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Aula 01 a 10

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Aula 01 – A História da Educação
Ao final desta aula, você será capaz de:
Identificar a importância da História para a formação do cidadão e do educador;
Estabelecer a relação entre História e Educação;
Caracterizar as diferentes concepções historiográficas: positivismo, Annales e marxismo.
A História da Educação - compõe o conjunto de saberes fundamentais no desenvolvimento da formação do futuro pedagogo. 
Permite a esse professor-pesquisador compreender:
A História da Educação no Brasil é uma disciplina muito recente que vem se constituindo ao longo do tempo, conquistando sua autonomia e identidade, construindo suas características e especificidades.
Surgiu como parte da Filosofia da Educação e manteve-se dessa maneira até por volta dos anos de 1960. Os cursos de formação de professores, não possuíam essa cadeira, cujos temas eram trabalhados nas aulas de Filosofia da Educação.
Os programas da matéria, na primeira metade do século XX, quando ainda não se apresentava de forma autônoma, continham uma estreita orientação religiosa, especialmente católica. (Miriam Warde, 2000)
Histórico
Até 1950
Os programas curriculares da área, em seus conteúdos, destacavam, até os anos de 1950, os modelos de formação do homem praticados pelas diferentes sociedades até o período medieval, quando então eram trabalhados os pensadores que se sobressaíam nas Idades Moderna e Contemporânea.
Década de 50 – pioneira na organização da cadeira de história da educação brasileira
Surgiu, entre os educadores da Universidade de São Paulo (USP), uma preocupação pela organização da cadeira de História da Educação Brasileira, desatrelada da Filosofia. Tinha como objetivos o estudo do sistema escolar no Brasil e buscava definir os limites da nova disciplina, e seu contato com a Filosofia e a Sociologia, que também ganhava importância nos cursos de magistério.
1970 a 1980
A disciplina consolidou-se como uma importante área do conhecimento humano, mas ainda vinculada apenas aos cursos de Pedagogia. Os temas se diversificam e se aprofundam, com a intensificação das pesquisas. 
Nóvoa debate a questão historicamente:
Não se escreve hoje a História da educação como se escrevia nas décadas anteriores. Há que dizê-lo. Mas não basta dizê-lo: há que assumi-lo, na prática. Temos que ser audaciosos. E ousar produzir um outro conhecimento histórico no domínio educativo. (apud Tambara, 2000, p. 84)
Nos dias atuais
Nos dias de hoje, percebe-se que a História, em suas pesquisas e áreas de interesse, começou a dirigir seu olhar para os temas educacionais, entretanto ainda carecendo de uma maior organicidade nesse campo. Nesse sentido, os estudos ainda estão muito ligados ao âmbito da História Cultural. Há ainda muito a se construir nessa área. Como explica Tambara (idem, p.86):
No caso específico da História da Educação, é forçoso reconhecer que ainda não há uma massa de produção, apesar do muito que se fez, capaz de tornar essa área efetivamente autônoma tanto da História como da Educação. Vive-se em uma espécie de limbo. Muito da indefinição teórico-metodológica decorre da ausência de parâmetros próprios (...).
Qual é o objeto da História da Educação?
Ainda há muito a se debater, de maneira a se distanciar de outros campos de estudo, evitando algumas aproximações que podem levar à descaracterização da área em questão, enfim fortalecendo essa área do saber acadêmico.
Zaia Brandão – pesquisadora de história da educação
"Se por um lado carecemos de tradição disciplinar, por outro, a construção de objetos de pesquisa pertinentes aos desafios enfrentados pelos educadores requerem o acompanhamento do que vem ocorrendo nas configurações concretas das práticas educacionais de onde emergem as “questões próprias”, a que se refere o texto acima."
Esse poema de Brecht discute o sentido da História e a noção de sujeito histórico. Aprecie...
Aula 02 – Educação Difusa: A Tradição Oral
Ao final desta aula, você será capaz de:
1 - caracterizar as comunidades que não possuem a escrita;
2 - identificar a observação e a imitação como uma das formas de aprendizagem entre os grupos que não conhecem a escrita;
3 - identificar o papel dos rituais, dos mitos e das lendas no processo de aprendizagem.
4 - compreender a oralidade como instrumento de construção do saber.
Nesta aula, vamos estudar as sociedades tribais. Esta forma de organização social está presente no mundo em que vivemos, inclusive no nosso país.
A tradicional divisão do processo histórico em Pré-História e História, pertence à concepção positivista, que considera, apenas, os documentos escritos como verdadeiras fontes de pesquisa, entendendo que os povos que não conhecem a escrita estariam no estágio anterior à História, ou seja, não possuiriam História.
É importante para o estudo dessas sociedades, o auxílio das ciências naturais e sociais que ampliam a possibilidade de maior conhecimento sobre esses povos. Sendo assim, necessitamos dentre outras, dos seguintes saberes:
Química
