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AD2 LITERATURA COMPARADA

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Fundação Centro de Ciências e Educação a Distância do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro
Universidade Federal Fluminense
Curso de Licenciatura em Letras – UFF / CEDERJ
Disciplina: Literatura Comparada
Coordenadora: Eurídice Figueiredo
AD2 – 2016.2
Aluna: Lais Sodré da Silva Santos
Matrícula: 13213120158			Polo: Nova Iguaçu
Opção 2: Disserte sobre a expansão do romance no Estados Unidos, a partir de seus expoentes Edgar Alan Poe e/ou Herman Melville.
	Os Estados Unidos, assim como o Brasil e a Rússia, tiveram alguma dificuldade e levaram tempo até consolidar uma literatura que representasse a nação já independente da Inglaterra. Este processo pode ser visto como natural e esperado devido à colonização inglesa e sua forte influência cultural e política. Assim, a identidade literária dos Estados Unidos só foi criada a partir do século XX. No começo, o termo "literatura americana" ainda carregava um sentido depreciativo na medida em que tentava se afastar da tão prestigiada literatura inglesa. Estabelecendo uma relação com as literaturas brasileira e russa, o desafio era o mesmo: deixar de lado padrões europeus e construir uma identidade própria. A independência deveria se estabelecer não apenas politicamente, mas também esteticamente. 
	Como contribuição importante e primeira, tem-se a literatura oral dos índios, que transmitiam mitos, lendas e histórias de geração em geração. Igualmente ao ocorrido em muitos países da América do Sul, a colonização implicou na dizimação dos índios, de sua cultura e história, de forma que as tribos indígenas foram perdendo suas terras e sua identidade cultural. A religião também foi imposta, e a intolerância religiosa marcou o início da colonização dos Estados Unidos. 
	Para entendermos o nascimento da literatura americana, faz-se necessário atentar para a Revolução Americana contra a Grã-Bretanha, que foi a primeira guerra de libertação contra uma potência mundial. Os Estados Unidos foram reconhecidos como nação independente em 1873, data do fim da guerra. Tal independência fomentou o espírito nacionalista e também a esperança de uma nova grande literatura com características nacionais. Estabelece-se então a relação forte e óbvia entre a nação independente e uma literatura igualmente independente. 
	Ao pensarmos nos primeiros nomes da literatura americana, temos Anne Bradstreet (que escrevia poemas sobre religião, o cotidiano e o amor), Anne Hutchunson, Ann Cotton e Sarah Gravura. Pouca foi a produção de valor logo após a revolução e os livros americanos sofriam duras críticas vindas da Inglaterra. Os escritores americanos ainda se encontravam muito ligados aos modelos literários ingleses, entretanto eram cientes de tal fato e buscavam a definição de um fazer literário próprio. Nomes como Nathaniel Hawthorne, Henry David Thoreau, Herman Malville, Edgar Allan Poe, Walt Whitman e Emily Dickinson compõem a primeira geração de grandes escritores dos Estados Unidos. 
	Nathaniel Hawthorne é autor de A Letra Escarlate, livro bastante popular e considerado um clássico da literatura mundial. Hawthorne influenciou a escrita de Herman Melville, que também coloca reflexões filosóficas em sua obra. Melville é reconhecido como um dos maiores romancistas da literatura americana, e foi a partir do século XX que sua obra voltou a ter prestígio. A baleia branca Moby Dick e o escrivão Bartleby são dois de seus personagens mais famosos. O autor começou sua carreira escrevendo relatos de aventura, porém em Moby Dick aborda temas existenciais. Neste romance, conjuga uma intensa narração com filosofia, história natural e lança mão de uma percepção aguçada. O escritor dá enfoque à questão da identidade no século XIX, que é apresentada através do capitão Ahab. Este personagem é obcecado pela baleia que mutilou sua perna. Esta obra traz a reflexão sobre a obsessão e a vingança como sentimentos destruidores. 
	Já em Bartleby, nota-se um sentimento de absurdo e um diálogo com grandes vozes da literatura ocidental. O título da obra se refere ao protagonista enigmático que é um copista contratado por um advogado e que a princípio parece ser o funcionário exemplar, porém revela uma incrível resistência à realidade dada através de uma série de recusas. Pode-se estabelecer uma referência à crítica à humanidade em toda a obra e, com esta trama, Bartleby é tido como o precursor do absurdo na literatura. 
	Edgar Allan Poe também é um grande nome da literatura americana: foi escritor, poeta, editor e crítico literário e trabalhou por muitos anos para revistas e jornais. Suas histórias misteriosas e macabras são famosas e ele é considerado o pioneiro do gênero policial, tendo produzido contos de relevância literária. Integrou o movimento romântico americano, sendo bastante conhecido por suas obras góticas. Alguns de seus escritos são: Tamerlane and Other Poems, Tales of Grotesque and Arabesque e Filosofia da Composição, um ensaio em que descreve a criação do poema "O corvo". Este poema, talvez o mais popular e conhecido do autor, contém recursos como a métrica exata, rimas internas e jogos fonéticos, tecendo uma rede de implicações sintático-semânticas. 
	Poe demonstrava alta consciência do seu fazer literário e de seu processo criativo e possuía conhecimento teórico suficiente para analisar e criticar suas obras. E é exatamente isso que ele faz em Filosofia da Composição, ensaio que se tornou de grande importância representando um guia para novos escritores. Em 1840, escreveu o conto filosófico "O homem da multidão", onde há um enfoque na forma como o homem da modernidade sente. 
	Podemos concluir que, desde sua Revolução, os Estados Unidos se tornaram um solo fértil para escritores de grande expressão que conseguiram vencer o desafio de sair da sombra da literatura inglesa para então firmarem uma literatura com identidade americana definida. Assim como a política e a economia ascenderam, também o fez a literatura, que contou com escritores que souberam romper com a imitação acrítica dos padrões europeus para então gerarem romances de grande prestígio e com caráter individualista.

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