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Tipos de violencia

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Os tipos de violência contra crianças e adolescentes proposto pela psicóloga Rosário Ferreira1
Negligência: omissão em termos de prover as necessidades físicas e emocionais de uma criança ou adolescente.
Violência física: maus tratos, espancamento.
Violência psicológica: humilhação, constrangimento, depreciação, ameaça de abandono.
Violência sexual: abuso e exploração sexual.
Violência doméstica: quando essas violências são cometidas no âmbito familiar, por parte dos pais, padrastos, madrastas e outros parentes.
Violência institucional: ocorre no âmbito das instituições.
Violência estrutural: pobreza e exclusão social. A violência sexual pode ocorrer no ambiente intrafamiliar, quando há relação de parentesco entre vítima e agressor; e extrafamiliar, quando não há uma relação de convivência familiar entre agressor e vítima. A exploração sexual comercial ocorre em redes de prostituição, pornografia, redes de tráfico e turismo sexual. A violência intrafamiliar e extrafamiliar não são, em si, determinantes do ingresso da criança e do adolescente nas redes de exploração sexual comercial, mas se constituem em fatores de vulnerabilização. (Leal, 1999, p. 08).
Abuso sexual: É a utilização do corpo de uma criança ou adolescente, por um adulto ou adolescente, para a prática de qualquer ato de natureza sexual, sem o consentimento da vítima que é coagida física, emocional e psicologicamente. Trata-se de uma relação que satisfaz, de forma unilateral, uma só parte – aquele que pratica o abuso. Compreende atos libidinosos (incesto, pedofilia, assédio) até o estupro.
FERREIRA, Rosário. “Tipos de violência contra crianças e adolescentes”. In: MOTTI, José Angelo
Antonio & FARIA, Thais Dumêt. (0rgs). PAIR- Programa de Ações Integradas e Referenciais de Enfrentamento à Violência Sexual Infanto-Juvenil no Território Brasileiro- Capacitação das Redes Locais
– Cadernos de Textos. Realização da Organização Internacional do trabalho (OIT), Capacitação das Redes Locais, Cadernos de Textos. Realização da ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO (OIT), apoio da USAID – AGÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS PARA O
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Exploração sexual: A exploração sexual comercial é uma violência sexual sistemática que se apropria comercialmente do corpo, como mercadoria, para auferir lucro. Mesmo inscrito como “autônomo”, sem intermediários, o uso (abuso) do corpo, em troca de dinheiro, configura uma mercantilização do sexo e reforça os processos simbólicos, imaginários e culturais machistas, patriarcais, discriminatórios e autoritários. Essa “imagem de marca”, parafraseando o moderno marketing, não é só característica das zonas de garimpo, mas de modernas redes que oferecem nos anúncios “corpinho de adolescente”, “cara de criança”, “loirinha”, “moreninha”. (Faleiros, 1998). A exploração sexual pode ser explicada a partir de quatro eixos fundamentais: classe social, gênero, etnia e relação adultocêntrica. (Saffioti, 1995). Todas as formas de exploração sexual de crianças e adolescentes são violações dos direitos humanos, conforme a Convenção dos Direitos da Criança e a Carta de Brasília, cujo Seminário Contra a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes nas Américas esteve reunido em Brasília, de 16 a 20 de abril de 1996, em preparação para o Congresso Mundial contra a Exploração Sexual Comercial de Crianças. (Estocolmo, Suécia, 27 a 31 de agosto de 1996). As organizações não-governamentais, o governo e as agências internacionais optaram pela expressão “exploração e violência sexual contra crianças e adolescentes” e não “prostituição infanto-juvenil”, por considerar a prostituição um modo de vida que abrange determinado segmento social. Só o adulto pode optar por este modo de vida. Uma criança com menos de 12 anos de idade e um adolescente com menos de 18 anos não optam por se prostituírem, mas são induzidos pela prática delituosa do adulto.
