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RESENHA ACORDÃO STF PROCESSO PJE Nº 898450 SP

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RESENHA
 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO AO STF
 (Processo Eletrônico) 898450-SP 
Fonte: http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=9352600
INTRODUÇÃO
O caso da tatuagem pode ter muitas variantes depende muito de a analisa e de quem a possui. O que se discute nesta resenha é a sua legalidade quanto a sua aceitabilidade nos concursos públicos, o que depende muito do teor do Edital que rege as normas aceitável ou não, e quem desrespeitar pode ser excluso do certame. No nosso caso vamos abordar uma questão em que um candidato que concorreu a uma vaga a soldado da Policia Militar do Estado de São Paulo, foi aprovado, mas foi desclassificado por possuir uma tatuagem em seu corpo, onde foi questionado o direito à liberdade e o livre direito de se expressar.
O ponto mais crítico quanto ter ou não ter tatuagens é que a pessoa portadores desta arte pode ser visto e interpretado da maneira em que expressa a sua tatuagem, o que, sem sombra de dúvida pode colocar um empecilho ao se candidatar a uma determinada vaga de emprego uma vez que o empregador tem o direito de selecionar o candidato que mais se adequar a vaga existente.
Assim, pode sim correr o risco de ser passado para trás até por um candidato menos experiente pelo simples fato da sua compostura social, muitos candidatos podem ser reprovados já na entrevista, pois muitas perguntas ser-lhe a formuladas de acordo com a impressão que a tatuagem poderá transmitir ao entrevistador, uma vez que a tatuagem é uma maneira de se expressar através de desenho.
Portanto, fica o meu ponto de vista sobre estas artes milenares que ao longo de décadas teve as suas finalidades de expressões e que acontece até aos dias de hoje, elas podem ser positivas e aceitáveis em determinados casos como pode também ser alvo de rejeição em muitos outros, principalmente quando extrapola as regras impostas pelas legislações concretas. Ter o livre direito de se expressar não quer dizer que somos os donos da razão e muitas vezes o que pensamos, pode da mesma maneira, ser contrário o que os outros pensam.
O ACORDÃO:
Em Decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) ficou impedido que órgãos excluam candidatos portadores de tatuagem nos concursos públicos, o impedimento só poderá ocorrer se o desenho expressar violência, assim o Supremo Tribunal Federal (SFT) definiu, no último dia 17 de agosto, que os órgãos públicos não podem desclassificar de concursos os candidatos que possuem tatuagens. A situação já aconteceu várias vezes e, principalmente, em seleções para a carreira militar.
Nesse sentido, a Corte aceitou um recurso extraordinário, interposto por um candidato a soldado da Polícia Militar de São Paulo que, foi aprovado nas provas objetivas e de condicionamento, mas foi desclassificado nos exames médicos por possuir uma tatuagem na perna com a imagem de um mago.
1. O princípio da legalidade norteia os requisitos dos editais de concurso público.
2. O artigo 37, I, da Constituição da República, impõe, expressamente, que “os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei”.
Tatuagem não pode eliminar candidatos de concursos, decide STF
Ministros discutiram recurso apresentado por um candidato reprovado nos exames de saúde de um concurso da PM de SP; caso tem repercussão geral
No caso discutido pelo STF, o candidato foi excluído do concurso para a vaga de soldado de 2ª classe depois de realizar um exame médico em que mostrou uma tatuagem "tribal" de 14 por 13 centímetros. O julgamento do STF reverte decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo, que havia entendido que o edital poderia fazer a restrição.
"Não há espaço atualmente para a exclusão de determinada pessoa que pode exercer sua liberdade de expressão por meio de tatuagem. Um policial não é melhor ou pior por ser tatuado, uma tatuagem não é sinal de inaptidão profissional", argumentou o ministro Luiz Fux, relator do caso.
