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TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1ª REGIÃO CONCURSO PÚBLICO 2017 LEIA COM ATENÇÃO AS INSTRUÇÕES ABAIXO. CADERNO DE PROVA OBJETIVA 1 Ao receber este caderno de provas, confira inicialmente se os seus dados pessoais e os dados referentes ao cargo ao qual você concorre, transcritos acima, estão corretos e coincidem com o que está registrado na sua folha de respostas. Confira, também, o seu nome em cada página numerada do seu caderno de provas. Em seguida, verifique se ele contém a quantidade de itens indicada em sua folha de respostas, correspondentes à prova objetiva. Caso o caderno esteja incompleto, tenha qualquer defeito ou apresente divergência quanto aos seus dados pessoais ou aos dados do cargo ao qual você concorre, solicite ao fiscal de sala mais próximo que tome as providências cabíveis, pois não serão aceitas reclamações posteriores nesse sentido. 2 Quando autorizado pelo chefe de sala, no momento da identificação, escreva, no espaço apropriado da folha de respostas, com a sua caligrafia usual, a seguinte frase: "É o seu esforço contínuo e determinado que quebra a resistência e vence os obstáculos." (Gabriel Granjeiro) Conforme previs to em edital, o descumprimento dessa instrução implicará a anulação da sua prova e a sua elimi- nação do concurso. 3 Durante a realização das provas, não se comunique com outros candidatos nem se levante sem autorização de fiscal de sala. 4 Não serão distribuídas folhas suplementares para rascunho. 5 Na duração das provas, está incluído o tempo destinado à identificação – que será feita no decorrer da prova – e ao preenchimento da folha de respostas. 6 Ao terminar as provas, chame o fiscal de sala mais próximo, devolva-lhe a sua folha de respostas e deixe o local de prova. 7 A desobediência a qualquer uma das determinações constantes em edital, no presente caderno ou na folha de respostas, poderá implicar a anulação da sua prova. OBSERVAÇÕES: Não serão conhecidos recursos em desacordo com o estabelecido em edital. É permitida a reprodução deste material apenas para fins didáticos, desde que citada a fonte. INFORMAÇÕES ADICIONAIS: 0(XX) 64 3448-0100 www.cespe.unb.br | sac@cebraspe.org.br CARGO 6: ÁREA DE ATIVIDADE: ADMINISTRATIVA NÍVEL MÉDIO TÉCNICO JUDICIÁRIO 2 Nome do candidato: Futuro(a) Servidor(a) do TRF1 Cargo: Técnico Judiciário – Área Administrativa CESPE | CEBRASPE – TRF1 – Aplicação: 2017 Texto 1 O SOLDADO AMARELO 1 Era um facão verdadeiro, sim senhor, movera-se como um raio cortando palmas de quipá. E estivera a pique de rachar o quengo de um sem-vergonha. Agora dormia na bainha rota, era um troço inútil, mas tinha sido uma arma. Se aquela coisa tivesse durado mais um segundo, o polícia estaria morto. Imaginou-o assim, caído, as pernas abertas, os bugalhos apavorados, um fio de sangue empastando-lhe os cabelos, 5 formando um riacho entre os seixos da vereda. Muito bem! Ia arrastá-lo para dentro da caatinga, entregá-lo aos urubus. E não sentiria remorso. Dormiria com a mulher, sossegado, na cama de varas. Depois gritaria aos meninos, que precisavam de criação. Era um homem, evidentemente. � Aprumou-se, fixou os olhos nos olhos do polícia, que se desviaram. Um homem. Besteira pensar que ia ficar murcho o resto da vida. Estava acabado? Não estava. Mas para que suprimir aquele doente 10 que bambeava e só queria ir para baixo? Inutilizar-se por causa de uma fraqueza fardada que vadiava na feira e insultava os pobres! Não se inutilizava, não valia a pena inutilizar-se. Guardava a sua força. � Vacilou e coçou a testa. Havia muitos bichinhos assim ruins, havia um horror de bichinhos assim fracos e ruins. � Afastou-se inquieto. Vendo-o acanalhado e ordeiro, o soldado ganhou coragem, avançou, pisou firme, perguntou o caminho. E Fabiano tirou o chapéu de couro. 15 – Governo é governo. � Tirou o chapéu de couro, curvou-se e ensinou o caminho ao soldado amarelo. RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. 1 O texto apresenta uma narrativa em terceira pessoa, com relato de ações e alguns comentários do nar- rador, sem perscrutar o pensamento do personagem principal. 2 Infere-se do texto que o soldado amarelo ganhou coragem por ter percebido a hesitação de Fabiano em atacá-lo com o facão. 3 A forma verbal “movera-se” (l.1) poderia ser substituída por tinha movido-se, sem prejuízo para a correção gramatical. 4 O vocábulo “bainha” (l.2) segue a mesma regra de acentuação da palavra “caído” (l.4). 5 Na linha 13, o vocábulo “inquieto” classifica-se como adjunto adverbial. Caso ele fosse deslocado no perío- do em que se insere, o trecho poderia ser assim reescrito: Inquieto, afastou-se. CONHECIMENTOS BÁSICOS • De acordo com o comando a que cada um dos itens a seguir se refira, marque, na folha de respostas, para cada item: o campo designado com o código C, caso julgue o item CERTO; ou o campo designado com o código E, caso julgue o item ERRADO. A ausência de marcação ou a marcação de ambos os campos não serão apenadas, ou seja, não receberão pontuação negativa. Para as devidas marcações, use a folha de respostas, único documento válido para a correção das suas provas. • Nos itens que avaliam noções de informática, a menos que seja explicitamente informado o contrário, considere que todos os programas mencionados estão em configuração-padrão, em português, e que não há restrições de proteção, de funcionamento e de uso em relação aos programas, arquivos, diretó- rios, recursos e equipamentos mencionados. • Sempre que utilizadas, as siglas subsequentes devem ser interpretadas conforme a significação asso- ciada a cada uma delas, da seguinte forma: ADC = ação declaratória de constitucionalidade; ADPF = arguição de descumprimento de preceito fundamental; CF = Constituição Federal de 1988; CLT = Con- solidação das Leis do Trabalho; CNMP = Conselho Nacional do Ministério Público; CPC = Código de Processo Civil; MP = Ministério Público; MPDFT = Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios; MPT = Ministério Público do Trabalho; MPU = Ministério Público da União; OAB = Ordem dos Advogados do Brasil; STF = Supremo Tribunal Federal; STJ = Superior Tribunal de Justiça; TST = Tribunal Superior do Trabalho. 3Cargo: Técnico Judiciário – Área Administrativa Nome do candidato: Futuro(a) Servidor(a) do TRF1 CESPE | CEBRASPE – TRF1 – Aplicação: 2017 6 Na linha 4, “assim” poderia ser substituído por portanto, por conseguinte ou logo. Texto 2 1 Gostaria apenas que me fizessem compreen- der como é possível que tantos homens, tantas cidades, tantas nações às vezes suportem tudo de um Tirano só, que tem apenas o poderio que 5 lhe dão, que não tem o poder de prejudicá-los senão enquanto aceitam suportá-lo, e que não poderia fazer-lhes mal algum se não preferissem, a contradizê-lo, suportar tudo dele. Coisa real- mente surpreendente (e, no entanto, tão comum 10 que se deve mais gemer por ela do que surpre- ender-se) é ver milhões e milhões de homens miseravelmente subjugados e, de cabeça baixa, submissos a um jugo deplorável: não que a ele sejam obrigados por força maior, mas porque são 15 fascinados e, por assim dizer, enfeitiçados apenas pelo nome de um que não deveriam temer, pois ele é só, nem amar, pois é desumano e cruel para com todos eles. Tal entretanto é a fraqueza dos homens! Forçados à obediência, forçados a con 20 temporizar, divididos entre si, nem sempre podem ser os mais fortes. Portanto, se uma nação, escra- vizada pela força das armas, é submetida ao poder de um só, não é de se espantar que ela sirva, mas de se deplorar sua servidão, ou melhor, 25 nem espantar-se nem lamentar-se: suportar o infortúnio com resignação e reservar-se para uma ocasião melhor no futuro. � Somos feitos de tal modo que os deveres co- muns da amizade absorvem boa parte de nossa 30 vida. Amar a virtude, estimarbelas ações, ser gratos pelos benefícios recebidos, e, frequente- mente até, reduzir nosso próprio bem estar para aumentar a honra e a vantagem daqueles que amamos e que merecem ser amados – tudo isso 35 é muito natural. Se, portanto, os habitantes de um país encontram entre eles um desses homens raros, que lhes tenha dado provas reiteradas de grande providência para garanti-los, de grande audácia para defendê-los, de grande prudência 40 para governá-los; se insensivelmente, habituam- -se a obedecê-lo, se até confiam nele a ponto de atribuir-lhe uma certa supremacia, não sei se tirá-lo de onde fazia o bem para colocá-lo onde poderá malfazer é agir com sabedoria; no entanto, 45 parece muito natural e razoável ser bom para com aquele que nos trouxe tantos bens e não temer que o mal nos venha dele. O discurso da servidão voluntária, Etienne de La Boétie, 1546. 7 Infere-se do texto que a tirania que um só homem exerce sobre vários provoca no autor mais per- plexidade do que indignação. 8 A correção gramatical do texto seria mantida, em- bora seu sentido fosse prejudicado, se o trecho “Somos feitos de tal modo que os deveres co- muns da amizade absorvem boa parte de nossa vida” (l. 28-30) fosse assim reescrito: Os deveres comuns da amizade nos absorvem boa parte da vida porquanto somos feitos de modo tal. 9 Segundo o texto, os governantes despóticos exercem poder sobre o povo porque são cruéis e impõem à força o seu domínio, subjugando com violência os que contra eles se insurgem. 10 Na linha 1, a inserção da preposição "de" após “apenas” é gramaticalmente correta, uma vez que os princípios de regência verbal admitem a presença do conector anteposta a um pronome relativo. 