Exploração sexual comercial: A exploração sexual comercial de crianças e de
adolescentes é compreendida através de quatro modalidades: prostituição infantil, pornografia, turismo sexual e tráfico. A exploração sexual de crianças e adolescentes é uma relação de poder e de sexualidade mercantilizada, que visa a obtenção de proveitos por adultos que causam danos biopsicossociais aos explorados que são pessoas em processo de desenvolvimento. Implica o envolvimento de crianças e adolescentes em práticas sexuais, através do comércio de seus corpos, por meios coercitivos ou persuasivos, o que configura uma transgressão legal e uma violação de direitos e liberdades individuais da
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população infanto-juvenil. A exploração sexual de crianças e adolescentes é uma das formas de violência sexual que se caracteriza pelo contexto de mercado, em que as relações sexuais, envolvendo crianças e adolescentes, ocorrem. É uma violência sexual que se realiza nas relações de mercado (consumo, oferta e excedente), através da venda dos serviços sexuais de crianças e adolescentes pelas redes de comercialização de sexo, pelos pais ou responsáveis ou pela via do trabalho autônomo.
Prostituição: A prostituição é uma forma de exploração sexual comercial, ainda que seja uma opção voluntária da pessoa que está nessa situação. A prostituição feminina, no mundo adulto, abre um campo para o debate sobre a sua natureza, na qual intervêm diversas disciplinas (Filosofia, Ética, Psicologia, Sociologia) e aspectos jurídicos. As crianças e adolescentes, por estarem submetidos às condições de vulnerabilidade e risco social, são consideradas em situação de prostituição/exploração sexual comercial.
Pornografia infantil: A produção pornográfica utilizando crianças e adolescentes constitui exploração sexual e são considerados exploradores os produtores (fotógrafos, videomakers), os intermediários (aliciadores e pessoas de apoio), os difusores (anunciantes, comerciantes, publicitários) e os colecionadores ou consumidores do produto final. A maioria desses envolvidos são pedófilos. Mas, entre os consumidores, encontram-se também aqueles que, por já terem acesso a toda gama de pornografia adulta, buscam material mais estimulante na produção que utiliza crianças e adolescentes.
Turismo Sexual: Turismo sexual é a exploração de crianças e adolescentes por visitantes, em geral, procedentes de países desenvolvidos ou mesmo turistas do próprio país, envolvendo a cumplicidade, por ação direta ou omissão, de agências de viagem e guias turísticos; hotéis, bares, lanchonetes, restaurantes e barracas de praia; garçons e porteiros; postos de gasolina, caminhoneiros e taxistas; prostíbulos e casas de massagem, além da tradicional cafetinagem. Não se pode reduzir a exploração sexual ao sexo-turismo que estigmatiza o “outro”, o estrangeiro como único agressor, colocando-nos de fora da questão, quando se
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sabe que nem todos os turistas estrangeiros são abusadores sexuais, que nem todos os turistas abusadores são estrangeiros.
Tráfico de pessoas: Enquanto conceito jurídico, tráfico de pessoas é o recrutamento, o transporte, a transferência, o alojamento ou a recolha de pessoas, pela ameaça de recursos, à força ou a outras formas de coação, por rapto, por fraude, engano, abuso de autoridade ou de uma situação de vulnerabilidade, ou através da oferta ou aceitação de pagamentos, ou de vantagens para obter o consentimento de uma pessoa que tenha autoridade sobre uma outra para fins de exploração. (Termos do Protocolo, Art. 2º bis, alínea a). Já a coerção consiste em ameaças de graves prejuízos ou constrangimento físico contra alguém; qualquer esquema, plano ou padrão que pretenda que alguém acredite que a falha ao realizar uma ação resultaria em graves prejuízos ou constrangimento físico contra alguém; ou o abuso ou ameaça dele, em um processo legal. (106º Congresso das Nações Unidas, 2000). A servidão involuntária, por sua vez, é um termo que inclui uma condição de servidão induzida por meios de: qualquer esquema, plano ou padrão que pretenda que alguém acredite que, se uma pessoa nãoiniciou ou continuou tal condição, aquela pessoa ou outra sofreria sérios prejuízos ou constrangimento físico; ou o abuso ou ameaça dele em um processo legal. (106º Congresso das Nações Unidas, 2000).
