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Meios de contraste 
 O agente de contraste ideal não 
deve produzir qualquer tipo de 
reação adversa, mas infelizmente 
essa substância não existe. 
 Por isso, devemos estar atentos a 
indicação deste agente, reduzindo 
riscos ao acometimento alérgico e, 
se ele ocorrer, que estejamos aptos 
a minimizar os efeitos colaterais. 
 
 
Os Meios de Contrastes Radiológicos 
caracterizam-se por conterem em sua 
estrutura química átomos de elevado 
número atômico e alta densidade. 
 São capazes de absorver radiação e 
promover a visualização de estruturas 
com características semelhantes ao seu 
redor. 
 Os meios de contraste são 
classificados quanto à: 
 
 
Capacidade de absorver radiação: 
 Positivos ou radiopacos: quando 
presentes em um órgão absorvem mais 
radiação que as estruturas vizinhas. 
 Negativos ou radiotransparentes: é o 
caso de ar e dos gases que permitem a 
passagem dos RX mais facilmente 
servindo assim como contraste 
negativo. 
Exemplo: radiografias de duplo 
contraste, ar e bário (enema opaco). 
 Iodados: são os que contém iodo (I) 
como elemento radiopaco em sua 
fórmula. 
 Iônico 
 Não iônico 
 
 Não iodados: não contém iodo (I), mas 
utiliza substâncias como bário (Ba2SO4) 
ou gadolíneo em sua fórmula. 
 
 
Capacidade de dissolução: 
 
 
Hidrossolúveis: dissolve-se em água. 
 
Lipossolúveis: dissolve-se em lipídios 
(gordura). 
 
 Insolúveis: não se dissolvem. 
 Exemplo: sulfato de bário. 
 
Vias de administração: 
 Oral: quando o meio de contraste é 
ingerido pela boca. 
 Parenteral: quando o meio de contraste é 
ministrado por vias endovenosas ou artérias. 
 Endocavitário: quando o meio de 
contraste é ministrado por orifícios naturais 
que se comunicam com o meio externo. 
(exemplo: uretra, reto, útero, etc.). 
 Intracavitário: quando o meio de 
contraste é ministrado via parede da 
cavidade em questão. (exemplo: fístula). 
Sulfato de Bário (Ba2SO4) 
 O sulfato de bário (Ba2SO4), conhecido 
como bário, é um sal insolúvel que, 
misturado a água, é utilizado como meio de 
contraste radiológico radiopaco. 
 Apresenta-se em vários aromas e 
sabores. 
 Pode ser encontrado de duas formas: 
O bário ralo: possui a consistência de um 
Milk-shake ralo e é composto por uma 
parte de água e uma de sulfato de bário. 
 
O bário denso: possui a consistência 
de um cereal cozido e é composto de 
três a quatro partes de sulfato de 
bário para uma parte de água. Apesar 
de seu uso não ser tão comum, e sua 
textura ser mais difícil de engolir, o 
estudo do esôfago com este contraste 
é mais adequado, pois desce 
lentamente e adere mais a mucosa do 
esôfago. 
 
Indicações e Contraindicações 
 O sulfato de bário é indicado nos 
estudos radiológicos de todo o tubo 
digestório (esôfago, estômago, intestino 
delgado e intestino grosso). 
 O contraste baritado não deve ser 
usado quando houver possibilidade dessa 
mistura escapar para a cavidade 
peritoneal ou a mediastinal. 
 A hipersensibilidade ao contraste de 
bário é muito rara, mas algumas reações 
podem ser causadas com o seu uso: 
 
