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aula 4,2

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Profª Genoveva R. Claro
Aula ao Vivo 4
Fundamentos 
Psicológicos da 
Educação
A dimensão 
construtivista
em Jean Piaget: o 
desenvolvimento do 
conhecimento nos 
seres humanos
Epistemologia 
genética
Tema e organização
da teleaula 4
Desenvolvimento
da inteligência
A concepção 
construtivista no 
processo de ensino-
aprendizagem
O suíço Jean Piaget foi um 
dos representantes mais 
ilustres do cognitivismo 
(1896-1980).
Jean Piaget
Era muito 
interessado em 
ciências naturais, 
mas também em 
filosofia e sociologia
Seu objeto de
estudo e pesquisa, 
denominado 
Epistemologia 
Genética, consistia 
em descobrir como a 
criança constrói o seu 
conhecimento, dos 
estágios mais iniciais 
até o lógico-abstrato.
2
Piaget, esposa e 
filhos. Foto de 1936. 
Jean Piaget e família
Ele observou o 
desenvolvimento dos 
filhos na elaboração 
de sua teoria.
Aborda o 
desenvolvimento 
cognitivo desde o 
nascimento até a 
adolescência em
uma perspectiva 
construtivista.
Importância da
teoria de Piaget
Seus estudos 
ajudaram no 
desenvolvimento
da psicopedagogia, 
na psicologia e na 
pedagogia. 
Conceito:
Conhecimento 
científico 
(epistemologia)
Gênese desse 
conhecimento 
(genética)
Epistemologia
genética:
Ao contrário do 
behaviorismo,
a Piaget não 
interessava pesquisar 
como os estímulos 
ambientais 
influenciavam no 
comportamento. 
(Acúmulo de 
informações).
Epistemologia genética –
Jean Piaget
SS RRS R
3
E sim como o ser 
humano interage
com o mundo à sua 
volta, como resolve 
problemas e como 
explica os fenômenos 
naturais sem atestar 
efetivamente se as 
respostas estão
certas ou erradas 
(organização das 
estruturas cognitivas).
Para isso, Piaget 
propunha o método 
do diálogo, no qual 
não existe um 
feedback de certo
ou errado, e sim
um conjunto de 
perguntas com base 
nas respostas das 
próprias crianças, até 
que ela chegasse às 
próprias conclusões.
Por que não podemos 
julgar a resposta de 
uma criança?
Porque a lógica da 
criança é diferente 
da lógica do adulto.
As respostas podem 
ser consideradas 
erradas a partir da 
lógica do adulto,
mas não da criança. 
Para Piaget, mais 
importante do que 
errar ou acertar
era a qualidade do 
pensamento da 
criança. 
A lógica infantil evolui 
gradativamente para a
lógica do adulto, à medida
que ocorre uma maior 
organização cognitiva.
Piaget considerava 
que a aprendizagem 
acontecia durante
o processo de 
adaptação do 
indivíduo ao 
ambiente,
buscando 
um estado de 
equilíbrio. 
4
Como esse processo acontece?
Assimilação:
ocorre quando
novos conhecimentos
são associados a 
conhecimentos e 
experiências prévios. 
Epistemologia genética–
Jean Piaget Exemplo: a criança 
descobre a função
da caixa.
Acomodação: quando é 
necessário transformar 
as estruturas e 
demandas do 
ambiente. Exemplo: a 
criança compreende 
que cada objeto tem 
uma forma específica 
para ser encaixado e 
assim altera suas 
próprias estruturas 
cognitivas.
Piaget defendia que a 
aprendizagem ocorria 
com os constantes 
desequilíbrios que 
evoluíam para novas 
assimilações e novas 
acomodações, (...)
5
(...) que se
tornam cada vez
mais complexas e mais 
eficientes na resolução 
de problemas. Piaget 
chama esse processo 
dinâmico e contínuo
de equilibração
majorante.
A construção
do conhecimento 
apresenta períodos
e estágios definidos, 
nos quais as 
estruturas mentais 
se organizam. 
Estágios
Em cada estágio,
a adaptação do indivíduo 
ao meio se caracteriza
por novas formas de
agir e pensar. 
Piaget estabeleceu 
quatro estágios 
referentes ao 
desenvolvimento da 
criança, que estão 
relacionados com
a maturação do 
organismo.
Esses estágios são 
sequenciais e estão 
fortemente integrados 
entre si, como pré-
requisitos para definir 
a evolução de um para 
outro.
Percepções sensoriais 
e esquemas motores 
para resolver 
problemas e conhecer 
o mundo (olhar, ouvir, 
cheirar, tocar, sugar, 
morder, pegar um 
brinquedo, puxar, 
jogar uma bola, 
engatinhar, andar, 
entre outros). 
Sensório-motor (0 a 2 anos)
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Assimilação: o 
reflexo inato de 
sugar o seio assimila 
novos elementos
do meio (o dedo, a 
mamadeira, a roupa).
Acomodação: sugar o 
seio é diferente de 
sugar outros objetos. 
Construção da noção 
de que é um ser 
separado da mãe, 
noção de espaço, de 
causalidade. Mas não 
tem noção ainda de 
passado e futuro.
