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Caderno Penal 2

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19/02/16
CONCURSO DE PESSOAS: É a ciente, voluntária participação de 2 ou mais pessoas na mesma infração penal. Quem contribui para o crime responde penalmente pelo delito configurado.
 TEORIA MONISTA: Pela teoria monista, no concurso de pessoas todos devem ter a mesma responsabilidade penal e sofrer a mesma pena.
 TEORIA DUALISTA: De acordo com a teoria dualista, no concurso de pessoas cada participante deve ser punido de acordo com o grau de responsabilidade e de sua participação, devendo ser punido de forma mais severa quem participa da ação principal e menos severa quem participa de forma secundária.
REQUISITOS PARA QUE SE CONFIGURE CONCURSO DE PESSOAS:
1) Pluralidade de condutas: Tem que haver atuação de 2 ou mais pessoas.
2) Identidade de fato: Os agentes tem que se reunir para a pratica do mesmo ato criminoso.
3) Relevância causal: É necessário que o agente preste uma colaboração que efetivamente contribua para o resultado, ou seja, uma colaboração que possua relação de causalidade com o resultado criminoso.
4) Liame Subjetivo: É o nexo psicológico que une os participantes do delito, ou seja, a consciência e a voluntariedade na participação do crime. Para configurar o liame subjetivo não é obrigatório o ajuste prévio. Basta que um agente colabore com outro de forma consciente e voluntária, aderindo à conduta do outro participante.
22/02/2016
AUTORIA - Teoria Restritiva e Teoria do Domínio Final do Fato: Autor do crime é o agente que desempenha a ação principal do delito (Teoria restritiva) e também o agente que possui o domínio final do fato (Teoria do domínio final do fato), ou seja, controla a situação criminosa, como mandante e o mentor intelectual.
AUTORIA MEDIATA (ART. 20, Parágrafo 2 e art. 22): Na autoria mediata o autor do crime usa alguém como instrumento do seu delito, seja induzindo a erro ou coagindo, sendo certo que a pessoa usada não colabora de forma consciente e voluntária. 
Art. 20. O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. 
§ 2º Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. 
Art. 22. Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem.
AUTORIA COLATERAL INCERTA: Nesta hipótese, duas ou mais pessoas, praticam ao mesmo tempo o mesmo fato criminoso, mas sem liame subjetivo, não sendo possível pelas provas processuais determinar quem de fato consumou o delito. Sendo assim, em razão do in dúbio pro reo, todos respondem pela forma tentada.
COAUTORIA: A coautoria não possui distinção em relação à autoria, sendo o termo "coautor" utilizado sempre que no fato criminoso houver mais de um autor.
PARTICIPAÇÃO: O participe é aquele agente que presta uma colaboração acessória ou secundária, auxiliando induzindo ou instigando de forma consciente e voluntária.
- Participação Material: auxiliar
- Participação Moral: induzir, instigar.
PARTICIPAÇÃO MEDIANTE OMISSÃO (agente garantidor art. 13, parágrafo 2) E CONIVÊNCIA: Na participação mediante omissão o agente contribui para o crime através de um comportamento omissivo, mas neste caso ele está na posição de garante, possuindo dever jurídico de agir para evitar o resultado. A conivência não gera responsabilidade penal, pois o conivente é o cidadão comum, que não possui o dever jurídico de agir para evitar um crime. Ex: art. 13, parágrafo 2 (garante).
Art. 13. O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. 
§ 2º A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:
 a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; 
 b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; 
 c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
COOPERAÇÃO DOLOSAMENTE DISTINTA (art. 29, parágrafo 2): Ocorre quando no momento da execução do crime um dos participantes por sua própria conta, sem a previsão ou consciência dos demais resolve praticar um crime mais grave do que combinado, nesta hipótese ele responderá por este crime mais grave sozinho, enquanto os demais participantes responderão pelo crime menos grave que foi combinado.
Art. 29. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. 
§ 1º Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de 1/6 a 1/3. 
§ 2º Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até 1/2, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.
COMUNICABILIDADE DAS CIRCUNSTÂNCIAS E CONDIÇÕES DE CARÁTER PESSOAL (ART.30): As circunstâncias subjetivas e as condições de caráter pessoal se comunicam entre os coautores e participes quando estiverem em sua esfera de conhecimento e também se forem elementares do tipo penal. Ex: Crime de peculato tem que ser funcionário público, se alguém que não é funcionário público participa de uma ação com um funcionário público ele será condenado como o mesmo, pois é comunicável. 
 