Digestivos: constipações, diarreias, dores 
abdominais do tipo cãibra. Foram relatados 
raríssimos casos de apendicite, fecaloma 
baritado e oclusão intestinal. No caso do 
extravasamento do sulfato de bário para o 
peritônio pode causar peritonites, 
granulomas e aderências que podem ser 
fatais, necessitando de intervenção 
cirúrgica em no máximo 6 horas. 
Respiratórios: pode ocorrer após inalação 
acidental ou durante vômitos, pneumopatias. 
Precauções e Advertências 
Nos estudos radiológicos que envolvem o 
estômago ou o intestino grosso, decorrido 
algum tempo do exame pode: 
 haver floculação do meio de contraste 
baritado. 
 O sulfato de bário tende a se tornar 
endurecido nas fezes (evacuação). 
 Constipação pré existente (prudência, 
fecaloma baritado em idosos). 
 A eliminação do bário é lenta e pode causar 
a presença de resíduos radiopacos no tubo 
digestório (falso positivo). 
O prazo de validade é, em geral, de 24 
meses a partir da data de fabricação. 
 Caso não seja utilizado todo conteúdo da 
embalagem deve se desprezar o restante. 
A conservação do produto deve ser feita 
em temperatura ambiente, e não se deve 
congelar o produto. 
 Ar 
Na técnica de duplo contraste (bário + ar), 
é utilizado o ar ambiente ou dióxido de 
carbono (CO2) nos exames do tubo 
digestório. 
O ar utilizado pode ser o natural ou 
através da ingestão de cristais 
produtores de gás como o citrato de 
cálcio e o citrato de magnésio. Estes 
cristais ao alcançarem o estômago 
formam uma grande bolha de gás que 
se mistura ao bário forçando-o contra 
a mucosa gástrica, fornecendo melhor 
cobertura da mucosa e, portanto, 
maior detalhamento na imagem. 
 
Os meios de contraste são perigosos? 
O que são reações adversas? 
São reações que envolvem anticorpos da 
classe da Imunoglobulina (IgE). 
Quando o alérgeno (substância estranha) 
entra em contato com a corrente 
sanguínea, reagindo assim com anticorpos 
da classe IgE que se ligam a célula de 
defesa (Mastócitos e Basófilos), há uma 
grande liberação de mediadores químicos 
( Histamina e Leucotrieno) que causam 
reações inflamatórias imunes. 
 
Como Ocorre a Reação? 
MC entra 
 na corrente 
sanguínea O organismo não 
 reconhece essa 
substância (agressora) 
 Células de transporte 
 Ige = imunoglobulina 
Libera células de defesa 
 
 Basófilos 
Mastócitos 
Combater 
o MC 
Essas substâncias, se 
ligam aos receptores de 
membrana das células da 
parede do vaso 
Mastócitos liberam histamina 
(enzima química) que se liga 
ao receptor de membrana 
H1H2 que causará uma 
 vasodilatação 
A vasodilatação provocada 
pela histamina,libera 
 contraste para o tecido, 
 causando edema 
Basófilos liberam leucotrieno 
(enzima química) que se liga 
 ao receptor de proteína G e 
também provoca 
vasodilatação 
e braquicardia 
H1H2 
Proteína G 
Sistema Imunológico 
 Leucócitos: responsáveis pela defesa do 
Organismo, são altamente organizadas 
como um exercito. 
 Mastócitos: são células do tecido 
conjuntivo, grandes liberadoras de 
mediadores químicos principalmente de 
Histamina. 
 Basófilos: células presentes no sangue, 
muito parecidas com os Mastócitos, mas 
de menor tamanho. Também liberam 
mediadores químicos. 
Mediadores Químicos 
Histamina: mediador químico que se 
liga ao receptor de membrana H1 e 
H2 da célula, causando vasodilatação. 
 
Leucotrieno: mediador químico de 
lenta reação, que é uma mistura de 
varias substâncias tóxicas, causador 
de vasodilatação quando ligado aos 
receptores da proteína G. 
 
