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Meios de contraste O agente de contraste ideal não deve produzir qualquer tipo de reação adversa, mas infelizmente essa substância não existe. Por isso, devemos estar atentos a indicação deste agente, reduzindo riscos ao acometimento alérgico e, se ele ocorrer, que estejamos aptos a minimizar os efeitos colaterais. Os Meios de Contrastes Radiológicos caracterizam-se por conterem em sua estrutura química átomos de elevado número atômico e alta densidade. São capazes de absorver radiação e promover a visualização de estruturas com características semelhantes ao seu redor. Os meios de contraste são classificados quanto à: Capacidade de absorver radiação: Positivos ou radiopacos: quando presentes em um órgão absorvem mais radiação que as estruturas vizinhas. Negativos ou radiotransparentes: é o caso de ar e dos gases que permitem a passagem dos RX mais facilmente servindo assim como contraste negativo. Exemplo: radiografias de duplo contraste, ar e bário (enema opaco). Iodados: são os que contém iodo (I) como elemento radiopaco em sua fórmula. Iônico Não iônico Não iodados: não contém iodo (I), mas utiliza substâncias como bário (Ba2SO4) ou gadolíneo em sua fórmula. Capacidade de dissolução: Hidrossolúveis: dissolve-se em água. Lipossolúveis: dissolve-se em lipídios (gordura). Insolúveis: não se dissolvem. Exemplo: sulfato de bário. Vias de administração: Oral: quando o meio de contraste é ingerido pela boca. Parenteral: quando o meio de contraste é ministrado por vias endovenosas ou artérias. Endocavitário: quando o meio de contraste é ministrado por orifícios naturais que se comunicam com o meio externo. (exemplo: uretra, reto, útero, etc.). Intracavitário: quando o meio de contraste é ministrado via parede da cavidade em questão. (exemplo: fístula). Sulfato de Bário (Ba2SO4) O sulfato de bário (Ba2SO4), conhecido como bário, é um sal insolúvel que, misturado a água, é utilizado como meio de contraste radiológico radiopaco. Apresenta-se em vários aromas e sabores. Pode ser encontrado de duas formas: O bário ralo: possui a consistência de um Milk-shake ralo e é composto por uma parte de água e uma de sulfato de bário. O bário denso: possui a consistência de um cereal cozido e é composto de três a quatro partes de sulfato de bário para uma parte de água. Apesar de seu uso não ser tão comum, e sua textura ser mais difícil de engolir, o estudo do esôfago com este contraste é mais adequado, pois desce lentamente e adere mais a mucosa do esôfago. Indicações e Contraindicações O sulfato de bário é indicado nos estudos radiológicos de todo o tubo digestório (esôfago, estômago, intestino delgado e intestino grosso). O contraste baritado não deve ser usado quando houver possibilidade dessa mistura escapar para a cavidade peritoneal ou a mediastinal. A hipersensibilidade ao contraste de bário é muito rara, mas algumas reações podem ser causadas com o seu uso: Digestivos: constipações, diarreias, dores abdominais do tipo cãibra. Foram relatados raríssimos casos de apendicite, fecaloma baritado e oclusão intestinal. No caso do extravasamento do sulfato de bário para o peritônio pode causar peritonites, granulomas e aderências que podem ser fatais, necessitando de intervenção cirúrgica em no máximo 6 horas. Respiratórios: pode ocorrer após inalação acidental ou durante vômitos, pneumopatias. Precauções e Advertências Nos estudos radiológicos que envolvem o estômago ou o intestino grosso, decorrido algum tempo do exame pode: haver floculação do meio de contraste baritado. O sulfato de bário tende a se tornar endurecido nas fezes (evacuação). Constipação pré existente (prudência, fecaloma baritado em idosos). A eliminação do bário é lenta e pode causar a presença de resíduos radiopacos no tubo digestório (falso positivo). O prazo de validade é, em geral, de 24 meses a partir da data de fabricação. Caso não seja utilizado todo conteúdo da embalagem deve se desprezar o restante. A conservação do produto deve ser feita em temperatura ambiente, e não se deve congelar o produto. Ar Na técnica de duplo contraste (bário + ar), é utilizado o ar ambiente ou dióxido de carbono (CO2) nos exames do tubo digestório. O ar utilizado pode ser o natural ou através da