Art. 30. Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.
- Circunstâncias Objetivas do Crime: São aquelas relacionadas com o fato criminoso, ou seja, aquelas particularidades que estão ligadas com a materialidade do crime, como por exemplo, a arma do crime, o horário, a maneira de execução etc.
A circunstância objetiva se comunica entre os coautores e participes sempre que estiverem em sua esfera de conhecimento. Ex: Roubo a mão armada. Mão armada = particularidade.
- Circunstâncias Subjetivas do Crime: São aquelas relacionadas com a motivação do delito, ou seja, com o lado psicológico do crime. 
- Condições de Caráter Pessoal: São aquelas qualidades especiais do sujeito ativo do crime. Ex: Aborto tem que ser mulher e estar grávida.
CASOS DE IMPUNIBILIDADE (ART.31): De acordo com o art. 31, no concurso de pessoas o ajuste, a determinação, o auxílio e a instigação não são puníveis se o crime combinado não chegar pelo menos a ser tentado.
 Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. 
ITER CRIMINIS:
Cogitação - impunível
Preparação - impunível
Execução - punível
Consumação - punível
29/02/16
OBS: Concurso em Crimes Culposos e Crimes de Mão Própria:
Nos crimes culposos também é possível o concurso de pessoas. No entanto não há possibilidade de caracterização da figura do participe, sendo somente possível a coautoria, tendo em vista que aquele que induz, instiga ou auxilia alguém a ser imprudente também está agindo com imprudência e, portanto se tornando coautor do crime, pois está incidindo na ação principal do crime culposo.
Nos crimes de mão própria também é possível o concurso de pessoas. No entanto somente é possível a caracterização do participe não sendo possível a configuração da coautoria, pois crimes de mão própria são aqueles que não têm como mandar alguém praticar no lugar da pessoa. Ex: Falso testemunho (art. 342), ato obsceno (art.233). 
CONCURSO DE CRIMES: O concurso de crimes ocorre quando o agente através de uma ou mais ações produz dois ou mais resultados criminosos e estes resultados em razão de uma série de circunstâncias se apresentam interligados. 
1) Espécies: 
Concurso Material (Art. 69): No concurso material o agente através de duas ou mais ações produz dois ou mais resultados criminosos, idênticos ou não. Neste caso as penas são aplicadas cumulativamente (somadas). (Cuidado com a hipótese do princípioda absorção que diz que o crime fim absorve o crime meio, não havendo concurso de crimes). 
 Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela. 
        § 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa de liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para os demais será incabível a substituição de que trata o art. 44 deste Código. 
        § 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado cumprirá simultaneamente as que forem compatíveis entre si e sucessivamente as demais. 
Concurso Formal Perfeito (art. 70): O agente através de uma única ação criminosa produz dois ou mais resultados criminosos idênticos ou não. Nesta hipótese o juiz aplica a pena do crime mais grave, ou de um dos crimes se forem idênticos e, em seguida aplica um aumento de pena previsto no art. 70 que pode variar de 1/6 a 1/2. 
Concurso Formal Imperfeito: O agente através de uma única ação produz dois ou mais resultados criminosos, mas neste caso a ação é dolosa e com designos autônomos, uma vez que o agente possui objetivo autônomo de obter cada resultado criminoso que ele alcança com aquela única conduta. Ex: Um homem que descobre que sua mulher está grávida e não querendo o bebê esfaqueia a barriga da mulher. Em uma única ação ele atinge dois objetivos: Se livrar da mulher e do bebê. Neste caso as penas se aplicam cumulativamente.
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.
Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste Código.
Crime Continuado (art 71): No crime continuado o agente através de 2 ou mais ações produz 2 ou mais crimes da mesma espécie, sendo certo que entre os atos criminosos existem diversas semelhanças, semelhanças de tempo, lugar, maneira de execução etc. Nesta hipótese o juiz aplicará a pena de um dos crimes e em seguida um aumento de 1/6 a 2/3. No entanto se os crimes forem contra vítimas diferentes, envolvendo violência ou grave ameaça, o aumento da pena será até o triplo.
 Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. 
        Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código.
LIMITE DAS PENAS (art.75): 
 De acordo com o art. 75, o limite de pena privativa de liberdade no Brasil é de 30 anos. No entanto, este limite é de cumprimento da pena e não dá aplicação, o que significa que os juízes em suas sentenças podem aplicar penas superiores há 30 anos, conforme o caso, ficando a cargo do juiz da execução penal determinar que seja respeitado na execução da pena o limite de 30 anos.
 De acordo com a súmula 715 do STF, as penas aplicadas mesmo superiores há 30 anos é que servem de base de cálculo para análise dos benefícios a que o condenado tem direito durante a execução penal.
 De acordo com o parágrafo 2° do art.75, excepcionalmente o condenado pode cumprir mais de 30 anos, pois se cometer um novo crime após ter iniciado o cumprimento da pena, diante de uma nova condenação, uma nova unificação de penas será feita pela V.E.P podendo o condenado retornar o limite máximo de 30 anos.
 Art. 75 - O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 30 (trinta) anos. 
        § 1º - Quando o agente for condenado a penas privativas de liberdade cuja soma seja superior a 30 (trinta) anos, devem elas ser unificadas para atender ao limite máximo deste artigo. 
        § 2º - Sobrevindo condenação por fato posterior ao início do cumprimento da pena, far-se-á nova unificação, desprezando-se, para esse fim, o período de pena já cumprido.
07/03/16
TEORIAS DAS PENAS:
PRINCÍPIOS: 
1) Humanidade: Por este princípio na aplicação e execução das penas o Estado deve respeitar a dignidade da vida humana, bem como as declarações universais dos Direitos Humanos. LEP 7.210/84
2) Individualização: Por este princípio a justiça na aplicação e execução da pena deve respeitar as características pessoais dos condenados.
3) Proporcionalidade: Por este princípio as penas previstas na lei e aplicadas nas sentenças devem ser razoáveis, ou seja, proporcionais ao mal causado à sociedade pelo crime.
4) Personalidade: Por este princípio a pena não pode ultrapassar a pessoa do condenado, ou seja, somente o responsável pelo crime pode sofrer as consequências penais de sua infração. 
5) Legalidade: Por este princípio não a crime sem lei que o defina e não há pena sem previsão legal, os juízes somente podem aplicar as penas previstas na lei.
ESPÉCIES DE PENAS (art.32):
Art. 32. As penas são: 
 I - privativas de liberdade; 
II - restritivas de direitos; 
III - de multa.
Pena privativa de liberdade (art.33): São as penas de:
 
