBITRAMENTO. 
Apelação interposta sem o recolhimento do preparo. Pedido de justiça gratuita indeferido. Intimação para recolhimento do preparo não atendida que impede o conhecimento do recurso. Deserção decretada. Autor que cobra pela prestação de serviço realizada nos autos de execução fiscal. Contrato verbal de honorários. Ausência de contrato escrito. Apuração dos honorários que deve ser feita por arbitramento judicial, nos termos do art. 22 da Lei nº 8.906/94. Honorários que devem representar remuneração compatível com o trabalho realizado pelo advogado e o valor econômico da questão, sem se constituir em aviltamento da profissão. Sucumbência exclusiva do réu que impõe a sua condenação ao pagamento das coimas da sucumbência. Recurso do réu não conhecido. Recurso do autor provido em parte. (TJSP; APL 0004296-75.2012.8.26.0477; Ac. 10173686; Praia Grande; Vigésima Oitava Câmara de Direito Privado; Rel. Des. Dimas Rubens Fonseca; Julg. 15/02/2017; DJESP 01/03/2017)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. CONTRATO VERBAL DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE ADVOCACIA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. ARBITRAMENTO DA VERBA. PARÂMETROS. 
A falta de estipulação ou de acordo acerca dos honorários relativos à prestação de serviços advocatícios implica sejam arbitrados judicialmente em remuneração compatível com o trabalho e o valor econômico da questão, à luz dos critérios estabelecidos pelo §3º do art. 20 do CPC de 1973 e art. 22, §2º, da Lei nº 8.906/1994 (Estatuto da Advocacia). (TJMG; AI 1.0384.11.001852-8/001; Relª Desª Cláudia Maia; Julg. 16/02/2017; DJEMG 24/02/2017)
				É certo, então, que o Promovente tem o direito de receber verba honorária advocatícia, por arbitramento. Afinal, bem demonstrado o labor desenvolvido. 
 				Não fossem suficientes os argumentos antes explanados, urge evidenciar que, no caso, deve-se levar em conta o trabalho, o valor econômico em questão, além de outras nuances, atreladas ao Código de Processo Civil. (CPC, art. 85, § 2º)
 				Nesse enfoque, é de todo oportuno gizar as palavras de Nélson Nery Júnior e Rosa Maria Andrade Nery, ad litteram:
29. Critérios para fixação dos honorários. São objetivos e devem ser sopesados pelo juiz na ocasião da fixação dos honorários. A dedicação do advogado, a competência com que conduziu os interesses de seu cliente, o fato de defender seu constituinte em comarca onde não resida, os níveis de honorários na comarca onde se processa a ação, a complexidade da causa, o tempo despendido pelo causídico desde o início até o término da ação, são circunstâncias que devem ser necessariamente levadas em conta pelo juiz quando da fixação dos honorários de advogado. O magistrado deve fundamentar sua decisão, dando as razões pelas quais está adotando aquele percentual na fixação da verba honorária. (In, Comentários ao Código de Processo Civil. – São Paulo: RT, 2015, p. 433)
				
				
 		 		Assim sendo, chega-se à inarredável conclusão que houvera préstimo advocatício, motivo esse suficiente para que sejam arbitrados os honorários advocatícios. 
III - PEDIDOS e REQUERIMENTOS
 				Diante do que foi exposto, pleiteia o Autor que Vossa Excelência defira os seguintes pedidos:
3.1. Requerimentos 
a) opta-se pela realização de audiência conciliatória (CPC, art. 319, inc. VII), razão qual requer a citação da Promovida, por carta (CPC, art. 247, caput), para comparecer à audiência, designada para essa finalidade (CPC, art. 334, caput c/c § 5º).
3.2. Pedidos 
a) pede, mais, sejam JULGADOS PROCEDENTES os pedidos formulados, declarando-se a relação contratual de préstimos advocatícios entre as partes e, em razão disso, haja: 
( i ) a condenação da Ré a pagar a quantia de R$ 00.000,00 (.x.x.x.), correspondente ao percentual ajustado de 10% sobre o valor atualizado da causa; 
( ii ) subsidiariamente (CPC, art. 326), pleiteia-se que sejam arbitrados os honorários advocatícios, à luz do que reza o artigo 22 do Estatuto da OAB c/c artigo 85, § 2º, do Código de Ritos; 
( iii ) por fim, a condenação em custas e honorários advocatícios sucumbenciais, esses arbitrados em 20% sobre o valor da condenação (CPC, art. 82, § 2º, art. 85 c/c art. 322, § 1º), além de outras eventuais despesas no processo (CPC, art. 84).
 	Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitido, máxime por prova pericial, oitiva de testemunhas e depoimento pessoal do representante legal da Ré.
 	Dá-se à causa o importe de R$ 00.000,00(.x.x.x.), correspondente ao valor do contrato (CPC, art. 292, inc. II). 
 Respeitosamente, pede deferimento.
Cidade, 00 de março do ano de 0000.
 
acao_despejo_aluguel_quebra_acordo_desocupacao_medida_liminar_INQ_PN698.docx
EXCELENTÍSSIMO SENHOR
DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA CIDADE.
		 	JOAQUIM DOS SANTOS, casado, médico, residente e domiciliado na Rua X, nº 000, nesta Capital - CEP nº 77.888-45, inscrito no CPF (MF) sob o nº. 444.555.333-22, com endereço eletrônico ficto@ficticio.com.br, ora intermediado por seu mandatário ao final firmado – instrumento procuratório acostado –, esse com endereço eletrônico e profissional inserto na referida procuração, o qual, em obediência à diretriz fixada no art. 77, inc. V c/c art. 287, um e outro do CPC, indica-o para as intimações que se fizerem necessárias, vem, com o devido respeito a Vossa Excelência, com suporte no art. 48 e segs. c/c art. 59, § 1º, inc. III, da Lei do Inquilinato, ajuizar a presente
AÇÃO DE DESPEJO,
(“COM PEDIDO DE MEDIDA LIMINAR”)
contra MANOEL DOS SANTOS, solteiro, motorista, residente e domiciliado na Rua Y, nº 000, apto. 501, em Cidade (PP) – CEP nº 77888-99, possuidor do CPF (MF) nº. 222.444.333-22, endereço eletrônico desconhecido, decorrência das razões de fato e direito, a seguir expostas.
INTROITO 
( a ) Quanto à audiência de conciliação (CPC, art. 319, inc. VII)
 				Opta-se pela realização da audiência conciliatória (CPC, art. 319, inc. VII). Por isso, requer a citação do Promovido, por carta (CPC, art. 247, caput), para comparecer à audiência designada para essa finalidade (CPC, art. 334, caput c/c § 5º).
(1) – SÍNTESE DOS FATOS
 				O Autor celebrou com o Réu, em 00 de março de 0000, contrato de locação, para fins residenciais, do imóvel sito na Rua Y, nº. 000, apto. 501, nesta Capital. O prazo de duração fora de três anos. Neste momento se encontra prorrogado por tempo indeterminado. (doc. 01)
 				Uma vez prorrogado o contrato, o Autor procurou rescindir o acerto em espécie, motivo qual notificou aquele extrajudicialmente. (doc. 02)
 				Nesse passo, o Réu procurou o Promovente para que fosse formalizada composição para entrega/desocupação do imóvel, até o dia 00/11/2222. O acordo foi devidamente celebrado. (doc. 03)
 				Noutro giro, não obstante essa avença, na qual se determinara prazo para desocupação voluntária, passados seis meses, o Réu não cumprira. Ainda persiste em ocupar o imóvel locado. 
 		
		Diante desse quadro fático, superado o prazo legal, contado do acerto extrajudicial, apropriado o ajuizamento da presente ação de despejo. 	
(2) – DA MEDIDA LIMINAR
	Antes de tudo, convém ressaltar que a situação em espécie possibilita a concessão de medida liminar, de sorte à desocupação do imóvel locado. Afinal de contas, houve violação de acordo.
 	Exatamente por isso rege a Lei do Inquilinato, in verbis:
LEI DO INQUILINATO
Art. 59 – Com as modificações constantes deste capítulo, as ações de despejo terão o rito ordinário.
§ 1º - Conceder-se-á liminar para desocupação em quinze dias, independentemente da audiência da parte contrária e desde que prestada caução no valor equivalente a três meses de aluguel, nas ações que tiverem por fundamento exclusivo:
( . . . )
I - o descumprimento do mútuo acordo (art. 9º, inciso I), celebrado por escrito e assinado pelas partes e por duas testemunhas, no qual tenha sido ajustado o prazo mínimo de seis meses para desocupação, contado da assinatura do instrumento;
 		
