Buscar

Plano de Aula 1 Un. I aula 01 Introdução ao Dir. Proc. do Trabalho alunos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Unidade I
Introdução ao Direito Processual do Trabalho
	Plano de Aula 01
	Aula 01
	Conceito e evolução histórica
	Aula 01
I – CONCEITO:
● [...] conjunto destinado a regular a atividade dos órgão jurisdicionais na solução dos dissídios, individuais ou coletivos, entre os trabalhadores e empregadores
(MARTINS, Sérgio Pinto. Direito Processual do Trabalho, 15.ª ed. São Paulo: Atlas, 2001, p. 44)
● É o processo do trabalho formado de atos que se encadeiam sob a regência de princípios e normas legais, objetivando a aplicação da lei ao conflitos submetido à Justiça.
(SAAD, Eduardo Gabriel e Outros. Curso de Direito Processual do Trabalho, 5.ª ed. São Paulo: LTr, 2007)
● O ramo da ciência jurídica, constituído por um sistema de normas, princípios, regras e instituições próprias, que têm por objeto promover a pacificação justa dos conflitos decorrentes das relações de emprego e de trabalho, bem como regular o funcionamento dos órgãos que compõem a justiça do trabalho.
(LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho, 5.ª ed. São Paulo: LTr, 2007)
O processo, em verdade, caracteriza-se como um instrumento valioso para a solução do conflito de interesses a ser empreendida pelo Estado-Juiz.
Procedimento não é a mesmo coisa que processo. Procedimento é a simples seqüência de atos.
O sistema processual brasileiros tem três objetivos básicos e bem delineados:
► SOCIAL: PACIFICAÇÃO DOS CONFLITOS COM JUSTIÇA E SEGURANÇA JURÍDICA;
► POLÍTICO: PARTICIPAÇÃO DO CIDADÃO NOS CENTROS DE PODER E REALIZAÇÃO DE UM PROCESSO JUSTO (escopo do Estado Democrático de Direito);
► JURÍDICO: TUTELA DOS DIREITOS MATERIAS, MORMENTE OS FUNDAMENTAIS. 
O Direito Processual do Trabalho é pois o conjunto princípios e normas que objetivam regular o processo, as atividades das partes que o integram e o órgão jurisdicional (inclusive no tocante aos seus agentes).
I.1 – Competência para legislar:
De acordo com o disposto no art. 22, inciso I da CF, é de competência privativa da União, legislar sobre Direito Processual do Trabalho.
II – EVOLUÇÃO HISTÓRICA:
Antes de estudarmos o Direito Processual do Trabalho, há necessidade de uma digressão histórica acerca do termo trabalho, que deriva do latim “tripaliare”, cujo significado é martirizar com o “tripalium”.
O Direito Processual do Trabalho, tem suas raízes históricas na evolução do trabalho e suas condições, ao longo dos séculos. Isso porque, no início o trabalho era desenvolvido por ESCRAVOS, posteriormente surgiram as CORPORAÇÕES DE OFÍCIOS, depois veio a LOCAÇÃO, todas formas de trabalho da sociedade pré-industrial. 
Com o advento da sociedade industrial, o trabalho sofre profundas transformações, decorrentes, principalmente das péssimas condições de trabalho e da escassez de direitos trabalhistas mínimos, a fim de conferir condições dignas ao laborar da classe operária/obreira, dando origem a fortes clamores sociais, os quais promoveram transformações no mundo jurídico, especialmente no que tange à seara trabalhista, motivando o surgimento da Doutrina Trabalhista, com abordagem tanto no campo do direito material, quanto no campo do direito processual.
II.1 – NO EXTERIOR:
Antes de estudarmos a evolução histórica do Direito Processual do Trabalho no Brasil, faremos uma abordagem acerca dessa evolução em outros países, a fim de traçarmos um comparativo. 
II.1.1. – Da evolução histórica do Direito Processual do Trabalho na FRANÇA:
Inicialmente os conflitos de interesses entre trabalhadores e empregadores eram solucionados pelos chamados Conselis Prud’hommes. Já os dissídios coletivos de trabalho eram solucionados pela via da arbitragem.
Com a extinção dos Conselis Prud’hommes em 1.426, as questões que lhe eram submetidas passaram a ser examinadas pelos Tribunais Comuns. No entanto, em 1.803 foi facultado ao Prefeito de Paris solucionar os conflitos existentes entre industriais e seus operários, com base no Código Municipal e de Polícia.
Em 1.806, por intervenção de Napoleão Bonaparte, foram retomados os Conselis Prud’hommes. Todavia, somente a partir de 1.848 é que os trabalhadores passaram a fazer parte dos referidos Conselhos.
Esse sistema de solução de conflitos entre empregados e empregadores, mantêm-se até os dias de hoje, com modificações no que tange à sua composição e demais questões inerentes ao seu próprio funcionamento.
