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88611536-Higiene-Ocupacional-i-Agaone-19-03-2012-1

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HIGIENE OCUPACIONAL I - Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho 
____________________________________________________________ 
 
 
IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO 
ÀÀ 
HHIIGGIIEENNEE 
OOCCUUPPAACCIIOONNAALL 
 
CENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL BEBÉ MATINS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ITUIUTABA 
2012 
HIGIENE OCUPACIONAL I - Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho 
____________________________________________________________ 
 
 
 
Presidente da FIEMG 
 
Olavo Machado Júnior 
 
Gestor do SENAI 
Petrônio Machado Zica 
 
Diretor Regional do SENAI e 
Superintendente de Conhecimento e Tecnologia 
Alexandre Magno Leão dos Santos 
 
Gerente de Educação e Tecnologia 
Edmar Fernando de Alcântara 
 
 
HIGIENE OCUPACIONAL I - Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho 
____________________________________________________________ 
 
 
Apresentação 
 
 
 
―Muda a forma de trabalhar, agir, sentir, pensar na chamada sociedade do 
conhecimento. ― 
Peter Drucker 
 
 
 
O ingresso na sociedade da informação exige mudanças profundas em todos os 
perfis profissionais, especialmente naqueles diretamente envolvidos na produção, 
coleta, disseminação e uso da informação. 
 
O SENAI, maior rede privada de educação profissional do país,sabe disso , e 
,consciente do seu papel formativo , educa o trabalhador sob a égide do conceito 
da competência:” formar o profissional com responsabilidade no processo 
produtivo, com iniciativa na resolução de problemas, com conhecimentos 
técnicos aprofundados, flexibilidade e criatividade, empreendedorismo e 
consciência da necessidade de educação continuada.‖ 
 
Vivemos numa sociedade da informação. O conhecimento , na sua área 
tecnológica, amplia-se e se multiplica a cada dia. Uma constante atualização se 
faz necessária. Para o SENAI, cuidar do seu acervo bibliográfico, da sua infovia, 
da conexão de suas escolas à rede mundial de informações – internet- é tão 
importante quanto zelar pela produção de material didático. 
 
 
Isto porque, nos embates diários,instrutores e alunos , nas diversas oficinas e 
laboratórios do SENAI, fazem com que as informações, contidas nos materiais 
didáticos, tomem sentido e se concretizem em múltiplos conhecimentos. 
 
O SENAI deseja , por meio dos diversos materiais didáticos, aguçar a sua 
curiosidade, responder às suas demandas de informações e construir links entre 
os diversos conhecimentos, tão importantes para sua formação continuada ! 
 
Gerência de Educação e Tecnologia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HIGIENE OCUPACIONAL I - Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho 
____________________________________________________________ 
 
 
1 
SSuummáárriioo 
Apresentação 
INTRODUÇÃO A HIGIENE OCUPACIONAL ...................................................................... 2 
RISCOS QUÍMICOS .......................................................................................................... 6 
RISCOS FÍSICOS ............................................................................................................... 16 
RISCOS BIOLÓGICOS ..................................................................................................... 35 
RISCOS ERGONÔMICOS.................................................................................................. 35 
RISCOS DE ACIDENTES ................................................................................................ 39 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................... 41 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HIGIENE OCUPACIONAL I - Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho 
____________________________________________________________ 
 
 
2 
HIGIENE OCUPACIONAL 
Introdução 
O desenvolvimento tecnológico da humanidade, além de trazer enormes benefícios e conforto para 
o homem do século XX, tem exposto o trabalhador a diversos agentes potencialmente nocivos e 
que, sob certas condições poderão provocar doenças ou desajustes no organismo das pessoas que 
desenvolvem suas atividades normais em variados locais de trabalho. 
A Higiene Ocupacional, estruturada como uma ciência prevencionista, vem sendo aperfeiçoada dia 
a dia e tem como objetivo fundamental atuar no ambiente de trabalho, a fim de detectar o tipo de 
agente prejudicial, quantificar sua intensidade ou concentração e tomar as medidas de controle 
necessárias para resguardar a saúde e o conforto dos trabalhadores durante toda sua vida de 
trabalho. 
Dentre as definições conhecidas e mais amplamente difundidas, podemos citar: 
 A definição dada pela American Industrial Hygiene Association – AIHA, segundo a 
qual a higiene ocupacional é ―ciência que trata da antecipação, reconhecimento, avaliação e 
controle dos riscos originados nos locais de trabalho e que podem prejudicar a saúde e o 
bem-estar dos trabalhadores, tendo em vista também o possível impacto nas comunidades 
vizinhas e no meio ambiente‖. 
 De acordo com o conceito preconizado por Olishifski, a higiene ocupacional é tida 
como ―aquela ciência e arte devotada à antecipação, reconhecimento, avaliação e controle 
dos fatores de risco ou estresses ambientais originados no, ou a partir, do local de trabalho, 
os quais podem causar doenças, prejudicar a saúde e o bem-estar, ou causar significante 
desconforto sobre os trabalhadores ou entre os cidadãos de uma comunidade‖. 
 A definição da American Conference Of Governmental Industrial Hygienists – 
ACGIH: ―ciência e arte do reconhecimento, avaliação e controle de fatores ou tensões 
ambientais originados do, ou no, local de trabalho e que podem causar doenças, prejuízos 
para a saúde e bem-estar, desconforto e ineficiência significativos entre os trabalhadores ou 
entre os cidadão da comunidade.‖ 
O termo higiene ocupacional, que abrange a modalidade industrial, é considerado o mais amplo 
pelos órgãos especializados, incluindo a Fundacentro, razão pela qual sua utilização tem sido 
preferida. No entanto, a nosso ver, o termo higiene do trabalho poderá ser igualmente aplicado, pois 
contempla – além do trabalho subordinado (empregos) – os trabalhos autônomo, avulso, estatuário, 
etc. 
A higiene ocupacional é a ciência que atua no campo da saúde ocupacional, através da 
antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos riscos físicos, químicos e biológicos 
originados nos locais de trabalho e passíveis de produzir danos à saúde dos trabalhadores, 
observando-se também o impacto ao meio ambiente. Os riscos físicos são: ruído, calor, vibração, 
radiação ionizante, radiação não ionizante, frio. Os agentes químicos são: gases, vapores, poeira, 
fumos, névoas, neblinas. Os agentes biológicos são: bactérias, fungos, vírus, protozoários, e 
parasitas. 
 
Classificação de riscos ambientais 
 
Boa parte dos processos de produção pelos quais o homem modifica os materiais extraídos da 
natureza, para transformá-los em produtos úteis, segundo as necessidades tecnológicas atuais, são 
capazes de dispersar no ambiente dos locais de trabalho substancias que, ao entrar em contato 
com o organismo dos trabalhadores podem acarretar moléstias ou danos à sua saúde. Estes 
processos poderão originar condições físicas de intensidade inadequada para o organismo humano, 
sendo que ambos os riscos (Físicos e Químicos) são geralmente de caráter acumulativo e chegam 
às vezes a produzir graves danos aos trabalhadores. 
O ser humano é composto por um organismo complexo e seu bem estar não esta ligado somente às 
condições físicas ambientais e ou presença de agentes agressivos, deve-se compreender aimportância da influencia da organização do trabalho sobre o trabalhador, sendo também um fator 
muitas vezes não facilmente quantificável, mas de grande importância. 
Para facilitar o estudo dos riscos ambientais podemos classificá-los em cinco grupos: 
Riscos Químicos 
Riscos Físicos 
Riscos Biológicos 
E também: 
Riscos ergonômicos e Riscos de acidentes ou mecânicos existentes nos locais de trabalho e que 
possam vir a causar danos à saúde dos trabalhadores. 
HIGIENE OCUPACIONAL I - Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho 
____________________________________________________________ 
 
 
3 
Por sua vez, cada um destes grupos subdivide-se quer em função das formas em que se 
apresentam, ou devido às características físico-químicas dos agentes, de acordo com as 
conseqüências fisiológicas que estes podem provocar, segundo sua ação sobre o organismo, etc. 
 
Riscos Químicos 
 
As substâncias ou produtos químicos que podem contaminar um ambiente de trabalho classificam-
se, segundo as suas características físico-químicas em: 
Aerodispersóides 
Gases e Vapores 
Ambos os grupos comportam-se de maneira diferente, tanto no que diz respeito ao período de 
permanência no ar, quanto as possibilidade de ingresso no organismo. 
Por sua vez, os aerodispersóides podem ser sólidos ou líquidos, atendendo ao seguinte esquema 
geral de classificação: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os aerodispersóides sólidos e líquidos são classificados em relação ao tamanho da partícula e à 
sua forma de origem. 
São poeiras e névoas os aerodispersóides originados por ruptura mecânica de sólidos e líquidos 
respectivamente, e fumos e neblinas aqueles formados por condensação ou oxidação de vapores, 
provenientes, respectivamente, de substâncias sólidas ou líquidas a temperatura e pressão normal 
(20º C e 1 atmosfera de pressão). 
 
