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O REFLEXO DA OBRIGATORIEDADE DE DESTAQUE DOS TRIBUTOS NOS DOCUMENTOS FISCAIS ADERLAZIO DOS SANTOS1 ANA CAROLINA GOMES FERREIRA2 JOICY DANIELE RODRIGUES MARQUES3 MONICA RODRIGUES FRANCO4 TAUANE SOUTO ALMEIDA5 Alexandra Lima de Oliveira6 RESUMO Em virtude da busca pela transparência tributária aos consumidores finais, instituiu-se a Lei do Imposto na Nota que obrigou o destaque dos tributos nos documentos fiscais incidentes na aquisição de mercadorias e serviços. O presente artigo verificou à percepção de empresários e consumidores finais de supermercados quanto a exigência imposta pela lei e assim visou analisar os impactos acarretados por esta. A pesquisa utilizou-se do método descritivo de opiniões, entrevista semiestruturada aplicada aos empresários e com base na média de cupons emitidos retirou uma amostra para aplicação dos questionários aos consumidores finais. Ficando constatado que a maioria dos consumidores finais desconhecem acerca da obrigatoriedade dos destaques dos tributos nos cupons fiscais, não conseguem identificá-los e não há exigência dos cupons fiscais por parte destes. Diante dos dados analisados os empresários, em grande parte, já utilizam da obrigatoriedade da lei e relataram que a lei trouxe grandes benefícios para sociedade, também enfatizaram que os consumidores não cobram seus direitos através dos benefícios que lhes são agregados. Portanto concluímos que tanto para os empresários quanto aos consumidores finais houve atribuições quanto à exigência da Lei, ficando destacado que mesmo com a instituição da norma ambos detêm um baixo nível de conhecimento sobre os destaques dos tributos emanados pela Legislação, e assim impossibilitando estes a pleitear seus direitos que são integrados aos entes da federação. Palavras-chave: documento fiscal, supermercado, tributo. 1. INTRODUÇÃO 1 Graduando no Curso de Ciências Contábeis pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES. 2 Graduanda no Curso de Ciências Contábeis pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES. 3 Graduanda no Curso de Ciências Contábeis pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES. 4 Graduanda no Curso de Ciências Contábeis pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES. 5 Graduanda no Curso de Ciências Contábeis pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES. 6 Docente / Unimontes. Graduanda em Ciências Contábeis. Pós-graduada em auditoria. A população não está satisfeita com a excessiva carga tributária no Brasil e isso se propaga via redes sociais, jornais dentre outros meios da mídia, sendo que passaram de 44% em 2010, para 65% em 2016 os brasileiros que consideram que os impostos são altos e passaram de 43% em 2010, para 83% em 2016 os que consideram que o imposto vem aumentando muito, como se nota em dados do Instituto Brasileiro de Opinião e Estatística - IBOPE de 2016. Após a publicação da Lei n° 12.741/2012 se tornou obrigatório o destaque dos tributos nos documentos fiscais ou equivalentes, cumprindo com o determinado no artigo 150, § 5°, da Constituição Federal, onde determina a instituição da mencionada lei, para deliberar as medidas de esclarecimento para os consumidores acerca dos tributos que incidam sobre as mercadorias e serviços, levando assim a informação aos contribuintes. Diante disso, emerge a seguinte pergunta: Quais os impactos da aplicação da Lei 12.741/2012 que obriga o destaque dos tributos nos documentos fiscais emitidos, na percepção de empresários e consumidores finais de supermercados? Na relação de consumo, as empresas e os consumidores são as partes principais, mas a cada dia o consumidor tem se assustado ao efetuar a compra de alimentos nos supermercados, mercearias, etc., pois o preço de alimentos e bebidas tem se elevado bruscamente, como demonstrado em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, onde relatou que nos últimos dez anos houve um aumento de 129% nestes preços, enquanto a inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 77,4%. Uma forma de se demonstrar ao consumidor o valor dos tributos inseridos nas suas compras foi à instituição da Lei 12.741/2012, porém, “mais de 10 milhões de empresas brasileiras devem informar o tributo na nota fiscal ao consumidor, no entanto, apenas 30% delas estão aptas a cumprir a legislação”, conforme dados de 01/07/2016 