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Prof ° Marcos Prada Curso de Agroindústria FATEC 2 1.2. CLASSIFICAÇÃO ATUAL DE LEVEDURAS INDUSTRIAIS Autores: Scott Federhen, F.ª Harrington, Ian Harrison, Carol Holton, Detlef Leipe, Vladimir Sousov (2000) - “Yeasts” - site de taxonomia da ordem: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/htbin-post/Taxonomy/wgetorg Fungos do Phylum: Ascomycetes Classe: Hemiascomycetes Ordem: Saccharomycetales Familias : 12 3 Família 1 Ascoideaceae Família 2 Cephaloascaceae Família 3 Dipodascaceae Família 4 Endomycetaceae Família 5 Eremotheciaceae Família 6 Lipomycetaceae Família 7 Metschnikowiaceae gênero Ascoidea gênero Cephaloascus gêneros Dipodascus, Endomyces, Galactomyces, Sporopachydermia, Stephanoascus, Yarrowia, Zygoascus, anamorphic dipodascaceae. gênero Endomyces gênero Eremothecium gêneros Babjevia, Dipodascopsis, Lipomyces, Waltomyces e Zygozyma. gêneros Clavispora e Metschnikowia. 4 Família 8 Phaffomycetaceae Família 9 Saccharomycetaceae gênero Phaffomyces gêneros Arxiozyma, Citeromyces, Debaryomyces, Dekkera, Holleya, Kazachstania, Kodamaea, Lodderomyces, Pachysolen, Saturnispora, Starmera, Tetrapisispora,, Williopsis, Zygosaccharomyces, Issatchenkia Kluyveromyces Pichia Saccharomyces Toluraspora Espécies Issatchenkia terricola (Torulopsis dattila) Kluyveromyces thermotoleraes (Torulopsis dattila) Pichia etchellsii, P. spartinae, P. ohmeri, P. terricola Saccharomyces cervisiae, S. bayanus, (estirpes: S. uvarum, S. chevalieri, S. beticus, S. capensis), S. cariocus, S. castellii, S. globosus. Torulaspora pretoriensis (Saccharomyces pretoriensis) 5 Família 10 Saccaromycodaceae Família 11 Saccharomycopsidaceae Família 12 anamorphic Saccharomycetales não classificadas Saccharomycetales gêneros Hanseniaspora, Nadsonia, Saccharomycodes, Wickerhamia. gêneros Ambrosiozyma, Saccharomycopsis. gêneros Blastobotrys, Botryozyma, Brettanomyces, Candida gêneros Cynodomyces, Starmerella, Wicherhamiella, etc. Espécies Candida inconspicua (Torulopsis inconspicua), C. haemulonii (T. haemulonii), C. krusei ( T. castellii), C. parapsitopis, C.rugosa. 6 2. MORFOLOGIA • leveduras unicelulares, frequentemente ovais, arredondadas e as elípticas. – Comprimento: 5 - 16 micra – largura: 3 - 7 micra – afetado por deficiências: nutrientes, (P e Mg), vitaminas (biotina, niacina, ác. pantotênico e piridoxina). • Obs: 5 vezes maior que bactérias. permite a separação na centrifugação 7 3. CITOLOGIA Figura 1 - Diagrama de uma célula de S. cerevisiae 8 (1) Parede celular 30% peso seco/célula; • composição: polímeros de glucana (“celulose”), manana(“goma”), quitina, lipídeos, fosfatos e esteróides. • Aspecto: Poroso (filtros)/ seletividade, propriedades para substâncias < 4800 (peso molecular) até sítio de absorção. • Enzimas Extracelulares: invertase, melibiase, glucoamilase, etc. (translocação e desdobramento das fontes para utilização pelo citoplasma). 9 (2) Membrana citoplasmática . • Posição: abaixo da parede celular e delimita em seu interior todas as microestruturas. • Integridade e estabilidade cátions inorgânicos (Mg2+, Ca2+ e K+). • Permeabilidade seletiva (controle de translocação de compostos do meio externo ao interior da célula e vice- versa). 10 (3) Retículo Endoplasmático • Ligada à síntese de proteínas. (4) Vacúolo • Membrana vacuolar natureza lipoprotéica. • Armazenador temporário polifosfatos e lipídeos enzimas 11 (5) Mitocôndria • pequenas organelas com membrana dupla com “invaginações internas” (cristas); • a função é conversão da energia aeróbica (ATP); síntese de proteínas e RNA. (6) Ribossomos • ligado à síntese protéica. (ocorre no citoplasma) (7)A célula contém reserva de nutrientes. • Glicogênio, lipídeos,... (8) Núcleo • cromossomos que são desoxiribonucleoproteínas e ribonucleoproteinas. 