Riscos Físicos 
 
Ordinariamente, os riscos físicos representam um intercâmbio brusco de energia entre o organismo 
e o ambiente, em quantidade maior de que o organismo é capaz de suportar, podendo acarretar 
uma doença profissional. 
Entre os mais importantes podemos citar: 
Temperaturas extremas: 
Calor 
Frio 
Ruído 
Vibrações 
Pressões anormais 
RISCOS QUIMICOS 
GASES E VAPORES AERODISPERSÓIDES 
SÓLIDOS 
POEIRAS 
FUMOS 
LÍQUIDOS 
NÉVOAS 
NEBLINAS 
HIGIENE OCUPACIONAL I - Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho 
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4 
Radiações: 
Ionizantes 
Não ionizantes 
Riscos Biológicos 
Neste grupo, estão classificados os riscos que representam os organismos vivos, tais como: 
Vírus 
Bactérias 
Fungos 
Protozoários 
Parasitas 
 
Riscos Ergonômicos 
 
São os fatores que podem afetar a integridade física ou mental do trabalhador devido a sua 
interação com o seu ambiente de trabalho, podendo ocasionar desconforto ou doença. 
São considerados riscos ergonômicos: 
Esforço físico intenso 
Levantamento e transporte manual de peso 
Exigência de postura inadequada 
Controle rígido de produtividade 
Imposição de ritmos excessivos 
Trabalho em turno e noturno 
Fornadas de trabalho prolongadas 
Monotonia e repetitividade 
Outras situações causadoras de stress físico e/ou psíquico 
 
Riscos de Acidentes 
 
São todos os fatores que colocam em perigo o trabalhador ou afetam sua integridade física. São 
considerados como riscos geradores de acidentes: 
Arranjo físico inadequado 
Máquinas e equipamentos sem proteção 
Ferramentas inadequadas ou defeituosas 
Iluminação inadequada 
Eletricidade 
Probabilidade de incêndio ou explosão 
Animais peçonhentos 
Armazenamento inadequado 
Outras situações que poderão contribuir para a ocorrência de acidentes 
 
Caracterização dos riscos 
 
De tudo quanto se tem exposto, podemos concluir que a presença de poluentes e agentes 
agressivos nos locais de trabalho representam um risco, mas isto não quer dizer que todos os 
trabalhadores expostos venham a adquirir uma doença. 
Para que isto aconteça devem concorrer vários fatores, que são: 
 
Tempo de exposição 
 
Quanto maior o tempo de exposição, maiores as possibilidades de se produzir uma doença 
ocupacional. 
Concentração ou Intensidade dos agentes ambientais (―Quantidade‖) 
Quanto maior a concentração ou intensidade dos agentes agressivos presentes no ambiente de 
trabalho, tanto maior será a possibilidade de danos à saúde dos trabalhadores expostos. 
 
Características dos agentes ambientais (―Qualidade‖) 
 
As características específicas de cada agente também contribuem para a definição do seu potencial 
de agressividade. 
HIGIENE OCUPACIONAL I - Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho 
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5 
O estudo do ambiente de trabalho visando a estabelecer qualquer relação entre esse ambiente e 
possíveis danos à saúde dos trabalhadores que devem efetuar seus serviços normais nesses 
locais, constitui o que chamamos, um levantamento de condições ambientais de trabalho. 
O levantamento pode se dividir em duas partes: 
Estudo Qualitativo 
Estudo Quantitativo 
O estudo qualitativo das condições de trabalho visa coletar o maior numero de informações e dados 
necessários, a fim de fixar as diretrizes a serem seguidas no levantamento quantitativo. 
O estudo quantitativo completará o reconhecimento preliminar dos ambientes de trabalho, através 
de medições adequadas, que no final nos dirão quais as possibilidades de os trabalhadores serem 
afetados pelos diferentes agentes agressivos presentes nos locais de trabalho. 
 
Levantamento qualitativo 
 
Normas gerais de procedimento 
Deve-se iniciar o reconhecimento qualitativo do ambiente de trabalho, preferencialmente, fazendo 
um estudo minucioso de uma planta baixa atualizada do assim como um fluxograma dos processos, 
a fim de estabelecer a forma correta de proceder o levantamento: saber o que fazer e como fazer, 
nos diferentes locais de trabalho. 
O estudo qualitativo deve dar informação detalhada de aspectos, tais como: 
Número de trabalhadores; 
Horários de trabalho; 
Matérias-primas usadas, incluindo nome comercial e nome científico de substâncias; 
Maquinarias e processos; 
Tipos de energia usada para a transformação de materiais; 
Produtos semi-elaborados; 
Produtos acabados; 
Substâncias complementares usadas nos processos; 
Existência ou não de equipamentos de controle, tais como: ventilação local, estado em que se 
encontram, etc.; 
Tipo de iluminação e estado das luminárias; 
Presença de poeiras, fumos, névoas e ponto de origem da dispersão; 
Uso de EPI por parte dos trabalhadores; 
Estas informações devem ser acrescidas de comentários por escrito, que permitam esclarecer a 
situação real do ambientes de trabalho. 
O Técnico em segurança deve estar familiarizado com os processos industriais, métodos de 
trabalho e demais atividades que são efetuadas normalmente no local, ou estar assessorado por 
profissional. que esteja, afim de obter dados fidedignos e esclarecer as dúvidas que possam surgir 
durante o levantamento. 
Para maior facilidade na coleta da informação podem ser utilizadas fichas padronizadas que tenham 
condições de reunir as informações mais importantes e necessárias. 
Não existe um modelo único para fichas deste tipo, o levantamento, nunca interferir negativamente 
em sua qualidade. 
Levantamento quantitativo 
Uma vez realizado o levantamento qualitativo, o profissional de segurança já reúne as condições 
necessárias para traçar os rumos a serem seguidos no levantamento quantitativo. Este, por sua vez, 
deve ser minucioso e completo para que represente as condições reais em que se encontra o 
ambiente de trabalho. 
Deve-se, portanto, verificar a intensidade ou concentração dos agentes físicos e químicos existentes 
no local analisado. Desta forma sãocolhidos subsídios para definir as medidas de controle 
necessárias. 
Os critérios de avaliação e controle de cada agente serão estudados dentro dos itens específicos. 
Susceptibilidade Individual 
A complexidade do organismo humano implica em que a resposta do organismo a um determinado 
agente pode variar de individuo para individuo. 
Todos estes fatores devem ser estudados, quando se apresenta um risco potencial de doença do 
trabalho e, na medida que este seja claramente estabelecido, poderemos planejar a implantação de 
medidas de controle que levarão à eliminação ou minimização do risco em estudo. 
O tempo real de exposição será determinado considerando-se a análise da tarefa desenvolvida pelo 
trabalhador. Essa análise deve incluir estudos, tais como: 
Tipo de serviço; 
HIGIENE OCUPACIONAL I - Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho 
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6 
Movimentos do trabalhador ao efetuar o seu serviço; 
Períodos de trabalho e descanso, considerando todas as variações desses durante a jornada de 
trabalho. 
A concentração dos poluentes químicos ou a intensidade dos agentes físicos devem ser avaliadas 
mediante amostragem nos locais de trabalho, de tal maneira que essas amostragens sejam as mais 
representativas possíveis da exposição do trabalhador a esses agentes agressivos. 
Este estudo deve considerar também as características físico-químicas dos contaminantes e as 
características próprias que distinguem o tipo de risco físico. 
Junto a este estudo ambiental terá que ser feito o estudo médico do trabalhador exposto, a fim de 
determinar possíveis alterações no seu organismo provocadas pelos agentes agressivos ou que 
permitirão a instalação de danos mais importantes, se a exposição continuar. 
 
