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0151 7 17 Legislação Penal Especial MD 1 (1)

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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL PARA CONCURSOS 
| Módulo 1 – Prof. Ítalo Farias 
 
 
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 
1 
 
OS: 0151/7/17-Gil 
CONCURSO: AGEPEN – PÓS EDITAL 
 
ASSUNTO: TEORIA GERAL DO DELITO 
 
1. INTRODUÇÃO A TEORIA GERAL DO DELITO 
O Brasil é adepto do sistema binário ou dualista. Isso significa que o Brasil divide a infração penal em dois tipos, quais 
sejam: crime e contravenção penal. 
 Crime: o sinônimo de crime é “delito”; 
 Contravenção penal: tem por sinônimo “crime anão”, “delito liliputiano”, “crime vagabundo”. 
A diferença entre crime e contravenção é axiológica (valorativa). Os fatos mais graves são crimes, os fatos menos graves 
são contravenções penais. 
Essa valoração do legislador pode variar. Por exemplo, um fato que é hoje crime pode se tornar contravenção penal, 
bem como um fato que era contravenção, com o tempo, pode se tornar crime. Um exemplo dessa última situação é o porte 
de arma de fogo. 
O porte de arma de fogo: 
Até 1997 A partir de 1997 
Contravenção Penal 
Resolvia-se por transação penal 
Crime 
 
 
- Diferenças entre crime e contravenção: 
 Tipo de pena privativa de liberdade: 
o Crime: Reclusão ou Detenção 
o Contravenção Penal: Prisão simples ou multa. 
 Espécie de Ação Penal: 
o Crime: Ação Penal Pública incondicionada ou condicionada, bem como por Ação Penal Privada. 
o Contravenção Penal: Ação Penal Pública incondicionada. (Art. 17, LCP): “A ação penal é publica devendo a 
autoridade proceder de ofício”. 
 Punibilidade da Tentativa: 
 Crime: a tentativa é punível; 
 Contravenção Penal: não se pune a tentativa de contravenção (mas isso não quer dizer que não exista tentativa 
em contravenção. É possível a tentativa de contravenção, ela só não será punível). 
 Limite das Penas Privativas: 
 Crime: Limite é de 30 anos (art. 75, CP) 
 Contravenção Penal: Limite é de 5 anos (art.10, LCP) 
 
2. CRIME 
2.1. Conceito: 
 Conceito Formal: sob o enfoque formal, crime é aquilo que está estabelecido em uma norma penal incriminadora, 
sob ameaça de pena. 
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL PARA CONCURSOS 
| Módulo 1 – Prof. Ítalo Farias 
 
 
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OS: 0151/7/17-Gil 
 Conceito Material: já para o conceito material crime é o comportamento humano causador de lesão ou perigo de 
lesão ao bem jurídico tutelado, passível de sanção penal. 
 Conceito Analítico: por fim, o conceito analítico leva em consideração os elementos que compõem a infração penal, 
prevalecendo: Fato Típico, Ilicitude (antijuridicidade), Culpabilidade. 
- Conceito analítico 
- Fato típico 
- Conceito: é o 1º substrato/elemento do crime. Trata-se de um fato humano indesejado, consistente numa conduta 
produtora de um resultado com ajuste forma e material ao tipo penal. 
- Elementos do fato típico: 
 Conduta: 
 Resultado: 
 Nexo causal: 
 Tipicidade: 
- Conduta 
 Três são as principais teorias que buscam explicar a conduta: Teoria causal-naturalística (ou clássica), finalista e 
social: 
a) Para a teoria causal-naturalística, conduta é a ação humana. Assim, basta que haja movimento corporal para que 
exista conduta. Esta teoria está praticamente abandonada, pois entende que não há necessidade de se analisar o 
conteúdo da vontade do agente nesse momento. 
 
b) Para a teoria finalista, de HANS WELZEL, a conduta humana é a ação voluntária dirigida a uma determinada 
finalidade. Assim: 
 Conduta = vontade + ação 
 Logo, retirando-se um dos elementos da conduta, esta não existirá, o que acarreta a inexistência de fato 
típico. 
** EXEMPLO: João olha para Roberto e o agride, por livre espontânea vontade. Estamos diante de uma conduta 
(quis agir e agrediu) dolosa (quis o resultado). Agora, se João dirige seu carro, vê Roberto e sem querer, o atinge, 
estamos diante de uma conduta (quis dirigir e acabou ferindo) culposa (não quis o resultado). 
 
