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CONTABILIDADE PÚBLICA Prof. Cristóvão Araripe Marinho Aula 3 Despesa Pública Identificar o conceito, as estruturas de classificação e os estágios de execução da despesa pública. Conhecer três tipos especiais de despesas: restos a pagar, despesas de exercícios anteriores e suprimento de fundos. Conhecer a legislação que rege as despesas públicas, em especial os limites de gastos com pessoal estabelecidos na Lei de Responsabilidade Fiscal. Objetivos da Aula Despesa Pública Conceito Para Diana Vaz de Lima, “Define-se despesa pública como o conjunto de dispêndios da entidade governamental para o funcionamento dos serviços públicos. Nesse sentido, como parte do orçamento, a despesa compreende as autorizações para gastos com as várias atribuições e funções governamentais.”. Despesa Pública Despesa Pública Alinhamento da Despesa Despesa Pública Conceito Momento de Reconhecimento da Despesa, sob o Enfoque Patrimonial Oportunidade Competência Princípio Contábil A despesa deverá ser registrada no momento em que ocorre o fato gerador, o que, de acordo com os Manuais de Despesa Nacional da STN/SOF, normalmente ocorre no momento da liquidação. Na Contabilidade Pública, as despesas são registradas pelo Regime de Competência Despesa Pública Momento de Reconhecimento da Despesa sob o Enfoque Orçamentário Na contabilidade pública as despesas orçamentárias são reconhecidas pelo regime de competência nos termos estabelecidos no art. 35 da Lei nº 4320/64. “Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro: ... II – as despesas nele legalmente empenhadas” Despesa Pública Entretanto, o empenho não é um passivo pois no momento da sua emissão não houve a prestação do serviço ou a entrega do bem e, portanto, pode ser anulado. O reconhecimento da despesa orçamentária ocorre no momento da liquidação, que corresponde ao fato gerador da despesa. Apenas no encerramento do exercício é que os empenhos são considerados como despesa realizada. Exemplos: cauções, consignações, depósitos de terceiros, ARO Despesa Pública Dispêndio, gasto ou desembolso são palavras normalmente utilizadas para caracterizar as importâncias que saem dos cofres públicos. Entretanto, nem toda saída de recursos dos cofres públicos pode ser considerada como despesa pública. Strictu Sensu, não constituem Despesa Pública Diferenciação da Despesa Pública Despesa Pública Afetação Patrimonial Despesa Pública Tipo Classificação Qualitativa Esfera Orçamentária Institucional Funcional Programática Quantitativa Meta Física Financeira Natureza da Despesa Identificador de Uso Fonte de Recursos IDOC / Doação Identificador Resultado Primário Classificação Orçamentária Despesa Pública Princípio Descrição Utilidade A destinação dos recursos deve, obrigatoriamente, visar à satisfação das necessidades coletivas. Legitimidade A despesa deve ter ao consentimento da coletividadeeser suportável pelos contribuintes. Oportunidade A despesa deve considerar as prioridades e as limitações de gasto e as condições econômicas vigentes na ocasião. Legalidade A despesa pública só pode ser realizada se autorizada em lei. Economicidade Está relacionada à questão do custo-benefício, considerando à eficiência e a eficácia da despesa. Despesa Pública Princípios Empenho Identificação do Credor Autorização Formalização Liquidação Origem e objeto Importância exata a ser paga Certificação do credor Pagamento Entrega do numerário ao credor Autorização Formalização Fixação Organização das estimativas Conversão da proposta em orçamento Programação da despesa Lei nº 4.320/64 LOA Licitação Escolha da proposta mais vantajosa Lei nº 8.666/93 Etapas de Execução Despesa Pública São despesas empenhadas, mas não pagas, dentro do exercício financeiro, ou seja, até 31 de dezembro (art. 36 da Lei nº 4.320/64 e 67 do Decreto nº 93.872/86). Quando o pagamento deixa de ser efetuado no próprio exercício, a despesa é inscrita em Restos a Pagar. Os Restos a Pagar podem ser classificados em: Processados - são despesas em que o credor já cumpriu as suas obrigações, isto é, entregou o material, prestou os serviços ou executou a etapa da obra, dentro do exercício, tendo, portanto, direito líquido e certo, faltando, apenas, o pagamento; Não-processados - são despesas que ainda dependem da prestação do serviço ou do fornecimento do material, ou seja, cujo direito do credor não foi apurado. São despesas ainda não liquidadas. Restos a Pagar Despesa Pública É a denominação dada à despesa realizada em regime de adiantamento que é aplicável aos casos especiais de despesas que não possam subordinar-se ao processo normal de aplicação. Consiste na entrega de numerário a servidor, para realização dessas despesas. Casos de Aplicação do Suprimento de Fundos: Despesas eventuais, inclusive em viagem e com serviços especiais, que exijam pronto pagamento em espécie; Despesas feitas em caráter sigiloso (conforme regulamento); Despesas de pequeno vulto, assim entendidas aquelas cujo valor não ultrapassam os limites estabelecidos pela Port. MF nº 95/2002. REGRA: Cartão de Pagamento do Governo Federal (CPGF). EXCEÇÃO: Depósito em c/c nos casos em que não seja possível utilizar o CPGF. Suprimento de Fundos Despesa Pública 13 São despesas de exercícios encerrados, para as quais o respectivo orçamento consignava crédito, com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época própria, os restos a pagar com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente. Considera-se DEA (§ 2º do art. 22 do Decreto 93.872/86): Despesas que não tenham sido empenhadas na época própria; Empenhos indevidamente anulados no encerramento do exercício; Restos a Pagar com prescrição interrompida – Restos a Pagar cancelado, mas em relação ao qual