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Direito Penal O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 1 www.cursoenfase.com.br Sumário 1. Aplicação da lei penal ................................................................................................. 2 1.1 Lugar do crime....................................................................................................... 2 1.2 Tempo do crime .................................................................................................... 2 2. Lei penal no tempo ..................................................................................................... 2 2.1 Cenários legislativos .............................................................................................. 2 2.1.1 Novatio legis incriminadora ........................................................................... 2 2.1.2 Novatio legis in pejus ..................................................................................... 2 2.1.3 Abolitio criminis .............................................................................................. 3 2.1.4 Novatio legis in mellius ................................................................................... 3 2.2 Súmula 711 do STF ................................................................................................ 3 2.3 Leis excepcionais e leis temporárias ..................................................................... 3 2.4 Princípio da continuidade normativo típico.......................................................... 4 3. Lei penal no espaço..................................................................................................... 4 3.1 Territorialidade ..................................................................................................... 4 3.1.1 Território geográfico ...................................................................................... 5 3.1.2 Território por extensão .................................................................................. 5 3.2 Extraterritorialidade .............................................................................................. 5 4. Eficácia da sentença estrangeira ................................................................................ 6 5. Contagem de prazo penal ........................................................................................... 7 6. Frações não computáveis da pena ............................................................................. 7 7. Ilicitude ....................................................................................................................... 7 Direito Penal O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 2 www.cursoenfase.com.br 1. Aplicação da lei penal 1.1 Lugar do crime Art. 6º CP - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. A teoria adotada para o lugar do crime é a teoria da ubiquidade ou mista. Considera- se praticado o crime tanto no lugar da conduta como também como o lugar do resultado. 1.2 Tempo do crime Art. 4º CP - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. A teoria adotada para o tempo do crime é a teoria da atividade. Considera-se praticado o crime no momento da conduta ainda que outro seja o seu resultado. Em caso de o agente ter 17 anos à época do crime ele será considerado inimputável. Somente será considerado imputável 18 anos à meia noite do dia do seu aniversário. 2. Lei penal no tempo 2.1 Cenários legislativos Art. 5º, XL CF: XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; 2.1.1 Novatio legis incriminadora É a nova lei que cria uma infração penal. Exemplo: lei que criou o tipo penal da “cola” eletrônica em concursos públicos. Não será aplicada para fatos anteriores. Ou seja, não retroage. 2.1.2 Novatio legis in pejus É a nova lei que piora uma infração penal já existente no ordenamento jurídico. Exemplo: Lei de drogas no art. 33 foi alterada. Possuía pena de 3 a 15 anos e aumentou a mínima de 3 para 5 anos. Não retroage. Direito Penal O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 3 www.cursoenfase.com.br 2.1.3 Abolitio criminis É a nova lei que elimina a infração penal. Cuidado, ela encerra apenas para a esfera penal, mas subsiste para os demais ramos do direito. Exemplo: adultério. Não é mais crime, porém poderá resultar responsabilidade civil com direito à indenização. Retroage. Pode ocorrer em dois momentos: antes do trânsito em julgado ou depois. Independentemente de quando acontecer cessará os efeitos penais. Porém, se acontecer antes do trânsito também cessará os efeitos civis. E se acontecer após o trânsito em julgado não cessarão os efeitos civis. 2.1.4 Novatio legis in mellius É a nova lei que melhora uma infração penal já existente no ordenamento jurídico. Exemplo: Tráfico de drogas privilegiado. Retroage. 2.2 Súmula 711 do STF Súmula 711 STF: A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência. Essa súmula apenas se aplica para o crime continuado e para o crime permanente. A lei penal mais grave poderá ser aplicada se for anterior ao fim da continuação ou antes do fim da permanência. Crime permanente é aquele que a consumação se protai/prolonga no tempo. Exemplo: crime de extorsão mediante sequestro. Crime continuado (art. 71 CP) é uma das espécies de concurso de crimes. Há pluralidade de condutas, pluralidade de crimes da mesma espécie, mesmas condições de tempo/lugar e crimes subsequentes havidos como continuação do primeiro. 