11 O trecho “que tantos homens, tantas cidades, tantas nações às vezes suportem tudo de um Ti- rano só” (l. 2-4) classifica-se como complemento da palavra “possível” (l. 2). 12 O trecho “e que não poderia fazer-lhes mal al- gum se não preferissem, a contradizê-lo, supor- tar tudo dele” (l. 6-8) poderia ser assim reescrito: e que não lhes poderia fazer mal algum, se não preferissem suportar tudo dele do que contradizê-lo. 13 As expressões “tal entretanto” (l. 18), “os habi- tantes de um país” (l. 35-36) e “ser bom para com aquele que nos trouxe tantos bens” (l. 45-46) são equivalentes sintaticamente. 14 O trecho “não sei se tirá-lo de onde fazia o bem para colocá-lo onde poderá malfazer é agir com sabedoria; no entanto, parece muito natural e ra- zoável ser bom para com aquele que nos trouxe tantos bens e não temer que o mal nos venha dele” (l. 42-47) poderia ser assim reescrito: não sei se tirá-lo donde fazia o bem para colocá-lo onde poderá malfazer significa agir com sa- bedoria. Parece muito natural e razoável, con- tudo, não temer que o mal nos venha daquele que nos trouxe tantos bens e ser bom para com ele. 15 O predicativo “feitos de tal modo”, na linha 28, é responsável por atribuir uma característica a um sujeito que está elíptico. 4 Nome do candidato: Futuro(a) Servidor(a) do TRF1 Cargo: Técnico Judiciário – Área Administrativa CESPE | CEBRASPE – TRF1 – Aplicação: 2017 A respeito dos conceitos de Ética e Moral, julgue o item. 16 Ética e Moral, embora relacionadas, têm signi- ficados diferentes: enquanto esta refere-se aos costumes, regras, tabus e convenções estabele- cidas por cada sociedade, aquela diz respeito ao estudo fundamentado dos valores e convenções sociais. A respeito da Resolução n. 147, que institui o Código de Conduta da Justiça Federal, julgue os itens. 17 É permitida a utilização de sistemas e ferramen- tas de comunicação para participação em discus- sões virtuais não relacionados aos interesses do Conselho e da Justiça Federal, mas com a socie- dade em geral. 18 Cada Tribunal terá um comitê gestor de ética for- mado por servidores nomeados pelo Conselho da Justiça Federal. Analise a seguinte situação hipotética. Pedro Juan, Procurador da República, membro do Mi- nistério Público da União, exerce as funções institucio- nais do Ministério Público Federal junto à Seção Judi- ciária Federal sediada no Distrito Federal. Com base nessas informações, julgue os itens 1 e 2. 19 Caso Pedro Juan venha a praticar crime comum, em regra, deverá ser processado e julgado pela 2ª Seção do Tribunal Regional Federal da 1ª Re- gião. 20 Pedro Juan, ao praticar crime eleitoral, deverá ser processado e julgado perante a 2ª Seção do Tribunal Regional Federal da 1º Região. 21 Antonieta Marreta Silverado foi condenada pelo Juiz Federal com jurisdição na cidade de Belo Horizonte. Antonieta pretende ingressar com uma ação de Revisão Criminal com o argumento de que houve erro judiciário na sua condenação. Nesses termos, compete à 3º Seção do Tribunal Re- gional Federal processar e julgar a Revisão Criminal proposta por Antonieta Marreta. 22 É competência da Corte Especial do Tribunal Re- gional da 1ª Região processar e julgar os manda- dos de segurança e os habeas datas contra ato dos Juízes Federais de primeiro grau. 23 Dentre outras atribuições regimentais, a Corte Especial tem a competência para julgar o conflito de competência entre turmas e seções do Tribu- nal. 24 A Reclamação é um instrumento previsto no Regimento Interno do TRF da 1ª Região com o objetivo de preservar a competência e garantir a autoridade dos julgados do Plenário, da Corte Especial, das Seções e das Turmas do Tribunal Regional Federal. 25 Julgue a seguinte situação hipotética: Antônio Cervantes, Desembargador Federal do Tribunal Regional Federal, recebeu, por meio de distri- buição, determinado recurso para ser relator. E percebeu que o recurso não contemplava alguns requisitos legais de admissibilidade. Antônio Cer- vantes concedeu o prazo de 5 (cinco) dias para sanear o vício pela parte, todavia o recorrente permaneceu inerte. Nesse caso, o relator pode- rá não conhecer do recurso inadmissível, pois transcorreu o prazo de 5 (dias) para saneamento. 26 Ainda sobre Antônio Cervantes, não é permitido negar, monocraticamente, provimento a recurso. 27 Não haverá sustentação oral no julgamento de remessa necessária, de embargos declaratórios e de arguição de suspeição. 28 Funciona, no Tribunal, a Coordenação do Siste- ma de Conciliação da Justiça Federal da 1ª Re- gião, que tem por objetivo processar e julgar os recursos interpostos contra as decisões dos nú- cleos de conciliação. O Conselho Nacional de Justiça lançou a Resolução 230/2016, que orienta a adequação das atividades dos órgãos do Poder Judiciário e de seus serviços au- xiliares às determinações exaradas pela Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com De- ficiência e seu Protocolo Facultativo e pela Lei Brasi- leira de Inclusão da Pessoa com Deficiência por meio – entre outras medidas – da convolação em resolução da Recomendação CNJ n. 27, de 16/12/2009, bem como da instituição de Comissões Permanentes de Acessibilidade e Inclusão. De acordo com a Resolu- ção 230/16 CNJ, julgue os itens abaixo. 29 A efetiva prestação de serviços públicos e de in- teresse público depende, no caso das pessoas com deficiência, da implementação de medidas que assegurem a ampla e irrestrita acessibilidade física, arquitetônica, comunicacional e atitudinal. 5Cargo: Técnico Judiciário – Área Administrativa Nome do candidato: Futuro(a) Servidor(a) do TRF1 CESPE | CEBRASPE – TRF1 – Aplicação: 2017 30 Existe a possibilidade de a Administração obri- gar o servidor com mobilidade comprometida a utilizar o sistema home office, se comprovada a existência de muitos custos para a promoção da acessibilidade do servidor em seu local de tra- balho. A Constituição Brasileira, a mais importante definidora dos princípios e regras básicas da sociedade, prevê – entre diversasoutras garantias – que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, e ainda trata do direito à dignidade de todo cidadão bra- sileiro. Para igualar as condições de conforto obten- ção destas garantias, foi necessário implementar uma série de direitos das pessoas com deficiência. Com relação às normas constitucionais e às inovações in- cluídas no ordenamento jurídico pela Lei Brasileira da Inclusão, julgue os itens abaixo. 31 Entre as competências concorrentes propostas pela Constituição Federal/88, estão a proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência. 32 É garantido o direito ao transporte e à mobilida- de da pessoa com deficiência, que deve se tra- duzir na garantia de acessibilidade nos meios e sistemas de transporte, em especial no caso dos táxis. Estes devem possuir pelo menos 20% de sua frota adaptada para atender às pessoas com deficiência. 33 As edificações públicas e privadas de uso cole- tivo já existentes devem garantir acessibilidade à pessoa com deficiência em todas as suas de- pendências e serviços, tendo como referência as normas de acessibilidade vigentes. 34 Assegurar que as pessoas com deficiência pos- sam concorrer em igualdade de condições em concursos públicos pode ser considerado como uma modalidade de inserção laboral da pessoa portadora de deficiência. 35 Com relação ao processo eleitoral, a pessoa com deficiência tem direito de votar e ser votada, no dia da eleição deve ser garantida acessibilidade para o eleitor com deficiência ou com mobilidade reduzida, inclusive no entorno das seções e nos sistemas de transporte que lhe dão acesso. 36 A Convenção Internacional dos Direitos da Pes- soa com Deficiência tem como princípio o res- peito pela dignidade inerente, a autonomia indi- vidual, inclusive a liberdade de fazer as próprias escolhas, esta convenção se aplica, a todas as unidades constitutivas dos Estados federativos. Julgue os itens seguintes, relativos à lógica proposi- cional e à lógica de argumentação. 37 A sentença ((~A) → (~B)) ↔ (B → A) será sempre verdadeira, independentemente das valorações de A e B como verdadeiras ou falsas. 38 A sentença “Hilton Queiroz é Desembargador Fe- deral, pois ele é Presidente do TRF da 1ª Região” é logicamente equivalente à sentença “Hilton Queiroz não é presidente do TRF da 1ª Região ou ele é Desembargador Federal”. 39 Supondo-se que p seja a proposição simples “Pau- lo não é analista judiciário”, que q seja a proposição simples “Paulo é advogado” e que p → q, então o valor lógico da proposição “Paulo é analista judiciário, logo ele não é advogado” será falso. 40 A negativa da seguinte proposição: “Se Paulo não é analista judiciário e é advogado, então ele não será nomeado” é equivalente a “Paulo não é analista judiciário, é advogado e ele será nome- ado”. 41 É correto o raciocínio lógico dado pela sequência de proposições seguintes: Não existem advoga- dos loucos e Viviane não é louca. Logo, Viviane é advogada. Julgue os seguintes itens, relativos à probabilidade. Situação hipotética: 60% dos pênaltis marcados a favor do Paris Saint-Germain são cobrados por joga- dores brasileiros. A probabilidade de um pênalti ser convertido é de 70%, se o cobrador for brasileiro, e de 40%, em caso contrário. Um pênalti a favor do Paris Saint-Germain acabou de ser marcado. 42 A probabilidade do pênalti ser cobrado por um jo- gador brasileiro e ser convertido é de 0,42. 43 A probabilidade do pênalti ser convertido é infe- rior a 0,55. 