1. Agentes Químicos 
Considerações Iniciais 
Agentes ou fatores químicos são as substancias químicas que estão presentes no ambiente, 
geralmente em mistura ou com impurezas que podem causar algum dano ou agravo a saúde 
quando entram em contato com um receptor. Neste sentido amplo, o agente químico pode estar 
presente no alimento, no ar ambiente, na água, no equipamento ou no instrumento manuseado. Há 
um sem – numero de substancias químicas no universo, e vê, sendo introduzidas muitas outras a 
cada ano. A ação do ser humano não se reduz à produção de novos compostos. Ele é o maior 
responsável pela disseminação dos produtos no ambiente, por meio da extração, do transporte ou 
do comércio. 
Segundo a natureza, os agentes químicos classificam-se em aerossol (poeiras, névoas, neblinas, 
fumos), gases e vapores, podendo penetrar no organismo por via respiratória, dérmica, digestiva ou 
parenteral. 
Gases e Vapores 
Definições 
Gases Denominação dada as substancias que, em condições normais de temperatura e pressão 
(25ºC e 760 mmHg), estão no estado gasoso. São fluidos amorfos que podem mudar de estado 
físico unicamente por uma combinação de pressão e temperatura. Exemplo: hidrogênio, oxigênio e 
nitrogênio. 
Vapores 
Fase gasosa de uma substancia que, a 25ºC e 760 mmHg, se torna líquida ou sólida. O vapor pode 
passar para o estado liquido ou sólido atuando-se sobre a pressão ou sobre sua temperatura. 
Exemplos: vapores de água, vapores de gasolina. 
Classificação Fisiológica dos Gases e Vapores 
Pelo ar inalam-se gases e vapores estranhos, muitos dos quais podem ser perigosos à saúde. 
Entretanto, esses efeitos variam segundo a substancia. As características físicas mais importantes 
para a determinação dos efeitos biológicos de um gás ou vapor são sua concentração no ar e sua 
solubilidade no sangue e tecidos, que determinará a sua absorção pelo organismo. Além disso, sua 
toxicidade e as vias e formas de penetração também influem nos efeitos à saúde. 
Os gases e vapores podem ser classificados, segundo a sua ação sobre o organismo humano, em 
três grupos: irritantes, anestésicos, asfixiantes. Se a substancia é enquadrada em um desses 
grupos, isso não implica que não possa também possuir características dos grupos. Essa 
classificação baseia-se no efeito mais importante, isto é, mais significativo sobre o organismo. 
Gases e Vapores Irritantes 
Existe uma grande variedade de gases e vapores classificados nesse grupo, os quais diferem suas 
propriedades físico-químicas, mas tem uma característica comum: produzem irritação nos tecidos 
com os quais entram em contato direto, tais como a pele, a conjuntiva ocular e as vias respiratórias. 
A intensidade da ação irritante depende da estrutura química da substancia, de sua concentração 
no ar e do tempo de exposição. A solubilidade é um fator importante a ser considerado, uma vez 
que determina o local de ação do tóxico no trato respiratório: 
 Irritantes altamente solúveis em água – atuam nas vias respiratórias superiores, sendo que 
o nariz e a garganta são os que sofrem mais com a sua ação: ácidos clorídrico e fluorídrico, 
amoníaco, nevoas alcalinas, etc. 
 Irritantes relativamente solúveis em água – atuam nas vias respiratórias superiores e 
pulmão: halogênios, ozônio, sulfatos de dietila e dimetila, etc. 
 Irritantes pouco solúveis em água – atuam no pulmão: óxido de nitrogênio, cloreto de 
arsênico, etc. 
Assim, os gases mais perigosos são aqueles que possuem baixa solubilidade e não tem odor. 
Ao gases e vapores irritantes dividem-se em: 
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7 
A) Irritantes primários 
São aqueles cuja ação sobre o organismo é somente de irritação sobre o local atingido, podendo 
subdividirem-se em: 
1) Irritantes de ação sobre as vias respiratórias superiores 
 Pertencem a esse grupo: 
 - Ácidos fortes, tais como: ácido clorídrico ou muriático, ácido sulfúrico. 
 - Álcalis fortes, tais como: amônia e soda cáustica. 
 - Formaldeído. 
2) Irritantes de ação sobre os brônquios 
 Pertencem a esse grupo: 
 - Anidrido sulfuroso e cloro. 
3) Irritantes sobre os pulmões 
Pertencem a esse grupo: 
 - Ozona, gases nitrosos (principalmente NO2 e sua forma dímera N2O4). 
Esses gases são produzidos no arco elétrico (solda elétrica), por combustão de nitratos, no uso de 
explosivos e no uso industrial de ácido nítrico. 
 - Fosgênio. 
 - Gás incolor, originado da decomposição térmica de tetracloreto de carbono e outros derivados 
halogenados. 
4) Irritantes atípicos 
Pertencem a esse grupo 
 - Acroleína ou aldeído acrílico (gás liberado pelos motores diesel), gases lacrimogêneos. 
B) Irritantes secundários 
Essas substâncias, além de possuírem efeito irritante sobre o local de ação, tem atuação 
generalizada sobre o organismo. Uma exposição aguda a esse tipo de tóxico produzira edema 
pulmonar; pertence a esse grupo o gás sulfídrico (H2S). 
Gases e Vapores Anestésicos 
Uma propriedade comum entre eles é o efeito narcótico ou depressivo sobre o sistema nervoso 
central, fundamentalmente o cérebro. 
É importante ressaltar que essas substâncias são introduzidas em nosso organismo pela via 
respiratória, alcançando o pulmão, onde são transferidas para o sangue, que as distribuirá para o 
resto do corpo. Muitas delas também podem penetrar através da pele intacta, alcançando a corrente 
sanguínea. 
De acordo com sua ação sobre o organismo, os anestésicos podem ser divididos em: 
A) Anestésicos primários 
Pertencem a esse grupo: hidrocarbonetos alifáticos (butano, propano, etano, etc.), ésteres, 
aldeídos, cetonas. 
B) Anestésicos de efeito sobre as vísceras (fígado e rins) 
O fígado e os rins desempenham papel importante nos fenômenos de desintoxicação, seja pela 
geração de enzimas adequadas, seja com a eliminação por meio da úrica. Uma intoxicação superior 
a que o fígado é capaz de assumir pode levar a deterioração desse órgão pela cirrose ou mesmonecrose. Da mesma forma, os rins quando afetados podem apresentar necrose epitelial. Pertencem 
a esse grupo os hidrocarbonetos clorados, tais como: tetracloreto de carbono, tetracloroetano, 
tricloroetileno, percloroetilino. 
C) Anestésicos de ação sobre o sistema formador do sangue 
As substancias classificadas nesse grupo atuam modificando a hemoglobina em metahemoglobina, 
no caso da anilina, nitrito e toluidina. Mas a ação mais profunda no sistema hematopoiético é 
causada pelo benzeno, que pode levar a uma anemia irreversível. Os homólogos, tolueno e xileno, 
têm efeitos anestésicos similares aos do benzeno, mas possuem efeitos tóxicos consideravelmente 
menores. Pos essa razão são recomendados para substituir o benzeno, diminuindo assim o risco a 
que estão expostos os trabalhadores. 
D) Anestésicos de ação sobre o sistema nervoso 
Nesse grupo encontram-se os álcoois (metílico e etílico), ésteres de ácidos orgânicos, dissulfeto de 
carbono. 
Em geral, os álcoois são altamente solúveis em água, fato que determina a sua eliminação de forma 
lenta. 
No caso do álcool etílico, alenta eliminação é contrastada com a rápida oxidação dentro do ciclo de 
combustão dos açucares e raramente são inaladas quantidades suficientes para produzir anestesia. 
Gases e Vapores Asfixiantes 
A principal característica de um tóxico é impedir de alguma forma que o oxigênio atinja os tecidos, 
podendo os asfixiantes ser classificados em simples ou químicos. 
HIGIENE OCUPACIONAL I - Curso Técnico de Saúde e Segurança do Trabalho 
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8 
Os asfixiantes simples têm sua atuação fora do organismo, isto é, sua presença na atmosfera 
provoca o deslocamento do oxigênio, reduzindo a concentração desse gás no ambiente. Dentro 
dessa classe encontram-se o CO2, metano, propano, nitrogênio e butano. 
Por outro lado, os asfixiantes químicos impedem a entrada do oxigênio nos tecidos. O asfixiante 
químico mais conhecido é o monóxido de carbono, que tem uma afinidade química com a 
hemoglobina superior ao oxigênio, formando a carboxihemoglobina e impedindo o transporte de 
oxigênio. 
Além da classificação dos gases e vapores, segundo o seu efeito pela inalação, é importante que 
seja feita uma pequena exposição a respeito dos agentes químicos que tem a capacidade de 
penetrar a pele. Pertencem a esse grupo, principalmente, os solventes orgânicos, que, devido a sua 
larga utilização industrial, expõem inúmeros trabalhadores a seus efeitos, que incluem, dentre 
outros, a dermatite de contato por irritação. 
A ação de determinada substancia sobre a pele está diretamente relacionada com a sua 
solubilidade na água e gordura e na sua pressão de vapor, isto é, a sua habilidade em se dissolver 
na água ou em compostos orgânicos e em evaporar-se. 
Experimentos mostraram que solventes orgânicos são potencialmente irritantes químicos, induzindo 
ao aparecimento dermatite de contato por irritação quando em contato com a pele não protegida 
adequadamente. 
Alguns poucos solventes, tais como estireno e álcoois, podem induzir à dermatite de contato 
alérgica, que independe da concentração do agente. 
Aerodispersóides 
Definições De forma ampla, o material particulado contaminado é todo aquele aerossol que se 
encontra em suspensão no ar e que pode ser nocivo à saúde. De acordo com sua formação, os 
particulados podem ser classificados como sólidos ou líquidos. Como particulados líquidos temos as 
névoas e neblinas, e como particulados sólidos, as poeiras (fibras) e os fumos. 
Classificação quanto á formação 
A) Poeira São partículas sólidas produzidas por ruptura mecânica de um sólido, seja pelo 
simples manuseio (limpeza de bancadas), seja em conseqüência de uma operação 
mecânica (trituração, moagem, peneiramento, polimento, dentre outras). 
Exemplos:Poeira de sílica, asbesto e carvão. 
B) Fumos São partículas sólidas resultantes da condensação de vapores ou reação química, 
geralmente após volatilização de metais fundidos. 
Exemplos: Fumos de Pb – ponteamento de arames; Fumos de Zn – galvanoplastia 
C) Névoas e Neblinas Névoas e neblinas são partículas liquidas, produzidas por ruptura 
mecânica de liquido ou por condensação de vapores de substancias que são líquidas à 
temperatura ambiente. 
Exemplo: Névoa de tinta – resultante de pintura à pistola 
D) Fibras São partículas sólidas produzidas por ruptura mecânica de sólidos que se 
diferenciam das poeiras porque têm forma alongada, com um comprimento de 3 a 5 vezes 
superior a seu diâmetro. 
Exemplos: 
Animal – lã, seda, pêlo de cabra e camelo 
Vegetal – algodão, linho, cânhamo 
Mineral – asbesto, vidro e cerâmica 
Deve-se salientar que essa classificação é apenas para facilitara compreensão, pois, do ponto de 
vista da Higiene, não é muito significativa a maneira como as partículas são originadas para fins de 
avaliação e controle. 
Classificação quanto ao efeito no organismo 
A classificação quanto ao tipo de dano que a poeira pode produzir no nosso organismo é a seguinte: 
Pneumoconiótica: Aquela que pode provocar algum tipo de pneumoconiose. Ex.: Silicose, 
asbestose, antracose, bissinose. 
Tóxica: Pode causar enfermidade tanto por inalação quanto por ingestão. Ex.: metais como 
chumbo, mercúrio, arsênico, cádmio, manganês, cromo, etc. 
Alérgica: Aquela que pode causar algum tipo de processo alérgico. Ex.: poeira de resina epóxi e 
algumas poeiras de madeira. 
Inerte: Produz enfermidades leves e reversíveis, causando geralmente bronquite, resfriados, etc. 
Tipos de particulados, Efeitos e Ocorrência no Ambiente de Trabalho 
Sílica A sílica é encontrada na natureza em abundancia, pois constitui a maior parte da crosta 
terrestre. Sua formula química é constituída por um átomo de silício e dois de oxigênio (SiO2). 
Esses átomos, por sua vez, unem-se a outros formando diversas estruturas cristalizadas, resultando 
em diferentes classes de sílicas cristalizadas. Desse modo, a sílica cristalizada pode apresentar-se 
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9 
em forma de quartzo, cristobalita, tridmita, amorfa. A nocividade das partículas de SiO2 é maior de 
acordo com a sua forma. A cristobalita e a tridmita possuem um maior potencial fibrogênico do que 
o quartzo. Já a sílica amorfa e a fundida são menos nocivas que as cristalizadas. 
De maneira geral, vários são sos fatores que influenciam na maior ou menor intensidade 
fibrogênica de determinado tipo de particulado, dentre os quais destacam-se: 
 Concentração de poeira inalada; 
 Sílica na poeira; 
 Forma cristalizada das partículas; 
 Tamanho das partículas; 
 Duração da exposição. 
O dano direto provocado pelo particulado é diretamente proporcional a concentração de particulado 
inalado e duração de exposição. 
A sílica é a substancia causadora da enfermidade (silicose) e, evidentemente, quanto maior o 
percentual de sílica, maior será a nocividade da poeira. 
Outro fator importante na ocorrência da silicose é o tamanho das partículas. As partículas maiores 
são selecionadas pelo sistema respiratório, enquanto as menores podem chegar aos alvéolos 
pulmonares. 
Ocorrência 
A exposição ocupacional a poeira contendo sílica ocorre em diversos ambientes de trabalho e 
ramos de atividade, tais como: mineração de ouro, ferro, extração de calcário, dentre outras. Nessas 
industrias, tanto na extração como no beneficiamento, há presença de particulados que podem 
conter sílica. Outros ramos de atividade em que há presença de poeira sílica: construção civil, 
fundição, industrial de refratários, siderúrgicas. 
Asbestos Recentemente houve um aumento dos estudos sobre as fibras de asbesto. 
De acordo com as últimas teorias sobre os mecanismos de dano dessas fibras, foi indicado que a 
causa é o formato da partícula,dependendo do qual podem ser encontradas propriedades 
cancerígenas. As fibras se classificam em naturais ou artificiais. 
Os perigos para a saúde relacionados como os asbestos encontram-se, na maioria das vezes, 
circunscritos ao aspecto da atividade profissional. A inalação das fibras de asbesto por pessoas 
submetidas a exposição prolongada e a concentrações relativamente elevadas pode provocar 
insuficiência respiratória, causando, até, mesmo um câncer bronquial ou um mesotela. 
Ocorrência 
A exposição às fibras de asbestos ocorre principalmente nas industrias de fabricação de telhas, 
chapas, caixas d’água e de amianto; na fabricação de guarnições de freio e embreagem, lonas de 
freios; na confecção de roupas protetoras apara bombeiros e pilotos de carro de corrida. Nas 
industrias de papelão, o amianto é usado como isolante térmico. 
Algodão A exposição á poeira de algodão produz uma enfermidade denominada bissinose. Os 
sintomas dessa doença são: dor no peito, tosse, dificuldade respiratória, dispnéia. Alem disso, a 
exposição a esse agente pode produzir também diminuição da força respiratória, bronquite, febre, 
alem de sintomas respiratórios freqüentes. A bissinose também é produzida por outros tipos de 
fibra, como o linho ou o cânhamo. 
A causa principal dessa doença esta associada à quantidade de poeira inalada e ao tempo de 
exposição. Há também, outras causas que influem, como a poluição atmosférica, hábito do tabaco e 
as afecções respiratórias. 
A bissinose é uma enfermidade difícil de detectar, pois não apresenta alterações radiográficas ou 
patológicas especificas. 
Ocorrência A exposição ocupacional à poeira de algodão ocorre mais freqüentemente na 
fabricação de tecidos. Nos setores de abertura, cardas e fiação a exposição é maior do que na 
tecelagem, revisão e expedição. Em outros ramos de atividade também pode ocorrer exposição, 
como, por exemplo, na industria de confecção. 
Caulim Segundo a ACGIH (American Conference of Governanmental Industrial Hygienists), a 
inalação de quantidade excessiva de poeira de caulim pode causar dano à pele e às mucosas, além 
de pneumoconiose. Desse modo, reduziu-se o limite de exposição para 2 mg/m
3
. o NIOSH (National 
Institute for Occupational Safety and Health) não modificou o limite de tolerância para a poeira de 
caulim. Já a OSHA (Occupational Safety and Health Administration) pretende desenvolver no futuro 
um estudo mais aprofundado da toxicologia do caulim. Atualmente, esse órgão estabelece os limites 
de tolerância de 10 mg/m
3
 para poeira total e 5 mg/m
3
 para poeira respirável. Esses limites estão 
baseados nos danos causados à pele e mucosas. Deve-se salientar ainda que os limites de 
exposição estabelecidos para o caulim são validos para poeira em suspensão que não contenha 
sílica livre cristalizada e/ou asbestos. 
Ocorrência 
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10 
A ocorrência de poeira de caulim acontece principalmente na mineração de caulim; tanto na 
extração quanto no beneficiamento. 
Madeira 
 