2.3 Leis excepcionais e leis temporárias Art. 3º CP - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. Direito Penal O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 4 www.cursoenfase.com.br Lei excepcional é aquela ligada a uma circunstância. Exemplo: O Brasil entra em guerra com a Argentina e durante a guerra é proibido usar a camisa do Messi. Lei temporária é aquela ligada a um período. Dá ideia de uma marcação no tempo. Há um início e um fim. Exemplo: Lei seca das eleições. As duas leis possuem duas caracteristicas comuns: são autorrevogáveis e são ultrativas. Ou seja, quando encerrado o período ou a circunstância estarão revogadas automaticamente. Além disso, aplicar-se-ão aos fatos praticados durante a sua vigência. 2.4 Princípio da continuidade normativo típico O art. 213 tratava do estupro. O art. 214 tratava do atentado violento ao pudor. Estupro era conjução carnal. Qualquer outro ato era atentado violento ao poder. O art. 214 foi revogado em 2009 e todos os contrangimentosque não conjução carnal passaram a ser considerados estupro. Não houve abolitio criminis do atentado violento ao pudor, pois para isso teria que ter revogado o artigo e ter tornado atípicas as condutas do atentado violento ao pudor. 3. Lei penal no espaço Como regra a lei penal brasileira é aplicada no Brasil (territorialidade). Como exceção a lei brasileira pode ser aplicada fora do Brasil (extraterritorialidade). 3.1 Territorialidade Art. 5º CP - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. § 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil. A lei penal brasileira, como regra, será aplicada aos crimes cometidos no território nacional, que engloba o território geográfico e o território por extensão. Direito Penal O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 5 www.cursoenfase.com.br 3.1.1 Território geográfico São a terra, o mar e o ar. Terra são o solo, o subsolo e a plataforma continental. Mar são as águas interiores e o mar territorial. Ar é o espaço áreo. Observação: Embaixada é território brasileiro, mas sob jurisdição do outro país. 3.1.2 Território por extensão a) Embarcação brasileira pública ou a serviço do governo brasileiro: aplica a lei brasileira onde quer que ela se encontre. Qualquer lugar. b) Embarcação brasileira privada ou mercante: Se a embarcação estiver em alto mar será observada a bandeira da embarcação, portanto, lei brasileira. c) Embarcação estrangeira privada ou mercante: Se estiver no território geográfico é território por extensão. d) Aeronave brasileira pública ou a serviço do governo brasileiro: aplica a lei brasileira onde quer que ela se encontre. Qualquer lugar. e) Aeronave brasileira privada ou mercante: Se o avião estiver em espaço correspondente ao alto mar será observada a bandeira da embarcação, portanto, lei brasileira. f) Aeronave estrangeira privada ou mercante: Se estiver no território geográfico é território por extensão. 3.2 Extraterritorialidade Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I - os crimes: a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; II - os crimes: a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; b) praticados por brasileiro; Direito Penal O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 6 www.cursoenfase.com.br c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. § 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. § 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: a) entrar o agente no território nacional; b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. § 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: a) não foi pedida ou foi negada a extradição; b) houve requisição do Ministro da Justiça. A extraterritorialidade pode ser incondicionada ou condicionada. É incondicionada no caso do inciso I. Já nos casos previstos no inciso II e no parágrafo 3º dependerá de vários requisitos. Será incondicionada quando for crime contra a vida ou liberdade do Presidente da República; crimes contra o patrimônio ou a fé pública da União, Estados, DF, Municípios, territórios, autarquias, empresas públicas, sociedades de econômia mista e fundações públicas; crime contra a administração pública por quem está a seu serviço; crime de genocídio se o agente for brasileiro ou domicíliado no Brasil. 4. Eficácia da sentença estrangeira A homologação da sentença estrangeira era de competência do STF. Com a EC/45 foi alterada a competência do STF para o STJ. A setença pode ser homologada para dois efeitos: obrigar o condenado a reparar o dano ou outros efeitos civis ou para sujeitar o indivíduo a medida de segurança. Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas conseqüências, pode ser homologada no Brasil para: I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis; II - sujeitá-lo a medida de segurança. Parágrafo único - A homologação depende: a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada; Direito Penal O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 7 www.cursoenfase.com.br b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça. 5. Contagem de prazo penal Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. 6. Frações não computáveis da pena Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro. Possuímos as penas privativas de liberdade, as penas restritivas de direito e as penas de multa. Nas penas privativas de liberdade e nas penas restritivas de direito são desprezadas as horas já nas penas de multa são desprezados os centavos. 7. Ilicitude Infração penal é a conjugação de três elementos: tipicidade, ilicitude (antijuridicidade) e culpabilidade. Os três elementos devem estar presentes cumulativamente. Quando há uma excludente de ilicitude, o fato não será considerado infração penal. Estão previstas no art. 23 CP, porém também há causas supralegaisnotadamente o consentimento do ofendido. Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: I - em estado de necessidade; II - em legítima defesa; II - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. Excesso punível Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo.
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