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GERENCIAMENTO E TRATAMENTO DE RESÍDUOS QUÍMICOS INSTITUTO FEDERAL TRIÂNGULO MINEIRO CAMPUS ITUIUTABA Prof. Polyana Fernandes Pereira TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS INDUSTRIAIS INSTITUTO FEDERAL TRIÂNGULO MINEIRO CAMPUS ITUIUTABA 2 Evolução do Gerenciamento dos Resíduos Sólidos 3 Evolução do Gerenciamento dos Resíduos Sólidos Novo Cenário: Aumento da População Maior quantidade de resíduos gerados Capacidade de assimilação do meio ambiente excedida 4 Evolução do Gerenciamento dos Resíduos Sólidos Acidentes Ambientais 1956 Contaminação da Baía de Mimata (Japão) com mercúrio Disfunções neurológicas (Mal de Minamata) 700 mortes e 9000 doentes crônicos 5 1976 Evolução do Gerenciamento dos Resíduos Sólidos Acidentes Ambientais Fábrica Hoffmann Roche, na Itália, lança uma nuvem de dioxina (Tetracloro Dibenzeno Dioxina – TCDD) Abortos e nascimento de crianças sem cérebro 5000 vítimas 6 1978 Evolução do Gerenciamento dos Resíduos Sólidos Acidentes Ambientais Construção de um playground em uma área abandonada da usina Niagara Falls e utilizada como depósito de resíduos (Hooker Chemical). Crianças com câncer, problemas neurológicos e psicológicos. 7 1987 Evolução do Gerenciamento dos Resíduos Sólidos Acidentes Ambientais Mudança do Instituto Goiâno de radioterapia. Aparelhos abandonados foram vendidos como sucata a ferro velho. Liberação do Césio 137. Sintomas de contaminação: queimaduras, vômitos e diarréias. 4 mortes e 110 pessoas contaminadas. 8 Evolução do Gerenciamento dos Resíduos Sólidos Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) Principal Objetivo: não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos. Metas e prazos definidos para empresas se organizarem 9 Evolução do Gerenciamento dos Resíduos Sólidos Programa das Nações Unidas sobre Meio Ambiente (PNUMA) Criado na Conferência de Estocolmo (1972) Monitora avanços de problemas ambientais 10 A Gestão Ambiental nas Indústrias Até 1970 Ênfase na produtividade. Recursos Naturais vistos como inesgotáveis, Poluição: consequência inevitável de processos industriais, Água e ar: fonte de diluição de resíduos, Responsabilidade empresarial inexistente. 11 A Gestão Ambiental nas Indústrias de 1970 a 1980 Nível de degradação ambiental se agravou, Legislação passa a contar com Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA – 31 de Agosto de 1981) e Constituição Federal de 5 de Outubro de 1988. Abordagem de Comando (criação de dispositivos e exigências legais) e Controle (mecanismos para garantir o seu cumprimento). 12 A Gestão Ambiental nas Indústrias A partir de 1990 Aumento de pressão de regulamentações ambientais, Questões ambientais passam a ser tratadas como custo pelas indústrias, Participação efetiva da sociedade em discussões ambientais, Prevenção e preservação em contraposição ao desperdício. 13 A Gestão Ambiental nas Indústrias De acordo com Sanches (2000) As empresas devem incorporar fatores ambientais nas metas, políticas e estratégias. Assim, a proteção ambiental passa a fazer parte de seus objetivos de negócios e o meio ambiente não é mais encarada como um adicional de custo, mas como uma oportunidade de lucros (...) 14 A Gestão Ambiental nas Indústrias Iniciativas de setores privados e públicos para produção mais limpa e consumo sustentável Centro Nacional de Tecnologias Limpas (CNTL): Fundado em 1995, no SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial e vinculado à FIERGS (Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul), Atividades divulgação de estudos de casos e realização de cursos de formação de consultores em Produção mais Limpa (P + L). 15 A Gestão Ambiental nas Indústrias Iniciativas de setores privados e públicos para produção mais limpa e consumo sustentável Rede Brasileira de P + L: Articulada pelo CNTL, SEBRAE e CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável), Possui núcleos em 7 estados: BA, CE, MT, MG, RJ, PE e SC. Atividades serviços de diagnóstico ambiental, assistência técnica e capacitação em P + L a empresas. 