do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação - IBPT, mostrando assim que nem todas as empresas ainda se adequaram para demonstrar os tributos nos documentos fiscais e equivalentes. O presente artigo tem como objetivo verificar, na percepção de empresários e consumidores finais de supermercados, os impactos da obrigatoriedade de destaque dos tributos nos documentos fiscais, e possui como objetivos específicos: (I) Identificar se os empresários têm conhecimento quanto à obrigatoriedade de destaque dos tributos nos documentos fiscais; (II) Identificar se os consumidores têm conhecimento quanto à obrigatoriedade de destaque dos tributos nos documentos fiscais; (III) Identificar os desafios encontrados pelas empresas para mencionar o valor dos tributos nos documentos fiscais; e (IV) Verificar os impactos após a obrigatoriedade do destaque dos tributos nos documentos fiscais. 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Todo cidadão possui direito “a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados”, assim determinado pela Constituição Federal de 1988, onde são executados pelo Estado. Porém, para a realização deste dever, o Estado, na sua soberania, exerce o seu poder de tributar que “é, em verdade, um poder de direito, lastreado no consentimento dos cidadãos, destinatários da invasão patrimonial, tendente à percepção do tributo”. (SABAGG, 2014). Assim, no cumprimento do dever de pagar impostos, os cidadãos exercem o direito cobrar serviços sociais de qualidade, além de colaborarem com o Estado na realização do seu dever, “apesar de não expressa na Constituição Federal de 1988 uma cláusula atributiva do dever de pagar impostos, é uma conclusão que se depreende da própria ordem constitucional e dos objetivos e fundamentos que a acompanham”7. 2.1. TRIBUTOS O Código Tributário Nacional - CTN em seu art. 3º define tributo como “toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”, que se divide em “impostos, taxas e contribuições de melhoria”, assim complementado no Artigo 5° do código acima. No entanto, algumas doutrinas predominam pela classificação quinquipartite, como POHLMANN (2012), onde os tributos se divide em cinco espécies: impostos, taxas, contribuições de melhorias, contribuições especiais e empréstimos compulsórios. De competência da União, Estados, Municípios e Distrito Federal, os impostos têm por “fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte”, as taxas “têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição”, as contribuições de melhorias são instituídas “para 7 MOTTA, Mariana Martini. Do poder de tributar ao dever fundamental de pagar impostos: a via da efetivação dos direitos sociais. Disponível em: http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura& artigo id=2252. Acessado em 01/11/2016. fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado”, como colocado nos Artigos 16, 77 e 81 do CTN, as contribuições especiais “são tributos vinculados pela finalidade a que se destinam” e os empréstimos compulsórios “são tributos restituíveis e vinculados à despesa que fundamentou sua instituição”, assim definidos por POHLMANN (2012). 2.2. SUJEITOS E TIPOS DE TRIBUTAÇÃO Na obrigação tributária existe o sujeito ativo a quem é delegado o direito em cobrar o tributo e o sujeito passivo o qual é obrigado ao pagamento dos tributos e o CTN define em seu Artigo 119 como sujeito ativo “a pessoa jurídica de direito público” e diz como sujeito ativo o “contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador; responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei”, conforme Artigo 121, Parágrafo Único, inciso I, II, do mencionado código. O Contribuinte poderá ser a pessoa física ou jurídica a quem incide o tributo e as pessoas jurídicas tem a opção de pagamento através dos regimes tributários, os quais são: Simples Nacional, Lucro presumido, Lucro Arbitrado e Lucro Real. O sítio SEBRAE conceitua o regime Simples Nacional como “um regime de tributação de opção facultativa compartilhado de arrecadação, cobrança e fiscalização de tributos aplicável a Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, previsto na Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006”. O empresário que opte por esse regime pode ter até 3.600.000,00 de faturamento anual. Destaca ainda que “o lucro Presumido é uma forma de tributação para determinação da base de cálculo do Imposto de Renda, e da CSLL das pessoas