A poeira de madeira é definida como qualquer tipo de particulado em suspensão proveniente do 
manuseio da madeira. A madeira dura é derivada de espécies de árvores de folhas grossas, como, 
por exemplo, o carvalho e a faia. A exposição à poeira de madeira pode produzir diversos efeitos na 
saúde do ser humano, tais como dermatite, irritação, alergias respiratórias e câncer, segundo 
estudos baseados em evidencias epidemiológicas (ACGIH/1998). 
Ocorrência 
A exposição á poeira de madeira é mais acentuada na fabricação de móveis. As operações com 
serra circular, desengrosso, plaina, tupia e lixadeira são as fontes mais significantes. Nas industrias 
de reflorestamento e fabricação de celulose e na construção civil também pode ocorrer exposição a 
esse agente. 
Grãos (trigo, cevada) 
Os efeitos da inalação da poeira de grãos são conhecidos por vários séculos. Ramazzini, em 1713, 
descreveu os riscos respiratórios associados à exposição de cereais. Diversos estudos 
epidemiológicos feitos nas últimas décadas demonstraram que a exposição à poeira de grãos pode 
causar: ―febre do grão‖, chiado, dor no peito, tosse, bronquite, irritação nasal e nos olhos, além de 
sintomas de doenças respiratórias crônicas. Com relação aos limites de tolerância, estes são 
fixados pelos organismos internacionais, desde que a poeira em suspensão não contenha sílica livre 
cristalizada e/ou asbestos. 
Ocorrência 
A exposição à poeira de grãos ocorre na agricultura, portos e em outros locais onde há 
armazenamento desse produto. 
Ocorrência 
A presença desse tipo de particulado pode ocorrer em diversos ramos de atividade, tais como: 
fábrica de cimento, cal, industria de papel, dentre outros. 
Partículas metálicas 
Os efeitos da exposição a fumos ou poeiras metálicas estão condicionados ao tipo de substancia 
presente. Assim sendo, dependendo do processo e das matérias-primas utilizadas, pode ocorrer a 
exposição a ferro, manganês, zinco, chumbo, cromo, dentre outros. Essas substâncias podem 
produzir pneumoconioses, doenças como saturnismo (chumbo) e manganismo, irritação, dentre 
outras. 
A exposição a fumos metálicos pode produzir a ―febre dos fundidores‖. Essa doença resulta no 
aparecimento de tosse, dores nos músculos e nas juntas, febre e resfriados. Todavia é passageira, 
e a recuperação ocorre de um a dois dias após cessar a exposição. 
Ocorrência 
A exposição à poeira metálica pode ocorrer em: mineração, operações de rebarbação de peças 
metálicas, fabricação de baterias, etc. a exposição a fumos metálicos é mais freqüente nas 
operações de soldagem, fundições, aciarias, dentre outras. Nas operações de pintura à pistola, a 
névoa de tinta formada pode conter pigmentos metálicos, tais como: chumbo e cromo. 
Negro de Fumo 
A exposição à poeira de negro de fumo pode produzir efeitos sobre os pulmões. A ACGIH não 
considera este agente sob suspeita de ser carcinogênico para o ser humano, porém os dados 
existentes são insuficientes para se chegar a essa conclusão. 
Ocorrência 
A exposição a esse agente ocorre com maior freqüência na fabricação de borracha. 
Parâmetros utilizados nas avaliações de particulados 
A) Tamanho das partículas 
O tamanho das partículas é de fundamental importância na avaliação de poeiras, vez que, dele 
depende os efeitos na saúde, o tempo em que as partículas ficam em suspensão, entre outros. A 
ACGIH, há muitos anos, tem recomendado o limite de tolerância por seleção de partículas 
(respiráveis) para sílica cristalizada, pois há uma associação bem estabelecida entre a silicose e as 
concentrações de poeira respirável. A intenção da American Conference of Governmental Industrial 
Hygienists – ACGIH é de estabelecer todos os seus limites para fração respirável, inalável e 
torácica. 
Quanto ao tamanho das partículas, podem ser classificadas conforme o quadro a seguir: 
Tipo de Particulado Tamanho Aproximado (μm) 
Inalável 0 a 100 
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11 
 
 
 
 
 
B) Partícula respirável 
São as partículas que conseguem penetrar na região de troca de gases do pulmão. Esse tipo de 
particulado é o de maior risco, pois pode alcançar os alvéolos pulmonares. 
C) Partícula inalável 
São as partículas que ficam depositadas em qualquer lugar do trato respiratório. A ACGIH 
recomenda o limite de tolerância de 10mg/m
3
 de partículas inaláveis. 
D) Particulado torácico 
São partículas que oferecem risco quando depositadas em qualquer lugar no interior das vias 
aéreas dos pulmões e da região de troca de gases. 
E) Particulado total 
É todo o material em suspensão no ar, independente do tamanho das partículas. A NR-15 
estabelece olimite para sílica livre cristalizada e para particulados total e respirável. A ACGIH 
recomenda o limite de tolerância de poeira total, para vários tipos de poeira, embora haja uma 
tendência de fixar todos os limites para fração respirável, inalável ou torácica. 
 