Tratamento 
 Uso de Anti-Histamínico, bloqueando o receptor 
H1 de membrana; 
• Allegra: 180mg, 1 compr. VO. 
• Fenergan: 1 compr. VO, ou 1 amp IM ou IV. 
 Uso de Anti-Histamínico, bloqueando o receptor 
H2 de membrana. 
• Tagamet: 1 amp IV lento. 
• Zylium: 1 amp. IV lento. 
 Uso de Corticosteroides, inibindo receptores 
de membrana da proteína G a ligação de 
mediadores químicos (Leucotrieno). 
• Prednisona: 1 amp IV. 
• Solu-Cortef: 500mg IV em bolo. 
• Meticorten: 20 a 40 mg VO. 
Iodados 
Os meios de contraste iodados são 
substâncias radiodensas capazes de 
melhorar a definição das imagens 
obtidas em exames radiológicos. É o 
meio de contraste mais utilizado no 
setor de radiodiagnóstico por possuir 
uma excelente absorção pelo 
organismo. Possuí características 
muito mais complexas que a do bário. 
Densidade 
É o número de átomos de iodo por 
mililitro de solução. Quanto maior a 
densidade dos meios de contraste 
mais difícil sua administração e, 
consequentementemaior a 
probabilidade de reações adversas. 
Torna-se imprescindível o 
aquecimento dos meios de contraste 
para reduzir a sua densidade e os seus 
efeitos adversos. 
Lipofilia 
A lipofilia representa a afinidade de uma 
molécula por um ambiente lipofílico 
(gorduroso). 
Viscosidade 
É o atrito interno de um fluido. Devido à 
viscosidade, deve-se exercer uma força 
para fazer uma camada de fluido deslizar 
sobre a outra, ou uma superfície 
escorregar sobre a outra, se entre ambas 
houver uma camada de fluido. 
O coeficiente de viscosidade depende de 
maneira acentuada da temperatura. Para os 
líquidos a viscosidade diminui com o 
aumento da temperatura. 
A viscosidade é uma propriedade física 
importante aos meios de contraste, 
influenciando na facilidade com que o 
mesmo é injetado. Meios de contraste com 
viscosidade elevada requerem cuidados 
especiais, como: calibre da agulha ou do 
cateter maior, ou seja, quanto maior a 
viscosidade, mais difícil sua administração 
endovenosa. 
Assim, a viscosidade dos meios de 
contraste aumenta quando: 
Aumenta a concentração do agente de 
contraste no recipiente a ser injetado; 
 As moléculas do meio de contraste 
aumentam de peso e tamanho; 
 Diminui a temperatura da substância. 
Osmolalidade 
É uma função definida pelo número de 
partículas de uma solução (independente 
de sua carga elétrica ou massa) por 
unidade de volume (mOsm/Kg). 
A osmolalidade é influenciada pela 
concentração, peso molecular, formas de 
associação e dissociação da substância 
química utilizada, e representa o poder 
osmótico que a solução exerce sobre as 
moléculas de água. 
Se a solução apresentar a mesma 
osmolalidade do plasma sanguíneo (em torno 
de 300 mOsm/kg), será denominada 
isotônica; se for maior, hipertônica, se 
menor, hipotônica. 
A osmolalidade provoca pressão na parede 
do vaso (pressão osmótica) 
Meios de contraste com osmolalidade 
na faixa de 600 a 700 mOsm/kg 
apresentam melhor tolerância pelo 
organismo, pois se aproximam da 
osmolalidade sanguínea. Quanto maior 
a osmolalidade, maior a intolerância e 
a probabilidade de reação alérgica. 
Contrastes iônicos têm maior 
osmolalidade do que os não iônicos, 
por que se dissociam em cátions e 
ânions na solução. 
Indicações 
Os contrastes iodados possuem 
indicações para vários tipos de 
estudos radiográficos, pois possuem 
uma excelente absorção pelo 
organismo, permitindo o estudo dos 
sistemas urinário, vascular, 
linfático, reprodutor feminino, 
reprodutor masculino, entre outros. 
A indicação do uso de MCI em exames 
radiológicos depende da solicitação 
médica. O cliente deve ser comunicado 
sobre as características, os benefícios 
e os riscos que podem surgir durante 
sua administração. Este procedimento 
é uma obrigação ética do médico 
radiologista (Código de Ética Médica, 
arts. 49 e 59, e Código de Defesa do 
Consumidor, arts. 6, 14 e 31). 
Após a orientação, o cliente, ou o 
responsável, deve assinar uma 
autorização para a administração do 
meio de contraste (“consentimento 
esclarecido-informado”), que não 
possui valor legal, mas demonstra a 
preocupação da instituição em 
informar e esclarecer o 
procedimento. 
 
