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Resumo de Constitucional I

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Resumo de Constitucional I:
CONSTITUCIONALISMO é o movimento social, jurídico e politico que tem como principal característica a limitação do exercício do poder do Estado por meio do texto Constitucional, com o objetivo de preservar os direitos fundamentais do povo. Marcos para o constitucionalismo : Carta Magna 1215, Constituição norte-americana 1787 e Constituição de 1791.
APLICABILIDADE E EFICÁCIA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS:
Aplicação mediata e eficácia plena: A norma constitucional se basta, ela é autossuficiente. Desde o momento de sua entrada em vigor produz todos os efeitos que deveria produzir. São normas que estão prontas para serem aplicadas imediatamente e de maneira integral. Ex.: art 5°, II, III.
 Aplicação imediata e eficácia contida: São aquelas que possuem todos os elementos necessários para a imediata produção de seus efeitos, mas admitem que os mesmos sejam restringidos pela legislação infraconstitucional (normas inferiores a Constituição) por certos conceitos jurídicos nela mesmo prescritos ou mesmo por outras normas constitucionais. Ex.: Art 5°, XIII, XV.
Aplicação mediata e eficácia limitada: Não foram elaboradas com todos os elementos indispensáveis à sua plena produção de efeitos, necessitando, para tanto, da edição de uma lesgislação infraconstitucional posterior que a complemente. Enquanto não editada essa não há aptidão da norma para produzir efeitos. Ex.: Art 37, VII.
TIPOLOGIA OU CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES:
Quanto a forma:
Escrita (instrumental)
Costumeira ( consuetudinária) não escrita *não significa que não tem documentos escritos, mas que eles não estão reunidos em um único instrumento.
Quanto ao conteúdo:
Formal: além do conteúdo material, tratam de assuntos extras, colocados na constituição por escolha do legislador constituinte, mas que poderiam estar previstos em outras normas
Material: cuidam somente de matérias, assuntos constitucionais, e reservam à legislação infraconstitucional os outros conteúdos.
Quanto à origem:
Promulgada (democrática): é elaborada com a participação do povo que irá ordenar, por meio da democracia direta ou da democracia representativa (eleição direta de uma Assembleia Nacional Constituinte). No Brasil, foram instituídas de forma democrática as constituições de 1891, 1934, 1946 e 1988.
Outorgada (ditatorial): elaboradas sem a participação popular, impostas pelos governantes ao povo. Elas são o resultado de uma manifestação unilateral daqueles que exercem a gestão do Estado. No Brasil, foram instituídas de forma outorgadas as constituições de 1824, 1937, 1967 e a emenda constitucional de 1969. 
Quanto ao modo de elaboração:
Dogmática: é aquela elaborada em um único período, de uma só vez, sofrendo influências da época e do momento em que foi elaborada.
Histórica: é elaborada “aos poucos”, pois surge com o passar do tempo e com a evolução da sociedade.
Quanto a extensão:
Prolixas (analíticas): são aquelas que, além de versar sobre os conteúdos básicos de uma constituição, optam por abordar outros assuntos no texto constitucional, e por isso ficam bastante estendidas.
Sintéticas (reduzidas): possuem um conteúdo restrito ao que é estritamente necessário de ser tratado pela constituição. Ex.: a Constituição dos Estados Unidos da América é composta de apenas sete artigos originais e vinte e sete emendas.
Quanto aos fundamentos (ideologia):
Ecléticas / compromissórias / heterodoxas : Diversas ideologias.
Ortodoxas: Pensamento único, uma ideologia.
Quanto a finalidade: 
Dirigente: seus artigos definem objetivos para o futuro e para a atuação estatal. O legislador constituinte “dirige” a atuação futura dos órgãos governamentais.
Garantia: aquela que pretende garantir os direitos fundamentais frente ao Estado, determinando limites para a atuação do Estado
Balanço ( não existe mais): Equilíbrio entre os anseios burgueses e proletários.
Quanto a rigidez (estabilidade):
Imutáveis: Não admitem alteração no texto original.
Rígidas: Admitem mudanças em seu texto original.
Flexíveis: Não produzem estabilidade constitucional.
Semi-rigidas: Constituições mistas. Pode ser alterada livremente . O principio rege à regra.