jurídicas que não estiverem obrigadas, no ano-calendário, à apuração do lucro real”. Neste regime tem também a apuração do PIS e Cofins sobre o faturamento da pessoa jurídica, sendo o IRPJ E CSLL trimestrais e o PIS e COFINS mensais. Conforme Decreto-lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977 “Lucro real é o lucro líquido do exercício ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pela legislação tributária. ” 2.3. O EMPRESÁRIO E O CONSUMIDOR FINAL Para PAIVA (2014) “a relação de consumo é, basicamente, o vínculo jurídico, ou o pressuposto lógico do negócio jurídico celebrado de acordo com as normas do Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/90) ” e complementa que esta relação é composta pelos seguintes elementos: a) Elementos subjetivos: o credor, o devedor e o consensualismo que deve existir entre eles como uma convergência de vontades para que o acordo seja pactuado sem vícios e sem prejuízo de igualdade entre os sujeitos envolvidos; b) Elementos objetivos: o negócio celebrado entre as partes, como um instrumento para a concretização e formalização do vínculo jurídico, e o bem, seja móvel, imóvel, corpóreo ou incorpóreo, objeto mediato da relação jurídica. No Código de Defesa do Consumidor – CDC apresenta como parte na relação de consumo: o consumido que será “toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final”, assim exposto no Artigo 2° e o empresário/fornecedor que será: Toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. (Art. 3°, CDC) Para os legisladores os consumidores são reconhecidos como a parte vulnerável na relação de comércio, pois os empresários se preocupavam mais com a lucratividade do negócio do que a ética nas relações de troca de produtos e informações, havendo uma necessidade de instituir lei que estabelecesse o equilíbrio. (VERGARA, 2003) O Código de Defesa do Consumidor surgiu com o intuito de regulamentar as relações de consumo em todas as competências, disponibilizando ferramentas para a proteção dos consumidores, onde uma delas está inserida no artigo 6°, inciso III daquele dispositivo, que determina aos fornecedores prestar “a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem”, cumprindo assim o princípio da transparência. Dessa forma, delegou-se aos comércios a prestação da informação quanto à carga tributária incidentes nos produtos adquiridos, para que assim os consumidores possam conhecer da norma e pleitear a correta aplicação dos seus direitos. 2.4. A LEI 12.741/2012 Anteriormente o consumidor não tinha informações dos impostos incidentes sobre a operação de aquisição de um produto ou serviço, de forma que também não tinham referencias de onde encontrá-lo. Buscando colocar em exercício o direito pela transparência tributária aos consumidores, a Associação Comercial de São Paulo – ACSP, juntamente com Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação - IBPT e diversas outras entidades, reuniu mais de 1,5 milhão de assinaturas em 2006 para a implantação do projeto do movimento “De Olho no Imposto”, que resultou na aprovação da Lei 12.741 de 08 de dezembro de 2012, “a qual determina que as notas e os cupons fiscais devam informar ao consumidor o valor dos impostos pagos sobre mercadorias e serviços adquiridos”, como explanado pela Revista Governança Tributária (2013). Com a publicação da Lei 12.741/2012, tornou-se obrigatória a discriminação dos tributos federais, estaduais e municipais incidentes na venda de mercadorias e serviços nos documentos fiscais ou equivalentes emitidos pelos fornecedores, informando seus valores aproximados em painel afixado em local visível do estabelecimento ou por qualquer outro meio eletrônico ou impresso de forma a demonstrar o valor ou percentual, o qual influenciará na formação dos preços de venda. No ordenamento jurídico são encontrados vários tipos de tributos, porém a Lei 12.741/2012 relaciona em seu Artigo 1°, § 5° que deveram ser especificados nas notas fiscais somente os seguintes: I - Imposto sobre Operações relativas a Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS); II - Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS); III - Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); IV - Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou Relativas a Títulos ou Valores Mobiliários (IOF); [...] VII - Contribuição Social para o Programa de Integração Social (PIS) e