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Farmacologia do sistema nervoso central

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Farmacologia do sistema nervoso central
Atuam principalmente no tronco encefálico que é o local de entrada eferente das vias periféricas, este funciona como distribuidor de sinais para o sistema superior. Os medicamentos vão causar depressão do SNC por meio de receptores GABAégicos. O GABA é o principal neurotransmissor inibitório do SNC, este ligado ao seu receptor tem a capacidade de abrir os canais de cloreto aumentando a repolarização, bem como bloquear os canais de sódio, cálcio e potássio impedindo a despolarização da membrana.
O anestésico ideal é aquele que tem rápido efeito; período hábil curto; mínimos efeitos excitatórios; rápida biotransformação; rápida eliminação; menos efeitos nas vias orgânicas.
Os anestésicos gerais são divididos em barbitúricos e não barbitúricos e podem ser:
Ultracurta ação: Tiopental sódico
Curta ação: Pentobarbital
Longa ação: Fenobarbital 
O período de latência e o período hábil vão determinar o tempo de ação.
Barbitúricos 
São substancias derivadas do ácido barbitúrico, que é uma combinação do ácido malônico com a ureia. O ácido barbitúrico não é capaz de induzir anestesia, porem a modificação de sua estrutura é capaz de converter o agente inativo em substancia hipnótica com uma variedade de atividades farmacológicas. Apresentam alta lipossolubilidade, baixo peso molecular, baixo grau de ionização, maior grau de ligação a proteínas plasmáticas, são ácidos fracos e por isso são melhores absorvidos em meio ácido. Não se deve utilizar em casos de acidose metabólica. São depositados na gordura.
Pentobarbital: caiu em desuso.
Tiopental: caiu em desuso devido sua grande deposição nos tecidos. Possui início de ação rápido e tempo de ação ultracurto.
Fenobarbital: não é um anestésico. Seu uso é restrito para o tratamento de epilepsias e convulsões.
No sistema cardiovascular causa taquicardia reflexa devido a estimulação simpática, passados alguns minutos o animal entra em bradicardia. Diminui a pressão arterial, diminui o debito urinário e o animal pode desenvolver insuficiência renal. No sistema respiratório causam apneia transitória que diminui quando o medicamento começa a ser redistribuído. 
Indicações: pacientes hígidos, adultos jovens, sem distúrbio renal, sem distúrbio hepático, e sem distúrbios no coração.
Contraindicações: cirurgias de cesariana pois causa depressão fetal levando a morte devido a insuficiência do sistema microssomal do feto.
Não barbitúricos (não possui efeitos cumulativos)
Propofol: é um alquil-fenol, consiste em um anestésico não barbitúrico insolúvel em soluções salinas e vem associado com veículos que torne solúvel no sangue (glicerol, lecitina de soja, ovo purificado, 1% de Propofol, constitui um excelente meio de cultura e por isso precisa ser armazenado a 8°C). Não se acumula na gordura, a biotransformação acontece no fígado.
No SNC tem as mesmas ações do tiopental, embora possa apresentar excitação, possui ação anticonvulsivante. Possui menos efeito hipotensor que o tiopental e a resposta e dose dependente. Matem a frequência cardíaca, causa vasodilatação periférica, promove apneia transitória menos intensa que o tiopental.
Indicação: pode ser utilizado em cesarianas pois não causa morte fetal, possui menor efeito hipotensor e consequentemente menor efeito renal, pode ser utilizado em casos de traumas cranianos pois diminui a PIC.
Contraindicação: não deve ser utilizado em felinos de forma repetitiva pois estes apresentam deficiência de enzimas de fase II, um dos efeitos clínicos é a presença de corpúsculo de Heinz dentro das hemácias resultantes da oxidação da hemoglobina. 
Etomidato: é um potente agente hipnótico sem propriedades analgésicas. É insolúvel em agua e por isso precisa ser diluído a uma molécula de Propileno Glicol o qual se torna solúvel. Em concentrações acima de 35% o paciente pode sofrer hemólise devido à alta osmolaridade por isso o Etomidato tem que ser diluído. A via de aplicação é exclusivamente intravenosa pois causa necrose tecidual, uma vez absorvido cerca de 76% se liga as proteínas plasmáticas e a parte livre vai exercer efeito tecidual. É um derivado de éster podendo ser destruído pelas colinesterases plasmáticas. Se liga de forma alostérica no receptor GABA (neurotransmissor inibitório) abrindo os canais de cloreto e causando hiperpolarização, além de retirar o inibidor endógeno deste receptor.
