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METODOLOGIA DE TÉCNICAS DE EXAME PSICOLÓGICO
Prof. Álvaro José LELÉ 
	
METODOLOGIA
DE TÉCNICAS DE EXAME PSICOLÓGICO
DEFINIÇÃO
Metodologia de Técnicas de Exame Psicológico é a arte de dirigir o intelecto na investigação da verdade através de um estudo lógico e sistemático para examinar e averiguar os princípios de criação, fundamentação e utilização de Técnicas de Exame Psicológico. (LELÉ, agosto1999)
	
Adaptado pelo Prof. LELE (janeiro, 2009)
do Material de MÉTODOS E TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA 
de Prof. Álvaro José LELÉ e Profª. Wilma M. G. Lopes 
(maio, 2000)
ÍNDICE
	
	DEFINIÇÃO DE METODOLOGIA DE TÉCNICAS DE EXAME PSICOLÓGICO..........................
	p.1
	PARTE - INTRODUÇÃO.........................................................................................................................
	p.2
	1.
2.
3.
4.
	BREVE HISTÓRICO DA MEDIDA EM PSICOLOGIA ....................................................................
FUNDAMENTOS CIENTÍFICOS DA MEDIDA ................................................................................
FUNDAMENTAÇÃO EPISTEMOLÓGICA DA MEDIDA EM GERAL E PSICOLÓGICA ................
PARÂMETROS PSICOMÉTRICOS ................................................................................................
	p.2
p.3
p.3
p.5
	PARTE II - MÉTODOS E TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA ...............................................
	p.7
	1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
	OBJETO DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA ....................................................................................
OBJETIVO DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA .................................................................................
ÁREAS DE APLICAÇÃO DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA ...........................................................
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA e PSICODIAGNÓSTICO .................................................................
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES NO PROCESSO AVALIATIVO .........................
TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO .........................................................................
GUIA DE PROCEDIMENTOS ÉTICOS PARA AVALIAÇÃOPSICOLÓGICA .................................
Apresentação ..................................................................................................................................
Princípios gerais da avaliação psicológica .................................................................
 O uso dos instrumentos psicológicos ........................................................................
A seleção de testes psicológicos ................................................................................
Aplicação dos testes psicológicos ..............................................................................
Correção e interpretação dos resultados de testes psicológicos ...............................
Relato e devolução dos resultados da avaliação psicológica ....................................
Princípios de construção dos testes psicológicos .....................................................
Considerações gerais ................................................................................................
TESTES PSICOLÓGICOS .............................................................................................................
DEFINIÇÃO ............................................................................................................................
OBJETIVOS ............................................................................................................................
CLASSIFICAÇÃO ....................................................................................................................
A ESCOLHA DO TESTE .........................................................................................................
VANTAGENS E DESVANTAGENS DO USO DOS TESTES .................................................
	p.7
p.7
p.7
p.7
p.7
p.8
p.10
p.10
p.10
p.11
p.11
p.11
p.12
p.12
p.13
p.13
p.13
p.13
p.13
p.13
p.16
p.17
	PARTE III - METODOLOGIA PROJETIVA .............................................................................................
	p.17
	1.
2.
3.
	FORMAÇÃO EM METODOLOGIA PROJETIVA ............................................................................
A SITUAÇÃO PROJETIVA: CLÍNICA DOS TESTES PROJETIVOS .............................................
INDICAÇÕES E CONTEXTOS DA CONSULTA PROJETIVA ......................................................
	p.17
p.17
p.18
	PARTE IV - RECOMENDAÇÕES BÁSICAS PARA A APLICAÇÃO DOS TESTES PSICOLÓGICOS ..
	p.19
	PARTE V – PSICODIAGNÓSTICO ........................................................................................................
	p.20
	1.
2.
3.
4.
	CARACTERIZAÇÃO DO PROCESSO PSICODIAGNÓSTICO .....................................................
OBJETIVOS DO PSICODIAGNÓSTICO ........................................................................................
OPERACIONALIZAÇÃO .................................................................................................................
PASSOS DO DIAGNÓSTICO .........................................................................................................
	p.20
p.21
p.23
p.23
	PARTE VI - SUGESTÕES PARA ESCOLHA DAS TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICOS E SUAS APLICAÇÕES ..............................................................................................
	
p.24
	PARTE VII - RESOLUÇÕES CFP .........................................................................................................
	p.26
	PARTE VIII – REFERÊNCIAS ................................................................................................................
	p.38
PARTE I - INTRODUÇÃO
1. Breve histórico da medida em Psicologia�
Carrol (1978) - fixa 2 grandes períodos na história da medida em Psicologia:
I- Período de desenvolvimento
 ( início no final do séc. XIX (1869), data das primeiras publicações de Francis Galton até 1935.
Período onde se desenvolveram os fundamentos teóricos e práticos da Psicometria.
II- Período Moderno
 ( por volta de 1935 com a fundação da Sociedade Psicométrica e sua revista Psycometrika.
Período caracterizado pela realização de um amplo refinamento na tecnologia dos testes.
(
Séc XVIII - Filósofo alemão Christian Wolff- já aparece enquanto projeto a possibilidade de submeter os fenômenos psíquicos à matematização.
Psicofísica - séc. XIX o filósofo Weber com seus experimentos permitiram pela 1ª vez medidas precisas entre diferenças na intensidade de um estímulo e a sensação destas diferenças- “limiares diferenciais”. Ex: medições de limiares de audição, visão, etc... 
Fechner (1883) expandindo os trabalhos de Weber, realiza estudos experimentais das sensações, através de medidas indiretas via comportamento verbal ( com isto demonstra a possibilidade de se utilizar a lógica da ciência na medida psicológica.
A psicofísica exerceu grande influência no desenvolvimento das medidas em psicologia.
Em 1879 - 1º laboratório de ( experimental de Wundt, onde a investigação e quantificação se voltam mais para fenômenos mentais e não mais para o estabelecimento de equivalências psicofísicas ( atenção voltava-se mais para a uniformidade do que para as diferenças individuais.
Final do séc. XIX e início deste é que irá surgir um forte movimento de PSICOMETRIA - “medidas sensório-motoras”
 ( Galton (1869) - laboratório antropométrico, cria instrumentos “régua de Galton” para medir a altura audível, “série graduadas de pesos” para mensuração e discriminação cinestética, etc...Influenciado pelo associacionismo tradicional, postulou que “bons sentidos corresponderiam a um bom intelecto”.
 (Cattell (1880) - foi o 1º a usar a expressão “TesteMental”. Inteligência associada à velocidade e acuidade sensorial e perceptiva, atenção e memória.
( estas medidas apresentavam baixa correlação com os desempenhos acadêmicos.
Binet e Simon (1905) ( Criam a 1ª escala de inteligência com o intuito de investigar as possíveis causas do fracasso na escola. Em 1908, a escala foi agrupada em níveis de idade. Em 1916, “Binet-Terman” e, em 1937, “Escala Stanford-Binet”. No Brasil, em 1913, pelo pediatra Fernandes Figueira.
Em 1912, com Stern - o termo QI.
Spearman (1904) - 1ª contribuição metodológica para análise funcional da inteligência. Fator “G” (recorre ao estudo das correlações).
Em 1907 - testes de interesse “Inventário de interesse de Strong”.
Em 1915 - 1º teste de aptidão específica foi o de Seashore “Teste de talento Musical”.
Thrustone (1937) - aptidões primárias “Primary Mental Abilites” a bateria PMA.
Guilford (1967) - tantas aptidões quantos os cruzamentos possíveis de vários processos ou operações mentais ( 150 aptidões ).
Gardner (1983) - mente humana estruturada em 7 inteligências “teoria das inteligências múltiplas”.
( Os últimos testes a serem construídos foram os testes de PERSONALIDE, devido à complexidade teórica e prática.
Rorschach na década de 20
TAT na década de 30
Szondi na década de 40
MMPI (Inventário Multifásico de Personalidade Minnesota) início da década de 40.
2. Fundamentos Científicos da Medida
Os testes psicológicos são instrumentos que pretendem apresentar caráter de legitimidade, isto é, instrumentos que produzem resultados confiáveis. Daí duas suposições:
Os testes precisam ter embasamento científico e devem demonstrar isso.
Os testes precisam ser apropriadamente utilizados.
Os testes psicológicos em sua maioria são testes psicométricos, isto é, medidas do comportamento humano que se enquadram dentro da teoria quantitativa em ciências. Eles se fundamentam na teoria da medida e, mais particularmente na teoria da medida em psicologia e psicometria.
O que se mede em psicologia é uma variável psicológica definida como uma característica que cada indivíduo tem em diferentes níveis.
Só a partir do séc. XIX é que o ser humano se volta para si, para mensurar os processos psíquicos e o comportamento deles decorrentes. Assim, os testes psicológicos são medidas de processos psicológicos.
Psicometria
Conjunto de técnicas que permite a quantificação dos fenômenos psicológicos. Seu objetivo é aplicar métodos científicos no estudo do comportamento humano. É a ciência que estuda os princípios e métodos da medida psicológica. É a medida de construtos psicológicos ou traços latentes (estruturas latentes) através de comportamentos “verbais” ou “motores” que seriam a representação daqueles traços.