Possibilita medir, aproximadamente, o tempo do objeto encontrado.  
Geologia
Estuda a constituição da terra.
Arqueologia
Revela através dos objetos encontrados nas escavações, a cultura material desses grupos humanos.
Paleontologia
Examina o aparecimento das diversas formas de vida, de acordo com os períodos do tempo geológico.
Sítio arqueológico é o local onde se encontra e se estuda o vestígio deixado pelos habitantes do passado. Os sítios mais conhecidos e estudados encontram-se na Europa, principalmente na França, no norte da Espanha e em Portugal. No Brasil, também encontramos importantes sítios arqueológicos, porém pouco estudados, como a Chapada Diamantina.
Segundo as descobertas da Geologia e da Paleontologia, os ancestrais do Homo sapiens (todos nós pertencemos a essa espécie) surgiram no paleolítico inferior e pertenciam a espécies diferentes.
Os Primeiros Colonizadores
A evolução do homem é objeto de estudo de inúmeros autores. Veja o que diz Guarinello:
“Todos os homens que existem sobre a terra, independentemente de sua raça, de sua cor ou de sua aparência física, fazem parte de uma mesma espécie, que os cientista denominam Homo sapiens sapiens. 
Nossa espécie é, na verdade, o resultado final de uma longa evolução, que parece ter se iniciado na África, há milhões de anos, quando começamos a nos diferenciar de nossos primos afastados, os macacos superiores. Acredita-se, hoje, que os momentos finais dessa evolução ocorreram na Europa e no norte da África, há uns 70 mil anos.
Era uma época muito fria, quando boa parte do nosso planeta estava ocupado por grandes massas de gelo, como é a Antártida ainda hoje. Esses primeiros homens já sabiam elaborar diferentes instrumentos de pedra e sobreviviam caçando grandes animais, como os mamutes ou o terrível tigre dente -de- sabre. 
Aos poucos, esses nossos ancestrais foram se espalhando pelo globo terrestre e ocupando todas as regiões possíveis, adaptando-se aos mais variados ambientes naturais: florestas, desertos, planícies, montanhas e praias(...).”
O ser humano, diferente de outros animais, não possui defesa corporal suficiente para enfrentar as condições do meio ambiente. Porém, a sua complexidade cerebral, associada à necessidade de sobrevivência fez com que essa espécie desenvolvesse a capacidade de transformar a natureza e assim produzir os objetos necessários à sua condição de vida.
Para modificar a natureza, homens e mulheres observaram e experimentaram ao longo de milhares de anos. Aos poucos, foram criando e desenvolvendo armas, ferramentas, utensílios, moradias, vestimentas, ou seja, foram produzindo conhecimento e criando cultura.   
O trabalho proporciona ao ser humano a capacidade de pensar e de criar com o coletivo e para o coletivo. Percebemos nesse processo que ele se torna humano através do trabalho, ou seja, de um trabalho que tenha significado para ele e para o grupo.
Entretanto, cada cultura desenvolve sua maneira de ser e de pensar, e homens e mulheres em cada sociedade se constituempor esses padrões culturais e históricos do grupo.
Aula 03 – A Origem da Escola Ocidental na Antiguidade Grega
Ao final desta aula, você será capaz de:
1 - explicar o significado de Paideia na antiguidade grega;
2 - estabelecer as principais características da educação ateniense;
3 - identificar o principal objetivo da educação espartana;
4 - comparar a educação de Atenas e de Esparta em seus principais aspectos.
Você percorreu o longo trajeto histórico dos primórdios da civilização humana, na aula anterior. Vamos continuar a caminhar parando agora no período da antiguidade grega que nos legou inúmeros tesouros, como: os conceitos de democracia e ética; os filósofos; as olimpíadas, entre outros.
A Democracia ateniense
A cidade de Atenas é considerada como o exemplo de democracia para as sociedades modernas, mesmo levando-se em conta que apenas uma pequena parcela da população tivesse seus direitos políticos assegurados. Somente os cidadãos, homens livres atenienses, podiam votar e serem votados. A polis ateniense possuía a seguinte estrutura de poder em sua administração:
Estrategos - Eram dez cidadãos que governavam a cidade, executavam as decisões, discutidas e aprovadas pela Eclésia.
Eclésia - Constituída por todos os cidadãos, que aprovava as leis, decidia sobre a paz ou a guerra, elegia os magistrados mais importantes e votava o ostracismo.
Bulé - O conselho composto por 500 cidadãos, sorteados entre as tribos que tinha como finalidade a elaboração das leis que seriam aprovadas (ou não) pela Eclésia.
Helieu - Tribunal composto por 6000 cidadãos, que julgava os casos de não cumprimento das leis da cidade.
Aerópago - Tribunal que julgava crimes religiosos e de morte e era constituído por antigos arcontes.
Arcontes - Dez cidadãos sorteados entre os atenienses, responsáveis pelas questões religiosas.
O regime democrático em Atenas trouxe importantes modelos e práticas para as sociedades posteriores: preenchimento dos cargos políticos através de eleições ou por sorteio; duração limitada desses cargos; participação dos cidadãos na vida política.