"A tatuagem, desde que não expresse ideologias terroristas, extremistas, contrárias às instituições democráticas, incitem violência ou incentivem preconceitos, é perfeitamente compatível com o exercício de qualquer cargo público."
Na opinião do ministro Luís Roberto Barroso, o papel do Estado é "permitir que cada um viva a sua própria convicção". "O Estado, portanto, não tem o direito de fazer determinadas escolhas existenciais pelas pessoas. O Estado não pode pretender viver nossas vidas", argumentou Barroso.
Além de Fux e Barroso, votaram a favor do recurso apresentado pelo candidato os ministros Celso de Mello, Rosa Weber, Dias Toffoli, Edson Fachin e o presidente do STF, Ricardo Lewandowski.
A única voz dissonante no julgamento foi a do ministro Marco Aurélio.
"Não se trata de concurso qualquer, mas para qualificar-se soldado do Corpo de Bombeiros militar do Estado de São Paulo. Se formos à Constituição Federal, vamos ver que polícias militares e bombeiros são auxiliares das Forças Armadas, reservas do Exército brasileiro", ressaltou Marco Aurélio.
O PRINCIPIO DA LEGALIDADE
1. O princípio da legalidade norteia os requisitos dos editais de concurso público.
2. O artigo 37, I, da Constituição da República, ao impor, expressamente, que “os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei”, evidencia a frontal inconstitucionalidade de toda e qualquer restrição para o desempenho de uma função pública contida em editais, regulamentos e portarias que não tenham amparo legal. (Precedentes: RE 593198 AgR, Relator Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, julgado em 06/08/2013, DJe 0110-2013; ARE 715061 AgR, Relator Min. Celso de Mello, Segunda Turma, DJe 19-06-2013; RE 558833 AgR, Relatora Min. Ellen Gracie, Segunda Turma, DJe 25-09-2009; RE 398567 AgR, Relator Min. Eros Grau, Primeira Turma, DJ 24-03-2006; e MS 20.973, Relator Min. Paulo Brossard, Plenário, julgado em 06/12/1989, DJ 24-04-1992).
3. O Legislador não pode escudar-se em uma pretensa discricionariedade para criar barreiras legais arbitrárias e desproporcionais para o acesso às funções públicas, de modo a ensejar a sensível diminuição do número de possíveis competidores e a impossibilidade de escolha, pela Administração, daqueles que são os melhores. 
4. Os requisitos legalmente previstos para o desempenho de uma função pública devem ser compatíveis com a natureza e atribuições do cargo. (No mesmo sentido: ARE 678112 RG, Relator Min. Luiz Fux, julgado em 25/04/2013, DJe 17-05-2013).
5. A tatuagem, no curso da história da sociedade, se materializou de modo a alcançar os mais diversos e heterogêneos grupos, com as mais diversas idades, conjurando a pecha de ser identificada como marca de marginalidade, mas, antes, de obra artística.
6. As pigmentações de caráter permanente inseridas voluntariamente em partes dos corpos dos cidadãos configuram instrumentos de exteriorização da liberdade de manifestação do pensamento e de expressão, valores amplamente tutelados pelo ordenamento jurídico brasileiro (CRFB/88, artigo 5°, IV e IX). 
7. É direito fundamental do cidadão preservar sua imagem como reflexo de sua identidade, ressoando indevido o desestímulo estatal à inclusão de tatuagens no corpo. 
8. O Estado não pode desempenhar o papel de adversário da liberdade de expressão, incumbindo-lhe, ao revés, assegurar que minorias possam se manifestar livremente.
9. O Estado de Direito republicano e democrático, impõe à Administração Pública que exerça sua discricionariedade entrincheirada não, apenas, pela sua avaliação unilateral a respeito da conveniência e oportunidade de um ato, mas, sobretudo, pelos direitos fundamentais em um ambiente de perene diálogo com a sociedade.