44 Julgue o item a seguir, a respeito das maneiras de pensar com argumentos racionais. Situação hipotética: Ao entrar em uma reparti- ção de um Tribunal Regional Federal da 1ª Re- gião, um auxiliar judiciário encontrou, no chão, dois processos da área criminal. Como havia várias estantes na sala, o auxiliar judiciário ob- servou e desenvolveu o seguinte raciocínio: “De todos os processos que estou vendo aqui, os que são da área criminal ficam na estante central. Es- ses dois processos são da área criminal. Logo, eles devem ficar na estante central. Vou colocá- -los lá”. Assertiva: Nessa situação, o auxiliar judiciário desenvolveu um raciocínio dedutivo válido. 6 Nome do candidato: Futuro(a) Servidor(a) do TRF1 Cargo: Técnico Judiciário – Área Administrativa CESPE | CEBRASPE – TRF1 – Aplicação: 2017 45 De acordo com as falácias de relevâncias, temos que a seguinte situação é um exemplo de apelo à mise- ricórdia: “Dentro de um restaurante, uma moça começa a pedir ajuda aos clientes que ali almoçavam para pagar seu almoço, pois não tinha emprego e seus pais a haviam abandonado. Sua justificativa para essa atitude é o fato de estar no momento desempregada e não ter um centavo”. 46 Considerando as características do raciocínio analítico e a estrutura da argumentação, julgue o item a se- guir. A afirmação “Por ser novo, esse computador não apresenta falhas nem dá problema” fundamenta-se em um argumento no qual há uma premissa não declarada e representa um silogismo lógico. 47 O referido texto “O homem honesto nunca sofre injustiça, pois somente o homem que é injusto sabe fazer o mal e o homem honesto jamais comete maldades” apresenta um argumento válido. Representando o argumento abaixo, é importante observar que o termo “pois” anuncia premissas. 48 Acerca dos argumentos racionais, julgue o item a seguir. O seguinte texto: “O cinema nacional conquistou nos últimos anos qualidade e faturamento nunca vistos an- tes. ‘Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça’ – a famosa frase-conceito do diretor Glauber Rocha – vi- rou uma fórmula eficiente para explicar os R$ 130 milhões que o cinema brasileiro faturou no ano passado”. Assertiva: O argumento acima constitui um argumento de autoridade. 49 Considerando as características do raciocínio analítico e a estrutura da argumentação, julgue o item que se segue. A frase “Aquele candidato não foi aprovado no vestibular porque é filho do reitor da Universidade” possui sentido ambíguo, permitindo os seguintes entendimentos: 1) De que “Aquele candidato” não foi aprovado devido ao fato de ser filho do reitor da Universidade; e 2) De que “Aquele candidato” foi aprovado, mas o fato de ele ser filho do reitor não teria contribuído para a sua aprovação. 50 Adotar o processo de inferências do tipo indutiva significa determinar a premissa. Usa-se a conclusão e a regra para defender que a premissa poderia explicar a conclusão. Exemplo: "Quando chove, a grama fica molhada. A grama está molhada, então pode ter chovido." Associa-se este tipo de raciocínio aos diagnosti- cistas e detetives etc. Espaço Livre 7Cargo: Técnico Judiciário – Área Administrativa Nome do candidato: Futuro(a) Servidor(a) do TRF1 CESPE | CEBRASPE – TRF1 – Aplicação: 2017 Considerando os conceitos e as classificações das Constituições, bem como os princípios fundamentais, julgue os itens a seguir. 51 Uma constituição promulgada, rígida, escrita e material, como a brasileira de 1988, está entre aquelas que permitem o controle de constitucio- nalidade, por colocar os dispositivos constitucio- nais em posição de hierarquia superior às demais normas do ordenamento. 52 Dentro da teoria dos freios e contrapesos, utiliza- da pelo Constituinte, todos os Poderes do Esta- do atuariam em funções típicas e atípicas. Com isso, haveria controles recíprocos, de modo que um Poder não pode se sobrepor ao outro. 53 Segundo o pensamento de Carl Schimtt, a Cons- tituição é a decisão política fundamental de um país, diferenciando-se a Constituição propriamen- te dita das leis constitucionais. 54 Existem direitos fundamentais extensíveis exclu- sivamente a estrangeiros. 55 No processo administrativo disciplinar, a falta de defesa técnica por advogado não ofende a Cons- tituição. Tal raciocínio não se modifica,mesmo se tratando de PAD instaurado no âmbito da execu- ção penal. 56 São privativos de brasileiros natos os cargos de Presidente do Senado Federal, Ministro das Re- lações Exteriores e de Oficiais das Forças Arma- das. 57 Viola o princípio da inafastabilidade de jurisdição decisão judicial que condiciona o ajuizamento de ação buscando a concessão de benefício previ- denciário ao requerimento prévio na via adminis- trativa. Acerca da organização político-administrativa e da repartição de competências no modelo constitucional brasileiro, julgue os itens a seguir. 58 As competências privativas da União podem ser delegadas aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios por meio de lei complementar federal. 59 É constitucional lei distrital que disponha sobre o tempo de espera em filas, inclusive de bancos e de cartórios. CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 60 Não viola a Constituição lei estadual que proíba a instalação de bloqueadores de sinais de celular junto a estabelecimentos prisionais. Sobre o Poder Judiciário, analise os itens a seguir. 61 A garantia da inamovibilidade impede que o juiz seja removido, salvo se houver comprovado inte- resse público, em decisão de maioria absoluta do Tribunal ou do CNJ. Ela abrange os juízes titula- res e também os substitutos. 62 O incidente de deslocamento de competências, criado pela EC n. 45/2004, permite a chamada federalização de crimes. Ele pode ser proposto exclusivamente pelo PGR perante o STJ e, se acolhido, levaria o processo a ser julgado pela Justiça Federal. 63 Compete ao STJ julgar originariamente os De- sembargadores dos Tribunais de Justiça, bem como os Juízes dos Tribunais Regionais Federais nos crimes comuns e nos de responsabilidade. 64 Não há aplicação da regra do quinto constitucio- nal para a composição dos Tribunais Regionais Federais. Considerando as disposições constitucionais ineren- tes às Funções Essenciais à Justiça, julgue os itens que se seguem. 65 O Ministério Público, a Defensoria Pública e a Advocacia Pública são instituições dotadas de autonomia administrativa, funcional e orçamen- tária. 66 Com base na chamada teoria dos poderes im- plícitos, o STF reconheceu a possibilidade de o Ministério Público proceder a investigações. Nes- sa situação, caberá ao Promotor de Justiça ou Procurador da República a tarefa de presidir o inquérito policial. 67 Autotutela é o poder de controle da Administra- ção Direta sobre a Administração Indireta, evi- denciando a subordinação entre elas. 68 As autarquias são criadas e organizadas por de- creto e podem ser extintas por essa mesma via administrativa. 8 Nome do candidato: Futuro(a) Servidor(a) do TRF1 Cargo: Técnico Judiciário – Área Administrativa CESPE | CEBRASPE – TRF1 – Aplicação: 2017 69 O ato administrativo não vinculado, de competên- cia exclusiva do governador de estado, que ve- nha a ser publicado pelo secretário desse estado, será considerado insanável, independentemente do objeto. 70 Segundo o STJ, legislação e sanção constituem atividades típicas da Administração Pública, po- dendo ser delegáveis. Consentimento e fiscali- zação, por não realizarem poder coercitivo, não poderão ser delegados. 71 As empresas públicas e a Sociedade de Econo- mia Mista, quando prestam serviço público, terão responsabilidade objetiva; se exploram atividade econômica, terá responsabilidade subjetiva. 72 A nomeação, a promoção e a remoção são for- mas de provimento de cargo público, podendo a nomeação ser realizada em caráter efetivo ou em comissão. 73 Ao servidor é proibido coagir ou aliciar subordina- dos no sentido de filiarem-se a associação profis- sional ou sindical, ou a partido político, podendo ser punido com pena de demissão. 74 Constitui ato de improbidade administrativa im- portando enriquecimento ilícito permitir que se utilizem, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qual- quer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° da Lei n. 8429/1992, bem como o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros con- tratados por essas entidades. 75 De acordo com a Lei n. 8.429/1992, são conside- rados atos de improbidade administrativa apenas os que importam enriquecimento ilícito, os que causam prejuízo ao erário e os que atentam con- tra os princípios da Administração Pública. 76 Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados. 77 Concluída a instrução de processo administrati- vo, a Administração tem o prazo de até trinta dias para decidir, salvo prorrogação por igual perío- do expressamente motivada. O excesso de pra- zo para a conclusão do processo administrativo disciplinar, porém, só causa nulidade se houver demonstração de prejuízo à defesa. 78 A lei processual penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu. 79 A analogia, no âmbito de aplicação da lei proces- sual penal, somente poderá ser in bonam partem. 80 A autoridade policial, em caso de ação penal pú- blica condicionada à representação, poderá man- dar arquivar autos de inquérito policial. 81 Paulo, investigado em inquérito policial, entrou em contato com seu advogado para saber mais sobre os fatos e as consequências jurídicas. O advogado, diante disso, requereu, sem apresen- tação de procuração e ciente de que não teria acesso às diligências em andamento, acesso aos autos do inquérito policial. O requerimento foi ne- gado pela autoridade policial. Nessa situação hipotética, a autoridade policial agiu corretamente, tendo em vista que, em re- gra, a autoridade policial não poderá franquear o acesso aos autos de inquérito policial sem a apresentação de procuração. 