A política ateniense instituiu a lei do ostracismo, que significava a expulsão e ou o exílio do cidadão que fosse punido politicamente. Ele era condenado à expulsão ou ao exílio por dez anos, caso houvesse elaborado projetos públicos em proveito próprio.
Todas as assembleias, debates e votações aconteciam na praça central da cidade chamada de Ágora. Era um espaço livre, ladeada por prédios públicos e por mercados, onde, também, ocorriam as trocas o comércio, as feiras. Era o espaço da cidadania.
A educação das crianças e dos jovens
As crianças atenienses que iriam tornar-se cidadãos eram preparadas para o debate e a deliberação. Tinham um dia de estudos e formação para a cidadania.
As crianças se encaminhavam para a palestra, local onde estudavam, duas vezes ao dia: de manhã quando aprendiam música e ginástica, e à tarde, após o almoço em casa, para o ensino da leitura e escrita, que era acompanhado por um escravo chamado de pedagogo (aquele que conduz), termo que deu origem à palavra Pedagogia.
A educação das crianças e dos jovens
A formação integral era a finalidade da educação grega, sobretudo em Atenas. Para tal utilizavam o conceito de Paideia, que Platão explicava assim:
"(...) a essência de toda a verdadeira educação ou paideia é a que dá ao homem o desejo e a ânsia de se tornar um cidadão perfeito e o ensina a mandar e a obedecer, tendo a justiça como fundamento" (cit. in Jaeger, 1995: 147)
A educação ateniense propiciou o surgimento e o desenvolvimento da Filosofia, que pode ser dividida em três fases: 
O período pré-socrático, quando buscavam explicar as questões da natureza e a origem do mundo; 
Em seguida vem o período socrático cuja reflexão residia sobre o homem, em que se destacaram Sócrates, Platão e Aristóteles;
 E por fim, o período helenístico, em que a filosofia ficou marcada pela visão cristã, e por soluções individuais em detrimento do coletivo.
Já em Esparta, a educação estava voltada para a formação militar, era obrigatória, estava sob os cuidados do Estado e era chamada de agogê. Os meninos desde pequenos eram afastados da família, e permaneciam nas casernas até envelhecerem. Eles eram levados a treinar saltos, natação, corrida e lançamentos de dardo e de disco.
As mulheres também se preparavam fisicamente, eram criadas para viverem de maneira saudável com o objetivo de conceberem filhos sadios. 
A educação sexual também fazia parte da instrução feminina. Esta acontecia a partir da puberdade, e era de responsabilidade da mãe. 
Em torno dos vinte anos, a moça recebia autorização do governo para casar e procriar, sendo estimulada sua gravidez, pois quanto mais filhos mais soldados para a cidade.
A religiosidade na antiguidade grega
A Mitologia grega apresenta os mitos, as lendas e os deuses que constituíam a base da religiosidade do povo grego. O estudo da religiosidade permite uma maior compreensão dessa sociedade.
As divindades eram figuras que aparentavam a imagem humana, sentiam amor, ódio, ciúmes e raiva, por exemplo, mas que tinham o dom da imortalidade. Cada uma possuía um atributo próprio. 
Os mitos e as lendas, que eram transmitidos por tradição oral, afirmam que os deuses e deusas viviam no Monte Olimpo, de onde observavam os humanos.
Os deuses representavam as forças da natureza e também os sentimentos humanos. Havia, ainda, algumas divindades que eram considerados semi-deuses. Porém os doze principais eram:
Hermes - Divindade que representava o comércio e as comunicações
Zeus - Deus de todos os deuses, senhor do Céu
Afrodite - Deusa do amor, sexo e beleza
Dionísio - Deus do teatro, do vinho e das festas
Hera - Deusa dos casamentos e da maternidade.
Hefesto - Deus do fogo e da metalurgia
Atena - Deusa da sabedoria e da serenidade. Protetora da cidade de Atenas
Poseidon - Deus dos mares 
Hades - Deus dos mortos, dos cemitérios e do subterrâneo 
Ares - Divindade da guerra 
Artemis - Deusa da caça 
Apolo - Deus da luz e das obras de artes
AULA 04 –A EDUCAÇÃO NO MUNDO ROMANO
A civilização greco-romana influenciou a sociedade ocidental. Essa aula abordará o modelo civilizatório romano, período em que ocorreu o surgimento do Cristianismo.
A Antiguidade romana pode ser dividida em três períodos:
Realeza (de 753 a 509 a.C.): da fundação de Roma à queda do último rei Etrusco.
República (de 509 a 27 a.C.): período marcado inicialmente pelas lutas entre 
República (de 509 a 27 a.C): período marcado inicialmente pelas lutas entre patrícios e plebeus e posteriormente pela expansão militar.
Império (de 27 a 476 a.C.): da instauração do Império à sua queda.
A história do Império romano teve início na Península Itálica, no segundo milênio a.C., quando povos, provavelmente, de origem indo- europeia ocuparam a parte centro-sul da Península. Esses povos, denominados italiotas ou itálicos, possuíam línguas e costumes diferentes e praticavam agricultura ou pastoreio. 
Esses povos ocupavam as colinas do Lácio, onde por volta de 753 a.C. supõe-se que fora fundada a cidade de Roma. Eles se organizavam em clãs, sendo a terra de uso coletivo e não propriedade de poucos. 
 