A Constituição atual é : Escrita, Formal, Promulgada, Dogmática, Prolixa (analítica), Eclética, Dirigente, rígida e para alguns “Super- Rígida”.
GERAÇÕES DE DIREITOS FUNDAMENTAIS
Direitos de primeira geração: Surgiram no final do século XIII como uma resposta do Estado Liberal ao Estado Absoluto e realçaram o príncipio da liberdade, impondo ao Estado um dever de abstenção. São chamados direitos negativos do indivíduo frente ao Estado. A primeira geração está ligada aos direitos individuais do homem. DIREITOS DE SER/ DIREITOS FORMAIS
São os direitos civis e políticos, ex.: direito à vida, à liberdade, à propriedade, á liberdade de expressão, à participação política e religiosa, e etc.
Direitos de segunda geração: Surgiram no inicio do do século XX, em um momento de transição do Estado Liberal para o Social e realçaram o princípio da igualdade material entre os indivíduos. São as liberdades reais, gerando uma prestação do Estado a favor da concretização dos direitos de ser, são também chamados de direitos positivos. DIREITOS DE TER
São os direitos sociais, econômicos e culturais, ex.: saúde, educação, trabalho, moradia e etc.
OBS.: Nem todos os direitos de segunda geração são direitos positivos, como por exemplo, o direito de liberdade sindical e o direito de liberdade de greve.
Direitos de terceira geração: Surgiram na metade do século XX, realçando os principios da fraternidade e da solidariedade, protegendo interesses coletivos ou difusos.
São chamados direitos da solidariedade, ex.: direito a proteção do meio-ambiente, à paz, ao desenvolvimento e etc.
Direitos de quarta geração: São os direitos produzidos pelo resultado da globalização das garantias fundamentais como direitos universais, visando a sua intitucionalização.
Tais direitos seriam o direito à democracia, à informação e ao pluralismo. -Final do século XX.-
Obs.: podem aparecer como dimensões de direitos.
HISTÓRIA DAS CONSTITUIÇÕES:
1) Constituição de 1824: Constituição do Império.
Foi Outorgada por D. Pedro I
Forma de governo: Monarquia constitucional. 
Quatro poderes (Legislativo, executivo, judiciário e o poder moderador de uso exclusivo do Imperador.)
 Forma de Estado: Unitário. 
Modelo Eleitoral: Voto Censitário e indireto; Apenas homens com mais de 25 anos e renda anual mínima de 100 mil réis poderiam votar para os cargos do Legislativo, enquanto que para ser deputado essa renda subia para mais de 400 mil réis. Já para senador esse valor subia para os 800 mil réis, o que excluía a grande maioria da população.
A Religião Oficial era regida pela Igreja Católica. As demais religiões só poderiam fazer cultos domésticos, de forma a não aparecer ao público.
Foi a Constituição com a maior duração na história do país, vigorou por 65 anos.
Foi criada 2 anos após a independência.
2) Consitituição de 1891: Republica Federativa dos Estados Unidos do Brasil 
Outorgada por uma Assembleia Constituinte em 24 de fevereiro de 1834
Forma de Governo: República
Forma de Estado: Federal / Três poderes
Separação entre Estado e Igreja (Estado Laico); liberdade de ter religião ou de não ter nenhum.
Garantia das liberdades / Instituido o Habeas Corpus 
3) Consitituição de 1934: Primeiro Governo Vargas - Promulgada
A Constituição de 1934 conservou a estrutura principal da constituição de 1891, mantendo-se o federalismo, a República, a divisão tripartite dos poderes e a laicidade do Estado.
Instituidos os direitos sociais – direitos de segunda geração
Estado social – Liberal
Criados o mandato de segurança e ação popular.
4) Constituição de 1937: Constituição “a polaca “ Outorgada por Vargas
Estado Novo / Governo intervencionista
Afasta as autonomias políticas das unidades e da federação
Desconstitucionaliza o mandato de segurança e a açãopopular.
5) Constituição de 1946: Promulgada no Governo do Presidente General Eurico Gaspar Dutra.
Recupera os valores liberais abandonados pela constituição de 1937, o Habeas Corpus, Mandado de Segurança e Ação Popular.
Essa CF praticamente repetiu os dispositivos da Constituição de 1934.
6) Consitituição de 1967: Outorgada – Restrição dos direitos fundamentais
Constituição para se adaptar ao regime militarista. 
