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MATERIAL DIDÁTICO ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MULHER U N I V E R S I DA D E CANDIDO MENDES CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA PORTARIA Nº 1.282 DO DIA 26/10/2010 Impressão e Editoração 0800 283 8380 www.ucamprominas.com.br 2 SUMÁRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO ................................................................................... 03 UNIDADE 2 – APARELHO REPRODUTOR FEMININO .......................................... 06 UNIDADE 3 – EMBRIOLOGIA DOS ÓRGÃOS GENITAIS FEMININOS ................. 17 UNIDADE 4 – GLÂNDULAS MAMÁRIAS ................................................................ 21 UNIDADE 5 – SISTEMA URINÁRIO FEMININO ...................................................... 26 UNIDADE 6 – FISIOLOGIA MENSTRUAL: ENDÓCRINO-METABÓLICA .............. 28 UNIDADE 7 – FISIOLOGIA DA RESPOSTA SEXUAL ............................................ 38 UNIDADE 8 – FISIOLOGIA DA GESTAÇÃO ........................................................... 48 UNIDADE 9 – APARELHO REPRODUTOR MASCULINO ...................................... 60 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 66 3 UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO Enquanto a Anatomia se reporta ao estudo científico da estrutura do corpo humano: células, tecidos, órgãos e sistemas; a Fisiologia estuda aspectos do funcionamento do corpo humano, tais como metabolismo e divisão celular. Evidentemente que não é possível estudar estrutura separadamente da função, portanto, veremos concomitantemente ambas as áreas da Ciência, com foco no sexo feminino. Quando pensamos em anatomia e fisiologia sexual e reprodutiva, sua importância para a área da saúde passa pelo aconselhamento sexual, planejamento familiar, assistência no ciclo gravídico-puerperal, promoção da saúde em geral e autoconhecimento. De antemão, podemos dizer que as características sexuais do ser humano podem ser classificadas em primárias e secundárias. As primárias dizem respeito aos órgãos sexuais externos, já presentes no nascimento e que permitem a identificação do bebê como menino ou menina. As características secundárias são físicas que se acentuam na puberdade e acentuam as diferenças entre homens e mulheres. Essas características secundárias surgem a partir da puberdade; podem ocorrer muito lentamente e se estenderem por alguns anos ou se iniciarem subitamente e estarem completas em dois anos, além de fornecerem aos corpos masculino e feminino sua aparência adulta “típica”. Frise-se que apesar de toda evolução pela qual já passou a ciência, por todos os investimentos decorrentes das pesquisas que nos oferecem novos conhecimentos, ainda estamos longe de entender completamente a anatomia e fisiologia do corpo humano. Vejamos na ilustração a seguir algumas das diferenças entre o homem e a mulher. 4 1) cabelo; 2) pelo facial; 3) traços faciais; 4) pescoço; 5) ombros; 6) peito; 7) pelo corporal; 8) mamas; 9) músculos; 10) braços; 11) pelos pubianos; 12) quadris; 13) pés e mãos; 14) coxas; 15) ângulo entre perna e coxa. De todo modo, estamos sempre buscando entender o corpo humano para promover as intervenções necessárias que levem a um estado saudável e você enquanto profissional da saúde que lidará com clientes/pacientes nos mais diversos estados de saúde precisa ter uma visão integrada da anatomia e fisiologia para poder lidar melhor com toda essa complexidade. Portanto, neste módulo, veremos detalhes das genitálias interna e externa do aparelho reprodutor feminino, a embriologia, as glândulas mamárias, a fisiologia menstrual, da resposta sexual e da gestação. Breves pinceladas serão dadas ao aparelho reprodutor masculino. 5 Esperamos capacitá-lo para compreender a anatomia e fisiologia perante as diferentes condições do ciclo de vida da mulher, bem como alterações endócrino- metabólicas que fazem uma verdadeira revolução no corpo da mulher. Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmica tenha como premissa ser científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um pouco às regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar, deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores, incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma redação original e tendo em vista o caráter didático da obra, não serão expressas opiniões pessoais. Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, encontram-se outras que foram ora utilizadas, ora somente consultadas, mas que, de todo modo, podem servir para sanar lacunas que por ventura venham a surgir ao longo dos estudos. 6 UNIDADE 2 – APARELHO REPRODUTOR FEMININO O aparelho genital feminino tem a sua constituição formada pelos genitais externos, que propiciam condições para a copulação por meio das suas estruturas, internos, que promovem a reprodução mediante a união dos gametas feminino e masculino (RICCI, 2008). A mulher apresenta diversas fases na sua vida, as quais estão delimitadas pela função ovariana. Ao nascimento, os ovários se encontram com a sua função inativa; enquanto assim estiverem, demarca-se a infância; em seguida, vem a puberdade, período de transição, onde terá início a produção de níveis fisiológicos e estrogênios. A menacme (ou fase reprodutiva) se dá com o início dos ciclos ovulatórios e o completo desenvolvimento puberal. Contudo, com o passar do tempo, terá o início a falência ovariana, a qual é progressiva, demarcando com isso o climatério, que se manifesta por meio da menopausa, última regra. Salientamos, contudo, que estão mantidas as condições para manutenção de uma vida sexual ativa na fase climatérica (RAMOS; MENDONÇA, 2010). O aparelho genital feminino pode ser acometido de malformações, acarretando importantes conflitos emocionais quanto a sua condição de ser feminino, os quais podem envolver a sexualidade e a reprodução. As malformações uterinas e vaginais decorrem de anomalias do desenvolvimento dos ductos de Müller, cuja fisiopatologia molecular é desconhecida. Podem estar associadas entre si, isoladas ou associadas a malformações de outros sistemas orgânicos (RAMOS; MENDONÇA, 2010). As mamas consistem em elevações peitorais e se localizam na face anterior do tórax. Participam do aparelho genital em função da relação estabelecida com este como complemento na gestação, da relação com os hormônios femininos, dentre outras (BRUNNER; SUDDARTH, 2005). Em se tratando do aparelho reprodutor masculino, este apresenta órgãos comuns ao sistema reprodutivo e ao trato urinário. Estes são especializados na secreção da testosterona (hormônio masculino) e produção, manutenção e transporte do espermatozoide (células sexuais masculinas), juntamente com os 7 líquidos de apoio ao sistema reprodutor feminino (RICCI, 2008; BRUNNER; SUDDARTH, 2005). 2.1 Genitália externa A genitália externa feminina é compreendida pelo monte de vênus, grandes e pequenos lábios, clitóris, meato uretral, vestíbulo e suas glândulas, e o hímen. Estão localizados entre a borda inferior do abdome, prolongando-se até o ânus. Têma função de proteção e, durante a relação sexual, atuam como tecido sensível (RAMOS; MENDONÇA, 2010). Fonte: Ramos; Mendonça (2010, p. 2). a) Monte de Vênus: Estrutura superior da região vulvar, está situada na borda inferior do abdome e é constituída de tecido gorduroso, coberto por pelos. Confere proteção aos tecidos circundantes contra os traumatismos e apresenta sensibilidade (RICCI, 2008; CAMARGOS; MELO, 2001). b) Grandes Lábios: Órgãos duplos, ricos em tecido adiposo, os grandes lábios formam as porções laterais da vulva. Provenientes do monte de vênus, recobrem o introito 8 vaginal. Seus limites são as comissuras anterior e posterior, onde ocorrem suas fusões. Apresentam folículos pilosos na porção lateral e glândulas sebáceas. Além disso, protegem os tecidos subsequentes contra traumatismos (COOPLAND, 1996; CAMARGOS; MELO, 2001). c) Pequenos Lábios: Órgãos duplos, ricos em vasos sanguíneos, localizam-se entre os grandes lábios e se estendem da extremidade superior da vulva, passando pelo prepúcio do clitóris, até se unirem aos grandes lábios na comissura posterior e delimitarem o vestíbulo vaginal. Não apresentam folículos pilosos. São compostos por tecido conjuntivo denso e erétil, apresentando grande sensibilidade à manipulação. As malformações congênitas da vulva são raras, porém as pequenas diferenças no contorno ou no tamanho dessas estruturas não são raras, podendo apresentar aspectos diferentes, como vulva arrebitada, duplicação da vulva e hipertrofia ou assimetria das ninfas (pequenos lábios) (COOPLAND, 1996; CAMARGOS; MELO, 2001). d) Hímen: Originário da membrana urogenital, circunda a entrada da vagina, separando-a do vestíbulo. Pouco resistente e dilacerável, apresenta formato e espessura variados. Apresenta os seguintes tipos: d.1) Anular: o mais comum, consiste em uma faixa musculosa, elástica, que circunda parcialmente o introito vaginal. d.2) Complacente: é distensível, porém não se rompe. d.3) Cribriforme: cobre toda a entrada da vagina, mas possibilita a exteriorização do fluxo menstrual em virtude da presença de vários orifícios; todavia, não permite o seu rompimento. d.4) Septado: acarreta divisão na entrada da vagina. d.5) Fibroso ou espesso: permeável, porém resistente. É necessária incisão em caso de hímens que não permitem a penetração. 