O paterfamilias (homem que tem autoridade sobre a família e sobre um domínio) era considerado a autoridade máxima desse grupo que rendia culto aos antepassados. 
 
No final do século VII a.C., os gregos iniciaram a colonização do sul da península itálica que foi denominada de Magna Grécia. 
 
Ao mesmo tempo, os et ruscos, que viviam no norte da península, iniciaram sua expansão e conquistaram a região do Lácio, que nesse momento encontrava -se com sua organização social, política e econômica em transformação. 
 
Passava da pequena agricultura familiar e do pastoreio para a cultura de cereais, em propriedades privadas, o que gerou a divisão da sociedade entre patríciose plebeus dando lugar a Realeza. 
 
A República iniciou com a queda do último rei Etrusco, nesse período apenas os patrícios tinham poder político. Mas, com a expansão do comércio, uma parte da plebe, que, sobretudo, exercia essa atividade econômica se enriquece e passa a lutar, também, por direitos políticos e civis. 
 
Nos séculos V e IV, os plebeus enriquecidos conquistaram a criação da Tribuna da Plebe, o direito ao casamento misto e a Lei das Doze Tábuas, que representou o primeiro código escrito romano. 
 
A política expansionista romana provocou o empobrecimento dos camponeses e artesãos, uma vez que intensificou o trabalho escravo proveniente das regiões conquistadas, provocando assim, a perda de pequenas propriedades gerando desemprego e pobreza para aqueles plebeus que viviam do trabalho no campo ou do artesanato. 
 
O expansionismo romano no século I a.C. já dominava todo o Mediterrâneo. Em 27 a.C. o Império foi implantado por Otávio que recebeu a alcunha de Augusto (filho dos deuses) e promoveu um grande: “desenvolvimento cultural e urbano, são construídos templos, aquedutos, termas, estradas e edifícios públicos. As artes são incentivadas, (...)” (ARANHA,2000, p.61).
 
O comércio obteve uma forte expansão, o latifúndio se especializou e o trabalho escravo cada vez mais se tornava a base do processo econômico. 
 
No século II d.C., a intensa expansão do Império provocou a formação de uma complexa máquina burocrática para administrar, controlar e arrecadar impostos das províncias.
Assim como a instituição do Direito Romano para dar conta das complicadas questões de justiça. 
 
Uma questão marcante nesse período foi o surgimento do cristianismo, doutrina que se espalhou para além da Palestina e provocou intensos embates entre cristãos e representantes do Império, principalmente porque pregava a desobediência aos preceitos romanos e atingia os pobres e os escravos. 
 
A perseguição aos cristãos teve início em 64, até que Constantino concedeu em 313 a.C. liberdade de culto e no final do século IV, o cristianismo se tornou religião oficial do Império Romano, porém não representava mais os ideais das camadas mais pobres, já estava hierarquizada e aderida pelas elites. 
 
A partir do século II, a crise na administração e manutenção, aliada aos altos impostos e corrupção, provocaram o início do desmantelamento do Império, dando início ao colonato. Essas questões fragilizaram o Império que se dividiu em 395 em Ocidental e 
Oriental. Isso possibilitou o enfraquecimento da defesa de suas fronteiras, o que facilitou a invasão dos bárbaros e sua fragmentação no início do século V. 
 
A Igreja desempenhou um papel de guardiã da cultura Greco -romana e lentamente foi fazendo alianças com os povos invasores, o que lhe permitiu conquistar poder e riquezas.
AULA 05 – A EDUCAÇÃO NA IDADE MÉDIA
Muito já debatemos sobre a história e as formas de transmissão dos saberes entre os povos da antiguidade. Nessa aula, vamos conhecer um pouco do mundo feudal e compreender como se organizou a educação ao longo desse período histórico. 
 
Esse conhecimento é fundamental para que se possa romper com a tradicional imagem que caracterizava a Idade Média como a era das trevas, da escuridão, quando nada se criou ou se desenvolveu.
A periodização 
A Era Medieval se inicia com a decadência do mundo romano e a intensificação do processo de migrações dos povos nômades. Essas invasões contribuíram para o aprofundamento da crise do Império Romano. 
 Veja no mapa os vários povos (ostrogodos, visigodos, burgúndios vândalos, francos, anglo -saxões e lombardos) que se movimentavam, invadindo o Império Romano. 
O feudalismo 
 
O mundo medieval se define pela conjugação de fatores econômicos, sociais e políticos que caracterizam o contexto histórico. A ausência de unidade política caracteriza o feudalismo. 
Feudalismo: Não havia a figura do Estado que centralizasse o poder, nem a ideia de nação. 
O poder concentrava-se no feudo que ao mesmo tempo era a unidade econômica e social do período. 
 
O feudo constituía-se na unidade territorial, onde as relações econômicas e sociais aconteciam. Tinha como centro o castelo, uma fortaleza murada, que geralmente localizava-se em um terreno elevado, de maneira a facilitar a observação de possíveis invasores, e que em caso de ataques protegia a família e os dependentes do senhor feudal. 
 
Havia ainda a área reservada às atividades econômicas. 
O pastoreio e a agricultura eram as principais atividades da época, que se caracterizavam pela busca de auto -suficiência do feudo, pois as atividades comerciais eram praticamente inexistentes. 
 
As moedas caíram em desuso e, quando havia excedentes, as trocas eram realizadas com as próprias mercadorias. 
 
Como as cidades tornaram-se perigosas, a partir da ação de bandoleiros e assaltantes, os artesãos também se concentravam no interior do feudo. 
 
Nos feudos viviam a maior parte da população da época:
O senhor feudal e sua família;
Os cavaleiros;
Os artesões;
Os camponeses e famílias.
Os camponeses trabalhavam nas terras dos senhores feudais, e eram os responsáveis pelas atividades agropecuárias. Eles deviam obrigações como trabalho obrigatório nas terras do senhor, com o qual alimentavam todos aqueles que não trabalhavam. 
 
A cavalaria era responsável pela defesa da unidade feudal. Os cavaleiros medievais, em troca por sua bravura e conquistas, dividiam o resultado dos saques efetuados, além de receber parte, também, do feudo do senhor, que dessa maneira garantia a ampliação do 
número de seus guerreiros, sempre necessário em função das constantes expedições e ataques de invasores. 
 
A Igreja era a única instituição centralizada e que se consolidou, também, como um importante “senhor feudal, pois era detentora de grande extensão territorial. 
 
"Senhor Feudal": Isto se expressava através das ordens religiosas e de seus representantes clericais. Mantinha um forte poder sobre a mentalidade e consequentemente, sobre os processos educacionais.
A Inquisição, tribunal que julgava homens e mulheres considerados como hereges; a tortura; e a fogueira, para onde eram levados os condenados, tornaram-se símbolos desse momento de terror. 
 
