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TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR ESQUIZOFRENIA E DEMÊNCIA

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TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR
O Transtorno Depressivo Maior - é que chamamos comumente de depressão. De acordo com o DSM-51, suas características principais são o humor triste, vazio ou irritável, acompanhado de mudanças somáticas e cognitivas que afetam significativamente a capacidade da pessoa de funcionar. Embora possa ocorrer apenas um episodio, geralmente é uma condição recorrente. É muito importante distinguir o que é uma tristeza ou luto normais de um transtorno depressivo.
 
Sintomas
Para se encaixar no critério para Transtorno Depressivo Maior, a pessoa precisa apresentar cinco dos sintomas abaixo, sendo que o sintoma 1 ou o 2 precisam estar presentes: ( 1- humor deprimido ou 2 - perda de interesse ou prazer (Nota: não incluir sintoma nitidamente devido a outra condição clínica)
Humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias
Interesse ou prazer marcadamente diminuídos em relação a todas ou quase todas as atividades, quase todos os dias
Perda ou ganho de peso significativo
Insônia ou sono excessivo quase todos os dias
Agitação ou lentidão psicomotora quase todos os dias
Fadiga ou perda de energia quase todos os dias
Sentir-se sem valor ou com culpa excessiva, quase todos os dias
Habilidade reduzida de pensar ou se concentrar, quase todos os dias
Pensamentos recorrentes sobre morte, pensamentos suicidas sem um plano, tentativa de suicídio ou plano para cometer suicídio
Para que se considere que a pessoa esteja em depressão, os sintomas precisam causar impacto significativo no convívio social, no trabalho ou em outras áreas importantes.
Transtorno afetivo bipolar é um distúrbio psiquiátrico complexo. Sua característica mais marcante é a alternância, às vezes súbita, de episódios de depressão com os de euforia (mania e hipomania) e de períodos assintomáticos entre eles. As crises podem variar de intensidade (leve, moderada e grave), frequência e duração.
As flutuações de humor têm reflexos negativos sobre o comportamento e atitudes dos pacientes, e a reação que provocam é sempre desproporcional aos fatos que serviram de gatilho ou, até mesmo, independem deles.
Em geral, essa perturbação do humor se manifesta tanto nos homens quanto nas mulheres, entre os 15 e os 25 anos, mas pode afetar também as crianças e pessoas mais velhas.
Tipos
De acordo com o DSM.IV e o CID-10, (manuais internacionais de classificação diagnóstica), o transtorno bipolar pode ser classificado nos seguintes tipos:
1) Transtorno bipolar Tipo I
O portador do distúrbio apresenta períodos de mania, que duram, no mínimo, sete dias, e fases de humor deprimido, que se estendem de duas semanas a vários meses. Tanto na mania quanto na depressão, os sintomas são intensos e provocam profundas mudanças comportamentais e de conduta, que podem comprometer não só os relacionamentos familiares, afetivos e sociais, como também o desempenho profissional, a posição econômica e a segurança do paciente e das pessoas que com ele convivem. O quadro pode ser grave a ponto de exigir internação hospitalar por causa do risco aumentado de suicídios e da incidência de complicações psiquiátricas.
2) Transtorno bipolar Tipo II
Há uma alternância entre os episódios de depressão e os de hipomania (estado mais leve de euforia, excitação, otimismo e, às vezes, de agressividade), sem prejuízo maior para o comportamento e as atividades do portador.
3) Transtorno ciclotímico ( Ciclotimia )
É o quadro mais leve do transtorno bipolar, marcado por oscilações crônicas do humor, que podem ocorrer até no mesmo dia. O paciente alterna sintomas de hipomania e de depressão leve que, muitas vezes, são entendidos como próprios de um temperamento instável ou irresponsável.
Dois anos ou mais de Distimia com episódios de hipomania.
4) Transtorno bipolar não especificado ou misto
Os sintomas sugerem o diagnóstico de transtorno bipolar, mas não são suficientes nem em número nem no tempo de duração para classificar a doença em um dos dois tipos anteriores.