9 A integralidade do hímen foi aceita por muito tempo como sinal de virgindade; contudo, o seu rompimento não sobrevém apenas da relação sexual, mas também do parto ou de genealogia traumática (distensões e lacerações por acidentes ou introdução de objetos), ou ainda em decorrência da masturbação. Sua presença é ainda hoje muito significativa em virtude das várias culturas e religiões. Seus resquícios são denominados carúnculas himenais. A malformação do hímen resulta da falha de perfuração da membrana urogenital, acarretando a presença do hímen imperfurado, que oblitera completamente a vagina. Observa-se no hímen que, além da má formação, podem ocorrer situações anômalas que levam ao bloqueio da exteriorização das secreções vaginais e do fluxo menstrual, assim como à interferência na relação sexual, necessitando correção por meio cirúrgico. A correção deve ser realizada por meio de excisão para evitar uma nova fusão, evitando com isto nova obliteração (COOPLAND, 1996). e) Clitóris: Órgão erétil e cilíndrico, homólogo ao corpo esponjoso do pênis, não apresenta as funções excretora e reprodutiva. Localizado na borda da comissura anterior dos pequenos lábios, é constituído pelos ramos, corpo e glande. Sua ereção se deve ao intumescimento durante a excitação. Tem participação relevante na atividade sexual, sendo sua principal função proporcionar prazer sexual à mulher. Por ser bastante irrigado e rico em inervações, torna-se uma área extremamente sensível. O clitóris pode apresentar anomalias congênitas ou adquiridas, inclusive de formas notáveis, como hipertrofia e agenesia ou duplicação, podendo haver a presença de outras anomalias congênitas (JACOB; FRANCONE; LOSSOW, 1990; COOPLAND, 1996). f) Vestíbulo: Fenda entre os pequenos lábios que se estende do clitóris à região posterior do hímen, tem a função de orientar o pênis para a vagina durante a relação sexual. É constituído de meato uretral, introito vaginal e glândulas acessórias. f.1) Parauretrais (Skene): pequenas glândulas sebáceas situadas na base da uretra, cumprem a função de lubrificação. 10 f.2) Vulvovaginais (Bartholin): situadas bilateralmente sob os grandes lábios, têm a função de produzir muco (RAMOS; MENDONÇA, 2010). g) Bulbo do Vestíbulo: Órgão duplo, coberto pelos músculos bulbo cavernoso e bulbo esponjoso, de característica erétil, localiza-se lateralmente ao introito vaginal, que é acolchoado por ele. Durante a excitação, apresenta-se ingurgitado, distendido, em virtude da congestão (resposta genital apresentada nesta fase), provocando resistência à penetração peniana e predispondo as sensações sexuais (CAMARGO; MELO, 2001). h) Períneo: Estende-se da borda inferior da abertura vaginal até o ânus e encontra-se circundado por coxas, nádegas e monte de vênus. É formado pelos músculos levantadores do ânus e sua fáscia, os músculos perineais transversos profundos e sua fáscia e os músculos da genitália externa. Por causa de sua localização, participa de maneira importante no parto (RAMOS; MENDONÇA, 2010). 2.2 Genitália interna Esta é compreendida por vagina, útero, tubas uterinas e ovários que estão ilustrados adiante. a) Vagina: Órgão tubular, virtual (as paredes anterior e posterior estão em constante contato), a vagina se estende do útero até a abertura para o vestíbulo, terminando externamente, nas virgens, com o hímen. Encontra-se circundada pela bexiga, à frente, cuja porção inferior relaciona-se com a uretra; e o reto, por trás, que em sua porção superior relaciona-se com o fundo-de-saco de Douglas (escavação retouterina). Estas relações com outras estruturas pélvicas explicam as uretrites e cistites traumáticas em função do coito vaginal e as rupturas de fundo-de-saco vaginais decorrentes do coito vaginal. Em função desta relação anatômica, quando apresenta coleções patológicas, como pus (pelviperitonite) ou sangue 11 (hemoperitônio), sua drenagem (colpotomia) será realizada através do canal vaginal (RAMOS; MENDONÇA, 2010). A vagina transpõe e abrange parte do colo do útero, que se projeta dentro dela. Sua constituição é musculomembranosa, e a mucosa contém rugas que promovem sua distensão sem que haja lacerações, ocorrendo a adaptação de suas dimensões fisiologicamente ao parto ou ao coito vaginal. Todavia, no puerpério e nas mulheres na fase da menopausa, essa elasticidade pode apresentar-se reduzida em virtude da baixa do nível de estrogênio, a qual é reparada por meio da terapêutica hormonal. A vagina é composta de células basais internas, basais externas, intermediárias e superficiais. Na vagina em repouso, tanto nas mulheres grávidas como nas não grávidas, normalmente ocorrem contrações com a finalidade de auxiliar a limpeza desta, expelindo os seus conteúdos, além de auxiliar também a manutenção do fluxo sanguíneo para as estruturas musculares e epiteliais. Sua vascularização se dá através das artérias que provêm dos ramos vaginais da artéria uterina, da artéria vaginal, ramo da artéria ilíaca interna, e de ramos da artéria retal média e da artéria pudenda interna (BEREK, 2008; HANSEN; LAMBERT, 2007). Apresenta função de: a) Copulação, na relação sexual. Na fase de excitação (segundo Master & Johnson, 1996 apud RAMOS; MENDONÇA,2010), ocorrem a lubrificação (forma-se uma cobertura transparente e escorregadia) sobre as suas paredes e a alteração da cor de vermelho-violácea a vermelho-escura; nestas, sua expansão atinge dois terços de seu comprimento. Na fase do platô, o terço exterior está bastante congesto, com redução de calibre, ocorre aumento posterior da largura e da profundidade da vagina. Na fase do orgasmo, o terço exterior da vagina sofre intensas contrações, as quais são reduzidas, gradualmente, a espasmos ocasionais; na fase de resolução, dispersa-se a vasocongestão, a tensão vaginal se resolve, e há um retorno da normalidade da cor. b) Menstruação: ocorre o escoamento do material sanguinolento. c) De canal: no parto, permite a saída do feto. A vagina pode apresentar malformações, as quais são raras e geralmente diagnosticadas na adolescência ou na mulher adulta. Decorrem de falha de 12 canalização ou de fusão lateral dos ductos de Müller: agenesia da vagina (síndrome de Rokitansky), que pode ser total ou parcial, septo vaginal vertical, septo vaginal transverso e hímen imperfurado (COOPLAND, 1996). Genitália interna Fonte: Ramos; Mendonça (2010, p. 6). b) Útero Órgão muscular, oco, de estrutura piriforme (pera invertida), mede cerca de 8 x 5 x 3cm (COPELAND, 1996). Posiciona-se na parte central da pelve, em anteversoflexão, entre a bexiga (o qual apresenta contato direto com a parede uterina no terço inferior do útero) e o reto. Nas suas faces vesical e intestinal (ventral e dorsal, respectivamente), encontra-se em contato com o fundo-de-saco peritoneal (escavação retouterina). Comunica-se com as tubas uterinas, superiormente (através das quais se comunica com a cavidade abdominal), e com a vagina (através do canal cervical), inferiormente. Contudo, sua forma, localização e dimensões são variáveis. Sua sustentação é realizada por ligamentos flexíveis e elásticos, que possibilitam a sua mobilidade. Estes incluem os redondos, que são cordões fibromusculares; o largo, que reveste externamente a maior parte dos nervos e vasos que nutrem o útero e os ovários, e os uterossacros, que contêm vasos sanguíneos e feixes nervosos. O útero divide-se por regiões: o corpo representa a 13 parte superior, estendendo-se do fundo (área entre as trompas de Falópio) ao istmo, que corresponde à área intermediária e estreita, e o colo uterino é a área inferior, que se estende até a vagina. Seu ângulo lateral é denominado corno. O útero é composto por camadas: Serosa – externa, contínua com o peritônio; Miométrio – média, espessa e muscular; Endométrio – interna, podendo apresentar alterações provocadas pelos hormônios (RAMOS; MENDONÇA, 2010). O suprimento sanguíneo do útero é fornecido pelas artérias uterinas e ovarianas (BEREK, 2008). Sua função é a de receber o óvulo fecundado, abrigar, proteger e propiciar, por meio da nutrição, o desenvolvimento do embrião e a expulsão do feto quando maduro. Pode apresentar malformações em virtude das alterações no desenvolvimento dos condutos de Müller, como agenesia e hipoplasia uterina (geralmente associada à síndrome de Rokitansky), útero unicorno (evolução de apenas um corno – ângulo lateral), útero bicorno (divisão na parte superior em dois cornos – pode ser completo, parcial ou arcuado), útero septado (apresenta septo longitudinal), útero didelfo (desenvolvimento de dois corpos uterino independentes, inclusive com dois colos, podendo estar associado à presença de septo vaginal longitudinal (BEREK, 2008, HANSEN; LAMBERT, 2007, MOORE; PERSAUD, 2008) e anomalias associadas ao dietilestilbestrol (DES – estrogênio sintético). Com relação às malformações comuns, em sua maioria são assintomáticas, sendo diagnosticadas quando ocorrem na presença da dismenorreia ou intercorrências na reprodução, podendo, muitas vezes, seu diagnóstico ser realizado ao acaso. Contudo, apenas a agenesia uterina e a hipoplasia uterina interferem na concepção. Essas alterações não parecem interferir na resposta sexual feminina (COOPLAND, 1996). c) Colo Uterino: Apresenta tecidos muscular e conjuntivo, sendo formado por ectocérvice (região externa do colo, orifício externo até fundo-de-saco vaginal), endocérvice (orifício externo até o orifício interno do colo) e junção escamocolunar (linha entre os 14 dois epitélios – escamoso e colunar – que revestem o colo; dependendo da condição hormonal, a função escamocolunar pode estar na ecto ou endocérvice). O colo apresenta um canal central (canal cervical) que se estende da vagina até o interior do útero; divide-se em porções supravaginal e vaginal, projetando-se na vagina entre os fundos-de-saco anterior e posterior, os quais são definidos pela reflexão do peritônio da face anterior do reto sobre a face posterior da vagina (escavação retouterina). O colo tem como funções proteger o embrião e a cavidade uterina contra as bactérias, permitir a passagem do espermatozoide para o útero e, durante o parto, tornar possível a passagem do feto (RAMOS; MENDONÇA, 2010). Pode apresentar malformações, as quais têm como consequências: obstrução do fluxo menstrual, refluxo menstrual abdominal com possibilidade de originar endometriose (presença de tecido endometrial fora da mucosa uterina), hematossalpinge ou hematometra (acúmulo de sangue na cavidade uterina) com tumoração hipogástrica. A agenesia cervical é uma anomalia rara que pode apresentar várias formas, como ausência total do colo, colo com tecido estromal exclusivo, sem canal endocervical, e colo sem canalização, mas com inclusão de ilhas de tecido endocervical, com associação frequente a graus variados de agenesia vaginal (COOPLAND, 1996; HANSEN; LAMBERT, 2007). d) Trompa de Falópio (Ovidutos): Estrutura bilateral, localiza-se nos bordos superiores do útero, estendendo- se lateralmente até o ovário. Apresenta três porções: d.1) Intersticial ou intramural: porção estreita que apresenta contato direto com a cavidade uterina. d.2) Istmo: de localização intermediária, entre a ampola e o interstício, é a porção menos estreita da trompa. d.3) Ampola: apresenta contato direto com a cavidade abdominal; porção mais longa, em sua extremidade encontram-se as fimbrias (região do infundíbulo), que se aproximam da superfície ovariana, predispondo à captação dos óvulos. A mucosa interna da ampola apresenta cílios, os quais, juntamente com os movimentos peristálticos, impulsionam o óvulo até o útero (JACOB; FRANCONE; LOSSOW, 1990; BEREK, 2008; HANSEN; LAMBERT, 2007; AIRES, 2008). 15 Pode apresentar agenesia segmentar, inclusive com associação a útero bicorno e agenesia unilateral associada a útero unicorno (COOPLAND, 1996). e) Ovário (Gônada): Órgão duplo que corresponde à glândula sexual feminina, tem formato ovoide (amêndoa). Localiza-se à direita e à esquerda do útero, sendo ligada a este pelos ligamentos ovarianos. Seu formato e tamanho variam de acordo com a fase do ciclo menstrual e a idade da mulher. Divide-se em córtex e medula interna. Sua vascularização arterial é realizada através das artérias ovarianas venosas – plexo pampiniforme. Sua atividade é regulada pela hipófise. Tem a função de produzir óvulos e hormônios (estrogênio e progesteronal) (COOPLAND, 1996; BEREK, 2008; AIRES, 2008). Pode apresentar anomalias, como ovários supranumerários e acessórios, síndrome do ovário rudimentar e síndrome do ovário vestigial unilateral, além de disgenesia gonádica (RAMOS; MENDONÇA, 2010). f) Estruturas Circunvizinhas: Fazem parte da anatomia clínica da pelve e estão diretamente ligadas ao aparelho genital feminino. Em virtude de sua localização, podemocorrer fístulas mediante procedimentos cirúrgicos, ou podem influenciar a posição do útero por causa de conteúdo, ou este pode exercer influência sobre o útero. São constituídas por: f.1) Ureter: conduto excretor do rim que se estende à bexiga e nesta desemboca pelo ângulo lateral. É retroperitoneal em todo o seu percurso. f.2) Bexiga: órgão oco, musculomembranoso e elástico, divide-se em corpo e base, os quais são separados pelos orifícios ureterais. Situa-se na cavidade pélvica, na frente do útero e da vagina. f.3) Reto: continuação do cólon sigmoide, extremidade final do trato digestório, localizado por trás do útero e da vagina (COOPLAND, 1996). 16 g) Pelve Feminina: A pelve feminina é composta pelos ossos do quadril, que formam seus lados e sua frente e que se dividem em: ílio (superior), ísquio (inferior) e púbis (frontal, a união desta forma à sínfise púbica). Posteriormente, encontra-se o sacro. O cóccix localiza-se abaixo, unido ao sacro. Divide-se em: pelve falsa – parte superior da pelve – e pelve verdadeira (cavidade pélvica) – parte inferior da pelve, composta pelo estreito superior – onde ocorre a separação das pelves, cavidade, canal recurvado – e pelo estreito inferior – espaço entre as tuberosidades isquiáticas, a ponta do cóccix, a sínfise pubiana e o arco púbico. Os órgãos reprodutores internos femininos, a bexiga e o reto estão localizados na pelve verdadeira. A sua vascularização ocorre através das redes: arterial – artéria sacra mediana, artéria ilíaca interna ou hipogástrica, que apresenta ramos viscerais e parietais; venosa – as veias da pelve drenam para a veia mesentérica inferior, a veia ilíaca comum e a veia ilíaca interna ou hipogástrica; linfática – linfonodos ilíacos externos, interno e comum. Segundo a obstetrícia, a pelve feminina pode ser classificada como: ginecoide, androide, antropoide e platipeloide. Visto a anatomia dos órgãos genitais femininos, vejamos agora um pouco de sua embriologia. 17 UNIDADE 3 – EMBRIOLOGIA DOS ÓRGÃOS GENITAIS FEMININOS A Embriologia é a parte da Biologia que estuda a formação e desenvolvimento do embrião. No ato da fecundação ocorre a determinação dos sexos cromossômico e genético do embrião, mediante a presença dos cromossomos X e Y, que conduz ao desenvolvimento do sexo gonádico. As gônadas são indiferenciadas até a sexta semana de vida embrionária, sendo sua diferenciação iniciada a partir daí, e levando à diferenciação em genitálias interna e externa. Contudo, a sexualidade não depende apenas desses aspectos, sofrendo influência dos aspectos sociais, familiares, educacionais e psicológicos (MOORE; PERSAUD, 2008). A determinação do sexo genético ocorre na fecundação, em função da união dos gametas masculino e feminino, com a mulher apresentando o genótipo XX e o homem, o genótipo XY. A célula masculina promove esta definição, em virtude da presença do X e do Y (BEREK, 2008; MOORE; PERSAUD, 2008; PINOTTI; BARROS, 2004). Então: Com relação à determinação do sexo gonádico, diz-se que as gônadas de embriões masculinos e femininos são morfologicamente indiferenciáveis, com uma camada medular e outra cortical (bissexual) até a sétima semana do desenvolvimento (RAMOS; MENDONÇA, 2010). Nesta etapa, duas pregas ou cristas gonodais apresentam determinado número de células germinativas primordiais, oriundas da parede do saco vitelino. Além disso, também estão presentes os cordões sexuais, que resultam da multiplicação das células da superfície da gônada. 18 A partir da sétima semana, diferenciam-se em testículos ou ovários em decorrência da presença ou não do cromossomo Y. A presença do cromossomo Y acarretará a formação dos testículos, com os cordões sexuais se multiplicando na porção medular da gônada, compondo os cordões seminíferos, que darão origem aos canais seminíferos. Sua ausência, por outro lado, implica a formação dos ovários. Os cordões sexuais primários degeneram na região medular e, à medida que os cordões corticais crescem, estes incorporam células germinativas primordiais. Quando esses cordões começam a romper-se, formam-se agrupamentos isolados de células, que consistem nos folículos primordiais, cada um dos quais é constituído de uma ovogônia. Muitas das ovogônias degeneram antes do nascimento, e as que permanecem crescem, tornando-se ovócitos primários (RAMOS; MENDONÇA, 2010). Determinada esta diferenciação, o desenvolvimento das genitálias interna e externa ocorrerá de acordo com a ação dos hormônios. Quanto ao sexo somático, as diferenciações da genitália interna e externa iniciarão por volta da oitava semana. a) Genitália Interna Na fase embrionária, existem inicialmente dois pares de ductos: um par mesonéfrico e outro paramesonéfrico. Os ductos de Wolf ou wolffianos (túbulos mesonéfricos) irão originar os órgãos sexuais masculinos – epidídimo, deferente, canal ejaculador, vesícula seminal – e os ductos de Müller (túbulos paramesonéfricos) originarão os órgãos sexuais femininos – as trompas da porção superior dos ductos de Müller. O útero e uma porção da vagina originam-se da fusão da parte inferior deste ducto. Os ovários originam-se das gônadas primitivas (MOORE; PERSAUD, 2008; PINOTTI; FONSECA; BAGNOLI, 2005). As células de Sertoli iniciam a produção do hormônio antimülleriano (HAM), induzindo a regressão dos ductos paramesonéfricos. No embrião feminino, a ausência de testosterona e do hormônio antimülleriano e o desenvolvimento normal do ovário acarretarão a regressão dos ductos de Wolff, havendo com isto o desenvolvimento dos ductos de Müller e não sendo necessária a presença de 19 estrogênio para que se dê o desenvolvimento dos órgãos femininos (RAMOS; MENDONÇA, 2010; MOORE; PERSAUD, 2008). b) Genitália Externa A genitália externa