Unidades de Medida 
Os limites de tolerância para exposição à poeira, exceto asbestos, são expressos em mg/m
3
, isto é, 
a massa retirada do filtro dividida pelo volume amostrado. Assim sendo, na avaliação quantitativa, 
temos de determinar esses parâmetros. 
1) Volume amostrado (m
3
) 
O volume amostrado é determinado pela seguinte fórmula: 
Va = Q x Ta 
Onde: 
Va = Volume amostrado 
Q = Vazão média durante a amostragem 
Ta = Tempo de amostragem em minutos 
Sendo a vazão da bomba em L/min e tempo de amostragem (Ta) em minutos, o volume obtido na 
fórmula será expresso em litros. Para transformar esse volume em m
3
, divide-se o resultado obtido 
por 1000. 
Assim, temos: 
Va = (Q x Ta)/1000 
2) Concentração 
A concentração de poeira em mg/m3 é obtida pela seguinte fórmula: 
C = m/Va 
Onde: 
C= Concentração de poeira 
M = Massa de amostra em mg 
Va = Volume amostrado em m
3
, conforme explicado no item anterior. 
3) PPM – Parte por milhão 
Esta unidade é muito utilizada, sendo o ppm a concentração expressa em volume / volume, 
conforme demonstrado a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4) Conversão das fórmulas (transformação de ppm para mg/m3) 
ppm = (24,45) x mg/m
3
) / PM e mg/m
3
 = (ppm x PM) / 24,45 
1% = 10000 ppm 
1 ppm = 0,0001% 
Torácicas 0 a 25 
Respirável 0 a 10 
1 m 
1 m 
1 m 
1 cm3 1 m
3 de ar 
1cm3 de ar contaminado 
 
ppm = 1 cm3 / 1 m3 = 1 cm3 / 
1000000 = 1 ppm 
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12 
Onde: 
PM = peso molecular da substância 
Ppm = parte por milhão 
 
Exemplos: 
1) Transformar 10 ppm de Benzeno (C6H6) em mg/m
3
 
Dados: 
Peso atômico – C = 12 g/mol 
 H = 1 g/mol 
PM = 12 x 6 + 6 x 1 = 78 g 
mg/m
3
 = (10 x 78) / 24,45 = 31,9 mg/m
3
 
2) Transformar 130 mg/m
3
 de CO2 para ppm 
Dados: 
C = 12 g/mol 
O = 16 g/mol 
PM = 12 + 2 x 16 = 44 g 
Ppm = (24,45 x 130) / 44 = 72,2 ppm 
3) Transformar 39 ppm de CO em mg/m
3
 
Dados: 
Peso atômico – C = 12 g/mol 
 O = 16 g/mol 
PM = 12 + 16 = 28 
mg/m
3
 = (28 x 39) / 24,45 = 44,7 mg/m
3 
 
Brief & Scala 
A adoção dos limites de tolerância da ACGIH devem ser corrigidos através da fórmula Brief & Scala, 
vez que a jornada de trabalho no Brasil é de 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) horas 
semanais, enquanto os limites da ACGIH são para jornada de 8 (oito) horas por dia e 40 (quarenta) 
horas semanais. 
O fator de redução do limite de tolerância Brief & Scala é o seguinte: 
FR = (40 / h) x [(168 – h) /128] 
Onde: FR = Fator de Redução 
 h = Jornada de trabalho em horas 
Exemplo: 
O fator de redução do limite da jornada de trabalho de 40 (quarenta) horas semanais para 44 
(quarenta e quatro) horas semanais é: 
FR = (40 / 44) x [(168 – 44) / 128] = 0,88 
Assim sendo, o limite de tolerância, por exemplo, de 10 mg/m
3
 recomendado pela ACGIH para 
poeira de cimento, deverá ser corrigido no Brasil com a seguinte redução: 
LTcorrigido = 0,88 x 10 mg/m
3
 = 8,8 mg/m
3
 
Principais Instrumentos de Medição 
Para amostragem de particulados (Poeira mineral, algodão, fumos, gases e vapores), podem ser 
necessários os seguintes instrumentos: 
 Bomba gravimétrica de poeira; 
 Sistema filtrante (filtros, porta-filtro e suportes); 
 Sistema separador de tamanho de partícula (ciclone); 
 Elutriador vertical para poeira de algodão; 
 Calibradores tipo bolha de sabão; 
 Calibrador eletrônico; 
 Tubos colorimétricos; 
 Tubos de carvão ativado. 
Os meios de coleta são: 
 Filtros; 
 Tubo de sílica gel; 
 Tubo de carvão ativado; 
 Impinger, entre outros. 
 
 
 
 
 
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Bomba gravimétrica de poeira 
Esse equipamento é responsável pela aspiração de ar contaminado até o sistema de coleta. 
Atualmente, existem no mercado diversas marcas e modelos de bombas gravimétricas. Há modelos 
simples e modelos com tecnologia mais avançada, que possuem o sensor eletrônico de fluxo 
laminar, garantindo uma vazão constante, através da compensação da tensão da bateria, altitude, 
temperatura e quantidade de amostra retida no filtro. 
Elutriador vertical para poeira de algodão 
O Elutriador vertical é utilizado para avaliar a concentração de poeira de algodão. É constituído de 
uma bomba e um orifício crítico, que regula o fluxo de 7,4 l/min na entrada do elutriador. Com essa 
vazão de aspiração, são separadas as partículas menores que 15 μm, ou seja, somente as 
partículas deste tamanho irão impactar no filtro. 
Detector de gases / tubos reagentes ou colorimétricos 
Os detectores de gases podem ser de pistão ou fole, e são utilizados com os tubos reagentes ou 
colorimétricos. A medição com esse instrumento consiste na aspiração de volume conhecido de ar 
que passa pelo tubo reagente. O poluente contido no ar reage com substancia especifica do tubo e 
muda a cor, e a extensão dessa mancha permite realizar a leitura direta da concentração na escala 
o tubo. É importante ressaltar que os tubos são específicos para cada gás ou vapor. 
 
 
 
Medidor com sensor eletroquímico 
Estes instrumentos realizam medição direta e imediata dos contaminantes presentes, sendo 
constituídos de sensores, que, pelos diferentes princípios de detecção (elétrico, térmico, 
eletromagnético, etc), determinam a concentração do contaminante. 
Dosímetro passivo 
Os amostradores passivos constituem um procedimento para obter amostras ambientais sem a 
necessidade de forçar a passagem de ar por bombas, utilizando o fenômeno de difusão e adsorção, 
ou seja, podem fornecer leitura direta ou indireta através de análises laboratoriais. 
Limites de tolerância 
A Portaria Mtb n. 3214/78, NR-15, estabelece critérios para a caracterização de insalubridade e fixa 
limites de tolerância para alguns tipos de particulados. Outros tipos, também prejudiciais à saúde, 
foram relacionados no Anexo XIII da referida norma como avaliação qualitativa, ou seja, a possível 
insalubridade deverá ser verificada através de inspeção no local 
Convém ressaltar que, os limites adotados pela NR-15. 
1) Chumbo 
O anexo XI da NR-15 estabelece o limite de tolerância de 0,1 mg/m3 para chumbo, 
independentemente da forma que ele encontra-se no ambiente (poeira ou fumos metálicos). 
2) Manganês: 
 5,0 mg/m3: pra exposição à poeira de manganês e seus compostos, nas operações 
de extração, moagem, transporte de minério, entre outros. 
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14 
 1,0 mg/m3: para exposição a fumos de manganês e seus compostos, nas 
operações de fabricação de baterias de pilhas secas, vidros especiais e cerâmicas, 
fabricação uso de eletrodos de solda, tintas fertilizantes, entre outros. 
3) Negro-de-fumo 
O anexo XI da NR-15 estabelece o limite de tolerância de 3,5 mg/m3 para negro-de-fumo em uma 
jornada de até 48 (quarenta e oito) horas semanais. 
 Entende-se como ―Negro-de-fumo‖ as formas finamente divididas do carbono, produzidas 
pela combustão incompleta da decomposição térmica do gás natural ou do óleo de petróleo. 
Entende-se por exposição ao ―Negro-de-fumo‖ a exposição permanente no trabalho ao Negro-de-
fumo em suspensão no ar, originado pelo manuseiodo mesmo. 
4) Outros particulados 
O Anexo XIII da NR-15 estabelece como insalubre, pelo método de inspeção no local de trabalho, 
as atividades ou operações com arsênico, carvão mineral, cromo, silicatos, bagaço de cana, 
cimento, cal entre outros. 
Limites de tolerância recomendados pela ACGIH 
Conforme comentado anteriormente, a NR-15 não estabelece limites de tolerância para vários tipos 
de agentes químicos, omitindo importantes substancias do ponto de vista ocupacional, como por 
exemplo, algodão e madeira. De forma que preencha essa lacuna, a NR-9 da Portaria n.3.214 
dispões: 
 
