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Densidade de uma Esfera Sólida Alice dos Santos Danyara Soares Silva Eduardo Gonçalves Farinha Luciano Pereira Fernandes Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul Núcleo de Ciências Exatas e Tecnológicas Curso de Licenciatura em Física Disciplina: Física Experimental A – Prof. Paulo César de Souza, M.Sc. Resumo. Com o intuito de encontrar a densidade do vidro, foi realizada uma série de medidas de massa e diâmetro de esferas sólidas regulares (bolas de gude). Através de cálculos e fórmulas pré-estabelecidas e teoria de erros encontramos os valores de desvios, erros e incertezas das medidas, volume e densidade dos corpos experimentais. Os dados foram analisados usando os procedimentos estatísticos usuais. Foi discutida a discrepância entre os valores experimentais e o calculado levando em conta as condições experimentais como também as aproximações no cálculo teórico. Palavras chave: medidas, densidade, física experimental. � Introdução A Física é uma ciência experimental quantitativa e como tal é uma ciência de medidas. A seguir serão apresentados os procedimentos e resultados obtidos da experiência realizada no laboratório de física básica da UEMS no dia 18/06/2007. Para este experimento foram definidos alguns objetivos para execução deste. Objetivo Determinar a densidade de uma esfera sólida regular com aplicação da Teoria de Erros. Objetivos específicos: Medir o diâmetro (3x), com o auxílio de um paquímetro analítico, e massa (1x), utilizando uma balança semi-analítica, de cada bolinha de vidro num total de 50 bolinhas; Calcular o valor médio e desvio padrão médio de cada série de medidas (diâmetro e massa), indicando também as incertezas percentuais; Calcular o valor médio e o desvio padrão do valor médio de todo o conjunto das grandezas diâmetro e massa. Indicando também as incertezas percentuais; Determinar a volume médio e a sua respectiva incerteza absoluta e percentual; Determinar a densidade da esfera e a sua respectiva incerteza absoluta e percentual. Informações teóricas A densidade () de qualquer substância é definida pela razão da massa pelo volume: massa m volume V Essa grandeza é muito importante na caracterização de várias substancias. O volume é determinado pela estrutura da substância em questão e, no caso de sólidos, determinado pela própria disposição da matéria. O volume de uma esfera é dado pela seguinte expressão: V r³ 1 D³ 3 6 onde r é o raio da esfera, D o diâmetro e é uma constante de dimensionalidade de objetos circulares. Nenhuma medida de qualquer grandeza física é exata. A acurácia (ou exatidão) e a precisão (número de algarismos significativos do valor medido) de um certo dado medido estarão sempre limitadas tanto pela sofisticação do equipamento utilizado, pela habilidade do sujeito que realiza a medida, pelos princípios físicos básicos tanto do instrumento de medida, quanto do fenômeno que gerou o experimento e o conhecimento que se tem sobre o valor "verdadeiro" da grandeza física. [1] Indicador Equação xm xm = 1 / N ∑x d² d² = (x – xm)² σ σ = √ ((1 / N – 1) * ∑ d² σx σx = σx / √ N irx irx = (σx / xm) %irx %irx = irx * 100 Vm Vm = 1/6 * π * D³ σnstr σnstr = εL / 2 σVm σVm = √ (σinstr² + σmedida²) σV σV=((π / 