 
Contra indicações 
Apesar de todo arranjo molecular do meio 
de contraste iodado, com o intuito de 
diminuir as probabilidades de reações, este 
meio de contraste é contraindicado em 
pacientes com função renal comprometida, 
ou seja, com níveis de ureia elevados 
(normal em adulto 15 a 38,5 mg/dL) e níveis 
de creatinina elevados (normal para adulto 
masculino 0,8 a 1,3 mg/dL; feminino 0,6 a 1 
mg/dL), a não ser, que estejam em 
programa de diálise. 
Pacientes diabéticos em uso de 
cloridrato de metformina não devem 
receber contraste iodado, pois a 
associação dessas duas drogas pode 
determinar o desenvolvimento de 
insuficiência renal aguda. 
Visando minimizar os riscos de reação 
ao MCI se faz necessário a realização 
de uma anamnese detalhada onde deve 
se investigar a presença de: 
 
 
 
 Idade avançada > de 70 anos (aumenta 
a incidência de reações fatais); 
 Ansiedade ou estado de agitação 
psicomotora; 
 Hipersensibilidade ao agente de 
contraste iodado; 
 Histórico de alergia; 
 Hipertireoidismo (latente ou em 
atividade) e bócio nodular atóxico; 
 Sinais de desidratação; 
 Insuficiência cardiovascular severa ou 
infarto agudo do miocárdio; 
 Insuficiência pulmonar de alto grau e 
asma; 
 Insuficiência renal; 
 Doença autoimune; 
 Diabetes mellitus em uso de 
hipoglicemiante oral. 
 
Cuidados 
 
Além da anamnese, alguns cuidados devem 
ser tomados antes da administração do 
MCI: 
 