Consentimento: o consentimento da vítima na exploração projetada não revela quando tiver sido empregado qualquer dos meios enunciado na definição do tráfico de pessoas. (Termos do Protocolo, Art. 2º bis, alínea a).
Servidão por débito: esta expressão significa o estado ou condição de um devedor que surgiu de uma promessa que alguém fez de que seus serviços ou os de outrem sob seu controle seriam a garantia do débito, caso o valor desses serviços, razoavelmente avaliados, não se aplique à liquidação do débito, ou a extensão ou natureza dos serviços não sejam respectivamente limitadas ou definidas. (106º Congresso das Nações Unidas, 2000). O Ministério da Justiça, (Brasília, 01/12/2003), aponta que o tráfico de seres humanos ocupa o segundo lugar entre os principais crimes transnacionais do mundo, ficando atrás apenas
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do narcotráfico e à frente do contrabando de armas. Movimenta cerca de US$ 12 bilhões ao ano. A informação foi dada pela ONU, na última semana, durante um encontro sobre o tema, na Colômbia. O tráfico de seres humanos no Brasil já começa a ser encarado como crime organizado internacional. Movimenta bilhões de dólares a cada ano e, no que diz respeito a valores, fica atrás apenas do tráfico de drogas e armas. Mulheres e crianças são as maiores vítimas.
Tráfico para fins de exploração sexual: De acordo com o Código Penal Brasileiro, o tráfico é a promoção da saída ou entrada de crianças/adolescentes do território nacional. Segundo estatísticas das Nações Unidas, para cada ser humano transportado ilegalmente de um país para outro, o lucro das redes criminosas chega a US$ 30 mil. Depois de “contrabandeadas”, as pessoas são exploradas sexualmente ou se transformam em trabalhadores escravos. No caso brasileiro, as vítimas do tráfico de seres humanos costumam ser mulheres, que alimentam o mercado internacional da prostituição. Por isso, o programa do Ministério da Justiça terá como foco inicial o enfrentamento ao tráfico para fins de exploração sexual. Dentre os fatores que contribuem para a ocorrência desses tipos de violência, podemos listar: desigualdade social e econômica, desemprego, exclusão social, turismo sexual, discriminação de gênero, leis e políticas sobre a migração e trabalho de migrantes, corrupção de autoridades, crime organizado. São vários os fatores que contribuem para a exploração sexual comercial de crianças, dentre os mais complexos temos as disparidades econômicas; as estruturas socioeconômicas injustas; a desintegração familiar; a questão da educação, consumismo; a migração rural-urbana; a discriminação de gênero; a conduta sexual masculina irresponsável; as práticas tradicionais nocivas e o tráfico de crianças. Portanto, a pobreza não pode ser considerada como o único fator determinante do fenômeno. Todos esses fatores aumentam a vulnerabilidade de meninas e meninos, frente àqueles que buscam utilizá-los para fins de exploração sexual comercial. Encontramos fatores adicionais que conduzem direta ou indiretamente a exploração sexual comercial de crianças, como: corrupção, ausência de leis ou a existência de leis inadequadas, o descumprimento da lei e a limitada sensibilidade da pessoa encarregada da aplicação dessas leis sobre os efeitos nocivos nas crianças. Isso favorece a exploração sexual comercial pelas redes criminais, por indivíduos e famílias. A
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exploração sexual comercial de crianças pode ter consequências graves, inclusive mortes. Compromete: o desenvolvimento físico/psicológico/espiritual/ moral e social das crianças; favorece o aparecimento de gravidez precoce; mortalidade materna; lesões; atraso no desenvolvimento; incapacidade física, doenças sexualmente transmissíveis; HIV/AIDS.

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