2) * Dm²) * σD irVm irVm = (σV / Vm) ρ ρ = mm / Vm irρ irρ=ρ√((σm / m)²+(3 * σD / D)) Valor médio ou Média aritmética (xm): A média aritmética simples também é conhecida apenas por média ou valor médio. É a medida de posição mais utilizada e a mais intuitiva de todas. Ela está tão presente em nosso dia-a-dia que qualquer pessoa entende seu significado e a utiliza com frequência. A média de um conjunto de valores numéricos é calculada somando-se todos estes valores e dividindo-se o resultado pelo número de elementos somados, que é igual ao número de elementos do conjunto, ou seja, a média de N números é sua soma dividida por N. Desvio quadrático (d²): A raiz do desvio quadrático é muitas vezes conhecida como variancia ou dispersão da distribuição de probabilidades. Desvio padrão (σ): O desvio-padrão é um indicador estatístico de volatilidade. Mede a dispersão de valores de uma amostra em torno da sua média. A dispersão é a diferença entre o valor de um determinado dado da amostra e a sua média. Incerteza ou Desvio padrão da medida ou erro da média (σx): O desvio padrão da média é o erro ou incerteza do valor médio. Incerteza relativa (ir): Chama-se incerteza relativa, ao valor do quociente entre a incerteza absoluta e o valor mais provável da medida. A incerteza relativa exprime-se por vezes em termos de percentagem e define então a chamada percentagem de erro, ou incerteza percentual. Incerteza relativa percentual (%ir): Volume médio (Vm): Incerteza do instrumento (σinstr): Erro padrão do volume médio (σVm): Incerteza do volume: Incerteza relativa do volume médio: Densidade (ρ): Incerteza da densidade (irρ): Segue abaixo algumas definições do Instituto de Pesos e Medidas de São Paulo [2]: Resultado de uma Medição: Valor atribuído a um mensurando obtido por medição; Indicação (de um Instrumento de Medição): Valor de uma grandeza fornecido por um instrumento de medição; Resultado Não Corrigido: Resultado de uma medição, antes da correção, devida aos erros sistemáticos; Resultado Corrigido: Resultado de uma medição, após a correção, devida aos erros sistemáticos; Exatidão de Medição: Grau de concordância entre o resultado de uma medição e um valor verdadeiro do mensurando; Repetitividade (de resultados de medições): Grau de concordância entre os resultados de medições sucessivas de um mesmo mensurando efetuadas sob as mesmas condições de medição; Reprodutibilidade (dos Resultados de Medição): Grau de concordância entre os resultados das medições de um mesmo mensurando efetuadas sob condições variadas de medição; Incerteza de Medição: Parâmetro, associado ao resultado de uma medição, que caracteriza a dispersão dos valores que podem ser fundamentadamente atribuídos a um mensurando; Erro (de Medição): Resultado de uma medição menos o valor verdadeiro do mensurando; Desvio: Valor menos seu valor de referência Erro Relativo: Erro da medição dividido por um valor verdadeiro do objeto da medição. Descrição experimental e procedimento Arranjo e procedimento experimental A equipe de colaboradores foi dividida em duas, sendo cada uma responsável pelas medidas e anotações de diâmetro e massa das bolinhas. Características de instrumentos e incertezas de leitura. Paquímetro analítico MITUTOYO, menor divisão do vernier = 0.05 