Como vimos, esse é um período de muitas transformações sociais e econômicas. Novas formas de organização social e, por decorrência, novos modelos escolares subordinados ao mundo espiritual, surgiram no feudalismo. 
 
AULA 06 – A ORIGEM DOS COLÉGIOS E O HUMANISMO PEDAGÓGICO
Focalizamos nessa aula o início da Idade Moderna. O marco é a conquista de Constantinopla, importante cidade na rota para o Oriente. 
 
A invasão e conquista da cidade pelos turcos otomanos, no ano de 1453, desestabilizou os negócios obrigando os comerciantes europeus a buscarem um caminho marítimo para o Oriente em busca dos produtos exóticos e das especiarias. 
 
A busca por uma rota marítima para alcançar os centros comerciais na Índia e China, estimulou as navegações e as pesquisas sobre a questão. Era a Europa alcançando novas regiões do planeta, irradiando-se e conquistando novos territórios. 
 
O historiador Pierre Chaunu analisou esse momento da História e cunhou a expressão do desencravamento planetário, tentando explicar que os descobrimentos não apenas ampliaram o mundo sob o ponto de vista territorial,mas nas condições das comunicações. 
 
Eram chamadas os grandes descobrimentos. Uma história apaixonante que foi sempre escrita no presente, de um ponto de vista inconscientemente europocêntrico. Essa história, procuramos, outrora, desencravá-la, colocar a História dos grandes descobrimentos numa 
História mais geral da entrada em comunicação (CHAUNU, P. 287).
 
As mesmas histórias que propiciaram as grandes navegações, permitiram o surgimento do renascimento, que teve nas cidades italianas - importantes áreas comerciais da época - como Veneza, Gênova, Florença Milão e Roma, centros difusores desse movimento cultural-artístico. Este foi um fenômeno essencialmente urbano, pois se fundava na sociedade. 
 
Renascimento: Costuma-se chamar “renascimento” ao período de emancipação intelectual que se produziu nos séculos XV e XVI, sob a dupla influência do aumento do saber no espaço e no tempo. Os descobrimentos realizados na China e no Extremo Oriente por venezianos, na África e nas Índias por portugueses, depois no Novo Mundo pelos espanhóis e todos os navegantes da Europa Ocidental ampliaram os limites do horizonte terrestre ao tempo que se aumentou o voo da imaginação e da audácia do pensamento; 
Ocorreu o mesmo com a erudição pela reaparição da literatura antiga que unia os séculos presentes aos séculos passados por cima das origens mesmas da Igreja. A humanidade se engrandeceu duplamente: por um lado tomou posse de todo seu domínio terrestre sobre a redondeza completa do globo e por outro apoderou-se de sua herança greco-romana desde as origens de sua história. Semelhante época bem merece ser designada de uma maneira especial na sucessão das idades. (RECLUS)
O Renascimento 
O renascimento das cidades, surgidas em consequência da recuperação dos negócios e do comércio, e de uma nova classe social – a burguesia - exigiram a presença de novos profissionais e o aparecimento dos colégios. 
 
Essas instituições nascem desvinculadas da Igreja e dos conceitos religiosos voltadas para formar esse novo homem, que busca explicação para fenômenos além das respostas religiosas. 
 
Todas essas mudanças conjugadas permitiram o advento do renascimento, movimento de renovação intelectual, cultural e artístico iniciado no século XIV que redescobriu os padrões clássicos greco-romanos, sobretudo na literatura e na filosofia. O ser humano tornava -se o foco principal em contraste com o divino do mundo feudal.
 