Distimia
É um transtorno de humor, e está relacionada com “ depressão” na sua forma crônica, isto é, de longa duração. (geralmente 2 anos ou mais) embora seja uma forma de depressão crônica, trata-se de uma depressão de baixa intensidade, e portanto o funcionamento do paciente em sua vida diária não é afetada ede uma maneira devastadora. Mas óbvio: não deixa de ser um problema, porque estamos falando de “depressão”.
Os sintomas da Distimia são geralmente os mesmos de uma depressão, porém numa intensidade mais amena. 
No caso da Distimia, os sintomas devem durar um período de tempo “grande”, e devem ser “menores” que de uma depressão maior (grave) 
Outro ponto que os médicos avaliam para o diagnóstico, é se o paciente não está fazendo abuso de drogas ou se tem uma condição médica de hipotireoidismo.
Causas
Ainda não foi determinada a causa efetiva do transtorno bipolar, mas já se sabe que fatores genéticos, alterações em certas áreas do cérebro e nos níveis de vários neurotransmissores estão envolvidos.
Da mesma forma, já ficou demonstrado que alguns eventos podem precipitar a manifestação desse distúrbio do humor nas pessoas geneticamente predispostas. Entre eles, destacam-se: episódios frequentes de depressão ou início precoce dessas crises, puerpério, estresse prolongado, remédios inibidores do apetite (anorexígenos e anfetaminas), e disfunções da tireoide, como o hipertireoidismo e o hipotireoidismo.
Diagnóstico
O diagnóstico do transtorno bipolar é clinico, baseado no levantamento da história e no relato dos sintomas pelo próprio paciente ou por um amigo ou familiar. Em geral, ele leva mais de dez anos para ser concluído, porque os sinais podem ser confundidos com os de doenças como esquizofrenia, depressão maior, síndrome do pânico, distúrbios da ansiedade. Daí a importância de estabelecer o diagnóstico diferencial antes de propor qualquer medida terapêutica.
Sintomas
Depressão: humor deprimido, tristeza profunda, apatia, desinteresse pelas atividades que antes davam prazer, isolamento social, alterações do sono e do apetite, redução significativa da libido, dificuldade de concentração, cansaço, sentimentos recorrentes de inutilidade, culpa excessiva, frustração e falta de sentido para a vida, esquecimentos, ideias suicidas.
Mania: estado de euforia exuberante, com valorização da autoestima e da autoconfiança, pouca necessidade de sono, agitação psicomotora, descontrole ao coordenar as ideias, desvio da atenção, compulsão para falar, aumento da libido, irritabilidade e impaciência crescentes, comportamento agressivo, mania de grandeza. Nessa fase, o paciente pode tomar atitudes que reverterão em danos a si próprio e às pessoas próximas, como demissão do emprego, gastos descontrolados de dinheiro, envolvimentos afetivos apressados, atividade sexual aumentada e, em casos mais graves, delírios e alucinações.
Hipomania: os sintomas são semelhantes aos da mania, porém bem mais leves e com menor repercussão sobre as atividades e relacionamentos do paciente, que se mostra mais eufórico, mais falante, sociável e ativo do que o habitual. Em geral, a crise é breve, dura apenas uns poucos dias. Para efeito de diagnóstico, é preciso assegurar que a reação não foi induzida pelo uso de antidepressivos.
Tratamento
Transtorno bipolar não tem cura, mas pode ser controlado. O tratamento inclui o uso de medicamentos, psicoterapia e mudanças no estilo de vida, tais como o fim do consumo de substâncias psicoativas, (cafeína, anfetaminas, álcool e cocaína, por exemplo), o desenvolvimento de hábitos saudáveis de alimentação e sono e redução dos níveis de estresse.
De acordo com o tipo, gravidade e evolução da doença, a prescrição de medicamentos neurolépticos, antipsicóticos, anticonvulsivantes, ansiolíticos e estabilizadores de humor, especialmente o carbonato de lítio, tem-se mostrado útil para reverter os quadros agudos de euforia e evitar a recorrência das crises. A associação de lítio com antidepressivos e anticonvulsivantes tem demonstrado maior eficácia para prevenirrecaídas. No entanto, os antidepressivos devem ser utilizados com cuidado, porque podem provocar uma guinada rápida da depressão para a euforia, ou acelerar a incidência das crises.