Medidas de Controle 
As medidas de controle da exposição aos particulados são: 
— medidas relativas ao ambiente; 
— medidas relativas ao homem. 
Medidas relativas ao ambiente 
 1) Substituição do produto tóxico ou nocivo 
Este procedimento técnico nem sempre é possível, em se tratando do pouco avanço tecnológico e 
científico em que se encontra o parque industrial brasileiro, mas, quando possível, é a maneira mais 
segura de se eliminar ou minimizar o risco da exposição. 
Podemos exemplificar citando, por exemplo, a substituição do chumbo por óxidos menos tóxicos, 
tais como óxido de titânio e zircônio. Na fabricação e manipulação de camadas vitrificadas e tintas, 
podemos substituir o chumbo pêlos sais de zinco. Outro exemplo importante é o da substituição da 
areia contendo sílica livre por granalha de aço, nas operações de jateamento de peças, visto que se 
reduz sensivelmente o risco de silicose (quando não se tratar de peças fundidas). 
 2) Mudanças ou alteração do processo ou operação 
Consiste na alteração do processo produtivo, como, por exemplo: 
— utilização de pintura por imersão ao invés de pintura utilizando pistola; 
— mecanização e automatização de processos — ensacamento de pós. 
 3) Encerramento ou enclausuramento da operação 
Consiste no confinamento da operação, objetivando-se, assim, a impedir a dispersão do 
contaminante para todo o ambiente de trabalho. O confinamento pode ou não incluir o trabalhador. 
Quando houver processos produtivos que gerem grandes quantidades de contaminantes, e o 
trabalhador estiver inserido no enclausuramento, a ele deverá ser obrigatoriamente fornecido 
equipamento adequado de proteção pessoal, independentemente de haver ou não sistema de 
exaustão. 
 4) Segregação da operação ou processo 
Consiste, basicamente, no isolamento da operação, limitando seu espaço físico fora da área de 
produção. Normalmente se utiliza este controle quando não se pode mudar o processo produtivo, e 
o agente agressivo atinge a outros trabalhadores, contaminando-os, sem que estes participem da 
operação. 
A adoção desse processo implica em diminuir o número de trabalhadores expostos aos riscos, sem, 
contudo, deixar de levar-se em conta que os trabalhadores expostos ao risco deverão 
necessariamente fazer uso de medidas de proteção individual. 
A segregação pode ser feita no ESPAÇO ou no TEMPO: segregação no espaço consiste em isolar 
o processo a distância; enquanto segregação no tempo significa executar uma tarefa fora do horário 
normal, reduzindo igualmente o número de trabalhadores expostos. 
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15 
Como exemplo temos: jateamento de areia fora da área produtiva (segregação no espaço de 
serviços de manutenção); e reparo de alto risco realizado fora da jornada de trabalho convencional 
(segregação no tempo). 
 5) Umidificação 
É a medida mais antiga utilizada no controle da poeira. A eficiência da umidificação de poeira 
depende de dois fatores: do umedecimento da poeira e de sua adequada disposição depois de 
molhada. 
Como aplicações clássicas desse método, podemos citar a utilização de água nas operações de 
perfuração em minas e a aspersão de água sobre as mandíbulas de britadores, etc. 
 6) Ventilação geral diluidora 
A ventilação geral diluidora consiste na insuflação e exaustão de ar em um ambiente de trabalho, de 
forma que promovam a redução de concentrações de poluentes nocivos. Tal redução ocorre, uma 
vez que, ao se introduzir grandes volumes de ar puro em um ambiente contendo uma certa massa 
de determinado poluente, haverá dispersão ou diluição desta massa, reduzindo-se, assim, a 
concentração dos poluentes. 
 7) Ventilação local exaustora 
A ventilação local exaustora consiste na captação dos poluentes de uma fonte antes que estes se 
dispersem no ar do ambiente de trabalho e atinjam a zona de respiração do trabalhador. 
No que se refere ao controle da poluição do ar da comunidade, a ventilação local exaustora também 
tem papel importante. 
Tal tipo de ventilação possui várias vantagens em relação à geral diluidora, dentre elas: captura e 
controle completo do contaminante: vazões requeridas mais baixas; os contaminantes são 
recolhidos em um menor volume de ar capturado, reduzindo-se também os custos. 
 8) Ordem e limpeza 
A ordem e a limpeza constituem medidas eficazes no controle da exposição à poeira, pois os restos 
de materiais acumulados em máquina, bancada ou piso podem espalhar a poeira no ar. 
Uma boa ordem e limpeza significam limpeza dos pisos, das máquinas e de quaisquer superfícies 
horizontais; previsão de depósitos para materiais nocivos e de métodos adequados a seu transporte 
e emprego; disposição das operações de modo que limite o número de operários expostos ao risco, 
etc. 
Os métodos de limpeza também podem gerar poeira. Assim sendo, deve-se evitar o uso de 
vassoura, escova ou ar comprimido, pois estes processos provocam a emanação de poeira e, 
muitas vezes, são responsáveis exclusivos pela exposição do trabalhador a esse agente. Portanto, 
a limpeza por meio de umidificação ou por aspiração são os métodos recomendados. 
Medidas relativas ao homem 
1) Limitação do tempo de exposição 
A redução dos períodos de trabalho é uma importante medida de controle, quando todas as outras 
medidas possíveis forem impraticáveis ou insuficientes no controle de um agente. Assim, a limitação 
da exposição ao risco, dentro de critérios técnicos bem definidos, pode tornar-se a solução mais 
efetiva e econômica. 
2) Educação e treinamento 
A conscientização do trabalhador quanto aos riscos inerentes às operações, riscos ambientais e 
formas operacionais adequadas que garantam a efetividade das medidas de controle adotadas, 
além do treinamento em procedimentos de emergência e noções de primeiros socorros, deverão ter 
lugar sempre, independentemente da utilização de outras medidas de controle, servindo-lhes como 
importante complemento. 
3) Equipamentos de proteção individual 
Os equipamentos de proteção individual devem ser sempre considerados como segunda linha de 
defesa, após criteriosas considerações sobre todas as possíveis medidas de controle relativas ao 
ambiente que possam ser tomadas e aplicadas prioritariamente. 
Entretanto, há situações especiais nas quais as medidas de controle ambientais são inaplicáveis 
parcial ou totalmente. Nestes casos, a única forma de proteger o trabalhador será dotá-lo de 
equipamentos de proteção individual. 
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16 
Nas operações em que as concentrações de poluentes são superiores ao limite de tolerância, 
devem ser usados respiradores de filtro químico (gases e vapores) e mecânico (fumos, poeira, 
etc.). 
Nos locais onde há presença de gases e poeira, devem ser usados respiradores de filtro 
combinado. 
É importante esclarecer que os respiradores devem ser usados, obrigatoriamente, durante todo o 
tempo de exposição. A não-utilização do protetor em curto espaçode tempo diminui 
significativamente o seu fator de proteção. Outras informações a respeito dos respiradores estão no 
Capítulo IX, item VI — Programa de Proteção Respiratória — PPR. 
4) Controle médico 
Os exames médicos pré-admissionais e periódicos devem ser feitos como forma de controle da 
saúde geral dos trabalhadores, de detecção de fatores predisponentes às doenças profissionais, 
assim como para avaliação da efetividade dos métodos de controle empregados. 
Glossário: 
Concentração no ar - É a relação entre o contaminante e o volume do ar amostrado no local de 
interesse; as unidades mais usuais são : mg/m
3 
 ou μg/m
3 
 (relação entre a massa da substância 
poluidora e o volume do ar amostrado). O ppm também é usado ( relação entre o volume do 
contaminante detectado na amostra e o volume do ar amostrado) ou seja, em ―partes por milhão‖. 
Valor Teto (VT) - A substância que tenha valor teto não poderá, em momento algum, formar 
concentração no ar acima do limite de tolerância , sem que medidas de controle sejam tomadas de 
imediato. 
Limite de Tolerância – É a maior concentração do agente químico, que um individuo sadio poderá 
ficar exposto, sem efeitos adversos a sua saúde. 
Nível de Ação – É o valor acima do qual devem ser iniciadas as ações preventivas de forma a 
minimizar a probabilidade de que as exposições a agentes ambientais ultrapassem os limite de 
exposição. Estes níveis de ação estão definidos na NR-09, do MTE. 
Limite de Tolerância – Média Ponderada – Na tabela limite de tolerância não tem a coluna valor 
teto assinalada, representa a concentração média existente durante a jornada de trabalho, podendo-
se ter valores acima do limite fixado, desde que sejam compensados com valores abaixo deste, 
acarretando uma média ponderada igual ou inferior ao limite de tolerância. 
No entanto, estas oscilações para cima não podem ser indefinidas, devendo respeitar um valor 
máximo que não pode ser ultrapassado. 
Valor Máximo (VM) – É obtido através da equação VM = LT x FD, onde FD = fator de desvio 
(tabelado), de acordo com o limite de tolerância (LT). 
O valor máximo é calculado para as substâncias que não possuam valor teto. 
O valor máximo de concentração não poderá ser excedido em momento algum da jornada de 
trabalho; caso ocorra a situação será considerada de risco grave e iminente. 
 Quadro nº 2 – Anexo 11 da Portaria 3214 
L.T. (Limite de Tolerância em ppm ou mg/m
3
) F.D. (Fator de Desvio) 
0 a 1 3 
1 a 10 2 
10 a 100 1,5 
100 a 1000 1,25 
Acima de 1000 1,1 
O anexo 13, da NR 15, que estabelece os limites de tolerância para cada uma das substâncias, de 
acordo com a gravidade dos efeitos que cada uma delas poderá causar no organismo humano. 
Além disso, define, as condições de riscos grave e iminente, sempre que os valores máximos sejam 
ultrapassados, permitindo a Delegacia Regional do Trabalho interditar o local de trabalho. 
Exercícios resolvidos 
1)Ao se avaliar a concentração de amônia (LT=20 ppm) num local de trabalho, verificou-se que o 
trabalhador fica exposto: 3 horas a 10 ppm e 5 horas a 25 ppm. O limite de tolerância foi 
ultrapassado? 
Resolução : 
Concentração Média : valor da concentração x horas + ....... 
 8 horas de trabalho 
Concentração Média : 10x3 + 25x5 = 19,3 
 8 
Amônia = 20 ppm (limite de tolerância) 
Valor Máximo = LT x FD 
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17 
 = 20 x 1,5 = 30 ppm 
A maior concentração obtida é de 25 ppm, inferior ao valor máximo. 
Como nem o limite fixado e nem o valor máximo foram ultrapassados, pode-se afirmar que o limite 
de tolerância foi respeitado. 
2)Transformar 10 ppm de benzeno (C6 H6 ) em mg/m
3
 
Dados: peso atômico C = 12 g/mol 
 H= 1 g/mol 
PM= 12x6 + 6x1 = 78 g 
mg/m
3
 = 10 x 78 = 31,9 
 24,45 
2. AGENTES FÍSICOS 
 
RUÍDO 
Conceitos e parâmetros básicos 
a) Som 
O som é qualquer vibração ou conjunto de vibração ou ondas mecânicas que podem ser ouvidas. 
Na higiene ocupacional, costuma-se denominar barulho como todo o som indesejável; o barulho e o 
ruído são interpretações subjetivas e desagradáveis de um som. 
Para a vibração ser ouvida, é necessário que a freqüência do som situe-se entre 16 a 20.000 Hz, e 
a variação de pressão sonora provocada pela vibração atinja o limiar de audibilidade (2 x IO
-5
 N/m
2
). 
b) Ruído 
 
Do ponto de vista de Higiene do Trabalho: 
 
"O ruído é o fenômeno físico vibratório com características indefinidas de variações de pressão (no 
caso ar) em função da freqüência, isto é, para uma dada freqüência podem existir, em forma 
aleatória através do tempo, variações de diferentes pressões." 
 