82 A jurisprudência dos tribunais superiores não ad- mite o arquivamento implícito, hipótese em que o membro do Ministério Público suscita a incompe- tência do juízo para onde a denúncia seria enca- minhada e requer o encaminhamento dos autos ao juízo competente. 83 Conforme entendimento dos tribunais superiores, o arquivamento do inquérito policial por falta de base para a denúncia faz coisa julgada material. Com isso, é possível a reabertura do inquérito policial caso surjam indícios de novas provas. 84 Caso um juiz federal edite portaria que determi- ne a tramitação direta do inquérito policial entre o Delegado de Polícia Federal e o membro do Ministério Publico Federal, tal portaria estará ei- vada de ilegalidade, na medida em que o Código de Processo Penal determina o encaminhamento dos autos de inquérito policial ao juiz. 85 Pelo princípio da indivisibilidade, na ação penal privada, se um dos querelados não aceitar o per- dão do ofendido, o processo continuará contra todos conjuntamente. 86 A perempção incide em todas as espécies de ação penal privada. 87 O prazo de 06 meses para oferecimento da quei- xa-crime, em todas as suas espécies, será conta- do do conhecimento da autoria do delito. 9Cargo: Técnico Judiciário – Área Administrativa Nome do candidato: Futuro(a) Servidor(a) do TRF1 CESPE | CEBRASPE – TRF1 – Aplicação: 2017 88 O corréu de um mesmo processo poderá atuar como assistente de acusação somente após o trânsito em julgado de primeira instância e desde que autorizado pelo juiz. 89 O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colate- ral até o terceiro grau, inclusive, como defensor ou advogado, órgão do Ministério Público, teste- munha, autoridade policial, auxiliar da justiça ou perito. 90 Acerca do crime e da aplicação da lei penal no tempo e no espaço, julgue o item que se segue.A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, salvo se já decididos por sentença condenatória transitada em julgado. 91 Em relação à aplicação da lei penal, assinale a opção correta. A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas con- sequências, poderá ser homologada no Brasil para todos os efeitos, exceto para sujeitar o con- denado a medida de segurança. 92 Acerca da aplicação da lei penal, do conceito analítico de crime, da exclusão de ilicitude e da imputabilidade penal, julgue o item que se segue. A legítima defesa é causa de exclusão da ilicitude da conduta, mas não é aplicável no caso de um desafio, duelo ou convite para luta. Nesse caso, os contendores respondem pelos crimes pratica- dos. 93 Com relação aos elementos do crime, julgue o item a seguir. Crime impossível é a situação em que o autor, com a intenção de cometer o delito, não conse- gue fazê-lo por ter se utilizado de meio de execu- ção absolutamente ineficaz, ou então em decor- rência de ter direcionado sua conduta a objeto material absolutamente impróprio. 94 Acerca do crime e da aplicação da lei penal no tempo e no espaço, julgue o item que se segue. Sob o critério material, crime corresponde a toda ação ou omissão humana que lesa ou expõe a perigo de lesão bens jurídicos penalmente tute- lados; sob o critério legal, o conceito de crime é o fornecido pelo legislador; já pelo critério formal ou dogmático, se funda nos elementos que com- põem a estrutura do crime. 95 Considera-se inimputável aquele que comete cri- me por doença mental ou desenvolvimento men- tal incompleto ou retardado, sendo, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de en- tender o caráter ilícito do fato ou de determinar- -se de acordo com esse entendimento. 96 Em relação ao concurso de pessoas, julgue o item subsecutivo. Tício, munido de uma faca, e Mévio, com um revólver, aguardam em tocaia a passagem de Caio. Quando este passa pela emboscada, Tício parte em sua direção para matá-lo, enquanto Mévio, de arma em punho, aguarda eventual e necessária ação. Nessa situação, caso Mévio aja, será considerado partícipe do crime. 97 No que se refere à ação penal, julgue os itens a seguir. Salvo disposição expressa em contrário, o ofen- dido decai do direito de queixa ou de representa- ção se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que tiver ocorrido o crime, ou, no caso da ação privada subsidiária da pública, do dia em que se esgota o prazo para oferecimento da denúncia. 98 Acerca de extinção da punibilidade, julgue o item a seguir. A sentença que conceder perdão judicial não será considerada para efeitos de reincidência. 99 Em relação à improbidade administrativa, julgue o item subsecutivo. A perda da função pública e a suspensão dos di- reitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória. E a autorida- de judicial ou administrativa competente poderá determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem pre- juízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária à instrução processual. 100 A relação de causalidade, estudada no conceito estratificado de crime, consiste no vínculo forma- do entre a conduta praticada por seu autor e o re- sultado por ele produzido. Acerca dessa relação, assinale a opção correta. O CP adota, como regra, a teoria da causalidade adequada, também chamada de teoria da con- ditio sine qua non, segundo a qual conduta ade- quada é aquela idônea a gerar o efeito, ou seja, aquela aferida de acordo com o juízo do homem médio e com a experiência comum. Acerca da pessoa natural, dos direitos de personali- dade e pessoas jurídicas, julgue os itens: 10 Nome do candidato: Futuro(a) Servidor(a) do TRF1 Cargo: Técnico Judiciário – Área Administrativa CESPE | CEBRASPE – TRF1 – Aplicação: 2017 101 A certidão de nascimento da pessoa natural tem a mesma natureza jurídica do registro das pesso- as jurídicas. 102 O pseudônimo goza da mesma proteção dada ao nome somente se for usado para atividades lícitas. 103 A vida privada da pessoa natural é inviolável. Dessa forma, exige-se prévia autorização do bio- grafado para publicação de biografias. A respeito da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, julgue o item abaixo. 104 Em regra, a lei nova passa a ter vigência no país três meses após ser oficialmente publicada. Acerca de ato e negócio jurídicos, julgue os itens abaixo. 105 Haverá suspensão da aquisição e do exercício do direito quando o negócio jurídico for celebra- do mediante condição ou termo. 106 É considerado nulo o negócio jurídico celebra- do mediante estado de perigo. 107 O negócio jurídico nulo são se convalida com tempo, mas pode ser suprido pela vontade das partes. Sobre pessoa jurídica, bens e domicílio, julgue os itens: 108 Acerca da desconsideração da personalidade jurídica da pessoa jurídica, o Código Civil adota a teoria maior, exigindo-se a prova do desvio de finalidade ou confusão patrimonial e o dano. 109 O atual diploma civil admite pluralidade de do- micílio da pessoa natural. 110 Os bens naturalmente divisíveis podem tornar- -se indivisíveis tão somente por determinação da lei. Acerca do Novo Código de Processo Civil (CPC), jul- gue os itens subsequentes: 111 A jurisdição é uma técnica de solução de confli- tos mediante autocomposição. Acerca de suas diferentes classificações, há a jurisdição especial e comum, sendo exemplo da primeira a justiça eleitoral, trabalhista e federal. 112 O Ministério Público pode atuar no processo na condição de parte ou fiscal da ordem jurídica. Quando for parte, só poderá atuar na condição de legitimado extraordinário. 113 O oficial de justiça está autorizado a cumprir mandados de citação, intimação, notificação e até mesmo de penhora e arresto, em comarca contígua àquela onde exerce suas funções, inde- pendentemente de carta precatória. 114 No estudo da jurisdição, caso a ação envolva bem imóvel situado no Brasil, a jurisdição bra- sileira é exclusiva, não podendo a ação tramitar fora do país, uma vez que não haverá a homolo- gação de sentença estrangeira neste caso. 115 Caso o advogado exceda o prazo de devolução do processo, o juiz, de ofício ou mediante reque- rimento de qualquer interessado, intimará o ad- vogado a devolvê-lo em cinco dias, sob pena de busca e apreensão dos autos, multa de metade do salário mínimo e perda do direito de carga dos autos. 116 Em nenhuma hipótese a citação será feita caso o citando esteja no período de bodas ou de luto. 117 O juiz estará impedido de atuar no processo no qual seja advogado do autor seu cunhado. 118 Além do Oficial de Justiça, o escrivão ou chefe de secretaria também poderá realizar citações. 119 Durante o período de 20 de dezembro a 20 de ja- neiro, o processo ficará suspenso em virtude das férias do advogado. 120 Os prazos processuais são contados em dias úteis, excluindo-se os sábados, domingos, feria- dos declarados por lei e dias nos quais não hou- ver expediente forense. Além disso, na contagem do prazo, deve ser excluído o dia de início e com- putado o dia final. 