A psicoterapia é outro recurso importante no tratamento da bipolaridade, uma vez que oferece suporte para o paciente superar as dificuldades impostas pelas características da doença, ajuda a prevenir a recorrência das crises e, especialmente, promove a adesão ao tratamento medicamentoso que, como ocorre na maioria das doenças crônicas, deve ser mantido por toda a vida.
Recomendações
Portadores de transtorno bipolar e seus familiares precisam estar cientes de que:
* seguir o tratamento à risca é a melhor forma de prevenir a instabilidade emocional e a recorrência das crises, o que assegura a possibilidade de levar vida praticamente normal;
* os remédios podem não fazer o efeito desejado logo nas primeiras doses que, muitas vezes, precisam ser ajustadas ao longo do tratamento;
* crises depressivas prolongadas sem tratamento adequado podem aumentar em 15% o risco de suicídio nos pacientes bipolares;
* o paciente pode procurar alívio para os sintomas no álcool e em outras drogas, solução que só ajuda a agravar o quadro;
* alternar a fase de depressão com a de mania pode dar a falsa sensação de que a pessoa está curada e não precisa mais de tratamento;
* a família pode precisar também de acompanhamento psicoterápico, por duas diferentes razões: primeira, porque o distúrbio pode afetar todos que convivem diretamente com o paciente; segunda, porque precisa ser orientada sobre como lidar no dia a dia com os portadores do transtorno.
Esquizofrenia 
A esquizofrenia é um transtorno psiquiátrico complexo caracterizado por uma alteração cerebral que dificulta o correto julgamento sobre a realidade, a produção de pensamentos simbólicos e abstratos e a elaboração de respostas emocionais complexas.
Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, a esquizofrenia não é um distúrbio de múltiplas personalidades. É uma doença crônica, complexa e que exige tratamento por toda a vida. 
Causas
Ainda não se conhecem todos os mecanismos cerebrais que promovem os sintomas relacionados à esquizofrenia, mas hoje sabe-se que se trata de uma doença química cerebral decorrente de alterações em vários sistemas bioquímicos (neurotransmissores) e vias neuronais cerebrais.
Vários genes em combinação são responsáveis por estas alterações cerebrais. O ambiente, ou seja, as relações vitais que a pessoa estabelece funcionam como fatores estressores que contribuem para que estes genes ligados se ativarem e a doença apareça. Não existem fatores psicológicos ou ambientais que causam a esquizofrenia, mas sim fatores de vida que são gatilhos para o início das alterações cerebrais da doença.
Várias substâncias químicas, denominadas de neurotransmissores, estão alteradas no cérebro do esquizofrênico, principalmente dopamina e glutamato. Estudos recentes mostram diferenças na estrutura do cérebro e do sistema nervoso central das pessoas com esquizofrenia em comparação aos de pessoas saudáveis.
Fatores de risco
Sabe-se que alguns fatores são gatilhos importantes para o início das alterações neuroquímicas cerebrais e para o posterior aparecimento dos sintomas da doença no comportamento do indivíduo:
História familiar de esquizofrenia: as chances são de 10% se tiver um irmão com esquizofrenia, 18% se tiver um irmão gêmeo não idêntico com esquizofrenia, 50% se tiver um irmão gêmeo idêntico com esquizofrenia e 80% se os dois pais forem afetados por esquizofrenia
Ser exposto a toxinas, vírus e à má nutrição dentro do útero da mãe, especialmente nos dois primeiros trimestres da gestação
Problemas no parto como falta de oxigênio (hipóxia neonatal)
Ter um pai com idade mais avançada
Uso de maconha
Tabagismo.
Sintomas de Esquizofrenia
Os sintomas de esquizofrenia no sexo masculino costumam aparecer entre os 15 e 20 anos. Já em mulheres, os sinais da doença são mais comuns beirando os 30 anos de idade. Embora seja raro, também é possível o aparecimento da esquizofrenia em crianças e adultos com mais de 50 anos.
