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Plano de Aula 3 Un. IV aula 01 Competência conceitos e ações decorr relação emprego alunos

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Unidade IV
Competência da Justiça do Trabalho
	Plano de Aula 3
	Considerações importantes e Competência para as ações decorrentes da relação de emprego
	Aula 01
I. CONCEITO DE COMPETÊNCIA: 
Antes de conceituarmos COMPETÊNCIA, precisamos entender o que vem a ser JURISDIÇÃO.
Etimologicamente podemos dizer que JURISDIÇÃO é “dizer o direito”.�
Assim sendo, podemos dizer que JURISDIÇÃO se configura como a função do Estado de empreender a Justiça, ou ainda, “função pública de fazer justiça”.�
A doutrina moderna tem entendido que a COMPETÊNCIA é a medida da JURISDIÇÃO�, ou seja, a jurisdição é o todo, do qual a competência é uma parte.
Feito este esclarecimento inicial acerca da JURISDIÇÃO, podemos definir o que é COMPETÊNCIA. Neste particular, conceitua-la como a medida da jurisdição de cada órgão judicial, ou dizer que “é a competência que legitima o exercício do poder jurisdicional.”�
II. A NOVA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO ANTE AS INOVAÇÕES EMPREENDIDAS PELA EC 45/2004: 
Antes da EC nº. 45/2004, o art. 114 da CRFB estabelecida que seria da competência da Justiça do Trabalho: “ processar e julgar os dissídios individuais e coletivos, entre trabalhadores e empregadores, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta”.
Ocorre que a referida Emenda Constitucional empreendeu significativa modificação na Competência da Justiça do Trabalho, conforme explicitado nos sub-itens a seguir.
II.1. A COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA: 
LEITE destaca que a competência material tem a ver com a: “natureza da relação jurídica material deduzida em Juízo” .�
A doutrina e a jurisprudência têm entendido que a causa de pedir e o pedido definem a competência material da Justiça do Trabalho.
Na forma do disposto no art. 337, II do Novo CPC, em caso de incompetência absoluta (em razão da matéria), esta deve ser declarada ex officio pelo Juiz, a qualquer tempo. Entretanto, cabe ao réu alegá-la em sede de preliminar de contestação.
II.1.1. AÇÕES DECORRENTES DA RELAÇÃO DE EMPREGO: 
Trata-se da competência material original da Justiça do Trabalho, qual seja aquele inerentes ao julgamento dos conflitos de interesses decorrentes da relação de emprego, ou seja, as questões controvertidas decorrentes e/ou subjacentes ao vínculo empregatício.
A) DANOS MORAIS E MATERIAIS: 
As ações de dano moral derivadas da relação de emprego, são de competência da Justiça do trabalho. Isso já estava definido antes mesmo da EC 45/2004. 
B) ACIDENTE DE TRABALHO: 
Antes da EC 45/2004, seguindo orientação do STF, as ações fundadas em acidente de trabalho eram julgadas na Justiça Comum.
Esse entendimento, no entanto, foi alterado, em virtude da nova redação dada a art. 114 da CRFB, com o advento da EC 45/2004.
Essa nova regra de competência, tem como marco temporal: 30/12/2004 (com vigência a partir de 02/01/2005), data em que entraram em vigor as inovações trazidas pela EC 45/2004, antes disso, a competência é da Justiça Comum, caso já tenham sido proferidas sentenças nos processos acidentários.
C) FGTS: 
O TST já havia firmado entendimento de que a competência para processar e julgar ações relativas ao levantamento do depósito do FGTS era da Justiça do Trabalho, após o trânsito em julgado da decisão proferida em processo trabalhista, quando a EC 45/2004 entrou em vigor. Nas demais ações, até então a Justiça Trabalhista era incompetente.
O entendimento em destaque decorria da Súmula nº. 176 do TST, que foi cancelada pela Resolução nº. 130/2005 do mesmo Tribunal. Esse cancelamento poderia levar a crer que a competência de ações relativas ao FGTS, de um modo geral, seria da Justiça do Trabalho, em virtude das inovações trazidas pela EC 45/2004.
Todavia, o que vem prevalecendo a nível jurisprudencial e doutrinário é que a competência da Justiça Especializada laboral, para ações relativas ao FGTS É LIMITADA, na forma do detalhado no quadro abaixo:
	Competência
	Justiça do Trabalho
	Justiça Comum
	Levantamento de FGTS em decorrência de ação trabalhista que contemple, como um de seus pedidos o inerente à parcela fundiária → COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO.
	Levantamento de FGTS → (questão não atrelada ao contrato de trabalho) → COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM ESTADUAL.
D) DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS E FISCAIS: 
Com as inovações trazidas pela EC 45/2004, a Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar: EXECUÇÃO EX OFFICIO das CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS previstas no ART. 195, I, “A” e II da CRFB, com os devidos acréscimos, decorrentes das sentenças proferidas.
Esse entendimento se encontra consubstanciado tanto no art. 114, inciso VIII da CRFB, quanto no art. 876 da CLT e na Súmula nº. 368 do TST.
\
No tocante aos DESCONTOS FISCAIS, a Corregedoria-Geral da Justiça do Trabalho editou provimentos determinando a RETENÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA NA FONTE e CONTRIBUIÇÕES DEVIDAS PELO TRABALHADOR AO INSS (PROVIMENTOS 02/1993, 01/1996, 01/1997 e 02/2005).
E) CRIMINAL: 
Há divergência doutrinária acerca da competência criminal da Justiça do Trabalho, sendo que alguns entendem que quando na análise de uma dada questão, o juiz trabalhista se deparar com um problema criminal, deve solucioná-lo. Já para outros, a Justiça do Trabalho não tem competência criminal alguma. 
CARLOS HENRIQUE BEZERRA LEITE, entende que a Justiça do Trabalho poderia ter competência criminal, “se nos termos do inciso IX, do art. 114 da CF, houver lei dispondo em tal sentido”�. 
Importante destacar que o inciso IX do art. 114 da CRFB teve sua eficácia suspensa, em decorrência da ADI 3.684-0 de 2006.
� SAAD, Eduardo Gabriel e Outros. Curso de Direito Processual do Trabalho, p. 299, LTr, 2007. 
� Idem.
� GRINOVER, CINTRA e DINAMARCO. Teoria Geral do Processo, RT, 1994, p. 226.
� LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho, p. 175, LTr, 2007.
� LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho, p. 184, LTr, 2011.
� LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho, 5.ª ed., p. 193, LTr, 2007.
Prof. Luiz Augusto Bellini�E-mails: � HYPERLINK "mailto:luizaugusto.bellinilessa@gmail.com.br" ��luizaugusto.bellinilessa@gmail.com� ou � HYPERLINK "mailto:Luiz.bellini@metodistaes.edu.br" ��luizaugusto@bellinilessa.adv.br� ��

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