16 A Gestão Ambiental nas Indústrias Iniciativas de setores privados e públicos para produção mais limpa e consumo sustentável Rede de Tecnologias Limpas e Minimização de Resíduos: Criada em 1998, Objetivo divulgar o conceito de prevenção à poluição e expandir o uso de tecnologias limpas no estado da BA. Universidade Federal da Bahia, Centro de Recursos Ambientais, Centro Federal de Educação Tecnológica da Bahia, ... 17 A Gestão Ambiental nas Indústrias Iniciativas de setores privados e públicos para produção mais limpa e consumo sustentável Centro Senai de P + L de São Paulo: Criada em 1998, Ligada à FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo Objetivo Prestar assistência técnica às indústrias interessadas em melhorar sua performance ambiental. 18 A Gestão Ambiental nas Indústrias Barreiras para o desenvolvimento de P + L Necessidade de maiores incentivos Aumentar a disseminação das estratégias de P + L Criação de políticas públicas Realização de parcerias entre universidades e indústrias 19 19 Resíduos sólidos industriais Segundo as normas da ABNT, resíduos sólidos industriais são todos os resíduos no estado sólido ou semi-sólido resultantes das atividades industriais, incluindo lodos e determinados líquidos, cujas características tornem inviável seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d´água ou que exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis. 20 Resíduos sólidos industriais 21 Resíduos sólidos industriais Classificação Identificação do processo ou atividade que lhes deu origem; Seus constituintes e características; Comparação desses constituintes com listagens de resíduos e substâncias. 22 Resíduos sólidos industriais Classificação – NBR 10.004 Resíduos Classe I - Perigosos Características: Inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade; Constam nos anexos A (fontes não específicas) e B (fontes específicas) da Norma; Apresentam riscos à saúde pública e ao meio ambiente, aumento da mortalidade e incidência de doenças. 23 Resíduos sólidos industriais Classificação – NBR 10.004 Resíduos Classe II – Não Perigosos Classe II A – Não Inertes: Apresentam biodegradabilidade, combustibilidade e solubilidade em água. Classe II B – Inertes: Seus constituintes não se solubilizam em água, e dificilmente são decompostos. Ex.: rochas, tijolos, vidros e alguns plásticos e borrachas. 24 Resíduos sólidos industriais Principais geradores de resíduos industriais Classe I 25 Resíduos sólidos industriais Metodologia a ser adotada para caracterização e classificação de resíduos sólidos 26 Propriedades físicas e químicas de Resíduos sólidos industriais Propriedades Físicas 27 Propriedades físicas e químicas de Resíduos sólidos industriais Propriedades Físicas Peso Específico Aparente e Teor de Umidade 28 Propriedades Físicas Compressividade 29 Propriedades Químicas Poder Calorífico 30 Processos de Tratamentos “O tratamento dos resíduos sólidos procura modificar suas características como quantidade, toxicidade e patogenia, de forma a diminuir os impactos sobre o ambiente e a saúde pública.” 31 Ou seja, Transformá-lo para que possa ser reutilizado ou disposto em condições mais seguras e ambientalmente aceitáveis. 31 Processos de Tratamentos É necessário priorizar a reciclagem, tanto interna como externa. No caso de resíduos sólidos industriais, tendo em vista suas características variadas, existem diversos tipos de tratamento. 32 Processos de Tratamentos Secagem e desidratação de lodos Resíduos semi-sólidos Operações de filtragem, decantação, destilação, instalações de tratamento de efluentes líquidos. 33 Processos de Tratamentos Secagem e desidratação de lodos Métodos mais utilizados Centrifugação, filtragem em filtro prensa, filtragem a vácuo e leitos de secagem. Os equipamentos mecânicos retêm as partículas sólidas através da passagem por uma superfícies perfurada, nos quais age uma força externa contrária ao fluxo. 