ingestão de cristais produtores de gás como o citrato de cálcio e o citrato de magnésio. Estes cristais ao alcançarem o estômago formam uma grande bolha de gás que se mistura ao bário forçando-o contra a mucosa gástrica, fornecendo melhor cobertura da mucosa e, portanto, maior detalhamento na imagem. Os meios de contraste são perigosos? O que são reações adversas? São reações que envolvem anticorpos da classe da Imunoglobulina (IgE). Quando o alérgeno (substância estranha) entra em contato com a corrente sanguínea, reagindo assim com anticorpos da classe IgE que se ligam a célula de defesa (Mastócitos e Basófilos), há uma grande liberação de mediadores químicos ( Histamina e Leucotrieno) que causam reações inflamatórias imunes. Como Ocorre a Reação? MC entra na corrente sanguínea O organismo não reconhece essa substância (agressora) Células de transporte Ige = imunoglobulina Libera células de defesa Basófilos Mastócitos Combater o MC Essas substâncias, se ligam aos receptores de membrana das células da parede do vaso Mastócitos liberam histamina (enzima química) que se liga ao receptor de membrana H1H2 que causará uma vasodilatação A vasodilatação provocada pela histamina,libera contraste para o tecido, causando edema Basófilos liberam leucotrieno (enzima química) que se liga ao receptor de proteína G e também provoca vasodilatação e braquicardia H1H2 Proteína G Sistema Imunológico Leucócitos: responsáveis pela defesa do Organismo, são altamente organizadas como um exercito. Mastócitos: são células do tecido conjuntivo, grandes liberadoras de mediadores químicos principalmente de Histamina. Basófilos: células presentes no sangue, muito parecidas com os Mastócitos, mas de menor tamanho. Também liberam mediadores químicos. Mediadores Químicos Histamina: mediador químico que se liga ao receptor de membrana H1 e H2 da célula, causando vasodilatação. Leucotrieno: mediador químico de lenta reação, que é uma mistura de varias substâncias tóxicas, causador de vasodilatação quando ligado aos receptores da proteína G. Tratamento Uso de Anti-Histamínico, bloqueando o receptor H1 de membrana; • Allegra: 180mg, 1 compr. VO. • Fenergan: 1 compr. VO, ou 1 amp IM ou IV. Uso de Anti-Histamínico, bloqueando o receptor H2 de membrana. • Tagamet: 1 amp IV lento. • Zylium: 1 amp. IV lento. Uso de Corticosteroides, inibindo receptores de membrana da proteína G a ligação de mediadores químicos (Leucotrieno). • Prednisona: 1 amp IV. • Solu-Cortef: 500mg IV em bolo. • Meticorten: 20 a 40 mg VO. Iodados Os meios de contraste iodados são substâncias radiodensas capazes de melhorar a definição das imagens obtidas em exames radiológicos. É o meio de contraste mais utilizado no setor de radiodiagnóstico por possuir uma excelente absorção pelo organismo. Possuí características muito mais complexas que a do bário. Densidade É o número de átomos de iodo por mililitro de solução. Quanto maior a densidade dos meios de contraste mais difícil sua administração e, consequentementemaior a probabilidade de reações adversas. Torna-se imprescindível o aquecimento dos meios de contraste para reduzir a sua densidade e os seus efeitos adversos. Lipofilia A lipofilia representa a afinidade de uma molécula por um ambiente lipofílico (gorduroso). Viscosidade É o atrito interno de um fluido. Devido à viscosidade, deve-se exercer uma força para fazer uma camada de fluido deslizar sobre a outra, ou uma superfície escorregar sobre a outra, se entre ambas houver uma camada de fluido. O coeficiente de viscosidade depende de maneira acentuada da temperatura. Para os líquidos a viscosidade diminui com o aumento da temperatura. A viscosidade é uma propriedade física importante aos meios de contraste, influenciando na facilidade com que o mesmo é injetado. Meios de contraste com viscosidade elevada requerem cuidados especiais, como: calibre da agulha ou do cateter maior, ou seja, quanto maior a viscosidade, mais difícil sua administração endovenosa. Assim, a viscosidade dos meios de contraste aumenta quando: Aumenta a concentração do agente de contraste no recipiente a ser injetado; As moléculas do meio de contraste aumentam de peso e tamanho; Diminui a temperatura da substância. Osmolalidade É uma função definida pelo número de partículas de