a) Reclusão: Crimes mais graves
- Fechado
- Semi aberto
- Aberto
b) Detenção: Crimes mais leves
- Semi aberto
-Aberto
OBS: salvo necessidade de transferência para regime fechado.
Restritiva de direito: A pena restritiva de direitos é sanção penal imposta em substituição à pena privativa de liberdade consistente na supressão ou diminuição de um ou mais direitos do condenado. Trata-se de espécie de pena alternativa. Irá ser aplicado aos crimes com menor grau de responsabilidade, com penas mais brandas. Está ligada ao princípio da proporcionalidade. 
  Art. 43. As penas restritivas de direitos são:
        I - prestação pecuniária;  
        II - perda de bens e valores; 
        III - limitação de fim de semana. 
        IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; 
        V - interdição temporária de direitos; 
        VI - limitação de fim de semana. 
Multa: A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa (Art. 49 CP). 
        § 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes esse salário. 
        Art. 50 - A multa deve ser paga dentro de 10 (dez) dias depois de transitada em julgado a sentença. 
        § 2º - O desconto não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao sustento do condenado e de sua família.
    Art. 51 - Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será considerada dívida de valor, aplicando-se-lhes as normas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição.
        Art. 52 - É suspensa a execução da pena de multa, se sobrevém ao condenado doença mental.
11/03/16
REGIMESDE CUMPRIMENTO DE PENA (Art. 33, par 2°):
	Pena de:
	Quantidade:
	Regime:
	Reclusão/Detenção
	Até 4 anos
	Aberto
	Reclusão/Detenção
	Superior a 4 - até 8 anos
	Semi-aberto
	Reclusão
	Superior a 8 anos
	Fechado
	Reclusão
	Reincidente/qualquer quantidade
	Fechado
	Detenção
	Reincidente/qualquer quantidade
	Semi-aberto
De acordo com a jurisprudência a súmula 719 STF e 269 STJ, o juiz pode aplicar na sentença um regime de cumprimento de pena diferente do que determina a tabela prevista do parágrafo 2° do art 33, desde que apresente em sua decisão uma motivação idônea.
PROGRESSÃO DE REGIME (Art. 112 LEP): É a possibilidade que possui o condenado durante o cumprimento da pena de ser transferido de um regime mais rigoroso para um regime mais brando, não podendo ser transferido do regime fechado direto para o aberto.
Para requerer progressão de regime, o condenado deve cumprir:
- 1/6 da pena e possuir bom comportamento carcerário;
-2/5 da pena, caso esteja cumprindo pena por crime hediondo, tráfico, tortura ou terrorismo;
- 3/5 da pena se for reincidente.
REGRESSÃO DE REGIME (Art 118 LEP)
Na regressão de regime o condenado é transferido de um regime mais brando para outro mais rigoroso, se durante a pena cometeram um crime doloso ou uma falta grave (Art 50 LEP).
Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado:
I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave;
II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, torne incabível o regime (artigo 111).
§ 1° O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóteses referidas nos incisos anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a multa cumulativamente imposta.
§ 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, deverá ser ouvido previamente o condenado.
Art. 119. A legislação local poderá estabelecer normas complementares para o cumprimento da pena privativa de liberdade em regime aberto (artigo 36, § 1º, do Código Penal).
REMIÇÃO (art.126 LEP 7.210/84): Só pode ser aplicado para aqueles que estiverem cumprindo regime fechado ou semiaberto. Pela remição a cada 3 dias de trabalho ou estudo no regime fechado ou semiaberto, o condenado reduz 1 dia de sua pena. 
A remição também exige bom comportamento do condenado, pois de acordo com o art. 127 da LEP, se o condenado comete uma falta grave (art.50) pode perder até 1/3 do tempo remido.
Art. 126.  O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena. 
§ 1o  A contagem de tempo referida no caput será feita à razão de:  
I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar - atividade de ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação profissional - divididas, no mínimo, em 3 (três) dias;  
 II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho.  
§ 2o  As atividades de estudo a que se refere o § 1odeste artigo poderão ser desenvolvidas de forma presencial ou por metodologia de ensino a distância e deverão ser certificadas pelas autoridades educacionais competentes dos cursos frequentados.   
§ 3o  Para fins de cumulação dos casos de remição, as horas diárias de trabalho e de estudo serão definidas de forma a se compatibilizarem.  
§ 4o  O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará a beneficiar-se com a remição
§ 5o  O tempo a remir em função das horas de estudo será acrescido de 1/3 (um terço) no caso de conclusão do ensino fundamental, médio ou superior durante o cumprimento da pena, desde que certificada pelo órgão competente do sistema de educação
§ 6o  O condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto e o que usufrui liberdade condicional poderão remir, pela frequência a curso de ensino regular ou de educação profissional, parte do tempo de execução da pena ou do período de prova, observado o disposto no inciso I do § 1o deste artigo
§ 7o  O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses de prisão cautelar
§ 8o  A remição será declarada pelo juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa
DETRAÇÃO (art.42 CP): Pela detração o condenado tem o direito de descontar sobre a pena que tem a cumprir o período de prisão provisória durante o processo. A detração pode ser realizada mesmo que o condenado ao final do processo seja sentenciado a cumprir uma pena alternativa ou até mesmo a cumprir somente uma pena de multa.
Se o réu fica preso durante o processo em prisão preventiva e ao final é absolvido, não poderá em acusações futuras, caso condenado, usar esse tempo de prisão provisória para detração. 
No entanto, em hipóteses assim a jurisprudência permite a detração para usar o período de prisão provisória no processo em que foi absolvido, para descontar sobre a pena fixada em outro processo em que o réu foi condenado, mas que se trata de uma acusação anterior.
Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior
LIVRAMENTO CONDICIONAL (art. 83 CP, 131 ao 146 LEP): No livramento condicional, o condenado conquista o direito de cumprir o restante de sua condenação em liberdade, se a condenação for igual ou superior a 2 anos, e após cumprir:
- mais de 1/3 da pena, se não for reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes; 
- cumprida mais da metade se for reincidente em crime doloso; 
- cumprido mais de 2/3 se for condenado por crime hediondo, trafico, tortura e terrorismo, sem reincidência, 
-Tenha reparado o dano causado pela infração, salvo impossibilidade de fazê-lo
- comprovado comportamento satisfatório durante a execução da pena, bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover à própria subsistência mediante trabalho honesto;   
mediante condições que serão impostas pelo juiz da vara de execuções penais (VEP). Encerrado o período de livramento, se o condenado cumpriu corretamente o beneficio, será declarada extinta a pena. 
	Se o condenado violar a condicional ou voltar a cometer crimes dolosos, o livramento será revogado pelo juiz e ele será preso para voltar a cumprir a pena sem descontar o período de livramento até a revogação.
	Se a revogação ocorrer em razão de uma nova sentença condenatória transitada em julgado, por um crime antigo, ou seja, anterior ao benefício, o condenado retornará a prisão, mais descontará sobre a pena à cumprir o período em que cumpriu em livramento até a revogação 
 Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que:  
        I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes; 
        II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso
        III - comprovado comportamento satisfatório durante a execução da pena, bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover à própria subsistência mediante trabalho honesto;   
        IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela infração
        V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza. 
       Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltaráa delinqüir
SURSIS (art. 77 CP) Suspenção Condicional da Pena: Na SURSIS o juiz suspenderá a execução por um período que pode variar de 2 a 4 anos se o condenado preencher os seguintes requisitos: 
- Pena não superior a 2 anos, período no qual o condenado cumprira as condições impostas
- Não ser reincidente em crime doloso
- Culpabilidade, personalidade, conduta social.. autorizem a concessão do benefício 
- Não ser possível a substituição da pena. 
Encerrado o período de suspenção também chamado de prazo de prova, a pena será extinta se o condenado cumprir as condições corretamente.
	Se o condenado descumprir as condições ou voltar a cometer crimes dolosos o SURSIS será revogado e decretado a sua prisão para cumprir a pena suspensa sendo certo que o período em que cumpriu o SURSIS até a revogação não será computado como tempo de pena cumprida.
Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que
        I - o condenado não seja reincidente em crime doloso
        II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício;
        III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código. 
        § 1º - A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do benefício.
        § 2o A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos, poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que o condenado seja maior de setenta anos de idade, ou razões de saúde justifiquem a suspensão. 
        Art. 78 - Durante o prazo da suspensão, o condenado ficará sujeito à observação e ao cumprimento das condições estabelecidas pelo juiz. 
        § 1º - No primeiro ano do prazo, deverá o condenado prestar serviços à comunidade (art. 46) ou submeter-se à limitação de fim de semana (art. 48). 
        § 2° Se o condenado houver reparado o dano, salvo impossibilidade de fazê-lo, e se as circunstâncias do art. 59 deste Código lhe forem inteiramente favoráveis, o juiz poderá substituir a exigência do parágrafo anterior pelas seguintes condições, aplicadas cumulativamente: 
proibição de freqüentar determinados lugares
proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do juiz
comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades
        Art. 79 - A sentença poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do condenado.  
        Art. 80 - A suspensão não se estende às penas restritivas de direitos nem à multa.  
        Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário:  
        I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso; 
        II - frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, sem motivo justificado, a reparação do dano
        III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código.  
        § 1º - A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qualquer outra condição imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos
               § 2º - Se o beneficiário está sendo processado por outro crime ou contravenção, considera-se prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento definitivo. 
        § 3º - Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés de decretá-la, prorrogar o período de prova até o máximo, se este não foi o fixado. 
        Art. 82 - Expirado o prazo sem que tenha havido revogação, considera-se extinta a pena privativa de liberdade
REQUISITOS PARA SURSIS:
- Pena não superior a 2 anos
- Não ser reincidente em crime doloso
- Culpabilidade, personalidade, conduta social.. autorizem a concessão do benefício 
- Não ser possível a substituição da pena. 
21/03/16
PENAS ALTERNATIVAS:
PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS (Art 43 e 44)
Espécies: 
Prestação pecuniária (Art 45, par 1°)
Perda de bens e valores (Art 45 par 3°)
Prestação de serviços à comunidade (Art 46)
Interdição temporária de direitos (Art 47)
Limitação de fim de semana (Art 48)
Requisitos (Art 44)
As penas restritivas de Direito são substitutidas, uma vez que são aplicadas nas sentenças condenatórias em substituição à pena privativa de liberdade fixada pelo juiz, quando:
- Pena não superior a 4 anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça.
- Qualquer que for a pena no crime culposo
- Não reincidente em crime doloso 
- Culpabilidade - antecedentes, conduta social, personalidade, motivos e consequências
44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: 
 