	Por esses motivos, com o depósito da respectiva caução (LI, art. 59, § 1º c/c art. 64, caput), requer-se medida liminar de desocupação do imóvel locado, independente da oitiva antecipada do Réu. Desse modo, pleiteia a expedição do competente mandado de desocupação liminar, concedendo a esse o prazo de quinze dias, a partir da intimação, para, voluntariamente, atender ao comando judicial em estudo, sob pena da decretação do despejo (LI, art. 59, § 1º c/c art. 65). 
 				Com efeito, nesse tocante a jurisprudência se mostra favorável à concessão da medida liminar: 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE DESPEJO. MEDIDA LIMINAR DE DESOCUPAÇÃO. TUTELA DE EVIDÊNCIA. ART. 311 DO CPC/15. POSSIBILIDADE. REQUISITOS ATENDIDOS. RECURSO PROVIDO. 
1) Consoante o inciso IX do art. 59 da Lei nº 8.245/91, para o deferimento da liminar de desocupação do imóvel deverão ser observados os seguintes requisitos: A) prestação de caução no valor equivalente a três meses de aluguel; b) fundamentação da demanda na falta de pagamento do aluguel e acessórios da locação; c) ausência de qualquer das garantias mencionadas no art. 37 da Lei n. 8.245/91 (caução, fiança, seguro de fiança locatícia e cessão fiduciária de quotas de fundo de investimento), por não ter sido contratada ou por ter sido extinta ou por haver exoneração quanto à garantia. 2) Nada obstante, mesmo quando presente algum óbice previsto na Lei de Locações, no caso a existência de fiança, é possível que a medida liminar seja concedida quando preenchidos os requisitos para antecipação dos efeitos da tutela. Precedentes do TJES. 3) Conforme o inc. IV do art. 311 do CPC/15, a tutela de evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando, a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável. 4) Recurso provido. (TJES; AI 0029378-71.2016.8.08.0024; Segunda Câmara Cível; Rel. Des. Subst. Cristovão de Souza Pimenta; Julg. 07/03/2017; DJES 16/03/2017)
LOCAÇÃO. 
Imóvel comercial. Ação de despejo por denúncia vazia cumulada com cobrança de alugueis e demais encargos. Decisão de primeiro grau que defere pedido de concessão de liminar para desocupação do imóvel, mas concede a possibilidade de purgação da mora. Agravo da autora. Locação por prazo indeterminado. Notificação para desocupação. Descumprimento. Despejo fundado no artigo 59, inciso VIII, da Lei nº 8.245/91. Impossibilidade de concessão da purgação da mora. Recurso provido. (TJSP; AI 2028505-74.2017.8.26.0000; Ac. 10257387; São Paulo; Vigésima Nona Câmara de Direito Privado; Rel. Des. Carlos Henrique Miguel Trevisan; Julg. 15/03/2017; DJESP 22/03/2017)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. 
Ação de despejo por falta de pagamento c/c cobrança. Locação não residencial. Concessão liminar da ordem de despejo. Preenchimento dos pressupostos para a concessão da medida. Incidência do art. 59, §1º, inc. IX da Lei do inquilinato. Decisão mantida. Recurso desprovido. (TJPR; Ag Instr 1550878-4; Maringá; Décima Primeira Câmara Cível; Relª Juíza Conv. Luciane R. C. Ludovico; Julg. 08/02/2017; DJPR 13/03/2017; Pág. 257)	
	De arremate, requer seja medida judicial cumprida com ordem de arrombamento e força policial (LI, art. 65), bem assim a ciência de eventuais sublocatários. (LI, art. 59, § 2º) 
(4) – PEDIDOS E REQUERIMENTOS
	Posto isso, pede e requer o Autor que Vossa Excelência tome as seguintes medidas:
a) determinar a citação do Réu, por mandado, para que o mesmo, querendo, ofereça defesa no prazo legal, sob pena de revelia e confissão, bem como a ciência desta ação a eventuais ocupantes ou sublocatários (LI, art. 59, § 2º);
b) pede, mais, sejam JULGADOS PROCEDENTES os pedidos formulados nesta ação, declarando extinta a relação contratual locatícia por infração legal (LI, art. 9º, inc. I), com a decretação do despejo do Réu e eventuais ocupantes c/ou sublocatários, confirmando e tornando definitiva a medida liminar, condenando o mesmo ao pagamento de custas e despesas processuais, além de honorários advocatícios definidos no contrato (cláusula 22);
c) requer, mais, com o trânsito em julgado desta demanda, seja o Autor autorizado a levantar a caução depositada, independentemente de novo pedido nesse sentido.
 		Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direitos admitidos.
 
 				Dá-se à causa o valor de R$ 00.000,00 (.x.x.x.), o qual corresponde, segundo os ditames
do art. 58, inc. III, da Lei do Inquilinato c/c art. 1.046, § 2º, do CPC, ao valor de doze(12) meses de aluguéis. 
Respeitosamente, pede deferimento.
Cidade, 00 de março do ano de 0000.
 
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excecao_incompetencia_criminal_penal_relativa_lugar_crime_receptacao_furto_gratuitas.docx
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 00ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ITU - SP
Ação Penal 
Processo nº. 11111-22.2013.3.44.5555/0
Autor: Ministério Público Estadual
Acusado: Francisco Fictício e outra 
Autuação em apartado(CPP, art. 111)
 	Intermediado por seu mandatário ao final firmado – instrumento procuratório acostado – causídico inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Estado de São Paulo, sob o nº. 112233, com escritório profissional consignado na procuração ora carreada, comparece, com o devido respeito a Vossa Excelência, FRANCISCO FICTÍCIO, brasileiro, solteiro, maior, mecânico, possuidor da RG nº 445566, inscrito no CPF(MF) sob o nº. 111.222.333-44, residente e domiciliado na Rua X, nº. 000 – Itu(SP), para apresentar, TEMPESTIVAMENTE(CPP, art. 108 c/c art. 396), com estribo nos art. 95, inc. II, art. 69, inc. I c/c art. 78, inc. II, ´a´, todos da Legislação Adjetiva Penal, a presente 
EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA,
“ratione loci”
em face de Ação Penal ajuizada pelo Ministério Público Estadual, onde evidencia as considerações fáticas e de direito abaixo delineadas.
BREVE EXPOSIÇÃO FÁTICA
				
 				O Acusado, ora Excipiente, fora denunciado nesta Comarca de Itu(SP) pela prática de crime de receptação(sem qualificadora), na moldura do art. 180, do Estatuto Repressivo. Na mesma peça prefacial, fora também denunciada a co-ré Maria das Tantas, esta como incursa tipo penal previsto no art. 155, § 4º, inc. II(furto qualificado – abuso de confiança). 
				Consta da peça inicial que o Excipiente exerce a atividade de ouvires e, pretensamente, havia adquirido de Maria das Tantas 3 peças de jóias, as quais haviam sido furtadas na Cidade de Curitiba(PR), período em que trabalhou como doméstica na casa do senhor Fulano de Tal. 
				Verifica-se, pois, que o crime de furto(qualificado) fora concretizado, segundo a peça acusatória, em Curitiba(PR). Por outro lado, também em consonância com os destaques da denúncia, o aludido crime de receptação, imputado ao Excipiente, fora perpetrado nesta Cidade(Itu/SP). 
				Em que pese tais circunstâncias, a ação penal ora desenvolve-se nesta Comarca, equivocadamente, a qual deveria ter seguimento não no local onde falsamente ocorrera a aquisição da res furtiva, mas sim, ao revés, na Cidade onde a denúncia estipula que fora perpetrado o crime de furto qualificado(Curitiba/PR). 
				O Excipiente não concorda com a prorrogação da competência, razão qual ora apresenta este remédio processual. 
CONCURSO DE JURISDIÇÕES – PREVALÊNCIA DO CRIME MAIS GRAVE
				Observa-se a co-ré Maria das Tantas também fora denunciada neste processo, desta feita por infração ao preceito contido no art. 155, § 4º, inc. II(furto qualificado – abuso de confiança). Para tal crime, há uma pena máxima prevista de 8(oito) anos. 
				De outra banda, o Excipiente, também réu nesta querela criminal, fora denunciado na forma no crime de receptação(CP, art. 180, caput), a qual tem pena máxima prevista de 4(quatro) anos. 
				Neste contexto, ao exame da pena máxima fixada aos crimes, levando-se em conta que os crimes podem ser apreciados por “jurisdições da mesma categoria”(juízos de primeiro grau), o juízo de direito criminal da Comarca de Curitiba(PR) será o competente para apreciar e julgar a ação criminal em espécie.
CÓDIGO PENAL
Art. 78 – Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas as seguintes regras:
( . . . )
II – no concurso de jurisdições da mesma categoria:
a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena mais grave. 
 				Convém ressaltar, a propósito, o magistério de Guilherme de Souza Nucci:
“21. Foro onde foi cometida a infração mais grave: tendo em vista que o primeiro critério de escolha é o referente ao lugar da infração, pé possível que existam dois delitos sendo apurados em foros diferentes, tendo em vista que as infrações originaram-se em locais diversos – como exemplo mencionado na nota 20 (furto e receptação). Assim, elege-se qual é o mais grave deles para a escolha do foro prevalente: se for um furto qualificado e uma receptação simples, fixa-se o foro do furto ( pena mais grave) coo competente. “ (NUCCI, Guilherme de Souza. Código de Processo Penal Comentado. 12ª Ed. São Paulo: RT, 2013, p. 252)			
				Neste sentido:
PROCESSUAL PENAL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. ARTS. 304, DO CÓDIGO PENAL E 46, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI N. 9.605/98. CONCURSO DE JURISDIÇÕES DE MESMA CATEGORIA. COMPETÊNCIA FIXADA PELO LOCAL DA CONSUMAÇÃO DO CRIME DE USO DE DOCUMENTO FALSO. ART. 78, II, A, DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. COMPETÊNCIA DE UMA DAS VARAS DO JUÍZO FEDERAL COMUM DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE PALMAS/TO. 
1. O termo circunstanciado em apreço aponta a suposta prática do crime de uso de documento falso (atpf), previsto no art. 304, do Código Penal, bem como o cometimento dos delitos de transporte e venda ilegal de madeira, tipificados no parágrafo único do art. 46, da Lei nº 9.605/98. 
2. Em se tratando de concurso de jurisdições de mesma categoria, e cominando o crime de uso de documento falso, previsto no art. 304, do Código Penal, a pena mais grave, em relação ao delito do art. 46, parágrafo único, da Lei nº 9.605/1998, resulta que a competência para o processamento da ação penal é fixada pelo local de consumação do crime de uso de documento falso, por aplicação do art. 78, II, a, do código de processo penal. 
3. O crime de uso de documento falso teria, em tese, sido consumado no município de guaraí/to, a teor do que se depreende do documento de fl. 07 e informação lançada pelo MM. Juiz de direito da Vara Criminal da Comarca de guaraí-to, no sentido de que verifica-se que foi utilizado documento falso perante agentes da polícia rodoviária federal, quando em patrulhamento ostensivo na br-153, nesta cidade (fl. 48). 
4. Conflito de competência conhecido, para declarar competente o MM. Juízo federal comum da seção judiciária de palmas/tocantins. (TRF 1ª R. - CC 0018235-30.2012.4.01.0000; Segunda Seção; Relª Juíza Fed. Conv. Rosimayre Gonçalves de Carvalho; DJF1 09/04/2013; Pág. 10)
	