No que tange aos dissídios coletivos, a partir de 1936 passam a ter suas resoluções por meio de processos de conciliação e arbitragem. Sendo que a arbitragem passou a ser facultativa a partir de 1.950. Cabe à Corte Superior de Arbitragem julgar os recursos interpostos às sentenças arbitrais.
II.1.2. – Da evolução histórica do Direito Processual do Trabalho na ALEMANHA:
O modelo alemão é parecido com o nosso, com Tribunais Industriais com competência para solucionar conflitos individuais e coletivos trabalhistas. A competência desses tribunais foi estendida, também, para os dissídios individuais e coletivos advindos do comércio.
Em 1934, por meio da Carta do III Reich surge a arbitragem com interferência estatal, como forma de solucionar os conflitos de interesse decorrentes do trabalho. Neste mesmo período surgem os Tribunais do Trabalho: de 1ª. Instância, de Apelação e do Reich. 
Atualmente os conflitos trabalhistas são resolvidos por:
• Tribunais do Trabalho - Arbeitsgerichte;
• Tribunais Regionais do Trabalho - Landesarbeitsgerichte;
• Tribunal Federal do Trabalho - Bundesarbeitsgerichte;
• Superior Tribunal Constitucional.
A Alemanha possui um Código de Processo de Trabalho, mas sua utilização é feita de maneira subsidiária ao Código de Processo Civil Alemão.
II.1.3. – Da evolução histórica do Direito Processual do Trabalho na ITÁLIA:
Semelhante aos Conselhos franceses, em 1878 fora criados na Itália os Conselhos de Probiviri. Da decisão proferida por esses Conselhos cabiam 2 tipos de recursos: um para o Juiz de Paz da cidade e outro para a Corte de Cassação.
Em 1927 surge a Carta del Lavoro�, que estatuía que a magistratura trabalhista era função do Estado, denotando seu forte apelo corporativista.
Atualmente os dissídios individuais são julgados por juízes togados, que aplicam o Código de Processo Civil Italiano. Já os dissídios coletivos são solucionados por meio de greves, convenções coletivas de trabalho, arbitragem e mediações.
II.1.4. – Da evolução histórica do Direito Processual do Trabalho no MÉXICO:
A história do direito processual do trabalho no México começa em 1914, quando a Lei Aguirre Berlanga institui as Juntas Municipais, de cuja decisão não cabia recurso.
Em 1915 foram criados os Conselhos de Conciliação e o Tribunal de Arbitragem, sistema que prevaleceu até 1917, quando foi promulgada a Constituição Mexicana, que é considerada a primeira do mundo a abarcar o conceito do constitucionalismo social, que em seu art. 123 estabeleceu que os conflitos entre capital e trabalho deveriam se sujeitar a decisão de uma Junta de Conciliação e Arbitragem.
A Lei Federal do Trabalho de 1972/73� estabeleceu a organização Justiça do Trabalho mexiacana.
II.1.5. – Da evolução histórica do Direito Processual do Trabalho na GRÃ-BRETANHA:
No direito britânico as contendas trabalhistas são julgadas da seguinte forma:
• pelos Industrial Tribunals: órgãos de 1ª. instância, criados em 1964, cuja amplitude em matéria trabalhista se deu no ano seguinte, sendo que em 1971 sua competência foi limitada ao julgamento de contendas advindas da despedida imotivada;
• pelos Employment Appeal Tribunals - EATs: órgãos de 2ª. instância, que não reexaminam as matérias de fato, apenas de Direito.
Os tribunais trabalhistas da Grã-Bretanha possuem representação paritária, sendo que seus juízes não pertencem a um determinado tribunal, podendo ser convocados conforme a necessidade, quando então julgam os casos que estão naquela pauta.
II.1.6. – Daevolução histórica do Direito Processual do Trabalho nos ESTADOS UNIDOS:
Nos Estados Unidos existem poucas leis trabalhistas, posto que o sistema norte-americano privilegia o acordo entre sindicatos e empresas.
Os conflitos coletivos de trabalho são solucionados por árbitros. Isso também ocorre quanto aos conflitos individuais de trabalho, só que neste caso a arbitragem, geralmente, é patrocinada pelos sindicatos. Somente em caso de não haver acordo é que o Judiciário é acionado, no entanto, tal situação é rara.
� Assim estatuía a Carta del Lavoro:
[...] A magistratura do Trabalho é o órgão com o qual o Estado intervém regulando as controvérsias do trabalho, sejam as referentes à observância dos acordos ou outras normas existentes, sejam as que versem sobre a determinação de novas condições de trabalho.
� Data informada por Sérgio Pinto Martins in Direito Processual do Trabalho, LTr, 2001, p. 37.
Prof. Luiz Augusto Bellini�E-mails: � HYPERLINK "mailto:luizaugusto.bellinilessa@gmail.com.br" ��luizaugusto.bellinilessa@gmail.com���

Outros materiais