 Vejam que a “vontade” a que me referi como elemento da conduta é uma vontade de meramente praticar 
o ato que ensejou o crime, ainda que o resultado que se pretendesse não fosse ilícito. Quando a vontade (elemento 
da conduta) é dirigida ao fim criminoso, o crime é doloso. Quando a vontade é dirigida a outro fim (que até pode ser 
criminoso, mas não aquele) o crime é culposo. 
ESTA É A TEORIA ADOTADA PELO NOSSO CÓDIGO PENAL. 
c) Para terceira teoria, a teoria social, a conduta é a ação humana, voluntária e que é dotada de alguma relevância 
social. 
- AÇÃO/OMISSÃO 
- Crime comissivo: praticado por ação. O agente infringe tipo proibitivo. 
** Tipo proibitivo: o direito penal protege bens jurídicos, proibindo algumas condutas desvaliosas. Assim, o crime comissivo 
nada mais é do que uma conduta desvaliosa proibida no tipo. 
- Crime omissivo: praticado por omissão. O agente infringe um tipo mandamental. 
** Tipo mandamental: o direito penal protege bens jurídicos, determinando a realização de condutas valiosas. Assim, o crime 
omissivo é a omissão de uma conduta valiosa esperada pelo Direito Penal. 
** A norma mandamental pode decorrer: 
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OS: 0151/7/17-Gil 
1. Do próprio tipo penal (são tipos, normalmente descritos com a expressão: “... deixar de...”) – Omissão própria (ou 
pura); 
2. De regra geral (art. 13, §2º do CP) – Omissão imprópria (ou impura). 
Omissão própria Omissão imprópria 
- O agente tem dever genérico de agir. Fala-se em 
dever genérico aquele que atinge a todos. É o 
dever de solidariedade; 
- O agente tem dever específico de evitar o resultado. Esse dever 
atinge os “garantidores” (todos aqueles que estão referidos no art. 13, 
§2º, CP). 
- A omissão está descrita no tipo. O agente 
responde pela omissão lá descrita. 
- A omissão não está descrita num tipo específico. Será tratada como 
ação. O agente responde pelo resultado observado, responde por 
crime comissivo. 
 
A conduta humana pode ser uma ação ou uma omissão. A questão é: 
** Qual é o resultado naturalístico (concreto) que advém de uma omissão? 
 Naturalisticamente, nenhum. Do nada, nada surge. Assim, aquele que se omite na prestação de socorro a alguém, 
pode estar cometendo o crime de omissão de socorro, art. 135 do Código Penal, não porque causou a morte de alguém (até 
porque este resultado não foi diretamente provocado pelo agente), mas porque descumpriu um comando legal. 
** Assim, lembrem-se: nos crimes omissivos impróprios (crimes comissivos cujo resultado é imputado a alguém em razão de 
sua indevida omissão) a relação de causalidade que liga a conduta do agente (uma omissão) ao resultado NÃO É FÍSICA (pois 
a omissão não dá causa ao resultado), mas NORMATIVA, ou seja, o resultado é a ele imputado em razão do descumprimento 
da norma (omitir-se, quando deveria agir), num raciocínio de presunção: se o agente tivesse agido, possivelmente teria 
evitado o resultado; como não o fez, vai responder por ele. 
** O que é crime comissivo por omissão? 
RESPOSTA: É o crime omissivo impróprio ou impuro, ou seja, o agente responde como se tivesse agido. 
 
- RESULTADO 
- Espécies: 
 Naturalístico: da conduta resulta alteração física no mundo exterior. Por exemplo: morte; diminuição patrimonial; 
lesão ao corpo, etc. 
 Resultadonormativo (ou jurídico): da conduta resulta lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado. 
** Todos os crimes têm resultado naturalístico? 
É necessário lembrar-se da classificação do crime quanto ao resultado: 
1. Crime Material: o tipo penal descreve conduta + resultado naturalístico, sendo este indispensável. Por exemplo: 
homicídio; 
2. Crime Formal (ou de consumação antecipada): o tipo penal também descreve conduta + resultado naturalístico, 
entretanto este é dispensável, pois a consumação foi antecipada para o momento da conduta, sendo o resultado 
dispensável, um mero exaurimento. Por exemplo: extorsão (súmula nº 96, STJ). 
3. Crime de mera conduta: o tipo penal descreve uma mera conduta, sem resultado naturalístico. Por exemplo: 
omissão de socorro; violação de domicílio, etc. 
RESPOSTA: o crime material tem resultado naturalístico descrito, sendo indispensável para a consumação; o crime formal 
também tem resultado naturalístico descrito, porém este resultado é dispensável (mero exaurimento); o crime de mera 
conduta não tem resultado naturalístico. 
** Todos os crimes têm resultado normativo? 
RESPOSTA: Sim. Não há crime sem lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado. 
 