uma solução (independente de sua carga elétrica ou massa) por unidade de volume (mOsm/Kg). A osmolalidade é influenciada pela concentração, peso molecular, formas de associação e dissociação da substância química utilizada, e representa o poder osmótico que a solução exerce sobre as moléculas de água. Se a solução apresentar a mesma osmolalidade do plasma sanguíneo (em torno de 300 mOsm/kg), será denominada isotônica; se for maior, hipertônica, se menor, hipotônica. A osmolalidade provoca pressão na parede do vaso (pressão osmótica) Meios de contraste com osmolalidade na faixa de 600 a 700 mOsm/kg apresentam melhor tolerância pelo organismo, pois se aproximam da osmolalidade sanguínea. Quanto maior a osmolalidade, maior a intolerância e a probabilidade de reação alérgica. Contrastes iônicos têm maior osmolalidade do que os não iônicos, por que se dissociam em cátions e ânions na solução. Indicações Os contrastes iodados possuem indicações para vários tipos de estudos radiográficos, pois possuem uma excelente absorção pelo organismo, permitindo o estudo dos sistemas urinário, vascular, linfático, reprodutor feminino, reprodutor masculino, entre outros. A indicação do uso de MCI em exames radiológicos depende da solicitação médica. O cliente deve ser comunicado sobre as características, os benefícios e os riscos que podem surgir durante sua administração. Este procedimento é uma obrigação ética do médico radiologista (Código de Ética Médica, arts. 49 e 59, e Código de Defesa do Consumidor, arts. 6, 14 e 31). Após a orientação, o cliente, ou o responsável, deve assinar uma autorização para a administração do meio de contraste (“consentimento esclarecido-informado”), que não possui valor legal, mas demonstra a preocupação da instituição em informar e esclarecer o procedimento. Contra indicações Apesar de todo arranjo molecular do meio de contraste iodado, com o intuito de diminuir as probabilidades de reações, este meio de contraste é contraindicado em pacientes com função renal comprometida, ou seja, com níveis de ureia elevados (normal em adulto 15 a 38,5 mg/dL) e níveis de creatinina elevados (normal para adulto masculino 0,8 a 1,3 mg/dL; feminino 0,6 a 1 mg/dL), a não ser, que estejam em programa de diálise. Pacientes diabéticos em uso de cloridrato de metformina não devem receber contraste iodado, pois a associação dessas duas drogas pode determinar o desenvolvimento de insuficiência renal aguda. Visando minimizar os riscos de reação ao MCI se faz necessário a realização de uma anamnese detalhada onde deve se investigar a presença de: Idade avançada > de 70 anos (aumenta a incidência de reações fatais); Ansiedade ou estado de agitação psicomotora; Hipersensibilidade ao agente de contraste iodado; Histórico de alergia; Hipertireoidismo (latente ou em atividade) e bócio nodular atóxico; Sinais de desidratação; Insuficiência cardiovascular severa ou infarto agudo do miocárdio; Insuficiência pulmonar de alto grau e asma; Insuficiência renal; Doença autoimune; Diabetes mellitus em uso de hipoglicemiante oral. Cuidados Além da anamnese, alguns cuidados devem ser tomados antes da administração do MCI: Tempo de jejum: deve ser verificado se o cliente está a, pelo menos 90 minutos sem ingestão de sólidos e líquidos. O tempo ideal de jejum deve ser orientado pelo médico, conforme procedimento que será realizado. Pacientes diabéticos devem ter uma atenção especial, pois a probabilidade de apresentarem hipoglicemia é maior. Sinais vitais: os sinais vitais devem ser verificados antes da anamnese do paciente e devem estar dentro dos valores de referência, caso contrário o médico radiologista deve ser avisado. PA <130 e < 85 mmHg; FC 60 a 100 btmp; FR 16 a 20 rpm; T 36°C a 36,8°C. Hidratação: o grau de hidratação do paciente é um fator importante, pois se o cliente estiver bem hidratado o risco de efeitos deletérios causados pelo meio de contraste diminui significativamente. Viscosidade: o MCI deve ser aquecido a 37°C antes de sua infusão. Este procedimento melhora sua fluidez e reduz a probabilidade de efeitos adversos. Situações de emergência: a sala de exames deve estar provida de materiais e equipamentos em perfeitas condições de uso e de fácil acesso, a fim de atender qualquer situação de