A preocupação com o ser humano se refletia inclusive nas artes, demonstrando que os artistas buscavam conhecer o homem, seus sentimentos e sua conformação física, estudando e reproduzindo o corpo humano.
As características mais importantes do movimento renascentista são:
Antoprocentrismo: Em contraste com a postura medieval em que prevalecia o 
Antoprocentrismo: Em contraste com a postura medieval em que prevalecia o teocentrismo, o renascimento coloca o homem como o centro do universo.
Hedonismo: A busca pela felicidade humana, na medida em que o ser humano readquire importância frente às questões teligiosas.
Individualismo: A expressão de preponderância do indivíduo sobre o coletivo prevalecer.
Racionalismo: O conhecimento deve ser explicado à luz da razão, que se sobrepõe às explicações divinas e religiosas.
Classicismo: Revalorização da cultura Greco -romana, buscando romper com os padrões medievais. Os valores da antiguidade se expressam nas pinturas, na arquitetura, nas esculturas, na filosofia e na literatura.
François Rabelais em Pantagruel (1532) explica o renascimento assim:
Todas as disciplinas são agora ressuscitadas, as línguas estabelecidas: Grego, sem o conhecimento do qual é uma vergonha alguém chamar- se erudito, Hebraico, Caldeu, Latim (...). O mundo inteiro está cheio de acadêmicos, pedagogos altamente cultivados, bibliotecas muito ricas, de tal modo que me parece que nem nos tempos de Platão, de Cícero ou Papinianos, o estudo era tão confortável como o que se vê a nossa volta. (...) Eu vejo que os ladrões de rua, os carrascos, os empregados do estábulo hoje em dia são mais eruditos do que os doutores e pregadores do meu tempo.
Na pintura renascentista destacaremos alguns quadros importantes para que possamos ter uma ideia do movimento artístico e dos principais autores: LEONARDO DA VINCI, SANDRO BOTTICELLI, MICHELANGELO
Na escultura renascentista, novamente despontam os trabalhos de Michelangelo, que vemos a seguir, e que demonstram a perfeição do trabalho, do ponto de vista técnico e que são exemplares significativos do movimento em questão. Destacam a figura humana e valorizam as expressões e sentimentos humanos.
O Renascimento científico
Os novos tempos também estimularam o espírito investigativo, provocando descobertas e novas teorias. Morte.
A teoria do geocentrismo, que afirmava que a Terra era o centro do Universo, foi superada por estudos de Nicolau Copérnico que levantou a tese do heliocentrismo, ou seja, de que a Terra girava em torno do Sol.
Galileu Galilei também foi um adepto do heliocentrismo, e como consequência de suas ideias, foi torturado pela Inquisição, sendo obrigado a renunciar e negar suas convicções para fugir da morte.
A Reforma Religiosa
A Igreja de Roma, durante alguns séculos, constituiu-se na instituição de maior força na Europa. Esse momento correspondeu ao período medieval, como já estudamos. Toda essa força política distanciou os membros da Igreja dos temas espirituais. Muitas irregularidades de ordem moral e várias denúncias de corrupção se intensificaram. Os religiosos Lutero e Calvino contestaram as práticas da Igreja de Roma, aproximando adeptos às suas críticas e fazendo aparecer, como consequência, novas religiões. Esse movimento ficou conhecido como Reforma Religiosa. Surgiram, então, o luteranismo no Sacro Império Romano Germânico – a atual Alemanha, o calvinismo na Suíça, e ainda, o anglicanismo na Inglaterra.
Irregularidades: O alto clero se envolvia em disputas políticas por cargos eclesiásticos e por prestígio, esquecendo-se dos cuidados aos fiéis. As vendas de indulgências se avolumavam criando um clima profundamente desfavorável à Igreja e aos seus representantes. 
AULA 07 – RAZÃO, INDIVÍDUO E SOCIEDADE
Nesta aula, vamos compreender como transcorreu o processo de formação de Estados Nacionais em algumas regiões da Europa que, durante séculos, fora marcada pela descentralização feudal. Vamos conhecer, também, os ideais iluministas e suas influências na educação em algumas regiões da Europa. 
A Formação dos Estados Nacionais 
Durante a Idade Média, o poder político se manifestava na figura dos senhores feudais, e não se submetia a autoridade real. 
 
O processo de unificação dos Estados Nacionais, em alguns casos, ocorreu no século XIV, como foi o caso de Portugal; enquanto em outras áreas, os Estados se concretizaram mais tardiamente, nos séculos XV e XVI, como aconteceu na Espanha e na França. 
 Uma conjugação de fatores internos propiciou que Portugal se tornasse o primeiro Estado Nacional, absolutista e mercantilista, a se constituir. 
 A centralização do poder nas mãos dos monarcas interessava tanto à realeza quanto à burguesia. Os reis fortaleceram seu poder submetendo os poderes locais de senhores feudais à sua autoridade absoluta. Para a burguesia, esse processo permitiu a unificação de pesos e medidas e de moedas, facilitando as atividades comerciaise financeiras. 
 A aliança entre burgueses e reis propiciou a unificação dos Estados. Para concretizar essa realidade era necessário organizar uma máquina administrativa que desse conta das necessidades governamentais, mas também exércitos nacionais, em lugar das cavalarias feudais, que pudessem impor a autoridade monárquica e zelar pela nova ordem social e econômica. Atividades comerciais e financeiras: A unificação territorial permitia a unificação de tributos e impostos contribuindo para estimular os negócios, além de trazer segurança e melhoria às estradas. 
 Atividades comerciais e financeiras: A unificação territorial permitia a unificação detributos e impostos contribuindo para estimular os negócios, alé m de trazer segurança e 
O Absolutismo 
 
A partir do processo de unificação dos Estados Nacionais, com o passar do tempo, o poder do monarca foi se concentrando, tornando-se absoluto. Reinava sobre tudo e sobre todos. 
Há alguns exemplos que ilustram os monarcas absolutistas que marcaram a História da Humanidade, como Luís XIV. 
 
Ele concentrou tanto poder que era conhecido como o Rei Sol. Para expressar sua força dizia que “o Estado sou Eu”. 
 
O Iluminismo 
 
O pensamento racionalista desde o século XV e XVI ganhou espaço e força no mundo europeu. Vai exercer profunda influência sobre o mundo da época, sobretudo nos aspectos político, social e intelectual. 
 
No século XVIII, na França o Iluminismo atingiu seu apogeu na luta contra a monarquia absolutista, no movimento que ficou conhecido como a Revolução Francesa. 
 
Nesse momento o debate acerca dos direitos humanos se fortaleceu, e se concretizou através do texto da Declaração dos Direitos do Homem. 
 