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- NEXO CAUSAL 
- Conceito: vínculo entre conduta e resultado. O estudo da causalidade busca concluir se o resultado decorreu da conduta e 
se pode ser atribuído ao sujeito ativo, por ter sido ele o agente do comportamento. 
- Previsão legal: art. 13 do CP. 
 O art. 13, caput do CP adotou a CAUSALIDADE SIMPLES. Todas as causas concorrentes se põem no mesmo nível de 
importância, equivalendo-se em seu valor (Teoria da Equivalência dos Antecedentes Causais ou “conditio sine qua non”). 
 Para saber qual conduta foi determinante ou não para o resultado, será necessário eliminar a conduta, 
hipoteticamente, e ver o que acontece com o resultado. É a Teoria da Eliminação Hipotética dos Antecedentes Causais (ou 
Processo Hipotético de Eliminação de Thyrén). 
** Teoria da Eliminação Hipotética dos Antecedentes Causais: no campo mental da suposição ou da cogitação, o aplicador 
deve proceder à eliminação da conduta para concluir pela persistência ou desaparecimento do resultado. Persistindo o 
resultado, a conduta eliminada hipoteticamente não é causa. Desaparecendo, a conduta é causa. 
- Teoria da Causalidade Adequada: Trata-se de teoria também adotada pelo Código Penal, porém, somente em uma 
hipótese muito específica. Trata-se da hipótese de concausa superveniente relativamente independente que, por si só, 
produz o resultado (art. 13, §1º, CP) 
 - Concausas são circunstâncias que atuam paralelamente à conduta do agente em relação ao resultado. As concausas podem 
ser: absolutamente independentes ou relativamente independentes. 
 As concausas absolutamente independentes são aquelas que não se juntam à conduta do agente para produzir o 
resultado, e podem ser preexistentes (existiam antes da conduta), concomitantes (surgiram durante a conduta) e 
supervenientes (surgiram após a conduta). 
Vejamos as possibilidades! 
- CONCAUSAS ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTES 
# HIPÓTESE 01 (concausa absolutamente independente preexistente): às 21h, João desferiu um disparo de arma de fogo 
contra José (conduta do agente). Contudo, às 19h, Marcelo havia ministrado veneno para a vítima, a qual veio a morrer, às 
22h, em razão do veneno (causa efetiva). 
 O disparo de arma de fogo é irrelevante para o evento morte, logo, nesse CASO, a causa efetiva é absolutamente 
independente da causa concorrente. Trata-se de causalidade simples. Em relação à conduta de João, a conduta de Marcelo é 
uma concausa preexistente. 
** Conclusão: Marcelo responde pelo homicídio consumado, enquanto a conduta de João será punida a título de tentativa. 
# HIPÓTESE 02 (concausa absolutamente independente concomitante): às 19h, “João” está dando veneno para José 
(conduta do agente). Coincidentemente, este é atingido por uma bala perdida, vindo a morrer por conta desse disparo (causa 
efetiva da morte). 
 Aplicando causalidade simples, tem-se que a causa efetiva é absolutamente independente da causa concorrente 
(envenenamento). Em relação à conduta de João, a bala perdida é uma concausa concomitante. 
** Conclusão: O resultado não pode ser imputado à causa concorrente, a qual será punida a título de tentativa. Logo, João 
responde por tentativa de homicídio. 
# HIPÓTESE 03 (concausa absolutamente independente superveniente): às 19h, João dá veneno para José (conduta do 
agente). Às 20h, a vítima sofre traumatismo craniano provocado pela queda de um lustre, que é a causa efetiva da morte, 
sendo o envenenamento causa concorrente. 
 A causa efetiva é absolutamente independente da causa concorrente. Isso se conclui através da aplicação de 
“causalidade simples”. Em relação à conduta de João, a queda do lustre é uma concausa superveniente. 
** Conclusão: o resultado não pode ser imputado à João, que será punido a título de tentativa. 
 Além dessas hipóteses, pode ocorrer de a concausa não produzir por si só o resultado (absolutamente 
independente), mas unir-se à conduta do agente e, juntas, produzirem o resultado. Essas são as chamadas CONCAUSAS 
RELATIVAMENTE INDEPENDENTES, que também podem ser preexistentes, concomitantes ou supervenientes. 
 