A Psicometria	
( veio atender à necessidade de medidas quantitativas conseqüência da influência científica da época. Com isto, a Psicologia aproximou-se de fato das ciências empíricas, atendendo às exigências do modelo científico.
( veio atender à necessidades socioculturais, associadas a preocupações mais práticas ligadas a melhoria do rendimento dos sujeitos.
( realçou a questão das diferenças individuais. A visão de homem subjacente ao modelo psicométrico (no seu início ), implicava a existência de características genéricas de comportamento humano. Essas características de ordem genética e constitucional, eram consideradas relativamente imutáveis. Os testes visavam identificá-las, classificá-las e medí-las. 
Hoje, os fatores genéticos não são suficientes para explicar tais diferenças, mas estes acrescidos de fatores experiências e sócio-culturais.
( O instrumento psicométrico mais típico é o “TESTE”.
3. Fundamentação epistemológica da medida em geral e psicológica
Base axiomática da medida (Base evidente da medida)
Só será valido o uso de números na observação dos fenômenos naturais se levarmos em consideração as propriedades estruturais tanto da ciência quanto da matemática.
Há legitimidade no uso do número para a descrição dos fenômenos naturais se houver ISOMORFISMO (intercâmbio entre 2 sistemas de saber mantendo-se as propriedades dos mesmos)
É legitimo representar com números os fenômenos naturais, se nesta designação se manterem tanto as propriedades dos números, quanto as características próprias dos atributos dos fenômenos empíricos.
NÚMERO (possui 27 axiomas = definem um atributo do número = postulado assumido como verdade sem qualquer necessidade de comprovação)
São propriedades básicas do sistema métrico:
IDENTIDADE (igual a – o número é idêntico a si mesmo e somente a si)
ORDEM (baseia-se na desigualdade dos números – seqüência monotônica crescente ou decrescente de valor)
ADITIVIDADE (os números podem ser somados para se obter outros números)
MEDIR→ atribuir números as propriedades das coisas, segundo certas regras. A medida deve garantir que as operações empíricas (com base na experiência ou na observação direta) assegurem os axiomas dos números. 
A maioria das medidas deve salvar o AXIOMA DE ORDEM
A natureza da medida implica em alguns problemas básicos:
a) o problema da representação ou isomorfismo
b) o problema da unicidade da representação 
Uma representação “x” de um atributo seria a melhor e a mais viável? Para os físicos não há maneira melhor para descrever: m (comprimento); Kg (massa); s (tempo); A (corrente elétrica); K (temperatura); Cd (intensidade da luz)
Quando utilizamos QI busca-se esta unicidade. Mas será o QI a única e melhor forma de representar a inteligência?
c) o problema do erro: na matemática não existe possibilidade de erro, mas o próprio uso do método científico tem erros.
Funções da medida:
Quantificação – A medida permite uma descrição precisa do fenômeno e o símbolo que garante a maior precisão é o número.
Comunicação – Condensa informações; é mais precisa e objetiva.
Padronização – Assegura a equivalência entre objetos com características diversas.
Objetividade – Permite-se classificação com menos ambigüidade.
Escalas de medida
A) Escala de razão: possui “zero absoluto”. Por ex: peso zero é um conceito definível baseado na força da gravidade. Esta medida não é usada na Psicologia, pois não existe zero absoluto nos fenômenos psicológicos.
B) Escala intervalar: possui “zero arbitrário” como também apresenta distâncias (intervalos iguais) na propriedade que está sendo medida. Por ex: a diferença da temperatura entre 10°C e 30°C é a metade da diferença entre 40°C e 80°C. Neste tipo de medida os símbolos numéricos expressam não só a ordem como também o tamanho da diferença relativa entre as categorias das características medidas.
C) Escala nominal: os números podem servir meramente de nomes ou rótulos. Ex: código por região do telefone (BH é 31/ Rio é 21).
D) Escala ordinal: nela o objetivo é estabelecer graduações entre os fenômenos. Em Psicologia dificilmente se ultrapassa esse nível de medida. Os testes de inteligência, personalidade, aptidão, atitudes, etc.... são basicamente ordinais, pois fornecem uma posição numa ordem de resultados.
Tipos de medida:
Medida fundamental – Obtida como resultado da mensuração direta. Medir aqui é verificar a coincidência de pontos. Ex.: comprimento
Medida derivada – Produto de uma operação de mensuração baseada em indícios que se supõe estarem relacionados com o atributo do objeto medido. Ex.: m (massa) é igual a volume (metro cúbico) X densidade (kg por metro cúbico).
Medida por teoria – Pode ser por “lei” ou “teoria”. A medida em Ciências Sociais e do Comportamento é:
Por lei – Quando se quer demonstrar empiricamente que dois ou mais atributos estruturalmente diferentes mantêm entre si relações sistemáticas. 
Os elementos envolvidos na mensuração são descobertas científicas – é o fato. Ex: lei do reforço em Psicologia, ou seja, mede-se por lei quando se demonstra empiricamente que dois ou mais atributos estruturalmentediferentes mantêm entre si relações sistemáticas. Em Psicologia - psicofísica e análise experimental do comportamento.
Por teoria – quando não existem leis relacionando variáveis, daí recorre-se a teorias que hipotetizam relações entre os atributos da realidade, permitindo assim a medida indireta de um atributo através de fenômenos a ele relacionados via teoria. A teoria, por exemplo, versa sobre processos mentais (estrutura psicológica hipotética), conceituando sua estrutura e sua dinâmica e define o conjunto de comportamentos que os expressa. 
Complexidade da medida em psicologia:
● Falta de consenso sobre alguns construtos.
● Medimos “construtos hipotéticos” (abstrações de relações).
● Medimos uma variável psicológica definida como uma característica que cada indivíduo possui em diferentes níveis.
● O fator humano está sempre presente na operação de mensuração.
● A medida em psicologia é uma “medida indireta”, através de indícios que se supõe estarem ligados às características medidas.
● Medimos manifestações do comportamento que mudam ao longo do tempo.
● Por mais controlado que seja o processo, inúmeros fatores podem influenciar as características medidas, alterando o resultado, tornando-o menos confiável.
● Saber que é impossível abranger a totalidade de cada um dos fenômenos psicológicos.
4. Parâmetros psicométricos
Para garantir legitimidade e cientificidade aos testes psicológicos, que são instrumentos de medida em psicologia e, como qualquer instrumento de medida, deve apresentar certas características para podermos confiar nos dados que produzem. Tais características são: validade e fidedignidade.
I – VALIDADE
A validade de um teste está relacionada à questão se de fato ele mede o que pretende medir, e é verificada através de análise estatística.
A análise deve ser feita em cada item do instrumento, verificando se estão medindo o mesmo construto (fator). Caso o instrumento pretenda medir mais de um fator, as análises estatísticas devem ser feitas independentemente para cada fator.
Existem várias técnicas para viabilizar a demonstração da validade dos testes, mas três são dominantes:
Validade de conteúdo
É o exame sistemático do conteúdo do teste com o objetivo de verificar se este realmente constitui uma amostra representativa do comportamento que deseja mensurar.
Validade de critério
Concebe-se como validade de critério de um teste o grau de eficácia que ele tem em predizer um desempenho específico do sujeito.
Existem dois tipos:
Validade preditiva – critério coletado após a coleta de informação do teste.
Validade concorrente – coleta simultânea ou concorrente.
Critérios normalmente utilizados:
Outros testes já validados (que meçam o mesmo construto)
Desempenho acadêmico
Desempenho em treinamento especializado ou em desempenho profissional
Diagnóstico psiquiátrico
Diagnóstico subjetivo
Validade de construto
É usada quando o psicólogo crê que seu instrumento reflete um “construto particular”, ao qual estão ligados certos significados. A validade de construto envolve-se com os problemas de definição de termos e de conceitos. Conceitos ou construtos são cientificamente pesquisáveis somente se forem, pelo menos, passíveis de representação comportamental adequada. Do contrário são conceitos metafísicos e não científicos. Assim, na validação de construto há validação de definição de construto e da teoria que lhe dá origem. Pode ser trabalhada sob dois ângulos:
a) Análise de representação comportamental do construto
 São usadas duas técnicas:
Análise de consistência interna do teste – Calcula a correspondência que existe entre cada item do teste e o restante dos itens ou total (escore total) dos itens.
Análise fatorial – Verifica quantos construtos são necessários para explicar as intercorrelações dos itens. 
 b) Análise por hipótese
 Fundamenta-se no poder de um teste psicológico ser capaz de discriminar ou 
 predizer um critério externo a ele mesmo; por exemplo, discriminar grupos 
 critério, os quais difiram especificamente no traço que o teste mede. 
 Ex.: idade.
II – FIDEDIGNIDADE (PRECISÃO)
A fidedignidade de um teste ou precisão diz respeito à característica que ele deve possuir, que é medir sem erros. Está intimamente ligada ao conceito de variância erro, sendo este definido como a variabilidade nos escores produzida por fatores estranhos ao construto.
1- Fatores que interferem na precisão dos resultados de um teste psicológico:
 - Condições de situação de aplicação
 - Condições do próprio examinando
 - Condições do próprio teste
2- Técnicas de estimação do coeficiente de fidedignidade:
Existem três tipos de delineamento (procedimentos experimentais de coleta de informação) e dois tipos ou modelos de análises estatísticas dos dados coletados (correlação e técnica alfa).