para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep) - (PIS/Pasep); VIII - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins); IX - Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, incidente sobre a importação e a comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados, e álcool etílico combustível (Cide). Conforme o Sítio da Secretaria da Fazenda de Minas Gerais, O ICMS (Imposto sobre Circulação Mercadorias e Serviços) se define por: Imposto não-cumulativo que incide sobre as operações relativas à circulação de mercadorias e prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação. De competência dos Estados e do Distrito Federal, conforme previsto no art. 155, II, da Constituição de 1988, apresenta-secomo uma das principais fontes de recursos financeiros para a consecução das ações governamentais. “O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos Municípios e do Distrito Federal, tem como fato gerador a prestação de serviços[...], ainda que esses não se constituam como atividade preponderante do prestador”, assim colocado pelo Artigo 1° da Lei Complementar n° 166/2003. O Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI, de competência da União, é um imposto seletivo, compensando em cada operação, não incidente sobre produtos destinados ao exterior e tem reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo contribuinte do imposto, conforme Artigo 153, inciso IV, § 3° da Constituição Federal de 1988. O Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou Relativas a Títulos ou Valores Mobiliários, de competência da União, pela própria descrição já expressa que possui incidência em operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários, assim definido no Artigo 153, inciso V da Constituição Federal de 1988. A Contribuição Social para o Programa de Integração Social e para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público visão financiar o programa do seguro- desemprego e o abono salarial das pessoas empregadas, com dispõem o Artigo 239 da Constituição Federal de 1988. A Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social não são cumulativas e “incide sobre o total das receitas auferidas no mês pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil”, como exposto no Artigo 1° da Lei n° 10.833/2003. A Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, incidente sobre a importação e a comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados, e álcool etílico combustível, regulamentada pela Lei n° 10.336/2001, são destinadas ao: I - pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, de gás natural e seus derivados e de derivados de petróleo; II - financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás; e III - financiamento de programas de infra-estrutura de transportes. (Artigo 1°, § 1° da Lei 10.336/2001) A não observância da Lei 12.741/2012 ocasiona sanções ao empresário atingindo a entidade, as quais estão previstas no Capítulo VII do Título I da Lei nº 8.078/1990, sendo: I - multa; II - apreensão do produto; III - inutilização do produto; IV - cassação do registro do produto junto ao órgão competente; V - proibição de fabricação do produto; VI - suspensão de fornecimento de produtos ou serviço; VII - suspensão temporária de atividade; VIII - revogação de concessão ou permissão de uso; IX - cassação de licença do estabelecimento ou de atividade; X - interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra ou de atividade; XI - intervenção administrativa; XII - imposição de contrapropaganda. (Art. 56, Lei 8.078/1990) A informação de cada imposto será discriminada no documento fiscal a depender do seu regime, pois para cada um há particularidades nas quais estão previstas em Lei, como exemplo as empresas optantes pelo simples nacional não estão obrigadas a destacar os impostos no documento fiscal, porém deve se atentar a destacar o valor aproximado sobre a operação de venda, ressalvado em caso de Indústria onde será obrigatório o destaque dos impostos nos documentos. E para auxiliar os empresários na observância da Lei n° 12.741/2012, o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação – IBPT desenvolveu o sítio eletrônico “De Olho no Imposto”, onde disponibiliza tabelas atualizadas que possam o ajudar na evidenciação dos tributos incidentes nas mercadorias e serviços comercializados e, além disso, essas tabelas estão também a disposição dos consumidores para a verificação dos dados contidos nos documentos fiscais. 