A esquizofrenia é a principal doença de um grupo de transtornos psiquiátricos denominados de transtornos psicóticos. Psicose é quando uma pessoa tem alterações na apreensão e no juízo sobre a realidade (delírios) e na sensopercepção (alucinações). Além da psicose, que geralmente ocorre no momento de crise da doença, é comum o paciente apresentar alterações comportamentais decorrentes das lesões cerebrais que este quadro agudo provocou como por exemplo distúrbios cognitivos (pensamento, atenção, tomada de decisão, raciocínio abstrato, linguagem, etc) e emocionais (apatia, falta de motivação, falta de prazer, depressão, etc).
Delírios
São alterações decorrentes da forma como o cérebro está captando a realidade e produzindo a crítica sobre a mesma. As alterações nestas áreas do cérebro produzem crenças convictas em fatos e percepções que não são compartilhadas pelas outras pessoas. Uma pessoa delirante tem certeza que está sendo prejudicada de alguma forma ou capta sinais em coisas que estão acontecendo à sua volta e chega a conclusões que não são racionais (por exemplo, achar que os sinais de trânsito estão vermelhos porque são um sinal de uma emboscada que está sendo armada para ele ou mesmo acreditar que mensagens subliminares estão sendo enviadas a ela através de apresentadores de TV a partir da forma como eles estão se comportando no programa).
A pessoa com esquizofrenia pode acreditar também que seu pensamento está sendo controlado por algo ou alguém que está distante ou que ela própria consiga controlar o pensamento das outras pessoas. Os delírios mais comuns são os de estarem sendo vigiados ou perseguidos por alguém, mas existem delírios de vários outros tipos como por exemplo: de estarem controlando os outros, de estarem sendo controlados, de terem criado fui inventado algo, de estarem sendo traídos, de serem culpados por alguma catástrofe ou de estarem sendo infestados por parasitas dentro do corpo.
Alucinações
São alterações na forma como o cérebro percebe os estímulos do meio e se caracterizam pela percepção de estímulos que não existem ou que não estão sendo percebidos pelas outras pessoas como por exemplo ver coisas que só ela vê ou ouvir coisas que apenas ela escuta. No entanto, para a pessoa com esquizofrenia, essas coisas têm toda a força e o impacto de uma experiência normal. As alucinações podem estar em qualquer um dos sentidos, mas ouvir vozes é a alucinação mais comum de todas. A pessoa pode também falar sozinha interagindo com vozes que esteja ouvindo ou com imagens ou pessoas que esteja vendo.
Pensamento desorganizado
Esse sintoma pode ser refletido na fala, que também sai desorganizada e com pouco ou nenhum nexo. A ideia de que pensamento desorganizado é um sintoma da esquizofrenia surgiu a partir do discurso desorganizado de alguns pacientes. Para os médicos, os problemas na fala só podem estar relacionadas à incapacidade de a pessoa formar uma linha de pensamento coerente. Neste sentido, a comunicação eficaz de uma pessoa portadora de esquizofrenia pode ser prejudicada por causa deste problema, e as respostas às perguntas feitas podem ser parcial ou completamente alheias e desconexas.
Habilidade motora desorganizada ou anormal
O comportamento de uma pessoa com esse tipo de disfunção não é focado em um objetivo, o que torna difícil para ela executar tarefas. Comportamento motor anormal pode incluir resistência a instruções, postura inadequada e bizarra ou uma série de movimentos inúteis e excessivos.
Outros sintomas
Além dos sinais citados, outros parecem estar relacionados com a esquizofrenia. Uma pessoa com a doença pode:
Não aparentar emoções ou apresentar apatia emocional (indiferença afetiva)
Não alterar as expressões faciais
Ter fala monótona e sem adição de quaisquer movimentos que normalmente dão ênfase emocional ao discurso
Diminuição da fala e prejuízo da linguagem
Negligência na higienepessoal
Perda de interesse em atividades cotidianas
Isolamento social
Incapacidade de conseguir sentir prazer.