34 Processos de Tratamentos Secagem e desidratação de lodos 35 Processos de Tratamentos Secagem e desidratação de lodos Filtro prensa e centrífugas: melhores resultados. 60 a 70% 70 a 80% Leitos de secagem 20 a 40 dias para atingir percentual de umidade desejada 36 Processos de Tratamentos Solidificação ou estabilização ou fixação ou encapsulamento Imobilização de resíduos perigosos transformando-os em materiais menos poluentes, através da adição de compostos aglomerantes ou processos físicos que alterem sua solubilidade ou toxidez. 37 Processos de Tratamentos Principais objetivos: Solidificação ou estabilização ou fixação ou encapsulamento Diminuir área superficial de transferência ou perda de constituintes para o meio; Limitar a solubilidade de qualquer constituinte do resíduo; Imobilizar constituinte perigosos. 38 Processos de Tratamentos Solidificação ou estabilização ou fixação ou encapsulamento Imobiliza diversos metais pesados, radioisótopos, compostos orgânicos, solos contaminados, lodos e resíduos sólidos através da redução de permeabilidade e da área superficial Utilização: 39 Processos de Tratamentos Solidificação ou estabilização ou fixação ou encapsulamento Mais adequada aos resíduos inorgânicos (perigosos); Resíduos orgânicos apresentam variações de composição, podendo reagir com o agente aglutinante. Utilização: 40 Processos de Tratamentos Solidificação ou estabilização ou fixação ou encapsulamento Processo à base de cimento: utiliza cimento Portland misturado ao resíduo; Cal e materiais pozolânicos: constituído de material silicoso, combinado com cal e na presença de umidade; Agentes utilizados: 41 Processos de Tratamentos Solidificação ou estabilização ou fixação ou encapsulamento Cimento e material pozolânico: utiliza variados materiais como sílica gel hidratada e argilas (bentonita, illita e atapulgita); Polímeros termoplásticos: são usados betume, asfalto e polietileno; Agentes utilizados: 42 Processos de Tratamentos Solidificação ou estabilização ou fixação ou encapsulamento Polímeros orgânicos: são usados uréia, formaldeído, poliéster e butadieno. Agentes utilizados: Vitrificação ou materiais sintéticos e cerâmicos: fusão de resíduos com silica ou outros materiais para formar vidro, material de silicato ou cerâmica. 43 43 Processos de Tratamentos Solidificação ou estabilização ou fixação ou encapsulamento 44 Processos de Tratamentos Incineração Tratamento térmico; Utiliza temperaturas acima de 800ºC CONAMA nº 316/ 2002: estabelece procedimentos operacionais, limites de emissão, critérios de desempenho, tratamento e disposição final. 45 Processos de Tratamentos Incineração Objetivos: Destruir resíduos, inertizando-os na forma de cinzas; Reduzir drasticamente o seu volume; Aplica-se a resíduos orgânicos e organoclorados, não sendo adequada para tratar resíduos com metais pesados. 46 Processos de Tratamentos Incineração Devem ser dotados de equipamentos de controle de poluição para remoção de produtos de combustão incompleta e de emissões de particuldos de SOx e NOx; Resfriamento de gases deve minimizar geração de dioxinas. 47 Processos de Tratamentos Incineração Deve-se realizar a correta disposição dos resíduos (cinzas) gerados na incineração; As cinzas devem ter sua composição analisada para que seja determinado o melhor método para sua disposição (frequentemente aterros industriais). 