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Aula 1 FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO

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Aula 1: Filosofia da educação
Para compreendermos os diferentes tipos de conhecimento produzidos historicamente pela humanidade, será necessário partirmos de uma compreensão da relação do homem com a natureza, ou seja, entendermos como a natureza humana é produzida. Segundo o materialismo histórico e materialismo dialético de Karl Marx, a relação homem-natureza é mediada pelo trabalho, como ato intencional do homem em produzir as condições materiais e não-materiais (a cultura, o saber, o conhecimento) da sua existência.
A natureza não oferece gratuitamente as condições necessárias para o homem sobreviver, por isso ele necessita retornar à natureza e retirar da mesma as condições necessárias que garantam a sua existência.
Para tanto, o homem antecipa em seu pensamento a sua ação. Assim, retorna à natureza transformando-a segundo seus interesses e necessidades. Tal transformação provoca o fenômeno da humanização da natureza, ou seja, o espaço natural é transformado em espaço artificial, criando o mundo da cultura. Ao transformar intencionalmente a natureza o homem se transforma, ou seja, ocorre o fenômeno da naturalização do homem. Em outras palavras, a natureza, que era algo desconhecido, passa a ser conhecida de diferentes formas. Na próxima tela, vamos ver os diferentes tipos de conhecimento decorrentes dessa relação e produzidos historicamente pela humanidade.
O conhecimento mítico 
É um conhecimento intuitivo da realidade que dispensa argumentos e fundamentações. Decorre da tradição cultural de um povo, não é datado, não tem autoria, não se justifica, não se fundamenta e não se coloca ao questionamento. Portanto, pressupõe a adesão e a aceitação por parte do indivíduo.
O Senso Comum
É considerado como a primeira forma de compreensão do mundo resultante da herança cultural de um povo ou de uma civilização. Descreve as crenças e proposições de forma natural sem que haja uma investigação rigorosa para as mesmas. Em outras palavras, é um conhecimento espontâneo do cotidiano sem o crivo da análise crítica. Se expressa geralmente através do ditado popular: “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”; “aonde há fumaça, há fogo” e etc.
O Conhecimento Científico
É um conhecimento sistemático, lógico, rigoroso e metódico. Para tanto, obedece a um conjunto de princípios, determinados pela razão, na sua forma e no seu conteúdo, a fim de orientar a pesquisa científica acerca de um determinado fenômeno. Em outras palavras, a ciência se esforça para descobrir como a realidade funciona. Assim, pretende oferecer as condições necessárias para o controle racional de um determinado fenômeno, seja ele, natural ou histórico. As verdades gerais ou operações de leis gerais, produzidas pelo conhecimento científico, são obtidas e verificadas pelo método científico utilizado.
O Conhecimento Artístico
É um conhecimento intuitivo da realidade ou do mundo tendo a imaginação  como mediadora entre o percebido e o pensado, ou seja, possibilita outras formas de compreensão da realidade.
Características do conhecimento filosófico
Origens da filosofia
O pensamento filosófico-científico surgiu na Grécia Antiga por volta do século VI a.C. Os primeiros filósofos tinham por finalidade explicar racionalmente a natureza a partir dos fenômenos naturais. Ou seja, a explicação da natureza se encontra na própria natureza e não no sobrenatural, como é característico do pensamento mítico-religioso. O período do humanismo clássico na Filosofia é inaugurado por Sócrates por ter introduzido na filosofia questões referentes à natureza humana, tais como: a ética, a política e a problemática do conhecimento. Neste período destacam-se também os filósofos Platão e Aristóteles (séc. IV a.C.), como também, os sofistas.
Áreas de investigação filosófica
Nesta tela, vamos destacar algumas áreas importantes de investigação da filosofia. Vamos lá?
	Lógica
	Investiga as condições da validade dos argumentos e elabora as regras do pensamento correto.
	Metafísica (ou ontologia)
	Estuda o ‘ser enquanto ser’, isto é, o ser independentemente de suas determinações particulares; estudo do ser absoluto e dos principais princípios.
	Teoria do Conhecimento
	Estuda as relações entre sujeito do conhecimento e objeto do conhecimento no ato de conhecer.
	 Epistemologia
	Analisa criticamente a forma e o conteúdo do conhecimento científico.
	Axiologia
	Desenvolve uma reflexão rigorosa sobre a natureza e as características dos valores éticos, estéticos, políticos, religiosos, pragmáticos e etc.
	Ética
	Analisa de forma sistemática e rigorosa as noções, os princípios e os fins que fundamentam a vida moral.
	Estética
	Reflete sobre os princípios, os meios, a produção e a recepção estética da obra da arte.
	 Filosofia Política
	Se propõe a compreender criticamente sobre o poder entre os cidadãos, a sociedade e o estado, como também, avalia as formas dos regimes políticos e as finalidades da política.
	Filosofia da Linguagem
	Reflete sobre a natureza da linguagem, os sentidos dos signos e proposições lingüísticas. Busca compreender a linguagem como elemento estruturador que explica a relação do homem com a natureza.
	Filosofia da Educação
	Analisa criticamente a natureza e a especificidade da educação, os procedimentos utilizados no processo de ensino-aprendizagem, a estrutura e o funcionamento de ensino de um determinado contexto histórico-social.
Partindo do princípio da Filosofia da Educação como sendo a fundamentação teórica e crítica do conhecimento e da prática educativa, podemos afirmar que sua preocupação está em compreender, de forma crítica, a natureza e a especificidade de educação. Assim, teremos como estabelecer o que é, como é e para que é: ensinar, aprender, alfabetizar, avaliar e etc., ou seja, teremos como determinar pelo pensamento quais os princípios que alicerçam determinadas práticas educativas. Tal preocupação visa superar o espontaneísmo pedagógico e assim determinar pelo pensamento um conjunto organizado e coerente com fins a serem alcançados. Portanto, seu trabalho está em avaliar os currículos, as técnicas e os métodos de ensino-aprendizagem, para que seja possível julgar se são ou não adequados aos fins a que se propõem.
A filosofia da Educação se preocupa em compreender, de forma crítica, a natureza e a especificidade da educação. Desta forma, é possível determinar pelo pensamento quais princípios alicerçam determinadas práticas educativas.
Educação e Pedagogia
	