Buscando ajuda médica
A pessoa com esquizofrenia em virtude dos sintomas da própria doença não apresentará crítica acerca do seu quadro, já que a principal característica da psicose é a apreensão incorreta da realidade. Neste caso, um familiar que identifique o problema deve saber que muitas vezes será difícil convencer a pessoa sobre os sintomas já que a própria natureza do quadro leva a pessoa a estar convicta de que o que está dizendo é a verdade sobre a realidade. Por isso, muitas vezes algum parente ou amigo próximo deve ser responsável por levar a pessoa doente a um especialista ou para a internação se for o caso.
Na consulta médica
Se você está acompanhando uma pessoa com suspeita de esquizofrenia, procure agilizar o andamento da consulta e leve anotados todos os sintomas observados na pessoa. Tire suas dúvidas sobre sinais, possíveis diagnósticos e o que fazer para ajudar na recuperação.
Responda também às perguntas que o médico poderá fazer, como:
Quando os sintomas começaram?
Os sintomas são frequentes ou ocasionais?
Há indícios de que ele ou ela queira cometer suicídio?
Ele ou ela foi diagnosticado com outro problema médico recentemente?
Quais medicamentos ele ou ela faz uso?
Diagnóstico de Esquizofrenia
Não há exames médicos disponíveis capazes de diagnosticar a esquizofrenia. Para que o paciente seja diagnosticado com esquizofrenia, um psiquiatra deve examinar o paciente para confirmar se é um caso da doença ou não. O diagnóstico é feito com base em uma entrevista minuciosa com a pessoa e seus familiares e após descartar outras doenças que também podem cursar com os mesmos sintomas psicóticos da esquizofrenia, mas que decorrem de outras doenças que atingem o cérebro.
A esquizofrenia é diagnosticada quando a psicose ocorre por uma alteração no próprio cérebro e não por psicose decorrente de outras causas. Exames que avaliam a imagem do cérebro como tomografia ou ressonância magnética e exames de sangue podem ajudar a descartar outras doenças que podem também se apresentar com psicose como por exemplo:
1) Doença de Wilson: doença genética relacionada ao metabolismo do cobre (presença de sintomas psicóticos em 10-20% dos casos); 2) Consumo de álcool, maconha, cocaína, alucinógenos e outras; 3) Tumores cerebrais que atingem o lobo temporal (todo primeiro surto psicótico necessita de um exame como uma tomografia para afastar este tipo de causa de psicose); 4) Doença de Alzheimer (até 60% dos casos apresentam psicose); 5) Demência fronto-temporal; 6) Doença de Parkinson; 7) Doença de Huntington; 8) Esclerose múltipla; 9) Encefalite límbica (inflamação imunológica do cérebro); 10) Lúpus Eritematoso Sistêmico; 11) Síndrome do X-frágil; 12) Encefalite do HIV (inflamação do cérebro pelo vírus HIV); 13) Medicamentos como esteróides anabolizantes, corticóides e anfetaminas; 14) Epilepsia; 15) Acidente vascular cerebral (AVC) principalmente no lado direito do cérebro; 16) Traumatismo cranioencefálico (TCE).
Tratamento de Esquizofrenia
Esquizofrenia requer tratamento durante toda a vida, mesmo após o desaparecimento de sintomas. O tratamento com medicamentos e terapia psicossocial podem ajudar a controlar a doença. Durante os períodos de crise ou tempos de agravamento dos sintomas, a hospitalização pode ser necessária para garantir a segurança, alimentação adequada, sono adequado e higiene básica do paciente.
O psiquiatra é o médico responsável pelo diagnóstico e pelo tratamento que é principalmente medicamentoso. A equipe multidisciplinar composta por psicólogo, assistente social e enfermeiro auxilia no manejo e nas abordagens psicossoais e psicoterápicas da doença.
O tratamento deve ser sempre medicamentoso (remédios antipsicóticos e outros medicamentos adjuvantes) e não medicamentoso (terapia comportamental e abordagens psicossociais de reintegração do indivíduo).
Medicamentos antipsicóticos
Medicamentos antipsicóticos são os medicamentos mais comumente prescritos para o tratamento da esquizofrenia. Eles são usados para controlar os sintomas, agindo diretamente sobre a desregulação dos neurotransmissores.