        I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo;
        II – o réu não for reincidente em crime doloso
        III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. 
        § 1o (VETADO)  
        § 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos.  
        § 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime.  
        § 4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão
        § 5o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva anterior. 
Se o condenado descumpre a pena restritiva de Direito, então o juiz decretará a prisão para que o condenado cumpra a pena privativa de liberdade que havia sido substituída, deduzindo-se nesse caso sobre a pena a cumprir o período de pena alternativa que foi cumprido pelo condenado até a conversão em prisão.
28/03/16
PENA DE MULTA:
 - FORMA DE CÁLCULO (art. 49): De acordo com o artigo 49 pode o juiz ao aplicar a multa fixar entre 10 a 360 dias multa e fixar o valor de cada dia multa entre 1/30 avos do salário mínimo até 5X o salário mínimo, sendo certo que a multa deve ser paga ao Fundo Penitenciário Nacional. 
Na fixação de multa de acordo com artigo 60 o principal critério é a situação econômica do réu, e sendo o réu pessoa de ótimas condições financeiras, pode o juiz ainda aumentar a pena de multa até o triplo. 
Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa. 
        § 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes esse salário. 
        § 2º - O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices de correção monetária
 Art. 50 - A multa deve ser paga dentro de 10 (dez) dias depois de transitada em julgado a sentença. A requerimento do condenado e conforme as circunstâncias, o juizpode permitir que o pagamento se realize em parcelas mensais. 
        § 1º - A cobrança da multa pode efetuar-se mediante desconto no vencimento ou salário do condenado quando:  
        a) aplicada isoladamente;  
        b) aplicada cumulativamente com pena restritiva de direitos;
        c) concedida a suspensão condicional da pena.  
        § 2º - O desconto não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao sustento do condenado e de sua família. 
        