 2.1- Delineamentos
 a) Uma amostra de sujeitos, um mesmo teste e uma ocasião.
 Ex.: Método das duas metades e método das técnicas alfa
 - Método das técnicas alfa – no teste que a resposta ao item pode assumir mais 
 de duas alternativas. A análise de cada item é feita individualmente.
 b) Uma amostra de sujeitos, dois testes e uma única ocasião (correlação entre as 
 distribuições de dois testes ou formas paralelas).
 Ex.: Método das formas paralelas ou formas alternativas
 c) Uma amostra de sujeitos, um mesmo teste e duas ocasiões (correlação entre 
 dois conjuntos de dados)
 2.2- Técnicas estatísticas
 Há basicamente duas técnicas estatísticas para estimação do coeficiente de 
 precisão de um teste psicológico: a correlação simples e as técnicas de 
 consistência interna.
Correlação simples
a.1) Método das duas metades: divide-se um único teste em duas partes equivalentes e a correlação é calculada entre os escores obtidos nas duas partes. (coeficiente de consistência)
Fórmula de Spearman – Brown
a.2) Método das formas paralelas ou formas alternativas: os sujeitos respondem a duas formas paralelas do mesmo teste e a correlação entre as duas distribuições de escores constitui o coeficiente de precisão do teste. (coeficiente de equivalência)
 a.3) Método do teste-reteste: consiste em calcular a correlação entre as distribuições de 
 escores obtidos num mesmo teste, pelos mesmos sujeitos, em ocasiões diferentes. 
 (coeficiente de estabilidade)
Técnica de consistência interna
b.1) Técnica Kunder – Richardson: se baseia na análise da cada item individual do teste. Só se aplica quando a resposta ao item é dicotômica: certo e errado, por exemplo.
 
b.2) Alfa de Cronbach
É utilizada quando a resposta ao item pode assumir mais de duas alternativas. Visa verificar a consistência interna do teste pela análise da consistência interna dos itens, verificando a congruência que cada item tem com o restante dos itens do mesmo teste.
III- NORMATIZAÇÃO (padronização)
É útil para a interpretação dos resultados, pois constitui uma simples transformação dos resultados brutos do instrumento em resultados de alguma maneira padronizados.
PARTE II - MÉTODOS E TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA�
Defini-se Avaliação Psicológica como sendo “é um processo de coleta de dados e interpretação de informações, realizada por meio de instrumentos psicológicos, tendo por finalidade o maior conhecimento do indivíduo a fim de serem tomadas determinadas decisões” (Wechsler, 1999)�. 
Um processo avaliativo inclui dados quantitativos e qualitativos, já que a avaliação consiste em dar qualidade à um valor numérico obtido através da medida.OBJETO DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
Constitui-se objeto da avaliação psicológica o seguinte conjunto de dimensões psicológicas: capacidade cognitivas e sensorio-motoras, componentes sociais, emocionais e afetivos da personalidade, dimensões interpessoais e motivacionais, atitudes, aptidões e valores. Estas dimensões podem ser estudadas em conjunto ou em parte de acordo com o problema e o motivo da avaliação. 
OBJETIVO DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
 A avaliação psicológica pode ser utilizada para diferentes finalidades, tais como : diagnóstico, intervenção, encaminhamento, orientação psicopedagógica e vocacional, seleção, prevenção e pesquisa. 
ÁREAS DE APLICAÇÃO DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
Psicologia Clínica;
Escolar;
Organizacional;
Social, Forense; Trânsito 
Comunitária, etc. 
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA e PSICODIAGNÓSTICO
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA PSICODIAGNÓSTICO
 ( ( 
( é mais ampla do que o psicodiagnóstico ( + vinculado à clínica
( objeto de estudo pode ser: ( está vinculado à temas 
 - um sujeito de interesse: 
 - um grupo - nosologias psicopatológicas
 - uma instituição/ comunidade - critérios de saúde psíquica
( O objeto a avaliar é sempre um SISTEMA COMPLEXO, caracterizado por fenômenos determinado por processos onde entram em interação elementos que pertencem ao domínio de distintas disciplinas. Importância de trabalhos interdisciplinares.
 
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA É SEMPRE UMA AVALIAÇÃO PARCIAL DO OBJETO
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES NO PROCESSO AVALIATIVO:
Ter sempre presente a realidade sociocultural em que o sujeito vive e sua história pessoal.
Lembrar que uma avaliação psicológica é sempre um meio, um recurso, para compreender e explicar os comportamentos humanos.
Realizar estudos sobre validação lingüística e conceitual assim como elaborar normas estatísticas locais, quando se utiliza testes elaboradas em contextos sociocultural diferente do nosso.
Superar falsas confrontações entre dados qualitativos e quantitativos e buscar sua integração.
Propiciar a construção de novos testes e não só sua adaptação.
O uso de testes psicológicos num processo avaliativo nunca pode ser feito sem o auxilio de outros testes e outras técnicas de avaliação (Exemplo: entrevistas). 
Propor “Testes” não se trata efetivamente de um forcing, como alguns imaginam, pois “O próprio psicólogo acredita, freqüentemente e implicitamente, poder fazer dizer o que o sujeito não quer dizer, quando não deveria jamais esquecer que está ali, pelo contrário, para favorecer a expressão do que não pode ser dito numa linguagem clara” (RAUSCH de TRAUBENBERG, Nina, 1975)
TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO�
Técnicas de avaliação: método de se obter informações desejadas
Instrumentos de avaliação: recurso usado para este fim. Devem ser bem escolhidos, levando em conta cada caso e cada situação.
De acordo com Mediano (1976 apud ERTHAL, 2001, p. 39) existem 3 técnicas de coleta de informação:
Observação;
Inquirição; e
Testagem.
1. OBSERVAÇÃO
OBSERVAÇÃO: ponto de partida para qualquer estudo científico.
 : Objetivo – estabelecer e validar conhecimentos adquiridos.
1) Observação vulgar: simples constatação de um fato, exatamente como se apresenta ao indivíduo.
2) Observação científica: caráter científico e para tal é necessário que se explicitem hipótese e que a observação seja suscetível à repetição.
Existem 2 tipos de observação cientifica: 
observação assistemática que se realiza sem qualquer planejamento prévio.
observação sistemática exige planejamento e requer instrumentos adequados para o seu registro, impedindo assim o risco de observações puramente subjetivas. 
 É + controlada com propósitos previamente determinados.
A observação pode se realizar de formas diferentes:
(Observação direta: observador olha ou registra os fenômenos ou os comportamentos sem intervenção que vise modificá-los;
(Observação provocada: o sujeito é colocado perante uma tarefa ou uma prova determinada (pelo observador). Podemos comparar: os comportamentos ou os resultados (produções ou respostas); e
(Observação indireta: dois aspectos: 
exame ou análise das produções espontâneas; e
entrevistas por ex. com pessoas que conheçam o sujeito.
2. INQUIRIÇÃO
INQUIRIÇÃO: Muitas informações sobre o domínio afetivo podem ser rapidamente obtidas através de uma inquirição sistemática. Sempre que possível associar a inquirição à observação.
Questionário: lista de perguntas para obter informações sobre opiniões e atitudes dos indivíduos.
Inventários: diante de uma série de afirmações o indivíduo é solicitado a marcar aquelas com que concorda. É um instrumento de auto- avaliação. Temos: os inventários de personalidade (preocupam em traçar um diagnóstico do sujeito; medem diferenças individuais dentro da faixa normal) e os inventários de interesse (avalia interesses profissionais e vocacionais).
Escalas de atitude: ordenar aspectos qualitativos com correspondente numérico. O sujeito é solicitado a expressar sua atitude em relação a determinada afirmação, assinalando na escala (do tipo Thurstone e Likert).
Levantamento de opinião: indaga apenas informações específicas sobre determinado assunto. Costuma ser apresentada sob forma de questão única com alternativas sim ou não. 
Entrevista: É mais um processo de obtenção de informação do que propriamente de um instrumento, pois o inquiridor ao mesmo tempo efetiva e avalia o processo. 
“É preciso reconhecer que o principal propósito da entrevista é de caráter investigatório” (LELE). 
Utilização 
( Pesquisa
( Psicoterapia
( Aconselhamento
( Clínica (atingir um diagnóstico )
( Na empresa (admissão, transferência, promoção, desligamento )
( Exame psicológico em geral
 Existem 3 formas de realizá-la :
( Entrevista estruturada: as perguntas são elaboradas anteriormente. É algo parecendo com um questionário aplicado oralmente.
Ex: Anamnese
( Entrevista não-estruturada: as perguntas são de caráter geral. Apesar de não ter ordenação rígida, existe um objetivo específico a ser atingido: “Você pode falar mais sobre esse assunto” (“Fale mais sobre isso”). 
Ex: Na clínica: “Que traz você aqui?” ou 
Na empresa: “Gostaria que falasse um pouco sobre sua experiência profissional até o presente momento” 
( Entrevista mista: se não se conseguiu obter todas as informações necessárias através da entrevista não estruturada, deve-se esclarecê-los através de investigação sistemáticas.
