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Materiais de Construção Prof. Aline Fernandes de Oliveira, Arquiteta Urbanista 2010 AGLOMERANTES AGLOMERANTES Prof. Aline Fernandes O QUE SÃO? - Material ativo e ligante - Em geral pulverulento (que se reduz a pó ou se apresenta em estado de pó) - PRINCIPAL FUNÇÃO: formar uma pasta que promove a união entre os grãos do agregado. - Utilizados na obtenção das argamassas e concretos, na forma da própria pasta e também na confecção de natas – usadas para: . Revestimento de pisos e paredes . Obtenção e união de componentes de Const. Civil . Construção de elementos e componentes estruturais . Estabilização de solos. AGLOMERANTES Prof. Aline Fernandes - PASTAS = aglomerante + água Utilização: Pouco usadas – efeitos secundários por causa da retração. Quando usadas – rejuntamento de azulejos e ladrilhos - NATAS = pastas + excesso de água Utilização: Natas de cal : pintura Natas de cimento : utilizadas sobre argamassas para obtenção de superfícies lisas. AGLOMERANTES Prof. Aline Fernandes Pasta – aglomerante + água Nata – pasta muito fluída Argamassa – pasta + agregado miúdo Concreto – argamassa + agregado graúdo Aglomerantes – materiais ativos (pulverulentos) Agregados – materiais inertes (granulosos) Aglomerados – argamassas e concretos AGLOMERANTES CLASSIFICAÇÃO – quanto ao princípio ativo (pega): - Aéreos: Endurecem expostos ao ar e não resistem a ação da água, como por exemplo a cal aérea e gesso. - Hidráulicos: são os aglomerantes que endurecem pela ação exclusiva da água, como por exemplo a cal hidráulica, o cimento Portland, etc. Este fenômeno recebe o nome de hidratação. - Poliméricos: são os aglomerantes que tem reação devido a polimerização de uma matriz. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CLASSIFICAÇÃO – quanto a atividade química: -Aglomerante quimicamente inerte: O processo de endurecimento ao ambiente é consequência da evaporação da água de emassamento. . Baixa resistência mecânica . Reversibilidade do processo Ex. argila. -Aglomerante quimicamente ativo: O processo de endurecimento ao ambiente é decorrência de uma reação química. . Maior resistência físico-mecânica . Irreversibilidade do processo Ex. cimento, cal e gesso. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES EXEMPLOS: - Cal – aérea e hidráulica Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES EXEMPLOS: - Cimento – natural, artificial e aluminoso Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES EXEMPLOS: - Argilas Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES EXEMPLOS: - Gesso – comum, anidro e hidráulico Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES EXEMPLOS: - Betume – asfalto ou alcatrão Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CONCEITO DE PEGA - Perda da fluidez da pasta. - Como acontece? Ao se adicionar, por exemplo, água a um aglomerante hidráulico, depois de certo tempo, começam a ocorrer reações químicas de hidratação, que dão origem à formação de compostos, que aos poucos, vão fazendo com que a pasta perca sua fluidez, até que deixe de ser deformável para pequenas cargas e se torne rígida. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CONCEITO DE PEGA - INÍCIO DE PEGA de um aglomerante hidráulico: Período inicial de solidificação da pasta. Contado a partir do lançamento da água no aglomerante, até ao início das reações químicas com os compostos do aglomerante. Esse fenômeno é caracterizado pelo aumento brusco da viscosidade e pela elevação da temperatura da pasta. - FIM DE PEGA de um aglomerante hidráulico: Quando a pasta se solidifica completamente, não significando, entretanto, que ela tenha adquirido toda sua resistência, o que só será conseguido após anos. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CONCEITO DE PEGA A determinação dos tempos de início de e de fim de pega do aglomerante são importantes, pois através deles pode-se ter idéia do tempo disponível para trabalhar, transportar, lançar e adensar argamassas e concertos, regá-los para execução da cura, bem como transitar sobre a peça. Com relação ao tempo de início de pega os cimentos brasileiros se classificam em: • cimentos de pega normal tempo > 60 minutos • cimentos de pega semi-rápida 30 minutos < tempo < 60 minutos • cimentos de pega rápida tempo < 30 minutos Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CONCEITO DE PEGA No caso dos cimentos de pega normal, o fim da pega se dá, de cinco a dez horas depois do lançamento da água ao aglomerante. Nos cimentos de pega rápida, o fim da pega se verifica poucos minutos após o seu início. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES AÉREOS CAL E GESSO CAL AGLOMERANTES CAL O QUE É? - É o produto obtido pela calcinação de rochas calcárias a temperaturas elevadas. - Pode ser considerada o produto manufaturado mais antigo da humanidade. Há registros do uso deste produto que datam de antes de Cristo. Um exemplo disto é a muralha da China, onde pode-se encontrar, em alguns trechos da obra, uma mistura bem compactada de terra argilosa e cal. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CAL - Pela diversidade de aplicações, a cal está entre os dez produtos de origem mineral de maior consumo no planeta. - Na construção civil: elaboração das argamassas de assentamento e de revestimento e na pintura de alvenarias - Na indústria cerâmica, indústria siderúrgica (obtenção do ferro), na indústria farmacêutica (como agente branqueador ou desodorizador), no setor ambiental, no tratamento de resíduos industriais e na indústria de papel. - Atualmente, o uso da cal está cada vez mais difundido para restauração de prédios históricos. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CAL - Estima-se que sua produção mundial esteja em torno de 145 milhões de toneladas por ano. O Brasil produz cerca de 6 milhões de toneladas por ano, o que significa um consumo "per capita" de 36 kg por ano. -Podem ser classificadas: . Conforme o óxido predominante (cal virgem cálcica – cal virgem magnesiana – cal virgem dolomítica) . Conforme teor de componentes argilosos (cal aérea e cal hidráulica) Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CONFORME ÓXIDO PREDOMINANTE: .Cal virgem cálcica – com óxido de cálcio entre 100% e 90% do óxido total presente; .Cal virgem magnesiana – com óxido de cálcio entre 90% e 65% do óxido total presente; .Cal virgem dolomítica – com óxido de cálcio entre 65% e 58% do óxido total presente. - No mercado global da cal, a cal virgem cálcica predomina, particularmente, pela sua aplicação nas áreas das indústrias siderúrgicas, de açúcar e de celulose. - Em geral, na região sul-sudeste predominam as cales provenientes de dolomitos e de calcáreos magnesianos e na região nordeste-norte-centro, as resultantes de calcáreos cálcicos. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CONFORME TEOR DE COMPONENTES ARGILOSOS: . Cal aérea – necessita do ar para endurecer. O teor de componentes argilosos (SiO2 + Al2O3) é pequeno; . Cal hidráulica – endurecem pela ação da água, sem intervenção do ar e resistem à água depois de endurecidas. O teor de componentes argilosos (SiO2 + Al2O3) é alto. -A cal hidráulica é obtida pelo aquecimento de calcários com impurezas silicoaluminosas, formando silicatos, aluminatos e ferritas de cálcio. - Por causa de seu alto grau de hidraulicidade - propriedade da cal de fazer pega sob excesso de água - solidifica-se e endurece quando imersa em água. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES NORMAS PARA DETERMINAR QUALIDADE DA CAL: . NBR 6453 - Cal virgem para construção civil – Requisitos; . NBR 7175 - Cal hidratada para argamassas; . NBR 9289 - Cal hidratada para argamassas- Determinação da finura; . NBR 9205 - Cal hidratada para argamassas - Determinação da estabilidade; . NBR 9206 - Cal hidratada para argamassas - Determinação da plasticidade; . NBR 9206 - Cal hidratada para argamassas - Determinação da capacidade de incorporação de areia no plastômero de Voss; . NBR 9290 - Cal hidratada para argamassas - Determinação de retenção de água; . NBR 6473 - Cal virgem e cal hidratada - Análise química; . Dentre outras. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CAL ENSAIOS FÍSICOS E QUÍMICOS: - De extrema importância para determinar várias características do material. - QUÍMICOS: Esta categoria de ensaios tem por objetivo verificar a "pureza" da cal hidratada, avaliando o processo de fabricação do produto e a qualidade da sua matéria prima. Os ensaios químicos têm influência direta sobre o desempenho do produto. Além disso, a partir desses ensaios, pode-se verificar a existência de impurezas na matéria prima da cal hidratada. Quanto maior a porcentagem de impurezas, menor será a quantidade de cal que o consumidor estará efetivamente comprando. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CAL - FÍSICOS : Os ensaios que pertencem a esta categoria verificam se a cal foi bem moída no processo de fabricação, se é econômica, se a argamassa desta cal é de boa trabalhabilidade e se a argamassa retém a água da mistura ou a perde para a alvenaria onde a argamassa foi assentada. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CAL VIRGEM OU CAL VIVA O QUE É? - É o aglomerante resultante da calcinação de rochas calcárias (CaCO3) numa temperatura inferior a de fusão do material (850 a 900 0C). - A cal virgem é comercializada em forma de blocos (como sai do forno), britada (partículas com diâmetro variando de 1 a 6 cm), moída e pulverizada (85% a 95% passando na peneira 0,15 mm). - A proporção de produção é de 1,7 a 1,8 t de rocha calcárea para 1 t de cal Virgem. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CAL VIRGEM OU CAL VIVA CALCINAÇÃO – O QUE É? É o processo onde oxida-se as substâncias presentes em uma dada amostra à forma de óxidos usando calor. Faz-se isso no laboratório com uso de um forno elétrico chamado mufla, e na industria em fornos aquecidos por óleo, como na produção de cimento. Normalmente, as calcinações ocorrem em temperaturas da ordem de 1000°C. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CAL VIRGEM COMO É OBTIDO? - Além das rochas calcárias, a cal também é obtida de resíduos de ossos e conchas de animais. - O fenômeno ocorrido na calcinação do calcário é o seguinte: Ca CO3 + calor (900 0C) ⇒ Ca O + CO2 Calcário + calor ⇒ cal virgem + gás carbônico O produto que se obtém com a calcinação do carbonato de cálcio recebe o nome de cal virgem, ou cal viva (CaO), que ainda não é o aglomerante usado em construção. O óxido deve ser hidratado para virar hidróxido de cálcio Ca(OH)2 denominado de cal extinta ou cal queimada. CaO + H2O => Ca (OH)2 Cal virgem + água => Cal extinta + calor Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES HIDRATAÇÃO DO CAL VIRGEM - O processo de hidratação da cal virgem é executado no canteiro de obras. - As pedras são colocadas em tanques onde ocorre a sua extinção ao se misturarem com a água. O fenômeno de transformação de cal virgem em cal extinta é exotérmico, isto é, se dá com grande desprendimento de calor (250 cal/g, podendo em alguns casos a temperatura atingir 400 0C), o que torna o processo altamente perigoso. - Após a hidratação das pedras, o material deverá descansar por 48 horas no mínimo, antes de ser utilizado na obra. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES HIDRATAÇÃO DO CAL VIRGEM As argamassas de cal, inicialmente, têm consistência plástica, mas endurecem por recombinação do hidróxido com o gás carbônico, presente na atmosfera (daí o nome cal aérea), voltando ao seu estado inicial de carbonato de cálcio. Ca (OH)2 + CO2 ⇒ CaCO3 + H2O Cal extinta + gás carbônico ⇒ Carbonato de cálcio + água A cal viva ou cal virgem é distribuída no comércio em forma de pedras, como saem do forno ou mesmo moídas e ensacadas. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CAL HIDRATADA O QUE É? - Cal hidratada é um produto manufaturado que sofreu em usina o processo de hidratação. - A cal hidratada resulta da clássica reação de fases sólida-líquida. Dependendo do volume de água utilizada para a reação, o produto final pode ser seco ou com aspectos de creme, lama, leite ou solução saturada. - É apresentada como um produto seco, na forma de um pó branco de elevada finura. A cal é encontrada no mercado em sacos de 20 kg. - A cal hidratada tem características aglomerantes como o cimento, sendo que, enquanto o cimento reage com água (reação de hidratação do cimento), o endurecimento da cal aérea ocorre pelo contato com o ar. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CAL HIDRATADA VANTAGENS CAL HIDRATADA X CAL VIRGEM: • maior facilidade de manuseio, por ser um produto pronto, eliminando do canteiro de obras a operação de extinção; • maior facilidade de transporte e armazenamento. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES Cal Virgem ou Hidratada? Algumas vezes, a qualidade das argamassas utilizadas na construção civil deixa a desejar pelo uso do tipo errado da cal. Créditos: Engº. Jorge Aoki - Gerente de Assessoria Técnica Itambé Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES Qual o tipo de cal que devemos usar quando preparamos uma argamassa? - A resposta é simples em um primeiro momento: podemos utilizar os dois tipos. - Em determinadas regiões do Brasil, a utilização da cal virgem para argamassas de assentamento e revestimento é bem intensa. Em uma primeira etapa, são misturadas a cal, areia fina e água. Essa mistura fica “descansando” por alguns dias, perde trabalhabilidade e depois é adicionada a uma pequena parte de cimento e mais água. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES Qual o tipo de cal que devemos usar quando preparamos uma argamassa? - Na realidade, portanto, ninguém usa cal virgem. Podemos comprar uma cal virgem e quando preparamos a argamassa, seja na obra ou em central, estamos hidratando a cal no exato momento da adição de areia e água. - Esta reação libera muito calor e uma boa cal, bem calcinada, demora aproximadamente 48 horas para hidratar bem. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES Qual o tipo de cal que devemos usar quando preparamos uma argamassa? - Uma grande vantagem quando se compra a cal já hidratada no produtor é justamente a garantia de uma boa e completa hidratação. - Além disso, a argamassa preparada com cal hidratada pode ser utilizada logo após a sua mistura. O que pode ocorrer, quando se faz a argamassa com a cal virgem, é fazer a aplicação na obra sem a completa hidratação. - As conseqüências são trincas e quedas do material, com muito desperdício. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES Qual o tipo de cal que devemos usar quando preparamos uma argamassa? - Uma grande vantagem quando se compra a cal já hidratada no produtor é justamente a garantia de uma boa e completa hidratação. - Além disso, a argamassa preparada com cal hidratada pode ser utilizada logo após a sua mistura. O que pode ocorrer, quando se faz a argamassa com a cal virgem, é fazer a aplicação na obra sem a completa hidratação. As conseqüências são trincas e quedas do material, com muito desperdício. - Qualquer que seja o tipo de argamassa (mista, industrializada ou estabilizada), a escolha correta dos materiais componentes fará a diferença para se obter um produto final de boa qualidade. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CAL – ALGUMAS CARACTERÍSTICAS - Elevada finura de seus grãos (2 μm de diâmetro):. Capacidade de proporcionar fluidez, coesão (menor suscetibilidade à fissuração) e retenção de água = melhora na qualidade das argamassas. - Maior plasticidade às pastas e argamassas: . Permite que elas tenham maiores deformações, sem fissuração, do que teriam com cimento Portland somente. - As argamassas de cimento, contendo cal, retêm mais água de amassamento e assim permitem uma melhor aderência. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CAL HIDRÁULICA O QUE É? - É um aglomerante hidráulico, ou seja endurece pela ação da água, e foi muito utilizado nas construções mais antigas, sendo posteriormente, substituído pelo cimento Portland. Prof. Aline Fernandes GESSO AGLOMERANTES GESSO O QUE É? - Matéria prima = Gipsita (rocha) - Dos aglomerantes utilizados na C. Civil, este é o menos utilizado no Brasil. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES GESSO PROPRIEDADES INTERESSANTES: - Endurecimento rápido (permite a produção de componentes sem tratamento de aceleração de endurecimento ) - A plasticidade da pasta fresca e a lisura da superfície endurecida Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES GESSO - Aglomerante de pega rápida - Obtido pela desidratação total ou parcial da gipsita, seguido de moagem e seleção em frações granulométricas em conformidade com sua utilização - A gipsita é constituída de sulfato de cálcio mais ou menos impuro, hidratado com duas moléculas de água. As rochas são extraídas das jazidas, britadas, trituradas e queimadas em fornos. - O gesso é um aglomerante de baixo consumo energético. Enquanto a temperatura para processamento do cimento Portland é da ordem de 1450 0C, a da cal entre 800 e 1000 0C, a do gesso não ultrapassa 300 0C. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES GESSO - Propriedades aglomerantes : . Hidratação do sulfato de cálcio semi-hidratado e do sulfato de cálcio solúvel que reconstituem o sulfato de cálcio bi-hidratado. -Aplicações do gesso: Devido ao rápido endurecimento – aplica-se a moldagem: . material de revestimento (estuque); . placas para rebaixamento de teto (forro); . painéis para divisórias; . elementos de ornamentação, como: sancas,etc. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES PROPRIEDADES FÍSICO QUÍMICAS E MECÂNICAS DO GESSO: -As propriedades específicas do gesso são: . Elevada plasticidade da pasta; . Pega e endurecimento rápido; . Finura equivalente ao cimento; . Absorção e liberação de umidade ao ambiente; . Alta solubilidade em água; . Pequeno poder de retração na secagem e estabilidade volumétrica. Estas propriedades garantem desempenho satisfatório do gesso, quando utilizado como aglomerante na fabricação de pré-moldados ou aplicado como revestimento. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES PROPRIEDADES FÍSICO QUÍMICAS E MECÂNICAS DO GESSO: - A propriedade de absorver e liberar umidade ao ambiente confere aos revestimentos em gesso um elevado poder de equilíbrio higroscópico, além de funcionar como inibidor de propagação de chamas, liberando moléculas d’água quando em contato com o fogo, resiste até 120º C de temperatura. - Por outro lado, devido à solubilidade dos produtos em gesso, a utilização destes fica restrito a ambientes interiores e onde não haja contato direto e constante com água (áreas molhadas). Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES NORMAS DE ESPECIFICAÇÃO E ENSAIOS - ABNT: . NBR 12127 – Gesso para construção – Determinação das propriedades físicas do pó; . NBR 12128 – Gesso para construção – Determinação das propriedades físicas da pasta; . NBR 12129 – Gesso para construção – Determinação das propriedades mecânicas; . NBR 12130 – Gesso para construção – Determinação da água livre e de cristalização e teores de óxido de cálcio e anidrido sulfúrico; . NBR 13207 – Gesso para construção civil – Especificações; . NBR 13867 – Revestimento interno de paredes e tetos com pastas de gesso – Materiais, preparo, aplicação e acabamento. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES FATORES QUE INFLUENCIAM NAS PROPRIEDADES DO GESSO: - GRAU DE CRISTALIZAÇÃO: . Dependendo da calcinação ocorrem 2 cristalizações distintas: 1. Alfa – cristais bem formados e homogêneos Consequência: produtos com maior tempo de pega, maior resistência (por ser menos solúvel), e que necessitam de menos água de emassamento. 2. Beta – cristais mal formados e heterogêneos Consequência: produtos com menor tempo de pega, menor resistência, e que necessitam de menos água de emassamento. Na construção, o gesso empregado é o gesso tipo beta. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES FATORES QUE INFLUENCIAM NAS PROPRIEDADES DO GESSO: - HOMOGENEIDADE: . Gessos com grau de cristalização ou de desidratação diferentes aceleram o tempo de pega e diminuem a resistência mecânica do produto final. - FINURA: . Quanto menores forem as partículas de gesso mais rápido será a pega, pois a superfície de contato será maior e, consequentemente, mais saturada será a mistura, favorecendo a cristalização, diminuindo o tempo de pega e aumentando a resistência final. - CONSISTÊNCIA (FATOR ÁGUA GESSO): . Quanto maior for este fator, maior quantidade d’água em relação à massa de gesso, maior o tempo de pega e menor será sua resistência final. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES FATORES QUE INFLUENCIAM NAS PROPRIEDADES DO GESSO: - INFLUÊNCIA DA MISTURA COM AREIA: . A mistura de gesso com areia para formar argamassa é possível, porém as propriedades físico-mecânicas diminuem sensivelmente: a consistência, o tempo de pega e a resistência mecânica decrescem proporcionalmente com o acréscimo da proporção de areia. - TEMPERATURA: . O aumento da temperatura favorece as reações de cristalização, diminuindo sensivelmente o tempo de pega. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES UTILIZAÇÃO DO GESSO: 1. REVESTIMENTOS: . Como revestimento de paredes, no lugar da massa fina; . Não pode haver contato com a água . Necessidade de superfície regular . Não há retração 2. PRÉ MOLDADOS: . Chapas de Dry Wall (gesso entre 2 folhas de papelão) . Placas para forro (60x60cm) . Molduras . Blocos para alvenaria (para áreas internas secas – isolamento termo acústico) Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES UTILIZAÇÃO DO GESSO: 1. FIBROGESSO: Pasta de gesso (frágil) + Fibras (ductilidade) . As fibras ajudam a ter resistência à flexão adequada a painéis do edifício . As fibras são: Fibras de Vidro, Fibras de Celulose e Fibras Plásticas Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES OUTRAS CARACTERÍSTICAS DO GESSO . Leveza: paredes, divisórias e peças de gesso são mais leves do que peças feitas de outro material e podendo serem usadas em apartamentos, sem alterar a estrutura; . Facilidade de manuseio para execução de detalhes; . Apesar da inevitável sujeira - seu ponto fraco, não há como evitá-la -, muitos preferem ter uma parede de gesso no apartamento à sujeira de cimento, pedra, cal e água; . Rapidez de aplicação; . Recebe bem todos os tipos de pintura e acabamento; . Sua manutenção é simples: basta pano úmido e sabão de coco; Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES OUTRAS CARACTERÍSTICAS DO GESSO . Saiba que o gesso não suporta água. Por isso os profissionais recomendam sua aplicação apenas em ambientes internos ou protegidos da chuva. Porém, existem placas Resistentes à Umidade (RU), produzidas especialmente para utilização em áreas molhadas. Possuem na composição do gesso, aditivos especiais que as tornam mais resistentes aos vapores e aos fungos resultantes da ação da umidade. Para as áreas constantemente molhadas (ex. Box de chuveiros) é indispensável a impermeabilização. . Por suas propriedades físico-químicas,o gesso é considerado isolante térmico e acústico natural; É possível fazer uma parede de gesso acartonado com um isolamento acústico muito superior ao de paredes de tijolos. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES ISOLAMENTO ACÚSTICO - As formas conhecidas de se obter isolamento acústico são: . Lei da massa - quanto mais pesada a barreira acústica maior o impedimento para o som passar de um lado para o outro desta barreira; . Lei da massa + mola + massa - quanto mais alternância de materiais com espessuras e densidades diferentes, maior o isolamento acústico. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES ISOLAMENTO ACÚSTICO . Com uma simples parede de gesso acartonado com 16cm de espessura, com lã de vidro no interior, conforme mostra a Figura, pode-se obter o mesmo isolamento acústico do que um muro de concreto de 18cm de espessura, ou seja, isolamento de 60dB, com a grande vantagem da parede de gesso pesar apenas 40 Kg/m², contra os 414 Kg/m² do muro de concreto. Prof. Aline Fernandes CIMENTO AGLOMERANTES CIMENTO - CURIOSIDADE: - A arquitetura monumental do Egito Antigo já usava uma liga constituída por uma mistura de gesso calcinado que, de certa forma, é a origem do cimento. As grandes obras gregas ou romanas, como o Panteão e o Coliseu, foram construídas com o uso de certas terras de origem vulcânicas, com propriedades de endurecimento sob a ação da água. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CIMENTO CURIOSIDADE: - A palavra CIMENTO é originada do latim CAEMENTU,que designava na velha Roma espécie de pedra natural de rochedos e não esquadrejada. - A origem do cimento remonta há cerca de 4.500 anos. Os imponentes monumentos do Egito antigo já utilizavam uma liga constituída por uma mistura de gesso calcinado. - Tecnicamente, podemos definir cimento como um pó fino, com propriedades aglomerantes, aglutinantes ou ligantes, que endurece sob a ação de água. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CIMENTO - TIPOS: -Cimento Aluminoso -Cimento Pozolânico -Cimento Natural -Cimento Portland Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CIMENTO ALUMINOSO - São ligantes hidráulicos, cujo componente principal é o aluminato de cálcio. - São fabricados a partir de misturas de calcários com bauxitos ou com alumina, de forma a se obter cimentos com teores de óxido de alumínio na faixa de 40% a 80%. -Estes produtos podem ser obtidos por dois processos: 1.Fusão; 2.Sinterização; Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CIMENTO ALUMINOSO 1. Fusão; . As matérias-primas são moídas, dosadas e levadas ao forno para fusão. O material fundido é descarregado e resfriado 2. Sinterização; . As matérias-primas são secas, dosadas e moídas em moinho de bolas até uma granulometria próxima a do cimento. Em seguida este pó é pelotizado, calcinado em fornos rotativos e resfriado, obtendo- se o clinquer. * O clinquer de ambos os processos é britado e moído até a granulometria desejada, obtendo-se dessa forma o cimento. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CIMENTO ALUMINOSO - PROPRIEDADES - Resistência ao calor dos concretos ou argamassas prontas até 1200°C - Alta resistência a abrasão e corrosão - Endurecimento normal a baixas temperaturas - Pega lenta - Cura rápida Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CIMENTO ALUMINOSO - APLICAÇÕES - Usado principalmente para concretos refratários nos altos fornos em geral, fornos industriais, lareiras e em substituição ao cimento Portland comum, sempre quando se deseja uma rápida cura e altas resistências iniciais e finais, tanto em concretos armados ou não. - Concretagem junto ao mar aproveitando-se a maré baixa. - Fabricação de pré moldados para uso imediato. - Rejuntamento e assentamento de tijolos refratários. - Chumbamento e fundações para maquinas pesadas que poderão entrar em funcionamento após 24horas. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CIMENTO POZOLÂNICO POZOLANA - Substâncias silicosas e aluminosas que reagem com a cal hidratada na presença de água, resultando em compostos cimentícios - Os materiais pozolânicos mais comuns são: a pozolana original (pumicita), as calcedônias e as opalas, terras diatomáceas calcinadas, argilas calcinadas e as cinzas volantes Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CIMENTO POZOLÂNICO Os modernos cimentos pozolânicos são uma mistura de pozolanas naturais e industriais com cimento Portland. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CIMENTO POZOLÂNICO – VANTAGENS: - Trabalhabilidade - Diminuição do calor de hidratação - Aumento da impermeabilidade - Custos - Resistência ao ataque da água - OBS: Com a substituição de parte do cimento por pozolana, os concretos passam a ter menores resistências iniciais, só desaparecendo essa desvantagem após cerca de 3 meses, a partir de onde suas resistências são cerca de 10 a 15% superiores aos dos concretos comuns. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CIMENTO POZOLÂNICO – VANTAGENS: Prof. Aline Fernandes O concreto feito com este produto se torna mais impermeável, mais durável, apresentando resistência mecânica à compressão superior à do concreto feito com Cimento Portland Comum, a idades avançadas. APLICAÇÕES É especialmente indicado em obras expostas à ação de água corrente e ambientes agressivos. AGLOMERANTES CIMENTO POZOLÂNICO – COMPOSIÇÃO: O cimento Portland pozolânico (conforme norma ABNT NBR 5736), em geral conhecido pela sigla CP IV, é constituído por: Prof. Aline Fernandes Clínquer e gesso 45 a 85% Escórias 0 a 5% Pozolanas 15 a 50% Material carbonatado 0 a 5% AGLOMERANTES CIMENTO NATURAL É obtido através da calcinação da pedra calcária argilosa natural ou pedra calcária magnésia natural, sem sofrer processo de pulverização ou misturas de outros materiais. PROCESSO A pedra é quebrada e queimada em fornalha. O cimento queimado é então britado em pequenos fragmentos, pulverizado, adicionado e empacotado para o transporte ao mercado. UTILIZAÇÃO É usado quando se tem esforços menores e se precisa de uma pega mais rápida OBS: O cimento natural nos dias de hoje, deu lugar ao Cimento Portland. Pois o mesmo possui um tempo de pega mais lento, o que é vantajoso na aplicação. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CIMENTO PORTLAND - DESENVOLVIMENTO: - 1756 – Jonh Smeaton (inglês), obteve um produto de alta resistência por meio de calcinação de calcários moles e argilosos. -1818 – Vicat (francês), obteve resultados semelhantes aos de Smeaton, pela mistura de componentes argilosos e calcários. Ele é considerado o inventor do cimento artificial. - 1824 - Joseph Aspdin (construtor inglês), queimou conjuntamente pedras calcárias e argila, transformando-as num pó fino. Percebeu que obtinha uma mistura que, após secar, tornava-se tão dura quanto as pedras empregadas nas construções. A mistura não se dissolvia em água e foi patenteada pelo construtor no mesmo ano, com o nome de cimento Portland, que recebeu esse nome por apresentar cor e propriedades de durabilidade e solidez semelhantes às rochas da ilha britânica de Portland. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CIMENTO PORTLAND - DESENVOLVIMENTO: - Hoje, o cimento Portland é um material rigorosamente definido, e sua fabricação segue princípios bem estabelecidos. - A grande versatilidade de emprego e notáveis qualidade de adaptação a novos produtos e métodos construtivos aumentam, a cada dia, sua ampla gama de aplicações. - No Brasil foram feitas várias tentativas para desenvolver o cimento Portland, e em 1924 foi implantada a Companhia Brasileira de Cimento Portland de uma fábrica em Perus, Estado de São Paulo Prof.Aline Fernandes AGLOMERANTES CIMENTO PORTLAND TECNOLOGIA DE FABRICAÇÃO DO CIMENTO - O cimento é um dos materiais de construção mais utilizados na construção civil, por conta da sua larga utilização em diversas fases da construção. - O cimento pertence à classe dos materiais classificados como aglomerantes hidráulicos, esse tipo de material em contato com a água entra em processo físico-químico, tornando-se um elemento sólido com grande resistência à compressão e resistente à água e a sulfatos. - O cimento Portland é um material em forma de pó, constituído de silicatos e aluminatos de cálcio. Estes materiais ao serem misturados com água hidratam-se, endurecendo a massa e tendo por conseqüência uma elevada resistência mecânica. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CIMENTO PORTLAND TECNOLOGIA DE FABRICAÇÃO DO CIMENTO - O cimento : basicamente de argila, calcário, areia e uma pequena quantidade de compostos contendo ferro que são aquecidos num forno robusto e de grande porte, a altas temperaturas, durante tempo suficiente para reagirem quimicamente e se transformarem em pequenas bolas chamadas clínquer. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CIMENTO PORTLAND TECNOLOGIA DE FABRICAÇÃO DO CIMENTO - O clínquer é então misturado com gesso e moído formando um pó bastante fino chamado cimento. O cimento por seu lado, é o ingrediente chave na produção do concreto, componente vital dos edifícios, estradas, casas e escritórios. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CIMENTO PORTLAND TECNOLOGIA DE FABRICAÇÃO DO CIMENTO Prof. Aline Fernandes FLUXOGRAMA DA FABRICAÇÃO DO CIMENTO http://www.abcp.org.br/basico_sobre_cimento/flashs/fabricacao/flash_fabricacao.swf AGLOMERANTES CIMENTO PORTLAND PROCESSO DE FABRICAÇÃO Cimento - é uma pequena porcentagem de argila, queimada juntamente com o calcário e que endurece na presença de água. O cimento é normalmente utilizado sob a forma de concreto. O concreto é uma mistura de cimento, areia e pedra e normalmente utilizado para preencher formas na moldagem de vigas e estruturas. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CIMENTO PORTLAND PROCESSO DE FABRICAÇÃO Prof. Aline Fernandes O cimento é preparado com 75-80% de calcário e 20-25% de argila. A matéria prima é extraída das minas, britada e misturada nas proporções corretas. Esta mistura é colocada em um moinho de matéria prima (moinho de cru) e posteriormente cozidas em um forno rotativo a temperatura de 1450ºc. AGLOMERANTES CIMENTO PORTLAND PROCESSO DE FABRICAÇÃO Prof. Aline Fernandes Finalmente o clinquer é reduzido a pó em um moinho (moinho de cimento) juntamente com 3-4% de gesso. O gesso tem a função de retardar o endurecimento do cliquer pois este processo seria muito rápido se água fosse adicionada ao cliquer puro. AGLOMERANTES CIMENTO PORTLAND PROCESSO DE FABRICAÇÃO Prof. Aline Fernandes - Dois métodos utilizados : processo seco e o processo úmido; - Nos dois métodos os materiais são extraídos das minas e britados de forma mais ou menos parecidas, a diferença porém é grande no processo de moagem, mistura e queima. - Dos dois métodos produz-se clinquer e o cimento final é idêntico nos dois casos. AGLOMERANTES CIMENTO PORTLAND PROCESSO ÚMIDO Prof. Aline Fernandes A mistura é moída com a adição de aproximadamente 40% de água, entra no forno rotativo sob a forma de uma pasta de lama. AGLOMERANTES CIMENTO PORTLAND PROCESSO ÚMIDO Prof. Aline Fernandes Este foi o originalmente utilizado para o inicio de fabricação industrial de cimento e é caracterizado pela simplicidade da instalação e da operação dos moinhos e fornos. Além disso consegue-se uma excelente mistura e produz muito pouca sujeira necessitando de sistemas bem primitivos de despoeiramento. AGLOMERANTES CIMENTO PORTLAND PROCESSO SECO Prof. Aline Fernandes A mistura é moída totalmente seca e alimenta o forno em forma de pó. Para secar a mistura no moinho aproveita-se os gases quentes do forno ou de gerador de calor. AGLOMERANTES CIMENTO PORTLAND TIPOS Prof. Aline Fernandes - Originalmente, os cimentos foram fabricados segundo as especificações dos consumidores que encomendavam, das fábricas, o produto com certas características convenientes ao trabalho. - Só a partir de 1904 que a ASTM começou a especificar o cimento e a industria começou a produzir apenas alguns tipos de cimentos. - Hoje, a industria produz o cimento padronizados pelo órgão responsável pelas normas de cada pais, mas sempre em números limitados de tipos. AGLOMERANTES CIMENTO PORTLAND TIPOS Prof. Aline Fernandes - Em casos especiais, onde se necessite de cimentos com características diferentes das que são produzidas, se faz o pedido por encomenda. - No mercado existem diversos tipos de cimento. A diferença entre eles está na composição, mas todos atendem as exigências das normas técnicas brasileiras. - Cada tipo tem o nome e a sigla correspondente estampada na embalagem, para facilitar a identificação. Os tipos de cimento adequado aos usos gerais no meio rural encontram-se na tabela a seguir. AGLOMERANTES CIMENTO Prof. Aline Fernandes TIPOS DE CIMENTO NOME SIGLA Cimento Portland comum CP I Cimento Portland comum com adição CP I – S – 32 Cimento Portland composto com escória CP II – E – 32 Cimento Portland composto com pozolana CP II – Z – 32 Cimento Portland composto com filer CP II – F – 32 Cimento Portland de alto forno CP III – 32 Cimento Portland pozolânico CP IV– 32 AGLOMERANTES CIMENTO Prof. Aline Fernandes - Existem outros tipos de cimento para usos específicos: . CP V-ARI – Cimento portland de alta resistência inicial . RS – Cimento Portland Resistente a Sulfatos . BC – Cimento Portland de Baixo Calor de Hidratação . CPB – Cimento Portland Branco AGLOMERANTES CIMENTO PORTLAND COMUM - CP I . Tipo mais básico . Uso em construções que não requeiram condições especiais e não apresentem ambientes desfavoráveis como exposição às águas subterrâneas, esgotos, água do mar ou qualquer outro meio com presença de sulfatos. . A única adição presente no CP-I é o gesso (cerca de 3%, que também está presente nos demais tipos de cimento Portland). O gesso atua como um retardador de pega, evitando a reação imediata da hidratação do cimento. . Este tipo de cimento é constituído por somente clinquer e gesso, sem adições. . A norma brasileira que trata deste tipo de cimento é a NBR 5732. Prof. Aline Fernandes Sigla Classe de resistênci a Componentes, % em massa Cliquer + sulfato de cálcio Escória granulada de alto-forno Material Pozolânico Material Carbonático CP I 25;32;40 100 0 - - CPI – S 25;32;40 99 – 95 1 – 5 - - Determinações Químicas Limites, % em massa CP I CP I – S Resíduo Insolúvel (RI) Perda de fogo (PF) 1,0 2,0 5,0 4,5 Óxido de magnésio (MgO) 6,5 6,5 Trióxido de Enxofre (SO3) 4,0 4,0 Anidrido Carbônico (CO2) 1,0 3,0 Tabela 01 - Teores dos Componentes de Cimento Portland Comum Tabela 02 - Exigências Químicas AGLOMERANTES AGLOMERANTES Características e Propriedades Unidades Limites de Classe 25 32 40 Finura % 12,0 12,0 10,0 Tempo de início de Pega h 1 1 1 Expansibilidade à quente mm 5 5 5 Resistência à compressão 3 dias Mpa 8,0 10,0 15,0 7 dias Mpa 15,0 20,0 25,0 28 dias Mpa 25,0 32,0 40,0 Classe Limite Inferior (MPa) Limite Superior (MPa) 25 25,0 42,0 32 32,0 49,0 40 40,0 - Tabela 03 - Exigências Físicas e Mecânicas Tabela 04 - As Classe de Resistência à Compressão dos Cimentos PortlandComum AGLOMERANTES CIMENTO PORTLAND COMUM COM ADIÇÃO - CP I S . Mesma composição do CP I (clínquer+gesso), porém com adição reduzida de material pozolânico (de 1 a 5% em massa) . Menor permeabilidade devido à adição de pozolana . O teor de clinquer + gesso neste tipo de cimento deve estar entre 99% e 95%. . A norma brasileira que trata deste tipo de cimento é a NBR 5732. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CIMENTO PORTLAND COMPOSTO . São cimentos comuns onde existe a adição preponderante de escória, pozolana ou filler calcáreo. Prof. Aline Fernandes Sigla Classe de Resistência Componentes, % em massa Escória (%) Material pozolânico (%) Material Carbonático (%) CP II – E 25, 32, 40 6 – 34 - 0 – 10 CP II – Z 25, 32, 40 - 6 – 14 0 – 10 CP II – F 25, 32, 40 - - 6 – 10 Determinações Químicas (%) Limites, % em massa CP II –E CP II – Z CP II –F Resíduo Insolúvel (RI) 2,5 16,0 2,5 Perda ao Fogo (PF) 6,5 6,5 6,5 Óxido de Magnésio (MgO) 6,5 6,5 6,5 Trióxido de Enxofre (SO3) 4,0 4,0 4,0 Anidrido Carbônico (CO2) 5,0 5,0 5,0 Tabela 01 - Teores dos Componentes de Cimento Portland Composto Tabela 02 - Exigências Químicas AGLOMERANTES CIMENTO PORTLAND COMPOSTO Prof. Aline Fernandes Características e Propriedades Unidades Limites de Classe 25 32 40 Finura % 12,0 12,0 10,0 Tempo de início de Pega h - 1 - Expansibilidade à quente mm - 5 - Resistência à compressão 3 dias Mpa 8,0 10,0 15,0 7 dias Mpa 15,0 20,0 25,0 28 dias Mpa 25,0 32,0 40,0 Classe de Resistência Limite Inferior (MPa) Limite Superior (MPa) 25 25,0 42,0 32 32,0 49,0 40 40,0 - Tabela 03 - Exigências Físicas e Mecânicas Tabela 04 - As Classe de Resistência à Compressão dos Cimentos Portland Composto AGLOMERANTES CIMENTO PORTLAND COMPOSTO - CP II-E . Contém adição de escória granulada de alto-forno, consequentemente propriedade de baixo calor de hidratação . Composto de 94% a 56% de clínquer+gesso e 6% a 34% de escória, podendo ou não ter adição de material carbonático no limite máximo de 10% em massa. . Recomendado para estruturas que exijam um desprendimento de calor moderadamente lento. . A norma brasileira que trata deste tipo de cimento é a NBR 11578. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CIMENTO PORTLAND COMPOSTO - CP II-Z . Contém adição de material pozolânico que varia de 6% a 14% em massa, que confere ao cimento menor permeabilidade. . Ideal para obras subterrâneas, principalmente com presença de água, inclusive marítimas. . Pode conter adição de material carbonático (fíler) no limite máximo de 10% em massa. . A norma brasileira que trata deste tipo de cimento é a NBR 11578. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CIMENTO PORTLAND COMPOSTO - CP II-F . Composto de 90% a 94% de clínquer+gesso com adição de 6% a 10% de material carbonático (fíller) em massa. . Recomendado desde estruturas em concreto armado até argamassas de assentamento e revestimento, porém não é indicado para aplicação em meios muito agressivos. . A norma brasileira que trata deste tipo de cimento é a NBR 11578. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CIMENTO PORTLAND DE ALTO FORNO - CP III . Contém adição de escória no teor de 35% a 70% em massa . Baixo calor de hidratação, maior impermeabilidade e durabilidade . Recomendado tanto para obras de grande porte e agressividade (barragens, fundações de máquinas, obras em ambientes agressivos, tubos e canaletas para condução de líquidos agressivos, esgotos e efluentes industriais, concretos com agregados reativos, obras submersas, pavimentação de estradas, pistas de aeroportos, etc.) como também para aplicação geral em argamassas de assentamento e revestimento, estruturas de concreto simples, armado ou protendido, etc. . A norma brasileira que trata deste tipo de cimento é a NBR 5735. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CIMENTO PORTLAND DE ALTO FORNO Prof. Aline Fernandes Sigla Classe Componentes, % em massa Clíquer + sulfanato de cálcio Escória granulada de alto-forno Material carbonático CPIII 25, 32, 40 65 - 25 35 - 70 0 - 5 Determinações Químicas Limites, % em massa Perda ao Fogo (PF) 4,5 Resíduo Insolúvel (RI) 1,5 Trióxido de Enxofre (SO3) 4,0 Anidrido Carbônico (CO2) 3,0 Tabela 01 - Teores Dos Componentes Do Cimento Portland De Alto-Forno Tabela 02 - Exigências Químicas AGLOMERANTES CIMENTO PORTLAND DE ALTO FORNO Prof. Aline Fernandes Características e Propriedades Unidades Limites CP III -25 CP III-32 CP III-40 Finura % 8,0 8,0 8,0 Tempo de início de Pega h 1,0 1,0 1,0 Expansibilidade à quente mm 5,0 5,0 5,0 Resistência à compressão 3 dias Mpa 8,0 10,0 12,0 7 dias Mpa 15,0 20,0 23,0 28 dias Mpa 25,0 32,0 40,0 Classe de Resistência Limite Inferior (MPa) Limite Superior (MPa) 25 25,0 42,0 32 32,0 49,0 40 40,0 - Tabela 03 - Exigência Físicas e Mecânicas Tabela 04 - Classe de resistência dos Cimentos Portland de Alto-Forno AGLOMERANTES CIMENTO PORTLAND POZOLÂNICO - CP IV . Contém adição de pozolana no teor que varia de 15% a 50% em massa . Alta impermeabilidade e, consequentemente, maior durabilidade . O concreto confeccionado com o CP IV apresenta resistência mecânica à compressão superior ao concreto de cimento Portland comum a longo prazo . Especialmente indicado em obras expostas à ação de água corrente e ambientes agressivos . A norma brasileira que trata deste tipo de cimento é a NBR 5736. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CIMENTO PORTLAND DE ALTA RESISTÊNCIA INICIAL - CP V - ARI . assim como o CP-I não contém adições (porém pode conter até 5% em massa de material carbonático) . O que o diferencia deste último é processo de dosagem e produção do clínquer. . O CP V-ARI é produzido com um clínquer de dosagem diferenciada de calcário e argila se comparado aos demais tipos de cimento e com moagem mais fina – CONSEQUENTEMENTE este tipo de cimento tem uma alta resistência inicial do concreto em suas primeiras idades, podendo atingir 26MPa de resistência à compressão em apenas 1 dia de idade . recomendado o seu uso, em obras onde seja necessário a desforma rápida de peças de concreto armado . A norma brasileira que trata deste tipo de cimento é a NBR 5733. Prof. Aline Fernandes Determinações Químicas Teores (%) Perda ao fogo Max. 4,0 Resíduo Insolúvel Max. 1,0 Trióxido de Enxofre (SO3) Quando C3A 8,0 % Max. 3,5 Quando C3A > 8,0 % Max. 4,5 Óxido de Magnésio Max. 6,5 Características e Propriedades CPV - ARI Finura Max 6,0 % Estabilidade de volume A frio Max. 5,0 mm A quente Max 5,0 mm Tempo de Pega Início de pega Min. 1 h Fim de pega Max. 10 h Resistência à compressão, em MPa 24 horas Min. 11 3 dias Max. 22 7 dias Min. 31 Sigla Componentes, % em massa Clíquer + sulfato de cálcio Material Carbonático CP V-ARI 100-95 0 – 5 Tabela 02 - Exigências Químicas Tabela 03 - Exigências Físicas e Mecânicas Tabela 01 - Teores dos Compostos do Cimento Portland de Alta Resistência Inicial AGLOMERANTES CIMENTO PORTLAND DE ALTA RESISTÊNCIA INICIAL Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CIMENTO PORTLAND RESISTENTE A SULFATOS . É recomendado para meios agressivos sulfatados, como redes de esgotos de águas servidas ou industriais, água do mar e em alguns tipos de solos. CIMENTO PORTLAND DE BAIXO CALOR DE HIDRATAÇÃO . É o cimento Portland de alto forno com baixo calor de hidratação, tendo como sigla – CP-III-BC. CIMENTO PORTLAND BRANCO . Mistura de calcário e caulim,que é uma argila branca, pois não possui óxido de ferro. Alta temperatura de cozimento torna-o mais caro. Existe o estrutural e não estrutural. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CIMENTO PORTLAND ALUMINOSO . Cimento obtido a partir de uma mistura de calcário e bauxita, possui cor negra. Usado em argamassas refratárias, resistem aos sulfatos. Deterioração com areia granítica, sem pega com temperatura superior a 30 °C, alto calor de hidratação. Umidade e alta temperatura podem levar ao colapso. CIMENTO PORTLAND DE EXPANSÃO CONTROLADA . Concreto sem expansão a partir do controle de CaO e MgO. Uso restrito a alguns países. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CIMENTO PORTLAND DE ESCÓRIA . Moagem da escória sem adições. Usa-se um catalisador para iniciar as reações, pois sua reação de hidratação é lenta. Usado em obras com problemas potenciais de reação álcali-agregado, tem um pH alto. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CIMENTO PORTLAND REQUISITOS EXIGIDOS: - Índices químicos: perda ao fogo, resíduo insolúvel - Índices físicos: Finura na peneira 0,075 mm (nº 200), Área específica pelo permeabilímetro de Blaine, Tempo de início e fim de pega, Expansibilidade a quente e a frio, Resistência à compressão Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CIMENTO PORTLAND DIRETRIZES PARA EMPREGO DO CIMENTO: - Resistência média do cimento e sua uniformidade - Devem ser selecionados cimentos que apresentem pequenas variações nas resistências, ou seja, maior uniformidade de produção. Isto impedirá que devam ser adotados altos desvios padrão quando da fixação da resistência de dosagem do concreto, o que implica altos consumos de cimento. Para expressar esta situação existe o conceito de eficiência do cimento, que é a relação entre a resistência que ele confere ao concreto e o consumo necessário para tanto; Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CIMENTO PORTLAND DIRETRIZES PARA EMPREGO DO CIMENTO: - Resistência química do cimento - No caso de obras sujeitas à ação de meios agressivos ou nas quais serão usados agregados reativos, a escolha do tipo adequado de cimento evitará problemas de durabilidade nestas obras; - Calor de hidratação - Nas obras onde existir problemas de origem térmica provocados pelo calor de hidratação do cimento, o uso de cimentos com menor liberação de calor minimizará ou neutralizará a necessidade de adoção de artifícios como refrigeração dos agregados, da água, dentre outros. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CIMENTO PORTLAND ALGUMAS ORIENTAÇÕES PARA EMPREGO DO CIMENTO: . O CP–V - ARI libera grande calor de hidratação, isto faz com que seu uso em pavimentações, obras de saneamento e concreto massa não seja adequado. O seu uso deve se restringir à fabricação de pré-moldados e em edificações onde se deseja uma desforma mais rápida; . O CP-I e CP-I-S podem ser usados em qualquer obra, mas para aquelas obras ditas especiais, com problemas de origem térmica ou sujeita a meios agressivos, é necessário maior consumo deste cimento para minimizar os problemas citados; . Nas obras de saneamento, em meios agressivos e de concreto massa, os cimentos mais adequados são o CP-III e o CP-IV. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CIMENTO - TRANSPORTE - A maior parte do cimento consumido em obras é transportado, ensacado por via ferroviário ou rodoviário. Envolve tal operação perda por sacos rasgados , que alcança até 2%. - Resulta daí a necessidade de processar os transportes com utilização plena dos veículos, operando-se com partidas que ocupem a carga total de um vagão ou de um caminhão, conforme seja o caso. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CIMENTO - TRANSPORTE - Como o preço do saco de papel contribui de maneira apreciável na formação do custo de cimento, procede-se, sempre que possível, ao seu transporte a granel. Há diversos sistemas apropriados para o transporte do cimento a granel, feito sempre em reservatórios metálicos estanques, quer sobre gôndola ferroviária que sobre chassis de caminhões. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CIMENTO - TRANSPORTE - Tais sistemas de transporte a granel são econômicos e se impõe no caso de grande consumo. - A quantidade mínima de consumo de cimento que permite a instalação de uma frota para transporte a granel é da ordem de 200 toneladas por mês ou seja 10000 sacos por mês. O problema econômico e resolvido por uma análise dos custos de investimento e operação dos equipamentos de transportes em face da economia resultante da eliminação dos sacos de papel. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CIMENTO - TRANSPORTE Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CIMENTO – ARMAZENAMENTO O cimento Portland ao sair da fábrica acondicionado em sacos de papel kraft, apresenta-se finamente pulverizado e praticamente seco, devendo permanecer nestas condições até o momento da sua utilização. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CIMENTO – ARMAZENAMENTO DICAS! - Quando a quantidade de sacos armazenados for pequena podem ser tomadas algumas medidas que contribuem para conservar a integridade do cimento, tais como: - Envolver a embalagem original com um saco plástico, mantido bem fechado; - Utilizar os sacos de cimento obedecendo a ordem de sua entrada no depósito; - Evitar a formação de pilhas com mais de 10 sacos superpostos, salvo se o tempo de armazenamento não superar a 15 dias. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CIMENTO – ARMAZENAMENTO São sugeridos, a seguir, alguns dados para construção de um depósito de cimento para 1200 sacos (pilhas de 10) ou 1800 sacos (pilhas de 15): a) Área coberta de 58 m2 (7,50 m x 7,70 m). b) Sacos de 50 kg, com dimensões aproximadas de: 0,66 m x 0,42 m x 0,16 m. c) Previsão de um corredor de acesso às pilhas com largura de 1,20 m e um afastamento mínimo das paredes de 0,30 m. d) Piso de concreto com 0,10 m de espessura, sobre base de 0,15 m de brita. Cobertura em telhas de fibrocimento. Paredes de blocos de concreto de 0,20 m de espessura. e) Prever um empilhamento normal de 10 sacos e, excepcionalmente, de 15 sacos. NOTA: As alturas máximas das pilhas deverão ser identificadas ao longo das paredes com a pintura de uma faixa verde para 10 sacos e uma faixa vermelha para 15 sacos. f) O estoque máximo de 1800 sacos deverá ficar disposto metade de cada lado do corredor com um carregamento previsto de até 45 t. Prof. Aline Fernandes AGLOMERANTES CIMENTO – ARMAZENAMENTO Prof. Aline Fernandes
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