Sensório-motor (0 a 2 anos)
Inteligência prática.
O pensamento está 
começando a ser 
formado. O bebê não 
reflete e nem planeja 
suas ações. 
Conceito de objeto 
permanente: o objeto 
existe, mesmo sem vê-
lo. Por exemplo uma 
bola embaixo do tapete 
ou a própria mamãe. 
Neste estágio,
já existe uma 
equilibração das 
funções sensório-
motoras
Normalmente 
coincide com início 
da fase escolar e da 
linguagem
Pré-operatório (2 a 6 anos)
A criança começa
a usar símbolos 
mentais – imagens 
ou palavras – para 
representar objetos 
que não estão 
presentes 
Já começa a noção 
de passado e futuro
Pensamento 
egocêntrico: A 
capacidade de 
raciocinar da criança 
ainda é pré-lógica, 
pois ela toma como 
base a sua própria 
experiência para 
explicar fatos da 
realidade.
Pré-operatório (2 a 6 anos)
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Ela é incapaz de 
entender a lógica 
adulta e não consegue 
se colocar no ponto de 
vista dos outros. Sua 
percepção de mundo se 
baseia em seu próprio 
ponto de vista.
Para ela fantasia se 
mistura com realidade 
(jogo simbólico). 
Ocorre um salto no 
desenvolvimento da 
linguagem, como 
construção social. 
Pré-operatório (2 a 6 anos)
A linguagem revela a 
transposição de 
elementos concretos, 
tais como gestos e 
ações para esquemas 
simbólicos que são 
transformados em 
palavras. Fase dos 
porquês.
A organização
desse processo
está vinculado
muito mais à esfera 
cognitiva do que 
social propriamente 
dita. 
A criança começa a 
criar conceitos de 
classificação e 
agrupamento. 
Pré-operatório (2 a 6 anos)
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O conceito de 
conservação ainda 
não está presente.
Pré-operatório (2 a 6 anos)
A capacidade de 
raciocínio da criança
já está baseado mais 
em lógica do que na 
percepção, porém ela 
necessita de elementos 
concretos para se 
basear. Ainda não tem 
a capacidade plena de 
abstração do 
pensamento. 
Operatório-concreto
(7 a 11 anos)
Ela ainda precisa 
realizar experimentos 
para compreender 
conceitos. Então, 
conceitos como
adição, subtração, 
classificação, seriação 
só são possíveis de ser 
compreendidos se 
puderem ser 
observados, 
manipulados e 
experimentados. 
Diminuição acentuada 
do egocentrismo 
infantil. 
Operatório-concreto
(7 a 11 anos)
Desenvolvimento da 
empatia. Excelente 
fase para atividades 
em grupo e jogos 
com regras.
Noções de 
conservação.
Capacidade
de abstração de 
conceitos sem o 
apoio de elementos 
concretos. 
Capacidade de 
construir hipóteses, 
refletir, planejar e 
raciocinar de maneira 
lógica.
Operatório-formal
(12 a 16 anos)
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É o estágio
da inteligência
lógica-abstrata.
Idade da razão 
O trabalho de Piaget 
inspirou muitos 
educadores que 
seguiram a linha 
construtivista nas 
escolas. 
Concepção construtivista no 
processo de ensino 
aprendizagem
Piaget não tinha 
pretensão de mudar 
nenhum método
de ensino. Ele 
acreditava que
a escola poderia 
eliminar as 
defasagens que 
existiam entre um 
estágio e outro. 
O papel do
professor é instigar a 
curiosidade sem dar 
as respostas prontas. 
Deverá lançar uma 
problemática que 
seja desafiadora e 
provoque os 
desequilíbrios. 
A motivação do aluno 
deverá ser intrínsecapara realizar 
trabalhos práticos 
e a participação em 
grupos, incentivada. 
Cabe aos
alunos escolher 
espontaneamente 
seus grupos, tendo o 
professor como uma 
figura essencial para 
mediar e orientar as 
atividades. 
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Proposta 
interacionista de 
construção do 
conhecimento, por 
meio de sucessivas 
assimilações, 
acomodações e 
equilibrações.
Síntese
Educação como papel 
Fases do 
desenvolvimento
da inteligência 
determinante para
a construção do 
conhecimento
Yves de La Taille, 
grande conhecedor 
da obra de Piaget, 
apresenta e discute 
os principais 
conceitos 
piagetianos. 
Sugestão de documentário –
Jean Piaget
JEAN Piaget.
Direção de Régis 
Horta. Brasil:
Paulus, 2006. 57 min 
(Coleção Grandes 
Educadores).
Referências
BEE, H.; BOYD, D.
A Criança em 
Desenvolvimento.
São Paulo: Harper & 
Row do Brasil, 1977.
PILETTI, N.; ROSSATO, 
S. M. Psicologia
da aprendizagem:
da teoria do 
condicionamento ao 
construtivismo. São 
Paulo: Contexto, 2013. 
11
NOGUEIRA, M.O.G., 
LEAL, D. Teorias
da aprendizagem:
um encontro entre
os pensamentos 
filosófico, pedagógico
e psicológico. 2. ed. 
Curitiba: Intersaberes, 
2015.

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