10. A democracia funda-se na presunção em favor da liberdade do cidadão, o que pode ser sintetizado pela expressão germânica “Freiheitsvermutung” (presunção de liberdade), teoria corroborada pela doutrina norte-americana do primado da liberdade (preferred freedom doctrine), razão pela qual ao Estadocontemporâneo se impõe o estímulo ao livre intercâmbio de opiniões em um mercado de ideias (free marktplace of ideas a que se refere John Milton) indispensável para a formação da opinião pública.
11. Os princípios da liberdade e da igualdade, este último com esteio na doutrina da desigualdade justificada, fazem exsurgir o reconhecimento da ausência de qualquer justificativa para que a Administração Pública visualize, em pessoas que possuem tatuagens, marcas de marginalidade ou de inaptidão física ou mental para o exercício de determinado cargo público. 
12. O Estado não pode considerar aprioristicamente como parâmetro discriminatório para o ingresso em uma carreira pública o fato de uma pessoa possuir tatuagens, visíveis ou não.
13. A sociedade democrática brasileira pós-88, plural e multicultural, não acolhe a idiossincrasia de que uma pessoa com tatuagens é desprovida de capacidade e idoneidade para o desempenho das atividades de um cargo público.
14. As restrições estatais para o exercício de funções públicas originadas do uso de tatuagens devem ser excepcionais, na medida em que implicam uma interferência incisiva do Poder Público em direitos fundamentais diretamente relacionados ao modo como o ser humano desenvolve a sua personalidade. 
15. A cláusula edilícia que cria condição ou requisito capaz de restringir o acesso a cargo, emprego ou função pública por candidatos possuidores de tatuagens, pinturas ou marcas, quaisquer que sejam suas extensões e localizações, visíveis ou não, desde que não representem símbolos ou inscrições alusivas a ideologias que exteriorizem valores excessivamente ofensivos à dignidade dos seres humanos, ao desempenho da função pública pretendida, incitação à violência iminente, ameaças reais ou representem obscenidades, é inconstitucional.
16. A tatuagem considerada obscena deve submeter-se ao Miller-Test, que, por seu turno, reclama três requisitos que repugnam essa forma de pigmentação, a saber: (i) o homem médio, seguindo padrões contemporâneos da comunidade, considere que a obra, tida como um todo, atrai o interesse lascivo; (ii) quando a obra retrata ou descreve, de modo ofensivo, conduta sexual, nos termos do que definido na legislação estadual aplicável, (iii) quando a obra, como um todo, não possua um sério valor literário, artístico, político ou científico.
17. A tatuagem que incite a prática de uma violência iminente pode impedir o desempenho de uma função pública quando ostentar a aptidão de provocar uma reação violenta imediata naquele que a visualiza, nos termos do que predica a doutrina norte-americana das “fighting Word”, como, v.g., “morte aos delinquentes”.
18. As teses objetivas fixadas em sede de repercussão geral são: (i) os requisitos do edital para o ingresso em cargo, emprego ou função pública devem ter por fundamento lei em sentido formal e material, (ii) editais de concurso público não podem estabelecer restrição a pessoas com tatuagem, salvo situações excepcionais em razão de conteúdo que viole valores constitucionais.
19. In casu, o acórdão recorrido extraordinariamente assentou que “a tatuagem do ora apelado não atende aos requisitos do edital. Muito embora não cubra todo o membro inferior direito, está longe de ser de pequenas dimensões. Ocupa quase a totalidade lateral da panturrilha e, além disso, ficará visível quando utilizados os uniformes referidos no item 5.4.8.3. É o quanto basta para se verificar que não ocorreu violação a direito líquido e certo, denegando-se a segurança”. Verifica-se dos autos que a reprovação do candidato se deu, apenas, por motivos estéticos da tatuagem que o recorrente ostenta.
