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Profª: Janaina Torres FUNDAMENTOS DA METROLOGIA Estabelecimento de Relações entre Medição, Calibração e Qualidade “A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original.” Albert Einstein Introdução Medições realizadas em ambientes de produção industrial ocorrem sob condições bem menos controladas do que as existentes por ocasião da calibração do sistema de medição em um laboratório de metrologia. Instabilidades ambientais, diferenças entre operadores, características do mensurando e outros aspectos da produção são fatores fortes de influência que podem levar a incerteza do processo de medição para níveis muito acima dos encontrados nas condições de calibração. 24/10/2013Fundamentos da Metrologia para Engenharia de Controle e Automação 2 Introdução No entanto, mesmo sob as condições mais severas, sistemas de medição tem de ser capazes de fornecer medições confiáveis ao longo do tempo, sem as quais não é possível garantir a qualidade dos processos de produção. Nesse contexto, é conveniente observar a medição como um processo industrial, cujas características podem se modificar com o tempo, mas devem ser mantidas dentro de limites aceitáveis (Figura 1). Assim como um processo de produção deve produzir bens de qualidade, um processo de medição deve produzir medições de qualidade, isto é, medições confiáveis. 24/10/2013Fundamentos da Metrologia para Engenharia de Controle e Automação 3 24/10/2013Fundamentos da Metrologia para Engenharia de Controle e Automação 4 Figura 1 - A medição como um processo industrial. Introdução Introdução É possível verificar a confiabilidade das medições através da análise da capacidade estatística realizada com base em análises estatísticas das medições obtidas nas condições de produção. O processo de medição pode ser analisado com conceitos e ferramentas estatísticas já consagrados na área de controle estatístico de processo de produção (CEP). Esse tipo de enfoque é frequentemente empregado na área de metrologia dimensional em empresas que atuam na cadeia produtiva da indústria automobilística. Entretanto, os mesmos conceitos podem ser aplicados a qualquer processo de medição que atue na produção seriada. 24/10/2013Fundamentos da Metrologia para Engenharia de Controle e Automação 5 Introdução Os resultados obtidos nessas análises estatísticas são úteis: - Como critério de aceitação de novos sistemas de medição. - Para comparação entre sistemas de medição nas condições de uso. - Para investigação de um sistema de medição sob suspeita de problema. - Para comparar o desempenho do mesmo sistema de medição antes e depois de uma ajustagem ou regulagem. - Para avaliar os potenciais riscos de erros de classificação de peças do sistema de medição. 24/10/2013Fundamentos da Metrologia para Engenharia de Controle e Automação 6 Recomendações de Normas de Garantia de Qualidade Várias normas de garantia da qualidade trazem recomendações e definem os requisitos para verificar a confiabilidade metrológica de sistemas de medição que operam na produção. Algumas das normas são baseadas em análise de balanços de incerteza do processo de medição. Em outras, a confiabilidade metrológica é comprovada através de análises da capacidade estatística do processo de medição. 24/10/2013Fundamentos da Metrologia para Engenharia de Controle e Automação 7 Recomendações de Normas de Garantia de Qualidade A norma ISO 9001 define de forma abrangente que a incerteza da medição nas atividades de inspeção e testes deve ser conhecida e compatível com as exigências de confiabilidade requeridas. A norma ISO 10012 traz a recomendação de que, ao medir e utilizar resultados, devem ser levadas em consideração todas as contribuições significativas na incerteza do processo de medição, incluindo aquelas atribuídas ao sistema e às influências dos operadores, dos procedimentos e do ambiente. ISO - International Organization for Standardization - Organização Internacional para Padronização 24/10/2013Fundamentos da Metrologia para Engenharia de Controle e Automação 8 Recomendações de Normas de Garantia de Qualidade A norma ISO 14253-1 define que a incerteza do processo de medição deve ser levada em consideração quando é analisada a conformidade de um processo ou de um produto diante da sua especificação. Essa recomendação leva em conta a redução da faixa de aceitação provocada pela presença da incerteza do processo no controle da qualidade. A parte 2 dessa norma (ISO 14253-2) define uma metodologia para determinar a incerteza do sistema de medição na calibração e a incerteza do processo em operação. 