A escolha do medicamento ministrado ao paciente dependerá, também, da vontade do paciente em cooperar com o tratamento. Alguém que seja resistente a tomar a medicação, por exemplo, pode precisar de injeções, em vez de tomar um comprimido.
Medicamentos para Esquizofrenia
Os medicamentos mais usados para o tratamento de alguns sintomas da esquizofrenia são:
Anafranil
Aripiprazol
Bromazepam
Clomipramina
Clozapina
Equilid 50mg
Haldol
Haloperidol
Lexotan
Olanzapina
Risperidona
ZAP
Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.
Convivendo/ Prognóstico
A terapia de apoio pode ser útil para muitas pessoas com esquizofrenia. Técnicas comportamentais, como o treinamento de habilidades sociais, podem ser usadas para melhorar as atividades sociais e profissionais. Aulas de treinamento profissional e construção de relacionamentos são importantes.
Os familiares de uma pessoa com esquizofrenia devem ser informados sobre a doença e receber apoio. Os programas que destacam os serviços de apoio social para pessoas necessitadas podem ajudar aqueles que não recebem apoio da família ou de conhecidos.
Os familiares e cuidadores são frequentemente incentivados a ajudar as pessoas com esquizofrenia a continuar seguindo o tratamento.
É importante que a pessoa com esquizofrenia aprenda a:
Tomar os medicamentos corretamente e lidar com os efeitos colaterais
Reconhecer os sinais iniciais de uma recaída e saber como reagir se os sintomas retornarem.
Lidar com os sintomas que se manifestam mesmo com o uso de medicamentos. Um terapeuta pode ajudar a:
Administrar dinheiro
Usar o transporte público.
Complicações possíveis
Se não for tratada, a esquizofrenia pode resultar em problemas emocionais, comportamentais e de saúde graves, assim como problemas jurídicos e financeiros que afetam quase que totalmente a vida da pessoa. Complicações que a esquizofrenia pode causar incluem:
Suicídio
Qualquer tipo de autolesão
Ansiedade e fobias
Depressão
Consumo excessivo de álcool e abuso de drogas ou medicamentos de prescrição
Perda de dinheiro
Conflitos familiares
Improdutividade no trabalho e nos estudos
Isolamento social
Outros problemas de saúde, incluindo aqueles associados com medicamentos antipsicóticos e tabagismo
Ser vítima de comportamento agressivo
Agressividade.
Expectativas
Os resultados para uma pessoa com esquizofrenia são muito difíceis de prever. Na maior parte do tempo, os sintomas melhoram com medicamento. Entretanto, outras pessoas podem apresentar dificuldade funcional e correm o risco de apresentar episódios repetidos, principalmente durante os estágios iniciais da doença.
As pessoas com esquizofrenia podem precisar de moradia assistida, treinamento profissional e outros programas de apoio social. Pessoas com as formas mais graves da doença podem ser incapazes de viver sozinhas. Podem ser necessárias casas coletivas ou outras moradias de longo prazo com a estrutura adequada.
Os sintomas retornarão se a pessoa com esquizofrenia não tomar sua medicação.
 
Não existe uma forma conhecida de prevenir a esquizofrenia.
Após o diagnóstico, os sintomas podem ser prevenidos por meio do uso correto da medicação. O paciente deve tomar os medicamentos prescritos exatamente como o médico recomendou. Os sintomas retornarão caso a medicação seja interrompido.
É importante que o paciente sempre converse com o médico, principalmente se estiver pensando em mudar ou interromper o uso dos medicamentos. Fazer visitas regularesao médico e ao terapeuta são medidas essenciais para se prevenir a recorrência dos sintomas.
Demência?
Demência é o termo utilizado para descrever os sintomas de um grupo alargado de doenças que causam um declínio progressivo no funcionamento da pessoa. É um termo abrangente que descreve a perda de memória, capacidade intelectual, raciocínio, competências sociais e alterações das reações emocionais normais.
Quem desenvolve Demência?
Apesar da maioria das pessoas com Demência ser idosa, é importante salientar que nem todas as pessoas idosas desenvolvem Demência e que esta não faz parte do processo de envelhecimento natural. A demência pode surgir em qualquer pessoa, mas é mais frequente a partir dos 65 anos. Em algumas situações pode ocorrer em pessoas com idades compreendidas entre os 40 e os 60 anos.