O Iluminismo 
 
O lema dos revolucionários franceses era: Liberdade, Fraternidade e Igualdade 
 
As principais características do iluminismo eram:
Valorização da razão.
Valorização da investigação.
A crítica ao absolutismo, e aos privilégios da nobreza e do clero.
A defesa da liberdade política e econômica e da igualdade de todos perante a lei.
Alguns Pensadores Iluministas: Locke, Montesquieu, Jean-Jacques Rosseau, Voltaire e Francis Bacon. 
AULA 08- REFORMAS EDUCACIONAIS NO CONTEXTO EUROPEU DO FINAL DO SÉCULO XVIII
Alguns monarcas europeus e seus ministros adotaram princípios iluministas e promoveram reformas importantes em seus países, sem abrir mão do próprio absolutismo. Essa combinação entre absolutismo e iluminismo ficou conhecida como Despotismo esclarecido.
Déspotas esclarecidos monarquias e reinados do continente euroasiático.
Conheça mais sobre o despotismo esclarecido: 
Para Falcon (1986) a expressão mais adequada deveria ser absolutismo Ilustrado, pois demarca a diferença entre este processo e a ilustração política, que seria segundo ele, a verdadeira herança política do Iluminismo, presente, ainda hoje nas correntes políticas e ideológicas do século XIX, tais como: liberalismo, democratismo e socialismo. 
 
O despotismo esclarecido pode ser considerado uma política reformista inaugurada pela adoção de princípios iluministas nos reinos absolutistas. Para Touchard (1959), no entanto, o importante para o historiador é distinguir entre a teoria e a prática do despotismo 
esclarecido e entre os diferentes estilos do despotismo esclarecido.
Principais déspotas esclarecidos 
O rei filósofo e discípulo de Voltaire, Frederico II (1740-1786) da Prússia foi um exemplo clássico de despotismo esclarecido. 
 
Prússia: País pequeno, pobre, pouco povoado e dominado por uma nobreza semifeudal. A burguesia era pouco importante econômica e socialmente, porém possuía um poderoso exército. 
Catarina II (1762-1796) da Rússia
José II (1780-1790) da Áustria,
Realizou numerosas reformas ditadas pela razão:
Na Espanha, o ministro Aranda era inimigo dos jesuítas e defensor da tolerância religiosa. O despotismo esclarecido na Espanha se preocupou muito mais com medidas econômicas do que administrativas, com destaque para a agricultura além do comércio e das manufaturas.
As reformas não atingiram o patrimônio da nobreza e pouco comprometeram o patrimônio do clero, deixando intactos o seu poder e influência. 
Em Portugal, o Marquês de Pombal, ministro de D. José I, fez numerosas reformas. 
AULA 09 – A EDUCAÇÃO NA SOCIEDADE DO TRABALHO
O sistema capitalista se desenvolveu a partir da revolução industrial, iniciada na Inglaterra no século XVIII. No final do século XIX, esse sistema de produção já era dominante na Europa e na América do Norte. A consolidação da ordem burguesa, industrial e capitalista na Europa do século XIX produziu profundas transformações no mundo do trabalho. 
 
A burguesia segundo Eric Hobsbawn: 
As precárias condições de vida dos trabalhadores, as longas jornadas de trabalho, a exploração do trabalho feminino e infantil, os baixos salários, o surgimento de bairros operários sem conforto e higiene, representaram as contradições geradas pela nova sociedade capitalista. 
 
De modo geral, as populações urbanas aumentaram significativamente, mas as estruturas e os serviços das cidades não conseguiram acompanhá-las, assim como não havia controle nesse crescimento. Nem todos, portanto, podiam usufruir plenamente os avanços e benefícios dos serviços urbanos. 
 
A concentração de uma grande massa de desempregados nas cidades, associada à carência de moradias, à ausência de saneamento básico nos bairros pobres, à fome e aos baixos salários, começou a preocupar os poderes públicos, em virtude de seu enorme potencial explosivo. 
 
A nova organização econômica e social baseada na industrialização acentuou os conflitos de classe e gerou a proletarização, o que provocou a reação da população em diferentes países europeus, com explosões de protestos contra essa nova ordem econômica. 
 
As primeiras manifestações operárias se deram na Inglaterra, no final do século XVIII, pela quebra e destruição de máquinas e fábricas. Os operários viam na máquina uma inimiga, por ser capaz de realizar o trabalho de vários operários e assim fazê -los perder o emprego. 
No início, quebraram máquinas ao identificá- las como responsáveis por sua miséria: foi o movimento ludista. 
 
Os trabalhadores começaram a fazer greves exigindo melhoria nas condições de trabalho e reconhecimento do direito de associação, se unindo e formaram as trade -unions e os sindicatos nacionais operários para lutar por melhores condições de vida. 
 
A partir da década de 1830 surgiram as primeiras organizações e movimento de operários ingleses, como o movimento cartista. A pressão do movimento alcançou algumas conquistas, como a proteção do trabalho infantil (1833), a regulamentação do trabalho da 
criança e da mulher (1842), a jornada de trabalho de dez horas (1847) e a regulamentação das associações políticas (1846). 
 
O movimento operário e sindical se fortaleceu e se expandiu pelo mundo industrial a partir dessas ações. As lutas reivindicatórias em torno dos direitos trabalhistas e as que demandavam a transformação da sociedade receberam influências políticas de diversas correntes interessadas na sua emancipação. 
 
A expansão do movimento deu origem às organizações internacionais, como a Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT), ou apenas Internacional, que vigorou de 1864 até 1872, quando ocorreu a separação entre marxistas e anarquistas.Em 1889 foi fundada a II Internacional, também conhecida como Internacional socialista, e, no final do século, as Centrais Gerais dos Trabalhadores (CGTs). 
 
O crescimento e organização do movimento operário em torno de melhores condições de trabalho e melhores condições de vida, possibilitou a formulação, por parte dos trabalhadores, de projetos de organização da sociedade que rompessem com o modelo capitalista.
Dessa maneira, também o projeto hegemônico de educação passa a ser questionado, defendia-se que as massas populares tivessem acesso à educação que não priorizasse apenas a formação profissional, mas também tivessem acesso ao conhecimento integral para formação de cidadãos críticos que pudessem contribuir para as transformações sociais. 
 