24/10/2013Fundamentos da Metrologia para Engenharia de Controle e Automação 9 Recomendações de Normas de Garantia de Qualidade A ISO/TS (Technical Specification) 16949 é uma norma de garantia de qualidade do setor automotivo criada pelas grandes montadoras americanas. Ao contrário das normas da série ISO que trazem os requisitos de confiabilidade através da análise de incerteza de medição, a ISO/TS 16949 define os requisitos de confiabilidade metrológica através de análises da capacidade estatística do processo de medição. A confiabilidade do processo deve ser evidenciada através de análises estatísticas considerando a variabilidade dos resultados de cada sistema e de cada tipo de medição. 24/10/2013Fundamentos da Metrologia para Engenharia de Controle e Automação 10 Variabilidades de Processo de Produção e de Medição Se existissem processos de produção perfeitos, as características dos produtos seriam exatamente iguais às especificadas no projeto. Não existiriam erros dos processos, das máquinas, dos operadores ou de qualquer outra influência. Infelizmente, processos perfeitos não existem. Todo e qualquer processo de produção sofre a influência de vários fatores e, como resultado, os parâmetros que caracterizam os produtos apresentam desvio em relação ao valor alvo. Os desvios normalmente possuem uma componente sistemática e outra aleatória, que podem ser estáveis ou não ao longo do tempo (Figura 2). 24/10/2013Fundamentos da Metrologia para Engenharia de Controle e Automação 11 24/10/2013Fundamentos da Metrologia para Engenharia de Controle e Automação 12 Figura 2 - Variabilidade do Processo Produtivo. Variabilidades de Processo de Produção e de Medição Variabilidades de Processo de Produção e de Medição O comportamento do processo pode ser analisado através de técnicas de controle estatístico de processos (CEP). Um processo é dito sob controle estatístico quando suas variações naturais são estáveis e situam-se dentro de limites previsíveis. A operação nessas condições leva a produtos com qualidade previsível em relação às tolerâncias. A fuga do processo das condições de controle é um problema que pode levar à produção de quantidades inaceitáveis de itens fora das especificações. 24/10/2013Fundamentos da Metrologia para Engenharia de Controle e Automação 13 Variabilidades de Processo de Produção e de Medição As ferramentas estatísticas utilizadas no CEP denunciam a fuga das condições de controle e a necessidade de aplicar medidas corretivas para trazer novamente o processo para a condição desejada de controle. Essas técnicas são aplicadas para garantir a qualidade dos produtos mediante monitoramento contínuo e ações corretivas sobre os processos. 24/10/2013Fundamentos da Metrologia para Engenharia de Controle e Automação 14 Variabilidades de Processo de Produção e de Medição “ Um processo está sob controle estatístico quando suas variações naturais são estáveis e se situam dentro de limites previsíveis”. 24/10/2013Fundamentos da Metrologia para Engenharia de Controle e Automação 15 Variabilidades de Processode Produção e de Medição Um processo está sob controle estatístico quando apresenta comportamento previsível. É dito capaz quando, além de ser previsível, produz dentro das especificações de projeto. A Figura 3 ilustra essas possibilidades. É necessário, então, desenvolver o processo de produção para reduzir a sua tendência e variância, e manter suas propriedades ao longo do tempo. 24/10/2013Fundamentos da Metrologia para Engenharia de Controle e Automação 16 Variabilidades de Processo de Produção e de Medição Figura 3 - Estabilidade e capacidade de processos. 24/10/2013Fundamentos da Metrologia para Engenharia de Controle e Automação 17 Variabilidades de Processo de Produção e de Medição “ Um processo é dito capaz quando está sob controle estatístico e produz dentro das tolerâncias de projeto”. 24/10/2013Fundamentos da Metrologia para Engenharia de Controle e Automação 18 Variabilidades de Processo de Produção e de Medição Quando um processo está sob controle estatístico, as variações existentes devem-se somente a causas comuns (ou naturais) e não a causas especiais. As causas comuns são aquelas que ocorrem inevitavelmente e de forma aleatória nos processos, pois fazem parte intrínseca deles, e afetam todos os produtos. Por exemplo, as oscilações normais da temperatura ambiente em uma unidade fabril são causas comuns de variação pois fazem parte do processo. 