Não altera o sistema cardiovascular, permite a estabilidade do sistema, no sistema respiratório pode haver apneia transitória mais é raro, no SNC promove diminuição da PIC causando estabilização da pressão de perfusão cerebral. 
Indicação: não atravessa a barreira placentária sendo indicado para cesarianas.
Contraindicação: não deve ser utilizado em pacientes com problemas endócrinos pois altera a adrenal, o paciente pode ficar com os membros anteriores rígidos e os posteriores flácidos (para reverter esse quadro deve-se fazer o uso de miorrelaxante de ação central –Diazepam).
Na recuperação anestésica o paciente pode apresentar vomito e tremor muscular, nem todos vão apresentar esses sinais.
Anestesia dissociativa 
Cetamina: pode ser administrada por vias IV, IM ou intranasal (transmucosa), tem a vantagem de possuir vias alternativas de aplicação. Atua em receptores nicotínicos cerebrais, receptores opioides, bloqueiam canais de sódio, e principalmente sobre receptores N-metil D aspartato que estão relacionados com os canais de cálcio e isso confere propriedades analgésicas. Vai causar hipertonicidade muscular, e por isso se tem a necessidade de miorrelaxante, o animal não perde os reflexos protetores (olho centralizado, piscando e com midríase, o olho fica aberto e pode haver lesão de córnea), no SNC diminui os impulsos sensoriais sem bloquear o tronco cerebral e as vias medulares o paciente tem percepção do ambiente mais não consegue se movimentar, ocorre depressão dos centros dolorosos no tálamo. No sistema cardiovascular aumenta a pré-carga, pós-carga, contratilidade, volume sistólico, resistência vascular, pressão arterial e como consequência há um aumento da frequência cardíaca. No sistema respiratório gera respiração apneutica (respiração em blocos que não é comum na anestesia geral), nos rins não há alterações devendo tomar cuidado com gatos.
Vai sofrer biotransformação no fígado produzindo na fase I metabolitos parcialmente ativos norcetamina que possui 1/3 da potência do fármaco original. Vai ser eliminado pela bile exceto em felinos onde a via de excreção é renal onde o fármaco vai ser eliminado de forma inalterada pois este não sofre reação de fase I. 
Contraindicações: pacientes hepatopatas, felinos com problemas renais, se estiver associado é contraindicado em cesarianas.
Tiletamina: tem os mesmos efeitos que a Cetamina com efeitos colaterais aumentados de 3 a 4X. de uso exclusivamente veterinário, se for utilizada sozinha causa convulsão.
Junto com o zoolazepam é utilizado em silvestres. A meia vida plasmática da Tiletamina é maior do que a do zoolazepam, os efeitos tendem a cessar primeiro e o animal retorna da anestesia agitado ou com convulsões, nesse caso se faz administração de um miorrelaxante novamente-
Em pequenos animais se faz a coinduçao anestésica – induz o sono
Sub dose de Cetamina depois de 15 segundos se usa o Propofol logo em seguida pois esse tem a capacidade de miorrelaxamento, se administrado sozinho este causa diminuição da pressão arterial. Quando associado vai haver antagonismo fisiológico promovendo maior estabilidade cardiovascular.
Anestesia geral inalatória
Consiste na depressão inespecífica do sistema nervoso central, e dose dependente. 
Para que ocorra anestesia é necessária a presença dos seguintes fatores: hipnose em que há perda da consciência e facilita os procedimentos cirúrgicos como intubação e ventilação, analgesia que é essencial para o procedimento cirúrgico, ausência se respostas reflexas autonômicas frente aos estímulos nociceptivos, e relaxamento muscular que nem sempre está presente porem facilita a cirurgia e osprocedimentos cirúrgicos por reduzir o tônus muscular. Até o momento não existe um anestésico que tenha todas essas características.