Alguns problemas em relação à entrevista
( subjetividade;
( lacunas, dissociações, contradições tornando menos confiável;
( o entrevistado pode oferecer diferentes histórias ou diferentes esquemas de sua vida atual que manterão entre si, relação de complementação ou de contradição;
( cada ser humano tem organizado uma história e dela tem que deduzir o que ele não sabe;
( o que não pode dar como conhecimento explícito, nos é oferecido ou emerge do comportamento não-verbal;
( os conflitos trazidos pelo entrevistado podem não ser os conflitos fundamentais, assim como as motivações que alega são geralmente racionalizadas.
Entrevista inicial e entrevista devolutiva
(consultar pasta de entrevista)
3. TESTAGEM
É a técnica que produz resultados mais eficientes. O instrumento utilizado é o teste (prova). 
“Um teste é um procedimento sistemático para observar o comportamento e descrevê-lo com a ajudade escalas numéricas ou categorias fixas” (CRONBACH, 1996, p. 51). Através dele se obtêm informações acerca do domínio cognitivo, afetivo e psicomotor.
São dois os tipos de testes:
Testes não-padronizados ou construídos pelo professor; 
Testes Padronizados – são construídos por especialistas
Referência
CRONBACH, Lee J. Fundamentos da testagem psicológica. 5ª ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1996.
ERTHAL, Tereza Cristina. Manual de Psicometria. 6ª ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.
7. GUIA DE PROCEDIMENTOS ÉTICOS PARA AVALIAÇÃOPSICOLÓGICA 
Solange Muglia Wechsler�
Apresentação
A necessidade da criação de um guia de procedimentos éticos para a avaliação psicológica já foi há muito reconhecida por diversas entidades internacionais. Destaca-se o trabalho da American Psychological Corporation, que desde 1966 elaborou um código de ética, já agora na sua terceira versão, relacionando as dúvidas que existem desde o processo de construção de testes psicológicos até a sua seleção, correção, interpretação e devolução de dados obtidos (APA, 1974,1985). Posteriormente, a Associação de Psicólogos Portugueses (APPORT, 1991) organizou também um guia ético para a avaliação psicológica, baseado nos princípios norteadores da APA, indicando assim a importância desta informação para os profissionais de seu país.
Deve-se destacar, da mesma maneira, outros esforços realizados mais recentemente no sentido de melhorar a área da avaliação psicológica, tanto a nível nacional quanto internacional. No Conselho Regional de Psicologia-06, por exemplo, foi elaborado uma minuta pela Comissão de Normas para Procedimentos em Avaliação Psicológica (CRP, 1996) no sentido de estabelecer alguns parâmetros para esta área de atuação, que infelizmente não foi divulgada amplamente devido a posições políticas internas. Em nível internacional, a International Test Commission (ITC) encontra-se em fase de discussão de um guia internacional para profissionais que utilizam de testes psicológicos em diferentes contextos culturais (Bartram, 1999), mostrando assim a relevância deste tema para a Psicologia.
Na nossa realidade existe um Código de Ética, estabelecido pelo Conselho Federal de Psicologia, que orienta de maneira geral as ações dos psicólogos nas suas mais diversas áreas de atuação. Falta, entretanto, a proposta de um guia específico para a áreas de avaliação psicológica, assim como acontece em outros países, que apresente diretrizes específicas para o diversos passos envolvidos no processo de avaliação psicológica. 
É neste sentido que decidimos elaborar a proposta de um guia ético para avaliação psicológica, baseando-se nas experiências anteriores, a fim de dirimir algumas possíveis dúvidas durante o exercício desta atividade, considerada como sendo de alta relevância para a profissão, na medida em que é citada na nossa lei (4119/1962, parágrafo 1, art. 13) como sendo uma atividade exclusiva do profissional de Psicologia. Em pesquisa realizada para verificar a aceitação deste guia entre psicólogos de Estado de São Paulo que trabalhavam em diferentes contextos, obtivemos uma concordância de 90,7% para as propostas nele apresentadas, demonstrando assim a necessidade de uma orientação para os profissionais brasileiros que se utilizam da avaliação psicológica como ferramenta básicas (Wechsler, Guzzo, et al. 1997).
Deve-se notar, entretanto, que o guia apresentado não pretende substituir, de modo algum, o código geral de ética da classe, mas sim complementar e direcionar atitudes e ações que devem existir durante a processo de avaliação psicológica, a fim de lhe garantir a maior responsabilidade e qualidade possível.
Ressaltamos também que este guia se refere mais detalhadamente ao uso de instrumentos psicológicos do tipo objetivo, não podendo, portanto, responder a dúvidas que possam existir relacionadas ao uso de várias outras técnicas envolvidas no processo de avaliação psicológica, tais como: entrevistas, observações, provas situações, etc. ...
I- Princípios gerais da avaliação psicológica
1. A avaliação psicológica é tarefa exclusiva dos psicólogos, tal como definida na lei brasileira 4.119, em agosto de 1962.
2. A avaliação psicológica é um processo de coleta de dados e interpretação de informações, realizada por meio de instrumentos psicológicos, tendo por finalidade o maior conhecimento do indivíduo a fim de serem tomadas determinadas decisões. 
3. Constitui-se objeto da avaliação psicológica o seguinte conjunto de dimensões psicológicas: capacidade cognitivas e sensorio-motoras, componentes sociais, emocionais e afetivos da personalidade, dimensões interpessoais e motivacionais, atitudes, aptidões e valores. Estas dimensões podem ser estudadas em conjunto ou em parte de acordo com o problema e o motivo da avaliação. 
4. A avaliação psicológica pode ser utilizada para diferentes finalidades, tais como : diagnóstico, intervenção, encaminhamento, orientação psicopedagógica e vocacional, seleção, prevenção e pesquisa. Seus princípios aplicam-se às áreas da Psicologia Clínica, Escolar, Organizacional, Social, Forense, Comunitária, etc. 
5. A avaliação psicológica deve estar preferencialmente inserida em um quadro mais amplo de prevenção e intervenção. Este princípio conduz a um estudo prévio sobre a adequação da própria avaliação, sua inserção nos objetivos a serem alcançados e o planejamento das estratégias a serem empregadas. 
II- O uso dos instrumentos psicológicos
Define-se por instrumento psicológico toda e qualquer prova que integre um conjunto de estímulos ou questões específicas, estruturadas dentro do corpo de conhecimento científico da Psicologia
Existem vários tipos de instrumentos utilizados na avaliação psicológica, tais como: testes, escalas, questionários, entrevistas, observações, provas situacionais, etc...
O teste psicológico é um instrumento objetivo e padronizado baseado em uma amostra de comportamento.
Entende-se por:
instrumento objetivo e padronizado ( onde existem procedimentos uniformizados para aplicação e correção do mesmo;
amostra de comportamento ( onde estão representadas partes significativas do constructo a ser medido. O teste psicológico deve ser aplicado em condições previamente definidas, a fim de possibilitar o esclarecimento das dimensões psicológicas do(s) indivíduo(s) estudado(s).
Os testes psicológicos podem ser classificados em dois grandes grupos: clínicos e psicométricos.
testes clínicos: aqueles que se fundamentam em uma teoria psicológica que permite a sua interpretação aliada à experiência pessoal do psicólogo examinador;
testes psicométricos: baseiam-se em teoria psicológica e critérios estatísticos que direcionam a sua interpretação por meio de pesquisas que atestam a sua validade e precisão para uma determinada população.
A utilização dos testes psicológicos é de inteira competência e responsabilidade do psicólogo, pois somente ele tem o treinamento e experiência necessária para assumir esta responsabilidade de maneira profissional, ética e técnica.
É vedado ao psicólogo ceder, emprestar ou vender testes psicológicos ou materiais integrantes destes (folha de correção, manual, tabelas de normatização, etc.) a outros profissionais que não sejam psicólogos. Esta regra também se aplica às editoras e distribuidoras de instrumentos psicológicos, devendo qualquer infração ser denunciada ao CFP, que tornará as medidas necessárias.
Aos estudantes de psicologia será permitido o acesso aos testes psicológicos, desde que orientados e supervisionados por docentes psicólogos.
É vedado ao psicólogo prolongar desnecessariamente o tempo da avaliação psicológica, de acordo com o regulamento do Código de Ética da classe.
III-A seleção de testes psicológicos
1. Ao selecionar um teste psicológico, o psicólogo deve:
definir os atributos e características a serem avaliados, a fim de poder escolher um instrumento que seja adequado ao objetivodesejado;
investigar na literatura especializada as fontes de informação e pesquisas realizadas sobre os instrumentos a serem utilizados.
Considerar a idade, sexo, nível de escolaridade, nível socioeconômico, origem (rural ou urbana), condições físicas gerais, presença de deficiências físicas, nacionalidade, e a necessidade de equipamentos especiais para aplicação dos instrumentos.
Considerar as características psicométricas do instrumento a ser utilizado, tais como: sensibilidade, validade, precisão e existência de normas específicas ou gerais para a população brasileira.
Investigar na literatura especializada outros testes que sirvam aos mesmos objetivos e exigências, tentado encontrar o teste mais adequado à avaliação.
Verificar se o manual do teste possui informações necessárias para aplicação, correção e interpretação dos resultados do mesmo.
Caso o psicólogo não possua alguma destas informações, ele poderá solicitar a ajuda de outro psicólogo para esta atividade.
IV - Aplicação dos testes psicológicos
Cabe exclusivamente ao psicólogo a responsabilidade pela qualidade da aplicação dos testes psicológicos, sendo esta condição essencial para a obtenção de um resultado fidedigno.