11 CONCURSO PÚBLICO PARA CARGO DE TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA GABARITO OFICIAL PRELIMINAR Questão Questão Questão Questão Questão Questão Gabarito Gabarito Gabarito Gabarito Gabarito Gabarito 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 E C E E E E E C E E E E C C E C E E C E 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 E E C C C E C E C E C E C E C C C C E C 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 E C E E C C C C C E E C C CE E E E C E 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 C C C E E E E E C E C E E E E C C E E E 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 E E E E E E E E E E E C C C C E E C C E 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118 119 120 E C E E E E E C C E E E C C E E C C E C 12 Nome do candidato: Futuro(a) Servidor(a) do TRF1 Cargo: Técnico Judiciário – Área Administrativa CESPE | CEBRASPE – TRF1 – Aplicação: 2017 GABARITO COMENTADO 1 O texto apresenta uma narrativa em terceira pessoa, com relato de ações e alguns comentá- rios do narrador, sem perscrutar o pensamento do personagem principal. Errado. O texto apresenta um narrador que, embora narre a história em terceira pessoa, é onisciente, isto é, sabe de tudo o que se passa no mundo exterior e no interior, revelando, desse modo, a reflexão interior (pensamento) da personagem central. De fato, a essência do trecho está na apresentação do dilema vivido por Fabiana entre matar ou não o soldado. A propósito, “perscrutar” significa investigar, examinar, procurar desvelar o segredo das coisas. 2 Infere-se do texto que o soldado amarelo ganhou coragem por ter percebido a hesitação de Fabia- no em atacá-lo com o facão. Certo. O trecho que valida a afirmação está em: “Vendo-o acanalhado e ordeiro, o soldado ganhou coragem, avançou, pisou firme, perguntou o caminho.” 3 A forma verbal “movera-se” (l.1) poderia ser subs- tituída por tinha movido-se, sem prejuízo para a correção gramatical. Errado. Os verbos no particípio, assim como os flexionados no futuro, não aceitam a colocação enclítica do pronome. 4 O vocábulo “bainha” (l.2) segue a mesma regra de acentuação da palavra “caído” (l.4). Errado. Tanto em “bainha” quanto em “caído” ocorre um hiato, mas a primeira palavra não é acentuada, porque o “I” – que é tônico e forma hiato com a vogal anterior – está seguido de “NH”. 5 Na linha 13, o vocábulo “inquieto” classifica-se como adjunto adverbial. Caso ele fosse desloca- do no período em que se insere, o trecho poderia ser assim reescrito: Inquieto, afastou-se. Errado. O vocábulo "inquieto" é, no texto, um adjetivo, não podendo, portanto, exercer a função de adjunto adverbial. Um adjetivo, sob o ponto de vista sintático, só pode exercer função de adjunto adnominal ou de predicativo. Nesse caso, é predicativo do sujeito elíptico, cujo referente é Fabiano. 6 Na linha 4, “assim” poderia ser substituído por portanto, por conseguinte ou logo. Errado. No contexto em que ocorre, a palavra “assim” é advérbio e associa-se ao verbo imaginar (imaginou assim = imaginou-o desta maneira/deste modo). O termo "assim" pode também ser usado como conector conclusivo e, nesse caso, pode ser substituído por "portanto" ou "por conseguinte", mas a situação não se aplica ao texto. 7 Infere-se do texto que a tirania que um só homem exerce sobre vários provoca no autor mais per- plexidade do que indignação. Errado. O que provoca o sentimento de indignação no autor não é a tirania que um só homem exerce sobre vários, mas sim o fato de tantos a permitirem. Observe o trecho que valida esse entendimento e justifica o erro do item: Portanto, se uma nação, escravizada pela força das armas, é submetida ao poder de um só, não é de se espantar que ela sirva, mas de se deplorar sua servidão. 8 A correção gramatical do texto seria mantida, em- bora seu sentido fosse prejudicado, se o trecho “Somos feitos de tal modo que os deveres co- muns da amizade absorvem boa parte de nossa vida” (l. 28-30) fosse assim reescrito: Os deveres comuns da amizade nos absorvem boa parte da vida porquanto somos feitos de modo tal. Certo. Nada há na reescritura que comprometa as questões gramaticais, mas a inversão da ordem prejudica a semântica, sobretudo (mas não apenas) na mudança de tal modo por de modo tal, visto que a primeira expressão é locução fixa. 9 Segundo o texto, os governantes despóticos exercem poder sobre o povo porque são cruéis e impõem à força o seu domínio, subjugando com violência os que contra eles se insurgem. Errado. O item contradiz o que afirma o texto. O autor do texto apresenta a tirania de um sobre muitos não em função do uso da crueldade ou da força. Segundo ele, os tiranos exercem poder criando um senso de amizade, dando ao povo “provas reiteradas de grande providência para garanti-los, de grande audácia para defendê-los, de grande prudência para governá-los”. O motivo está, portanto, ligado à ideia de sedução, não de força. 13Cargo: Técnico Judiciário – Área Administrativa Nome do candidato: Futuro(a) Servidor(a) do TRF1 CESPE | CEBRASPE – TRF1 – Aplicação: 2017 10 Na linha 1, a inserção da preposição de após “apenas” é gramaticalmente correta, uma vez que os princípios de regência verbal admitem a presença do conector anteposta a um pronome relativo. Errado. O "que" empregado na frase "Gostaria apenas que me fizessem compreender" é uma conjunção integrante, e não um pronome relativo, visto que introduz oração que completa o sentido do verbo gostar. 11 O trecho “que tantos homens, tantas cidades, tantas nações às vezes suportem tudo de um Ti- rano só” (l. 2-3) classifica-se como complemento da palavra “possível” (l. 2). Errado. O trecho destacado é sujeito oracional da forma verbal “é”, sendo o adjetivo “possível” o predicativo desse sujeito oracional. 12 O trecho “e que não poderia fazer-lhes mal al- gum se não preferissem, a contradizê-lo, supor- tar tudo dele” (l. 6-8) poderia ser assim reescrito: e que não lhes poderia fazer mal algum, se não preferissem suportar tudo dele do que contradizê-lo. Errado. O verbo preferir é transitivo direto e indireto e seu complemento indireto deve ser regido pela preposição “a” (no caso do trecho original: “a contradizê-lo”); na reescritura proposta no item, empregou-se erradamente a preposição “de” (“do que contradizê-lo”). 13 As expressões “tal entretanto” (l. 18), “os habi- tantes de um país” (l. 35-36) e “ser bom para com aquele que nos trouxe tantos bens” (l. 45-46) são equivalentes sintaticamente. Certo. Todas as expressões exercem a função de sujeito (os dois primeiros são nominais; o terceiro, oracional). 14 O trecho “não sei se tirá-lo de onde fazia o bem para colocá-lo onde poderá malfazer é agir com sabedoria; no entanto, parece muito natural e ra- zoável ser bom para com aquele que nos trouxe tantos bens e não temer que o mal nos venha dele” (l. 42-47) poderia ser assim reescrito: não sei se tirá-lo donde fazia o bem para colocá-lo onde poderá malfazer significa agir com sa- bedoria. Parece muito natural e razoável, con- tudo, não temer que o mal nos venha daquele que nos trouxe tantos bens e ser bom para com ele. Certo. A reescrita proposta preserva a correção e o sentido da frase original do texto. Achou estranho o uso do “donde”? Não há problema algum: é uma contração da preposição DE com o ONDE. No mais, houve inversão da ordem sintática e transformação de um período simples em um composto (observe que a relação de oposição foi mantida, com a troca de “no entanto” por “contudo”). 15 O predicativo “feitos de tal modo”, na linha 28, é responsável por atribuir uma característica a um sujeito que está elíptico. Errado. O sujeito está elíptico (nós), porém o termo destacado não exerce a função de predicativo. O verbo ‘ser’ é no contexto verbo auxiliar de uma locução verbal na voz passiva (somos feitos), e não verbo de ligação. Logo, “somos feitos” é locução verbal e “de tal modo” é adjunto adverbial de modo. 16 Ética e Moral, embora relacionadas, têm signi- ficados diferentes: enquanto esta refere-se aos costumes, regras, tabus e convenções estabele- cidas por cada sociedade, aquela diz respeitoao estudo fundamentado dos valores e convenções sociais. Certo. A Ética é reflexiva e se refere ao estudo da Moral e dos valores estabelecidos, como a Moral também diz respeito às regras de uma determinada sociedade, a Ética estuda também as convenções sociais. 17 É permitida a utilização de sistemas e ferramen- tas de comunicação para participação em discus- sões virtuais não relacionados aos interesses do Conselho e da Justiça Federal, mas com a socie- dade em geral. Errado. É vedada a utilização dos sistemas e ferramentas de comunicação para discussões virtuais que não estejam relacionadas aos interesses da Justiça Federal ou do Conselho. Art. 11, parágrafo único. 18 Cada Tribunal terá um comitê gestor de ética for- mado por servidores nomeados pelo Conselho da Justiça Federal. 14 Nome do candidato: Futuro(a) Servidor(a) do TRF1 Cargo: Técnico Judiciário – Área Administrativa CESPE | CEBRASPE – TRF1 – Aplicação: 2017 Errado. Cada Tribunal terá sim um comitê gestor de ética, porém a nomeação dos participantes será feita pelo Presidente do Tribunal, conforme está escrito no artigo 19. 