 
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- CONCAUSAS RELATIVAMENTE INDEPENDENTES 
# HIPÓTESE 04 (concausa relativamente independente preexistente): o agente aplica uma facada num outro elemento com 
o objetivo de matá-lo. Entretanto, a vítima vem a falecer em razão de hemofilia e não da facada. A conduta do agente 
juntou-se a uma causa paralela/concorrente (e que efetivamente produziu o resultado). 
 Contudo, se a facada não ocorresse, a morte provocada pela hemofilia não ocorreria. Portanto, a conduta do agente 
é relativamente independente da concausa que produziu o resultado. Em relação à conduta do agente, a concausa é 
preexistente. 
** Conclusão: o resultado deve ser atribuído à conduta do agente. Quem deu o golpe de faca responderá pela consumação. 
# HIPÓTESE 05 (concausa relativamente independente concomitante): às 19, João dá um tiro em José, que, em razão do 
susto, teve um ataque cardíaco e morreu. O que matou a vítima não foi o tiro (conduta do agente), mas o ataque cardíaco 
(concausa). A causa efetiva é relativamente independentemente da causa concorrente (causalidade simples, ou seja, se não 
houvesse o tiro, não haveria o susto e não haveria a morte). A concausa é concomitante. 
** Conclusão: o resultado deve ser atribuído ao atirador, que responderá por crime consumado. 
- Concausa relativamente independente superveniente (art. 13, §1º, CP): tem dois tipos: 
 A que não produz por si só o resultado: o resultado (a concausa) está na linha de desdobramento normal da 
conduta do agente. Trata-se de um evento previsível. 
# HIPÓTESE 06 (concausa relativamente independente + que não produz por si só o resultado): José sofre um tiro 
e, ao ser levado para um hospital, o médico comete um erro e provoca sua morte (ERRO MÉDICO É EVENTO 
PREVISÍVEL). O tiro e o erro médico são causas relativamente independentes. Prevalece que o erro médico não por 
si só produziu o resultado. 
- Consequência: Quem deu o tiro responde pelo resultado, homicídio consumado. 
 ** Observação:prevalece que a Infecção hospitalar se trata de evento previsível (comparável ao erro médico). 
Quem deu o tiro responde por consumação. 
 A que, por si só, produz o resultado: o resultado (concausa) sai da linha de desdobramento normal da conduta do 
agente. Trata-se de evento imprevisível; 
# HIPÓTESE 07 (concausa relativamente independente + que produz por si só o resultado): José sofre um tiro e, ao 
ser levado para um hospital, o teto do hospital cai sobre sua cabeça (evento NÃO PREVISÍVEL). 
- Consequência: Quem deu o tiro responde por tentativa. O resultado não pode ser atribuído à conduta do agente. 
 
 
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# Teoria da imputação objetiva 
 Insurgindo-se contra o regresso ao infinito da CAUSALIDADE SIMPLES, a teoria da imputação objetiva enriquece a 
causalidade acrescentando um nexo normativo, este composto de: 
 Criação ou incremento de um risco não tolerado pela sociedade; 
 Realização do risco no resultado (resultado na mesma linha de desdobramento causal do risco); 
 Risco abrangido pelo tipo. 
 
- TIPICIDADE PENAL 
- Evolução da Tipicidade 
TIPICIDADE TRADICIONAL TIPICIDADE MODERNA 
Fato Típico Fato Típico 
- Conduta 
- Resultado 
- Nexo Causal 
- Tipicidade Penal = Tipicidade Formal 
- Conduta 
- Resultado 
- Nexo Causal 
- Tipicidade Penal = Tipicidade Formal + Material 
Tipicidade Formal: mera subsunção formal, ou 
seja, ajuste do fato à norma. 
Obs: não demandava juízo de valor. 
Tipicidade Material: relevância e intolerável lesão ou perigo de lesão ao 
bem jurídico tutelado. 
Obs: demanda juízo de valor. 
** Principio da insignificância exclui o fato típico, porque exclui a 
tipicidade material. 
 
- Espécies de Tipicidade Formal 
 Tipicidade Formal Direta (imediata): Ocorre quando há um só dispositivo para fazer a adequação típica fato/norma. 
Estamos diante de uma subsunção imediata. 
Ex: art. 121 do CP pune matar alguém. E o que tenho de fato? “A” mata “B”. Veja que o ajuste fato/norma é direto, 
imediato. 
 Tipicidade Formal Indireta (mediata): Ocorre quando há necessidade de mais de um dispositivo para fazer a adequação 
típica fato/norma. Estamos diante de uma subsunção mediata. 
Ex. 01: Art. 121 do CP pune matar alguém. E o que tenho de fato? “A” tenta matar “B”. Você consegue subsumir o fato a 
norma? Não. Veja que a norma pune matar. Você precisa do art. 14, II do CP, que prevê a tentativa, para poder ajustar o 
fato ao art. 121 do CP. 
Ex. 02: Art. 121 do CP pune matar alguém. E o que tenho de fato? “A” induziu “B” a matar “C”. O comportamento de “A”, 
você consegue ajustar ao art. 121 do CP? Não, porque “A” não matou, mas limitou-se a induzir. Para ajustar o 
comportamento de “A” ao art. 121 do CP, você precisa aplicar o art. 29 do CP, que prevê a figura do partícipe. 
- Normas de Extensão: dispositivos que servem para concretizar a tipicidade indireta. Normas que ampliam o alcance do tipo 
incriminador, servindo na adequação típica indireta/mediata. 
1. Art. 14, II, CP – Norma de Extensão Temporal; 
1. Art. 29, CP – Norma de Extensão Pessoal; 
2. Art.13, §2ª, CP – Norma de Extensão Causal. 
 