 – NÃO PAGAMENTO – CONSEQUÊNCIA (Art. 51): O descumprimento da pena de multa não permite que ela seja convertida em prisão, devendo neste caso o juiz, na forma do artigo 51, comunicar a multa ao setor de dívida ativa do Estado, para que sejam tomadas as providências para a cobrança judicial. 
A Multa Substitutiva pode ser aplicada pelo juiz, na forma do artigo 60, parágrafo segundo, desde que a pena aplicada não seja superior a 6 meses e o réu atenda os requisitos referentes ao artigo 44 do CP. Não for reincidente em crime doloso e culpalidade, antecedente...
 Art. 51 - Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será considerada dívida de valor, aplicando-se-lhes as normas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição
Art. 52 - É suspensa a execução da pena de multa, se sobrevém ao condenado doença mental.
 – CÁLCULO DA PENA (Art. 68) – DOSIMETRIA: No cálculo da pena os juízes são obrigados a respeitar as três fases do art. 68 sob pena de nulidade da sentença.
  Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento
        Parágrafo único - No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua
Pena base (Art. 59): Na primeira fase o juiz fixa a pena base, que é o ponto de partida da dosimetria, devendo neste momento fixar a pena entre o mínimo e máximo do tipo penal, levando em consideração as circunstâncias judiciais previstas no artigo 59. 
 
        I - as penas aplicáveis dentre as cominadas; 
        II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos;
        III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade;
        IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível.
Atenuantes e Agravantes (Art. 65, 66): As atenuantes são circunstâncias que servem para pequenas reduções sobre a pena base. Ex: Confissão, idade do réu ao tempo do crime (menor de 21 anos).
  Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: 
        I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença; 
        II - o desconhecimento da lei; 
        III - ter o agente:
        a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral;
        b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano;
        c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima;
        d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime;
        e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou.
 
As agravantes são aquelas circunstâncias previstas nos arts. 61 e 62 que servem para pequenos aumentos sobre a pena base. Ex: Reincidência (art.63 e 64), se caracteriza quando o agente comete um novo crime após já estar condenado por sentença penal transitada em julgado. 
 Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: 
        I - a reincidência
        II - ter o agente cometido o crime: 
        a) por motivo fútil ou torpe;
        b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime;
        c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido;
        d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum;
        e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica
        g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão;
        h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida
        i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;
        j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido;
        l) em estado de embriaguez preordenada.
 
 De acordo com o artigo 64, se o réu após cumprir a pena ficar 5 anos sem cometer novos crimes ele deixa de ser reincidente. 
 
 As circunstâncias agravantes somente incidem sobre a pena base quando não forem elementares ou qualificadoras do crime pelo qual o réu está sendo condenado, evitando – se assim o bis in iden, ou seja, a dupla punição por uma mesma circunstancia.
 
As circunstâncias agravantes previstas no art.61, inciso II, somente se aplicam em condenações por crimes dolosos.
 
 De acordo com a súmula 231 do STJ os juízes não podem usar as atenuantes para fazerem com que a pena fique abaixo do mínimo legal e nem pode usar as agravantes para que a pena base fique acima do máximo legal.
Causas de diminuição e aumento: As causas de diminuição são aquelas circunstâncias previstas na lei penal que determinam a redução da pena em uma fração expressamente prevista. Ex: Tentativa, quando se inicia, mas não consegue a consumação do crime, por circunstância alheia a sua vontade (1/3 a 2/3). Furto art.155 c/c art. 155, 2.
 As causas de aumento de pena são aquelas circunstâncias previstas em lei que determinam o aumento da pena em uma fração expressamente prevista. Ex: Crime de roubo art. 157 c/c art.157, 2, II.
EFEITOS SECUNDÁRIOS DA SENTENÇA CONDENATÓRIA (Art.91 e 92): 
Efeitos automáticos:
Tornar certa a obrigação de indenizar o dano: 
A sentença penal condenatória transitada em julgado automaticamente torna certa a obrigação do criminoso de indenizar civilmente os danos causados a vítima pelo crime. Neste caso a vítima não mais precisa ajuizar na esfera cível ação de conhecimento, podendo ajuizar diretamente ação executória, afim de executar sobre o patrimônio do condenado o valor dos danos materiais e morais decorrentes do fato. No entanto a sentença penal que absolve o réu em regra não o isenta da possibilidade de ser condenado em ação civil a reparar o dano, porque as jurisdições civil e penal são independentes, mas se a sentença penal absolutória inocenta o réu por inexistência do fato ou por legítima defesa, impossível será a responsabilidade civil. 
Perda dos instrumentos e produtos do crime: 
A sentença condenatória também traz esse efeito automático de perda dos instrumentos do crime e do proveito que o condenado obteve em razão do crime cometido. 
De acordo com o artigo 92 também é efeito da sentença condenatória a perda do cargo público desde que a pena aplicada seja igual ou superior a 1 ano nos crimes relacionados a função ou a pena seja superior a 4 anos por qualquer crime. Este efeito tem que ser declarado expressamente na sentença. 
De acordo com artigo 92 incisos II e III também pode o juiz decretar na sentença condenatória a perda do pátrio poder em condenações por crimes graves cometidos contra os filhosou pessoas que estão sob a tutela ou curatela e ainda a perda do direito de habilitação em crimes produzidos dolosa mente com veículo automotor.
  Art. 91 - São efeitos da condenação: 
        I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime; 
        II - a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé: 
        a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito;
        b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a prática do fato criminoso.
§ 1o  Poderá ser decretada a perda de bens ou valores equivalentes ao produto ou proveito do crime quando estes não forem encontrados ou quando se localizarem no exterior.  
 § 2o  Na hipótese do § 1o, as medidas assecuratórias previstas na legislação processual poderão abranger bens ou valores equivalentes do investigado ou acusado para posterior decretação de perda
        Art. 92 - São também efeitos da condenação: 
       I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: 
quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública
quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais casos. 
       II - a incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, nos crimes dolosos, sujeitos à pena de reclusão, cometidos contra filho, tutelado ou curatelado;  
        III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime doloso.   
        Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser motivadamente declarados na sentença
Medida de segurança (art.96 a 99 CP): As medidas de segurança são aplicadas nas sentenças quando comprovado no processo que o réu praticou o fato típico que lhe é imputado na denúncia e também que de acordo com a perícia Psiquiátrica é inimputável por doença mental. Nesta hipótese o juiz deve absolver o réu por ausência de culpabilidade e aplicar a medida de segurança. (Art. 26 CP fala dos inimputáveis)
De acordo com art. 96 as espécies de medidas de segurança são:
Internação Hospitalar em manicômio judiciário:
Tratamento ambulatorial:
Nos termos do artigo 97 se o inimputável prática um fato típico punido com reclusão a lei recomenda que seja aplicada a medida de internação e se o fato típico é punido com pena de detenção a lei recomenda que o juiz aplique tratamento ambulatorial. No entanto esse critério não é obrigatório, podendo o juiz, de acordo com o caso concreto aplicar uma medida que seja mais recomendável para o tratamento psiquiátrico do réu. 
De acordo com a lei art. 9 parágrafo 1 a medida de segurança tem duração por prazo indeterminado, enquanto não cessar o problema mental e a periculosidade social do agente. No entanto a jurisprudência majoritária vem entendo que tal regra viola a proibição constitucional de penas perpétuas e estipula por analogia como parâmetro o artigo 75 do CP, dizendo que não pode ultrapassar de 30 anos o tempo máximo de cumprimento de m00edida de segurança.
O código penal no artigo 98 também permite a aplicação de medida de segurança ao semi – imputáveis (art. 26 parágrafo único), que são aqueles que possuem doença mental incompleta, que apenas reduz a capacidade de discernimento, mas neste caso o juiz condena o réu e substitui a pena por medida de segurança.
Em relação às medidas de segurança, existem dois sistemas juridicos: 
- O Vicariante: Nesse sistema a o juiz não pode aplicar na sentença, medida de segurança junto com a pena, porque se a hipótese é de medida de segurança, somente ela pode ser fixada na sentença. O CP brasileiro adotou esse sistema.
- O Duplo Binário: Nesse sistema o juiz pode na sentença, aplicar medida de segurança junto com uma pena.
  Art. 96. As medidas de segurança são:   
        I - Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, em outro estabelecimento adequado;  
        II - sujeição a tratamento ambulatorial.   
        Parágrafo único - Extinta a punibilidade, não se impõe medida de segurança nem subsiste a que tenha sido imposta.  
        Imposição da medida de segurança para inimputável
    