Essa é uma situação real e freqüente, daí se utilizar a expressão ruído, "mas que não 
necessariamente significa sensação subjetiva do barulho". Ex.: choro da criança. 
c) Nível de pressão sonora — Decibel 
 
O nível de pressão sonora determina a intensidade do som e representa a relação do logaritmo 
entre a variação da pressão (P) provocada pela vibração e a pressão que atinge o limiar de 
audibilidade. Por meio de pesquisas realizadas com pessoas jovens, sem problemas auditivos, foi 
revelado que o limiar de audibilidade é de 2 x 10
-5
 N/m
2
 ou 0,00002 N/m
2
. Desse modo, 
convencionou-se este valor como sendo O (zero) dB, ou seja, o nível de pressão de referência 
utilizado pêlos fabricantes dos medidores de nível de pressão sonora. Quando a pressão sonora 
atinge o valor de 200 N/m
2
, a pessoa exposta começa a sentir dor no ouvido (limiar da dor), sendo 
este valor correspondente a 140 dB. 
A determinação do nível de pressão sonora é feita através de uma relação logarítmica, conforme a 
equação a seguir: 
NPS = 10 log P
2
 / P0
2
 
Onde: P é a raiz média quadrática (rms) das variações dos valores instantâneos da pressão sonora. 
P0 = Pressão de referência que corresponde ao limiar de audibilidade (2 x 10
-5
 N/m
2
). 
Se for aplicada à fórmula o valor de 2 x 10
-3
 N/m
2
 (constante) ela poderá também ser expressa da 
seguinte maneira: 
nps= 20 log p + 94 
d) Freqüência do som 
A freqüência do som corresponde ao número de vibrações na unidade de tempo. Assim, uma 
vibração completa ou ciclo sobre seu tempo de duração, por exemplo, de 0,01 segundo é igual a: 
F = 1 ciclo ou vibração completa = 100 ciclos ou Hertz 
 0,01 segundo segundo 
 
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18 
 
 
 
 
e) Nível de intensidade sonora e nível de potência sonora 
Além do nível de pressão sonora, outros parâmetros 
como o nível de intensidade e potência sonora são utilizados em acústica para especificar o ruído 
de equipamentos, cálculos de isolamento, e estimativa de ruído que uma fonte produz a uma 
determinada distância. 
O nível de intensidade sonora, também expresso em dB, é igual a NIS =10 log l / In, onde l = a 
intensidade sonora em um ponto específico e a quantidade média de energia sonora transmitida 
através de uma unidade de área perpendicular à direção de propagação do som. O nível de 
intensidade sonora expresso em dB é igual a: 
IØ= Intensidade de referência igual a 10
-12
 Watt/m
2
 
Já o nível de potência sonora, também expresso em dB, é igual a: 
NWS= 10 log W / WØ 
Onde: 
W = Potência sonora da fonte em watts e representa a quantidade de energia acústica produzida 
por uma fonte sonora por unidade de tempo. 
WØ = Potência sonora de referênciaigual a 10
-12
 watts. 
f) Nível de decibel compensado ou ponderado 
O ouvido humano responde de forma diferente nas diversas freqüências, portanto, ouvir um som em 
3000 Hz a sensação é diferente de ouvi-lo a 500 Hz. Desse modo, com base em estudos de nível 
de audibilidade, foram desenvolvidas as curvas de decibéis compensados ou ponderações nas 
freqüências A, B, C e D, de forma que simulem a resposta do ouvido. Estas curvas de compensação 
foram padronizadas internacionalmente e introduzidas nos circuitos elétricos dos medidores de nível 
de pressão sonora. A figura que se segue mostra as curvas de compensação: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pelo gráfico, observa-se que um som de 100 dB emitido numa freqüência de 50 Hz, quando 
compensado pelas curvas, fornecerá as seguintes leituras no medidor de nível de pressão sonora: 
Curva ―A‖ – 70 dB 
Curva ―B‖ – 82,0 dB 
Curva ―C‖ – 99 dB 
Curva ―D‖ – 86,0 dB 
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19 
As normas internacionais e o Ministério do Trabalho adotaram a curva de compensação ―A‖ para 
medições de níveis de ruído contínuo e intermitente, devido à sua maior aproximação à resposta do 
ouvido humano. 
O circuito "A" aproxima-se das curvas de igual audibilidade para baixos Níveis de Pressão Sonora; 
o circuito "B" para médios Níveis de Pressão Sonora; e o circuito "C" para Níveis de Pressão 
Sonora mais altos. Hoje, entretanto, somente o circuito "A" é largamente usado, uma vez que os 
circuitos "B" e "C" não tiveram boa correlação em testes subjetivos. Uma curva especializada, a 
compensação "D", foi padronizada para medições em aeroporto. 
g) Incremento de duplicação da dose 
O incremento em decibéis é quando o acréscimo a um determinado nível implica a duplicação da 
dose de exposição ou redução pela metade do tempo máximo de exposição (NHO - 01 — 
Fundacentro). Exemplo: Na NR-15, Anexo l, o incremento de duplicação é igual a 5 (cinco). 
h) Dose equivalente de ruído ou efeitos combinados 
Quando a exposição ao ruído é composta de dois ou mais períodos de exposição de diferentes 
níveis, devem ser considerados seus efeitos combinados, ao invés dos efeitos individuais (NR-15, 
Anexo l, item c). Este efeito combinado ou dose equivalente é calculado através da soma das 
seguintes frações: 
C1 / T1 + C2 / T2 + C3 / T3 ... Cn / Tn 
Onde: 
Cn = Tempo total de exposição a um nível específico. 
Tn = É a duração total permitida a esse nível, conforme limites estabelecidos no Anexo l da NR-15. 
O resultado obtido não pode exceder a 1 (um). 
Os efeitos combinados podem ser obtidos com maior precisão utilizando-se o audiodosímetro, o 
qual indica a dose em percentual, assim, o limite será excedido quando esta for superior a 100%. 
A dose ou efeito combinado pode ser obtida também com o medidor de NPS. Entretanto, neste 
caso, o procedimento é bem trabalhoso, pois é necessário estimar ou cronometrar com exatidão os 
tempos de exposição a cada nível. 
i) Nível equivalente de ruído 
Com base na dose, obtém-se o nível equivalente de ruído. Este nível apresenta a exposição 
ocupacional do ruído durante o tempo de medição e representa a integração dos diversos níveis 
instantâneos de ruído ocorridos nesse período. A NR-15 considera o incremento de duplicação igual 
a 5 (q = 5), isto é, a cada incremento de 5 dB no nível equivalente, dobra a equivalência de energia 
e, conseqüentemente, o risco de dano auditivo. Assim, a equação que representa o critério adotado 
pela NR-15 é a seguinte: 
Leq = 100 + 16,61 x log D/T 
Onde: 
D = Dose equivalente em fração decimal, ou seja, o valor obtido no audiodosímetro deve ser 
dividido por 100. 
T = Tempo de medição. 
LEQ = Nível equivalente de ruído. 
Ruído contínuo e intermitente 
Segundo a NR-15 da Portaria n. 3.214 e a norma da Fundacentro, o ruído contínuo ou intermitente é 
aquele não classificado como impacto. Do ponto de vista técnico, ruído contínuo é aquele cujo NPS 
varia 3 dB durante um período longo (mais de 15 minutos) de observação. Exemplo: 
o ruído dentro de uma tecelagem. Já o ruído intermitente é aquele cujo NPS varia de até 3 dB em 
períodos curtos (menor que 15 minutos e superior a 0,2 segundos). Entretanto, as normas não 
diferenciam o ruído contínuo ou intermitente para fins de avaliação quantitativa desse agente. 
l) Ruído de impacto ou impulsivo 
A NR-15, Anexo II, da Portaria n. 3.214 define ruído de impacto como picos de energia acústica de 
duração inferior a 1 (um) segundo, a intervalos superiores a 1 (um) segundo. 
Quando se utiliza a instrumentação específica pela norma ANSI S1.4, S1.25 ou IEC 804, o ruído 
impulsivo ou de impacto é automaticamente incluído na medição. A única exigência é que a faixa de 
medição seja de 80 a 140 dB(A), e que a faixa de detecção de pulso seja de, no mínimo, 63 dB(A). 
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20 
Não deve ser permitida nenhuma exposição para ouvidos desprotegidos a níveis de pico acima de 
140 dB, medidos no circuito de compensação C. Se a instrumentação não permite a medição de 
pico no circuito C, uma medição linear com o nível de pico abaixo de 140 dB pode ser usada para 
implicar que o nível de pico ponderado no circuito C está abaixo de 140 dB. 
m) Espectro sonoro 
A faixa audível de freqüência situa-se entre 16 e 2000 Hz, sendo inúmeras as possibilidades de 
distribuição da energia sonora na referida faixa. Daí a necessidade de se avaliar as freqüências em 
certos tipos de avaliação de ruído. A análise desta distribuição de nível de pressão sonora na faixa 
de freqüência é muito importante para determinar a nocividade do ruído e os meios adequados de 
controle. 
Para realizar a análise de freqüência, a faixa audível pode ser dividida em bandas de oitava, terça 
de oitava e meia oitava, faixa de percentagem, faixa de largura constante, entre outras, sendo a 
banda de oitava a mais usada na higiene ocupacional. 
Efeitos do ruído sobre o organismo 
O ruído contribui para distúrbios gastrointestinais, distúrbios relacionados com o sistema nervoso 
(por exemplo: irritabilidade, nervosismo, vertigens, etc.). Um ruído intenso e súbito acelera o pulso, 
eleva a pressão arterial, contrai os vasos sanguíneos, contrai os músculos do estômago, dentre 
outras alterações. 
Há pessoas que se adaptam ao ruído, e aparentemente este não interfere na sua habilidade manual 
e mental. Outras há, porém, que são extremamente sensíveis a este agente, sofrendo alterações 
diversas em local muito ruidoso. O que ocorre normalmente com aqueles que são extremamente 
sensíveis é que, após uma fase inicial de adaptação ao ruído, durante a qual vários sintomas se 
fazem sentir, não sofrem mais alterações de ordem geral no organismo. 
Quanto ao ruído na comunidade, é altamente indesejável, principalmente em zonas residenciais, 
junto a escolas, clínicas, etc. Um dos aspectos é a sua interferência com o sono, pois um repouso 
tranquilo é necessário para o bem-estar físico e mental. 
Efeitos do ruído sobre o aparelho auditivo 
a) Ruptura do tímpano 
Pode ocorrer a ruptura do tímpano por deslocamento de ar muito forte, como o resultante de uma 
explosão, ou outros ruídos de impacto violento. A ruptura desta membrana que separa o ouvido 
externo do ouvido médio é por causa da variação brusca e relativamente acentuada de pressão. É 
geralmente reversível, pois o tímpano, na maioria dos casos, cicatriza-se normalmente. A situação 
pode tornar-se mais grave se houver complicações, como, por exemplo, infecção no ouvido médio. 
Quanto aos níveis que causam ruptura do tímpano, não existe um limiteexalo, pois a 
susceptibilidade individual é fator importante. Na maioria dos casos, níveis de 120 dB causam uma 
sensação de extremo desconforto; a 130 dB há sensação de prurido no ouvido com início de dor; e 
a 140 dB há distinta sensação de dor nos ouvidos. Daí em diante pode ocorrer ruptura do tímpano, 
muito provável a 150 ou 160 dB. Têm havido casos raros de deslocamento dos ossículos do ouvido 
médio como resultado de explosões violentas. 
b) Perda de audição por trauma sonoro 
A perda de audição, resultante de exposição a níveis elevados de ruído, ou seja, por trauma sonoro, 
pode ser temporária ou permanente. 
Quando a diminuição da capacidade auditiva ou hipoacusia for temporária, o indivíduo 
gradualmente recupera sua audição. O mecanismo da surdez temporária não é bem conhecido, é 
como uma fadiga auditiva. Um nível de ruído que causa alterações na capacidade auditiva deve ser 
considerado como uma possível ameaça de surdez profissional. 
A surdez permanente por trauma sonoro ocorre pela destruição das células sensoriais do órgão de 
corti, sendo, portanto, uma surdez de percepção. 
Essa perda de audição, que é irreversível, pode atingir proporções tais que incapacitem o indivíduo 
para a comunicação oral. 
Pode ocorrer que um trauma violento, como o resultado de uma explosão, cause destruição 
imediata das células ciliadas do órgão de corti o que, no entanto, é extremamente raro. O mais 
frequente é um processo gradativo. As perdas de audição por trauma sonoro caracterizam-se por 
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21 
iniciarem na faixa de frequência entre 3000 cps e 6000 cps, mais frequentemente 4000 cps. O início 
de um processo de surdez profissional pode ser constatado por meio de um exame audiomé-trico; a 
perda de audição ao redor de 4000 cps aparece no audiogra-ma com um formato característico, por 
isso sua denominação de "gota acústica". 
Como, em casos de surdez profissional, as perdas começam em frequência acima daquelas 
indispensáveis para a voz humana, o indivíduo inicialmente não percebe problema algum. Depois 
começa uma dificuldade de ouvir sons agudos. Quando a perda começa a afetar as frequências 
indispensáveis para a conversação é que o indivíduo passa a sentir dificuldades, que se tornam 
cada vez mais sérias, até a surdez quase total, se não houver afastamento da exposição. Poderá 
haver sintomas colaterais como zumbido nos ouvidos, reprodução do ruído industrial após sua 
cessação, insónia e, raramente, dor. 
Instrumentos de medição 
a) Medidor de nível de pressão sonora 
A NR-15, Anexo l, estabelece que os níveis de ruído contínuo ou intermitente devem ser medidos 
em decibéis (dB), com o instrumento de nível de pressão sonora operando no circuito de 
compensação "A" e no circuito de resposta lenta. Já a ACGIH recomenda que o nível de pressão 
sonora deve ser determinado por um medidor de nível de pressão sonora ou dosímetro que atenda, 
no mínimo, às especificações para medidores de nível de som S1.4/1983, S2A ou para dosímetros 
individuais de ruído, ambos da American national Standards Institute (ANSI). O medidor do nível de 
pressão sonora determina o nível instantâneo de ruído; e os intrumentos mais modernos possuem 
analisador de freqüência integrado, conforme mostra a figura que se segue: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
b) Analisador de freqüência 
 