O texto da Constituição de 1967 mantinha o governo republicano e a tripartição dos poderes formalmente, apesar de concentrar quase todo o poder nas mãos do Chefe do Executivo federal.
7) Emenda constitucional 1- 1969: É dita como Emenda, mas é considerada materialmente como Constituição, pois revogou a anterior.
Outorgada – Aumenta os poderes do Poder Executivo.
8) Constituição de 1988: Promulgada
Aumenta as garantias fundamentais
Novos remédios: Habeas Data, Mandado de Injunção e mandado de segurança coletivo.
TEORIA DA RECEPÇÃO E REVOGAÇÃO
Segundo a Teoria da Recepção normas jurídicas editadas anteriormente passariam a integrar o novo ordenamento jurídico, desde que, materialmente compatível com este, sendo então adaptadas ao “novo mundo jurídico”.
O Poder Constituinte Originário elabora uma nova Constituição.
A nova Constituição revoga a Constituição anterior e insitui um novo ordenamento jurídico.
As normas que não possuem compatibilidade material com a nova Constituição entendem-se revogas tacitamente. Não são recepcionadas.
As normas que forem compatíveis serão recepcionadas. 
Tanto a recepção quanto a revogação podem ocorrer de forma total ou parcial.
AB-ROGAÇÃO ou DERROGAÇÃO
PODER CONSTITUINTE 
O Poder Constituinte é o responsável pela criação, elaboração, reforma e mutação das constituições, ou seja, é o poder de criar e alterar uma Constituição.
1)Poder Constituinte Originário (1° grau): É o poder que elabora as Normas Constitucionais. É preexistente a norma jurídica e sua manifestação faz surgir um novo Estado. 
Características: SAIII
- Soberâno: Sua força e exercício decorre dele mesmo. Não há nenhum limite ou regramento superior a ele.
- Autonômo: A estrutura da Constituição é por ele determinada.
- Inicial: É o ponto de partida de todo o regramento do Estado
- Incondicionado: Não se víncula a ordem jurídica anterior.
- Ilimitado: É Ilimitado, porque é soberano e não sofre qualquer limitação prévia do Direito, exatamente pelo fato de que a este preexiste
2) Poder Constituinte Derivado Reformador (2° grau): Usado para elaboras as Emendas Constitucionais. (E.C).
Características: Relativo:
Superveniente (derivado) poderes contituidos
Limitado: encontra limites na própria ordem já instituida (subordinado).
3) Poder Constituinte Derivado Decorrente (3° grau): Usado para elaboras as Constituições Estaduais.
Características: Relativo:
Superveniente (derivado)
Limitado: encontra limites na própria ordem já instituida (subordinado).
O poder derivado reformador tem a função de modificar as normas constitucionais por meio de emendas. As limitações impostas a este poder estão consagradas no artigo 60 da Constituição Federal de 1988:
a) Limitações procedimentais ou formais: referem-se aos órgãos competentes e aos procedimentos a serem observados na alteração do texto constitucional.
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;
II - do Presidente da República;
III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
(...)
2º - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
3º - A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.
(...)
5º - A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa
b) Limitações circunstanciais: são limitações consubstanciadas em normas aplicáveis a situações excepcionais, de extrema gravidade, nas quais a livre manifestação do poder derivado reformador possa estar ameaçada.
Art. 60, 1º - A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.
c) Limitações materiais: impedem a alteração de determinados conteúdos consagrados no texto constitucional. São as denominadas cláusulas pétreas.
Art. 60, 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.
 O Poder Revisional previsto no art 3 do ADCT já perdeu seu efeito, pois previa revisão da Constituíção de 88 após 5 anos, de sua vigencia. Hoje, não é mais possível que ocorra revisão constitucional, pois o Supremo estabeleceu que as emendas revisionais deveriam ocorrer no ano de 94, não existindo no país a revisão de tempos em tempos, porque foi adotada apenas 01 revisão da Constituição.
 HABEAS DATA (Art. 5º, LXXII, CF) 
• OBJETO: GARANTIR O ACESSO ÀS INFORMAÇÕES DA PRÓPRIA PESSOA. 
• ESPÉCIES: 
a) INFORMATIVO – PARA ASSEGURAR O ACESSO. 
b) RETIFICATIVO – PARA CORRIGIR OS REGISTROS. 