emergência (reações adversas). Cuidados na Armazenagem do MCI Os meios de contrastes iodados necessitam de alguns cuidados especiais para seu armazenamento, sendo eles: Local escuro (os MCI são fotossensíveis); Longe de aparelhos de raios x (a radiação quebra as partículas de iodo); Temperatura ideal entre 15 e 25° (em temperaturas baixas pode ocorrer cristalização); Recipiente manter em cabine aquecida a 37° por tempo que não exceda 3 meses; Não utilizar frascos e ampolas abertas por mais de 24 horas; A solução aspirada não pode retornar ao frasco original; Verificar prazo de validade (em geral, 2 a 3 anos). Reações Adversas Os efeitos desejados dos meios de contraste em relação aos raios X são a atenuação da radiação e a visualização do órgão desejado, influenciando na qualidade da imagem adquirida. Alguns pacientes podem apresentar reações adversas ao MCI, estes efeitos devem-se as alterações da circulação sanguínea, por uma substância “estranha” ao organismo administrada via endovenosa, que produz manifestações clínicas, modificando o mecanismo de funcionamento de alguns órgãos e sistemas. Sendo assim, as reações adversas podem manifestar-se desde o início da injeção do contraste na via EV, até algumas horas após o término do exame e podem aparecer uma única vez ou várias vezes. Na prática, verifica-se que a grande incidência de reações com meios de contraste iodados acontece dentro dos 2 minutos iniciais até 30 minutos após a injeção do contraste. Isto provavelmente deve-se a um fator de interação do contraste com o plasma sanguíneo e também pelas características químicas da substância contrastante (osmolalidade, viscosidade, capacidade de dissociação, etc.). Para minimizar as reações adversas 3 passos devem ser tomados: Histórico detalhado do paciente, com a finalidade de identificar possíveis alergiasgenéticas ou induzidas, que favoreçam o aparecimento de reações adversas; Administração de contraste com uma velocidade de injeção que evite ou diminua a intensidade das reações; Adequar a temperatura do contraste com o correto preparo para pacientes alérgicos. As reações adversas podem ser classificadas quanto ao tipo de reação, o tempo que leva para sua ocorrência e a severidade de reação. Tipos de reações adversas Baseia-se no mecanismo de ação das alterações clínicas desencadeadas pela administração do MCI, podendo ser: Pseudoalérgicas ou anafilactóides Idiossincráticas: são reações que ocorrem em determinados indivíduos pela ação direta dos meios de contraste sobre as células do organismo. Não dependem da dose do contraste e se assemelham a reações alérgicas, como: urticária, edema, asma, rinite e choque. Quimiotáxicas: relaciona-se com as características físico-químicas dos meios de contrastes iodados. Este tipo de reação está associado ao volume de contraste administrado e pode apresentar-se em todas as pessoas. Dividi-se em 3 grupos: Tipo A: previsíveis e comuns, relacionadas com a atividade farmacológica da droga; Tipo B: imprevisíveis e incomuns, dependentes das características do paciente. Incluindo manifestações de intolerância a fármacos, reações idiossincrásicas e reações alérgicas; Tipo C: relacionadas a ocorrência de uma doença em pacientes expostos a um medicamento frente à sua frequência basal (frequência cardíaca). Tempo de Ocorrência Está dividida em 2 grupos: Agudas: ocorrem até 30 minutos após a administração do meio de contraste; Tardias: ocorrem após 30 minutos até 7 dias após a administração do contraste. Severidade das Reações Adversas Baseia-se nos sintomas e na necessidade de intervenção médica. São divididas de 3 maneiras: Leves - apresentam-se em 60% dos exames com meios de contraste, incluem sintomas como: ansiedade; náuseas; calor generalizado em face; membros inferiores e região genital; prurido; leve urticária; dor no local da punção venosa; tosse; calafrios; Sudorese; cefaleia discreta. As reações do tipo leve, normalmente são de curta duração, autolimitadas e geralmente não requerem tratamento específico, apenas observação. Intermediárias ou Moderadas Representam 1% do total dos exames. Apresentam-se como: urticária extensa; aumento do edema facial; broncoespasmo leve; laringoespasmo; vômitos intensos; hipotensão e hipertensão. O paciente que manifestar