- DOLO (previsão legal no art. 18, I do CP) 
Dolo é a vontade livre e consciente de realizar ou aceitar realizar a conduta prevista no tipo penal incriminador. 
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** Cuidado! A liberdade ou não da vontade é matéria de CULPABILIDADE e não de conduta. Logo a correta conceituação é: 
“Dolo é a vontade livre e consciente de realizar ou aceitar realizar a conduta prevista no tipo penal incriminador”. 
# Elementos do dolo: 
 Intelectivo (consciência); 
 Volitivo (vontade) 
# Teorias do dolo: são três teorias: 
 Teoria da vontade: dolo é a vontade consciente de querer praticar a infração penal (dolo direto); 
 Teoria da representação: fala-se em dolo sempre que o agente tiver a previsão do resultado como possível e, 
ainda assim, decide continuar a conduta. 
OBS.: esta teoria acaba por abranger a culpa consciente. 
 Teoria do consentimento ou assentimento: fala-se em dolo sempre que o agente tiver a previsão do resultado 
como possível e, ainda assim, decide continuar a conduta, assumindo o risco de produzi-lo (dolo eventual). 
O CPB, no art. 18, adotou duas teorias: teoria da vontade (dolo direto) e a teoria do consentimento (dolo eventual). 
# Espécies de dolo 
 Dolo direto ou determinado: configura-se quando o agente prevê um determinado resultado, dirigindo a sua 
conduta na busca de realizá-lo. 
 Dolo indireto ou indeterminado: o agente, com a sua conduta, não busca resultado certo e determinado. Divide-se 
em: 
o Dolo alternativo: o agente, prevendo pluralidade de resultados, dirige a conduta buscando realizar um ou 
outro, com a mesma vontade. 
o Dolo eventual: o agente, prevendo pluralidade de resultados, dirige a conduta buscando realizar um, 
assumindo o risco de realizar os demais. 
 Dolo direto de 1º grau: é o dolo direito (determinado); 
 Dolo direto de 2º grau: o agente prevê determinado resultado e seleciona meios para vê-lo realizado. A vontade do 
agente abrange os efeitos colaterais necessários, em virtude dos meios escolhidos pelo agente, para realizar o fim 
almejado. Esse dolo tem como exemplo o fato de o agente, querendo matar uma pessoa, põe uma bomba no avião 
em que ele voará. Matar a determinada pessoa é o dolo de 1º grau. Matar as demais pessoas é o dolo de 2º grau 
(ou dolo de consequências necessárias). 
ATENÇÃO! Não confundir dolo de 2º grau com o dolo eventual. 
Dolo de 2º grau Dolo eventual 
- O resultado paralelo é certo e necessário; - O resultado paralelo é incerto, possível, eventual, desnecessário. 
 Dolo cumulativo: o agente pretende alcançar dois resultados, em sequência (caso de progressão criminosa). 
 Dolo de dano: a vontade do agente é causar efetiva lesão ao bem jurídico tutelado. Por exemplo: o agente 
arremessa uma pedra com o fim de lesionar – responde por lesão corporal; 
 Dolo de perigo: o agente atua com a intenção de expor a risco o bem jurídico tutelado. Por exemplo, o agente 
arremessa uma pedra, apenas para expor a vida a risco, respondendo por periclitação da vida. 
 Dolo genérico: o agente tem vontade de realizar a conduta descrita no tipo, sem um fim específico; 
 Dolo específico: o agente tem vontade de realizar a conduta descrita no tipo, com um fim específico. 
 Dolo de ímpeto: crime repentino (pode servir como uma atenuante de pena). 
 
 
 
