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As sombras e as luzes do falar

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As sombras e as luzes do falar 
Síntese de A Ordem do Discurso de Michel Foucault 
1. Introdução 
Em aula inaugural no Collège de France, ao assumir a cátedra 
vacante, Michel Foucault discorre sobre a natureza do Discurso. 
Em linhas gerais, expõe como se orientará seu trabalho naquela 
instituição. De modo a definir, caracterizar, exemplificar, 
apresentar os métodos e as referências teóricas. 
2. O objeto de estudo 
O Discurso é tratado além da sua forma primeira, como uma 
exposição oral. Ele é uma relação mediada por dispositivos de 
poder que requerem dos sujeitos comportamentos. 
3. Origem 
Seria o discurso oriundo do sujeito? A esse questionamento a 
resposta é não. Ao sujeito, ele denomina de autor e define como 
um procedimento interno de conjurar os acasos de aparição. O 
discurso seria um produto de materialidade, acaso e 
descontinuidade. 
3.1 Consequência da origem 
A exterioridade do discurso causa no sujeito um medo de 
proferir as palavras. Mas, a instituição soluciona a situação, 
tornando os começos solenes e ritualizados. Tal inquietação do 
sujeito aflige também a instituição, pois é ínfimo o que se 
conhece sobre a natureza do discurso. 
4. A hipótese 
Foucault supõe que a produção do discurso é controlada, 
selecionada, organizada e redistribuída. Isso acontece através 
de procedimentos e tem a finalidade de conjurar os poderes e 
perigos, dominar seu acontecimento aleatório e esquivar sua 
pesada e temível materialidade. 
5. Procedimentos 
São três os grupos de procedimentos: Externos, Internos e os 
Contextuais. Os Externos dividem-se em: Exclusão, que por sua 
vez compõe-se de Separação, Rejeição e a Oposição de 
Verdadeiro e Falso; e Interdição que é composta pelos tipos 
Tabu do Objeto, Direito Privilegiado e Ritual de Circunstância. 
Os Internos possui o Comentário, o Autor e a Disciplina. E os 
Contextuais são as Sociedades do Discurso, Doutrina e 
Apropriação Social da Palavra. 
Os procedimentos têm as respectivas finalidades para com 
Discurso: Externos dominar os poderes que ele tem; Internos 
buscam conjurar os acasos de sua aparição; Contextuais 
determinam as condições de seu funcionamento. 
6. Como a filosofia trata o discurso 
A filosofia viria a propor uma verdade ideal como lei do discurso 
e o principio para desenvolvê-lo seria a racionalidade. Ele 
deveria ocupar o menor lugar possível entre o pensamento e a 
palavra, ou seja, evitando a presença dele no pensamento 
filosófico. 
Foucault sintetiza a relação da filosofia para como discurso: 
Filosofia do sujeito fundante como um jogo de escritura, 
filosofia da experiência originária como um jogo de leitura e 
filosofia da mediação universal como um jogo de troca. 
7. Os métodos 
Para a análise do discurso vê-se: três direções - materialidade, o 
acaso e o descontínuo; três condições - restituir ao discurso seu 
caráter de acontecimento, questionar nossa vontade de verdade 
e suspender a soberania do significante; quatro princípios - 
Inversão, descontinuidade, especificidade e exterioridade; duas 
perspectivas- crítica e a genealógica e três etapas de referência 
temporal- A época da sofística, o século XVI e XVII e o século 
XIX. 
8. Bases teóricas 
Como referencias teóricas para desenvolver seus métodos e 
estudos Foucault apresenta Dumézil, Canguilhem e Jean 
Hyppolite. De Dumézil aprende a analisar a economia interna 
do discurso diferentemente da exegese tradicional e do 
formalismo linguístico, detectar pelo jogo de comparações as 
correlações funcionais, descrever as relações do discurso com a 
instituição. Com Canguilhem concebe a aplicação dos métodos 
a temas diferentes das habituais lendas e mitos e que a história 
da ciência não deve apenas descrever, mas interpretar. E com 
Jean Hyppolite uma forma de filosofar diferente da até então 
dominante forma de Hegel, o questionamento se a nova filosofia 
ainda era filosofia, a filosofia como pensamento inacessível em 
sua totalidade e se a filosofia deveria começar do discurso 
absoluto. 
FOUCAULT, M. A Ordem do Discurso – Aula inaugural no 
College de France. Pronunciada em 2 de dezembro de 1970. São 
Paulo. Ed. Loyola: 1996 
.

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