O anestésico inalatório no alvéolo tem a capacidade de entrar na corrente sanguínea e ir deprimir o SNC. A anestesia se da por impregnação no tecido cerebral e vai bloquear receptores excitatórios inibindo os canais de cálcio, bloqueando os canais de sódio e no receptor GABA vai abrir os canais de cloreto causando hiperpolarização. Quando a molécula chega no alvéolo esta passa para o sangue podendo ficar mergulhada ou ser transferida para o SNC, a concentração alveolar vai ser igual a concentração cerebral.
O coeficiente de partição sangue/gás é a afinidade que o anestésico tem pelo sangue ou pelo gás, quanto menor é a solubilidade no sangue, mais rápida é a indução anestésica, quanto maior é a afinidade pelo sangue, mais lenta é a indução anestésica. Quanto mais demorado para chegar ao SNC maiores as chances de se ter efeitos colaterais. O coeficiente de solubilidade óleo gás está relacionado com a potência.
A concentração alveolar mínima CAM é a unidade de medida para anestésico inalatório, a concentração mínima capaz de anestesiar 50% da população, vai ser inversamente proporcional à potência, quanto menor a CAM mais potente o anestésico.
1CAM anestesia superficial
1,5CAM anestesia moderada
2CAM anestesia profunda
Cada espécie tem uma CAM especifica. 
O oxido nitroso é utilizado como adjuvante para medicamentos com pouca afinidade por gás, este chega mais rápido ao SNC mais tem uma potência muito baixa.
Fatores que diminuem a CAM e potencializam a ação do anestésico:
Hipotensão;
Hiponatremia; baixa concentração de sódio diminui a despolarização.
Gestação; pacientes gestantes e idosos precisam de menos anestésicos.
Bloqueio com anestesia local; lidocaína ou administração de anestésico por infusão continua. 
Administração de tranquilizante sedativo antes da indução.
Fatores que diminuem a CAM
Hipernatremia
Pacientes com acidose metabólica
Pacientes que tomam medicamentos estimulantes do SNC (Efebrina e anfetamina)
O sexo do animal não vai interferir na CAM.
Oxido nitroso: anestésico com baixa frequência e rápida indução, compete com oxigênio no tecido por isso precisa ser associado com o oxigênio, se for fornecido sozinho tende a tirar o oxigênio do tecido deixando somente nitrogênio, possui velocidade muito rápida, tem facilidade de se acumular em vísceras ocas, por isso deve ser evitado em pacientes com cólica. Não possui odor desagradável, promove estabilização e não altera respiração.
Halotano: é o único que sofre biotransformação, possui odor adocicado sendo irritante para os animais. No sistema cardiovascular causa hipotensão e diminuição da frequência cardíaca, diminui a contratilidade, o debito cardíaco, sensibiliza o miocárdio a ação das catecolaminas podendo desenvolver arritmias durante a anestesia. A hipotensão é dose dependente bem como a depressão respiratória, na biotransformação 20% passa por reação de fase I e II no fígado, os outros 80% sai na sua forma inalterada pela respiração. Causa insuficiência renal se a hipotensão não for solucionada, os barorreceptores se tornam inativos com o uso do Halotano.
Isofluorano: 0,02% passa por biotransformação no fígado, e os outros 99,8 sai na forma inalterada pela respiração. Pode ser usado em hepatopatas, possui cheiro acril causando irritação das vias aéreas superiores, o paciente luta contra o cheiro. No sistema cardiovascular causa menos hipotensão que o Halotano, devido a diminuição da resistência vascular periférica, os barorreceptores são ativados, o animal não desenvolve arritmias nem apresenta diminuição da pressão arterial. O tratamento se faz com noradrenalina que vai causar vasoconstrição e aumento da resistência periférica. Se a hipotensão não for corrigida pode causar insuficiência renal. A depressão respiratória é dose dependente.
Sevofluorano: em baixas concentrações de oxigênio reage com a cal soldada do aparelho formando o composto A que é nefrotóxico e causa insuficiência renal. É indicado para anestesia de recém-nascidos ou pacientes debilitados pois este apresenta odor agradável, é o principal agente inalatório para fazer indução na máscara, promove estabilidade do sistema cardiovascular melhor do que o Halotano e Isofluorano. A biotransformação é em torno de 2 a 3% o restante é eliminado de forma inalterada.