2.5. CUPOM FISCAL E NOTA FISCAL A emissão da Nota Fiscal é obrigatória na operação de venda de mercadorias e serviços aos consumidores, bem como no trânsito das mercadorias, tem a finalidade de recolher os impostos, inibindo assim a sonegação dos tributos devidos ao Estado, e são divididas em dois tipos de emissão: na entrada e saída de mercadorias e na venda ao consumidor, como abordado por MARQUES (2010, pág. 65). A emissão desta nota poderá ser efetuada na forma eletrônica, onde o Portal da Nota Fiscal Eletrônica define esta como sendo: documento de existência apenas digital, emitido e armazenado eletronicamente, com o intuito de documentar, para fins fiscais, uma operação de circulação de mercadorias ou uma prestação de serviços, ocorrida entre as partes. Sua validade jurídica é garantida pela assinatura digital do remetente (garantia de autoria e de integridade) e a Autorização de uso fornecida pelo Fisco, antes da ocorrência do fato gerador. A Nota Fiscal de venda ao consumidor poderá ser substituída pelo Cupom Fiscal (Anexo I), onde este será emitido pelo Emissor de Cupom Fiscal, sendo utilizado por empresas que possuam faturamento superior a R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais) anuais e obedecerá a legislação específica e a instalação do equipamento para sua emissão deverá ser dentro das normas da lei, assim definido por MARQUES (2010, pág. 65-66). 3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS O presente estudo buscou verificar o entendimento de empresários e consumidores quanto a Lei do Imposto na Nota, assim como os desafios encontrados pelos empresários no destaque dos tributos nos documentos fiscais emitidos, além de identificar os impactos advindos com obrigatoriedade da Lei. A pesquisa realizada foi a descritiva de opinião, pois analisou o ponto de vista de empresários e consumidores em relação ao destaque dos tributos nos documentos fiscais. O universo desta pesquisa abrange empresas do comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios – supermercados, registradas na Junta Comercial de Minas Gerais e que se encontra ativas, onde foi encontrado um total 16 (dezesseis) empresas e destas se selecionou as que continham capital social acima de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), formando assim uma amostra de 08 (oito) empresas. No entanto, das 08 (oito) empresas, 02 (duas) se encontram ativas, porém não realizam mais a atividade e estão fechadas e 01 (uma) não aceitou a pesquisa e também não autorizou a realização com os consumidores. Realizou-se entre os dias 24/11/2016 e 03/12/2016 a entrevista semiestruturada com os empresários e ao final se apurou a média mensal de emissão de cupons fiscais para geração do universo dos consumidores, onde verificou as seguintes quantidades: EMPRESAS QUANTIDADE DE CUPONS FISCAIS EMITIDOS MENSALMENTE TAMANHO DA AMOSTRA DOS CONSUMIDORES FINAIS Empresa A Média de 30.000 68 Empresa B Média de 10.000 67 Empresa C Média de 1.000 67 Empresa D Média de 40.000 68 Empresa E Não emite cupons, tendo em vista que este é Microempreendedor Individual desde 01/01/2016 - Fonte: Elaboração própria. Destas quantidades encontradas, utilizou-se uma amostra com 90% de confiança e margem de erro de 10% que totalizou em 270 (duzentos e setenta) consumidores, onde se realizou a aplicação de questionários dentre os dias 26/11/2016 e 03/12/2016. Após aplicação dos questionários os dados foram tabulados no software Microsoft Excel e apresentados em percentuais e tabelas de comparação dos resultados. 4 RESULTADOS DA PESQUISA 4.1. Conhecimento dos empresários quanto à obrigatoriedade de destaque dos tributos nos documentos fiscais De acordocom as entrevistas aplicadas aos empresários foi constatado que a maior parte detém conhecimento da obrigatoriedade do destaque dos tributos nos documentos fiscais, como demonstrado no Gráfico 1, expressando na ocasião os tributos federais e estaduais, bem como tomaram ciência desta norma através de outros meios, com mostra o Gráfico 2. Gráfico 1 - Conhecimento da obrigatoriedade de destaque dos tributos Gráfico 2 – Meios de obtenção da informação da obrigatoriedade do destaque dos tributos. Fonte: Elaboração própria Fonte: Elaboração própria. 