será caracterizada, nos diferentes sexos, pela presença ou ausência de androgênios. A genitália feminina desenvolve-se na ausência desse hormônio. Sua diferenciação está ligada à presença de di-hidrotestosterona. Entre a quarta e a nona semana de gestação, nos embriões masculinos e femininos, a genitália tem aspecto comum, sendo um tubérculo genital, o que é volumoso até a nona semana (o falo). Em posição ventral à membrana cloacal, está limitado, por dentro, pelas pregas urogenitais e, por fora, pelas proeminências labioescrotais (CAMARGOS; MELO, 2001; MOORE; PERSAUD, 2008). Nas meninas, no final da oitava semana de gestação, existem o tubérculo genital, que constituirá o clitóris, as pregas labioescrotais, os grandes lábios, e as pregas urogenitais, que darão origem aos pequenos lábios. Esta se encontra completa em torno da 20ª semana, com a canalização completa da vagina (MOORE; PERSAUD, 2008). No sexo masculino, devido aos androgênios, o falo e as pregas genitais crescem e se soldam na linha mediana, de trás para diante, formando a face inferior do pênis e compondo a uretra peniana. O meato uretral é levado para a extremidade do pênis. Esta se encontra completa na 14ª semana de gestação (MOORE; PERSAUD, 2008). c) Caracteres Sexuais Secundários Meninos e meninas, até que se inicie o desenvolvimento puberal, têm grande semelhança. Nas meninas, o aumento dos estrogênios ovarianos levará ao arredondamento dos quadris, ao crescimento das mamas e ao surgimento da menstruação. 20 Nos meninos, por sua vez, os androgênios levarão a uma distribuição muscular característica, ao crescimento dos pelos e à transformação da voz em grave. O sexo legal é determinado por meio do registro civil. Este resulta da observação da genitália externaao nascimento. No que se refere ao sexo da criação, este será determinado de acordo com a forma como a criança é criada; contudo, é o seu sentimento em relação ao sexo que determinará o sexo psicossocial (PINOTTI; BARROS, 2004). Visto que, inicialmente, as gônadas são indiferenciadas, Ramos e Mendonça (2010) salientam que a sua diferenciação pode ocorrer de modo anormal, acarretando a intersexualidade, que se apresenta sob as seguintes formas: a) Pseudo-hermafroditismo feminino: apresenta genitália interna do sexo feminino e os órgãos externos são masculinos em diferentes graduações, em função da produção inadequada de androgênios pela suprarrenal. b) Hermafroditismo: apresenta tecidos ovariano e testicular, podendo estar presente em glândulas diferentes ou na mesma glândula. A genitália externa é ambígua. c) Pseudo-hermafroditismo masculino: decorrente da produção deficiente do hormônio masculino, com desenvolvimento testicular normal. Os portadores apresentam aparência e comportamento psicológico femininos, mas são geneticamente masculinos. d) Síndrome de Turner (disgenesias gonádicas): as gônadas têm forma de estrias, não apresentam elementos ovarianos ou testiculares e são rudimentares. Na puberdade, não há desenvolvimento de caracteres sexuais secundários em função da ausência de estrogênios. 21 UNIDADE 4 – GLÂNDULAS MAMÁRIAS As glândulas mamárias ou simplesmente “mama”, é uma parte do corpo considerada um atributo de beleza sexual e está intimamente relacionada com a essência feminina. É um órgão reprodutor acessório do sistema reprodutor feminino que, após a gestação, tem a função de secretar o leite materno (RICCI, 2008; BRUNNER & SUDDARTH, 2005; BEREK, 2008). 4.1 Anatomia das Glândulas Mamárias As glândulas mamárias são em número de dois, pareadas, e cada mama se localiza na face anterior do tórax, anteriormente à fáscia profunda dos músculos peitoral maior, serrátil anterior, oblíquo externo e bainha anterior do reto abdominal, estendendo-se como uma estrutura convexa desde o esterno, medialmente, até a linha axilar anterior ou média, lateralmente. Anatomia das mamas e áreas mamárias Fonte: Ramos e Mendonça (2010, p. 15). De acordo com seu tamanho, encontra-se entre a segunda ou terceira e a sexta ou sétima costelas. A mama ocupa um espaço entre os folhetos superficial e profundo da fáscia superficial da parede torácica anterior, em razão de seu 22 crescimento da superfície para a profundidade. Possui uma pequena extensão de tecido glandular que se estende para dentro da axila – prega axilar anterior – chamada cauda axilar de Spencer. Os ligamentos de Cooper, que consistem em septos fibrosos, envolvem os lobos, propiciando a manutenção da mama em posição e permitindo-lhe sustentação e mobilidade (CAMARGOS; MELO, 2001; JACOB; FRANCONE; LOSSOW, 1990; MENKE et al, 2007). A glândula mamária é revestida por pele e apresenta centralmente uma área circular pigmentada – a aréola – que no seu centro dispõe de uma elevação cilíndrica denominada papila ou mamilo. A aréola e o mamilo apresentam profundamente fibras musculares lisas, dispostas de forma radial e circunferencialmente, que promovem a ereção do mamilo em resposta aos estímulos, como o da sucção. A aréola possui na sua margem glândulas sudoríparas e sebáceas, além de glândulas sudoríparas modificadas, que são formações em relevo dispostas de modo irregular no seu interior, chamadas tubérculos de Morgagni, que se hipertrofiam na gravidez, quando passam a ser conhecidas como tubérculos de Montgomery (CAMARGOS; MELO, 2001; JACOB; FRANCONE; LOSSOW, 1990; MENKE et al, 2007). Cada mama contém de 15 a 20 lobos, em formato de cone, os quais se ramificam em lóbulos que contêm grupo de ácinos (alvéolos – os quais são envolvidos por fibras mioepiteliais contráteis), que terminam em um ducto lactífero que se abre através do mamilo por um orifício. O seio lactífero é uma dilatação do ducto e serve de reservatório para o leite produzido no alvéolo. Cada um dos lobos possui um canal galactóforo ou canal excretor principal, onde se juntam os canais secundários dos lóbulos e os ácinos. O tecido de composição da mama é glandular (parênquima), gorduroso e conjuntivo, sendo a mama rica em tecido adiposo, que forma um envoltório de proteção para a glândula mamária (RICCI, 2008; CAMARGOS; MELO, 2001; JACOB; FRANCONE; LOSSOW, 1990; FREITAS et al., 2006; MENKE et al, 2007). A sua irrigação se dá através dos ramos da artéria axilar – torácica lateral – ramos torácicos altos e peitorais do tronco toracoacromial, ramos laterais das artérias intercostais posteriores e ramos da artéria mamária interna. A parte sensitiva da glândula mamária, a inervação, é realizada pelos ramos cutâneos laterais e anteriores do segundo ao sexto nervos intercostais, tendo ainda o nervo 23 supraclavicular, originário do plexo cervical, que inerva uma região da pele sobre a porção superior da mama. A drenagem da mama é realizada por um grupo de gânglios axilares e a cadeia mamária interna de gânglios (CAMARGOS; MELO, 2001; COOPLAND, 1996). 4.2 Embriologia O tecido mamário se origina do ectoderma e do mesoderma. Na quarta semana de gestação, o embrião apresenta um espessamento do ectoderma, denominado linha ou crista mamária, que se estende desde as axilas até as regiões inguinais. Nesta, na sexta semana, ocorre uma regressão, ficando a própria apenas na face anterior do tórax, onde se dá o desenvolvimento normal da mama. Caso não ocorra a regressão da linha mamária, será desencadeada a formação de tecido acessório mamário. Isto levará desde à presença de mamilo extranumerário até ao aparecimento de uma glândula mamária acessória – desenvolvimento ectópico da mama nas axilas, no abdome, nos lábios ou nas nádegas e costas (menos comum). Em contrapartida, a regressão completa da linha mamária na face anterior do tórax acarretará amastia (ausência do desenvolvimento mamário). Os ductos lactíferos são constituídos a partir dos brotamentos secundários, que são originados a partir do brotamento mamário primitivo, o qual é derivado do espessamento exodérmico que persiste na face anterior do tórax. O mesênquima circundante dá origem aos tecidos conjuntivos fibroso e adiposo. A formação do mamilo é resultado do crescimento do mesênquima da aréola e só ocorre próximo ao nascimento. Ao nascimento só estão formados os principais ductos. A partir da puberdade, no sexo feminino, por causa do estrogênio, ocorrerá o crescimento dos sistemas ductal, conjuntivo e adiposo. Com relação ao tecido glandular, este permanece com seu desenvolvimento incompleto até o nascimento, quando ocorre o desenvolvimento acentuado dos dúctulos intralobulares, formando os alvéolos que irão produzir o leite materno (CAMARGOS; MELO, 2001, COOPLAND, 1996; MOORE, K.L.; PERSAUD, 2008; MENKE et al., 2007). 