Prevalência da Demência
7.3 Milhões de cidadãos europeus sofrem de uma das várias formas de demência
A Alzheimer Europe calcula o número de cidadãos europeus com demência em 7,3 milhões.
Face ao envelhecimento da população nos estados-membros da União Europeia os especialistas preveem uma duplicação destes valores em 2040 na Europa Ocidental, podendo atingir o triplo na Europa de Leste. Todos os anos, 1,4 milhões de cidadãos europeus desenvolvem demência, o que significa que a cada 24 segundos, um novo caso é diagnosticado.*
Em Portugal estima-se que existam cerca de 153.000 pessoas com demência, 90.000 com Doença de Alzheimer
Formas mais comuns de Demência
A Doença de Alzheimer. ...
Demência Vascular. ...
Doença de Parkinson. ...
Demência de Corpos de Lewy. ...
Demência Frontotemporal. ...
Doença de Huntington. ...
Demência provocada pelo álcool (Síndrome de Korsakoff) ...
Doença de Creutzfeldt-Jacob.
A Doença de Alzheimer
A Doença de Alzheimer é a forma mais comum de Demência, constituindo cerca de 50% a 70% de todos os casos. É uma doença progressiva, degenerativa e que afeta o cérebro. À medida que as células cerebrais vão sofrendo uma redução, de tamanho e número, formam-se tranças neurofibrilhares no seu interior e placas senis no espaço exterior existente entre elas. Esta situação impossibilita a comunicação dentro do cérebro e danifica as conexões existentes entre as células cerebrais. Estas acabam por morrer, e isto traduz-se numa incapacidade de recordar ou assimilar a informação. Deste modo, conforme a Doença de Alzheimer vai afetando as várias áreas cerebrais, vão-se perdendo certas funções ou capacidades.
Demência Vascular
Demência Vascular é um termo utilizado para descrever o tipo de Demência associado aos problemas da circulação do sangue para o cérebro e constitui o segundo tipo mais comum de Demência. Existem vários tipos de Demência Vascular, mas as duas formas mais comuns são a Demência por multienfartes cerebrais e Doença de Binswanger. A primeira é causada por vários pequenos enfartes cerebrais, também conhecidos por acidentes isquémicos transitórios e é provavelmente a forma mais comum de Demência Vascular. A segunda, também denominada por Demência vascular subcortical, está associada às alterações cerebrais relacionadas com os enfartes e é causada por hipertensão arterial, estreitamento das artérias e por uma circulação sanguínea deficitária.
A Demência vascular pode parecer semelhante à Doença de Alzheimer e em algumas pessoas ocorre um quadro combinado destes dois tipos de Demência.
Doença de Parkinson
A Doença de Parkinson é uma perturbação progressiva do sistema nervoso central, caracterizada por tremores, rigidez nos membros e articulações, problemas na fala e dificuldade na iniciação dos movimentos. Numa fase mais avançada da doença, algumas pessoas podem desenvolver Demência. A medicação pode melhorar a sintomatologia física, mas também pode provocar efeitos secundários que incluem: alucinações, delírios, aumento temporário da confusão e movimentos anormais.
Demência de Corpos de Lewy
A Demência de Corpos de Lewy é causada pela degeneração e morte das células cerebrais. O nome deriva da presença de estruturas esféricas anormais, denominadas por corpos de Lewy, que se desenvolvem dentro das células cerebrais e que se pensa poderem contribuir para a morte destas. As pessoas com Demência de Corpos de Lewy podem ter alucinações visuais, rigidez ou tremores (parkinsonismo) e a sua condição tende a oscilar rapidamente, de hora a hora ou de dia para dia. Estes sintomas permitem a sua diferenciação da Doença de Alzheimer. A Demência de Corpos de Lewy pode ocorrer, por vezes, simultaneamente com a Doença de Alzheimer e/ou com a Demência Vascular. Pode ser difícil fazer a distinção entre a Demência de Corpos de Lewy e a Doença de Parkinson, verificando-se que algumas pessoas com a última desenvolvem uma forma de Demência semelhante à primeira.