   Art. 97 - Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua internação (art. 26). Se, todavia, o fato previsto como crime for punível com detenção, poderá o juiz submetê-lo a tratamento ambulatorial. 
           § 1º - A internação, ou tratamento ambulatorial, será por tempo indeterminado, perdurando enquanto não for averiguada, mediante perícia médica, a cessação de periculosidade. O prazo mínimo deverá ser de 1 (um) a 3 (três) anos.    
        Perícia médica
       § 2º - A perícia médica realizar-se-á ao termo do prazo mínimo fixado e deverá ser repetida de ano em ano, ou a qualquer tempo, se o determinar o juiz da execução.  
        § 3º - A desinternação, ou a liberação, será sempre condicional devendo ser restabelecida a situação anterior se o agente, antes do decurso de 1 (um) ano, pratica fato indicativo de persistência de sua periculosidade.  
        § 4º - Em qualquer fase do tratamento ambulatorial, poderá o juiz determinar a internação do agente, se essa providência for necessária para fins curativos.  
       
 Art. 98 - Na hipótese do parágrafo único do art. 26 deste Código e necessitando o condenado de especial tratamento curativo, a pena privativa de liberdade pode ser substituída pela internação, ou tratamento ambulatorial, pelo prazo mínimo de 1 (um) a 3 (três) anos, nos termos do artigo anterior e respectivos §§ 1º a 4º.
>> AÇÃO PENAL (art.100 CP): É o direito subjetivo público e constitucional de requerer ao estado – juiz, a prestação da tutela jurisdicional para solucionar um conflito de interesse de natureza penal.
》Ação penal pública (ar. 100 parágrafo 1°): 
Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido.   
        § 1º - A ação pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo, quando a lei o exige, de representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça.  
        § 4º - No caso de morte do ofendido ou de ter sido declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou de prosseguir na ação passa ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão
(Petição inicial: Denuncia) A ação penal pública é aquela exercida pelo ministério público e pode ser
• Ação Penal Pública Incondicionada: É aquela em que o ministério público não depende da vontade da vítima para oferecer a denúncia. Esta ação penal é nossa regra geral, então se ao prever o crime a lei nada fala sobre a natureza de sua ação penal significa que esse crime é de ação penal pública incondicionada. 
• Ação penal pública Condicionada: Quando o crime é de ação pública condicionada à lei penal prevê expressamente a natureza condicionada da ação penal. 
- Ação penal pública condicionada a Representação do Ofendido: Para oferecer a denúncia o ministério público depende da representação da vítima. A representação significa a manifestação de vontade da vítima de que deseja ver processado o autor do crime. 
Art.103 CP – A representação deve ser exercida no prazo decadência de 6 meses a contar da data em que se sabe quem é o autor do delito.
  Art. 103 - Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito de queixa ou de representação se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que veio a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do § 3º do art. 100 deste Código, do dia em que se esgota o prazo para oferecimento da denúncia.
Se a vítima representa, não é obrigatório ao promotor oferecer a denúncia, pois caso entenda que não tem provas no inquérito ele poderá pedir o seu arquivamento.Após exercida a representação a vítima pode retratar – se, mas somente até o momento do oferecimento da denúncia pelo Ministério Público, após iniciada a ação penal a vítima não pode mais retirar a representação.
Art. 102 - A representação será irretratável depois de oferecida a denúncia.
- Ação penal pública condicionada a Requisição do Ministro da Justiça (art.145, parágrafo único):
Nos crimes de ação penal pública condicionada a Requisição do ministro da justiça o ministério público somente pode oferecer a denúncia se houver tal requisição. No entanto, feita a requisição, o promotor não é obrigado a denunciar, podendo pedir o arquivamento do inquérito se entender que não tem provas contra o indiciado 
 Parágrafo único.  Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3o do art. 140 deste Código
Queixa de Competência Federal feita pelo Ministério Publico Federal
Queixa de Competência Estadual é feita pelo Promotor de Justiça.
》Ação Penal Privada: (Petição inicial: Queixa Crime)
        § 2º - A ação de iniciativa privada é promovida mediante queixa do ofendido ou de quem tenha qualidade para representá-lo.   
Nos crimes de ação penal Privada é a vítima que tem a legitimidade para mover a acusação através de seu advogado contra o autor, do crime. Quando o crime é de ação penal Privada a lei penal deve prever expressamente, sendo esta espécie de ação penal exercida através da queixa crime que é o nome da petição inicial do processo criminal nestes tipos de delitos. A vítima na ação penal Privada é chamada de querelante e o réu de querelado. 
Querelante: Vítima
Querelado: réu 
De acordo com o Art.103 CP, ocorre a decadência do direito de queixa em 6 meses a contar da data em que se sabe quem é o autor do delito.
Art. 103 - Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito de queixa ou de representação se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que veio a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do § 3º do art. 100 deste Código, do dia em que se esgota o prazo para oferecimento da denúncia.
》 Ação Penal Privada Subsidiaria da Pública (art.100, paragrafo 3):
        § 3º - A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos crimes de ação pública, se o Ministério Público não oferece denúncia no prazo legal.   
Nos crimes de ação penal pública se ocorre inércia do Ministério Público, que não oferece a denúncia no prazo legal, pode a vítima por intermédio de seu advogado mover contra o criminoso a ação penal Privada Subsidiaria da pública.
No entanto a jurisprudência considera que o pedido de arquivamento do inquérito pelo Ministério Publico não caracteriza inércia e não autoriza a ação penal Privada Subsidiária 
Art.46 CPP: Prazos 
5 dias réu preso
15 dias réu solto 
Contado da data em que o MP receber os autos do inquérito policial.
Art. 46.  O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 5 dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou afiançado. No último caso, se houver devolução do inquérito à autoridade policial (art. 16), contar-se-á o prazo da data em que o órgão do Ministério Público receber novamente os autos.
》Princípios da Ação Penal Publica:
Obrigatoriedade: Por este princípio o promotor é obrigado a denunciar o indiciado, se tem provas no inquérito suficientes, uma vez que a ação penal é dever do Ministério Público e não uma mera faculdade. No entanto o promotor não é obrigado a pedir a condenação se no final do processo verifica que o réu é inocente.
Indisponibilidade: Significa que a ação penal não pode ser objeto de desistência pelo Ministério Público.
Indivisibilidade: Significa que a ação penal pública deve ser movida contra todos os envolvidos no crime, não podendo o Ministério Público escolher quem acusar.
Oficialidade: Significa que a ação penal pública somente pode ser exercida pelo órgão oficial: o Ministério Público. 
Intranscendência: Significa princípio a ação penal pública não pode transcender a pessoa do criminoso, não podendo ser exercida em face de eventuais sucessores.
》Princípios da Ação Penal Privada:
Oportunidade: A ação penal privada é uma faculdade do querelante, ele entra com a ação somente se ele quiser.
Disponibilidade: Na ação penal privada o querelante pode desistir da ação penal privada.
Indivisibilidade: Significa que a ação penal privada deve ser movida contra todos os envolvidos no crime, não podendo o querelante escolher quem acusar.
Intranscendência: Significa princípio a ação penal privada não pode transcender a pessoa do criminoso, não podendo ser exercida em face de eventuais sucessores.
Causas da extinção da punibilidade (Art. 107)
 Conceito: As causas de extinção da punibilidade quando configuradas, excluem a pretensão punitiva do Estado, tornando impossível a punição de um fato criminoso.
Art. 107. Extingue-se a punibilidade:
1) pela morte do agente: A morte do criminoso extingue a punibilidade do crime, porque em razão do princípio da personalidade da pena, diante da morte não haverá como punir os sucessores do criminoso falecido. 
2) - pela anistia, graça ou indulto: Anistia é uma forma de clemência concedida por lei federal que extingue a punibilidade do crime e apaga todos os efeitos do crime anistiado sobre a vida do condenado. A graça e o indulto são concedidos por decreto do Presidente da República e extingue a pena, mas não apagam os efeitos do crime sobre a vida do condenado, permanecendo a reincidência. Não pode ser concedida essa espécie de clemência nem anistia, aos condenados por tráfico de drogas, tortura, terrorismo e crimes hediondos.
3) - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso: É o fenômeno jurídico pelo qual uma lei entra em vigor revogando determinado crime no nosso ordenamento jurídico, está previsto no art. 2° do CP, sendo certo que todos os registros e processos referentes ao crime revogado são imediatamente extintos.
4) - pela prescrição, decadência ou perempção: A perempção está prevista no art. 60 do CPP. Extingue a punibilidade do crime na ação penal privada quando o querelante manifesta desinteresse pelo processo, deixando de praticar atos essenciais. Decadência é quando decai o direito de queixa ou representação por passar do prazo de 6 meses a contar do dia em que se sabe quem é o autor do fato. Prescrição ocorre quando ha à perda do direito de punitivo do Estado pelo decurso de tempo. 
5) - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada: O perdão é concedido pelo querelante ao querelado depois de já exercida e ajuizada a queixa crime e depende da concordância do querelado para produzir efeitos jurídicos, podendo ser também expresso ou tácito. A renuncia na ação penal privada ocorre quando o querelante desiste de oferecer a queixa crime, sendo certo que a renuncia pode ser: 
- Expressa: Quando manifestada de forma inequívoca. 
- Tácita: Quando o querelante após o crime pratica um ato incompatível com o desejo de processar o querelado. 
 Art. 104 - O direito de queixa não pode ser exercido quando renunciado expressa ou tacitamente.     
        Parágrafo único - Importa renúncia tácita ao direito de queixa a prática de ato incompatível com a vontade de exercê-lo; não a implica, todavia, o fato de receber o ofendido a indenização do dano causado pelo crime.
A ação penal pública condicionada a Representação também pode ser objeto de renúncia pela vitima, renuncia esta que poderá ocorrer de forma Expressa ou Tácita. A representação é retratável, mais após feita a representação, a retratação somente será possível ate o oferecimento da denuncia pelo Ministério Público.OBS: De acordo com o principio da indivisibilidade da ação penal privada a renuncia ou o perdão do querelante a um dos querelados, a todos se aplicam. 
 6) - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite: A retratação nos crimes em que a lei autoriza expressamente é causa de extinção da punibilidade e não depende da concordância da vítima. Ex: art.342, parágrafo 2°; art.143.
7 e 8) Revogado
9) - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei: O perdão judicial somente pode ser aplicado pelo juiz nos crimes em que a lei autoriza, na hipótese em que o caso concreto por alguma circunstância demonstre que a pena se mostre desnecessária. Ex: art.121, parágrafo 5°; art.348, parágrafo 2°.
   Art. 105 - O perdão do ofendido, nos crimes em que somente se procede mediante queixa, obsta ao prosseguimento da ação. 
        Art. 106 - O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou tácito:   
        I - se concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita;   
        II - se concedido por um dos ofendidos, não prejudica o direito dos outros;  
        III - se o querelado o recusa, não produz efeito.  
        § 1º - Perdão tácito é o que resulta da prática de ato incompatível com a vontade de prosseguir na ação.   
        § 2º - Não é admissível o perdão depois que passa em julgado a sentença condenatória.
Prescrição:
Prescrição (art.109): A prescrição é a perda da pretensão punitiva ou da pretensão executória pelo Estado em razão do decurso de um determinado prazo previsto em lei, extinguindo a punibilidade do crime. No Direito penal brasileiro em regra todos os crime prescrevem salvo os crimes de racismo e os praticados por grupos armados contra a ordem democrática do estado de direito.
Prescrição da pretensão Punitiva: A prescrição da pretensão punitiva é aquela onde o prazo prescricional se completa durante a fase de investigação e julgamento dos crimes. 
Prescrição da pretensão punitiva pela pena em abstrato: Para descobrir o prazo prescricional de um crime com base na pena em abstrato, pegamos a pena máxima prevista no tipo penal e vamos ate a tabela do art.109, e identificamos em qual dos seis incisos se adequa a referida pena, conhecendo assim o seu prazo prescricional. 
Art. 109.  A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se:
	Pena:
	Prescreve em:
	Inferior a 1
	3 anos
	Igual a 1, até 2
	4 anos
	Superior a 2, até 4
	8 anos
	Superior a 4, até 8
	12anos 
	Superior a 8, até 12
	16 anos 
	Superior a 12
	20 anos
 