24 4.3 Fisiologia As duas mamas ou glândulas mamárias são idênticas nos homens e nas mulheres até a puberdade, quando tem início o desenvolvimento da mama das mulheres em função da ação do estrogênio e de outros hormônios. Observa-se a telarca a partir do aumento da pigmentação e do tamanho da aréola, apresentando ainda crescimento do sistema ductal da glândula e acréscimo de gordura ao tecido conjuntivo. O amadurecimento da glândula se dá pelo desenvolvimento do sistema alveolar do lóbulo mamário, que é responsável pela produção láctea. Sua maturidade plena ocorre durante a gravidez, em virtude das modificações quantitativas dos hormônios mamotróficos. A mama feminina apresenta os seguintes estágiosde desenvolvimento (estágios de Tanner de 1 a 5): estágio 1 – equivale à mama pré-púbere; ausência de tecido mamário palpável; estágio 2 – refere-se ao primeiro sinal da puberdade – o brotamento mamário; ocorre a elevação da mama e da papila; estágio 3 – consiste no aumento adicional do tecido mamário e da aréola sem desnivelamento de seus contornos; estágio 4 – demonstrado mediante um monte secundário no ápice do tecido mamário formado através do mamilo e da aréola; estágio 5 – caracteriza o desenvolvimento contínuo do alargamento da mama com contorno único (RAMOS; MENDONÇA, 2010). Durante a fase pré-menstrual, a mama apresenta aumento na densidade, no tamanho, na sensibilidade e na nodularidade. Na primeira metade do ciclo menstrual, o estrogênio e os demais hormônios mamotróficos promovem o crescimento do estroma e o surgimento de receptores de progesterona nas células ductais. O crescimento mamário completo ocorre no final da gravidez, porém é decorrente de vários hormônios, como progesterona, estrogênio, lactogênio placentário humano (LPH), hormônio do crescimento, prolactina e cortisol, estando a mama no final da gravidez pronta para a lactogênese. Para a lactação são 25 necessárias a mamogênese, ou seja, o desenvolvimento das glândulas mamárias, a lactogênese, que corresponde à secreção do leite, e a galactopoese, que consiste na manutenção da lactação e na ejeção do leite. Em função do declínio dos níveis de estrogênio e progesterona na menopausa, os lóbulos e ductos diminuem em número e tamanho, sendo substituídos por gordura e tecido conjuntivo hialinizado e perdendo sua estrutura lobular, densidade, forma e volume (RICCI, 2008; COOPLAND, 1996; JACOB; FRANCONE; LOSSOW, 1990). 26 UNIDADE 5 – SISTEMA URINÁRIO FEMININO O aparelho urinário é constituído de dois rins, dois ureteres, uma bexiga e uma uretra. O rim é o responsável pela homeostase (equilíbrio do meio interno), filtrando o plasma e removendo as substâncias indesejáveis ingeridas pela pessoa ou produzidas pelo metabolismo corporal. Os rins são órgãos retroperitoneais que possuem a forma de um grão de feijão, tendo em sua concavidade o hilo, onde se encontram vasos, nervos e cálices renais, que vão formar a pelve renal, que nada mais é do que a parte superior do ureter. Cada rim constitui-se de uma cápsula de tecido conjuntivo denso, de uma zona cortical e de uma zona medular. Eles apresentam diversas funções, dentre as quais se destacam as seguintes: regulação do equilíbrio hidroeletrolítico – água e eletrólitos; regulação da osmolalidade e das concentrações de eletrólitos dos líquidos corporais; regulação da pressão arterial – excreção de sódio e de água, secreção de renina; regulação do equilíbrio ácido-básico – excreção de ácidos e regulação das reservas de tampões dos líquidos corporais; gliconeogênese – síntese de glicose a partir de aminoácidos e outros precursores durante o jejum prolongado; secreção, metabolismo e excreção de hormônios – secreção de eritropoietina (estimula a produção de eritrócitos), produção da forma ativa da vitamina D (1,25-diidroxivitamina D3 ou calciferol); excreção de produtos de degradação do metabolismo e de substâncias químicas estranhas – ureia, creatinina, ácido úrico, produtos finais da degradação da hemoglobina (bilirrubina), dentre outros (PRADA et al., 2012). Segundo Fernandes, Fortunato e Correia-Pinto (2003), o comprimento renal aumenta 1-1,5 cm, acompanhando-se do respectivo aumento de peso. Os ureteres dilatam ao nível da porção localizada acima do rebordo pélvico. Há, então, tendência 27 à estase urinária e, logo, à infecção. As causas de estase não estão bem esclarecidas, mas pensa-se que os altos níveis de progesterona podem contribuir para a hipotonia do músculo liso do ureter. Outra hipótese sustenta que a veia ovárica dilatada (e o ligamento suspensor do ovário, que a contém) podem exercer compressão sobre o ureter ao nível do bordo da pelve, causando dilatação a montante. Em termos de função renal, são de destacar o aumento da taxa de filtração glomerular (cerca de 50%), sem grande aumento do volume urinário diário. A glicosúria não é necessariamente anormal, podendo explicar-se pelo aumento da filtração e saturação da capacidade de reabsorção. Tem importância por aumentar a susceptibilidade às infecções. A proteinúria altera-se pouco durante a gravidez, e adquire importância patológica se maior do que 500 mg/dia. 28 UNIDADE 6 – FISIOLOGIA MENSTRUAL: ENDÓCRINO- METABÓLICA O mecanismo menstrual é um processo complexo de inter-relações neuroendócrinas, representado pelo córtice cerebral, sistema límbico, hipotálamo, hipófise e ovários, que desempenham os papéis principais. Como nos lembra Carvalho (2004), ao estudá-lo, não se pode esquecer a sua inter-relação funcional com as diversas glândulas endócrinas, entre elas, a tiroide. O córtice cerebral recebe os estímulos do meio ambiente, os quais podem alterar o ritmo menstrual, estimular ou inibir a ovulação ou mesmo alterar o dia de sua ocorrência. O sistema límbico é representado por centros extra-hipotalâmicos, incluindo o corpo amigdaloide, o hipocampo, determinados núcleos talâmicos anteriores e algumas formações mesencefálicas, conforme ilustração reduzida abaixo: 29 O sistema límbico tem a função de receber e registrar os estímulos captados pelo córtice cerebral, transmitindo-os ao hipotálamo e hipófise. Ele participa na caracterização da psique do indivíduo, sendo que esta é modelada pela educação e pelo ambiente. Na mulher, este sistema pode interferir ocasionando alterações do ciclo menstrual, alterando a ocorrência da ovulação, no desenvolvimento da gravidez e na capacidade de enfrentar as crises da puberdade e do climatério (BASTOS, 1998). 6.1 Ciclo menstrual É o intervalo de tempo entre o primeiro dia de uma menstruação e a véspera do primeiro dia da próxima menstruação. Geralmente é de 28 a 30 dias, mas pode ser tão curto quanto menor que 21 dias ou chegar a 45 dias, sem que isto represente uma anormalidade. É a perda sanguínea vaginal periódica, cíclica, com duração de 3 a 5 dias e de até 100 g por ciclo. O ciclo menstrual normal (eumenorreico) é representado da seguinte maneira: 3 - 5 dias / 28 - 30 dias x até 100 g Onde o numerador é a duração da menstruação (de 3 a 5 dias), o denominador é o intervalo de tempo entre as menstruações (de 28 a 30) e, adiante do traço um número que corresponde à quantidade de sangue perdido durante o período menstrual, em gramas. Podemos dividir didaticamente o ciclo menstrual em três fases: 1ª fase: fase proliferativa folicular ou estrogênica – começa no primeiro dia do ciclo até a ovulação. Nesta fase, de duração variável, ocorre proliferação do endométrio, desenvolvimento folicular sob a ação da FSH e produção de estrogênio pelo folículo maduro. 2ª fase: fase da ovulação – ocorre entre o 12º e o 16º dia antes da menstruação. 3ª fase: fase secretora luteínica ou progesterônica – começa com a ovulação e vai até a próxima menstruação. 30 Nesta fase, as glândulas do endométrio secretam nutrientes, o corpo lúteo é formado e, sob a ação do LH, produz grande quantidade de progesterona (CARVALHO, 2004). 6.2 Distúrbios menstruais A menstruação é um processo fisiológico da mulher em idade fértil, mas este processo pode sofrer alterações, existindo alguns sinais que podem ajudar a avaliar estas alterações, como porexemplo, um fluxo menstrual intenso com o aumento do consumo de dois absorventes por dia, ou a troca de absorventes a cada 2 horas, ou o aumento da duração da menstruação em mais 3 dias ou o encurtamento da duração em mais de 2 dias em relação ao ciclo anterior, a presença de sangramentos intermenstruais, a eliminação de coágulos, a presença de anemia ou a experiência de passar por embaraços sociais, com menstruações inesperadas. A intensidade da menstruação pode levar a mulher à anemia, que dependendo da magnitude pode ser necessária prescrição de suplementação de ferro ou até hemotransfusão (CARVALHO, 2004). As alterações podem ser classificadas da seguinte maneira: Quanto à duração Quanto à quantidade Quanto ao intervalo Outros hipermenorreia; hipomenorreia. menorragia; oligomenorreia. proiomenorreia; polimenorreia; opsomenorreia; espaniomenorreia. menóstase; metrorragia; amenorreia; dismenorreia; Spotting. Vejamos o que significa cada um destes distúrbios menstruais! Hipermenorreia: quando a menstruação dura mais de 5 dias. Hipomenorreia: quando a menstruação dura menos de 2 dias. Menorragia: hemorragia durante o período menstrual. Pode ser em razão de alterações endócrinas, doenças inflamatórias, tumores benignos ou malignos e estresse emocional. Oligomenorreia: é a diminuição da quantidade do fluxo menstrual. 