19 Caso Pedro Juan venha a praticar crime comum, em regra, deverá ser processado e julgado pela 2ª Seção do Tribunal Regional Federal da 1ª Re- gião. Certo. Os membros do MPU que atuam na primeira instância da justiça deverão ser processados e julgados perante o Tribunal Regional Federal. É o que prevê a Constituição Federal: Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais: I – processar e julgar, originariamente: a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral. O Regimento Interno do TRF da 1ª Região assevera que a competência para processar e julgar as autoridades supracitadas deverá ser da 2º Seção. Vejamos: Art. 8º, § 2º. À 2ª Seção cabe o processo e julgamento dos feitos relativos a: a) autoridades submetidas, pela natureza da infração, ao foro do Tribunal por prerrogativa de função, nos crimes comuns e nos de responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral. 20 Pedro Juan, ao praticar crime eleitoral, deverá ser processado e julgado perante a 2ª Seção do Tribunal Regional Federal da 1º Região. Errado. Conforme vimos na alternativa anterior, compete ao TRF processar e julgar os membros do MPU, nos casos de crimes comum ou de responsabilidade. Se o crime for eleitoral, a competência deverá ser da Justiça Eleitoral. Ou seja, do Tribunal Regional Eleitoral. Art. 8°, § 2º. À 2ª Seção cabe o processo e julgamento dos feitos relativos a: a) autoridades submetidas, pela natureza da infração, ao foro do Tribunal por prerrogativa de função, nos crimes comuns e nos de responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral. 21 Antonieta Marreta Silverado foi condenada pelo Juiz Federal com jurisdição na cidade de Belo Horizonte. Antonieta pretende ingressar com uma ação de Revisão Criminal com o argumento de que houve erro judiciário na sua condenação. Errado. Como Antonieta pretende ingressar com uma ação de revisão criminal contra uma decisão de um juízo de primeiro grau, é competência da 2ª Seção processar e julgar as revisões criminais dos julgados de primeiro grau, bem como dos julgados da própria Seção ou das suas turmas, conforme art. 8º, § 2º, ‘b’, do Regimento Interno. 22 É competência da Corte Especial do Tribunal Re- gional da 1ª Região processar e julgar os manda- dos de segurança e os habeas datas contra ato dos Juízes Federais de primeiro grau. Errado. A Corte Especial do TRF 1ª Região tem a competência para processar e julgar os mandados de segurança e os habeas data contra ato do TRIBUNAL, e não dos juízes de primeiro grau, conforme o art. 10, inciso III, do Regimento Interno. A competência para processar e julgar mandados de segurança contra ato de Juiz Federal é das respectivas Seções do TRF. 23 Dentre outras atribuições regimentais, a Corte Especial tem a competência para julgar o conflito de competência entre turmas e seções do Tribu- nal. Certo. A Corte Especial terá a competência jurisdicional de resolver e dirimir eventuais conflitos de competências, seja negativo ou positivo, entre turmas ou seções do TRF da 1ª Região, conforme previsão do art. 10, inciso IV, do Regimento Interno. 24 A Reclamação é um instrumento previsto no Regimento Interno do TRF da 1ª Região com o objetivo de preservar a competência e garantir a autoridade dos julgados do Plenário, da Corte Especial, das Seções e das Turmas do Tribunal Regional Federal. Certo. A Reclamação está prevista no art. 16 do Regimento Interno. Vejamos: Art. 16. Ao Plenário, à Corte Especial, às seções e às turmas, nos processos da respectiva competência, incumbe: I – julgar: f) a reclamação para preservar a sua competência e garantir a autoridade dos seus julgados. 25 Julgue a seguinte situação hipotética: Antônio Cervantes, Desembargador Federal do Tribunal Regional Federal, recebeu, por meio de distri- buição, determinado recurso para ser relator. E percebeu que o recurso não contemplava alguns requisitos legais de admissibilidade. Antônio Cer- 15Cargo: Técnico Judiciário – Área Administrativa Nome do candidato: Futuro(a) Servidor(a) do TRF1 CESPE | CEBRASPE – TRF1 – Aplicação: 2017 vantes concedeu o prazo de 5 (cinco) dias para sanear o vício pela parte, todavia o recorrente permaneceu inerte. Nesse caso, o relator pode- rá não conhecer do recurso inadmissível, pois transcorreu o prazo de 5 (dias) para saneamento. Certo. O novo Código de Processo Civil fez a previsão de sanear vícios sujeitos à convalidação pelas partes interessadas. Ou seja, ao invés de inadmitir, de plano, o recurso, o relator concede o prazo de 5 dias para o interessado providenciar os respectivos ajustes. Caso a parte não solucione eventuais vícios, o relator poderá não conhecer do recurso inadmissível, conforme o art. 29, inciso XXI, do Regimento Interno. 26 Ainda sobre Antônio Cervantes, não é permitido negar, monocraticamente, provimento a recurso. Errado. Tanto o Código de Processo Civil quanto o Regimento Interno preveem a possibilidade de o relator negar, monocraticamente, provimento a recurso CONTRÁRIO à súmula ou acórdão proferido no regime de recursos repetitivos pelo STF ou STJ, bem como súmula ou acórdão firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou assunção de competência do próprio Tribunal Regional Federal da 1ª Região. 27 Não haverá sustentação oral no julgamento de remessa necessária, de embargos declaratórios e de arguição de suspeição. Certo. Com o objetivo de dar celeridade na análise dos julgamentos de remessa necessária, de embargos declaratórios e de arguição de suspeição, não é permitida a sustentação oral nesses julgamentos, conforme o art. 45 do Regimento interno do TRF. 28 Funciona, no Tribunal, a Coordenação do Siste- ma de Conciliação da Justiça Federal da 1ª Re- gião, que tem por objetivo processar e julgar os recursos interpostos contra as decisões dos nú- cleos de conciliação. Errado. A Coordenação do Sistema de Conciliação da Justiça Federal da 1ª Região, na realidade, tem a atribuição para formular e promover políticas jurisdicionais e soluções consensuais dos conflitos, e não a função jurisdicional de julgar recursos. 29 A efetiva prestação de serviços públicos e de in- teresse público depende, no caso das pessoas com deficiência, da implementação de medidas que assegurem a ampla e irrestrita acessibilidade física, arquitetônica, comunicacional e atitudinal. Certo. Para garantir os direitos das pessoas com deficiência, é preciso reconhecer sua identidadeprópria, elas, antes de mais nada, são PESSOAS. É preciso prover os recursos necessários para possibilitar sua plena e efetiva participação na sociedade, em igualdade de condições com as demais pessoas. Considerando isso, não é apenas papel do Poder Público a garantia da inclusão, mas sim de toda sociedade. 30 Existe a possibilidade de a Administração obri- gar o servidor com mobilidade comprometida a utilizar o sistema home office, se comprovada a existência de muitos custos para a promoção da acessibilidade do servidor em seu local de tra- balho. Errado. Existe a possibilidade de implementar o sistema “home office” com prioridade para a pessoa com mobilidade reduzida, porém a Administração não poderá obrigar o servidor com mobilidade comprometida a utilizar o sistema “home office”, mesmo diante da existência de muitos custos para a promoção da acessibilidade do servidor em seu local de trabalho. 31 Entre as competências concorrentes propostas pela Constituição Federal/88, estão a proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência. Certo. União, Estados e Distrito Federal podem concorrentemente legislar sobre proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência, conforme está descrito no artigo 24, XIV. Cabe aqui ressaltar que o município também pode legislar, porém essa descrição não está expressa no texto constitucional, sendo implícita essa garantia descrita no art. 30, quando o município pode legislar sobre assuntos de interesse local. 32 É garantido o direito ao transporte e à mobilida- de da pessoa com deficiência, que deve se tra- duzir na garantia de acessibilidade nos meios e sistemas de transporte, em especial no caso dos táxis. Estes devem possuir pelo menos 20% de sua frota adaptada para atender às pessoas com deficiência. Errado. As frotas de empresas de táxi devem reservar 10% (dez por cento) de seus veículos acessíveis à pessoa com deficiência. O poder público é autorizado a instituir incentivos fiscais com vistas a possibilitar a acessibilidade dos táxis e é proibida a cobrança diferenciada de tarifas ou de valores adicionais pelo serviço prestado à pessoa com deficiência. 16 Nome do candidato: Futuro(a) Servidor(a) do TRF1 Cargo: Técnico Judiciário – Área Administrativa CESPE | CEBRASPE – TRF1 – Aplicação: 2017 33 As edificações públicas e privadas de uso cole- tivo já existentes devem garantir acessibilidade à pessoa com deficiência em todas as suas de- pendências e serviços, tendo como referência as normas de acessibilidade vigentes. Certo. A concepção de acessibilidade deve ser utilizada para construção, ampliação e reforma de edificações, o que não obsta as construções já existentes, que devem garantir as adaptações necessárias para que a pessoa com deficiência possa conviver de forma harmoniosa. Cabe ainda ressaltar que o desenho universal deve ser tomado como regra geral, para que possamos alcançar espaços para uso de todos, sem necessidade de adaptação. 34 Assegurar que as pessoas com deficiência pos- sam concorrer em igualdade de condições em concursos públicos pode ser considerado como uma modalidade de inserção laboral da pessoa portadora de deficiência. Errado. As modalidades estão descritas da seguinte forma: I – colocação competitiva: processo de contratação regular, nos termos da legislação trabalhista e previdenciária, que independe da adoção de procedimentos especiais para sua concretização, não sendo excluída a possibilidade de utilização de apoios especiais; II – colocação seletiva: processo de contratação regular, nos termos da legislação trabalhista e previdenciária, que depende da adoção de procedimentos e apoios especiais para sua concretização; e III – promoção do trabalho por conta própria: processo de fomento da ação de uma ou mais pessoas, mediante trabalho autônomo, cooperativado ou em regime de economia familiar, com vista à emancipação econômica e pessoal. Cabe ainda salientar que a colocação seletiva e a promoção do trabalho por conta própria podem contar com a intermediação de entidades beneficentes de assistência social. 