	
HABEAS CORPUS. ROUBO MAJORADO E RECEPTAÇÃO QUALIFICADA. INCOMPETÊNCIA DA AUTORIDADE COATORA PARA PROCESSAR E JULGAR A AÇÃO PENAL. CONCURSO DE JURISDIÇÕES DE MESMA CATEGORIA. COMPETÊNCIA DO JUÍZO ONDE FOI PRATICADA A INFRAÇÃO PENAL COM PENA ABSTRATA MAIS GRAVOSA. 
1. Admite-se a impetração de habeas corpus, com o propósito de se impugnar decisão, prolatada pelo juízo singular, que conclui pela sua competência para processar e julgar ação penal. Inadmitir o manejo do writ para suscitar a matéria resultaria na total impossibilidade de impugnar essa deliberação, na medida em que o recurso em sentido estrito só é cabível quando se tratar de deliberação que conclui pela incompetência do juízo (art. 581, II e III, CPP). 
2. Eventual conflito de jurisdição (de mesma categoria), advindo da prática de infrações penais em unidades jurisdicionais distintas, é resolvido em favor do juízo onde foi praticado o delito com pena abstrata mais gravosa, conforme determina o artigo 78, inciso II, alínea 'a', do código de processo penal. Ordem denegada. (TJGO - HC 401842-07.2012.8.09.0000; Cachoeira Dourada; Rel. Des. Itaney Francisco Campos; DJGO 31/01/2013; Pág. 121)
	
			
PEDIDOS.
				Posto isso, vem o Excipiente requerer que Vossa Excelência se digne de:
a) pede o recebimento
da presente, sendo a mesma autuada em apartado(CPP, art. 111), com a oitiva do Ministério Público(CPP, art. 108, § 1º), sendo julgada PROCEDENTE esta Exceção de Incompetência, e, empós disto, sejam os autos remetidos a:
( i ) a uma das varas criminais da Comarca de Curitiba/PR, ex vi do que rege o art. 78, inc. II, “a” do Código de Processo Penal.
b) requer, mais, que Vossa Excelência ordene que o(a) Sr(a) Diretor de Secretaria certifique, nos autos principais(proc. nº. 11111-22.2010.3.44.5555/0), a impetração deste incidente processual;
 Respeitosamente, pede deferimento.
 Itu (SP), 00 de abril de 0000.
 Fulano(a) de Tal 
		 	 Advogado(a)
excecao_pre-executividade_execucao_juizado_especial_bem_familia_PN831.docx
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 00ª UNIDADE DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA CIDADE
Ação de Execução de Título Judicia 
Processo nº. 445577-99.2017.10.07.0001
Excipiente: Mario das Quantas 
Excepto: Condomínio Residencial Flores 
				JOAQUIM DE TAL, viúvo, aposentado, residente e domiciliado na Rua Delta, nº. 000, apto. 201, nesta Capital, – CEP .55.444-333, inscrito no CPF (MF) sob o nº. 111.222.333-44, ora intermediado por seu procurador ao final firmado – instrumento procuratório acostado –, esse com endereço eletrônico e profissional inserto na referida procuração, o qual indica-o para as intimações que se fizerem necessárias, vem, com o devido respeito a Vossa Excelência, com suporte no art. 52, caput, da Lei dos Juizados Especiais c/c art. 833, inc. I, do CPC e art. 1º da Lei 8.009/90, ofertar a presente
EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE,
em razão das justificativas de direitos e de fato, abaixo evidenciadas.
I – CONSIDERAÇÕES INICIAIS
1.1. Cabimento deste pleito perante este juízo 
 				Antes de tudo, de toda prudência que revelemos considerações acerca da pertinência processual do presente pleito, máxime em sede de demandas executivas que tramitam perante unidades do Juizados Especiais.
 				Primeiramente, impende transcrever o magistério de Felippe Borring, quando, manifestando-se acerca da pertinência da exceção de pré-executividade afirma, ad litteram:
					
“Em linhas gerais, a exceção de pré-executividade, cuja elaboração doutrinária é atribuída a Pontes de Miranda, representa uma via de impugnação incidental e atípica ao direito de ação do credor dentro da execução. Assim, tendo em vista os escopos da Lei, não vislumbramos obstáculos à sua utilização nos Juizados Especiais, sempre em hipóteses excepcionais, onde ficar demonstrado evidente equívoco no manejo da execução pelo credor. Necessário frisar que a exceção de pré-executividade somente é cabível quando discutir questão de ordem pública que prescinda de dilação probatória. ” (ROCHA, Felippe Borring. Manual dos Juizados Especiais Cíveis Estaduais [livro eletrônico]. 8ª Ed. São Paulo: Atlas, 04/2016. Epub. ISBN 978-85-97-00705-3)
 				A corroborar o exposto acima, insta transcrever o entendimento do renomado Humberto Theodoro Júnior, verbo ad verbum:
Não apenas por meio dos embargos o devedor pode atacar a execução forçada. Quando se trata de acusar a falta de condições da ação de execução, ou a ausência de algum pressuposto processual, a arguição pode se dar por meio de simples petição nos próprios autos do processo executivo.
A esse incidente Pontes de Miranda deu o nome de “exceção de pré-executividade”. Atualmente, a doutrina tem preferido o nomen iuris de “objeção de pré-executividade”.
Explica Cândido Dinamarco que o mito de ser os embargos à execução o único remédio à disposição do devedor para se defender contra o processo executivo já não vigora mais, principalmente quando a objeção a ser feita ao cabimento da execução tenha como fundamento matéria que ao juiz incumba conhecer e decidir de ofício. Essa matéria, sendo de ordem pública, não pode ter sua apreciação condicionada à ação incidental de embargos.
Entre os casos que podem ser cogitados na exceção de pré-executividade figuram todos aqueles que impedem a configuração do título executivo ou que o privam da força executiva, como, por exemplo, as questões ligadas à falta de liquidez ou exigibilidade da obrigação, ou ainda à inadequação do meio escolhido para obter a tutela jurisdicional executiva.
Está assente na doutrina e jurisprudência atuais a possibilidade de o devedor usar da exceção de pré-executividade, independentemente de penhora ou depósito da coisa e sem sujeição ao procedimento dos embargos, sempre que sua defesa se referir a matéria de ordem pública e ligada às condições da ação executiva e seus pressupostos processuais. “ (THEODORO Jr., Humberto. Curso de Direito Processual Civil [livro eletrônico]. 47ª Ed. Rio de Janeiro: Forense, 11/2015, Vol. III. Epub. ISBN 978-85-309-6825-0)
		 		Com efeito, é ancilar o entendimento jurisprudencial:
RECURSO INOMINADO. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. 
Alegação de ilegitimidade passiva dos sócios da empresa. Possibilidade de discutir a matéria pela via eleita. Ausente relação de consumo. Inaplicabilidade do art. 28, § 5º, do CDC. Aplicação do art. 50 do CC. Excipiente que alega que a empresa ainda está em atividade. Ausente prova nesse sentido. Empresa de transportes que deveria ter, pelo menos, veículos. Sócios que possuem outras sociedades de transporte. Indícios de desvio de patrimônio. Decisão que rejeitou a exceção mantida, mas por fundamentos diversos. Recurso desprovido. (TJRS; RCív 0014925-49.2016.8.21.9000; Passo Fundo; Quarta Turma Recursal Cível; Rel. Des. Luis Antonio Behrensdorf Gomes da Silva; Julg. 16/12/2016; DJERS 23/01/2017)
	