19.1. Co sectariamente o acórdão recorrido colide com as duas teses firmadas nesta repercussão geral: (i) a manutenção de inconstitucional restrição elencada em edital de concurso público sem lei que a estabeleça; (ii) a confirmação de cláusula de edital que restringe a participação, em concurso público, do candidato, exclusivamente por ostentar tatuagem visível, sem qualquer simbologia que justificasse, nos termos assentados pela tese objetiva de repercussão geral, a restrição de participação no concurso público.
19.2. Os parâmetros adotados pelo edital impugnado, mercê de não possuírem fundamento de validade em lei, revelam-se preconceituosos, discriminatórios e são desprovidos de razoabilidade, o que afronta um dos objetivos fundamentais do País consagrado na Constituição da República, qual seja, o de “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação” (art. 
3º, IV).
20. Recurso Extraordinário a que se dá provimento. 
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Plenária, sob a Presidência do Senhor Ministro Ricardo Lewandowski, na conformidade da ata de julgamento e das notas taquigráficas, por maioria e nos termos do voto do Relator, apreciando o tema 838 da repercussão geral, em dar provimento ao recurso, vencido o Ministro Marco Aurélio, fixada a tese nos seguintes termos: "Editais de concurso público não podem estabelecer restrição a pessoas com tatuagem, salvo situações excepcionais em razão de conteúdo que viole valores constitucionais". Ausentes, justificadamente, os Ministros Cármen Lúcia, Teori Zavascki e, neste julgamento, o Ministro Gilmar Mendes. Brasília, 17 de agosto de 2016.
LUIZ FUX - RELATOR
Documento assinado digitalmente
A TATUAGEM
A tatuagem é uma das formas de modificação do corpo mais conhecidas e cultuadas do mundo. Trata-se de uma arte permanente feita na pele humana que, tecnicamente, consiste em uma aplicação subcutânea obtida através da introdução de pigmentos por agulhas. Esse procedimento, durante muitos séculos, foi completamente irreversível (embora, dependendo do caso, as técnicas de remoção atuais possam deixar cicatrizes e variações de cor sobre a pele). A motivação para os cultuadores dessa prática é ser uma obra de arte viva e temporal tanto quanto a vida.
A HISTÓRIA
Existem muitas provas arqueológicas que afirmam que tatuagens foram feitas no Egito entre 4000 e 2000 a.C. e também por nativos da Polinésia, Filipinas Indonésia e Nova Zelândia (maori), tatuavam-se em rituais ligados a religião. 
A Igreja Católica na Idade Média baniu a tatuagem da Europa (Em 787, ela foi proibida pelo Papa), sendo considerada como uma prática demoníaca, comumente caracterizando-a como prática de vandalismo no próprio corpo, afirmando em sua doutrina como maneira de vilipendiar o templo do Espirito Santo, o corpo, levando seus fiéis a uma forma verdadeiramente reta de louvor a Deus.
O termo tatuagem, pelo francês tatouage e, por sua vez, do inglês tattoo, tem sua origem em línguas polinésias (taitiano) na palavra tatau e supõe-se que todos os povos circunvizinhos ao Oceano Pacífico possuíam a tradição da tatuagem além das dos Mares do Sul.
Os povos primitivos tinham tatuagem para representar os fatos mais importantes de sua vida, como, por exemplo, o nascimento, a puberdade, o desenvolvimento e a morte. .... Os cristãos se reconheciam através das tatuagens que tinham no corpo, como desenhos de cruzes, peixes, letras gregas e pelas letras IHS.
A tatuagem existe a mais de 3500 anos, ela representava a personalidade das pessoas. Ela servia também para indicar quais os indivíduos faziam parte da mesma comunidade. 
Os povos primitivos tinham tatuagem para representar os fatos mais importantes de sua vida, como por exemplo, o nascimento, a puberdade, o desenvolvimento e a morte.
Eles se tatuavam também para mostrar sua vida social, como na época em que viraram guerreiros, sacerdotes e reis. A tatuagem para eles também servia para identificar prisioneiros, exigir proteção e celebrar a vida. 