ainda vige o direito do credor; Compromisso reconhecido após o encerramento do exercício – obrigação de pagamento criada por lei, mas reconhecido o direito do reclamante após o encerramento do exercício correspondente. Despesas de Exercícios Anteriores - DEA Despesa Pública 14 Despesa Pública Principais normas e leis relacionadas com a despesa no Setor Público Lei Federal nº 4.320 de 17/03/1964 – Conhecida como Lei Geral de Finanças Públicas, este Lei responsável pela emissão de regras para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, Estados, Municípios e Distrito Federal. Lei Complementar n º 101, de 04/05/2000, conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão. Códigos de Administração Financeira – que compõem a legislação que trata de matéria contábil, financeira e orçamentária, nas esferas estadual e municipal, de forma complementar à Lei nº 4.320/64 15 Despesa Pública Principais normas e leis relacionadas com a despesa no Setor Público Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (NBCTSP), editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade, representam um importante marco na normatização da contabilidade do setor público. Manual de Contabilidade Aplicado ao Setor Público (MCASP), Aplicado à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, editado pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN) do Ministério da Fazenda (MF), desenvolvido com conteúdo alinhado às NBCTSP. Manual Técnico de Contabilidade Aplicado ao Setor Público, Aplicado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, cujos volumes I e II, recebem os subtítulos de Manual da Despesa Nacional e Manual da Receita Nacional, respectivamente 16 O principal objetivo da Lei Complementar nº 101, de 04 de maio de 2000, conhecida como Lei Responsabilidade Fiscal (LRF), é estabelecer “normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal”. A LRF estabelece diversos mecanismos de controle. Despesa Pública Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF 17 Despesa Pública 18 Despesa Pública Limites de Despesa comPessoal Estabelecidos pela LRF O limite de despesa com pessoal é estabelecido com base na receita corrente líquida, que consiste no somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras receitas também correntes, conforme definido no art. 2º da LRF. 19 Despesa Pública Limites de Despesa com Pessoal Estabelecidos pela LRF De acordo com o art. 18 da LRF, para efeito e cálculo das despesas com pessoal, são considerados os gastos com: Servidores ativos; Despesas com inativos e pensionistas; Mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos civis, militares e de membros de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias; Vencimentos e vantagens, fixas e variáveis;. Subsídios, proventos de aposentadoria; Reformas e pensões; Adicionais de qualquer natureza; Gratificações, horas extras e vantagens pessoais; Encargos sociais; Contribuições recolhidas pelo ente às entidades de previdência. 20 Despesa Pública Limites de Despesa com Pessoal Estabelecidos pela LRF Os valores dos contratos de terceirização de mão-de-obra que se referem à substituição de servidores e empregados públicos serão contabilizados como “Outras Despesas de Pessoal”. A despesa total com pessoal será apurada somando-se a realizada no mês em referência com as dos onze imediatamente anteriores, adotando-se o regime de competência. 21 Despesa Pública Limites de Gastos Estabelecidos pela LRF Limites de Gastos com Pessoal com base na ReceitaCorrente Líquida União: 50% 40,9% para o Executivo; 6% para o Judiciário; 2,5% para o Legislativo 0,6% para o Ministério Público Estados: 60% 49% para o Executivo 6% para o Judiciário 3% para o Legislativo, incluindo o Tribunal de Contas do Estado 2% para o Ministério Público Municípios: 60% 54% para o Executivo 6% para o Legislativo, incluindo o Tribunal de Contas do Município, quando houver 22 Contabilidade Pública Aula 3 Despesa Pública Atividade Atividade 01 Dispêndio, gasto ou desembolso são palavras normalmente utilizadas para caracterizar as importâncias que saem dos cofres públicos. Entretanto, nem toda saída de recursos dos cofres públicos pode ser considerada como despesa pública. Assinale a alternativa que representa uma saída de recursos nos cofres públicos que não configura uma despesa pública. Pagamento de material de consumo. Pagamento de indenizações a terceiros estranhos à Administração Pública. Pagamento de contribuições sociais. Pagamento de valor recebido a título de caução. Pagamento de despesas de exercícios anteriores. Despesa Pública Atividade 02 Restos a Pagar são as despesas empenhadas, mas não pagas dentro do exercício financeiro, ou seja, até 31 de dezembro. Por sua vez, o art. 35 do Decreto n° 93.872/86, determina que o empenho da despesa não liquidada será considerado anulado em 31 de dezembro, para todos os fins, salvo quando: Estiver vigente o prazo estabelecido para cumprimento da obrigação assumida pelo credor. O credor não ainda não entregou o bem adquirido. Estiver vencido o prazo estabelecido para cumprimento da obrigação assumida pelo credor. Ainda não tiverem sido atendidas as condições estabelecidas em contrato de fornecimento. Não houver recurso financeiro suficiente para realizar o pagamento. Despesa Pública Resumo da Aula Nesta aula você: Identificou o conceito, as estruturas de classificação e os estágios de execução da despesa pública. Conheceu três tipos especiais de despesas: restos a pagar, despesas de exercícios anteriores e suprimento de fundos. Conheceu a legislação que rege as despesas públicas, em especial os limites de gastos com pessoal estabelecidos na Lei de Responsabilidade Fiscal. Despesa Pública
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