• LEGITIMIDADE: QUALQUER PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA, DESDE QUE A PRÓPRIA.
Para que a ação seja apreciada pelo poder judiciário é necessária a negativa administrativa, ou seja, é necessário que administrativamente o pedido de retificação dos dados tenha sido negado, conforme a súmula n° 2 do STJ que traz a seguinte posição:” Não cabe o habeas data (CF/88, art. 5º, LXXII, a) se não houve recusa de informações por parte da autoridade administrativa.”
CONCEPÕES DA CONSTITUIÇÃO
Sentido sociológico - Ferdinand Lassale: A Constituição é a soma dos fatores reais do poder que regem um país. Os agentes do poder são os que representam a Constituição real e efetiva. A Constituição escrita é mera “folha de papel”, pois é preciso distinguir entre o mero texto formal de uma Constituição e a realidade do efetivo exercício do poder. 
Sentido político - Carl Schimit: São normas constitucionais apenas as normas materiais. Todo o restante, ainda que, inserto no dilploma Constitucional, deve ser interpretado como “ Lei constitucional”
Sentido jurídico – Hanz Kelsen: Segundo Kelsen, todas as normas inseridas na Constituição são supremas e devem ser interpretadas como fundamentais no ordenamento jurídico.
Força normativa da Constituição – Konrad Hesse: Hesse declara que a força normativa não deriva unicamente de uma adaptação a realidade, mas, antes, de uma vontade de Constituição. Hesse sugere a existência de um condicionamento recíproco entre a Lei Fundamental e a realidade político-social subjacente.
HERMENÊUTICA E INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL
Hermenêutica é o estudo cientifico da interpretação com um método e um objeto previamente defindo. É um conjunto de métodos e postulados que ajudam o intérprete na busca do sentido da Constituição.
Interpretação é a busca pelo verdadeiro alcance da lei, almejando os meios que concretizem o objetivo traçado na norma.
1.Principios da interpretação constitucional:
1.1.Unidade constitucional: Por meio desse princípio, entende-se que a Constituição deve ser interpretada como sendo um sistema unitário de normas, ou seja, de regras e princípios, sem que haja qualquer hierarquia entre elas.
1.2.Efeito integrador: Referido princípio sustenta a ideia de que o intérprete deverá sempre que possível buscar soluções que propiciem a integração social e a unidade política na aplicação da norma jurídica, com respeito ao pluralismo existente na sociedade.
1.3: Harmonização ou concordância prática: o que se busca é evitar a perda total de um bem jurídico em face de outrobem jurídico tutelado pelas normas constitucionais.
Métodos jurídicos (hermenêuticos clássicos)
Quanto a origem:
1- interpretação legislativa: realizada pelos órgãos do Poder Legislativo, tanto na elaboração, quanto na verificação do veto jurídico.
2- interpretação judicial: realizada pelos órgãos do Poder Judiciário.
3- interpretação administrativa: realizada pela Administração Pública (Poder Executivo), quando deixa de aplicar determinada norma por entender que a mesma ofende o texto constitucional.
4- interpretação doutrinária: realizada pela literatura jurídica.
Quanto ao meio:
1- interpretação gramatical: é o método segundo o qual o intérprete deve buscar essencialmente o significado das palavras e entender o que elas querem dizer.
2- interpretação histórica: considera como elemento de interpretação os fatos históricos antecedentes, realizando uma investigação dos fatores que levaram a elaboração do texto constitucional vigente.
3- interpretação sistemática: verifica o contexto constitucional, estabelecendo uma relação de coordenação e subordinação no ordenamento jurídico. As normas jurídicas fazem parte de um conjunto de normas e buscar o sentido da norma exige que se conheça também as outras normas do ordenamento jurídico.
4- interpretação lógica: busca a coerência e a compatibilidade entre as normas constitucionais, usando de raciocínio lógico.
5- interpretação teleológica: O intérprete deve buscar essencialmente a finalidade da norma. Interpretar é buscar o fim que a norma pretende alcançar . Para entender o conteúdo é necessário entender o que ela se propõe a fazer.
QUANTO `A FINALIDADE: 
1. INTERPRETAÇÃO DECLARATIVA: reconhece a imprescindibilidade da interpretação constitucional, buscando declarar o significado atribuído ao termo de linguagem aplicado na norma. 
2. INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA: ocorre quando o texto vai além do que deveria ir, cabendo ao intérprete restringir o seu alcance aos limites do significado atribuído ao texto normativo. 
3. INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA: neste caso temos o inverso da interpretação restritiva, signo lingüístico é impreciso ou restritivo, cabendo ao intérprete ampliar o seu alcance.
MÉTODOS MODERNOS ( HERMENÊUTICOS MODERNOS): 
1. CIENTÍFICO-ESPIRITUAL: As Constituições devem ser interpretadas com amplitude e flexibilidade, a fim de ser um elemento integrador da realidade estatal, considerando os valores políticos, sociais, econômicos e culturais de maneira globalizada, ou seja, o texto maior não pode ser interpretado de maneira isolada, fora da realidade do Estado (Rudolf Smend). O Estado é um fenômeno espiritual em constante alteração. 
 
2. TÓPICO-PROBLEMÁTICO: Estabelece a possibilidade da descoberta de uma solução mais razoável para um caso concreto. Considera a Constituição um sistema aberto de regras e princípios. Busca no problema (caso concreto), ou seja, é a partir do problema que se deve perseguir a solução. O intérprete abandona o pensamento tópico (norma) e se fundamenta no problema para alcançar a solução ideal (Theodor Viehweg). CASO CONCRETO ------- > NORMA 
45 
MÉTODOS MODERNOS ( HERMENÊUTICOS MODERNOS): 
3. NORMATIVO-ESTRUTURANTE: O intérprete constitucional deve considerar o programa normativo, constante do texto maior, com a realidade social. Neste método a norma não é o ponto de partida, mas o resultado final desta interpretação (Friedrich Muller). O que se busca é alcançar a realidade social atuando dentro do programa normativo – as normas devem ter resultado na realidade da sociedade. 
 
4. HERMENÊUTICO-CONCRETIZADOR: Neste método o intérprete busca na Constituição a solução para o problema, é o inverso do método tópicoproblemático. Visa suprir deficiências normativas, preenchendo, se necessário, as lacunas constitucionais, considerando a pré-compreensão do intérprete sobre a situação (pressuposto subjetivo) , enquanto que a realidade social atua como um pressuposto objetivo. A solução do problema levará a busca de uma reflexão sobre a norma aplicável ao problema (Hans-George Gadamer). Neste método temos na lacuna um meio de alcançar o objetivo. 
 
NORMA ------- > CASO CONCRETO 
46 
MÉTODOS MODERNOS ( HERMENÊUTICOS MODERNOS): 
 
5. COMPARAÇÃO-CONSTITUCIONAL: Defendido por Peter Häberle e consiste na reunião dos métodos lógico, gramatical, histórico e sistemático, propostos por Savigny, visando a pesquisa através de diversos ordenamentos jurídicos a direção mais apropriada na interpretação das normas constitucionais. Na verdade o que temos aqui é um exercício do direito comparado. - Aqui temos a técnica do direito geral comparado.
Neoconstitucionalismo trata-se de um movimento teórico de revalorização do direi-to constitucional, de uma nova abordagem do papel da constituição no sistema ju-ridico, movimento este que surgiu a partir da segunda metade do século XX.
O neoconstitucionalismo visa refundar o direito constitucional com base em novas premissas como a difusão e o desenvolvimento da teoria dos direitos fundamentais e a força normativa da constituição, objetivando a transformação de um estado legal em estado constitucional.
Pilares do neoconstitucionalismo:
1: trazer a constituição para o centro do sistema.
2: Atribuir força normativa a constituição.
3: Reinterpretar e extrair todos os valores da constituição.
4: Utilizar todas as normas conforme a constituição reinterpretada.
O novo constitucionalismo latino-americano surge como um movimento social, jurídico-político voltado à ressignificação do exercício do poder constituinte, da legitimidade, da participação popular e do próprio conceito de Estado. O Estado do novo constitucionalismo latino-americano é o Estado plurinacional, que reconhece a pluralidade social e jurídica, respeitando e assegurando os direitos de todas as camadas sociais.
O novo constitucionalismo latino-americano propõe uma nova independência e a criação de um Estado participativo e efetivamente democrático.
Exemplos de países que adotaram o constitucionalismo latino-americano: Bolívia e Equador.

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