O sujeito deverá ser informado quanto à natureza e o objetivo da avaliação e dos testes a serem empregados.
O psicólogo deverá seguir rigorosamente as instruções, os exemplos, o tempo e outras orientações que se encontrem no manual ou no próprio caderno do teste, evitando quaisquer improvisações que possam comprometer todo o processo de validade do instrumento.
O psicólogo deverá estar atento ao comportamento do sujeito na situação de avaliação, observando a sua forma de resposta e o seu envolvimento na situação de teste. 
Antes de iniciar uma aplicação, o psicólogo deve não somente organizar o material que irá utilizar, como também verificar se as condições ambientais são adequadas para a avaliação psicológica.
É vedado ao psicólogo o uso de material de teste fotocopiado ou em outras formas que não sejam as originais do teste, a fim de que seja garantida a qualidade padronizada do instrumento.
O psicólogo deverá motivar o sujeito para realizar a tarefa, tendo, entretanto, o cuidado para não interferir no desempenho do mesmo.
O desenvolvimento de um relacionamento de confiança (rapport) é essencial no processo de aplicação de instrumentos psicológicos de forma individual.
O psicólogo deverá estar atento durante todo o período da avaliação psicológica, não se ausentando da sala, conversando com outras pessoas, atendendo ao telefone ou realizando quaisquer outros comportamentos que o possam desviar do processo da avaliação.
É vedado o uso da avaliação psicológica em situações onde não ocorra uma relação interpessoal, como, por exemplo, correios, telefone ou internet.
A avaliação psicológica só deverá ser gravada com o consentimento do sujeito. O uso de tal registro deverá manter o anonimato da pessoa em questão.
O psicólogo não deverá realizar uma avaliação psicológica que interfira no trabalho de outro colega. Em caso de dúvidas consultar o órgão competente da classe (CFP).
Os mesmos critérios estabelecidos acima se referem também à aplicação de testes já informatizados.
V - Correção e interpretação dos resultados de testes psicológicos 
Cabe ao psicólogo a responsabilidade do trabalho de correção dos testes psicológicos, seguido os critérios e as tabelas apropriadas para cada finalidade.
O psicólogo deverá avaliar quantitativamente os comportamentos e respostas do sujeito, integrando estes dados com a avaliação qualitativa.
Os resultados de uma avaliação psicológica devem ser interpretados de forma dinâmica e serem considerados como uma estimativa de desempenho do examinando sob um dado conjunto de circunstâncias.
A interpretação dos resultados dos testes deve ser feita com referência a um conjunto de normas apropriadas ao indivíduo testado, levando-se sempre em consideração a atualidade dos dados apresentados nas tabelas dos manuais e a finalidades da avaliação.
A análise computadorizada deve ser vista somente como instrumento de apoio à interpretação dos resultados realizada pelo psicólogo.
Nos procedimentos estatísticos para finalidade de pesquisa, o psicólogo poderá recorrer a outro profissional que não seja psicólogo, assumindo, entretanto, inteira responsabilidade pela interpretação e divulgação dos resultados obtidos. 
VI - Relato e devolução dos resultados da avaliação psicológica
Ao elaborar as conclusões, o psicólogo não deverá ser influenciado por preconceitos, distinções sociais, valores, religião ou características físicas do sujeito.
A elaboração de um relatório síntese deve ser clara, abrangendo o indivíduo em todos os seus aspectos, enfatizando a natureza dinâmica e circunstancial dos dados apresentados.
O relatório síntese deve ser apresentado em linguagem adequada aos destinatários de modo a evitar interpretações errôneas das informações, devendo sempre incluir recomendações específicas.
Ao fornecer os resultados dos testes psicológicos para o examinando, o psicólogo não deverá informar quais eram as respostas esperadas ou os critérios utilizados para a avaliação dos mesmos, considerando que tal comportamento inviabilizará o uso futuro destes instrumentos.
O sujeito tem o direito de conhecer os resultados da avaliação psicológica, as interpretações feitas e as bases nas quais se fundamentam as conclusões retiradas. Mesmo em trabalhos de pesquisa, devem ser igualmente criadas condições para que os interessados possam obter informações sobre os seus resultados.
Quando o sujeito é menor e estiver na dependência de um responsável, cabe ao mesmo zelar pelos direitos do sujeito.
É imprescindível o sigilo da informação obtida e das conclusões elaboradas. Na sua divulgação, quer seja em congressos, reuniões científicas, entrevistas à rádio ou televisão, situações da prática profissional, ensaio ou pesquisa, o anonimato deverá ser sempre mantido.
A guarda da informação obtida no processo de avaliação deve seguir as normas descritas no Código de Ética da classe.
O psicólogo deve estar atento quando prestar informações de forma oral e/ou escrita ao sujeito ou para outros interessados, a fim de evitar que a mesma seja desvirtuada na sua utilização.
VII - Princípios de construção dos testes psicológicos
Cabe aos psicólogos construtores de testes o dever de oferecer as seguintes informações para a utilização dos instrumentos estudados:
Definição do objetivo e utilização do instrumento desenvolvido.
Apresentação detalhada das características, utilidades e limitações do teste.
Esclarecimento sobre os parâmetros psicométricos utilizados na construção do teste.
Descrição do processo de desenvolvimento do teste, explicando como o conteúdo e as habilidades a serem testadas foram selecionadas.
Apresentação de evidências indicando que o teste é válido(a) e preciso(a) para o objetivo desejado.
Fornecimento de informações sobre as amostras coletadas.
Provimento de manual e cópias completas das questões, folha de resposta e crivo de correção.
Oferecimento de normas atualizadas para diferentes populações, baseadas em pesquisas recentes, sempre que possível.
Quando viável, devem ser apresentadas formas modificadas ou procedimento de aplicação disponíveis aos sujeitos portadores de deficiência.
Os construtores e editores de testes devem zelar pela qualidade científica do material e da informação nele contida. Tal informação deve evitar toda ambigüidade possível.
Os editores de testes devem zelar para que o circuito comercial dos seus produtos não contrarie os princípios expressos no presente documento.
VIII - Considerações gerais 
Qualquer infração aos princípios enunciados nos pontos anteriores, quer por parte das editoras, distribuidoras ou por parte dos próprios psicólogos, deve ser denunciada e ser objeto de procedimentos disciplinares, deacordo com a lei geral e os regulamentos do órgão competente da classe (CFP).
Aos próprios psicólogos cabe o cumprimento destes princípios, sua divulgação e a exigência de que os mesmos sejam respeitados pelos colegas e por outros profissionais.
Cabe ao psicólogo, na sua prática diária, contribuir para a melhoria qualitativa e quantitativa da avaliação psicológica, incentivando a pesquisa de novos instrumentos.
Para fins que não sejam de pesquisa, fica vedada a reprodução de testes psicológicos (fotocópia, fotografia, etc.).
Em aspectos da avaliação psicológica omissos neste documento, devem os psicólogos informar-se junto ao órgão da classe (CFP). 
8. TESTES PSICOLÓGICOS
A. DEFINIÇÃO 
“Um teste psicológico é essencialmente uma medida objetiva e padronizada de uma amostra do comportamento” (ANASTASE; URNINA, 2000, p.18).
B. OBJETIVOS
“Medir diferenças entre os indivíduos ou entre as reações do mesmo indivíduo em diferentes circunstâncias” (ANASTASE; URNINA, 2000).
C. CLASSIFICAÇÃO� 
Não existe um modo inteiramente satisfatório de classificar os testes que seja adotado por unanimidade pelos diversos autores. Diferentes critérios podem ser adotados.
Cerdá (1972) classifica os testes segundo três abordagens: o modo de administração (individual e coletivo), o modo de expressão (verba, impresso, gráfico e de manipulação) e aquilo que medem (de eficiência e de personalidade).
Anastasi (1975), apesar de não ser tão sistemática, apresenta os critérios de classificação existentes e elabora críticas a respeito. Divide-os de acordo com o objetivo (de inteligência geral, de aptidão específica, de aproveitamento e de personalidade), o instrumento (lápis-e-papel e execução), o conteúdo dominante (verbal, numérico, espacial, etc.), o examinando (individual e coletivo) e a utilização da linguagem (verbal e não-verbal).
Yela (1979) especifica os testes ainda mais, classificando-os de acordo com as normas gerais do método (psicométrico e projetivo), o fim que se deseja atingir (de investigação, prático, de velocidade e de potência), quem os aplica (pessoais e impessoais), a forma de aplicação (individual e coletivo), o material empregado ( de execução ou impresso) e a característica que se pretende mensurar (de rendimento, de aptidão e de personalidade).
O que será feito a seguir é definir cada uma dessas características, integrando-as em uma única classificação.
a) Método utilizado:
Psicométricos: - ao procedimento estatístico sobre o qual se baseia a construção dos testes
 - normas gerais utilizadas quantitativas.
 - o resultado é um número ou medida, grau, tipologia, traço.
 - itens são objetivos (computação independentes uns dos outros).
 - ex.: testes de inteligência, personalidade, etc.
Projetivos: - normas qualitativas.
 - o resultado é do funcionamento psíquico individual. 
 - itens não podem ser medidos em separado.
 - ex.: testes de personalidade em geral.