Os cristãos se reconheciam através das tatuagens que tinham no corpo, como desenhos de cruzes, peixes, letras gregas e pelas letras IHS. Isso ocorria na era Cristã. 
Já no começo da era moderna a tatuagem era vista como sinal de marginalidade,porém ela deixou de ser vista dessa maneira a partir do momento que foi sendo vista nos corpos de artistas, músicos e pessoas comuns. 
TATUAGENS DE CADEIA E SEUS SIGNIFICADOS
Em 1920, foi inaugurado em São Paulo, o maior complexo presidiário da América Latina, a Casa de Detenção (Carandiru). Naquela época, o médico psiquiatra do presídio, Moraes Mello, resolve por conta própria criar uma seção de criminologia catalogando as tatuagens dos presos, seus desenhos e significados e acaba se apaixonando por um tema que viria a se tornar fixação na sua vida: as tatuagens dos presidiários. É claro que com o passar dos tempos algumas tatuagens caíram em desusos ou adquiriram outros significados. Contudo, não fugindo a regra do passado, as atuais tatuagens de cadeia   delatam no mesmo sentido os traços da personalidade do criminoso.
INFORMAÇÕES EXTRAÍDAS DE TATUAGNS DE CADEIA
Se já esteve preso. Se é um foragido da justiça. O crime que cometeu. Seu grau de periculosidade. Preferência sexual Especialidade no mundo do crime.
No sistema prisional brasileiro ou de qualquer país, os detentos se tatuam para mostrar a facção á qual pertencem, os crimes que cometeram. As tatuagens não são feitas para enfeitar ninguém, elas revelam quem é o preso, o crime que praticou e o que se deve sentir por eles, seja medo, ódio ou desprezo. Na verdade, as tatuagens de cadeia são uma forma de comunicação dos presos em assuntos que não gostam de comentar e só quem está integrado a esse “meio marginal” flagra tais informações.
 As tatuagens dentro dos presídios são realizadas sem um mínimo de cuidado com a saúde e higiene, e com riscos de contaminação pela AIDS e hepatite. Nas penitenciárias brasileiras, os presos “detectadores” constroem seus próprios instrumentos de tatuagem. As engenhocas   são   fabricadas   de    forma artesanal, com a utilização de prego, pedaço de arame, clips, agulhas, madeira etc., e para dar cor aos traços, utilizam as tintas de caneta esferográfica comum:  verde, azul, preta e vermelha.
TATUAGENS DE CADEIA E SEUS SIGNIFICADOS
  
A MARCA DO CRIMINOSO
NOSSA SENHORA APARECIDA
 Tatuada nas costas, em tamanho pequeno identifica elemento praticante de crime de Latrocínio; homicida
 Tatuada nas mãos, braços ou coxas identifica elemento praticante de homicídio.
Tatuada   em   tamanho   grande   e nas costas, significa   que   o preso   foi violentado durante o período que esteve na prisão e ao mesmo tempo marca um estuprador.
Tatuada no peito em tamanho pequeno, significa desejo de proteção.
 
TEIA DE ARANHA
Tatuada nas mãos, antebraços, cotovelos e pernas significa lembrança do comparsa que   morreu.
CAVEIRA APUNHALADA
– Símbolo das tropas de operações especiais de algumas Policias Militares do Brasil e simboliza a ordem e justiça (a faca significa o sigilo e a caveira a missão).
-No mundo do crime tem outro significado. A figura costuma ser tatuada no antebraço, mas pode ser tatuada em qualquer parte do corpo por elementos que já mataram policiais militares ou civis.
-Na cadeia, gostam de exibir com orgulho o desenho como forma de intimidação e adquirir respeito no meio da bandidagem.
CAVEIRA
Significa: “MORTE” – usada por presos que já praticaram homicídio.
CRUZ
-Marca o bandido de alta periculosidade.