RECURSO INOMINADO. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. TELEFONIA. ALEGAÇÃO DE FALHA NA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS. REVOGAÇÃO DA ANTECIPAÇÃO DA TUTELA POR ACORDÃO. AUSÊNCIA DE DESCUMPRIMENTO DE ORDEM JUDICIAL. EFEITOS EX TUNC. 
O autor alegou falha na prestação do serviço de telefonia, justificando impossibilidade de realizar ou receber chamadas. Houve deferimento da antecipação da tutela no sentido de determinar o restabelecimento da linha e a proibição de inclusão nos cadastros negativos pelo débito. Sobreveio decisão desta 2ª turma recursal cível, mantendo a liminar tão somente quanto à determinação de restabelecimento do serviço. Em execução, o recorrente noticiou o descumprimento da antecipação da tutela anteriormente deferida, pois foi incluído no órgão de proteção ao crédito. Postulou o pagamento da multa correspondente a tal descumprimento. A revogação superveniente da tutela antecipada pelo acórdão proferido pela turma recursal opera efeitos retroativos (ex tunc) dada a natureza precária da decisão antecipatória. Assim, não há sustentação para o pedido executório da multa pelo descumprimento da determinação, uma vez que arbitrada em tutela provisória, submetendo-se ao resultado final da ação na qual foi concedida. Nada impede que, em ação própria, o exequente venha a discutir a legalidade da inscrição determinada. Sentença que acolheu a exceção de pré-executividade, declarando nula e extinta a fase de cumprimento de sentença que vai mantida. Recurso desprovido. (TJRS; RecCv 0019824-90.2016.8.21.9000; Vera Cruz; Segunda Turma Recursal Cível; Relª Desª Ana Cláudia Cachapuz Silva Raabe; Julg. 29/06/2016; DJERS 05/07/2016)
II – QUADRO FÁTICO
 				A presente Exceção de Pré-Executividade tem por objetivo afastar a constrição de imóvel residencial, objeto da matrícula nº. 002233 do Cartório de Registro de Imóveis da Cidade (PP). 
 				Na hipótese, o Excipiente se apresenta como possuidor e titular direto do mesmo. Comprova-se por meio de faturas de cobrança de luz, água e telefone. De mais a mais, vê-se que, todas, contêm diferentes datas e períodos, compreendendo os anos de 0000 a 1111, em sua totalidade enviadas
ao endereço do imóvel penhorado. (docs. 01/36) 
 				
				Nesse diapasão, comprova-se, mediante certidões cartorárias, que o bem penhorado é o único imóvel que lhe pertence (docs. 37/44). E isso, igualmente, constata-se de suas Declarações de Imposto de Renda, dos últimos cinco (5) anos. (docs. 45/50) 
 				Nesse passo, inconfundível que houvera penhora de bem de família. Por esse motivo, há de ser declarada nula, máxime por afronta ao art. 833, inc. I, do CPC e art. 1º, da Lei 8.099/90. 
III – NULIDADE ABSOLUTA DA PENHORA
 		 		Com efeito, encontra-se sobejamente demonstrado que o imóvel, penhorado, é o único de propriedade do Executado. Noutro giro, serve como utilidade pela entidade familiar, de moradia permanente, nos exatos termos da Lei nº. 8.009/90(art. 1º). 
 				Dado isso, deve ser reconhecida sua impenhorabilidade, porque se mostra como bem de família. 
Lei nº. 8.009/90
Art. 1º - O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses previstas nesta Lei.
	
			 		
 				Nesse compasso, essa norma, de caráter cogente, define que, mesmo diante de crédito de natureza existencial, como ocorre com o crédito trabalhista, há óbice à constrição. Em seu âmago, veem-se valores de igual ou maior magnitude, como a proteção constitucional à casa, abrigo inviolável do cidadão, espaço de proteção à família. Esse diploma legal, com dito, trata de proteger valores sociais, como aqueles aludidos ao direito à moradia e à manutenção da unidade familiar. (CF/88, arts. 6º e art. 226 e parágrafos)
 				Revele-se, ainda, tocante à tempestividade, que o Excipiente, antes do ocorrido processual, não tivera qualquer conhecimento da restrição judicial. 
 	Com esse enfoque, reza a Legislação Adjetiva Civil que:
Art. 833. São impenhoráveis:
I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução;
		
 		Deveras, sem qualquer esforço se nota que, em conta desse dispositivo, a constrição é incapaz de produzir qualquer efeito.
	 	Nesse diapasão, é altamente ilustrativo transcrever os seguintes arestos: 
APELAÇÃO CÍVEL. EMBARGOS DE TERCEIRO. SENTENÇA EXTRA PETITA. CAUSA DE PEDIR PRÓXIMA (FATO) NÃO MENCIONADA NA PETIÇÃO INICIAL. NULIDADE DA SENTENÇA. JULGAMENTO DO MÉRITO PELO TRIBUNAL. CPC, ART. 1.013, §3º, II. INADEQUAÇÃO DA OPOSIÇÃO DOS EMBARGOS DE TERCEIRO. INEXISTÊNCIA. PENHORA DE IMÓVEL. BEM DE FAMÍLIA. PROTEÇÃO LEGAL. PEDIDO JULGADO PROCEDENTE. 
1. - O princípio da adstrição, previsto no art. 141 do CPC/2015 e no art. 128 do CPC/1973, impõe ao julgador a vinculação não apenas em relação ao objeto da demanda (pedido), mas também em relação à causa petendi próxima (fatos). Precedente: STJ, AGRG no AREsp 789.117/RJ, Rel. Ministra Assusete Magalhães, Segunda Turma, julgado em 03-03-2016, DJe 16-03-2016. Deve, pois, ser decretada a nulidade da sentença proferida com base em causa de pedir próxima (fatos) não mencionada na petição inicial, situação que configura error in procedendo (julgamento extra causa petendi). 2. - No caso, o ilustre Juiz de Direito recusou procedência ao argumento da impenhorabilidade mas acolheu os Embargos de Terceiro para excluir da constrição apenas a metade do imóvel, que pertence à Embargante, porque não figura no processo/fase de execução, passando a edificação a constituir um condomínio entre o credor e a esposa meeira, com as consequências legais, fatos esses que não foram mencionados na petição inicial. 3. - Decretada a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da causa de pedir, o Tribunal deve decidir desde logo o mérito, se o processo estiver em condições de imediato julgamento (CPC, art. 1.013, § 3º, II). 4. - Orienta a jurisprudência do colendo Superior Tribunal de Justiça que a intimação do cônjuge enseja-lhe a utilização tanto da via dos embargos à execução, por meio dos quais se admite a discussão da própria causa debendi e a defesa do patrimônio como um todo, como da via dos embargos de terceiro, para defesa de sua meação e que Entre os dois instrumentos processuais, desde que respeitado o prazo próprio para oposição, aplica-se a fungibilidade, garantindo a instrumentalização do procedimento na concretização do direito material resguardado. (RESP 1522093/MS, Rel. Ministro Marco Aurélio Bellizze, Terceira Turma, julgado em 17-11-2015, DJe 26-11-2015). 5. - Restou comprovado pelos documentos bem como pelas testemunhas ouvidas, em que pese não terem prestado compromisso em razão da relação de amizade existente com a embargante, mas, por serem as pessoas que conhecem a embargante há anos, informaram que o imóvel penhorado é o local onde a embargante reside e que ela não possui nenhum outro imóvel. 6. - Mesmo na hipótese de a embargante e seu esposo serem proprietários de outro imóvel, restou demonstrado nos autos que o imóvel penhorado é utilizado pela embargante e por sua família como moradia há pelo menos 40 (quarenta) anos, devendo se reconhecer a incidência da proteção lançada pela Lei n. 8.009/1990, pois a existência de outros bens em nome do devedor não afasta a proteção legal sobre o bem utilizado como moradia. 7. - Pedido julgado procedente. (TJES; APL 0026434-38.2012.8.08.0024; Relª Desª Subst. Maria do Céu Pitanga de Andrade; Julg. 29/11/2016; DJES 27/01/2017)
	