Tempo de jejum: deve ser verificado se o 
cliente está a, pelo menos 90 minutos sem 
ingestão de sólidos e líquidos. O tempo 
ideal de jejum deve ser orientado pelo 
médico, conforme procedimento que será 
realizado. Pacientes diabéticos devem ter 
uma atenção especial, pois a probabilidade 
de apresentarem hipoglicemia é maior. 
Sinais vitais: os sinais vitais devem ser 
verificados antes da anamnese do paciente 
e devem estar dentro dos valores de 
referência, caso contrário o médico 
radiologista deve ser avisado. 
PA <130 e < 85 mmHg; 
FC 60 a 100 btmp; 
FR 16 a 20 rpm; 
T 36°C a 36,8°C. 
Hidratação: o grau de hidratação do 
paciente é um fator importante, pois se o 
cliente estiver bem hidratado o risco de 
efeitos deletérios causados pelo meio de 
contraste diminui significativamente. 
Viscosidade: o MCI deve ser aquecido a 
37°C antes de sua infusão. Este 
procedimento melhora sua fluidez e reduz a 
probabilidade de efeitos adversos. 
Situações de emergência: a sala de 
exames deve estar provida de materiais e 
equipamentos em perfeitas condições de 
uso e de fácil acesso, a fim de atender 
qualquer situação de emergência (reações 
adversas). 
Cuidados na Armazenagem do MCI 
Os meios de contrastes iodados necessitam 
de alguns cuidados especiais para seu 
armazenamento, sendo eles: 
 Local escuro (os MCI são fotossensíveis); 
Longe de aparelhos de raios x (a radiação 
quebra as partículas de iodo); 
Temperatura ideal entre 15 e 25° (em 
temperaturas baixas pode ocorrer 
cristalização); 
Recipiente manter em cabine aquecida a 
37° por tempo que não exceda 3 meses; 
Não utilizar frascos e ampolas abertas 
por mais de 24 horas; 
A solução aspirada não pode retornar ao 
frasco original; 
Verificar prazo de validade (em geral, 2 a 
3 anos). 
Reações Adversas 
Os efeitos desejados dos meios de 
contraste em relação aos raios X são a 
atenuação da radiação e a visualização do 
órgão desejado, influenciando na qualidade 
da imagem adquirida. 
Alguns pacientes podem apresentar 
reações adversas ao MCI, estes efeitos 
devem-se as alterações da circulação 
sanguínea, por uma substância “estranha” 
ao organismo administrada via endovenosa, 
que produz manifestações clínicas, 
modificando o mecanismo de funcionamento 
de alguns órgãos e sistemas. 
Sendo assim, as reações adversas podem 
manifestar-se desde o início da injeção do 
contraste na via EV, até algumas horas após 
o término do exame e podem aparecer uma 
única vez ou várias vezes. 
Na prática, verifica-se que a grande 
incidência de reações com meios de 
contraste iodados acontece dentro dos 2 
minutos iniciais até 30 minutos após a 
injeção do contraste. 
Isto provavelmente deve-se a um fator de 
interação do contraste com o plasma 
sanguíneo e também pelas características 
químicas da substância contrastante 
(osmolalidade, viscosidade, capacidade de 
dissociação, etc.). 
Para minimizar as reações adversas 3 
passos devem ser tomados: 
Histórico detalhado do paciente, com a 
finalidade de identificar possíveis alergiasgenéticas ou induzidas, que favoreçam o 
aparecimento de reações adversas; 
Administração de contraste com uma 
velocidade de injeção que evite ou diminua 
a intensidade das reações; 
Adequar a temperatura do contraste com 
o correto preparo para pacientes alérgicos. 
As reações adversas podem ser 
classificadas quanto ao tipo de reação, o 
tempo que leva para sua ocorrência e a 
severidade de reação. 
Tipos de reações adversas 
Baseia-se no mecanismo de ação das 
alterações clínicas desencadeadas pela 
administração do MCI, podendo ser: 
Pseudoalérgicas ou anafilactóides 
Idiossincráticas: são reações que ocorrem 
em determinados indivíduos pela ação direta 
dos meios de contraste sobre as células do 
organismo. Não dependem da dose do 
contraste e se assemelham a reações 
alérgicas, como: urticária, edema, asma, 
rinite e choque. 
Quimiotáxicas: relaciona-se com as 
características físico-químicas dos meios de 
contrastes iodados. Este tipo de reação está 
associado ao volume de contraste 
administrado e pode apresentar-se em todas 
as pessoas. Dividi-se em 3 grupos: 
Tipo A: previsíveis e comuns, 
relacionadas com a atividade 
farmacológica da droga; 
Tipo B: imprevisíveis e incomuns, 
dependentes das características do 
paciente. Incluindo manifestações de 
intolerância a fármacos, reações 
idiossincrásicas e reações alérgicas; 
Tipo C: relacionadas a ocorrência de 
uma doença em pacientes expostos a 
um medicamento frente à sua 
frequência basal (frequência cardíaca). 
Tempo de Ocorrência 
Está dividida em 2 grupos: 
Agudas: ocorrem até 30 minutos após a 
administração do meio de contraste; 
Tardias: ocorrem após 30 minutos até 7 
dias após a administração do contraste. 
Severidade das Reações 
Adversas 
Baseia-se nos sintomas e na necessidade 
de intervenção médica. São divididas de 3 
maneiras: 
 Leves - apresentam-se em 60% dos 
exames com meios de contraste, incluem 
sintomas como: 
 ansiedade; 
 náuseas; 
 calor generalizado em face; membros 
inferiores e região genital; 
 prurido; 
 leve urticária; 
 dor no local da punção venosa; 
 tosse; 
 calafrios; 
Sudorese; 
cefaleia discreta. 
As reações do tipo leve, normalmente 
são de curta duração, autolimitadas e 
geralmente não requerem tratamento 
específico, apenas observação. 
 Intermediárias ou Moderadas 
Representam 1% do total dos exames. 
Apresentam-se como: 
 urticária extensa; 
 aumento do edema facial; 
 broncoespasmo leve; 
 laringoespasmo; 
 vômitos intensos; 
 hipotensão e hipertensão. 
O paciente que manifestar um destes 
sintomas necessita de tratamento na 
própria sala de exame, e seu aparecimento 
pode ser mais tardio, ou seja, após 10 
minutos da administração do contraste ou 
no término do exame. 
 Graves ou Severas 
 trata-se de urticária generalizada; 
 edema de laringe; 
 dispneia; 
 edema pulmonar; 
 broncoespasmo severo ou choque. 
Sua incidência é de 0,1% e em alguns 
estudos, de 0,04% a 0,22% em 
pacientes que utilizaram agentes de 
contraste de alta osmolalidade, e de 
0,004% a 0,04% quando se utiliza 
agente de baixa osmolalidade. 
Necessitam de intervenção médica 
imediata, pois o paciente está em 
risco de morte. 
Eventualmente, pode levar à morte por: 
 insuficiência respiratória; 
 severas arritmias cardíacas; 
 alterações neurológicas irreversíveis 
por convulsões; 
 hipotensão; 
 hipóxia; 
 parada cardíaca. 
Sala de Exames 
A sala de exames para realização de exames contrastados 
não difere muito de uma sala de exames da radiologia 
convencional, a não ser pelo fato de que o aparelho ideal a 
ser utilizado nestes procedimentos é uma vídeoescopia ou 
fluoroscopia. 
Aparelho de fluoroscopia: 
Possui o tubo gerador de raios x abaixo 
da mesa e um intensificador de imagem 
sobre a mesa. Este conjunto tubo-
intensificador pode ser movimentado ao 
longo do comprimento da mesa para ser 
posicionado na região do corpo de 
interesse. Na região lateral a mesa, logo 
abaixo do intensificador de imagens há 
um saiote de chumbo que visa minimizar a 
propagação da radiação espalhada na 
direção do observador da aquisição de 
imagem. 
Acessórios 
Os acessórios utilizados para 
realização de exames contrastados 
não se diferem dos da radiologia 
convencional, sendo os acessórios mais 
comuns números de chumbo para 
registro de tempo das exposições e 
relógio para marcação dos tempos em 
que serão realizadas as exposições. 
EPI’s 
Quanto aos equipamentos de 
proteção individual, é de suma 
importância, o uso de avental de 
chumbo, protetor de tireoide, óculos 
pumblífero e luvas pumblíferas, 
principalmente nos exames em que o 
uso da fluoroscopia é indispensável 
e, o técnico tem que ficar exposto 
ao feixe primário de radiação, 
durante as aquisições de imagem. 
Equipe Envolvida na 
Realização de Exames 
Contrastados 
 
