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DECRETO-LEI Nº 4.657, DE 4 DE SETEMBRO DE 1942. Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro. (Redação dada pela Lei nº 12.376, de 2010 O Presidente da República, usando da atribuição que lhe confere o artigo 180 da Constituição, decreta: Art. 1o Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. § 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada. § 2o (Revogado pela Lei nº 12.036, de 2009). § 3o Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação. § 4o As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova. Vacatio legis É o lapso temporal entre a data da publicação e a data em que a lei entrará em vigor. Esse fenômeno jurídico denomina-se vacacio legis. Durante a vacatio legis a lei não produz qualquer efeito. Tem existência, mas não é obrigatória, o que só ocorre com o início de sua vigência, salvo quando vem expresso no texto que a lei entra em vigor na data de sua publicação. A lei é perfeitamente válida quando: sancionada, promulgada e publicada. REVOGAÇÃO Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. § 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. § 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. § 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. O que é revogação? Revogar é tornar sem efeito uma norma, retirando sua obrigatoriedade. Revogação é um termo genérico, que indica a ideia da cessação da existência da norma obrigatória. A revogação é o gênero que contém duas espécies: a) a ab-rogação, que é a supressão total da norma anterior, por ter a nova lei regulado inteiramente a matéria, ou por haver entre ambas incompatibilidade explícita ou implícita. b) a derrogação, que torna sem efeito uma parte da norma. Os dispositivos atingidos não mais terão obrigatoriedade REVOGAÇÃO REVOGAÇÃO EXPRESSA – se a norma revogadora declarar qual a lei que está extinta em todos os seus dispositivos ou apontar os artigos que pretende retirar. REVOGAÇÃO TÁCITA – quando houver incompatibilidade entre a lei nova e a antiga, pelo fato de que a nova passa a regular parcial ou inteiramente a matéria tratada pela anterior, mesmo que nela não conste a expressão “revogam-se as disposições em contrário”, por ser supérflua. REPRISTINAÇÃO - RECEPÇÃO REPRISTINAÇÃO – deixando de existir a norma revogadora, não se terá o convalescimento da revogada. A revogação põe termo à lei anterior, que, pelo término da vigência da norma que a revogou, não renascerá. RECEPÇÃO – a reforma constitucional ou a substituição de uma Constituição por outra não implicará a revogação de todas as normas do regime anterior, mas tão-somente das que forem incompatíveis com a nova ordem. Uma parte do velho ordenamento jurídico permanecerá válida dentro da nova ordenação. ANALOGIA – CONSTUMES – PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO Art. 3o Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece. Art. 4o Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. Art. 5o Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum. Princípios Gerais do Direito? Muitos desses princípios encontram-se prescritos em normas, porém em sua grande maioria estão implicitos, podendo ser descobertos pela análise dos subsistemas. 1) da moralidade; 2) da igualdade de direitos e deveres diante do ordenamento jurídico; 3) da proibição de locupletamento ilícito; 4) da função social da propriedade; 5) de que ninguém pode transferir ou transmitir mais direitos do que tem; 6) de que a boa-fé se presume e a má-fé deve ser provada; 7) da preservação da autonomia da instituição familiar; 8) de que ninguém pode invocar em seu proveito a sua própria malícia; 9) de que o dano causado por dolo ou culpa deve ser reparado; 10) de que quem exercita o próprio direito não prejudica ninguém; 11) do equilíbrio dos contratos; 12) de que se responde pelos próprios atos e não pelos atos dos outros. ATO JURÍDICO PERFEITO – DIREITO ADQUIRIDO – COISA JULGADA Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. § 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. § 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por êle, possa exercer, como aquêles cujo comêço do exercício tenha têrmo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. § 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso. EXERCÍCIO José, estagiário do escritório Ceará & Fortaleza Advogados Associados, chega ofegante à porta do Fórum de sua cidade, depois de uma corrida louca contra o tempo. Constata, quase em lágrimas, que, para seu desespero, o relógio marca 17:33 horas. Ou seja, o expediente do Fórum encerrou as 17:30 horas e ele não conseguiu chegar a tempo de protocolar a petição que seu patrão, Dr. Ceará, tanto recomendara, pois o prazo terminava justo hoje, sexta-feira, 27.06.99. Depois de ficar alguns instantes quieto, José abre um enorme sorriso ao se lembrar de que já está em vigor a Lei nº 9.800, de 26.05.99, cujo art 1º estabeleceu: “Art. 10 — É permitida às partes a utilização de sistema de transmissão de dados e imagens tipo fac-símile ou outro similar, para a prática de atos processuais que dependam de petição escrita” . Além do que dispõe seu art. 6º: “Art. 6º — Esta Lei entra em vigor trinta dias após a data de sua publicação”. O final feliz deste caso dependerá dos conhecimentos de José sobre o início e o término da vigência das leis. Ajude-o, respondendo o que se pede: a) Como se denomina o período de tempo decorrido entre a publicação da lei e o início da sua vigência? b) Para que serve a fixação do referido prazo?Fundamente. c) No intervalo entre a publicação da lei nova e o início da sua vigência, que lei deverá ser observada? Fundamente. d) Como deverá ser contado o referido prazo? Justifique. e) Quando se dará o término da vigência da Lei nº 9.800, de 26 de maio de 1999? Fundamente. f) Poderá José valer-se da nova Lei e conseguir cumprir a tarefa que lhe havia sido dada por Dr. Ceará? Como?
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