4.2. Conhecimento dos consumidores quanto à obrigatoriedade de destaque dos tributos nos documentos fiscais Diante dos dados coletados com a aplicação dos questionários aos consumidores, verificou-se que, dentre o total da amostra, 52% dos consumidores exigem os cupons fiscais após a compra e 32% exigiu a Nota Fiscal em algum momento. Nota Fiscal Cupom Fiscal 32% 52% Nenhum Pouco Muito 20% 40% 40% 20% 20% 20% 40% Gráfico 3 - Exigência documento fiscal Fonte: Elaboração própria. Em relação ao conhecimento quanto ao destaque dos tributos no cupom fiscal, a maioria dos consumidores em 60% conforme o gráfico 4 desconhece esta obrigação, percentual bem elevado em se tratando de um documento no qual o consumidor tem acesso diariamente. Dos 40% que conhecem esta informação a maioria obtém a informação por meio da internet, os 30% que foram adquiridos por outros meios foram citados como exemplo, universidades, pelos próprios cupons fiscais, profissionais contábeis, familiares, trabalho e livros de estudos. Gráfico 4 - Conhecimento destaque dos tributos. Gráfico 5 - Obtenção da informação. Fonte: Elaboração própria. Fonte: Elaboração própria. Na identificação dos tributos nos cupons fiscais, a grande maioria em 71% desconhece a informação. É perceptível que houve consumidores que tem conhecimento quanto ao destaque dos tributos, porém uma parte deles não conseguem identificar os tributos destacados nos cupons. 21% 19% 60% 32% 30% 21% 17% Gráfico 6 – Conhecimento dos consumidores. Fonte: Elaboração própria. 4.3. Desafios encontrados pelas empresas para mencionar o valor dos tributos nos documentos fiscais Em relação às exigências do cupom fiscal pelo consumidor final, os empresários em sua maioria informaram que os consumidores não exigem a emissão do documento. Estes entendem que, a falta de conhecimento torna essa solicitação inviável por parte do consumidor, pois estes não detêm conhecimento para tal exigência. Gráfico 7 - Conhecimento consumidores, visão empresários. Fonte: Elaboração própria. Algumas empresas mencionaram que tiveram dificuldades em se mencionar os tributos nos documentos fiscais e outras tem sistemas automatizados que fazem as devidas atualizações conforme a legislação. Desconhecem Identificam os tributos 71% 29% Não exigem cupom fiscal Exigem cupom 80% 20% Com a obrigatoriedade da lei 60% das empresas entrevistadas não tiveram custos adicionais, e do restante que tiveram custos, estes foram com aquisição de softwares e consultoria fiscal. Foi observado que em 80% das empresas não houve necessidade de mudanças de softwares, enquanto 20% necessitaram de softwares específicos. Foi verificado também por meio das entrevistas que houve assistência técnica especializada tanto para os softwares adquiridos como para os que continuaram sendo utilizados. Gráfico 8 - Custos adicionais. Gráfico 9 – Tipos de custos. Fonte: Elaboração própria. Fonte: Elaboração própria. 4.4. Verificar os impactos após a obrigatoriedade do destaque dos tributos nos documentos fiscais. Com referência a importância do destaque dos tributos nos documentos fiscais, a maioria dos consumidores em seus 82% consideram de grande relevância, enquanto 18% define como pouco ou sem valia este destaque. Em se tratando da utilização do cupom após a compra, 60% dos consumidores descartam todos, 26% reserva todos para conferência e 14% apenas os que apresente grandes valores. Sem custos Custos adicionais 60% 40% Softwares Consultoria fiscal 20% 20% Gráfico 10 – Importância destaque tributos, Gráfico 11 – Utilização do cupom fiscal. consumidores. Fonte: Elaboração própria. Fonte: Elaboração própria. Com relação ao aumento dos tributos, dentre os consumidores que identificam este no cupom fiscal, 54% não constatou aumento, porem 24% verificou que houve pouco aumento e 22% constatou altos índices nos percentuais. Com referência se discutem estes valores destacados com alguém, na maior parte dos consumidores é discutido com familiares, amigos e outras pessoas, como no local de trabalho e o restante sendo de 46%, não discutem a respeito. Gráfico 12 – Variações valores dos tributos. Gráfico 13 – Discussão dos valores dos tributos. Fonte: Elaboração própria. Fonte: Elaboração própria. 