A equipe que está envolvida na 
realização dos exames contrastados 
é formada por médico radiologista, 
enfermagem e técnico / tecnólogo 
em radiologia. 
 Médico Radiologista: 
Deve estar presente em todos os 
procedimentos da radiologia 
contrastada. É este profissional que 
autoriza ou não a realização do 
procedimento e a administração do 
contraste, por isso nenhum 
procedimento contrastado deve ser 
realizado, sem a autorização prévia 
do médico radiologista e, sem a 
presença do mesmo no setor. 
 Enfermagem: 
Composto por enfermeiro, técnicos e 
auxiliares, tem como função realizar 
a punção venosa ou passagem de 
sonda, verificar os sinais vitais do 
paciente e realizar a administração 
do contraste via endovenosa. 
 Técnico/Tecnólogo em radiologia: 
Tem como função posicionar o 
paciente e realizar o procedimento 
radiográfico, sempre sob orientação 
do médico radiologista. 
Distribuição do Ar e do Bário Conforme 
Posicionamento Radiográfico 
O ar e bário sofrem modificações conforme 
o posicionamento radiográfico realizado. 
Em estudos do estômago se o paciente 
estiver em DD o bário se localizará no 
fundo do estômago e o ar no corpo do 
estômago, se o paciente estiver em DV isto 
se inverterá ficando o fundo do estômago 
cheio de ar e o corpo cheio de bário, caso o 
exame seja realizado em ortostático haverá 
um nível hidroaéreo bem definido separando 
o ar (no fundo o estômago) do bário (no 
corpo do estômago). 
Anatomia do estômago 
Em estudos do intestino grosso com 
o paciente em DD o bário irá 
contrastar os cólons ascendentes e 
descendentes, ficando os cólons 
transversos e sigmoide cheios de ar. 
Se o paciente estiver em DV os 
cólons ascendentes e descendentes 
estarão cheios de ar juntamente 
com o reto, e os cólons transversos 
e sigmoide cheios de bário. 
Exames Contrastados 
Os exames contrastados servem 
para avaliar a anatomia, 
morfologia e fisiologia da parte a 
ser estudada e sempre deve ser 
acompanhado e autorizado por um 
médico radiologista. Existem 
vários exames contrastados, 
sendo eles: 
 
Esofagografia (esôfago); 
EED (esôfago, estômago e duodeno); 
 Transito intestinal (esôfago até válvula ileocecal); 
 enema opaco (apêndice até canal anal); 
 urografia excretora (rins até a bexiga); 
 uretrocistografia retrógrada e miccional (bexiga e 
uretra); 
 Histerosalpingografia (útero e ovário); 
 colecistograma oral (vesícula biliar); 
 mielografia (medula espinal); 
 angiografia (sistema circulatório); 
 sialografia (ductos salivares); 
 artrografia (articulações); 
 linfografia (sistema linfático); 
 fistulografia (fístulas); 
 dacriocistografia (ducto lacrimal); 
 broncografia (brônquios pulmonares), entre outros. 
Esofagografia ou Esofagograma 
 