um destes sintomas necessita de tratamento na própria sala de exame, e seu aparecimento pode ser mais tardio, ou seja, após 10 minutos da administração do contraste ou no término do exame. Graves ou Severas trata-se de urticária generalizada; edema de laringe; dispneia; edema pulmonar; broncoespasmo severo ou choque. Sua incidência é de 0,1% e em alguns estudos, de 0,04% a 0,22% em pacientes que utilizaram agentes de contraste de alta osmolalidade, e de 0,004% a 0,04% quando se utiliza agente de baixa osmolalidade. Necessitam de intervenção médica imediata, pois o paciente está em risco de morte. Eventualmente, pode levar à morte por: insuficiência respiratória; severas arritmias cardíacas; alterações neurológicas irreversíveis por convulsões; hipotensão; hipóxia; parada cardíaca. Sala de Exames A sala de exames para realização de exames contrastados não difere muito de uma sala de exames da radiologia convencional, a não ser pelo fato de que o aparelho ideal a ser utilizado nestes procedimentos é uma vídeoescopia ou fluoroscopia. Aparelho de fluoroscopia: Possui o tubo gerador de raios x abaixo da mesa e um intensificador de imagem sobre a mesa. Este conjunto tubo- intensificador pode ser movimentado ao longo do comprimento da mesa para ser posicionado na região do corpo de interesse. Na região lateral a mesa, logo abaixo do intensificador de imagens há um saiote de chumbo que visa minimizar a propagação da radiação espalhada na direção do observador da aquisição de imagem. Acessórios Os acessórios utilizados para realização de exames contrastados não se diferem dos da radiologia convencional, sendo os acessórios mais comuns números de chumbo para registro de tempo das exposições e relógio para marcação dos tempos em que serão realizadas as exposições. EPI’s Quanto aos equipamentos de proteção individual, é de suma importância, o uso de avental de chumbo, protetor de tireoide, óculos pumblífero e luvas pumblíferas, principalmente nos exames em que o uso da fluoroscopia é indispensável e, o técnico tem que ficar exposto ao feixe primário de radiação, durante as aquisições de imagem. Equipe Envolvida na Realização de Exames Contrastados A equipe que está envolvida na realização dos exames contrastados é formada por médico radiologista, enfermagem e técnico / tecnólogo em radiologia. Médico Radiologista: Deve estar presente em todos os procedimentos da radiologia contrastada. É este profissional que autoriza ou não a realização do procedimento e a administração do contraste, por isso nenhum procedimento contrastado deve ser realizado, sem a autorização prévia do médico radiologista e, sem a presença do mesmo no setor. Enfermagem: Composto por enfermeiro, técnicos e auxiliares, tem como função realizar a punção venosa ou passagem de sonda, verificar os sinais vitais do paciente e realizar a administração do contraste via endovenosa. Técnico/Tecnólogo em radiologia: Tem como função posicionar o paciente e realizar o procedimento radiográfico, sempre sob orientação do médico radiologista. Distribuição do Ar e do Bário Conforme Posicionamento Radiográfico O ar e bário sofrem modificações conforme o posicionamento radiográfico realizado. Em estudos do estômago se o paciente estiver em DD o bário se localizará no fundo do estômago e o ar no corpo do estômago, se o paciente estiver em DV isto se inverterá ficando o fundo do estômago cheio de ar e o corpo cheio de bário, caso o exame seja realizado em ortostático haverá um nível hidroaéreo bem definido separando o ar (no fundo o estômago) do bário (no corpo do estômago). Anatomia do estômago Em estudos do intestino grosso com o paciente em DD o bário irá contrastar os cólons ascendentes e descendentes, ficando os cólons transversos e sigmoide cheios de ar. Se o paciente estiver em DV os cólons ascendentes e descendentes estarão cheios de ar juntamente com o reto, e os cólons transversos e sigmoide cheios de bário. Exames Contrastados Os exames contrastados servem para avaliar a anatomia, morfologia e fisiologia da parte a ser estudada e sempre deve ser acompanhado e autorizado por um médico radiologista. Existem vários exames contrastados, sendo eles: Esofagografia (esôfago); EED (esôfago, estômago e duodeno); Transito intestinal (esôfago até