60% 26% 14% Grande relevância Pouco importante ou sem valia 82% 18% Nenhum aumento Pouco aumento Altos índices (aumento) 54% 24% 22% Discutem valores tributos Não discutem 54% 46% Conforme percepção dos empresários entrevistados a maioria relataram que os impactos foram positivos, devido as informações serem repassadas aos consumidores através dos documentos fiscais. Na visão dos empresários, parte de seus consumidores em 40% tem conhecimento parcial dos valores dos tributos sobre os produtos adquiridos, sendo que também 40% não tem conhecimento acerca desses valores. Houve o percentual de 20% no qual não obteve resposta. Gráfico 14 – Conhecimento dos consumidores, visão empresários. Fonte: Elaboração própria. No entendimento dos empresários, foi elencado que não há relevância dos consumidores finais em relação dos destaques dos impostos nos documentos fiscais, pois os mesmos desconhecem a legislação. Percebe-se também que, dos 40% de consumidores que tem conhecimento sobre o destaque de tributos no cupom fiscal discutem a respeito com outras pessoas e o restante não discutem por não ter conhecimento. Na percepção de 60% dos empresários a lei trouxe benefícios para a sociedade de forma que proporcionou as pessoas que detêm conhecimento sobre o destaque a fazerem planejamentos e acompanhamentos de suas obrigações diante os tributos discriminados nos documentos fiscais, e 40% entendem que, com a implantação da lei não houve agregação de valores para a sociedade, pois não há uma gestão eficaz dos entes públicos quanto as aplicações e o devido retorno dos tributos recolhidos. Conhecimento parcial Não tem conhecimento Sem resposta 40% 40% 20% Gráfico 15 – Benefícios da legislação, visão empresários. Fonte: Elaboração própria. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao longo do presente trabalho, demonstrou-se a aplicação da Lei 12.741/2012 e suas contribuições para a sociedade no que cerne as cargas tributárias embutidas nas transações de compra e venda de mercadorias e serviços, despertando o senso crítico dos consumidores quanto ao retorno dos tributos pagos e aos serviços públicos ofertados. Dianteos dados abordados na análise, verificou que os empresários, em sua maior parte, têm conhecimento quanto à obrigatoriedade da legislação do destaque dos tributos nos documentos fiscais e para adequação desta norma não tiveram custos, pois já utilizavam de sistema informatizado necessitando apenas de atualização sem ocorrer à mudança de softwares. Relataram ainda, que a instituição da Lei do Imposto na Nota levará a sociedade conhecimento quanto ao pagamento de tributos, propiciando a verificação da arrecadação do Estado e a aplicação destes recursos na gestão social, porém destacam que muitos dos consumidores desconhecem esta norma, invalidando a sua principal função que é gerar a informação dos tributos inseridos nas mercadorias e serviços adquiridos. Tudo informado pelo empresário se confirma pelos dados levantados nas pesquisas dos consumidores, onde demonstrou realmente que a maioria destes desconhecem a legislação pertinente ao imposto na nota, assim como não identificam os percentuais e valores indicados nos documentos fiscais e descartam estes sem ao menos verificar as informações referentes ao destaque dos tributos. Trouxe benefícios Não trouxe benefícios 60% 40% Portanto concluímos que tanto para os empresários quanto aos consumidores finais houve atribuições quanto à exigência da Lei, ficando destacado que mesmo com a instituição da norma ambos detêm um baixo nível de conhecimento sobre os destaques dos tributos emanados pela Legislação, e assim impossibilitando estes a pleitear seus direitos que são integrados aos entes da federação. É necessário haver uma melhor geração de informação aos contribuintes das normas, como a disponibilização de cartilhas e panfletos, para que tomem ciência das mudanças inseridas no ordenamento jurídico sobre as deliberações emanadas para garantir e defender seus direitos e assim requerer dos entes públicos melhor aplicação do dinheiro público. 6 REFERÊNCIAS BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm. Acessado em 28/10/2016. BRASIL. 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ITEM (R$) X X 0,00 X 0,00 TOTAL R$ 00,00 DINHEIRO 00,00 TROCO 00,00 01T 07,00% 03T 18,00% CLIENTE: 000.000.000-00 OPERADOR: X VAL APROX. TRIBUTOS R$ 0,00 (X%) FEDERAIS: R$ 0,00 / ESTADUAIS: R$ 0,00 / FONTE: IBPT llllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllll llllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllll ECF IF X VERSÃO: ECF: LJ: DATA: HORA: FAB: Fonte: Elaboração própria. VAL. APROX. TRIBUTOS R$ 0,00 (%)
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