Obs.: essas diferenças não são absolutas, pois existem aspectos qualitativos e quantitativos em ambos.
b) Finalidade:
Velocidade ou rapidez : medem rapidez de raciocínio ou execução de determinada tarefa. Caracterizam-se pelo tempo certo de administração e pelo fato de serem homogênios.Itens apresentam o mesmo grau de dificuldade. Seus resultados expressam-se em forma numérica, embora também se possa avaliar a qualidade da tarefa. Ex.: testes de atenção concentrada.
Potência: medem não a rapidez da execução, mas a qualidade da mesma.Avaliam a potencialidade do indivíduo em relação a alguma característica. Teste heterogêneo - dificuldade crescente e a questão do tempo ser limitado é porque se considera suficiente para completar a tarefa proposta.
c) Influência do examinador:
Pessoais: quando a influência do examinador é bem evidente.
Impessoais: examinador se limita a administrar o rapport (são geralmente auto-administrativo)
Em principio, todos os teste são pessoais – o que varia é o grau de influencia. Os testes projetivos, em maior grau, e os psicométricos em menor grau. 
d) Modo de administração:
Individuais: suas instruções são mais complexas, exigindo maior treino por parte do aplicador, principalmente no que diz respeito à coleta das informações não-verbais expressas pelo examinando. Ex.: Rorschach; TAT; PMK; desenhos, etc.
Coletivos: não exigem contato tão direto entre examinando e examinador. Podem ser mais simples e mais fáceis de serem administrados. Aqui, perde-se o caráter particular do sujeito. Realizados em grupo de no máximo 30 pessoas - vantagem na economia de tempo.
Auto-administrados: possuem instruções na capa, não determinam tempo e dispensam a presença do aplicador, tamanha facilidade com que são executados. Podem ser coletivamente aplicados ou mesmo de forma individual. Ex.: Inventários de personalidade, Interesse.
Grupal: os membros de um grupo reúnem-se e respondem ao teste, discutindo os itens e um dos membros do grupo anota a resposta do grupo na folha de resposta do teste. Ex: Diagnóstico Tipológico Organizacional (DTO). 
e) Modo de Expressão:
Verbais : o sujeito dá respostas verbalmente, e o examinador tem que estar atento ao registro das mesmas.
Impressos: (lápis-e-papel) o examinando precisa registrar suas próprias respostas. 
Não-verbais : 
Testes gráficos (HTP; PLG; PMK) o sujeito tem de realizar algum traçado ou desenho.
Testes de execução ou manipulação: são os que se utilizam de objetos para execução de uma tarefa específica. Ex.: Cubos, armar objetos, etc (Escalas Wechsler)
f) Organização
Testes isolados: o que se precisa saber é que nenhum teste isolado medirá todas as capacidades ou características dos indivíduos.
Baterias: conjunto de testes que se destinam a medir a capacidade de diferentes indivíduos. Ex: BPR-5.
Escalas : são séries graduadas de provas que permitem uma classificação dos indivíduos, geralmente por nível de desenvolvimento. Ex.: Escalas Wechsler 
 
g) Atributo Medido :
Rendimento :
 		- escolares (medem o grau de aprendizagem de determinada disciplina).
 - profissionais (medem a competência de profissionais em determinadas ocupações).
Aproveitamento : medem o grau de eficiência na realização de uma tarefa aprendida.
Aptidão: medem o “potencial” do sujeito para aprender ou realizar uma tarefa.
 : refletem influências acumulativas de numerosas experiências da vida diária.
 : dividem em - aptidão geral ou testes de inteligência geral
 - aptidão específica
 - aptidão especial
Aptidão geral (fator g) medem a inteligência como um todo. Ex.: Raven, G 36, etc.
Aptidão específica :Thurstone em 1948, pela análise fatorial, identificou diferentes fatores intelectuais: compreensão verbal, fluência verbal, rapidez de percepção , memória, raciocínio indutivo, facilidade numérica e visualização espacial. Formam os diferentes testes de aptidão diferenciada, pois medem esses fatores individualmente: BPR-5.
Aptidão psicomotora
Aptidão visual
Aptidão perceptivo-visuo-motora
Aptidão especial : são testes de aptidão mais específica que tem aplicação única para propósitos particulares.
Personalidade : 
Nesta categoria, convencionalmente, podemos agrupar as provas destinadas a explorar os aspectos caracteriais e afetivos, isto é, os aspectos não cognitivos. 
O termo “personalidade” é aqui, portanto, bastante impróprio na medida em que a dimensão intelectual que apreendem os testes de eficiência é também um componente importante da personalidade. No entanto, o termo é consagrado pelo uso, e, por esta razão nós continuaremos a empregá-lo. 
É clássico, mas um poucoarbitrário, dividir as técnicas de avaliação da personalidade em grupos. De acordo com o processo em que elas são efetuadas, podemos dividi-las em dois grande grupos:
Projetivos
psicométricos
As técnicas projetivas apoiam-se numa teoria holística da personalidade. Elas ambicionam apreender a personalidade na sua globalidade, dando-lhes uma descrição qualitativa. Essas técnicas de avaliação da personalidade não seguem a metodologia psicométrica utilizada pela maioria dos testes, utilizando-se de referências próprias de uma abordagem clínica. Como foi dito, a preocupação é com uma investigação global e holística da personalidade e não psicométrica.
As outras técnicas fundam-se numa concepção analítica em que a personalidade é considerada como um conjunto de dimensões mais ou menos independentes. Os questionários, por exemplo, têm por objetivo apreender essas dimensões e fornecê-las uma descrição quantitativa, psicométrica.
De acordo com a orientação francesa (ANZIEU), classificou-se os procedimentos de avaliação da personalidade em dois grandes grupos: 
	TÉCNICAS ANALÍTICAS�
	TÉCNICAS SINCRÉTICAS� OU PROJETIVAS
	São baseadas em concepção analítica
Acentuam o aspecto quantitativo e estatístico 
Abordam a personalidade do ponto de vista quantitativo e analítico
Possibilidade de determinar o sujeito em grau
Trabalha com os traços� de personalidade
	São fundadas numa concepção globalista
Colocam ênfase no aspecto qualitativo e psicológico
Abordam a personalidade do ponto de vista intuitivo e global, que permite detectar um tipo, caracterizar uma pessoa, estabelecer uma síndrome.
	PRINCIPAIS PONTOS DE DIFERENÇA
	ENTRE OS DOIS GRUPOS
	As técnicas analíticas focalizam aspectos mais de periferia ou de superfície da personalidade:
Interesses
Atitudes
Traços de personalidade em sua expressão mais direta no comportamento individual
Focalizam motivações extrínsecas (o que está no exterior, o que não pertence a essência de uma coisa)
	As técnicas sincréticas ou projetivas focalizam aspectos mais profundos, em seus níveis centrais. 
Focalizam motivações intrínsecas (o que está no interior, o que pertence a essência de uma coisa)
	Na maior parte das vezes, as técnicas analíticas solicitam informes sobre aquilo que o sujeito tem conhecimento.
O procedimento é mais quantitativo e estatístico.
As técnicas analíticas pertencem aos grupos dos métodos experimentais 
(abordagem psicométrica)
	Na maior parte das vezes, as técnicas sincréticas ou projetivas solicitam aspectos daquilo que o sujeito não tem conhecimento.
O procedimento é mais qualitativo e descritivo.
As técnicas sincréticas ou projetivas pertencem aos grupos dos métodos clínicos (abordagem intuitiva e clínica)
	Questionários/inventários: QUATI, CPS, etc.
	Rorschach, TAT, HTP, CAT, Fabula de DUSS
	
D. A ESCOLHA DO TESTE
O objetivo do estudo e/ou a relevância do teste para o problema em questão é o primeiro fator a ser considerado. Se o objetivo é realizar uma seleção profissional, por exemplo, através da descrição do cargo chega-se à escolha dos testes que irão compor a bateria.
Em segundo lugar, deve-se estar atento às características dos sujeitos que sofrerão a aplicação - sexo, idade, escolaridade, etc., as quais determinam o tipo de teste a ser utilizado. Como exemplo disso, pode-se mencionar os testes de inteligência não-verbal que, como o nome indica, não necessita do uso da linguagem, sendo por isso indicado para pessoas de baixo nível de escolaridade. O TAT (Teste de Apercepção Temática) leva em conta a variável sexo, já que dispõe de pranchas comuns aos sujeitos de ambos os sexos e pranchas que são usadas separadamente para sexos diferentes.
Existem requisitos básicos em relação ao próprio teste que são extremamente relevantes: trata-se da validade, fidedignidade e da padronização do instrumento. São qualidades primárias, pois delas depende a confiança que se deposita na escolha do teste. Diz-se que um teste é válido quando ele mede realmente o que pretende medir. Por fidedignidade entende-se a capacidade do teste de repetir os resultados em ocasiões diferentes. Padronização é o processo de fixação das normas do teste, para que este possa ser usado de forma uniforme e inequívoca.
As qualidades secundárias, que também devem ser consideradas sempre que possível, dizem respeito à simplicidade técnica, à economia, à facilidade e à rapidez de aplicação, ao interesse despertado pela tarefa, ao tempo que poderá ser despendido na administração, à avaliação e interpretação, etc.