mm; Balança semi-analítica MARTE (modelo AS 5500 C, Nº. de série (263258/2001) menor divisão = 0.01 g. Obs.: Temperatura ambiente = 23° C. Detalhes relevantes Foi notado, durante as medições de massa, que a balança utilizada é bastante sensível a influências externas, como por exemplo, a respiração e voz dos alunos próximos ao equipamento, o que podem gerar Erros de Perturbação do Meio [1]. Todas as massas e dimensões estão expressas em gramas (g) e centímetros (cm) respectivamente. Resultados e análise Dados medidos TABELA 3.1 – Leituras obtidas com paquímetro e balança N Diâmetro (cm) Massa (g) D1 D2 D3 m1 1 1,620 1,620 1,620 5,37 2 1,580 1,580 1,590 5,13 3 1,610 1,620 1,610 5,49 4 1,610 1,600 1,600 5,11 5 1,560 1,670 1,665 5,46 6 1,550 1,600 1,580 5,14 7 1,560 1,595 1,570 5,17 8 1,600 1,600 1,600 5,56 9 1,595 1,590 1,590 5,45 10 1,585 1,575 1,595 5,42 11 1,590 1,600 1,600 5,55 12 1,560 1,580 1,580 5,31 13 1,540 1,570 1,555 5,02 14 1,480 1,485 1,510 4,42 15 1,560 1,560 1,570 5,18 16 1,575 1,595 1,580 5,41 17 1,570 1,5801,595 5,26 18 1,520 1,565 1,565 5,01 19 1,630 1,620 1,640 5,50 20 1,585 1,575 1,580 5,14 21 1,570 1,555 1,560 4,98 22 1,610 1,610 1,610 5,44 23 1,635 1,630 1,630 5,67 24 1,575 1,575 1,575 5,10 25 1,575 1,575 1,575 5,13 26 1,635 1,630 1,630 5,70 27 1,610 1,610 1,610 5,44 28 1,570 1,570 1,570 5,07 29 1,630 1,620 1,600 5,57 30 1,610 1,600 1,610 5,26 31 1,610 1,610 1,610 5,36 32 1,635 1,635 1,640 5,69 33 1,580 1,575 1,575 5,07 34 1,560 1,570 1,575 5,09 35 1,610 1,610 1,605 5,46 36 1,580 1,590 1,595 5,29 37 1,590 1,590 1,585 5,22 38 1,640 1,640 1,640 5,68 39 1,595 1,595 1,590 5,33 40 1,595 1,590 1,595 5,25 41 1,620 1,625 1,620 5,59 42 1,580 1,570 1,580 5,04 43 1,630 1,635 1,635 5,66 44 1,570 1,570 1,575 5,11 45 1,610 1,610 1,600 5,37 46 1,575 1,590 1,585 5,16 47 1,600 1,600 1,600 5,31 48 1,610 1,605 1,605 5,43 49 1,575 1,570 1,580 5,09 50 1,570 1,565 1,570 5,02 Cálculos e fórmulas Algumas fórmulas, simbologias e conceitos foram retirados do Manual de Laboratório de Física Experimental I da Universidade Estadual de Maringá [4]. Valor médio ou Média aritmética (xm): xm = 1 / N ∑x Diâmetro (cm) Massa (g) Dm D1m D2m D3m m1m 1,592 1,589 1,594 1,595 5,29 Desvio quadrático (d²): d² = (x – xm)² N Diâmetro (cm) Massa (g) d²D1 d²D2 d²D3 d²m1 1 0,00098 0,00068 0,00065 0,00584 2 0,00008 0,00020 0,00002 0,02676 3 0,00045 0,00068 0,00024 0,03857 4 0,00045 0,00004 0,00003 0,03371 5 0,00082 0,00578 0,00497 0,02769 6 0,00150 0,00004 0,00021 0,02359 7 0,00082 0,00000 0,00060 0,01528 8 0,00013 0,00004 0,00003 0,07097 9 0,00004 0,00002 0,00002 0,02446 10 0,00001 0,00036 0,00000 0,01598 11 0,00000 0,00004 0,00003 0,06574 12 0,00082 0,00020 0,00021 0,00027 13 0,00237 0,00058 0,00156 0,07486 14 0,01182 0,01188 0,00714 0,76318 15 0,00082 0,00116 0,00060 0,01290 16 0,00019 0,00000 0,00021 0,01355 17 0,00035 0,00020 0,00000 0,00113 18 0,00472 0,00084 0,00087 0,08043 19 0,00171 0,00068 0,00207 0,04260 20 0,00001 0,00036 0,00021 0,02359 21 0,00035 0,00152 0,00119 0,09834 22 0,00045 0,00026 0,00024 0,02143 23 0,00214 0,00130 0,00126 0,14168 24 0,00019 0,00036 0,00038 0,03748 25 0,00019 0,00036 0,00038 0,02676 26 0,00214 0,00130 0,00126 0,16516 27 0,00045 0,00026 0,00024 0,02143 28 0,00035 0,00058 0,00060 0,05000 29 0,00171 0,00068 