Desfluorano: rápida indução, irritante para as vias aéreas superiores pode causar vômitos quando o animal volta da anestesia, os efeitos do sistema cardiovascular são semelhantes ao Sevofluorano e do Isofluorano, não é utilizado na rotina pois é muito caro, a pressão de vapor é muito alta e por isso necessita de aparelhagem especial.
Sedativos e tranquilizantes 
Deprime o SNC aumentando a transmissão inibitória e a excitatória mantendo o paciente consciente, nem todos vão ser miorrelaxantes e analgésicos. A associação de miorrelaxante com analgésicos se chama neuroleptoanalgesia.
Classificação:
Tranquilizantes maiores: possuem maior capacidade de deprimir o SNC são utilizados em pacientes com grandes maus (esquizofrênicos), fenotiazinas e butinofenonas. 
Tranquilizantes menores: anticonvulsivantes, benzodiazepínicos. 
Alfa 2 agonistas adrenérgicos: Xilazina em ruminantes, Detomidina em equinos, Medetomidina em pequenos animais, dexmedetomidina em equinos e pequenos animais.
 Fenotiazinas: são tranquilizantes com poucas propriedades analgésicas que vão atuar na substancia reticular mesocefálica antagonizando receptores dopaminérgicos D1 e D2, além disso vão bloquear os receptores dopaminérgicos no centro do vomito, diminuem o linear convulsivo podendo predispor a convulsões, apresenta efeito teto e a sobre dose pode desencadear efeitos colaterais, pode desenvolver sintomas extrapiramidais, promove hipotermia podendo cair 1°C, no sistema cardiovascular diminui a contratilidade do coração e a pressão arterial, tem efeito alfa1 e causa vasodilatação, tem efeito antiarritmogenico e protege o miocárdio contra a ação das catecolaminas, diminui a secreção de glândulas endócrinas, aumenta a amplitude respiratória, diminui a frequência e o volume respiratório continua o mesmo. 
Contraindicações: cesarianas por ser hipotérmico pode intensificar a hipotermia do filhote, pacientes epiléticos pois predispõe a convulsões, pacientes braquicefalicos e cardiopatas. Acepromazina, clorpromazina, levomepromazina, prometazina (ação ante histamínica, causa vasodilatação, hipotensão e edema, ante emético).
Benzodiazepínicos: tem propriedades ansiolíticas, miorrelaxantes de ação central e ante convulsivantes. Diazepam passa por reação de fase I e II e produz metabolito parcialmente ativo na reação de fase I com 1/3 da potência do original, e insolúvel na agua e precisa está associado ao Propileno glicol. A via de administração e intravenosa prioritária pois é absorvido de forma irregular pela musculatura.
Midazolam: e hidrossolúvel tem pouca produção de metabolitos ativos na reação de fase I, e eliminado mais rápido de que o Diazepam pois possui um período hábil menor. Não deve ser usado em pacientes jovens pois causa amnesia, além de deixar o animal muito excitado. Os animais velhos são mais condicionados e por isso tendem a ficar serenos.
Os cães são mais resistentes aos benzodiazepínicos do que os humanos.
Mecanismos de ação. O medicamento vai se ligar ao receptor GABA aumentando o influxo de cloreto e causando hiperpolarização, sendo contraindicada a utilização junto a barbitúricos pois isso aumenta o período hábil e o animal demora a voltar da anestesia. Promove estabilização do sistema cardiovascular, no SNC promove estabilidade da PIC e aumenta o limiar convulsivo é indicado para pacientes cardiopatas, é utilizado em estados epiléticos, não se faz uso prolongado pois os animais adquirem tolerância e por isso não é indicado para tratamento crônico de epilepsia.
Contraindicações: pacientes jovens, cesarianas pois os filhotes não conseguem metabolizar os compostos.Butirofenona: mecanismo de ação igual a fenotiazina, só que mais potente pois bloqueia receptores dopaminérgicos, hipotermia, ante emético, diminui as secreções orgânicas. Os efeitos colaterais tendem a ser mais exacerbados, causa hipotensão, vasodilatação, tem a capacidade de deprimir centralmente centros que regula a tensão vascular, deprime sistema respiratório aumentando a amplitude, diminuindo a frequência cardíaca e o volume respiratório levando a um quadro de acidose respiratória.

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