válvula ileocecal); enema opaco (apêndice até canal anal); urografia excretora (rins até a bexiga); uretrocistografia retrógrada e miccional (bexiga e uretra); Histerosalpingografia (útero e ovário); colecistograma oral (vesícula biliar); mielografia (medula espinal); angiografia (sistema circulatório); sialografia (ductos salivares); artrografia (articulações); linfografia (sistema linfático); fistulografia (fístulas); dacriocistografia (ducto lacrimal); broncografia (brônquios pulmonares), entre outros. Esofagografia ou Esofagograma Anatomia: faringee esôfago. Objetivo: analisar a anatomia, morfologia e fisiologia da faringe e do esôfago. Indicações clínicas Acalasia: é um transtorno motor do esôfago no qual a peristalse é reduzida nos dois terços distais do esôfago. Anomalias anatômicas: podem ser congênitas ou devido a doenças como câncer de esôfago. Pacientes que sofrem AVC, frequentemente desenvolvem problemas de deglutição. Esôfago de Barret: é uma substituição do epitélio escamoso normal por epitélio colunar no esôfago distal, produzindo um estreitamento nessa região. Disfagia: é a dificuldade de engolir. Pode ser congênita ou adquirida (obstrução por alimento, paralisia dos músculos esofágicos, faríngeos ou inflamação). Refluxo esofágico: é a entrada do conteúdo gástrico no esôfago, irritando a mucosa esofagiana. O refluxo é relatado como queimação pelos pacientes. Varizes esofagianas: são dilatações nas veias do esôfago distal. Corpos estranhos: incluem pedaços de alimentos, objetos metálicos e outros materiais que se alojam no esôfago quando o paciente engole. Divertículo de Zenker: é uma grande bolsa esofagiana bem acima da cárdia, provocado pelo enfraquecimento da parede muscular. Contra indicações Hipersensibilidade ao meio de contraste. Perfuração, laceração ou ruptura no esôfago. Preparo do paciente Jejum absoluto de 10 a 12 horas; O paciente deve ser orientado a não fumar ou mascar chiclete antes ou durante o jejum; Realização do exame Radiografia piloto: AP (Ortostática ou DD) A 1ª fase deste exame é realizada com fluoroscopia digital, que analisa as estruturas em tempo real. Esta fase inicia- se com o paciente em ortostática, onde será analisada a função do esôfago e segue com o paciente em DD e em Trendelenburg, para avaliar refluxo esofágico. Para se obter um bom diagnóstico em relação ao refluxo esofágico uma ou mais manobras devem ser adotados: Exercícios respiratórios Tem como objetivo aumentar as pressões intratorácicas e intra-abdominal, são eles: O mais comum é a manobra de Valsalva (consiste em pedir para o paciente inspirar fundo e prender a respiração, depois comprimir o abdômen como se quisesse evacuar), que força o ar contra a glote fechada; Outra é a manobra de Müller (consiste em pedir ao paciente para expirar e depois inspirar vigorosamente contra a glote fechada. Ambas as manobras podem produzir refluxo. Teste da água: é realizado com o paciente em DD, ligeiramente inclinado para a esquerda, para preencher o fundo do estômago com bário, o paciente é orientado a engolir um volume de água equivalente a uma boca cheia, se houver retorno de volume significativo de bário para o esôfago é considerado refluxo. Técnica do compressor: o paciente deverá se encontrar em DV e um compressor será colocado sobre a região do estômago e inflado para fornecer pressão contra a cárdia. Manobra do Toque nos dedos do Pé: consiste na observação da cárdia enquanto o paciente se encurva e toca os dedos do pé. A 2ª fase deste exame são as radiografias convencionais que, seguirá as seguintes etapas: Posicionar o paciente em OAD com ângulo corporal de 35° a 40°, dar ao paciente o copo de bário, que deverá ser segurado com a mão esquerda. Pedir ao paciente para encher a boca com a solução e engolir somente quando for orientado. Após a deglutição, contar até 3 antes de realizar a exposição. Posicionar o paciente em perfil absoluto e realizar os mesmos procedimentos anteriores. Posicionar o paciente em AP e realizar os mesmos procedimentos anteriores. O posicionamento em OAE fica a critério médico. Após estas etapas, o exame está completado. Em muitos setores, desprovidos de fluoroscopia, realiza-se direto a fase de radiografias.
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