-Tatuada nos braços e ombros. Só as possuem quem   já esteve preso ou foi condenado pela justiça;
-Uma cruz tatuada no meio das costas identifica um elemento perigoso que vai até as últimas consequências em seus atos.
-A cruz com duas   velas acesas   na    base, identifica o elemento de alta periculosidade.
ÁGUIA
-Simboliza a liberdade. Normalmente é desenhada   no período em que está cumprindo pena.
-O local preferido   para esse tipo de tatuagem, geralmente é o peito, o braço e    as costas.
POMBA
– Significa sorte e bons ganhos e evita ser visto ou pressentido.
– Utilizado por ladrões de residências. (Caxangueiros)
 
FOLHA DE MACONHA
-Utilizadas por pessoas ligadas ao tráfico de drogas;
-Viciados em drogas.
SACI PERERÊ
-Utilizadas por pessoas ligadas ao tráfico de drogas;
-Tatuagem dos traficantes, muito poderosos do lado de fora da prisão e muito requisitado pelo lado de dentro.
-A tatuagem do Saci Pererê era usada por traficantes de drogas na década de 80, porém tem se tornado raro nos dias de hoje.
MULHER NUA
Com genitália a mostra, utilizados por viciados em drogas injetáveis.
INDIA
– Era comum este tipo de tatuagem nos presídios cariocas nas décadas de 80 e 90.
– Utilizadas por detentos ligados ao tráfico de drogas nos presídios cariocas;
– Tatuagem utilizada por pessoas ligadas ao tráfico de drogas no RJ, conhecidos como soldados do morro (nenhum traficante portava um fuzil se não tivesse uma índia tatuada no corpo).
 
MORTE COM FOICE
– A tatuagem dos justiceiros (presos envolvidos em “grupos de extermínio”, ou que fizeram justiça com “as próprias mãos”).
 – São tatuadas em diversas parte do corpo (pernas, ombros, costas e braços).
HOMOSSEXUALIDADE NA CADEIA
BEIJA-FLÔR:  homossexualidade passiva
FLÔR: homossexualidade passiva
CORAÇÃO transpassado por flecha
CORAÇÃO com a inscrição “AMOR DE MÃE”
BORBOLETA: tatuada nas costas ou peito significa homossexualidade passiva
IMAGEM DE SÃO SEBASTIÃO. Homossexualidade passiva
 
SEREIA
A sereia, mulher tentadora e de canto suave, tatuada nos braços, ombro e peito, indica elemento condenado por crime de abuso sexual (sedução, atentado violento ao pudor). Quando tatuada na perna direita, identifica elementos condenados por crime de estupro.
SERPENTE
Utilizada por assaltantes pessoa traiçoeira, covarde e perigosa.
FACA E PUNHAL
Elemento perigoso, traiçoeiro e metido a valente. Preso que já cometeu homicídio utilizando arma branca.
DEMÔNIO
Aquele que mata por gosto. Cautela ao tratar com este tipo de pessoa, pois, são homicidas e assassinos. Uma variação é o diabo trazendo uma caveira nas mãos. (Elemento de alta periculosidade). Utilizado por elementos psicopatas. Não sentem remorso ou arrependimentos de seus atos. O boneco Chuck é marca do assassino violento.
PISTOLA E REVOLVER
A figura de uma pistola ou revólver tatuada na perna, peito e costas, significa   que    o preso é envolvido com assalto a mão armada. (Ladrão, assaltante, latrocínio).
 
PALHAÇO OU CORINGA
Tatuada geralmente nas costas, mas podendo ser em qualquer lugar do corpo.  Utilizada por pessoa que pratica furto e pequenos roubos. Na cadeia é visto como “comédia” e “sangue bom”, quando assume crime que outros cometeram (laranja).
PONTOS NAS MÃOS
UM: punguista – batedor de carteira em ônibus e locais movimentados.
DOIS:  estuprador.
TRÊS: em forma de triângulo – traficante.
QUATRO:  roubo.
CINCO: furto.