0,00003 0,07640 30 0,00045 0,00004 0,00024 0,00113 31 0,00045 0,00026 0,00024 0,00441 32 0,00214 0,00168 0,00207 0,15713 33 0,00008 0,00036 0,00038 0,05000 34 0,00082 0,00058 0,00038 0,04145 35 0,00045 0,00026 0,00011 0,02769 36 0,00008 0,00002 0,00000 0,00001 37 0,00000 0,00002 0,00009 0,00542 38 0,00263 0,00212 0,00207 0,14930 39 0,00004 0,00000 0,00002 0,00132 40 0,00004 0,00002 0,00000 0,00190 41 0,00098 0,00096 0,00065 0,08785 42 0,00008 0,00058 0,00021 0,06431 43 0,00171 0,00168 0,00164 0,13425 44 0,00035 0,00058 0,00038 0,03371 45 0,00045 0,00026 0,00003 0,00584 46 0,00019 0,00002 0,00009 0,01785 47 0,00013 0,00004 0,00003 0,00027 48 0,00045 0,00012 0,00011 0,01860 49 0,00019 0,00058 0,00021 0,04145 50 0,00035 0,00084 0,00060 0,07486 Desvio padrão (σ): σ = √ ((1 / N – 1) * ∑ d² Diâmetro (cm) Massa (g) σDm σD1 σD2 σD3 σm1 0,02901 0,03134 0,02903 0,02665 0,24405 Incerteza ou Desvio padrão da medida ou erro da média (σx): σx = σx / √ N Diâmetro (cm) Massa (g) σxDm σxD1 σxD2 σxD3 σxm1 0,00410 0,00443 0,00411 0,00377 0,03451 Incerteza relativa (ir): irx = (σx / xm) Diâmetro (cm) Massa (g) irD irD1 irD2 irD3 irm1 0,00258 0,00279 0,00258 0,00236 0,00652 Incerteza relativa percentual (%ir): %irx = irx * 100 Diâmetro (%) Massa (%) %irD %irD1 %irD2 %irD3 %irm1 0,26 0,28 0,26 0,24 0,65 Volume médio (Vm): Vm = 1/6 * π * D³ Vm = 2,11424 cm³ Incerteza do instrumento (σinstr): σnstr = εL / 2 sendo: εL do paquímetro = 0,05 mm ou 0,005 cm então: σinstr = 0,0025 cm Erro padrão do volume médio (σVm): σVm = √ (σinstr² + σmedida²) σVm = 0,00647 cm³ Incerteza do volume: σV=((π / 2) * Dm²) * σD σV = 0,07256 cm³ Incerteza relativa do volume médio: irVm = (σV / Vm) irVm = 0,03432 cm³ ou 3,43% Densidade (ρ): ρ = mm / Vm ρ = 2,50378 g/cm³ Incerteza da densidade (irρ): irρ=ρ√((σm / m)²+(3 * σD / D)) irρ = 0,02532 g/cm³ ou 2,53% Resultados encontrados Diâmetro 1,592 cm ± 0,004 cm Massa 5,29 g ± 0,03 g Volume 2,114 cm³ ± 0,073 cm³ Densidade 2,504 g/cm³ ± 0,025 g/cm³ Conclusão Os objetivos traçados foram atingidos, porém, o valor da densidade encontrado está acima do valor esperado (ρvidro ≈ 2,4 g/cm³) porque os erros na medição dos diâmetros das esferas será sempre para baixo (desconsiderando o erro do instrumento), ou seja, sempre que medirmos o diâmetro de uma esfera este valor será igual ou menor que o diâmetro real. Aumentando o valor do diâmetro médio diminui o valor da densidade. Algumas esferas apresentavam irregularidades (lascadas) que interferem no valor da massa e talvez no valor do diâmetro. Referencias [1] Autor desconhecido, “Medição de Dados Experimentais, Incerteza e Propagação de Erro”.http://www.fem.unicamp.br/~instmed/Incerteza.htm, acesso em: 17/06/2007. [2] Autor desconhecido, “Vocabulário de Termos Fundamentais - Ipem-sp”. http://www.ipem.sp.gov.br/5mt/met-geral.asp?vpro=resultado, acesso em: 17/06/2007. [3] H. Mukai; P.R.G. Fernandes, “Manual de Laboratório – Física Experimental I”. http://www.dfi.uem.br/salvatexto.php?id=cap2-medidaseerros.pdf, acesso em: 20/06/2007. Crédito . Este texto foi adaptado do site da Física Experimental UFES e do modelo de relatório utilizado para disciplinas de física experimental do Departamento de Física da UFPR.� � PAGE �3�
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