APELAÇÃO CÍVEL. INCIDENTE DE IMPENHORABILIDADE. BEM DE FAMÍLIA. IMÓVEL RURAL SENTENÇA MANTIDA. 
Considera-se bem de família um único imóvel utilizado pelo casal ou pela entidade familiar para moradia permanente. No caso dos autos, o excipiente comprova que o imóvel objeto de penhora é utilizado como moradia e labor, portanto, logra êxito em comprovar os requisitos da impenhorabilidade do bem de família mencionados pela Lei nº 8.009/90. - Nos moldes do que dispõe o art. 833 do CPC, é impenhorável a pequena propriedade rural, desde que trabalhada pela família, hipótese comprovada nos autos. - Parte excipiente que comprova o encargo probatório que lhe competia, a luz do que determina o art. 373, inciso I, do CPC, de modo que cabia à parte excepta a demonstração de fatos que pudessem impedir, modificar ou extinguir o direito inicial, o que não logrou ocorrer. Apelo desprovido. (TJRS; AC 0396047-94.2016.8.21.7000; Sobradinho; Décima Sétima Câmara Cível; Rel. Des. Gelson Rolim Stocker; Julg. 15/12/2016; DJERS 23/01/2017)	
AGRAVO DE INSTRUMENTO. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. FRAUDE À EXECUÇÃO. NÃO CONFIGURAÇÃO. MERA SUBSTITUIÇÃO PATRIMONIAL. IMÓVEL DE PROPRIEDADE DO DEVEDOR. INEXISTÊNCIA DE OUTROS BENS. COMPROVAÇÃO. CERTIDÕES NEGATIVAS IMOBILIÁRIAS. IMPENHORABILIDADE. BEM DE FAMÍLIA. 
1. Improcede a alegação de fraude à execução, quando se verifica que, muito embora o imóvel do devedor tenha sido alienado no curso do feito executivo, o resultado da venda foi integralmente utilizado na aquisição de outro imóvel de valor aproximado, havendo, nesse caso, mera substituição patrimonial. 2. Restando demonstrado, por meio da juntada de certidões negativas imobiliárias, que a casa em que reside o devedor é o único imóvel de sua propriedade, recai sobre ele a impenhorabilidade própria dos bens de família, nos termos da Lei nº 8.009/90. 3. Agravo conhecido e provido. (TJDF; AGI 2016.00.2.007223-0; Ac. 953.405; Terceira Turma Cível; Relª Desª Ana Cantarino; Julg. 06/07/2016; DJDFTE 14/07/2016)
EMBARGOS DE TERCEIRO JULGADOS PARCIALMENTE PROCEDENTES. Reconhecimento de impenhorabilidade por se tratar de bem de família. Desconstituição da penhora. Pedido acolhido. Retificação para constar que a ação julgada procedente. Sucumbência que deve ficar integralmente a cargo da ré. Aplicação do artigo 20, parágrafo 4º, do CPC. Recurso provido. (TJSP; APL 4006608-35.2013.8.26.0019; Ac. 9558547; Americana; Décima Sexta
Câmara de Direito Privado; Rel. Des. Miguel Petroni Neto; Julg. 21/06/2016; DJESP 14/07/2016)
APELAÇÃO CÍVEL. EMBARGOS À EXECUÇÃO. CONTRATO DE FINANCIAMENTO DE IMÓVEL. PENHORA INCIDENTE SOBRE IMÓVEL DIVERSO DAQUELE CONSTANTE DA AVENÇA. IMPOSSIBILIDADE. EXCEÇÃO DO ART. 3º, INCISO II, DA LEI Nº 8.009/90 QUE SOMENTE ALCANÇA IMÓVEL OBJETO DO FINANCIAMENTO DESTINADO À SUA CONSTRUÇÃO OU AQUISIÇÃO. MANUTENÇÃO DA PROTEÇÃO CONSTANTE DO ART. 1º, DA REFERIDA LEI. APELO PROVIDO. 
I. A exceção legal à impenhorabilidade ao bem de família, constante do art. 3º, inciso II, da Lei nº 8.009/90, somente alcança o imóvel objeto do financiamento destinado à sua construção ou aquisição. II. Verificado que o imóvel penhorado com amparo na exceção prevista no art. 3º, inciso II, da Lei nº 8.009/90, não é o mesmo constante do contrato de financiamento executado, permanece hígida a proteção legal constante do art. 1º, do mesmo diploma legal, que assegura a impenhorabilidade do bem de família. III. Apelo provido para julgar procedentes os embargos à execução e determinar a liberação da constrição incidente sobre o bem de família. (TJBA; AP 0393113-97.2012.8.05.0001; Salvador; Quarta Câmara cível; Relª Desª Gardenia Pereira Duarte; Julg. 05/07/2016; DJBA 11/07/2016; Pág. 312)
III – EM ARREMATE 
		
 			Ex positis, o Excipiente, alicerçado na fundamentação imersa nesta peça, solicita que Vossa Excelência se digne de tomar as seguintes providências:
( a ) intimar o Excepto para, em quinze dias, manifestar-se acerca da presente Exceção de pré-executividade (CPC, art. 9º, caput); 
( b ) haja visto que a matéria debatida é de ordem pública, podendo, por isso, ser apreciada de ofício pelo Judiciário; diante da prova sobejamente pré-constituída, colhida aos autos; pede o Excipiente que Vossa Excelência se digne de conhecer da nulidade absoluta. Com isso, seja determinado o levantamento da penhora, incidente sobre o imóvel alvo da anotação junto ao Cartório de Registro de Imóveis da 00ª Zona de Cidade (PP), sob a matrícula nº 002233, aludida nesta peça processual, e, via reflexa, tornando sem efeito a constrição.
	
Respeitosamente, pede deferimento.
Cidade (PP), 00 de fevereiro de 0000.
				
modelo_517_site_recurso_sentido_estrito_apelacao_intempestividade_intimacao_PN188.doc
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 00ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE PARANAVAÍ - PR.
Ação Penal 
Proc. nº. 5555.33.2222.5.06.4444
Autor: Ministério Público Estadual
Acusado: Pedro das Quantas 
				
 				PEDRO DAS QUANTAS ( “Recorrente” ), já devidamente qualificado nos autos da presente ação penal, vem, com o devido respeito à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu patrono que ora assina, alicerçado no art. 581, inc. XV, da Legislação Adjetiva Penal, interpor, tempestivamente (CPP, art. 586, caput), o presente 
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, 
em razão da decisão que demora às fls. 203/204 do processo em espécie, a qual não conheceu do recurso de apelação criminal em razão de pretensa intempestividade, onde, por tais motivos, apresenta as Razões do recurso ora acostadas.
		
 			Dessa sorte, com a oitiva do Ministério Público Estadual, requer-se que Vossa Excelência reavalie a decisão ora combatida, antes da eventual remessa deste recurso à Instância Superior. (CPP, art. 589, caput) Sucessivamente, espera-se seja o presente recurso conhecido e admitido, com a consequente remessa do mesmo ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Paraná. 
 				 		 Respeitosamente, pede deferimento.
				 Curitiba (PR), 00 de outubro de 0000.			
		
 Beltrano de tal
 Advogado – OAB/PR 112233
�
							
RAZÕES DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
Recorrente: Pedro das Quantas 
Recorrido: Ministério Público Estadual 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ 
COLENDA TURMA JULGADORA
PRECLAROS DESEMBARGADORES 
1 – SÍNTESE DO PROCESSADO 
 			
	 		O Recorrente, por meio do pertinente Recurso de Apelação Criminal, se insurgiu contra a sentença que dormita às fls. 428/435, a qual julgou procedente a denúncia aviada pelo Ministério Público e condenou aquele como incurso nas sanções do art. 180, § 1º c/c art. 288, caput, do Código Penal. Todavia, o aludido recurso não fora acolhido pelo d. Magistrado processante, tendo em conta, no seu entender, que o mesmo era intempestivo, o que motivou a interposição do presente. 
 		Urge salientar que o patrono do Recorrente fora intimado dessa decisão em 33/22/0000, uma sexta-feira. O Recurso de Apelação em comento fora interposto no último dia do prazo (CPP, art. 586), ou seja, no quinquídio legal (CPP, art. 593), mais precisamente no dia 22/33/0000. Desse modo, o termo inicial da contagem do prazo deve ser, à luz do CPP, na segunda-feira. 
			O Magistrado a quo, todavia, entendeu, com supedâneo no art. 798 do Código de Processo Penal, que o prazo correu em Cartório e esse se iniciou com a intimação do patrono do Recorrente – sendo o causídico o último a ser intimado --, isso é, na sexta-feira, tendo, por esse modo, intempestivo o Recurso de Apelação Criminal manejado. 
 				Certamente a decisão em liça merece reparos, maiormente quando, nesta ocasião, o operoso magistrado não agiu com o costumeiro certo. 
HOC IPSUM EST 
 