Demência Frontotemporal
Demência frontotemporal (DFT) é o nome dado a um grupo Demências em que existe a degeneração de um ou de ambos os lobos cerebrais frontal ou temporais. Neste grupo de Demências estão incluídas a Demência fronto-temporal, Afasia Progressiva não-fluente, Demência semântica e Doença de Pick. Cerca de 50% das pessoas com DFT tem história familiar da doença. As pessoas que herdam este tipo de Demência apresentam frequentemente uma mutação no gene da proteína tau, no cromossoma 17, o que leva à produção de uma proteína tau anormal. Não são conhecidos outros fatores de risco.
Doença de Huntington
A Doença de Huntington é uma doença degenerativa e hereditária, que afeta o cérebro e o corpo. Inicia-se, habitualmente, no período entre os 30 e 50 anos e é caracterizada pelo declínio intelectual e movimentos irregulares involuntários dos membros ou músculos faciais. As alterações de personalidade, memória, fala, capacidade de discernimento e problemas psiquiátricos são outros sintomas característicos desta doença. Não existe tratamento disponível para impedir a sua progressão, contudo a medicação pode controlar as perturbações do movimento e os sintomas psiquiátricos. Na maioria dos casos, a pessoa desenvolve Demência.
Demência provocada pelo álcool (Síndrome de Korsakoff)
O consumo excessivo de álcool, particularmente se estiver associado a uma dieta pobre em vitamina B1 (tiamina) pode levar a danos cerebrais irreversíveis. Este tipo de demência pode ser prevenido e se houver cessação do consumo podem existir algumas melhorias.
As partes cerebrais mais vulneráveis são as implicadas na memória, planeamento, organização e discernimento, competências sociais e equilíbrio. Tomar vitamina B1 (tiamina) parece ajudar a prevenir e a melhorar esta condição.
Doença de Creutzfeldt-Jacob
A Doença de Creutzfeldt-Jacob é uma perturbação cerebral fatal, extremamente rara, causada por uma partícula de proteína denominada por prião. A sua incidência por ano é de um caso por cada milhão de pessoas. Os primeiros sintomas incluem falhas de memória, alterações do comportamento e falta de coordenação. À medida que a doença progride, usualmente com rapidez, a deterioração mental torna-se evidente, surgem movimentos involuntários, podendo a pessoa cegar, desenvolver fraqueza nos membros e, por fim, entrar em coma.
Será demência?
Existem várias situações que produzem sintomas semelhantes à Demência, como por exemplo algumas carências vitamínicas e hormonais, depressão, sobredosagem ou incompatibilidades medicamentosas, infeções e tumores cerebrais. Quando as situações são tratadas, os sintomas desaparecem.
É essencial que o diagnóstico médico seja realizado numa fase inicial, quando os primeiros sintomas aparecem, de modo a garantir que a pessoa que tem uma condição tratável seja diagnosticada e tratada corretamente. Por outro lado, se os sintomas forem causados por uma Demência, o diagnóstico precoce possibilita o acesso mais cedo a apoio, informação e medicação, caso esta esteja disponível.
A Demência pode ser hereditária?
Isto irá depender da causa da Demência, daí a importância de existir um diagnóstico médico correto. Se tiver preocupaçõessobre o risco de herdar Demência, consulte o seu médico. Salienta-se que a maioria dos casos de Demência não é hereditária.
Quais são os sinais inicias da Demência?
Os sinais iniciais de Demência são muito subtis e vagos e podem não ser imediatamente óbvios. Alguns sintomas comuns são:
Perda de memória frequente e progressiva;
Confusão;
Alterações da personalidade;
Apatia e isolamento;
Perda de capacidades para a execução das tarefas diárias.
O que fazer para ajudar?
Atualmente não existe prevenção ou cura para a maioria das formas de Demência. Todavia, existem medicações disponíveis que podem reduzir alguns sintomas.
O suporte é vital para as pessoas com Demência. A ajuda da família, amigos e cuidadores pode fazer uma diferença positiva na forma de lidar com a doença.

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