Veja como a literatura da época retratava esse contexto histórico:
AULA 10 – OS FUNDAMENTOS DA ESCOLA NOVA
O período que se estende da metade do século XIX até a Primeira Guerra Mundial, foi um período de intensas transformações históricas. Alguns países da Europa Ocidental e Estados Unidos, deram início a uma nova etapa do capitalismo, o imperialismo, intensificando o colonialismo e a partilha do mundo entre si. 
 
A Revolução Científico-Tecnológica, no final do século XIX, com a descoberta de novos procedimentos técnicos, fontes de energia e materiais, proporcionou o aumento da produção e a necessidade de ampliar os mercados fornecedores de matérias-primas, como 
também consumidores das mercadorias e do capital produzidos nos países industrializados. 
 
A ciência, mais utilitária e voltada para a pesquisa tecnológica, deu condições para que as descobertas nessa área fossem aplicadas aos processos produtivos, acarretando o crescimento da produção. A ciência associada à tecnologia, passou, então, a desempenhar 
um importante papel na história do capitalismo e da sociedade mais recente. 
 
Por volta de 1860/70 a economia capitalista ganha um novo impulso, o que possibilita a progressiva superação do capitalismo liberal pelo capitalismo monopolista. Nesse momento, a necessidade de ampliar os mercados, fez os países industrializados lançarem-se à conquista de mercados externos, desenvolveu-se assim um processo de ocupação e 
partilha da África e da Ásia, denominado Neocolonialismo. 
 
O Neocolonialismo foi a principal expressão do Imperialismo. O domínio das potências europeias não foi apenas econômico, mas também militar, político e social, impondo à força um novo modelo de organização do trabalho, que pudesse garantir, principalmente, a 
extração de minérios, para as indústrias da Europa. 
 
A repartição da África e a divisão do mundo inteiro em esferas de influência dos diferentes países industrializados completaram o quadro da expansão do capitalismo, na fase denominada Imperialismo. 
 
Do ponto de vista ideológico, o neocolonialismo foi justificado por uma teoria que julgava que os povos asiáticos e, principalmente africanos, não poderiam, sozinhos, atingir o progresso e o desenvolvimento, cabendo ao europeu levar- lhes essa possibilidade.
As raças superiores possuem um direito sobre as raças inferiores. Eu mantenho que elas têm um direito porque também têm um dever. O dever de civilizar as raças inferiores. J. Ferry; jul. 1895. In: R. Villares. Historia del mundo contemporâneo. Madri: Santillana, 
1996. 
 
A características que compõem o quadro de exploração afro-asiático, refletiam a nova ordem da economia a partir do século XIX, quando a burguesia tornou-se hegemônica em alguns países. A classe proprietária, que possuía o poder econômico, passou a servir de modelo social e, por último, conquistou o poder político. 
 
Burguesia: A hegemonia burguesa e a rápida industrialização deram origem aos grandes conglomerados empresariais e ao capitalismo monopolista, que passou a buscar mercados monopolizados. 
 
É importante destacar que o processo de resistência ao Imperialismo exercido pelos movimentos nacionalistas foram ativos em todo o período. Assim como os atritos entre o s países europeus foram frequentes, em razão de disputa por fronteiras ou luta por hegemonia de determinada região. 
 
Paralelamente aos problemas internos do continente europeu, encontramos a formação de nações industriais não europeias, como Estados Unidos e Japão que estavam também disputando mercados. Apesar disso, o poder econômico, político internacional continuava concentrado na Europa. Mesmo demonstrando certo declínio, os países da Europa Ocidental ainda constituíam os maiores exportadores de produtos industrializados e de capital, além de serem consumidores de matérias-primas. 
 
Entretanto, a industrialização e expansão imperialista da Bélgica, Alemanha e Itália que tentavam um espaço no mundo já partilhado por potências europeias, provocaram uma série de conflitos que rompeu o equilíbrio europeu e culminou na Primeira Guerra Mundial.
Que mudanças ocorreram na passagem do século XIX para o século XX? 
 
Crescimento populacional: Demanda por Moradias, Água encanada, Saneamento básico, Iluminação pública, Transporte coletivo 
 
Surgimento das cidades industriais: Poder público direcionando, CiênciaTecnologias 
O poder público nesse período de transição de século: 
 AÇÕES:
1 Aumento da oferta de empregos,
2 Demanda por cargos de professores, médicos sanitaristas,
3 Admissão de mais funcionários públicos.
A vida nas cidades transformou o ser humano e suas relações sociais. O trabalho, o lazer, os comportamentos, as relações com a natureza, a política, a literatura, o tempo, enfim, o mundo material e cultural dos indivíduos foi profundamente afetado pela urbanização. 
 
Consequências da urbanização: 
1 Aumento da população urbana.
2 Estruturas e serviços criados não conseguiram acompanhar a demanda.
3 Parte da população não usufruiu dos avanços e benefícios dos serviços urbanos.
4 Grandes contrastes entre cidades de diferentes continentes.
5 Pobreza e a miséria convivendo com fartura.
O avanço tecnológico, o crescimento industrial e a urbanização fizeram com que, lentamente, as pessoas que morassem nas cidades adquirissem novos hábitos, ritmos mais acelerados e necessidades de consumo que passaram a caracterizar o novo homem e a nova mulher desta sociedade. 
 
Novos hábitos e necessidades de consumo.

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