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL PARA CONCURSOS 
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- CULPA (previsão legal no art. 18, II do CP) 
# Conceito: consiste numa conduta voluntária que realiza um fato ilícito não querido pelo agente, mas que foi por ele 
previsto (culpa consciente) ou lhe era previsível (culpa inconsciente) e que podia ser evitado se o agente atuasse com o 
devido cuidado. 
# Elementos da culpa: 
 Conduta humana voluntária: a vontade do agente circunscreve-se à realização da conduta e não à produção do 
resultado. Por exemplo, a vontade é de dirigir emalta velocidade, não de atropelar alguém. 
 Violação de um dever de cuidado objetivo: o agente atua em desacordo com o que esperado pela lei e pela sociedade. 
Formas de violação do dever (são as modalidades de culpa): 
o Imprudência: afoiteza; 
o Negligência: falta de precaução; 
o Imperícia: falta de aptidão técnica para o exercício de arte, oficio ou profissão. 
 Resultado naturalístico: não há crime culposo sem resultado naturalístico. O crime culposo é sempre crime material, ou 
seja, exige resultado naturalístico para a consumação. 
 Previsibilidade: é a possibilidade de (qualquer pessoa) conhecer o crime (culpa inconsciente). Não se confunde com 
PREVISÃO, onde o agente efetivamente conhece o perigo. Se há a previsão, ocorre a culpa consciente. 
 Nexo causal entre conduta e resultado 
 Tipicidade (art. 18, parágrafo único do CP) 
# Espécies de culpa 
 Culpa inconsciente (ou culpa sem previsão): o agente não prevê o resultado que, entretanto, era previsível; 
 Culpa consciente (ou culpa com previsão): o agente prevê o resultado, mas espera que ele não ocorra, supondo 
poder evitá-lo com sua habilidade. 
 Culpa própria (ou propriamente dita): é aquela em que o agente não quer e não assume o risco de produzir o 
resultado. 
 Culpa imprópria (por equiparação, assimilação ou extensão) – art. 20, §1º, CP: é aquela em que o agente, por 
erro, fantasia certa situação de fato, supondo estar agindo acobertado por uma excludente da ilicitude, e, em 
razão disso, provoca intencionalmente o resultado ilícito. Apesar da ação ser dolosa, tratando-se de erro 
evitável, o agente responde por culpa, considerando motivos de política criminal - OBS.: A ESTRUTURA DO 
CRIME É DOLOSA, PORÉM ELE É PUNIDO COMO SE CULPOSO FOSSE. 
** O direito penal não admite compensação de culpa, mas a culpa concorrente da vítima pode atenuar a responsabilidade do 
agente. 
** DIFERENÇA ENTRE DOLO EVENTUAL E CULPA CONSCIENTE 
 CONSCIÊNCIA VONTADE 
1) Dolo direto - Agente prevê o resultado; - Quer realizar o resultado; 
2) Dolo eventual; - Agente prevê o resultado; - Não quer o resultado, mas assume o risco; 
3) Culpa consciente - Agente prevê o resultado; - Não quer o resultado. Não quer e não assume o 
risco. Supõe poder evitá-lo; 
4) Culpa inconsciente - O agente não prevê o 
resultado, porém era previsível. 
- Não quer, nem assume o risco. 
 
- PRETERDOLO (previsão legal no art. 19 do CP) 
Obs.: temos diversos crimes agravados pelo resultado 
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OS: 0151/7/17-Gil 
 Crime doloso agravado dolosamente. Por exemplo, o homicídio qualificado; 
 Crime culposo agravado culposamente. Por exemplo, incêndio culposo qualificado pela morte culposa; 
 Crime culposo agravado dolosamente. Por exemplo, homicídio culposo qualificado pela omissão de socorro; 
 Crime doloso agravado culposamente. Por exemplo, lesão corporal seguida de morte. Esta espécie é a chamada 
PRETERDOLO. Crime preterdoloso é uma espécie de crime agravado pelo resultado, mais especificamente o 
doloso agravado culposamente (dolo no antecedente/culpa no consequente). 
No crime preterdoloso, o agente pratica um crime distinto do que havia projetado cometer, advindo resultado mais 
grave, decorrência de culpa. Cuida-se de espécie de crime agravado pelo resultado, havendo verdadeiro concurso de dolo e 
culpa no mesmo fato (dolo no antecedente e culpa no consequente – FIGURA HÍBRIDA). 
 
- ITER CRIMINIS 
- Conceito: É um conjunto das fases que se sucedem cronologicamente no desenvolvimento do delito. 
▪ Cogitação: simples ideia do crime. Não implica, necessariamente, premeditação (se assim não fosse, todo 
crime seria premeditado). Esta etapa é sempre impunível; 
▪ Atos Preparatórios: O agente procura criar condições para a realização da conduta delituosa; 
** Em regra, os atos preparatórios são impuníveis. Mas há exceções e um exemplo é o art. 288 do 
CP [quando você pune a associação criminosa, você já está incriminando a conduta daquele que 
está apenas, por hora, criando condições para realizar o crime]. 
▪ Atos Executórios: o agente atua concretamente para realizar a conduta prevista no tipo. Trata-se do marco 
inicial do poder punitivo. 
▪ Consumação: Assinala o instante da composição plena do fato criminoso. 
 
- CRIME CONSUMADO 
- Conceito 
Previsão Legal: Art. 14 do CP “Diz-se o crime: I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição 
legal”. Trazendo o conceito da doutrina pode-se dizer que considera-se crime consumado a realização do tipo penal por 
inteiro, nele encerrando o “iter criminis”. 
 