E. VANTAGENS E DESVANTAGENS DO USO DOS TESTES
 
Deve-se reconhecer o fato de que os testes não são infalíveis e não devem ser considerados como os únicos instrumentos para o fim a que se destinam. Seu uso é necessário, mas não dispensa a observação e a entrevista, que complementam sua interpretação. Por ser uma amostra de comportamento, o teste é relativamente econômico quanto ao tempo, sendo útil e prático quando se trata de avaliar grande número de pessoas simultaneamente. Seu emprego é útil para formular prognósticos e também como técnica de investigação.
Entretanto, apresenta algumas desvantagens. Não se pode abranger a totalidade do comportamento medido por um teste. Além do mais, a menos que se complementem os dados com outras técnicas.
Trabalhar satisfatoriamente com os testes e, consequentemente nos beneficiarmos de suas vantagens torna-se necessário conscientizarmos de suas limitações e da complexidade que é a mensuração em Psicologia, pois toda técnica de avaliação é uma ferramenta mediadora entre um modelo teórico e os fenômenos empíricos que procuramos compreender. E Kaufman (1982) diz: “ o valor do teste é instrumental e tudo depende da competência de quem usa e esse alguém tem que ser melhor que os testes que usa.”
PARTE III – METODOLOGIA PROJETIVA
1. FORMAÇÃO EM METODOLOGIA PROJETIVA� 
A formação em metodologia projetiva se inscreve num procedimento global, específico do cursus dos psicólogos clínicos. A hipótese central da metodologia projetiva é que as operações mentais utilizadas durante a aplicação das provas projetivas são capazes de manifestar as modalidades de funcionamento psíquico próprios a cada sujeito (examinando e examinador) na sua especificidade mas também nas suas articulações singulares�. Ela consiste, portanto, em demarcar as condutas psíquicas subjacentes às operações mobilizadas pelas provas projetivas. 
Como os franceses, pretendemos nos inscrever dentro das perspectivas abertas por Roy Schafer nos Estados Unidos e desenvolvidas na França nos anos 70 por Didier Anzieu, Nina Rausch de Traubenberg, Vica Shentoub, nós privilegiamos os modelos do funcionamento psíquico construídos pela psicanálise. As noções de conteúdos manifestos e de conteúdos latentes são aplicados à análise do material dos testes, essencialmente aos dois métodos projetivos os mais utilizados e logicamente os mais conhecidos, quer dizer, o Rorschach e o TAT. Os franceses propõem uma análise destas duas provas e sublinham sua complementaridade, apresentando os grandes eixos que estruturam o procedimento e o método de interpretação. O procedimento e o método de interpretação se inscrevem numa perspectiva clínica que define a situação em sua especificidade intrasubjetiva e intersubjetiva em termos de movimentos transferenciais (no sentido amplo) mobilizados numa situação específica, cujos componentes devem ser levados em conta. 
A concepção do funcionamento psíquico, tal como a transmite o corpus freudiano na afirmação da continuidade do normal e do patológico, constitui o fundamento de nosso procedimento. No seio da psicopatologia Psicanalítica, nós escolhemos, primeiramente, três essenciais sistemas de conflitos : o da neurose, o da patologia dos limites e do narcisismo, o da psicose, considerando para cada um as problemáticas que dele constituem o núcleo. É nesta perspectiva que nós mostramosa pertinência dos métodos projetivos em termo de diagnóstico no sentido amplo, isto é, no sentido em que as problemáticas podem colocar em evidência os pontos de apoio e as potencialidades de mudança do funcionamento psíquico. 
2. A SITUAÇÃO PROJETIVA
CLÍNICA DOS TESTES PROJETIVOS
Desde vários anos, os psicólogos estão interessados em destacar as principais características que organizam a situação projetiva, a “situação” projetiva, como o mesmo título que puderam ser definidos a situação psicanalítica ou a situação da entrevista.
O ponto comum a todas as provas projetivas reside na particular qualidade do material proposto, ao mesmo tempo concreto e ambíguo, na solicitação de associações verbais a partir deste material e enfim na criação de um campo relacional original entre o sujeito e o psicólogo clínico graças ao objeto mediador que representa o teste. 
O objetivo das provas projetivas é de permitir um estudo do funcionamento psíquico individual numa perspectiva dinâmica, isto é, se esforçando em apreciar ao mesmo tempo as condutas psíquicas possíveis de serem localizadas, mas também suas articulações singulares e suas potencialidades de mudança. A questão primordial que ordena todo trabalho sobre os testes projetivos volta a ser interrogada sobre as operações mentais empregadas durante a aplicação, com a hipótese que elas traduzem o modo de funcionamento psíquico do sujeito. É aqui que intervêm as referências teóricas que constituem o quadro de interpretação dos dados. Os testes projetivos, de fato, não contêm intrinsecamente um modelo teórico específico mesmo se seus respectivos autores dispusessem de uma orientação fenomenológica, genética, caracterológica, cognitivista ou uma abordagem sociológica, etnológica, psiquiátrica, psicopatológica podem ser aplicadas. 
A escolha do modelo psicanalítico decorre de uma posição nitidamente definida que concernem os fundamentos teóricos do estudo do funcionamento psíquico: nós nos situamos no domínio da psicanálise aplicada, que nos conduz reconsiderar os conceitos que nós emprestamos a fim de utilizá-los no campo particular da psicologia projetiva. Mas, além disto, é necessário sublinhar severamente que a participação do estudo projetivo a fins de avaliação diagnóstica em psicopatologia, introduz este procedimento de investigação dentro de uma conduta terapêutica a meio termo: compreendemos bem que a aplicação das provas projetivas não constitui uma etapa de “cura”; ela permite recolher informações profundas, dificilmente acessíveis nos quadros clínicos complexos e, a este título, se associa aos métodos de investigação cujo objetivo é estabelecer um projeto terapêutico pertinente. Neste ponto de vista, a utilização de provas projetivas oferece um recurso precioso toda vez que a clínica estiver vaga ou que se coloca a questão de um diagnóstico diferencial, essencial para estabelecer modalidades de tratamento terapêutico específico. 
De fato, as indicações de exame projetivo são múltiplas e variadas e se pode ter alguma dificuldade em destacar das mesmas as suas características comuns. O mais evidente parece ser, para empregar um apalavra que está na moda, a “demanda” de um indivíduo que sofre e a manifesta por sintomas, condutas ou queixas que desencadeiam uma consulta ou uma hospitalização. Nestes contextos, propor testes projetivos é completamente justificável.
Por outro lado, a utilização das provas projetivas no domínio da pesquisa em psicologia clínica e em psicopatologia oferece uma metodologia extremamente preciosa e fecunda. As provas projetivas inscrevem-se numa situação clínica relativamente estável e controlada (o material proposto aos sujeitos é o mesmo para todos e as condições de aplicação igualmente), se bem que se espera que se destacam um certo número de constantes características desta ou daquela população. A análise rigorosa do material em termos de conteúdos manifestos e latentes permitiu circunscrever, de um lado, os produtos cognitivos considerados como perceptivelmente adequados, de um outro, as problemáticas susceptíveis de ser ativadas ou melhor reativadas por cada um dos testes. Enfim, o sistema de análise dos protocolos, pelo recurso de cotação, permite um tratamento ao mesmo tempo quantitativo e qualitativo.
3. INDICAÇÕES E CONTEXTOS DA CONSULTA PROJETIVA 
Evidentemente, a qualidade do investimento da situação projetiva e da transferência são primeiramente associadas às condições dentro das quais a aplicação das provas é proposta. 
Nas consultas por dificuldades e transtornos psíquicos, o exame psicológico é, de modo geral, prescrito por um psiquiatra e inscreve-se num contexto de investigação cujo objetivo essencial é de ordem diagnóstica com todas suas implicações terapêuticas próprias. Não se trata de estabelecer uma etiqueta psicopatológica, mas de apreciar o conjunto das condutas psíquicas do sujeito a fim de propor um tratamento o mais adequado possível: o tipo de transtorno, a idade, a situação familiar, social, profissional, enfim, a história do sujeito constituem elementos que devem ser levados em consideração. A especificidade do exame psicológico reside na oferta de um momento e de um espaço inteiramente consagrados ao sujeito, na perspectiva claramente formulada para tentar esclarecer, com sua ajuda e sua participação efetivas, os elementos subjacentes às dificuldades que ele apresenta. 
Neste sentido e até mesmo quando há prescrição médica, o acordo do sujeito para aplicação é indispensável, ao mesmo tempo para respeitar as convenções estabelecidas pelo código de ética (código deontológico) dos psicólogos e para responder às exigências éticas pessoais que regem o compromisso clínico do psicólogo, quer dizer, seu compromisso como pessoa além de seu compromisso dentro de suas funções. O exame psicológico, em todas situações de exploração do funcionamento psíquico à fins de consulta e de tratamento terapêutico decorre, no entanto, claramente deste tempo necessário de “observação” e de investigação prévias à toda decisão terapêutica. A este ponto de vista, ele constitui um método associado à outros, e encontra aí suas indicações as mais freqüentes como as mais pertinentes. É a razão pela qual os psicólogos, que utilizam as provas projetivas com fins diagnósticos nos diferentes domínios da saúde, devem ser psicólogos clínicos diplomados e ter seguido uma formação especializada em metodologia projetiva, o que já é feito na França e que tentamos fazer aqui em Minas Gerais.