2 - NO MÉRITO 
Da tempestividade do Recurso de Apelação 
				Não há que se falar em intempestividade do Recurso de Apelação, como assim entendeu o Magistrado a quo. 
 				Para melhor compreensão do âmago do presente recurso, vejamos a essência da decisão guerreada:
Nos termos do art. 593 do Código de Processo Penal, o prazo para interposição de recurso de apelação contra sentença condenatória é de 05 (cinco) dias, a partir da última intimação, seja do acusado ou de seu defensor.
Em processo penal, por disposição expressa do art. 798, § 5º, “a”, do Código de Processo Penal, os prazos correm da intimação, onde, por conta disto, tenho por intempestiva a apelação, uma vez que interposta em 22/33/0000.
 				O Recurso em Sentido Estrito deve ser tido por tempestivo, uma vez que aviado com início da contagem do prazo a partir do primeiro dia útil, contando-se da intimação do patrono do Testemunhante.
 				Em verdade, não se deve confundir a início do prazo com o início da contagem do prazo, que é, data venia, o equívoco praticado pelo d. Magistrado de primeiro grau. 
				A corroborar o exposto acima, insta transcrever as lições de Ada Pellegrini Grinover:
“ 	A regra do art. 798 do CPP diz respeito ao início do prazo. Este, no entanto, não se confunde com o início da contagem do prazo. O ponto inicial do prazo é aquele em que foi feita a intimação; a contagem, que é outra coisa, obedecerá a regras diversas. Assim, a teor do art. 798, § 1º, CPP, não se computa, no prazo, o dia do começo, mas se conta o do vencimento (regra do início da contagem do prazo). 
( . . . )
 	Assim, no caso de intimação na sexta-feira, este dia será o do início do prazo; mas a contagem do prazo só se iniciará na segunda-feira se for dia útil. Tratando-se de um prazo de cinco dias, a contagem, iniciada na segunda, vencer-se-á na sexta-feira. “(GRINOVER, Ada Pellegrini; GOMES FILHO, Antônio Magalhães; FERNANDES, Antônio Scarance. Recursos em Processo Penal. 7ª Ed. São Paulo: RT, 2011. Págs. 86-87)
 		
 				Nesse contexto, urge trazer à baila as respeitáveis ementas abaixo:
APELAÇÃO CRIMINAL. LESÃO CORPORAL LEVE. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. SENTENÇA CONDENATÓRIA. EXISTÊNCIA DE DUPLA INTIMAÇÃO (ADVOGADO E RÉU). INÍCIO DO PRAZO SOMENTE APÓS O ÚLTIMO ATO DE COMUNICAÇÃO PROCESSUAL. INTIMAÇÃO EM DIA DE SÁBADO. CIÊNCIA NO PRIMEIRO DIA ÚTIL.
TEMPESTIVIDADE DO RECURSO. PRESCINDIBILIDADE DA APRESENTAÇÃO DE RAZÕES RECURSAIS PELO ADVOGADO DEVIDAMENTE INTIMADO PARA TAL FINALIDADE. CONHECIMENTO DO APELO. MATERIALIDADE E AUTORIA DELITIVAS COMPROVADAS. MANUTENÇÃO DA CONDENAÇÃO. AUSÊNCIA DE DESPROPORCIONALIDADE DA PENA-BASE. MOTIVO FÚTIL AFASTADO. SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA. APELO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. 
1. Havendo dupla intimação. Defensor e réu. Da sentença penal condenatória, o prazo recursal somente se inicia após o último ato de comunicação processual. Precedente do TJPI. A intimação pessoal do réu em dia de sábado, posterga sua ciência para o primeiro dia útil subsequente, no caso a segunda-feira, iniciando a contagem o prazo do dia seguinte, ou seja, na terça-feira. Inteligência do art. 798, § 1º, do CPP. Apelo tempestivo. 2. A ausência de razões do recurso de apelação, interposto por defensor constituído, não impede o seu conhecimento, impondo ao órgão julgador o exame de todas as argumentações e provas despendidas até a sentença. Somente há nulidade quando o advogado do réu não é intimado para oferecer razões recursais. Se, devidamente intimado, não apresenta razões, nada impede que o recurso seja julgado sem elas. Precedente deste tribunal. 3. A versão do réu de que apenas teria retirado sua ex-esposa de dentro do veículo e se defendido de agressões desferidas por ela não se coaduna com as lesões sofridas pela vítima, notadamente a equimose traumática na região orbitária (olho roxo). 4. Ainda que a vítima tenha provocado a discussão, recusando-se a sair do veículo, não há indícios de que ela tenha iniciado as agressões. 5. Conforme precedentes deste tribunal, somente se mostra prudente a modificação da pena-base fixada pelo magistrado de origem quando manifesta a desproporcionalidade entre a reprimenda imposta e as circunstâncias judiciais negativas, o que não é o caso dos autos. 6. O motivo pelo qual o acusado praticou as lesões teve, de certo modo, contribuição da vítima, que se recusou a descer do veículo, desafiando o acusado. Ao tentar retirar sua ex-esposa do veículo, as mútuas agressões resultam em lesões na vítima. Embora não esteja caracterizada a legítima defesa, em razão do uso imoderado da força, também não está configurado o motivo fútil, que exige a insignificância do motivo e manifesta desproporcionalidade da conduta. Agravante do motivo fútil afastada. 7. A violência ou grave ameaça contra a pessoa não impede a suspensão condicional da pena. Aliás, o art. 77, III, do CP estabelece como requisito para o sursis da pena não ser indicada ou cabível a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos. 8. Apelo conhecido e parcialmente provido para afastar a agravante do motivo fútil, tornando definitiva a pena de 6 (seis) meses de detenção, e determinar a suspensão condicional a pena pelo período de 2 (dois) anos mediante as condições previstas no art. 78, § 2º, do código penal. (TJPI; ACr 2014.0001.007685-4; Segunda Câmara Especializada Criminal; Rel. Des. Erivan Lopes; DJPI 19/08/2015; Pág. 12)
PENAL. PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. SENTENÇA PENAL CONDENATÓRIA TRANSITADA EM JULGADO. MANDAMUS SUBSTITUTO DE REVISÃO CRIMINAL. INCOGNOSCIBILIDADE. IMPROPRIEDADE DA VIA ELEITA. PRECEDENTES DESTA CORTE. ILEGALIDADE MANIFESTA. RECURSO APELATÓRIO TEMPESTIVO. ANULAÇÃO DA CERTIDÃO DE TRÂNSITO EM JULGADO. LIMINAR DEFERIDA. RECOLHIMENTO DA CARTA DE GUIA E RELAXAMENTO DA PRISÃO DO PACIENTE. NULIDADE RECONHECIDA EX­OFFICIO. ORDEM NÃO CONHECIDA. CONCESSÃO EX­OFFICIO. CONFIRMAÇÃO DA DECISÃO LIMINAR. 
1. Impetração ajuizada em favor de paciente, que após o devido processo legal, restou condenado, interpôs recurso apelatório que lhe foi negado o seguimento a pretexto de intempestividade, disso decorrendo o trânsito em julgado da sentença penal, consequente expedição da carta de guia, para o inicio do processo de execução penal. 2. Dos autos se colhe que a impetração está sendo manejada como substituta de revisão criminal, situação que impossibilita o seu conhecimento, conforme entendimento sedimentado no STF, STJ, como também, desta Corte, Alencarina. 3. " (...) É imperiosa a necessidade de racionalização do habeas corpus, a bem de se prestigiar a lógica do sistema recursal. As hipóteses de cabimento do writ são restritas, não se admitindo que o remédio constitucional seja utilizado em substituição a recursos ordinários (apelação, agravo em execução, Recurso Especial), tampouco como sucedâneo de revisão criminal. (...)". 4. Todavia, é de se reconhecer que a inadequação da via escolhida, não desobriga esta Corte de, ex officio, procurar sanar manifesta ilegalidade que importe no cerceamento do direito de ir e vir do paciente. 5. Mirando os olhos na documentação colacionada, delas observo que houve um equívoco na contagem do prazo para a apresentação e recebimento do apelo da defesa, ocasionada principalmente por sucessivas portarias, tanto da lavra da Presidência do TJCE, com como do Diretor do Fórum da Comarca de Lavras da Mangabeira/CE, que interromperam o expediente forense, por ocasião dos jogos da última copa do mundo de futebol. 6. Os autos revelam que o advogado do paciente foi intimado da sentença em 27/05/2014 e o réu em 24/06/2014, daí que a contagem do prazo iniciou­se a partir da intimação deste último, ou seja, em 25/06/2014. 7. Ocorre que o expediente forense da Comarca de Lavras da Mangabeira foi suspenso nos dias 25, 26 e 27 de junho de 2014 (Portaria nº 14/2014, subscrita pelo Diretor do Fórum), transportando o início da contagem para o dia 30/06, já que 28 e 29 era sábado e domingo. Destarte, o quinquídio, deve ser contado da seguinte forma: 30/06 e 01,02, 03 e 04/07. Exegese do art. 798 caput e § 1º do CPP. Todavia, no dia assinalado para o término do prazo de interposição, qual seja, 04/07 (sexta feira), houve jogo do Mundial de Futebol entre as Seleções do Brasil e Colômbia, fato que novamente interrompeu a contagem do lapso recursal, prorrogado, assim, para o dia 07/07/2014, isso, por força da previsão do arts. 3º e 5º da Portaria de nº 1215/2014 da Presidência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará. 8. A apelação foi ajuizada em 07/07/2014, portanto tempestiva. Nulidade da certidão de trânsito em julgado; recebimento e processamento da apelação e soltura do paciente. 9. Ordem não conhecida, porém, concedida ex­officio, confirmando destarte, a decisão liminar. (TJCE; HC 0626982­72.2014.8.06.0000; Primeira Câmara Criminal; Rel. Des. Francisco Pedrosa Teixeira; DJCE 29/01/2015; Pág. 61)
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. 
Decisão que considera intempestivo recurso de apelação interposto. Prazo do artigo 593, caput combinado com o § 5º do artigo 798, ambos do código de processo penal. Réu ainda não intimado da sentença condenatória. Início do prazo recursal que se dá somente após a realização do último ato intimatório, seja ele da defesa ou do réu. Apelação tempestiva. Necessidade de intimar o réu da sentença. Recurso conhecido e provido. (TJPR; RecSenEst 1342368-4; Iporã; Segunda Câmara Criminal; Rel. Des. José Carlos Dalacqua; Julg. 23/04/2015; DJPR 18/05/2015; Pág. 576)
				Ex positis, exsurge como cristalina a tempestividade do recurso antes interposto.
		