24/10/2013Fundamentos da Metrologia para Engenharia de Controle e Automação 19 Variabilidades de Processo de Produção e de Medição Já as causas especiais são fatores de influência que não fazem parte do processo e que provocam mudanças indesejáveis no seu comportamento. Por exemplo, na fabricação de peças por usinagem, o desgaste excessivo da ferramenta de corte provoca alterações que evoluem progressivamente nas dimensões das peças produzidas à medida que o desgaste se intensifica (Figura 4). As causas especiais devem ser determinadas e corrigidas. 24/10/2013Fundamentos da Metrologia para Engenharia de Controle e Automação 20 Variabilidades de Processo de Produção e de Medição Figura 4 - Identificação de causas especiais com o controle estatístico de processo. 24/10/2013Fundamentos da Metrologia para Engenharia de Controle e Automação 21 Variabilidades de Processo de Produção e de Medição Os processos de medição também apresentam comportamentos semelhantes a esse, descrito para o processo de produção. Variações estão presentes nos processos, uma vez que não existem sistemas de medição perfeitos, operadores perfeitos, ambientes de medição ideais e nem mensurando perfeitamente definido e estável (Figura 5). Os vários fatores de influência geram instabilidades, provocando erros e incertezas de medição, que podem ser estáveis ou não ao longo do tempo. 24/10/2013Fundamentos da Metrologia para Engenharia de Controle e Automação 22 Variabilidades de Processo de Produção e de Medição Figura 5 - Variabilidade do processo de medição. 24/10/2013Fundamentos da Metrologia para Engenharia de Controle e Automação 23 Variabilidades de Processo de Produção e de Medição No ambiente da indústria, os dois processos coexistem: o produtivo e o de medição. Se o processo de medição fosse perfeito, a análise estatística das medições levaria a formação de um retrato fiel das características do processo produtivo. Quando as variabilidades de processos de medição imperfeitos estão presentes, análise estatística das medições obtidas revela características que são resultantes da combinação das variações dos dois processos. 24/10/2013Fundamentos da Metrologia para Engenharia de Controle e Automação 24 Variabilidades de Processo de Produção e de Medição Se as variações dos processos de medição são excessivas, podem ocorrer problemas de diagnósticos errados acerca da qualidade dos produtos e tomadas de ações incorretas para o controle dos processos (Figura 6). O processo produtivo real é enxergado de forma errada e essa informação aparente não possibilita melhorias de qualidade nos produtos. 24/10/2013Fundamentos da Metrologia para Engenharia de Controle e Automação 25 Variabilidades de Processo de Produção e de Medição Figura 6 - Influência da incerteza de medição excessivamente grande na capacidade do processo. 24/10/2013Fundamentos da Metrologia para Engenharia de Controle e Automação 26 Variabilidades de Processo de Produção e de Medição Dada a importância da medição para o controle dos processos produtivos, é necessário que o comportamento do processo de medição seja bem conhecido e atendas às necessidades de controle do processo produtivo. Em outras palavras, é necessário que o próprio processo de medição esteja sob controle estatístico para que seja capaz de controlar o processo produtivo. A tendência e a incerteza do processo de medição precisam ser pequenos o suficiente quando comparados com a variabilidade dos processos de produção, e suas características devem permanecer estáveis ao longo do tempo. 24/10/2013Fundamentos da Metrologia para Engenharia de Controle e Automação 27 Variabilidades de Processo de Produção e de Medição Para investigar as propriedades do processo de medição e torná-lo confiável, é necessário realizar alguns testes e analisar as medições obtidas, no intuito de identificar e corrigir causas especiais de variação. A confiabilidade do sistema de medição é concluída por análises estatísticas das indicações que ele produz em condições controladas. 24/10/2013Fundamentos da Metrologia para Engenharia de Controle e Automação 28 Variabilidades de Processo de Produção e de Medição A análise das medições obtidas deve revelar algumas condições básicas para que o processo de medição possa ser considerado adequado para o monitoramento e controle dos processos e produtos: 24/10/2013Fundamentos da Metrologia para Engenharia de Controle e Automação 29 Variabilidades de Processo de Produção e de Medição - o processo de medição deve ser capaz de identificar pequenas variações nas características medidas nos produtos; - a variabilidade do processo de medição (erros) deve ser pequena quando comparada com a variabilidade do processo produtivo e com os limites de especificação das tolerâncias do produto; - o processo de medição deve estar sob controle estatístico, o que significa que as variações do processo de medição são devidas somente às causas comuns e não às causas especiais. 