31 Proiomenorreia: é o aumento da frequência dos ciclos menstruais. Ciclos que ocorrem a intervalos inferiores a 25 dias. Polimenorreia: é quando ocorre um ciclo a cada 15 dias. Geralmente é por causa do ciclo anovulatório. Não há o corpo lúteo e, portanto, não há fase secretória do endométrio. Opsomenorreia: é a diminuição da frequência dos ciclos menstruais, quando ocorrem a intervalos superiores a 35 ou 40 dias. Espaniomenorreia: quando este intervalo se prolonga por 2 ou 3 meses. As menstruações escassas e muito espaçadas geralmente são devidas à insuficiência hipófiso-gonadal e pode ser o começo de uma amenorreia definitiva; ocorrendo antes dos 40 anos, caracteriza-se a menopausa precoce. Menóstase: é a suspensão brusca da menstruação, antes do tempo normal para seu término. Pode ocorrer graças a fortes emoções. Metrorragia: hemorragia fora do período menstrual (hemorragia intermenstrual). Geralmente é sintoma de alguma patologia como tumores benignos ou malignos, do útero ou dos anexos. Spotting: são manchas ou escapes de sangue fora do período menstrual ou que o precedem. A amenorreia é a ausência de menstruação em época que normalmente deveria ocorrer. Quanto à época de aparecimento pode ser: a) Primária: quando completados 16 anos de idade e a menarca não surgiu. b) Secundária: quando na vigência de ciclos regulares, a menstruação falta por dois ou três ciclos consecutivos. A amenorreia pode ser de origem psicogênica como consequência de pequenas alterações emocionais ou constitucional em razão de distúrbios do metabolismo e da nutrição. Ex.: diabetes, obesidade, tuberculose. Do ponto de vista etiopatogênico, a amenorreia pode ser classificada em fisiológica e patológica: a) Fisiológica: pré-menárquica, na gravidez, no puerpério, na lactação e pós- menopausa. 32 b) Patológica: decorrente de alterações orgânicas ou funcionais do útero, ovário, hipófise, hipotálamo, tireoide e suprarrenais: - infecções ou destruição do endométrio; - ausência de ovário; - ovários hiperfuncionantes; - ovários hipofuncionantes; - síndrome dos ovários policísticos; - tumores ovarianos malignizantes; - patologias que acometem a hipófise ou o hipotálamo; e outras. O tratamento da amenorreia será conforme a causa: psicoterápico associado ao ganho ponderal e à redução de perda energética para pacientes com anorexia nervosa ou amenorreia das atletas e bailarinas; hormonoterapia para Síndrome de anovulação crônica; cirurgias para tumores do eixo hipotálamo-hipofisário; e outros. A dismenorreia é a menstruação dolorosa, que surge principalmente em jovens. É também denominada algomenorreia, menalgia e síndrome dismenorreica. Sua etiologia ainda é obscura. É a mais comum entre 18 e 25 anos, diminuindo de intensidade e/ou desaparecendo depois desta faixa etária. Melhora com atividade sexual, gravidez e parto. Embora essa melhora possa ser devido ao fator psicogênico, é certo que a gravidez aumenta o útero e o parto dilata o colo. Pode ser: a) Primária: quando se inicia desde a menarca, ou algum tempo após, como é mais comum. Geralmente ocorre em pacientes sem lesões orgânicas. b) Secundária: quando surge em qualquer época da menacme, precedida por menstruações indolores. Decorre de enfermidades orgânicas. São fatores predisponentes: fator hormonal – a progesterona causa espasmo do colo uterino no fim da fase lútea, no início do fluxo menstrual; fator muscular – representado por contrações uterinas incoordenadas; 33 fator vascular – representada por isquemia graças à vasoconstrição, com consequente dor semelhante à da angina; fator nervoso – representado por imaturidade das fibras nervosas uterinas; fator psicogênico – representado por inúmeros casos que reforçam este fator; fator endometrial – representado pela eliminação de grandes fragmentos do endométrio com dor tipo cólica; na dismenorreia secundária: endometriose pélvica, leiomioma, doença pélvica inflamatória, distopias uterinas, malformações genitais, estenose do canal cervical, entre outras. Quanto à sintomatologia, dor em cólica cíclica, geralmente em baixo-ventre, podendo irradiar-se para a região lombar e coxas. Pode ser bastante intensa, com calafrios, cefaleias, náuseas, vômitos e palidez. Além da avaliação médica minuciosa, exames complementares deverão excluir outras patologias e a conduta de enfermagem nesta situação inclui: promover educação sexual visando preparo das meninas para adolescência e idade adulta; providenciar psicoterapia nos casos onde haja alteração na estrutura emocional que pode acentuar o desconforto; aconselhar uma atividade física regular para melhorar a postura e tonificar a musculatura. A paciente poderá ser medicada com analgésicos comuns e/ou espasmolíticos; anti-inflamatórios não esteroides (AINE), entre outros, conforme a necessidade individual. Não havendo sucesso nos tratamentos anteriores e havendo desejo de anticoncepção, a hormonioterapia (anticoncepcionais orais de baixa dosagem) bloqueará a ovulação eliminando a dor. Temos aqui a Hemorragia uterina disfuncional ou anormal que é a hemorragia de origem endócrina, coincidente ou não com a data menstrual ou posterior a um atraso menstrual. 34 A mucosa uterina é o único local no corpo onde a ocorrência regular e periódica de necrose e descamação com sangramento é, em geral, mais um sinal de saúde do que de doença. Esta perda sanguínea periódica é controlada por um equilíbrio delicado de hormônios hipofisários e ovarianos, decorrendo de uma resposta específica do tecido efetor, o endométrio (CARVALHO, 2004). Eventualmente pode ocorrer uma descamação irregular, com hemorragia, por um desequilíbrio da proporção estrogênio-progesterona. A produção persistente de estrogênio por uma série de folículos que não chegam a ovular tende a formar um endométrio hiperplásico. O nível circulante de estrogênio também pode variar de acordo com os estímulos do crescimento folicular. A redução esporádica do estrogênio circulante, espontânea ou medicamentosa pode enfraquecer o apoio vascular do endométrio resultando em necrose e sangramento. Nas mulheres idosas,o endométrio hipoplásico, a hipoestrogenia, às vezes, destrói a mucosa uterina e a faz sangrar por um leve traumatismo ou infecção. Outros fatores predisponentes são: carcinoma do corpo ou do colo uterino, fibromas, pólipos, adenomiose, endometriose, traumatismos, tuberculose, distúrbios ovarianos, complicações da gravidez; doenças sistêmicas: discrasia sanguíneas, leucemia, púrpura, escorbuto, etc.; estados mórbidos, crônicos e debilitantes; anemia ferropriva e o hipo/hipertireoidismo; distúrbios do metabolismo de tiroide; doença inflamatória pélvica –DIP; às vezes, estados psicogênicos podem ser o único fator causal da hemorragia menstrual. O diagnóstico é basicamente clínico. 35 A confusa diversidade de fatores causais endócrinos, neoplásicos gestacionais e sistêmicos responsáveis pelo sangramento uterino anormal representa um desafio à capacidade de avaliação do profissional assistente. Geralmente é feita uma curva térmica para saber se essa hemorragia é ou não ovulatória. Realiza-se comumente também a biópsia do material colhido durante a curetagem de prova. Eventualmente podem ser feitos outros exames complementares. O tratamento geralmente é feito com a curetagem uterina de prova, seguida do exame anatomopatológico, sendo tanto diagnóstica como curativa. Dependendo da causa da hemorragia está indicada a hormonioterapia com inibição ou indução da ovulação (CARVALHO, 2004). 6.3 Síndrome pré-menstrual A síndrome pré-menstrual (SPM), conhecida anteriormente como tensão pré-menstrual, é um conjunto de sinais e sintomas físicos e emocionais que ocorrem ciclicamente, com início na segunda fase do ciclo e melhora espontaneamente durante a menstruação. A etiologia ainda não está bem definida. Existem várias hipóteses etiológicas para a SPM, mas nenhuma justifica totalmente a sua vasta sintomatologia. As principais hipóteses são: excesso de estradiol (estrogênio); a diminuição da progesterona na fase lútea do ciclo menstrual; a alteração na relação entre o estradiol e a progesterona; atuação da prolactina na retenção hídrica; queda dos níveis de endorfinas endógenas; déficit de vitaminas A e B6; excesso de xantinas e de nicotina; hiperatividade dopaminérgica; aumento da atividade do sistema renina-angiotensina-aldosterona. 36 A SPM ocorre em grau mínimo, em 40% de todas as mulheres. Casos extremos ocorrem em menos de 10%. O diagnóstico é clínico. Deve-se excluir outras patologias que tenham sintomas comuns, com a extensa sintomatologia dessa doença. Não podemos nos esquecer dos fatores externos e psicogênicos no desencadeamento de sintomas. São sintomas da SPM: tensão, ansiedade, depressão, irritabilidade, hostilidade, melancolia, irritação, crise de choro; alterações da libido, hipersonia, fadiga, letargia e agitação; dificuldade de concentração, indecisão, paranoia e pensamentos suicidas; alteração na coordenação motora, inabilidade, tontura, vertigens e tremores, parestesia; isolamento aumentado, modificação nos hábitos de trabalho, tendência para provocar brigas, motivação e eficiência diminuídas, deficiência no controle de impulsos, abstenção de contato sexual; dor nas costas, cefaleia, edema, mastalgia, mialgia (dor muscular) e artralgia (dor articular); timpanismo abdominal, aumento de peso, retenção hídrica e oligúria; náuseas, vômitos, suores, diarreia ou constipação; alterações do apetite; acne, cabelos oleosos ou secos. As condutas de enfermagem incluem: ser individualizada visando atender a principal área do problema e/ou queixa da paciente; orientar a paciente para reconhecimento de sinais e sintomas e procurar controle ou tratamento; aceitar a doença e compreender suas alterações cíclicas no organismo ajudará no controle da sintomatologia; a dieta deve ser hiperproteíca, hipossódica, e pobre em açúcar: 37 - em casos leves a dieta é equilibrada e