4 - EM CONCLUSÃO 
				Espera-se o recebimento deste RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, porquanto tempestivo e pertinente à hipótese em vertente, onde aguarda-se seja dado provimento e, por conseguinte, seja determinado o processamento do Recurso de Apelação em espécie.
 
 Respeitosamente, pede deferimento.
 Curitiba (PR), 00 de outubro de 0000.
 Fulano(a) de Tal 
		 	 Advogado(a) OAB (PR) 112233	
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ILUSTRÍSSIMO SENHOR DOUTOR DELEGADO DE POLÍCIA DO 00º DISTRITO POLICIAL DE BELO HORIZONTE(MG)
( CPP, art. 4º c/c art. 70)
MARIA DAS QUANTAS, brasileira, casada, maior, comerciária, residente e domiciliada na Rua Xista, nº. 000, Centro, Belo Horizonte(MG) inscrita no CPF(MF) sob o nº. 222.333.444-55, poussidora do RG nº. 778899 – SSP/MG, vem, na qualidade de ofendida, com o devido respeito a Vossa Senhoria, no presente propósito intermediada por seu patrono que ao final assina, ofertar, dentro do prazo decadencial (CP, art. 103 c/c art. CPP, art. 38, caput), com supedâneo no art. 5º, inc. II, da Legislação Adjetiva Penal, art. 147, parágrafo único, do Estatuto Repressivo c/c art. 13, da Lei nº. 11.340/06( Lei Maria da Penha ) , a presente
REPRESENTAÇÃO CRIMINAL,
( DELATIO CRIMINIS )
em face de ato delituoso, praticado por FRANCISCO DAS QUANTAS, brasileiro, maior, casado, corretor de imóveis, residente e domiciliado Rua Xista, nº. 000, Centro, Belo Horizonte(MG), detentor do RG nº. 446677 – SSP/MG, inscrito no CPF(MF) sob o nº. 999.555.888-33(CPP, art. 5º, § 1º, ‘b’), em razão das justificativas de ordem fática e de direito abaixo delineadas:
(1) – ALÍGERAS CONSIDERAÇÕES FÁTICAS 
 				A Representante é casada com o Representado desde 22/33/4444(doc. 01), onde passaram a residir a partir de então no endereço supra evidenciado. 
 				Do enlace conjugal nasceu sua única filha, menor impúbere, de nome Bárbara.(doc. 02) 
 				O Representado trabalhou na empresa Fictício Empreendimentos Imobiliários Ltda, na qualidade Corretor de Imóveis. Na data de 55/77/8888 o mesmo fora demitido da referida empresa, sem justa causa. 
 				A partir de então, ou seja, com a demissão do Representado, os problemas familiares agravaram-se de forma insustentável. 
 				O senhor Francisco, alvo da presente, descontente e deprimido em razão de sua demissão mergulhou no alcoolismo. De uma pessoa pacata, compreensiva, bom pai, o vício o tranformou em um homem extremamente violento, sobretudo quando sob os efeitos do álcool. 
				As agressões, pois, tornaram-se rotina na vida do casal. 
				Foi então que, no dia 22/55/6666, por volta das 17:30h, no interior da residência do casal, situada na Rua Xista, nº. 000, Centro, Belo Horizonte(MG), o Representado chegou em casa no mais completo estado de engriaguez etílica e passou a ameçar a Representante, afirmando que iria ceifar-lhe a vida com uma faca. Neste momento a genitora da vítima, ora Representante, também encontrava-se presente e presenciou, inclusive, que o Representado apresentou a intenção, também, de agredi-la com socos, quando a segurou contra a parede da casa. 
 				Necessárias, pois, providências enérgicas e urgentes para extirpar a conduta do Representado, as quais ora apresentadas pela presente. 
	
 				Estes são, portanto, o relato dos fatos pertinentes à avaliação da conduta delituosa em estudo, convictamente praticada pelo Noticiado(CPP, art. 5º, § 1º, ‘b’).
(2) – TIPICIDADE DA CONDUTA DO NOTICIADO
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CARACTERIZADA 
LEI 11.340/06, ART. 5º, caput c/c art. 147, do CP
 				A conduta do Representado, ao promover agressões e ameaças à Representante(mulher) dentro do lar conjugal e junto à sua família, deu azo à caracterização de violência doméstica e familiar contra a mulher. 
Lei Maria da Penha ( Lei nº. 11.340/06)
Art. 5º - Para efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:
I – no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive esporadicamente agregadas; 
Art. 7º - São forma de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:
I – a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima ou lhe prejudique e pertube o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolagamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe causa prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação;
( destacamos )
 				Neste diapasão, temos que a conduta delituosa perpetrada pelo Representada, segundo o relato fático expresso no tópico anterior, tem alcance e merece ser apreciada à luz da Lei Maria da Penha e sob o manto desta Lei deverão ser apreciados os pedidos ora formulados. 
 				A propósito, vejamos as lições de Maria Berenice Dias quando professa que:
“ 		Mas há um fato que merece ser destacado: a violência doméstica normatizada pela Lei Maria da Penha não guarda correspondência com qualquer tipo penal previso no Código Penal. A Lei primeito identifica as ações que configuram violência doméstica ou familiar contra a mulher(art. 5º): qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial. Depois define espaços onde o agir configura violência doméstica(art. 5º, incs. I, II e III: no âmbito da unidade doméstica, da família e em qualquer relação de afeto. Finalmente, de modo didático e bastante minuciosa, são descritas as condutas que configuram violência física, psicológica, sexual, patrimonais e moral. “(DIAS, Maria Berenice. A Lei Maria da Penha na Justiça: a efetividade da Lei 11.340/2006 de combate à violência doméstica e familiar contra a mulher. 2ª Ed. São Paulo: RT, 2010. Pág. 53)
 				De outro turno, em consonância com os ditames do art. 13 da Lei Maria da Penha, as agressões e ameaças verbais sofridas pela Representante, sérias e que demonstram risco de vida da vítima, tem guarida no Estatuto Repressivo.
Código Penal
Art. 147 – Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mau injusto e grave:
Pena – detenção, de 1(um) a 6(seis) meses, ou multa.
			
				Delimitando considerações acerca do tipo penal supra mencionado, evidencimos as lições de Cleber Masson: 
“O núcleo do tipo é ‘ameaçar”, que significa intimidar, amedrontar alguém, mediante promessa de causar-lhe mal injusto e grave. Não é qualquer mal que caracteriza o delito, mas apenas o classificado como ‘injusto e grave’, que pode ser físico, econômico ou moral. 
Mal injusto é aquele que a vítima não está obrigada a suportar, podendo ser ilícito ou simplesmente imoral. Por sua vez, mal grave é o capaz de produzir ao ofendido um prejuízo relevante. Além disso, o mal deve ser sério, ou fundado, iminente e verossímil, ou seja, passível de realização. Em outras palavras, a ameaça há de ser séria e idônea à intimidação da pessoa contra quem é dirigida. “(MASSON, Cléberio Rogério. Direito Penal Esquematizado: parte especial. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Método, 2010. Págs. 219-220)
				Tal entendimento, de outro revés, é apoiado por diversos Tribunais, senão vejamos:
Crime de ameaça contra a mulher e contravenção penal denominada vias-de-fato. Impossibilidade de absolvição. Suspensão condicional do processo. Vedação. Assistência Judiciária Gratuita e custas judiciais. Isenção. Cabimento. 
- o bem jurídico tutelado pela Lei Penal no art. 147, do CP, é a liberdade da pessoa humana, notadamente no tocante à paz de espírito, ao sossego, à tranqüilidade e ao sentimento de segurança, bastando a possibilidade real de o acusado cumprir as ameaças de morte dispensadas à sua ex-esposa como fundamento para a sua segregação, sobretudo ante a disciplina protetiva da Lei Maria da penha, que visa a preservação da saúde mental e física da mulher. 
- consuma-se a contravenção penal denominada vias-de- fato com a violência contra a pessoa que não leva à produção de lesões corporais, ausente
a pretensão do agente de lesionar ou ofender a honra de alguém. 
- o art. 41 da Lei nº 11.340/06 veda a aplicação da Lei nº 9.099/95 aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, independentemente da pena prevista, não sendo possível a suspensão condicional do processo. 
- estando o réu assistido pela defensoria pública do estado de Minas Gerais, nos termos do art. 10, inciso II da Lei Estadual 14.939/03, deve ser isento do pagamento das custas processuais. (TJMG - APCR 0042668-24.2010.8.13.0672; Sete Lagoas; Sétima Câmara Criminal; Rel. Des. Duarte de Paula; Julg. 29/09/2011; DJEMG 11/10/2011)
	
