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TEORIA ECOLÓGICA
NA década de 1960,independentemente da pesquisa conduzida no campo da fisiologia ,o psicólogo James Gibson estava começando a explorar a forma com que o nosso sistema motor permite uma interação mais eficaz com o ambiente, para a execução de um comportamento orientado ao objetivo (Gibson ,1966).A sua pesquisa concentrou-se em como detectamos as informações ambientais relevantes para as nossas ações e como as utilizamos para controlar nossos movimentos (Figura 1-11).A capacidade de utilizar as percepções para orientar as ações surgem bem cedo. Por exemplo, os lactentes com apenas quinze semanas não tentam alcançar automaticamente todo objeto que que está à sua frente, mas já usam as percepções associadas à velocidade para determinar, como com antecedência, se conseguem ou não pegar uma bola(von Hofsten e Lindhagen,1979).
Essa visão foi ampliada por alunos de Gibson (Lee ,1978 ;Reed ,1982) e tornou-se conhecida como a abordagem ecológica do controle motor. Ela sugere que o controle motor evoluiu para que os animais pudessem lidar com o ambiente que os cerca, movendo-se com eficácia para encontrar alimentos, fugir de predadores, construir abrigos e até mesmo brincar (Reed,1982). O que há de novo nessa abordagem? Foi a primeira vez que os pesquisadores se concentraram no modo como as ações são direcionadas ao ambiente. Estas exigem informações perceptivas específicas a uma ação é uma específica a uma ação desejada e direcionada ao objetivo, executada em um ambiente específico. A organização da ação é específica à tarefa e ao ambiente em que a tarefa está sendo executada.
Enquanto muitos pesquisadores prévios consideravam o organismo um sistema sensório-motor , Gibson enfatizou que o fator mais importante para o animal não era a sensação propriamente dita, mas a percepção.
Especificamente, o que é de fato necessário é a percepção dos fatores ambientais que são importantes para a tarefa. Ele afirmou que a percepção se concentra na detecção de informações no ambiente que irão suportar as ações necessárias para cumprir o objetivo. De uma perspectiva ecológica ,é essencial determinar como o organismo detecta informações do ambiente que sejam relevantes para a ação, que forma essas informações assumem e como elas são utilizadas para modificar e controlar o movimento.(Lee, 1978).
Em resumo, a perspectiva ecológica ampliou o nosso conhecimento sobre o sistema nervoso central, que deixou de ser considerado um sistema sensório-motor que reage às variáveis ambientais e transformou-se em um sistema de percepção/ação capaz de explorar o ambiente, a fim de satisfazer seus próprios objetivos.
IMAGEM
FIGURA 1-11. A abordagem ecológica enfatiza a interação entre o 
Indivíduo e o ambiente. O indivíduo explora ativamente o ambiente,
que por sua vez suporta as ações do indivíduo.
LIMITAÇÕES
Apesar de a abordagem ecológica ter desenvolvido significativamente o nosso conhecimento sobre a interação do organismo com o ambiente, ela tende a não enfatizar a organização e a função do sistema nervoso que leva a essa interação. Portanto, a ênfase da pesquisa foi desviada do sistema nervoso para a interface organismo/ambiente.
IMPLICAÇÕES CLÍNICAS 
Uma contribuição importante dessa visão é a descrição do indivíduo como um explorador ativo do ambiente. Tal exploração ativa da tarefa e do ambiente em que ela é executada permite ao indivíduo desenvolver formas variadas de uma tarefa. A adaptabilidade é fundamental, não apenas na forma como organizamos os movimentos para executar uma tarefa, mas também na nossa utilização da percepção.
Um aspecto importante da intervenção consiste em ajudar Phoebe J. a explorar as possibilidades para concluir uma tarefa funcional de múltiplas formas. A capacidade de desenvolver soluções adaptativas múltiplas exige que o paciente explore uma variedade de maneiras possíveis para a execução de uma tarefa e descubra a melhor solução, de acordo com suas limitações individuais. No caso de Phoebe J., essa capacidade é comprometida pela redução d habilidade motora, por percepções inexatas e, possivelmente, por limitações cognitivas.
QUAL A MELHOR TEORIA DO CONTROLE MOTOR?
Então, qual teoria do controle motor é a mais adequada às necessidades teóricas e práticas do terapeuta? Qual é a teoria do controle motor mais completa, aquela que realmente prognostica a natureza e a causa do movimento e é consistente com o nosso conhecimento da anatomia cerebral e da fisiologia?
Como você já deve ter observado, nenhuma teoria é completa. Acreditamos que a melhor teoria do controle motor é aquela que combina elementos de todas as teorias apresentadas. Um conceito abrangente, ou integrado, reconhece os elementos do controle motor já constatados e abre espaço para novas idéias. Qualquer teoria corrente do controle motor é inacabada, em certo sentido, já que quase sempre deve haver espaço para revisar e incorporar novas informações.
Muitas pessoas têm trabalhado para desenvolver uma teoria integrada do controle motor (Woollacott e Shumway-Cook,1990;Horak e Shumway Cook, 1990; Gordon, 1987). Em alguns casos, à medida que as teorias são modificadas, novos termos são aplicados. Como resultado, torna-se difícil distinguir as várias teorias em desenvolvimento. Por exemplo, sistemas, dinâmica, ação dinâmica e sistemas de ação dinâmica são termos em geral utilizados alternadamente.
Em artigos anteriores, nós (Woollacott e Shumway-Cook, 1990, 1997) denominamos a teoria do controle motor, na qual baseamos a nossa pesquisa e prática clínica, abordagem dos sistemas. Continuamos utilizando essa terminologia, apesar de o nosso conceito da teoria dos sistemas ser diferente daquele proposto por Bernstein e foi desenvolvido para incorporar muitos dos conceitos propostos por outras teorias do controle motor. Neste livro, continuaremos a nos referir à nossa teoria do controle motor como a abordagem dos sistemas, segundo a qual é essencial reconhecer que o movimento surge de uma interação entre o indivíduo, a tarefa está sendo executada. Portanto, o movimento não é apenas um resultado de programas motores específicos do músculo, ou de reflexos estereotipados, mas sim de uma interação dinâmica entre os sistemas de percepção, cognição e ação. Tal estrutura todos teórica permeia todo este texto e constitui a base dos métodos clínicos associados ao exame e à intervenção no paciente com problemas neurológicos. Ela nos tem sido útil e tem nos auxiliado a produzir questões de pesquisas e hipóteses sobre a natureza e a causa do movimento.

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