- Classificação do Delito quanto ao Momento Consumativo 
 Crime Material: o tipo penal descreve conduta + resultado naturalístico. E esse resultado naturalístico é 
indispensável para a consumação. Por exemplo, homicídio. 
 Crime Formal: também chamado de consumação antecipada. Aqui, o tipo penal também descreve conduta + 
resultado naturalístico. A diferença é que o resultado naturalístico é dispensável, é um mero exaurimento. Porque a 
consumação ocorre com a simples conduta. Por exemplo, o art. 158 do CP que prevê a extorsão. 
 Crime de Mera Conduta: O tipo penal descreve uma mera conduta. Não tem resultado naturalístico. E não está 
sequer descrito no tipo um resultado naturalístico. Um exemplo é a violação de domicílio, previsto no art. 150 do 
CP. 
 
- CRIME TENTADO 
 Conceito 
Previsão Legal: Art. 14 do CP “Diz-se o crime: II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias 
alheias à vontade do agente”. Esse conceito legal é suficiente. 
 
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 Elementos do Crime Tentado 
◦ Início da Execução 
◦ Não consumação por circunstâncias alheias a vontade do agente 
 
 Conseqüências para um Crime Tentado 
Art.14, Parágrafo único – “Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime 
consumado, diminuída de um a dois terços”. 
 A tentativa será punida com a pena correspondente com a pena do crime consumado, diminuída de 1/3 a 2/3. Esta 
diminuição será proporcional ao caminho percorrido no “iter criminis”. Quanto mais próximo da consumação menor a 
redução. Quando mais distante da consumação maior a redução. CRITÉRIO OBJETIVO. 
 
 Formas de Tentativa 
 
 
 
Quanto ao: 
ITER CRIMINIS 
PERCORRIDO 
Tentativa Imperfeita, inacabada: O agente é impedido de prosseguir no seu intento, deixando de 
praticar todos os atos executórios à sua disposição. 
Ex: Eu tinha 05 projéteis no meu revólver, quando eu dou o 1ª tirou sou desarmado por terceiro. 
Tentativa Perfeita, acabada (crime falho): O agente, apesar de esgotar todos os atos executórios à sua 
disposição, não consegue consumar o delito por circunstancias alheias a sua vontade. 
Ex: se eu tivesse usado os 5 projeteis e a vitima foi socorrida positivamente, não morreu. 
= OBS: A tentativa perfeita somente é compatível com os crimes MATERIAIS. Isso porque o esgotamento dos atos 
executórios nos delitos formais e de mera conduta caracteriza a consumação. 
Quanto ao: 
RESULTADO 
PRODUZIDO NA 
VÍTMA 
Tentativa Cruenta: A vítima é atingida. Esta nós conhecemos como “tentativa vermelha”. 
Tentativa Incruenta (não cruenta): A vítima não é atingida. Esta nós conhecemos por“tentativa 
branca”. 
 
Quanto a: 
POSSIBILIDADE 
DE ALCANÇAR O 
RESULTADO 
Tentativa Idônea: O resultado era possível de ser alcançado. 
Tentativa Inidônea: O resultado era absolutamente impossível de ser alcançado. Este é sinônimo de 
CRIME IMPOSSÍVEL. 
 
 Infrações Penais que NÃO Admitem Tentativa 
1. Crime Culposo: não se pode tentar praticar algo se não há dolo/intenção. 
2. Contravenções Penais: o art. 4ª da Lei de Contravenções Penais diz que não se pune a tentativa. Veja que existe 
tentativa, ela apenas não é punida! 
3. Crime de Atentado ou de empreendimento: a tentativa é punida com a mesma pena que a consumação. 
4. Crime Unissubsistente: A execução não admite fracionamento. Ex: delitos omissivos puros; delitos de mera conduta 
(por exemplo, ato obsceno). 
 Tentativa Qualificada ou Abandonada 
Previsão Legal: Art. 15 – “O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se 
produza, só responde pelos atos já praticados”. As duas modalidades de Tentativa Qualificada ou Abandonada são: 
Desistência voluntária e arrependimento eficaz. 
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 Desistência Voluntária: o sujeito ativo abandona a execução do crime quando ainda lhe sobra, do ponto de vista 
objetivo, uma margem de ação. 
TENTATIVA SIMPLES DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA 
Início da Execução Início da Execução 
Não consumação por circunstâncias alheias à vontade 
do agente 
Não consumação por circunstâncias inerentes à vontade do 
agente 
O agente quer prosseguir, mas não pode. O agente pode prosseguir, mas não quer. [tentativa 
abandonada]. 
Em Regra: Diminuição de Pena, variando de 1/3 a 2/3. Em Regra: O agente só responde pelos atos já praticados. 
Ex.: o agente pula o muro da casa, arromba o carro e, 
antes de conseguir sair, a polícia chega. 
Ex.: o agente pula o muro e, quando se aproxima do carro, 
desiste. Nesse caso, vai responder só pela violação de domicilio. 
 