24/10/2013Fundamentos da Metrologia para Engenharia de Controle e Automação 30 Parâmetros utilizados na Análise Estatística dos Processos de Medição Algumas características de um processo de medição podem ser quantificadas por parâmetros estatísticos relacionados ao valor médio e à dispersão. Para caracterizar o comportamento do valor médio do sistema de medição são utilizadas a tendência, a estabilidade e o desvio linear da tendência. Para caracterizar a sua dispersão, são utilizados os parâmetros repetitividade e reprodutibilidade. 24/10/2013Fundamentos da Metrologia para Engenharia de Controle e Automação 31 Parâmetros utilizados na Análise Estatística dos Processos de Medição Tendência: A tendência corresponde à diferença entre a média das indicações obtidas de um processo de medição e um valor de referência . O valor de referência pode se originar de um padrão ou de um exemplar do próprio produto a medir que tenha sido previamente medido por outro processo de medição que resulte em incerteza dez vezes melhor (Figura 7). 24/10/2013Fundamentos da Metrologia para Engenharia de Controle e Automação 32 Parâmetros utilizados na Análise Estatística dos Processos de Medição Figura 7 - Tendência. 24/10/2013Fundamentos da Metrologia para Engenharia de Controle e Automação 33Parâmetros utilizados na Análise Estatística dos Processos de Medição Estabilidade: O parâmetro estabilidade está associado à capacidade do sistema de medição em manter suas características estatísticas ao longo do tempo. De modo prático, corresponde à faixa de variação ao longo do tempo (Figura 10). 24/10/2013Fundamentos da Metrologia para Engenharia de Controle e Automação 34 Parâmetros utilizados na Análise Estatística dos Processos de Medição Figura 10 - Estabilidade. 24/10/2013Fundamentos da Metrologia para Engenharia de Controle e Automação 35 Parâmetros utilizados na Análise Estatística dos Processos de Medição Desvio linear da tendência: Idealmente, a tendência de um processo de medição deveria ser nula. Há casos nos quais a tendência não é nula, mas é praticamente a mesma para toda a faixa de medição. Há outros casos em que o valor da tendência cresce ou decresce em função do valor da indicação. O desvio linear da tendência está associado à forma como varia a tendência em função do valor da indicação (Figura 11). 24/10/2013Fundamentos da Metrologia para Engenharia de Controle e Automação 36 Parâmetros utilizados na Análise Estatística dos Processos de Medição Figura 11 - Desvio linear da tendência. 24/10/2013Fundamentos da Metrologia para Engenharia de Controle e Automação 37 Parâmetros utilizados na Análise Estatística dos Processos de Medição Repetitividade: A repetitividade corresponde à faixa dentro da qual as indicações do processo de medição são esperadas quando é envolvido um mesmo operador, medindo uma mesma característica do produto e em condições operacionais idênticas (Figura 8). 24/10/2013Fundamentos da Metrologia para Engenharia de Controle e Automação 38 Parâmetros utilizados na Análise Estatística dos Processos de Medição Figura 8 - Repetitividade. 24/10/2013Fundamentos da Metrologia para Engenharia de Controle e Automação 39 Parâmetros utilizados na Análise Estatística dos Processos de Medição Reprodutibilidade: A reprodutibilidade corresponde à faixa dentro da qual as indicações do processo de medição são esperadas quando são envolvidos diferentes operadores, medindo uma mesma característica do produto nas condições naturais do processo de medição (Figura 9). 24/10/2013Fundamentos da Metrologia para Engenharia de Controle e Automação 40 Parâmetros utilizados na Análise Estatística dos Processos de Medição Figura 9 - Reprodutibilidade. 24/10/2013Fundamentos da Metrologia para Engenharia de Controle e Automação 41 Parâmetros utilizados na Análise Estatística dos Processos de Medição No conjunto, esses cinco parâmetros (tendência, estabilidade, desvio linear da tendência, repetitividade e reprodutibilidade) são a base para a realização da análise da confiabilidade de processos de medição. A análise é normalmente realizada em duas etapas: (a) por meio de um ensaio de capacidade do processo de medição é estatisticamente verificado se ele é capaz de controlar a variável de interesse e; (b) através da análise de repetitividade e reprodutibilidade calculam-se índices que atestam a adequabilidade do processo de medição em função das necessidades do processo produtivo. 