35 Com relação ao processo eleitoral, a pessoa com deficiência tem direito de votar e ser votada, no dia da eleição deve ser garantida acessibilidade para o eleitor com deficiência ou com mobilidade reduzida, inclusive no entorno das seções e nos sistemas de transporte que lhe dão acesso. Certo. À pessoa com deficiência será assegurado o direito de votar e de ser votada. O poder público promoverá a participação da pessoa com deficiência, inclusive quando institucionalizada, na condução das questões públicas, sem discriminação e em igualdade de oportunidades. Os Tribunais Regionais Eleitorais deverão, a cada eleição, expedir instruções aos Juízes Eleitorais para orientá-los na escolha dos locais de votação, de maneira a garantir acessibilidade para o eleitor com deficiência ou com mobilidade reduzida, inclusive em seu entorno e nos sistemas de transporte que lhe dão acesso. 36 A Convenção Internacional dos Direitos da Pes- soa com Deficiência tem como princípio o res- peito pela dignidade inerente, a autonomia indi- vidual, inclusive a liberdade de fazer as próprias escolhas, esta convenção se aplica, a todas as unidades constitutivas dos Estados federativos. Certo. São princípios da presente Convenção: a) o respeito pela dignidade inerente, a autonomia individual, inclusive a liberdade de fazer as próprias escolhas, e a independência das pessoas. b) a não discriminação; c) a plena e efetiva participação e inclusão na sociedade; d) o respeito pela diferença e pela aceitação das pessoas com deficiência como parte da diversidade humana e da humanidade; e) a igualdade de oportunidades; f) a acessibilidade; g) a igualdade entre o homem e a mulher; h) o respeito pelo desenvolvimento das capacidades das crianças com deficiência e pelo direito das crianças com deficiência de preservar sua identidade. E as disposições da Convenção se aplicam, sem limitação ou exceção, a todas as unidades constitutivas dos Estados federativos. 37 A sentença ((~A) → (~B)) ↔ (B → A) será sempre verdadeira, independentemente das valorações de A e B como verdadeiras ou falsas. Certo. Vejam que o item afirma que a expressão será sempre verdadeira, ou seja, que é uma tautologia. A primeira parte do “se somente se” é formada pela expressão (~A) → (~B). Pelo Teorema Contrarrecíproco, eu posso “voltar negando” essa expressão e achar uma expressão igual a ela: (~A) → (~B) é igual a (B) → (A). Substituindo na sentença principal, temos: (B → A) ↔ (B → A). A condição necessária para que o “se somente se” fique verdadeiro, é que um lado seja igual ao outro lado. É justamente o que observamos acima. Logo, a expressão será sempre verdadeira. 17Cargo: Técnico Judiciário – Área Administrativa Nome do candidato: Futuro(a) Servidor(a) do TRF1 CESPE | CEBRASPE – TRF1 – Aplicação: 2017 38 A sentença “Hilton Queiroz é Desembargador Fe- deral, pois ele é Presidente do TRF da 1ª Região” é logicamente equivalente à sentença “Hilton Queiroz não é presidente do TRF da 1ª Região ou ele é Desembargador Federal”. Certo. A sentença “Hilton Queiroz é Desembargador Federal, pois ele é Presidente do TRF da 1ª Região” pode ser escrita como: “Se Hilton Queiroz é presidente do TRF da 1ª Região, então ele é Desembargador Federal”. Fiquem atentos com esse “pois”: ele pode ser transformado numa condicional. A banca CESPE AMA fazer isso. Pois bem, uma das equivalências do “Se... então..” é: A → B = ~A ou B Com isso podemos escrever a sentença acima como “Hilton Queiroz não é Presidente do TRF da 1ª Região ou ele é Desembargador Federal”. 39 Supondo-se que p seja a proposição simples “Pau- lo não é analista judiciário”,que q seja a proposi- ção simples “Paulo é advogado” e que p → q, en- tão o valor lógico da proposição “Paulo é analista judiciário, logo ele não é advogado” será falso. Errado. Percebam que o item em nenhum momento forneceu as valorações das proposições p e q. Com isso fica impossível afirmar que a expressão dada terá valor lógico. 40 A negativa da seguinte proposição: “Se Paulo não é analista judiciário e é advogado, então ele não será nomeado” é equivalente a “Paulo não é analista judiciário, é advogado e ele será nome- ado”. Certo. A questão pede para fazer a NEGAÇÃO de uma condicional. Como devemos fazer? Devemos manter a primeira ideia e negar a segunda ideia: Paulo não é analista judiciário e é advogado e ele será nomeado. Vejam que o item usou uma vírgula para substituir o primeiro “e”. Sem problemas. Item certo! 41 É correto o raciocínio lógico dado pela sequência de proposições seguintes: Não existem advoga- dos loucos e Viviane não é louca. Logo, Viviane é advogada. Errado. Essa questão fica bem simples se usarmos os diagramas lógicos. Mas vamos lá! A primeira premissa dispõe que não existem advogados loucos. O fato de Viviane não ser louca não quer dizer que, necessariamente, ela é advogada. Logo, o argumento é inválido. Item errado! 42 A probabilidade do pênalti ser cobrado por um jo- gador brasileiro e ser convertido é de 0,42. Certo. Devemos calcular a probabilidade de acontecer as duas coisas: do pênalti ser cobrado por um jogador brasileiro e ser convertido. 0,6 x 0,7 = 0,42. Item certo! 43 A probabilidade do pênalti ser convertido é infe- rior a 0,55. Errado. Podemos decompor o evento em: “o pênalti é convertido” na união de dois eventos disjuntos: o cobrador é brasileiro e o pênalti é convertido ou o cobrador não é brasileiro e o pênalti é convertido. 0,6 x 0,7 + 0,4 x 0,4 0,42 + 0,16 = 0,58. Uma forma prática de resolver problemas como esse é construir o diagrama de árvore. Esse recurso é bastante útil, principalmente quando o experimento possuir vários estágios. 44 Julgue o item a seguir, a respeito das maneiras de pensar com argumentos racionais. Situação hipotética: Ao entrar em uma reparti- ção de um Tribunal Regional Federal da 1ª Re- gião, um auxiliar judiciário encontrou, no chão, dois processos da área criminal. Como havia várias estantes na sala, o auxiliar judiciário ob- servou e desenvolveu o seguinte raciocínio: “De todos os processos que estou vendo aqui, os que são da área criminal ficam na estante central. Es- ses dois processos são da área criminal. Logo, eles devem ficar na estante central. Vou colocá- -los lá”. Assertiva: Nessa situação, o auxiliar judiciário desenvolveu um raciocínio dedutivo válido. Errado. Podemos representar o argumento: Premissa 1: De todos os processos que estou vendo aqui, os que são da área criminal ficam na estante central. Premissa 2: Esses dois processos são da área criminal. Conclusão: Logo, eles devem ficar na estante central. Um argumento é dito indutivo quando sua conclusão traz mais informações que as premissas fornecem. É um argumento de conclusão ampliativa. É o mais usado pelas ciências. É por meio dos argumentos indutivos que as ciências descobrem as leis gerais da natureza. O argumento indutivo geralmente parte de dados da experiência e desses dados chega a enunciados universais. Além disso, todas as conjecturas que a ciência faz têm por 18 Nome do candidato: Futuro(a) Servidor(a) do TRF1 Cargo: Técnico Judiciário – Área Administrativa CESPE | CEBRASPE – TRF1 – Aplicação: 2017 base a indução. Com base em dados particulares do presente, as ciências fazem as conjecturas do futuro. “Os argumentos indutivos, ao contrário do que sucede com os dedutivos, levam a conclusões cujo conteúdo excede os das premissas. E esse traço característico da indução que torna os argumentos indispensáveis para a fundamentação de uma significativa porção dos nossos conhecimentos”. Na questão temos que as verdades das premissas não garantem a ver dade da conclusão, uma vez que, sendo verdade as premissas 1 e 2, isto não é suficiente para garantir que aqueles processos encontrados no chão devem ficar na estante central. A banca exigiu também um entendimento do que vem a ser uma dedu ção, ou seja, raciocínio que parte de premissas com sentido geral para uma conclusão com sentido particular. Temos no item que a conclusão do argu mento vai além daquilo que as premissas fornecem. 45 De acordo com as falácias de relevâncias, temos que a seguinte situação é um exemplo de apelo à misericórdia: “Dentro de um restaurante, uma moça começa a pedir ajuda aos clientes que ali almoçavam para pagar seu almoço, pois não ti- nha emprego e seus pais a haviam abandona- do. Sua justificativa para essa atitude é o fato de estar no momento desempregada e não ter um centavo”. Certo. Nesse caso temos um “argumentum ad misericordiam” (apelo de misericórdia), quando se procura comover o ouvinte, provocando pena ou simpatia pela causa. 46 Considerando as características do raciocínio analítico e a estrutura da argumentação, julgue o item a seguir. A afirmação “Por ser novo, esse computador não apresenta falhas nem dá problema” fundamenta- -se em um argumento no qual há uma premissa não declarada e representa um silogismo lógico. Certo. Podemos escrever o argumento da seguinte forma e observar que temos uma premissa implícita. Premissa 1: Esse computador é novo. Premissa 2: Todos os computadores novos não apresentam falhas nem dão problemas. Conclusão: logo esse computador não apresenta falhas nem dá problemas. O argumento representado acima constitui um silogismo lógico, e podemos citar algumas das regras do silogismo: 1) Todo silogismo contém somente três termos: maior, médio e menor. 2) Os termos da conclusão não podem ter extensão maior que os termos das premissas. 