OBSERVAÇÃO IMPORTANTÍSSIMA: exige-se apenas Voluntariedade, não se exigindo Espontaneidade. 
 Arrependimento Eficaz (Resipiscência): ocorre quando o agente, desejando retroceder na atividade delituosa 
percorrida, desenvolve nova conduta (nova conduta essa denominada de “ponte de ouro”), após terminada a 
execução, evitando o resultado naturalístico. 
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA ARREPENDIMENTO EFICAZ 
Início da Execução Início da Execução 
Não consumação por circunstâncias inerentes a 
vontade do agente 
Não consumação por circunstâncias inerentes a vontade do 
agente 
A diferença está no MOMENTO do propósito criminoso 
Ele abandona o intento quando ainda tinham atos 
executórios para serem praticados. 
[se arrepende antes de terminar] 
Ele esgota os atos executórios e retrocede na conduta. 
 [se arrepende quando termina] 
Em Regra: O agente só responde pelos atos já 
praticados. 
Em Regra: O agente só responde pelos atos já praticados. 
 Ex: Tinha 5 balas, disparei todas contra a vitima, mas quando 
terminei me arrependi e a levei ao hospital. A vítima não morreu. 
Eu vou responder por lesão grave e não por tentativa. 
 
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES: 
OBS: Só é possível nos crimes materiais, pois nos delitos formais e de mera conduta, esgotada a fase executória, haverá 
consumação. 
 Arrependimento Posterior 
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o 
recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. 
O arrependimento se dá após consumação. O arrependimento eficaz evita a consumação; já o arrependimento 
posterior pressupõe consumação. 
 
 
R
EQ
U
IS
IT
O
S 
Crime sem violência ou grave ameaça a pessoa. 
- Violência contra a coisa não obsta o benefício; 
Reparado o dano ou restituída a coisa 
Até o recebimento da denuncia ou da queixa 
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OS: 0151/7/17-Gil 
Por ato voluntário do agente 
- Ato voluntário do agente não exige espontaneidade, basta ser voluntário. 
 
 
 RESUMO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CRIME IMPOSSÍVEL (crime Oco) 
Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível 
consumar-se o crime. 
 Ineficácia absoluta do meio: os instrumentos utilizados pelo agente são ineficazes, em qualquer hipótese, para a 
produção do resultado. Ex.: querer provocar aborto com rezas e despachos; querer matar alguém com arma sem 
munição; 
 Absoluta impropriedade do objeto: a pessoa ou coisa objeto da ação não serve à consumação do delito. Ex.: atirar 
contra cadáver; praticar abortamento em mulher que pensa estar, mas não está grávida (gravidez psicológica). 
- Causas de exclusão do fato típico 
 Haverá exclusão do fato típico sempre que estiver ausente algum de seus elementos. As principais hipóteses são: 
- Coação física irresistível 
 A coação física irresistível exclui a CONDUTA, por ausência completa de vontade do agente coagido. Logo, acaba por 
excluir o fato típico. Não confundir com a coação MORAL irresistível, que exclui a culpabilidade. 
** Ex.: José pega Maria à força e, segurando seu braço, faz com que Maria esfaqueie Joana, que está dormindo. Neste caso, 
Maria não teve conduta, pois não teve dolo ou culpa. Maria não escolheu esfaquear, foi coagida fisicamente a fazer isso. 
- Erro de tipo inevitável 
 No erro de tipo inevitável o agente pratica o fato típico por incidir em erro sobre um de seus elementos. Quando o 
erro é inevitável (qualquer pessoa naquelas circunstâncias cometeria o erro), o agente não responde por crime algum 
(afasta-se o dolo e a culpa). 
** Ex.: José pega o celular que está em cima do balcão da loja e vai embora, acreditando ser o seu celular. Todavia, quando 
chega em casa, vê que pegou o celular de outra pessoa, pois confundiu com o seu. Neste caso, José praticou, em tese, o 
crime de furto (art. 155 do CP). Todavia, como houve erro inevitável sobre um dos elementos do tipo (o elemento “coisa 
alheia”, já que José acreditava que a coisa era sua), José não responderá por crime algum. 
- Sonambulismo e atos reflexos 
 Nas hipóteses de sonambulismo e de atos reflexos também se afasta o fato típico, pois em ambos os casos o agente 
não tem controle sobre sua ação ou omissão, ou seja, temos a exteriorização física do ato, sem que haja dolo ou culpa. 
** Ex.: José dá um susto em Ricardo, que acaba mexendo os braços repentinamente e acerta uma cotovelada em Paula. 
Neste caso, Ricardo não responde por crime de lesão corporal pois não teve dolo ou culpa. 
Início da 
Execução 
Fim dos Atos 
Executórios 
Consumação 
do crime 
Recebimento da 
denuncia ou queixa 
Arrependimento 
Eficaz 
Arrependimento 
Posterior 
Desistência 
Voluntária 
Iter Criminis

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