Este instrumento é útil para determinar-se as freqüências do ruído e, conseqüentemente, verificar se 
o NPS concentra-se nas freqüências onde a resposta subjetiva ao ruído é maior (2000 a 5000 Hz). 
Além disso, a análise de freqüências onde a resposta subjetiva permite especificar os isolamentos 
acústicos e calcular a atenuação dos protetores auriculares. 
c) Audiodosímetro (medidor integrado de uso pessoal) 
Quando há exposição diária a diferentes níveis de ruído, devem ser considerados os efeitos 
combinados, ao invés dos efeitos individuais de cada um deles. 
A determinação da dose ou efeito combinado e o nível equivalente de ruído deve ser feita, 
preferencialmente, por meio de medidores integrados de uso pessoal (dosímetros de ruído). Este 
equipamentos deve ser configurado de acordo com as exigências do critério estabelecido na NR-15, 
ou seja, jornada de trabalho 8 (oito) horas dose 100% ou 1 para 85 dB(A) e incremento igual a 5. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Medidor de nível de pressão 
sonora integrado com 
analisador de freqüência. 
Audiodosímetro 
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d) Calibrador acústico 
Os instrumentos de medição devem ser calibrados antes e depois da medição. Parar tanto, utiliza-
se uma fonte-padrão que emite som na freqüência de 1000Hz. Esse instrumento, ao ser ajustado no 
microfone do medidor, apresenta o nível de pressão sonora de 94 dB, 114 dB ou outro valor, de 
acordo com a marca do calibrador. Se o valor apresentado for diferente do padrão, o medidor 
poderá ser ajustado. A figura 3 lustra o calibrador acústico: 
 
 
 
 
 
Limite de tolerância 
 
O item 15.1.5, NR-15, da Portaria n.3.214 define com o limite de tolerância a concentração ou 
intensidade máxima oi mínima relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que 
não causará dano à saúde do trabalhador durante sua vida laboral. Já a American Conference of 
Governmental Industrial Hygienists – ACGIH estabelece que o limite de tolerância visa a proteger a 
maioria da população, de forma que a perda auditiva média produzida pelo ruído nas freqüências de 
500, 1000 e 3000 Hz, durante 40 (quarenta) anos de exposição, não exceda a 2 dB. Assim, os 
valores dos limites de tolerância são referenciais para um programa de conservação auditiva. 
Conseqüentemente, o limite de tolerância representa as condições sob as quais se acredita que a 
maioria dos trabalhadores expostos repetidamente não sofra efeitos adversos à sua capacidade de 
ouvir e entender uma conversação normal (ACGIH). 
A NR-15 definiu como ruído contínuo ou intermitente aquele eu não seja de impacto. Para o ruído 
contínuo ou intermitente, a NR-15, Anexo I, fixa para cada nível de pressão sonora o tempo diário 
máximo permitido. Os limites de tolerância e a metodologia de avaliação da NR-15 estão transcritos 
a seguir 
Limite de tolerância para ruídos continuo ou intermitente 
Nível de Ruído dB (A) Máxima Exposição Diária Permissível 
85 8 horas 
86 7 horas 
87 6 horas 
88 5 horas 
89 4 horas e 30 min 
90 4 horas 
91 3 horas e 30 minutos 
92 3 horas 
93 2 horas e 40 minutos 
94 2 horas e 15 minutos 
95 2 horas 
96 1 hora e 40 minutos 
98 1 hora e 15 minutos 
100 1 hora 
102 45 minutos 
104 35 minutos 
Calibrador acústico 
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23 
105 30 minutos 
106 25 minutos 
108 20 minutos 
110 15 minutos 
112 10 minutos 
114 8 minutos 
115 7 minutos 
1) Entende-se por ruído contínuo ou intermitente, para os fins de aplicação de limites de tolerância, 
o ruído que não seja ruído de impacto. 
2) Os níveis de ruído contínuo ou intermitente devem ser medidos em decibéis (dB) com 
instrumento de nível de pressão sonora operando no circuito de compensação "A" e circuito de 
resposta lenta (slow). As leituras devem ser feitas próximas ao ouvido do trabalhador. 
3) Os tempos de exposição aos níveis de ruído não devem exceder os limites de tolerância fixados 
no Quadro deste anexo. 
4) Para os valores encontrados de nível de ruído intermediário, será considerada

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