24/10/2013Fundamentos da Metrologia para Engenharia de Controle e Automação 42 Avaliação Experimental de Processos de Medição O melhor local para avaliar o desempenho de medição destinado a controlar um dado processo produtivo está no próprio processo produtivo. As condições em que o sistema estará sendo usado, os operadores típicos, os procedimentos e demais peculiaridades do processo de medição estarão presentes e de forma natural. Por meio de métodos estatísticos é possível concluir várias características que espelham o desempenho do processo de medição. 24/10/2013Fundamentos da Metrologia para Engenharia de Controle e Automação 43 Avaliação Experimental de Processos de Medição Preparação dos ensaios Para caracterizar de forma confiável os parâmetros que avaliam o desempenho dos processos de medição, são necessários ensaios objetivos e bem planejados. A falta de planejamento adequado pode gerar retrabalho ou, o que é pior, levar a conclusões erradas. Devem ser observados alguns cuidados básicos: a) planejamento dos experimentos; b) seleção das amostras; c) medição e registro. Vejamos a seguir cada um deles: 24/10/2013Fundamentos da Metrologia para Engenharia de Controle e Automação 44 Avaliação Experimental de Processos de Medição a) Planejamento dos experimentos Devem ser definidos parâmetros que delimitam a abrangência dos ensaios. São exemplos: o número de operadores envolvidos, o número de amostras a serem coletadas, o número de repetições dentro de cada amostra e o período de coleta de dados. 24/10/2013Fundamentos da Metrologia para Engenharia de Controle e Automação 45 Avaliação Experimental de Processos de Medição b) Seleção dos materiais Alguns ensaios devem ser realizados com amostras retiradas da produção. As amostras devem ser aleatoriamente selecionadas de forma que representem bem as características naturais do processo produtivo. Dessa forma, serão coletadas amostras com dimensões dentro da faixa de variação que o processo normalmente apresenta. Se o processo produz peças fora das tolerâncias, na amostra possivelmente existirão também peças fora da tolerância. Uma vez selecionadas as amostras devem ser numeradas. 24/10/2013Fundamentos da Metrologia para Engenharia de Controle e Automação 46 Avaliação Experimental de Processos de Medição c) Medição e registro O processo de realização dos testes depende do parâmetro a ser determinado. Alguns ensaios empregam somente um operador medindo uma peça calibrada (padrão). Outros ensaios são realizados com vários operadores medindo várias peças não calibradas. As medições realizadas nos ensaios devem ser conduzidas segundo os mesmos procedimentos naturalmente empregados durante as medições na produção. No caso de medir amostras da produção, essas devem ser ordenadas de forma aleatória e cada operador avaliado medirá o conjunto de amostras em ordem diferente dos outros operadores. 24/10/2013Fundamentos da Metrologia para Engenharia de Controle e Automação 47 Avaliação Experimental de Processos de Medição Avaliação da capacidade de processo de medição Um processo de produção é dito capaz se tem condições de naturalmente produzir sempre dentro dos limites de tolerância. Sempre que uma proporção significativa da produção resulta fora dos limites estabelecidos pelas tolerâncias, diz-se que o processo é incapaz. A Figura 12 ilustra três situações quanto à capacidade do processo produtivo. 24/10/2013Fundamentos da Metrologia para Engenharia de Controle e Automação 48 Avaliação Experimental de Processos de Medição Figura 12 - Diferentes níveis de capacidade de um processo produtivo. 24/10/2013Fundamentos da Metrologia para Engenharia de Controle e Automação 49 Avaliação Experimental de Processos de Medição Quando é feito um paralelo entre o processo de medição e um processo produtivo, é possível também classificar um processo de medição como capaz ou incapaz. Um processo é dito capaz se os erros de medição estão todos dentro da incerteza de medição admissível para uma dada aplicação. Quanto menores forem os erros de medição comparativamente à incerteza admissível, melhor será a capacidade do sistema, como ilustra a Figura 13. É comum considerar a incerteza de medição admissível para valores entre 1/10 e 1/20 do intervalo de tolerância. 24/10/2013Fundamentos da Metrologia para Engenharia de Controle e Automação 50 Avaliação Experimental de Processos de Medição Figura 13 - Diferentes níveis de capacidade de umprocesso de medição. 24/10/2013Fundamentos da Metrologia para Engenharia de Controle e Automação 51
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