3) O termo médio não pode entrar na conclusão. 4) O termo médio deve ser universal ao menos uma vez. 5) A conclusão segue sempre a premissa mais fraca. 47 O referido texto “O homem honesto nunca sofre injustiça, pois somente o homem que é injusto sabe fazer o mal e o homem honesto jamais co- mete maldades” apresenta um argumento válido. Certo. Representando o argumento abaixo, é importante observar que o termo “pois” anuncia premissas. Premissa 01: Somente o homem que é injusto sabe fazer o mal. Premissa 02: O homem honesto jamais comete maldades. Conclusão: O homem honesto nunca sofre injustiça. Temos que as verdades das premissas garantem a verdade da conclu são. 48 Acerca dos argumentos racionais, julgue o item a seguir. O seguinte texto: “O cinema nacional conquistou nos últimos anos qualidade e faturamento nunca vistos antes. ‘Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça’ – a famosa frase-conceito do dire- tor Glauber Rocha – virou uma fórmula eficiente para explicar os R$ 130 milhões que o cinema brasileiro faturou no ano passado”. Assertiva: O argumento acima constitui um argumento de autoridade. Certo. A ideia se sustenta pela citação de uma fonte confiável, que pode ser um especialista no assunto ou dados de instituição de pesquisa, uma frase dita por alguém, líder ou político, algum artista famoso ou algum pensador, enfim, uma autoridade no assunto abordado. A citação pode auxiliar e deixar consistente a tese. Não se esqueça de que a frase citada deve vir entre aspas. 19Cargo: Técnico Judiciário – Área Administrativa Nome do candidato: Futuro(a) Servidor(a) do TRF1 CESPE | CEBRASPE – TRF1 – Aplicação: 2017 49 Considerando as características do raciocínio analítico e a estrutura da argumentação, julgue o item que se segue. A frase “Aquele candidato não foi aprovado no vestibular porque é filho do reitor da Universi- dade” possuisentido ambíguo, permitindo os seguintes entendimentos: 1) De que “Aquele candidato” não foi aprovado devido ao fato de ser filho do reitor da Univer- sidade; e 2) De que “Aquele candidato” foi aprovado, mas o fato de ele ser filho do reitor não teria contri- buído para a sua aprovação. Certo. Temos as seguintes interpretações: 1. Aquele candidato não foi aprovado porque é filho do reitor da Universidade significa que não foi promovido pelo fato de ser filho do reitor. 2. Aquele candidato não foi aprovado porque é filho do reitor da universidade tem o entendimento de que o homem foi promovido, porém não por ser filho do reitor, mas por outro motivo qualquer. 50 Adotar o processo de inferências do tipo indutiva significa determinar a premissa. Usa-se a con- clusão e a regra para defender que a premissa poderia explicar a conclusão. Exemplo: "Quando chove, a grama fica molhada. A grama está mo- lhada, então pode ter chovido." Associa-se este tipo de raciocínio aos diagnosticistas e detetives etc. Errado. Um argumento é dito indutivo quando sua conclusão traz mais informações do que as premissas fornecem. É um argumento de conclusão ampliativa. É o mais usado pelas ciências. É por meio dos argumentos indutivos que as ciências descobrem as leis gerais da natureza. O argumento indutivo geralmente parte de dados da experiência e desses dados chega a enunciados universais. Além disso, todas as conjecturas que a ciência faz têm por base a indução. Com base em dados particulares do presente, as ciências fazem as conjecturas do futuro. O conceito exposto no item se refere a uma inferência por abdução. 51 Uma constituição promulgada, rígida, escrita e material, como a brasileira de 1988, está entre aquelas que permitem o controle de constitucio- nalidade, por colocar os dispositivos constitucio- nais em posição de hierarquia superior às demais normas do ordenamento. Errado. As classificações das Constituições são várias, levando em consideração diferentes critérios doutrinários. No item, está correto quando se expõe que nossa Constituição é promulgada (quanto à origem); rígida (quanto à possibilidade de alteração ou alterabilidade); e escrita (quanto à forma). Contudo, quanto ao conteúdo, a Constituição pode ser material ou formal. A primeira é aquela que só conta com normas realmente constitucionais. Elas normalmente são mais enxutas, sendo consideradas sintéticas (quanto à extensão). Por outro lado, a nossa Constituição atual é formal, porque conta com inúmeros dispositivos, não tratando alguns de matéria verdadeiramente constitucional. Esse modelo de Constituição, em regra, é mais extenso, sendo normalmente consideradas analíticas (quanto à extensão). 52 Dentro da teoria dos freios e contrapesos, utiliza- da pelo Constituinte, todos os Poderes do Esta- do atuariam em funções típicas e atípicas. Com isso, haveria controles recíprocos, de modo que um Poder não pode se sobrepor ao outro. Certo. É certa a afirmação de que o Poder emana do povo. No entanto, visando um melhor funcionamento da máquina pública, Montesquieu desenvolveu a teoria da separação dos poderes, desdobrando-os em três: Executivo, Legislativo e Judiciário. Cada um deles exerce uma função principal, chamada de típica, bem como funções secundárias, as atípicas. Poder Função típica Funções atípicas Executivo Administrar (executar) 1 legislar: por exemplo, ao editar uma medida provisória ou um decreto autônomo. 2 julgar: julgamentos feitos pelo CADE acerca da possível formação de cartéis ou outras formas de violação da concorrência. Ainda, os julgamentos feitos pelo CARF, órgão envolvido na Operação Zelotes. Judiciário Julgar 1 legislar: elaboração de Regimentos Internos. 2 administrar: ‘cuidar’ de seus servidores. Ex.: conceder férias. Legislativo Legislar e fiscalizar 1 julgar: processar e julgar as autoridades indicadas pela CF/88 (art. 52). Ex.: Pres. da República. 2 administrar: ‘cuidar’ de seus servidores. Ex.: concessão de horas extras. 20 Nome do candidato: Futuro(a) Servidor(a) do TRF1 Cargo: Técnico Judiciário – Área Administrativa CESPE | CEBRASPE – TRF1 – Aplicação: 2017 A CF/88, em seu art. 2º, dispõe que os poderes são independentes e harmônicos. Isso quer dizer que ‘um não é maior que o outro’, ou seja, cada um pode controlar (frear) a atuação do outro. Exemplificando: o Presidente da República encaminha um projeto de lei prevendo a criação de novo tributo. O Congresso Nacional (Legislativo) pode aprovar a proposta, criando a lei, ou rejeitá-la, arquivando. Havendo a sanção, promulgação e publicação, nada impede que o Judiciário a declare inconstitucional. Outro exemplo clássico em provas é o processo de escolha de Ministros do STF (Judiciário). O Presidente da República (Executivo) indica um nome, que deve ser submetido a aprovação por maioria absoluta dos Senadores (Legislativo). Esse sistema em que cada poder fiscaliza a atuação do outro é a chamada teoria dos freios e contrapesos (no direito norte-americano, é chamado check and balances ou checks and counterchecks). 53 Segundo o pensamento de Carl Schimtt, a Cons- tituição é a decisão política fundamental de um país, diferenciando-se a Constituição propriamen- te dita das leis constitucionais. Certo. No sentido político, Carl Schmitt conceitua Constituição como a decisão política fundamental. Segundo o autor, a validade de uma Constituição não se apoia na justiça de suas normas, mas na decisão política que lhe dá existência. Um ponto importante: Carl Schmitt diferencia Constituição de leis constitucionais. A Constituição disporia somente sobre as matérias de grande relevância jurídica, sobre as decisões políticas fundamentais, tais como organização do Estado, princípio democrático e os direitos fundamentais. As outras normas presentes na Constituição seriam somente leis constitucionais. Falando em outras palavras, Constituição seria aquilo que realmente merece estar na norma mais importante. O resto, que lá está, mas não tem a mesma importância, seria apenas uma lei constitucional. Se você reparar bem, parece muito com a classificação das constituições segundo o conteúdo. Isso porque as ‘leis constitucionais’ seriam Constituição em aspecto formal, enquanto a Constituição seria apenas o filé mignon, o aspecto material. Pronto! Agora que já respondi o item, quero que você veja a comparação que fiz entre os conceitos (sentidos) mais cobrados em provas: Sentido Pensador Expressão identificadora Sociológico Ferdinand Lassale Somatória dos fatores reais de Poder ou Folha de papel Político Carl Schmitt Decisão política fundamental Distinção entre Constituição x leis constitucionais Jurídico Hans Kelsen Norma pura Culturalista J. H. Meirelles Teixeira Constituição Total 54 Existem direitos fundamentais extensíveis exclu- sivamente a estrangeiros. Certo. Os direitos fundamentais, em regra, alcançam as pessoas naturais (pessoas físicas). Contudo, há alguns que podem ser estendidos às pessoas jurídicas. É o caso da proteção ao nome, por exemplo. Por outro lado, nem todos os direitos fundamentais são assegurados a brasileiros e a estrangeiros. Isso acontece porque a Constituição permite a existência de direitos exclusivamente de cidadãos natos. É o caso, por exemplo, da proibição de extradição. Sobre o tema, enquanto o nato nunca pode ser extraditado, haveria somente duas situações de extradição do naturalizado, que são os crimes cometidos antes da naturalização e o envolvimento comprovado com o tráfico de drogas (antes ou depois da extradição). Já o estrangeiro, não se tratando de crime político ou de opinião, pode ser extraditado, desde que atendidas determinadas condições.
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