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TRABALHO DE GEOLOGIA ECONÔMICA ANA CLARA MESQUITA CASTRO 9º ENG. DE MINAS 1- Do ponto de vista metalogenético, quais são os principais processos para formação de depósitos minerais através do intemperismo químico? Descreva objetivamente como cada um desses processos atuam na concentração dos metais na crosta terrestre. Do ponto de vista metalogenético os principais processos para formação de depósitos minerais através do intemperismo químico são um conjunto de ações, que leva à formação de um depósito mineral. O intemperismo das rochas mobiliza minerais, elementos e substâncias químicas, que passam por transformações, que podem levar as rochas antigas, se concentrarem novamente formando então novos depósitos. O intemperismo químico é a decomposição química dos minerais, seu principal agente é a água de infiltração, que é levemente ácida e junto ao gás carbônico e colóides se torna químicamente ativa, além disso um fator importante para este tipo de intemperismo é o clima. Os principais processos do intemperismo químico são: Oxidação, redução, hidratação, hidrólise, atividade dos ácidos, dissolução e químico- biológico. Os processos mineralizadores formadores de depósitos minerais a partir do intemperismo químico das rochas são de concentração residual e de concentração supergênica, os quais se desenvolvem concomitantemente, porém com mecânicas diferentes. O processo de concentração residual se da quando o intemperismo das rochas causa lixiviação de elementos solúveis. Já os elementos insolúveis permanecem na rocha intemperizada, deixando concentrações maiores de elementos insolúveis, pois se concentram como como resíduos da lixiviação, sendo então caracterizada a concentração residual, que pode formar depósitos em três situações. São eles: - Concentração residual de substâncias químicas a partir de rochas; - Concentração residual de minerais resistatos a partir de rochas como a lixiviação dos carbonatos concentra as pandaítas; - Concentração residual de substâncias químicas e minerais causada pelo intemperismo de depósitos minerais como de ouro no gossan. Os processos de concentração supergênica se dão pela lixiviação de certos elementos da parte superior de um depósito mineral e sua reprecipitação em profundidade para produzir concentrações mais altas. A porção superior de muitos depósitos de cobre pórfiro tem seu enriquecimento devido aos processos supergênicos. 2- Quais são os principais depósitos minerais deste sistema, e como estes se diferenciam em relação ao modo de concentração? - Concentração residual de substâncias químicas a partir de rochas: Onde o intemperismo químico atuante na rocha lixivia as substâncias menos resistentes a ele, deixando um depósito residual com importantes elementos. Como principais depósitos tem-se as bauxitas (nas bauxitas a lixiviação de ferro e óxido promove o enriquecimento de Alumínio). - Concentração residual de minerais resistatos: Neste caso a lixiviação de substâncias químicas deixam no material residual minerais completos que são resistentes ao intemperismo. Os principais depósitos citados são de pandaíta (lixiviação dos carbonatos de carbonatitos concentra o mineral pandaíta). - Concentração residual de substâncias químicas e minerais causadas pelo intemperismo de depósitos minerais pré-existentes. O principal exemplo deste tipo de déposito é de ouro. - Concentração supergênica de substâncias químicas a partir de rochas: Os minérios maciços são os melhores exemplos a serem dados para este tipo de concentração, com hematita compacta formados pela lixiviação de jaspilitos. - Concentração supergênica de substâncias químicas causadas pelo intemperismo de depósitos minerais preexistentes: pode-se dizer como melhor exemplo deste tipo de concentração os depósitos de sulfetos de cobre e de cobre e níquel. Na zona de oxidação a calcopirita e pentlandita são destruídos, transformados em sulfatos e carreados para dentro do lençol freático, onde reagem com sulfetos hipogênicos, gerando novos sulfetos de cobre e de níquel secundários e de baixas temperaturas. 3- Quais as condições ambientais necessárias para que as mineralizações aconteçam? E qual o significado de mobilidade geoquímica? As condições são que as rochas estejam expostas na superfície, assim podem ser intemperizadas. São hidratadas, oxidadas e hidrólisadas, onde se tem circulação de água meteórica, o pH (neutro a ácido) e o Eh (neutro a oxidante). Então para que aconteça mineralizações, as condições ambientais necessárias são definidas em razão de presença de água ou soluções aquosas ,potencial de oxidação, presença de minerais solúveis. A mobilidade geoquímica é a facilidade com que o elemento químico se move em solução em determinado ambiente. 