APELAÇÃO CRIMINAL. CRIME CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL. AMEAÇA. APLICAÇÃO DA LEI MARIA DA PENHA. RECURSO DEFENSIVO. 
Pleito absolutório alegando insuficiência de provas da autoria. Inocorrência. Palavra da vítima harmoniosa com as declarações dos filhos do casal, no sentido de que o agressor ameaçou matá-la. Autoria e materialidade comprovada. Condenação mantida. Recurso desprovido. (TJSC - ACr 2011.039783-5; Mondaí; Terceira Câmara Criminal; Rel. Des. Torres Marques; Julg. 22/09/2011; DJSC 10/10/2011; Pág. 566)
APELAÇÃO CRIMINAL. CRIME DE LESÃO CORPORAL DE GÊNERO. SENTENÇA CONDENATÓRIA. ABSOLVIÇÃO. AUSÊNCIA DE PROVAS. LEGÍTIMA DEFESA. PENA. SUBSTITUIÇÃO. 
I. No âmbito de incidência da Lei nº 11.340/06, também conhecida por "Lei Maria da penha", as agressões ocorrem, no mais das vezes, às escondidas, normalmente longe dos olhares de testemunhas presenciais, pelo que merece redobrada estima a declaração da vítima, principalmente quando harmoniosa com depoimentos policiais e laudo de exame de corpo de delito, certificando a existência das ofensas físicas, compatibilizando-as com a dinâmica do crime, servindo de material suficiente ao desate condenatório da imputação ministerial. 
II. Não deve prosperar a tese da legítima defesa, ao propósito absolutório do crime de lesão corporal de gênero, tipificado pelo art. 129, §9º, do Código Penal brasileiro, quando os autos da ação penal não indicam que o processado tenha repelido agressão injusta, atual ou iminente, provocada pela vítima, suscetível de justificar as ofensas físicas, expondo, ao reverso, atuação rotineira em ferimentos físicos contra companheira, agravada pela ingestão de bebida alcoólica. 
III. Apenamento corrigido. 
lV. Os delitos praticados com violência à pessoa e grave ameaça, mesmo que o processado seja repreendido judicialmente com sanção inferior de 04 (quatro) anos, não comportam a substituição por restritiva de direitos, pela expressa vedação contida no art. 44, inciso I, do Código Penal brasileiro. Apelo parcialmente provido. Sentença reformada, em parte. (TJGO - ACr 176383-31.2008.8.09.0063; Goiânia; Rel. Des. Luíz Cláudio Veiga Braga; DJGO 05/10/2011; Pág. 80)
(3) – REQUERIMENTOS 
				
				Ante o exposto, entendemos que, diante dos indícios estipulados, prima facie configurou-se a figura do delito de Ameaça(CP, art. 147), razão qual a Representante delimita que tem interesse em representar contra o agressor(esposo), onde pede que V. Sa se digne de tomar as seguintes providências:
a) determinar a abertura de Inquérito Policial, a fim de averiguar a possível existência do crime evidenciado, pleito este feito com guarida no art. 5º, inciso II, do Caderno Adjetivo Penal c/c art. 13 e 12 e seus incisos, da Lei Maria da Penha ;
b) pleiteia, de outro bordo, com supedâneo nos arts. 10, 12 e 22, da Lei 11.340/2005( Lei Maria da Penha ), seja requerido ao Juiz de plantão, em caráter de urgência, medidas protetivas em face do agressor, de sorte que:
(1) seja o agressor afastado o lar onde convive com a ofendida;
(2) obrigar o Representado a não ter aproximação da Representante em um raio de 100 metros, bem assim de seus familiares e das testemunhas abaixo arroladas;
(3) instar o agressor a não ter qualquer espécie de contato com as pessoas supra mencionadas;
c) requer, ademais, a oitiva das testemunhas abaixo arroladas (CPP, art. 5º, § 1º, ‘c’)
				
				 Respeitosamente pede deferimento.
				Belo Horizonte (MG), 00 de novembro do ano de 0000.
				 P.p. Fulano de Tal
					 Advogado - OAB (MG) 112233
						
ROL DE TESTEMUNHAS:
1) CHICO DAS QUANTAS, brasileiro, casado, comerciário, residente e domiciliado na Rua Xista, nº. 000 – Conjunto MG – Minas Gerais(MG)
2) JOAQUINA DAS QUANTAS, brasileira, viúva, aposentada, residente e domiciliada na Rua Xista, nº. 000 – Conjunto MG – Minas Gerais(MG)
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ILUSTRÍSSIMO SENHOR DOUTOR DELEGADO DE POLÍCIA DO 00º DISTRITO POLICIAL DE BELO HORIZONTE(MG)
( CPP, art. 4º c/c art. 70)
				PETIÇÕES ON LINE GRÁTIS, pessoa jurídica de direito privado(CC, art. 44, inc. II), estabelecida na Rua Xista, nº. 000, Centro, Belo Horizonte(MG) inscrita no CNJPJ(MF) sob o nº. 11.333.555/0001-66, vem, na qualidade de ofendida, com o devido respeito a Vossa Senhoria, no presente propósito intermediada por seu patrono que ao final assina, ofertar, com supedâneo no art. 5º, inc. II, da Legislação Adjetiva Penal, a presente
NOTITIA CRIMINIS,
em face de ato delituoso, praticado por FRANCISCO DAS QUANTAS, brasileiro, maior, casado, carpinteiro, residente e domiciliado Rua dos Encantos, nº. 000, em Belo Horizonte(MG), detentor do RG nº. 446677 – SSP/MG, inscrito no CPF(MF) sob o nº. 999.555.888-33(CPP, art. 5º, § 1º, ‘b’), em razão das justificativas de ordem fática e de direito abaixo delineadas:
(1) – ALÍGERAS CONSIDERAÇÕES FÁTICAS 
 				A Noticiante tem proritariamente como ramo de negócio a venda de produtos eletrônicos no varejo, cujo endereço onde localiza-se destacou-se nas linhas proemais desta peça. A mesma desenvolve suas atividades desde os idos de 2005 e tem como sócio-gerente o senhor Joaquim das Quantas, o que comprova-se pela cópia do Contrato Social ora acostado.(doc. 01)
 				No dia 00 de março de 000, por volta das 15:10h, o Noticiado comparecera ao endereço supra mencionado e, lá chegando, fora atendido pelo funcionário da Noticiante de nome Ramos, o qual abaixo é arrolado como testemunha dos fatos. O Noticiado, então, adquiriu um celular da marca delta, modelo 3344, no valor de R$ 0.000,00( .x.x.x.x.x. ), cuja cópia da nota fiscal acosta-se.(doc. 02)
 				A aquisição do aludido produto deu-se por intermédio de cheque nº. 001133, sacado contra a Agência nº. 7788, do Banco Zeta S/A, este pós-datado para o dia 33/44/5555. 
				Na data prevista para resgate do cheque, o mesmo fora apresentado ao banco, o qual fora devolvido pela alínea 21, ou seja, correspondente à contra ordem ao pagamento da cártula, o qual colacionamos.(doc. 03) 
 				Por algumas vezes foram mantidos contatos por telefone com o Noticiado e, absurdamente, este esquivou-se de pagar o débito em ensejo, sem ofertar qualquer justificativa plausível. 
 				Estes são, portanto, o relato dos fatos pertinentes à avaliação da conduta delituosa em estudo, convictamente praticada pelo Noticiado(CPP, art. 5º, § 1º, ‘b’).
(2) – TIPICIDADE DA CONDUTA DO NOTICIADOIMPOSSILIDADE DE ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO
CPP, ART. 5º, § 2º 
 				A conduta do Noticiado, ao sustar o pagamento do cheque, embora pré-datado, deu azo à caracterização de conduta criminosa, devidamente prevista no art. 171, caput, do Estatuto Repressivo. Muito embora o cheque tenha sido emitido como promessa de pagamento, houve dolo prévio do agente na sua conduta delituosa quando determinou a sustação do cheque. 
				Assim, o fato de tratar-se de cheque pós-datado e em garantia da dívida

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