DEZ: formando uma cruz, homicidas e chefes de quadrilhas.
“X” COM BOLAS NAS EXTREMIDADES: símbolo de assaltante de bancos e carros-fortes (encontrada em presídios paulistas).
ESTRELA DE CINCO PONTAS: diz que seu portador é chefe de quadrilha.
NOMES e DATAS: muitos presidiários costumam tatuar nos dedos ou em qualquer parte do corpo nomes de pessoas (amantes, esposas, filhas), e datas consideradas importantes tais como, fugas, rebeliões, morte de companheiros e inimigos.
IMAGENS DE SÃO JORGE MANDALAS
Tatuadas por presos simpatizantes ou praticantes de religiões afro-brasileiras. Significa pedido de proteção aos orixás. Os presos portadores deste tipo de tatuagem acreditam que tem o corpo fechado.
ESCULACHOS
Para terror de alguns detentos, algumas tatuagens nem sempre são feitas com o total consentimento do tatuado. É sabido que estuprador não é bem visto nos presídios. Os detentos envolvidos com crimes contra os costumes são ridicularizados com pintas no rosto, feito com agulha embebida em tinta, num processo forçado e doloroso.  Isso facilita sua identificação por todos no presídio. Ter uma tatuagem dessas significa longos e terríveis anos de servidão sexual na cadeia.– PINTA artificial:   é feita na face do preso por estupro. Através desta marca, os demais presos   sabem que o estuprador achou um “marido”   no   presídio.  Desta maneira, por onde estiver, será reconhecido como homossexual passivo. – PÊNIS em forma de sino: A tatuagem é   feita a força nas   nadegas ou nas costas.
MARCAS E CICATRIZES
Marcas e cicatrizes adquiridas na cadeia, causados por estoques, estiletes, giletes e facas.  São aplicadas nas nádegas de rivais e    desafetos dentro da cadeia quando a intenção não é matar e sim de humilhar.
LOCALIZAÇÃO MAIS COMUM
A Tatuagem como já foi dito, é encontrada em todos os presídios do mundo, porém com outros significados e desenhos.
Bibliografia:
1.Revista CARANDIRU. Tatuagens de cadeia – Ano 2001
2.Revista PLAYBOY. As tatuagens dos presos– Ano 2004
3.VARELLA, D. Estação Carandiru. São Paulo – Ano 1999.
4.Revista SUPER INTERESSANTE. Edição n. 109 – Ano 1996.
5.Apostila de Abordagem de PATAMO – Ano 2008
6. Revista “datiloscopia policial” da Policia Federal - “As tatuagens de cadeia” - Ano 1995.
7.CEZINALDO Vieira Paredes. Monografia “A influência e o significado das tatuagens nos presos no interior das penitenciárias. – Ano 2003.
8.Revista CIÊNCIA CRIMINAL. Tatuagem de cadeia – Ano 2007.
9.Revista SUPER INTERESSANTE, edição n. 259 – Ano 2008
OS ROMANOS E AS CRUZADAS
Enquanto algumas civilizações costumavam adornar seus corpos com desenhos e técnicas variadas, os antigos romanos não faziam tatuagens por acreditarem na pureza da forma humana. Por esse motivo, as tatuagens eram banidas e reservadas apenas para os criminosos e os condenados.
Com o passar do tempo, os romanos começaram a mudar sua visão com relação à tatuagem, motivados principalmente pelos guerreiros bretões, que usavam insígnias de honra tatuadas na pele. Assim, eles passaram a admirar a bravura dos guerreiros e os símbolos que eles carregavam. Em pouco tempo, soldados romanos também gravaram suas próprias marcas. Outro fato interessante é que os médicos romanos desenvolveram excelentes técnicas para aplicar e remover os desenhos.