Na pesquisa em psicologia clínica e em psicopatologia, a situação relacional é mais complexa: os sujeitos não são abertamente requerentes, mesmo se eles aceitaram ativamente participar de uma pesquisa que os concerne, necessariamente. As características de investimento da situação e as modalidades de relação com o clínico estão evidentemente em declínio. No entanto, as situações as mais freqüentes reencontradas em psicopatologia condensam demanda de ajuda e colaboração à pesquisa: número de pesquisas feitas em psiquiatria sobretudo (França), solicitam os sujeitos que estão consultando ou hospitalizados : curiosidade pessoal, implicação voluntária no desejo de compreender, sentimento de obrigação pelo reconhecimento de cuidados positivos (no caso de estudos após tratamento). A condensação destes diferentes elementos e de muitos outros intervêm de maneira singular e tem efeitos essencialmente individuais, aos quais o clínico será justamente sensível na relação com o sujeito. 
Para a admissão e a seleção profissional, a metodologia projetiva não tem lugar. Essencialmente centrada sobre o funcionamento psíquico, ela propõe dele uma análise fina e profunda que decorre da intimidade da vida privada. A nosso ver, as provas projetivas não devem ser utilizadas, no domínio dos testes profissionais, nem no nível da seleção, nem no nível de admissão ou demissão de pessoal. Neste domínio, as únicas utilizações permitidas aparecessem nos serviços de psicopatologia profissional e são, então,propostas afins de orientação terapêutica por um psicólogo clínico. 
O princípio essencial que deve ordenar qualquer aplicação projetiva é que ela se faz a serviço do sujeito.
PARTE IV - RECOMENDAÇÕES BÁSICAS PARA A APLICAÇÃO DE TESTES PSICOLÓGICOS 
(Associação Brasileira de Psicologia Aplicada)
I. ANTES DA APLICAÇÃO 
Estar seguro do objetivo visado pela aplicação;
Planejar a aplicação em época oportuna (por exemplo : não imediatamente antes ou após as férias escolares ) e horários convenientes;
Ter-se submetido previamente ao teste;
Conhecer bem o manual de instruções;
Conseguir a cooperação do professor da turma (em se tratando de escolas, firmas comerciais ou industriais);
Verificar se os examinandos estão em boas condições para serem submetidos às provas (boas condições de saúde, interesse, compreensão do que irão fazer, etc...);
Verificar se os examinandos estão suficientemente motivados e informados dos objetivos das provas;
Praticar a leitura das instruções;
Verificar se há em estoque número suficiente de teste, lápis e de todo material necessário à aplicação, inclusive cronômetro;
Verificar se o local de aplicação tem cadeira suficiente para acomodar todos os examinandos, números de pessoas;
Verificar se há folha de respostas em número suficiente e se os cadernos de provas estão em boas condições;
Antecipar as perguntas que lhe serão feitas, tendo prontas as respostas;
Verificar se o local de aplicação tem boas condições de arejamento;
Providenciar para que a aplicação não seja interrompida por avisos, visitas, chamadas, etc... (sugere-se preparar um cartaz com os dizeres:
 EM TESTE
FAVOR NÃO INTERROMPER
II. DURANTE A APLICAÇÃO
Se nem todos os examinandos estiverem presentes na hora de iniciar a prova, retardar o começo para evitar interrupções;
Aplicar os testes de maneira, calma e objetiva, para que os examinandos não considerem a aplicação uma crise, mas também não levem em brincadeira;
Seguir rigorosamente as instruções da aplicação, sem no entanto, assumir uma atitude antipática e rígida;
Não tentar dar as instruções complementares de memória. Ter sempre à mão as instruções escritas para o caso de dúvidas;
Ler as instruções clara e pausadamente, tomando o devido cuidado para que todos, mesmo os que se assentam no fundo da sala, possam compreender exatamente o que se pede;
Dentro dos limites permitidos pelo manual de instruções, esclarecer os pontos principais por meio de esboços ou diagramas no quadro negro;
Evitar conversar a meia voz com qualquer pessoa que porventura esteja assistindo à aplicação;
Não iniciar a prova sem estar seguro de que todos compreenderam exatamente o que se deve fazer;
Não iniciar a prova sem que todos tenham completado os exemplos porventura incluídos no teste e dar a cada examinando oportunidade de fazer um exemplo sem ajuda do examinador;
Dar para cada prova o limite exato de tempo preconizado pelo autor da prova;
No caso de um teste de duração longa (acima de 15 minutos) escrever no quadro negro a hora em que o teste deve terminar;
Evitar olhar para o teste de determinado examinando por um período de tempo prolongado para não perturba-lo;
Andar silenciosamente pela sala para poder substituir lápis sem ponta, responder às perguntas permitidas e manter a ordem;
Evitar sair da sala de aplicação por qualquer motivo, mesmo durante os testes mais prolongados;
Ao terminar a prova, recolher prontamente os cadernos de testes, não permitindo a nenhum examinando que folheie as provas dos outros;
inspecionar todos os cabeçalhos para ver se foram corretamente preenchidos.
III. DEPOIS DA APLICAÇÃO
Se o comportamento de algum examinando durante a prova sugerir que o teste deve ser invalidado, anotar imediatamente o fato;
Verificar quais os examinandos que não compareceram às provas e providenciar para que possam fazer outro dia;
Verificar se os testes foram completados por todos os examinandos em caso de não haver limite de tempo fixo;
Dar às pessoas que vão corrigir as provas todos os esclarecimento que se fizerem necessários;
Arrumar os cadernos de provas em envelopes com as informações necessárias escritas na capa: nome do teste, nome do aplicador, data da aplicação, grupo a que foi aplicado, observação, etc.;
Se outras pessoas corrigirem as provas fazer uma revisão antes de usar resultados, se o próprio aplicador fez a correção, pedir a outrem que faça a revisão;
Se for necessário somar resultados parciais, conferindo as somas com todo cuidado;
Se os resultados devem ser transcritos em relatórios ou fichas apropriadas, conferir se no caderno da prova constam os dados essenciais: nome do examinando, idade, sexo, data de aplicação, nome do aplicador, resultado alcançado, valor equivalente em percentis ou em outras normas que forem usadas, grau de instrução do examinando, etc.;
Anotar imediatamente após a aplicação, qualquer observações que lhe ocorra ou qualquer fato que julgue de importância;
Guardar cuidadosamente este roteiro para usá-lo devidamente em cada aplicação de provas. Trata-se de recomendações imprescindíveis, mas que não devem ser memorizadas, e sim consultadas no momento oportuno.
Devolução dos resultados. 
PARTE V- PSICODIAGNÓSTICO
1.CARACTERIZAÇÃO DO PROCESSO PSICODIAGNÓSTICO�
DEFINIÇÃO
“Psicodiagnóstico é um processo científico, limitado no tempo, que utiliza técnicas e testes psicológicos, a nível individual ou não, seja para entender problemas à luz de pressupostos teóricos, identificar e avaliar aspectos específicos ou para classificar o caso e prever seu curso possível, comunicando os resultados.”
O Psicodiagnóstico é caracterizado como um processo científico porque deve partir de um levantamento prévio de hipóteses que serão confirmadas ou anuladas através de passos predeterminados e com objetivos precisos.
A avaliação psicológica é mais ampla que o psicodiagnóstico, e seu objeto de estudo pode ser um sujeito, um grupo, uma instituição, uma comunidade, daí a importância dos trabalhos interdisciplinares já que o objeto a avaliar é sempre um sistema complexo, integrado por subsitemas diversos: biológico, psicológico, social, cultural, em interação permanente.
O psicodiagnóstico está mais vinculado com a clínica, está vinculado com temas de interesse: nosologias psicopatólogicas, critérios de saúde psíquica, enfoques patogênicos e saudáveis. Logo, diagnosticar supõe situarmo-nos no plano do processo saúde-enfermidade e poder determinar em que medida se está ou não em presença de uma patologia ou transtorno que necessita de um determinado tipo de intervenção.
O processo do Psicodiagnóstico é limitado no tempo porque ele é baseado num contrato de trabalho entre paciente ou responsável e o psicólogo, tão logo os dados iniciais permitam estabelecer um plano de avaliação e, portanto, uma estimativa do tempo necessário para sua realização (número aproximado de sessões de exame).
O plano de avaliação é estabelecido com base nas perguntas ou hipóteses iniciais, definindo-se não só quais os instrumentos necessários, mas como e quando utilizá-los. 
Pressupõe-se, evidentemente, que o psicólogo saiba que instrumentos são eficazes, isto é, quais instrumentos podem ser eficientes, se aplicados com propósitos específicos, para fornecer respostas a determinadas perguntas ou testar certas hipóteses. Por este grande motivo, é que o psicólogo deve conhecer os diferentes instrumentos de avaliação psicológica. 
Depois da administração de uma bateria de testes, nós obtemos dados que devem ser articulados com as informações da história clínica, da história pessoal ou com outras, a partir do elenco das hipóteses iniciais, para permitir uma seleção e uma integração, rodeada pelos objetivos do psicodiagnóstico, que determinam o nível de inferências que deve ser alcançado. 
2.OBJETIVOS DO PSICODIAGNÓSTICO 
O processo psicodiagnóstico pode

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