4- Diferencie Gossan e Laterita. Gossan: são rochas que originalmente continham sulfetos e que foram submetidas a um processo de alteração supergênica. São o resultado da alteração física e química das rochas como conseqüência da ação de agentes como a chuva, o vento, sol ou as águas subterrâneas. Esses processos produzem a alteração dos sulfetos, dissolução e precipitação de outros minerais e uma importante lixiviação nas rochas. Laterita: São depósitos residuais endurecidos, oriundos do intemperismo de rochas e materiais superficiais em alteração, situados em posições variadas do relevo regional. São produtos de intenso intemperismo químico de rochas sub-aéreas, cujos conteúdos de Fe e/ou Al são superiores, e os de Si são inferiores aos da rocha-mãe meramente caulinizada. São constituídos de caulinita, goethita, hematita, gibbsita e quartzo. 5- Qual a importância das lateritas na geologia econômica?E o que é um perfil laterítico? A importância das lateritas é porque são as maiores reservas de alumínio, além disso algumas lateritas são fontes de outros metais de grande importância econômica tais como o níquel e o ferro, os quais são concentrados no processo de laterização. Um perfil laterítico é organização esquemática das unidades que são geradas a partir do intemperismo físico-químico das rochas, em ambientes com clima tropical. 6- Descreva o processo de formação da bauxita e discorra sobre algum depósito no Brasil. Se dá pela lixiviação de elementos solúveis, deixando concentrações de elementos insolúveis. Esse processo tem sido invocado para a maioria dos depósitos de “gossans” (chapéu de ferro), lateritas e bauxitas. Nas bauxitas a lixiviação de ferro e óxido promove o enriquecimento de Alumínio. A condição essencial de formação da bauxita é a existência de um clima tropical, que favorecem o processo de lixiviação. Os silicatos e argilominerais são decompostos, há remoção da maior parte da sílica, enquanto os óxidos de alumínio e ferro são concentrados. A Província Bauxitífera de Paragominas ocupa área da ordem de 50.000 km2, localizada nas porções leste do estado do Pará e oeste do estado do Maranhão. Representa o mais extenso e denso agrupamento de depósitos de bauxita da Amazônia e do Brasil . O que pode se concluir na região de Paragominas é que a evolução da cobertura laterítico/bauxítica foi principalmente controlada por fenômenos químicos e secundariamente por retrabalhamento físico. Variações climáticas teriam tido grande influência na formação dos diversos horizontes do perfil laterítico, enquanto a influência de movimentos tectônicos teria sido relevante apenas nos últimos estágios. O fator biológico (ação das raízes, acúmulo e transformação da matéria orgânica e ação de cupins) teria também tido papel relevante. 7- É muito comum em depósitos minerais do tipo cobre pórfiro, quando expostos à superfície, desenvolverem enriquecimento supergênico. Através desta reação química abaixo descreva como se desenvolve este tipo deconcentração, e como seria um depósito mineral formado a partir deste processo. 4 CuFeS2 + 17O2 + 10 H2O = chalcopyrite 4 Fe(OH)3 + 4 CU2+ + 8 SO42- + 8H+ = goethite Se deve a mobilidade geoquímica do cobre, os minérios sulfetados com cobre são facilmente transformados por processos intempéricos superficiais. Os depósitos de cobre-pórfiro resultam da concentração de sulfetos a partir de soluções hidrotermais em posição apical de intrusões dioríticas e granodioríticas. 8- Como é entendida a formação dos depósitos residuais de fosfato, titânio, nióbio, e terras raras em carbonatitos? Considere os depósitos da PIAP (Província Ígnea do Alto Paranaíba). Estes depósitos são formados por concentração residual da apatita. Geralmente a apatita fica em uma cobertura residual de solo, de até 30 metros de espessura, com baixo teor de P2O5. Os elementos terras raras tem mobilidades diferentes durante o intemperismo. Não há relatos sobre a existência de concentrações econômicas de terras raras em depósitos lateríticos e/ou supergênicos fora da área de ocorrência de carbonatitos. Vários carbonatitos brasileiros, particularmente o de Catalão, Araxá, Tapira tem grandes concentrações residuais de nióbio, titanio, fosfato e terras raras. Os carbonatitos detém as maiores reservas de nióbio e de elementos terras raras.
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