Já durante as cruzadas dos séculos 11 e 12, as tatuagens foram usadas para identificar os soldados de Jerusalém. Todos aqueles que tivessem o desenho da cruz em seus corpos receberiam um enterro propriamente cristão se fossem mortos em batalhas. O Nacional Geográfica ressalta que após as cruzadas a tradição da arte gravada na pele caiu em desuso no Ocidente por um período, mas continuou a crescer em outras partes do mundo.
Fonte da imagem: Reprodução/Baxter’s Tattoo Blog
A ORIGEM DO NOME
No começo do século 18, marinheiros europeus tiveram seu primeiro contato com povos que viviam em ilhas na região sul e central do Oceano Pacífico e tinham as tatuagens como um importante aspecto cultural.
No Havaí, por exemplo, quando as pessoas estavam de luto, elas tinham três pontos tatuados na língua. Já em Borneo, os nativos costumavam gravar a imagem de um olho na palma da mão do falecido para que servisse como um guia espiritual que o levaria à próxima vida. Na Nova Zelândia, os Maoris – um povo nativo da região – tatuam o rosto como uma forma de expressão e uma maneira de identificar a família a que se pertence.
Em 1769, o capitão britânico James Cook desembarcou no Taiti, onde a palavra “tatau” era usada para designar a maneira com que a tatuagem era feita – fazendo a tinta penetrar no corpo. Um dos instrumentos utilizados pelos habitantes das ilhas do Pacífico para realizar os desenhos consistia em uma concha afiada presa a uma vareta de madeira. Acredita-se que a palavra “tatau” tenha dado origem ao termo “tattoo”, um dos nomes mais usados para os desenhos gravados na pele.
Fonte da imagem: Reprodução/The Atlantic
A TRADIÇÃO ORIENTAL
A tatuagem é uma prática vastamente difundida no Japão desde o século V antes de Cristo. Usada para o embelezamento do corpo ou para marcar criminosos, a arte chegou a ser proibida em 1870. Isso fez com que os tatuadores passassem a atender ilegalmente e deu origem a desenhos únicos, que são reconhecidos como tipicamente japoneses na atualidade.
A Yakuza – também conhecida como a máfia japonesa – é uma das principais referências em tatuagem no Japão. Usando uma técnica chamada “teor”, que é mais rudimentar, demorada e dolorida do que a tatuagem feita com máquina, os membros da Yakuza cobrem seus corpos do pescoço aos tornozelos com desenhos cheios de significados, como o dragão, a carpa, o tigre, os lutadores e alguns tipos de flores.
Fonte da imagem: Reprodução/Tattoo Tatuagem
CONCLUSÃO
Em que pese, o trabalho acima exposto e analisando as questões introdutórias, pode-se concluir que a tatuagem aí longo da história tinha o seu fundamento principal em manifestar os comportamentos que era sem sombra de dúvida, expressar através do desenho, o pensamento daquele que a tinha em seu corpo. 
Partindo deste princípio é possível avaliar a capacidade intelectual dos portadores de tatuagens de acordo com as suas descrições, que no caso de um emprego, o empregador poderá admitir ou não para evitar futuros problemas.
As tatuagens não são vistas como uma atividade ética e moral e por isso pode trazer graves consequências para quem pode ser avaliado tantos na carreira profissional e quanto também na sua vida social.
É um fato inegável que as tatuagens hoje em dia são aceites pela sociedade de forma bastante aberta. No entanto existem empregos que dificilmente conseguirá se tiver uma tatuagem à vista, pelo que se procura um destes empregos, normalmente onde usa vestuário formal e onde a apresentação é um referencial importante, o ideal é fazer a tatuagem numa parte do corpo que ficará coberta pela roupa.
TRABALHO: RESENHA SOBRE TAUAGENS ACORDÃO PROCESSO 898450 STF
FACULDADE: UniCEUB
CURSO: Direito
DISCIPLINA: Direito Civil Pessoas e Bens
PROFESSOR: Thiago Pádua
ACADÊMICO: Divino Nunes dos Santos
RA: 21653407

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