48 Processos de Tratamentos Co-processamento Resíduos são aproveitados como combustíveis, em fornos de clínquer (fábrica de cimento) ou de cal, resultando na destruição térmica, eficiente e segura, sob ponto de vista operacional e ambiental 49 Processos de Tratamentos Adequado para resíduos com poder calorífico alto e isentos de cloro e fluor (poderiam atacar as paredes do forno), com teores de metais pesados não muito altos, e que tenham fração mineral que que possa ser absorvida pela cal ou pelo cimento. Co-processamento 50 Processos de Tratamentos Resolução CONAMA nº 264/ 1999: O resíduo pode ser utilizado como substituto da matéria prima desde que apresente características similares às dos componentes normalmente empregados na produção de clínquer, incluindo materiais mineralizadores e/ou fundentes. Co-processamento 51 Processos de Tratamentos Resolução CONAMA nº 264/ 1999: O resíduo pode ser utilizado como substituto de combustível, para fins de reaproveitamento de energia, desde que o ganho de energia seja comprovado. Co-processamento 52 Processos de Tratamentos A produção de cimento exige temperaturas acima de 1200º C Podem ser utilizados restos de solventes, tintas endurecidas, tinner e pneus velhos. As cinzas são totalmente incorporadas no clínquer, não havendo necessidade de disposição em aterros. Co-processamento 53 Processos de Tratamentos Landfarming Tratamento Biológico; Utilização de microorganismos vivos para estabilizar ou destruir contaminantes orgânicos e inorgânicos; Microorganismos utilizam resíduos como fonte de energia; Bactérias, fungos, protozoários utilizam o contaminante como fonte de alimento, transformando-o em produtos inócuos. 54 Processos de Tratamentos Landfarming Viabilidade depende da concentração de nutrientes disponíveis (Nitrogênio, Fósforo e Enxofre) Quantidade de água, temperatura, oxigênio, acidez ou alcalinidade devem ser condicionados; Podem ser tratados: derivados de petróleo (óleos diesel, óleos combustíveis), alguns pesticidas, borras oleosas, resíduos de coque 55 Processos de Tratamentos Landfarming Baixo custo de implantação e operação; Possibilidade de tratamento e disposição final simultânea; Técnica adequada somente em casos onde a disposição não causa danos ou a terra não é usada para cultivo de alimentos. 56 Processos de Tratamentos Landfarming O monitoramento deve ser permanente, com retiradas de amostras de solo, a fim de acompanhar o processo de degradação; O local utilizado para Landfarming fica condenado por pelo menos 120 anos. 57 Processos de Tratamentos Aterro Industrial Local de confinamento de resíduos industriais (menor volume possível); Devem ser construídos em áreas com baixo grau de saturação, lençol freático relativamente profundo e predominância, no subsolo, de material argiloso. Deverão ser respeitadas distâncias mínimas a corpos d’água, núcleos urbanos, rodovias e ferrovias. 58 Processos de Tratamentos Duplo sistema de impermeabilização; Manta sintética sobreposta a uma cama de argila compactada, com espessura mínima de 60 cm, mantendo uma distância mínima de 2 m entre a superfície inferior do aterro e o nível mais alto do lençol freático; Aterro Industrial Impermeabilização inferior 59 Processos de Tratamentos Sobre o material sintético deverá ser assentada uma camada de terra (50 cm de espessura); O sistema duplo de impermeabilização deverá ter resistência a rupturas (pressões acima e abaixo da impermeabilização, condições climáticas entre outros. Aterro Industrial Impermeabilização inferior 60 Processos de Tratamentos Aplicada para o fechamento de um aterro industrial; Deve garantir que a taxa de infiltração na área seja mínima; Deve ser tão eficaz quanto a impermeabilização inferior. Aterro Industrial Impermeabilização superior (cobertura final): 61 Processos de Tratamentos Compreende as seguintes camadas: Camada de solo original (60 cm) para garantir recobrimento com vegetação nativa; Camada drenante (25 cm); Manta sintética (mesma utilizada na impermeabilização inferior); Camada de argila compactada (50 cm) para minima permeabilidade. Aterro Industrial Impermeabilização superior (cobertura final): 62 Processos de Tratamentos Vantagens: baixo custo, utilização para grande variedade de resíduos; Desvantagens: necessidade de grande área física para construção e operação Aterro Industrial 63
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