Anatomia: faringee esôfago. 
Objetivo: analisar a anatomia, morfologia e 
fisiologia da faringe e do esôfago. 
Indicações clínicas 
Acalasia: é um transtorno motor do 
esôfago no qual a peristalse é reduzida nos 
dois terços distais do esôfago. 
Anomalias anatômicas: podem ser 
congênitas ou devido a doenças como câncer 
de esôfago. Pacientes que sofrem AVC, 
frequentemente desenvolvem problemas de 
deglutição. 
 Esôfago de Barret: é uma substituição do 
epitélio escamoso normal por epitélio 
colunar no esôfago distal, produzindo um 
estreitamento nessa região. 
 Disfagia: é a dificuldade de engolir. Pode 
ser congênita ou adquirida (obstrução por 
alimento, paralisia dos músculos esofágicos, 
faríngeos ou inflamação). 
 Refluxo esofágico: é a entrada do 
conteúdo gástrico no esôfago, irritando a 
mucosa esofagiana. O refluxo é relatado 
como queimação pelos pacientes. 
 
 Varizes esofagianas: são dilatações 
nas veias do esôfago distal. 
 Corpos estranhos: incluem pedaços 
de alimentos, objetos metálicos e 
outros materiais que se alojam no 
esôfago quando o paciente engole. 
 Divertículo de Zenker: é uma grande 
bolsa esofagiana bem acima da cárdia, 
provocado pelo enfraquecimento da 
parede muscular. 
 
Contra indicações 
 Hipersensibilidade ao meio de 
contraste. 
 Perfuração, laceração ou ruptura no 
esôfago. 
Preparo do paciente 
 Jejum absoluto de 10 a 12 horas; 
 O paciente deve ser orientado a não 
fumar ou mascar chiclete antes ou 
durante o jejum; 
 
Realização do exame 
Radiografia piloto: 
 AP (Ortostática ou DD) 
A 1ª fase deste exame é realizada com 
fluoroscopia digital, que analisa as 
estruturas em tempo real. Esta fase inicia-
se com o paciente em ortostática, onde 
será analisada a função do esôfago e segue 
com o paciente em DD e em 
Trendelenburg, para avaliar refluxo 
esofágico. 
Para se obter um bom diagnóstico em 
relação ao refluxo esofágico uma ou mais 
manobras devem ser adotados: 
Exercícios respiratórios 
Tem como objetivo aumentar as pressões 
intratorácicas e intra-abdominal, são eles: 
O mais comum é a manobra de Valsalva 
(consiste em pedir para o paciente inspirar 
fundo e prender a respiração, depois 
comprimir o abdômen como se quisesse 
evacuar), que força o ar contra a glote 
fechada; 
 Outra é a manobra de Müller (consiste em 
pedir ao paciente para expirar e depois 
inspirar vigorosamente contra a glote 
fechada. Ambas as manobras podem produzir 
refluxo. 
 
 Teste da água: é realizado com o paciente em 
DD, ligeiramente inclinado para a esquerda, para 
preencher o fundo do estômago com bário, o 
paciente é orientado a engolir um volume de água 
equivalente a uma boca cheia, se houver retorno 
de volume significativo de bário para o esôfago é 
considerado refluxo. 
 Técnica do compressor: o paciente deverá se 
encontrar em DV e um compressor será colocado 
sobre a região do estômago e inflado para 
fornecer pressão contra a cárdia. 
 Manobra do Toque nos dedos do Pé: consiste na 
observação da cárdia enquanto o paciente se 
encurva e toca os dedos do pé. 
 
A 2ª fase deste exame são as radiografias 
convencionais que, seguirá as seguintes etapas: 
 Posicionar o paciente em OAD com ângulo 
corporal de 35° a 40°, dar ao paciente o copo de 
bário, que deverá ser segurado com a mão 
esquerda. Pedir ao paciente para encher a boca 
com a solução e engolir somente quando for 
orientado. Após a deglutição, contar até 3 antes 
de realizar a exposição. 
 Posicionar o paciente em perfil absoluto e 
realizar os mesmos procedimentos anteriores. 
 Posicionar o paciente em AP e realizar os 
mesmos procedimentos anteriores. 
 O posicionamento em OAE fica a critério 
médico. 
Após estas etapas, o exame está completado. Em 
muitos setores, desprovidos de fluoroscopia, 
realiza-se direto a fase de radiografias.

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