- Inicio do prazo (art.111): Em regra geral o prazo prescricional do crime começa a contar da data de sua consumação, independente de ser ou não do conhecimento das autoridades.
 Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr: 
        I - do dia em que o crime se consumou;  
        II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa;  
        III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência;   
        IV - nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil, da data em que o fato se tornou conhecido.  
        V - nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes, previstos neste Código ou em legislação especial, da data em que a vítima completar 18 (dezoito) anos, salvo se a esse tempo já houver sido proposta a ação penal. 
- Prescrição pela metade (art.115): De acordo com o artigo 115 se o autor do crime possui menos de 21 anos na data do crime ou mais de 70 anos na data do transito em julgado da sentença, então todos os prazos prescricionais passam a ser computados pela metade. 
Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos.
- Prescrição em concurso de crimes (art.119): De acordo com o artigo 119, em caso de concurso de crimes praticados pelo mesmo criminoso, a prescrição de cada crime é calculada separadamente. 
Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada um, isoladamente
- Causas interruptivas do prazo prescricional (art.117): O prazo prescricional não corre ininterruptamente, porque o art.117 enumera quais são as causas interruptivas da prescrição, aquelas hipóteses jurídicas que quando configuradas vão zerar a contagem da prescrição e fazer com que o curso do prazo prescricional se inicie novamente. 
   Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se: 
 
        I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa;  
        II - pela pronúncia;  
        III - pela decisão confirmatória da pronúncia;   
        IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis;
        V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena; 
        VI - pela reincidência.
 
        § 1º - Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a interrupção da prescrição produz efeitos relativamente a todos os autores do crime. Nos crimes conexos, que sejam objeto do mesmo processo, estende-se aos demais a interrupção relativa a qualquer deles. 
        § 2º - Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do inciso V deste artigo, todo o prazo começa a correr, novamente, do dia da interrupção.   
       
 Art. 118 - As penas mais leves prescrevem com as mais graves. 
Prescrição Retroativa: É aquela em que o prazo prescricional se completa durante a ação penal, entre o recebimento da denuncia pelo juiz e a data da sentença condenatória, sendo calculada com base na pena em concreto, ou seja, com base na pena aplicada na sentença, após o transito em julgado para o ministério público, levando- se em conta os prazos da tabela do art.109 do CP. 
 Vale a regra do art.115 da prescrição pela metade , onde o réu com menos de 21 na data do crime ou mais de 70 anos na data do transito em julgado, os prazos são computados pela metade. A prescrição retroativa atualmente não pode mais se configurar entre a data do fato criminoso e o recebimento da denúncia. 
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Prescrição Intercorrente (art.110): É aquela em que o prazo prescricional se completa durante a fase recursal do processo, sendo calculada com base na pena em concreto aplicada na sentença após esta transitar em julgado para o Ministério Público. 
 Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de um terço, se o condenado é reincidente.
   § 1o  A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa.
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Prescrição da Pretensão Executória: A prescrição da pretensão executória é aquela onde o prazo prescricional se completa durante a fase de execução da pena, quando o Estado demora a fazer o condenado iniciar o cumprimento da sua sentença. Nesta espécie ocorrendo à fuga do condenado inicia novamente o prazo prescricional que passa a ser calculado com base na quantidade de pena que resta a cumprir. 
   Art. 113 - No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento condicional, a prescrição é regulada pelo tempo que resta da pena.
 
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