adequada, e exercícios podem resolver o problema; - evitar o abuso de gordura e temperos; - evitar ou diminuir a ingestão de xantinas e cafeína que costumam aumentar a irritabilidade: evitar chocolate, chá, café, refrigerantes do tipo cola, entre outros; - evitar bebidas alcoólicas, que podem aumentar o edema; - reduzir a ingestão de sal, na tentativa de reduzir a retenção hídrica; - evitar doces, sorvetes, bolos recheados com creme, coberturas amanteigadas ou chantilly. praticar algum esporte, ou fazer alguma atividade física preferencialmente durante 45 minutos por dia, 3 vezes por semana. O exercício físico aumenta os níveis de serotonina e endorfina endógenas, o que dá a sensação de bem- estar. Podem ser prescritos medicamentos como: analgésicos e anti-inflamatórios não hormonais para a sintomatologia álgica; tranquilizantes ou estimulantes suaves, dependendo do humor da cliente; antidepressivos como a fluoxetina; hormonoterapia – progesterona ou anticoncepcionais orais combinados para inibição da ovulação podem curar algumas pacientes; piridoxina (vitamina B6), 80 a 100mg/dia, por 3 a 6 meses, na tentativa de melhorar os sintomas psicológicos. A deficiência da vitamina B6 leva a uma queda nos níveis do neurotransmissor a serotonina, provocando depressão; vitamina E, 200mg/dia no controle da mastalgia; bromocriptina (uso controverso) no tratamento da mastalgia; diurético, preferencialmente espironolactona, nos casos de retenção hídrica severa (CARVALHO, 2004). 38 UNIDADE 7 – FISIOLOGIA DA RESPOSTA SEXUAL Segundo Vieira (2009), a resposta sexual baseia-se num tripé composto de bases biológicas, sociais e psicológicas, interinfluentes e interdependentes. Consequentemente, para uma compreensão global da sexualidade, não se deve fazer uma análise unilateral (ponto de vista psíquico ou orgânico), mas sim tridimensional (biopsicossocial). Sabe-se que a sexualidade feminina diferencia-se da masculina por apresentar características próprias tanto nos aspectos morfológicos quanto no cultural e no sociológico, entre outros (ABDO, 2000). Do ponto de vista puramente orgânico, percebe-se que a resposta sexual apresenta-se como qualquer outra função biológica, portanto, nas mulheres o normal da função sexual é a presença de lubrificação vaginal frente à estimulação e orgasmo, após certo nível de excitação. Por outro lado, no ponto de vista social, será possível ver que a resposta sexual apresenta inúmeras situações consideradas normais (presentes na maioria das pessoas), dentre elas, podem ser citadas a atração por pessoas do sexo oposto, interesse masculino por mulheres mais novas e algumas partes do corpo mais valorizadas como potencialmente excitantes (VIEIRA, 2009). Ainda no fator social, há os desvios (desejos voltados para focos ligeiramente diferentes dos considerados normais) e as parafilias ou perversões (diferença acentuada entre o desejo e o normal ou desejo capaz de causar dano a outras pessoas). Já no âmbito psicológico, é considerado normal e adequado que o indivíduo esteja satisfeito com seu desempenho e com a satisfação de seu parceiro. Denomina-se inadequação intrapessoal, quando a satisfação pessoal não está presente e inadequação interpessoal, as situações em que o parceiro ou a parceira expressa insatisfação, sendo classificado por assintonia, quando a insatisfação relaciona-se à frequência do coito e assincronias, quando os parceiros desejam manter relações em momentos e situações diferentes (VITIELLO, 1994). A resposta sexual feminina ocorre pela entrada via córtex cerebral frontal de diversosestímulos (visuais, tácteis, auditivos, olfativos, emocionais, culturais, entre 39 outros) que, por meio do sistema límbico e tronco cerebral (substância reticular), desencadeiam a estimulação de receptores sensitivos somatoestésicos. Tais influxos eferentes chegam ao centro reflexo espinhal e produzem efeitos inibidores ou facilitadores (ABDO, 2000). O desejo e a estimulação induzem a uma série de alterações orgânicas com o objetivo de preparar os órgãos para o coito propriamente dito. De acordo com correntes mais modernas, as fases da resposta sexual classificam-se em desejo, excitabilidade, orgasmo e resolução, lembrando que todas apresentam intensidade e duração variáveis de acordo com sexo, idade e condições de momento (ABDO, 2000; MANOCCI, 1995). Vieira (2009), baseando nessas correntes e nos autores acima, explica em maiores detalhes cada uma das fases. As primeiras vão do desejo, passam pela fase orgásmica e concluem com a resolução. Vejamos: 7.1 Fases do desejo à resolução A fase do desejo é vista como potencial, onde o desejo é inicialmente o único componente presente, embora permaneça e acentue-se nas fases seguintes da resposta sexual. Para que o desejo se manifeste, é necessário que existam integridade anatômica e funcional dos órgãos sexuais, equilíbrio emocional e situações com potencial erótico, instigando os órgãos do sentido por meio de estímulos via córtex e sistema límbico que desencadeiam a excitação. Não seria possível deixar de citar os hormônios testosterona (causadores da libido) e progesterona (antilibidinoso), responsáveis pelas oscilações do desejo nas diversas fases do ciclo menstrual e salientar os fatores psicossociais, determinantes do que é desejável, lícito e adequado querer em matéria de sexo. Na fase de excitação ocorre a vasocongestão pélvica feminina (700mL de sangue), acarretando miotonia com tumescência, lubrificação vaginal (transudação das paredes vaginais), aumento do clitóris, acréscimo e elevação uterina além de uma expansão da porção posterior da vagina. As quantidades e tipos de estímulos necessários para excitar um indivíduo são muito subjetivos, pois dependem da fase de vida em que o mesmo se encontra, 40 além de fatores socioculturais, mas existem, na superfície corporal, as chamadas zonas erógenas, embora variem consideravelmente de pessoa para pessoa, também diferem no mesmo indivíduo, conforme a situação e a idade. Pode-se mencionar como zonas erógenas mais comuns, as regiões próximas às orelhas, base do pescoço, porção anterior do tórax (especialmente as mamas e mamilos), a região inferior do tórax e áreas de flexão dos membros inferiores e superiores. Por meio de estímulos erógenos eficazes, a excitação aumenta gradativamente até desencadear o orgasmo. A fase de orgasmo é caracterizada por uma série de fenômenos orgânicos (reações genitais e extragenitais) e intensa sensação de prazer. As reações extragenitais acontecem como resultado da liberação de neurotransmissores na corrente sanguínea, por haver um predomínio do lóbulo límbico nesta fase. Dentre as reações extragenitais, podem ser citadas: a ereção e turgidez mamilar, aumento da aréola, rubor, miotomia generalizada, aumento do nível de sinais vitais, sudorese, aumento das secreções, perspiração das palmas das mãos e plantas dos pés, alteração na pupila e ereção pilosa. Já as reações genitais são verificadas por intermédio de contrações musculares crônicas reflexas dos músculos vaginais, perineais e do útero, além da expansão máxima do canal vaginal posterior. Tais reações exercem dupla função: expressão sexual e auxílio na contenção e condução do sêmen por meio do canal genital, necessário à reprodução. Ainda que, por um longo período de tempo, tenha sido aceita a hipótese de que a mulher tinha duas sedes principais de orgasmo (vaginal e clitoridiana), sabe- se hoje que o orgasmo é um só e seu centro desencadeador está no cérebro e não na vagina ou no clitóris. Depois do orgasmo, verifica-se um retorno às condições físicas de repouso caracterizadas pelo relaxamento muscular, lassidão e certo torpor intelectual. Essa fase de resolução é marcada por um predomínio neuropsíquico, quando substâncias produzidas pelo cérebro como a endorfina, levam a um estado de relaxamento e bem-estar. 41 Nessa hora, é comum os parceiros fazerem uma autoavaliação do desempenho com a avaliação do parceiro(a), papel importante para manutenção da adequação sexual. Nas mulheres, esse período refratário não existe ou é insignificante, pois elas são capazes de apresentar excitação novamente, logo após um orgasmo. Podendo vivenciar outro ou outros orgasmos novamente, situação denominada de múltiplos orgasmos. 