	
	
	
	Compreendemos a educação como um fenômeno humano. Tal fenômeno decorre da relação que o homem estabelece com a natureza mediada pelo trabalho. O Ser humano ao produzir as condições materiais e não-materiais de sua existência, sente a necessidade de transmitir para as futuras gerações suas experiências e conhecimentos e, o fará, através da educação.
	
	
	
	
	
	
	
	
	Segundo o educador brasileiro, José Carlos Libâneo, “educar (em latim, educare) é conduzir de um estado a outro, é modificar numa certa direção o que é suscetível de educação. O ato pedagógico pode, então, ser definido como uma atividade sistemática de interação entre seres sociais, tanto no nível intrapessoal como no nível da influência do meio, interação essa que se configura numa ação exercida sobre sujeitos ou grupos de sujeitos visando provocar mudanças tão eficazes que os tornem elementos ativos desta própria ação exercida”.
	
	
	
	
	
	Sendo assim, não podemos compreender a educação como mera transmissão dos conhecimentos historicamente produzidos e acumulados pela humanidade, mas como um instrumento crítico da produção humana, ou seja, deve possibilitar a reflexão crítica da cultura. Do exposto acima, podemos inferir que a Pedagogia é a ciência que tem por finalidade a reflexão, a ordenação, a sistematização e a crítica do processo educativo na sua forma e no seu conteúdo. Na cultura ocidental podemos afirmar que foram quatro as perspectivas que se construíram desde a antiguidade até a atualidade.Veja quais são na próxima tela:
a) Pedagogia essencialista - baseia-se em modelos universais do ser humano, como por exemplo: “os homens são essencialmente iguais”;
b) Pedagogia existencialista - baseia-se no princípio universal de que “os homens são essencialmente diferentes”, fazendo uma defesa em torno das diferenças individuais;
c) Pedagogias cientificistas - visam garantir a cientificidade do pensamento e da prática pedagógica com a finalidade de aumentar a produtividade no campo educacional;
d) Pedagogias dialéticas - refletem criticamente sobre as contradições do processo ensino-aprendizagem a partir dos contextos históricos e sociais em que são produzidos a fim de possibilitar a superação das relações de poder e dominação, como também, promover a emancipação do homem em seu conjunto.
	
	As considerações da tela anterior nos permitem apontar para a necessidade de uma formação específica para o educador em nossa sociedade, pois o professor assume um papel político e pedagógico. Primeiro por ter a função de formar o cidadão da sociedade e segundo que seu trabalho deve ser sistematizado e não desenvolvido de forma casual e espontânea.
Para tanto, devemos considerar para o exercício da docência três aspectos:
a) a necessidade de adquirir conhecimento científico e saberes pedagógicos para o ensino de um conteúdo específico;
b) a superação do senso comum compreendendo a atividade educativa como uma atividade sistemática visando à transformação de uma realidade social concreta;
c) a formação ética como um dos pilares centrais da formação e da prática educativa.

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