7.2 Disfunções sexuais femininas As disfunções sexuais, sejam elas femininas ou masculinas, são comportamentos aprendidos e resultantes de uma combinação de fatores psicossociais, culturais e orgânicos que acabam por interferir na resposta sexual do indivíduo, bloqueando-a total ou parcialmente (ABDO, 2000; CAVALCANTI, 1997). Os critérios diagnósticos para classificação das disfunções sexuais estão presentes no Manual de Diagnóstico e Estatística dos Distúrbios Mentais, quarta edição (DSM - IV, Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, fourth edition) da Associação Psiquiátrica Americana (APA), de 1995, e na Classificação Internacional de Doenças (CID -10), 10ª edição, da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 1993. De acordo com o DSM-IV e no que se refere à classificação das disfunções sexuais femininas temos: - Disfunções Sexuais (congênitas/adquiridas, generalizada/situacional, fatores psicogênicos/combinados): distúrbios do Desejo Sexual (302.71 - Hipoativo e 302.79 - Aversão sexual); distúrbios da Excitação Sexual (302.72 - na mulher); distúrbios de Orgasmo (302.73 - Distúrbios de orgasmo feminino); distúrbios Sexuais com Dor (302.76 - Dispareunia e 306.51 - Vaginismo). - Disfunção Sexual em razão da Condição Médica Geral: distúrbio do Desejo Sexual Hipoativo Feminino (625.08) em razão da ...; dispareunia Feminina (625.00) em razão da ...; 42 outra Disfunção Sexual Feminina (625.08) em razão da ... . - Disfunção Sexual Induzida por Substância. De acordo com a Classificação Internacional de Doenças (CID - 10): - F52 - Disfunção Sexual (não causada por transtornos ou Doença Orgânica): F52.0 - ausência ou perda do desejo sexual, Frigidez e Transtorno hipoativo de desejo sexual; F52.1 - aversão sexual e ausência de prazer sexual; F52.2 - falha de resposta sexual; F52.3 - disfunção orgásmica; F52.5 - vaginismo não-orgânico; F52.6 - dispareunia não-orgânica; F52.7 - impulso sexual excessivo; F52.8 - outras disfunções sexuais, não causadas por transtorno ou doença orgânica, dismenorreia; F52.9 - disfunção sexual, não causada por transtorno ou doença orgânica, não-especificada. Acredita-se que o diagnóstico de disfunção seja eminentemente clínico, tendo como base uma adequada anamnese e/ou avaliação ginecológica. Embora a disfunção orgásmica, a dispareunia e o vaginismo sejam mais comuns dentre as disfunções sexuais femininas, é fundamental que os profissionais de saúde conheçam as outras. Vieira (2009) adotou como referencial as definições do ciclo fisiológico da resposta sexual propostas por Kaplan, em 1979 (desejo, excitação e orgasmo); passando a apresentá-las conforme a fase de bloqueio. 43 a) Disfunção do Desejo: Passível de ocorrência em homens e mulheres, é frequentemente denominada de inapetência sexual ou erotomania caracterizadapor diminuição/ausência ou excesso de desejo respectivamente. Lembrando que a resposta sexual apresenta características individuais e que o significado de “normal” é subjetivo, sobretudo no que se refere à sexualidade; será tomado o cuidado de classificar como “normal” a presença de impulsos sexuais desde diários até quinzenais, na dependência da disponibilidade de parceiros interessantes e interessados, faixa etária, tipo de atividade e outras variáveis (MANOCCI, 1995). Sabe-se que existe uma relação direta entre a frequência de relações sexuais e a gênese do desejo, ou seja, quanto maior o número de relacionamentos sexuais, mais presente estará o desejo e vice-versa. As disfunções de desejo são vivenciadas como dívida à feminilidade, podendo apresentar como causas fatores orgânicos (anomalias genéticas, doenças agudas e crônicas, traumatismo e uso de drogas ou medicamentos específicos) e fatores psicossociais (educação sexual inadequada, tabus, relacionamentos insatisfatórios, vivências destrutivas e habituação sexual), embora na maioria das vezes a causa seja mista. A mulher inapetente, inicialmente, evita o sexo, mas aos poucos vai adotando posturas de submissão, passividade, angústia, medo e ansiedade frente ao dever do ato sexual, provocando, no parceiro, sentimentos de rejeição e insegurança que resultarão num distanciamento progressivo do casal. b) Disfunção de Excitação: Na mulher, os distúrbios de excitação podem ser traduzidos, num primeiro momento, como déficit ou ausência de lubrificação. Dentre os fatores que contribuem para sua ocorrência, podem ser descritos: b.1) Orgânicos: - A insuficiência estrogênica pode acarretar um déficit na lubrificação vaginal por dois motivos: atrofia ou hipotrofia da mucosa vaginal e diminuição da 44 vascularização local. Tal insuficiência pode ser observada em situações peri e pós- menopausa na terceira idade, após a ooforectomia em qualquer idade, uso prolongado de anovulatórios orais associados a altas doses estrogênicas e ingestão de dosagem elevada ou por um longo período de progesterona. Nas duas últimas situações citadas, verifica-se um retorno à normalidade, logo após a suspensão do medicamento em uso. - Processos infecciosos ou inflamatórios. b.2) Psicológicos: - educação sexual repressiva ou inadequada; - sentimento de culpa; - rejeição à figura masculina situacional ou geral; - conflitos de relacionamento; - lembrança de relações traumáticas; - secundário a anorgasmia (mulheres que hipervalorizam o orgasmo podem apresentar lubrificação vaginal diminuída ou ausente, após repetidas frustrações e insucessos, progredindo para diminuição do desejo); - medo de Doenças Sexualmente Transmissíveis e/ou gravidez, falta de privacidade e outros. c) Disfunção Orgásmica Os problemas relacionados ao orgasmo feminino podem ser encontrados nos manuais de classificação CID-10 (1993) e DSM-IV (1995) como Disfunção Orgásmica (definida com ausência ou retardo acentuado do orgasmo) e Transtorno Orgásmico Feminino (atraso ou ausência persistente ou recorrente do orgasmo, após uma fase normal de excitação; a perturbação causa acentuado sofrimento ou dificuldade interpessoal; a disfunção orgásmica não é melhor explicada por outro transtorno, nem se deve exclusivamente aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância ou de uma condição médica geral)(VITIELLO, 1994; MANOCCI, 1995). A capacidade orgásmica feminina das mulheres aumenta com o passar dos anos, fato comprovado numa das clássicas pesquisas sobre sexualidade onde 90% 45 das mulheres com idade igual ou superior a 35 anos já tinham experimentado o orgasmo por coito ou masturbação. Embora, atualmente, o orgasmo clitoridiano não seja mais considerado como símbolo de imaturidade sexual, mas sim como uma possibilidade de realização, muitas mulheres não o consideram como verdadeiro e partem para uma eterna busca do orgasmo vaginal. A anorgasmia pode ser classificada de duas formas: c.1) Cronológica: - primária (nunca houve a percepção orgásmica); - secundária (mulheres que por algum motivo deixaram de sentir orgasmo). c.2) Causal: - geral (disfunção sempre ocorre); - circunstancial (disfunção presente em situações específicas). Dentre suas causas, vieira (2009) cita: a) Psicológicas: - inabilidade técnica do parceiro associada a sentimento de culpa em relação ao sexo por parte da mulher; - medo de perder o autocontrole; - vergonha da autorrevelação; - relações sexuais traumáticas; - conflitos conjugais, falta de atração, entre outros. b) Orgânica: - doenças neurológicas; - etilismo severo, entre outros. 46 c) Sociocultural: - conflito de valores; - crendices, entre outros. d) Vaginismo: O vaginismo é uma síndrome de etiologia psicogênica, na qual se verifica dificuldade ou impossibilidade inconsciente, parcial ou total à penetração do pênis e coito por meio de contrações involuntárias da musculatura perivaginal, predominantemente, de seu terço inferior. Pode ser classificada como primária (presente desde a primeira tentativa de penetração), ou secundária (impossibilidade de coito, após vivência de fáceis penetrações), estando esta última subdividida em situacional (vaginismo ocorre apenas em casos específicos como, por exemplo, parceiro específico, tipo de objeto a ser penetrado, entre outros) e geral (após período de normalidade, o vaginismo instala-se depois de um fator causal). O diagnóstico não pode ser feito apenas com a anamnese, deve-se realizar o exame ginecológico para sua confirmação. Durante o exame ginecológico, verifica- se o espasmo da musculatura perineal e a contração anal dificultando ou impossibilitando o toque pelo examinador, além de elevação do corpo à cabeceira da mesa e fechamento das coxas e pernas (VIEIRA, 2009). Dentre seus fatores etiológicos, pode-se citar a dispareunia (após longos períodos de dor na relação, verifica-se um comportamento feminino condicionante de fuga), educação sexual repressora e inadequada, valores religiosos associando sexo a pecado, relações sexuais traumáticas e excessivo sentimento de fragilidade. 47 e) Dispareunias: A ocorrência de dor durante ou após o coito vaginal é causada por fatores orgânicos e/ou psicogênicos. Quando os fatores orgânicos não estão presentes, a dispareunia pode ser entendida como causa ou manutenção de uma inibição relacionada à realização e manifestação da sexualidade feminina. O profissional de saúde, antes de diagnosticar uma dispareunia, deve investigar possíveis alterações na resposta sexual da paciente, visto que, na prática, verificam-se altos índices de inadequações nas fases de desejo, excitação e orgasmo, além de problemas de relacionamento interpessoal nas mulheres portadoras de dispareunia. Afastadas as causas orgânicas (processos infecciosos e/ou inflamatórios do aparelho reprodutor feminino) têm-se etiologicamente os fatores psicogênicos exclusivos, geralmente ligados ao comportamento agressivo da mulher em relação ao homem, conflitos de identidade e papel sexual e quadros fóbicos que resultam na impossibilidade de ocorrer o ato sexual pela dor, inviabilizando, assim, a manifestação do papel sexual feminino (VIEIRA, 2009). 48 UNIDADE 8 – FISIOLOGIA DA GESTAÇÃO Durante a gravidez ocorre uma série de modificações no organismo materno, relacionadas ao comportamento (psíquico), assim como ao físico, e estas começam a surgir nas primeiras semanas gestacionais, continuando durante toda a gravidez. Embora sejam consideradas normais e necessárias,
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