12 4. REPRODUÇÃO EM LEVEDURAS (a) brotamento ou gemulação (multiplicação vegetativa) Reprodução - assexuado - (b) esporulação (formação de “ascos”) - sexuados sob estresse - (a) brotamento Figura 4 - Ciclo vegetativo de leveduras alcoólicas. (Horii, 1980) 13 Figura 5 - Ciclo vital de S. cerevisiae (Bergey´s Manual, 2000) 14 (b) Esporulação (reprodução) Ascomycetos ascosporos “ascos”: Núcleo Meiose quatro ascosporos haplóides “ruptura do asco” n n n 2n n (16 cromossomos) 15 5. FISIOLOGIA E E METABOLISMO DAS LEVEDURAS • Metabolismo de levedura: catabolismo anabolismo degradação síntese do substrato de material celular libera uso da energia Energia para síntese (1) Respiração oxidação biológica de substratos orgânicos sob sistemas multienzimáticos que catalizam a oxidação transporte de elétrons na cadeia respiratória onde há ativação do oxigênio (aceptor e-) e formação de água. (2) Fermentação reações em que compostos orgânicos atuam como substratos e como agentes de oxidação, em uma sequência ordenada de reações enzimáticas. respiração fermentação 16 Figura 3 - Esquema representando o interrelacionamento das vias de degradação de carboidratos e a produção de etanol. 17 6. DESENVOLVIMENTO DAS LEVEDURAS - suprimento de nutrientes; - composição química do meio; Crescimento populacional - composição física do meio; da levedura - constituição e estágio de desenvolvimento dos microorganismos. Depende (função) nutrientes; condição acidez; do meio temperatura; aeração; agitação; 18 6.1. CINÉTICA Desenvolvimento ou crescimento referente aumento populacional (multiplicação celular) Figura 6 - Fases de crescimento das leveduras em fermentação 1 - Lag-fase 2 - Fase de aceleração do crescimento 3 - Fase exponencial de crescimento 4 - Fase de desaceleração do crescimento 5 - Fase estacionária 6 - Fase de declínio células totais 19 (1) Fase “Lag” adaptação, reconstituição enzimática, degradação macromolecular, etc. função: • linhagem de levedura; • idade do cultivo antes da transferência do meio; • composição dos meios de cultivo anterior e novo. (2) Fase de Aceleração aumento gradual da velocidade de multiplicação celular. • Ocorre diferentes capacidades individuais dos microorganismos ao meio e distintas velocidades individuais (3) Fase Exponencial aumento exponencial do número de células, senão que cada célula se divide a intervalos constantes de tempo. Caracteriza-se por : • aumento exponencial do n° de células da população • intenso metabolismo e estabiliza o tempo de geração das leveduras • grande quantidade de produtos de excreção, metabólitos intermediários, temperatura e outros fatores alteram rapidamente a composição • duração é controlada composição e estado físico do meio dependendo do n° de células por unidade de volume e a acumulação de metabólitos e produtos finais (inibidores); • quantidade de inóculo não influência o tempo de geração na fase exponencial, mas atrasa por polongar a fase de multiplicação. 20 (4) Fase Estacionária - caracteriza-se pelo n° de células na cultura permanecer quase constante por um período de tempo, há um baixo consumo de energia, ocorre a manutenção da viabilidade até esgotamento das reservas. Dentre os fatores decisivos tem-se: • depleção de nutrientes do meio; • acúmulo de produtos finais tóxicos. (5) Fase Declínio - o número de células que morrem excede o número de células novas, que será função dos fatores: • composição do meio (esgotamento de nutrientes, acúmulo de produtos finais, etc); • condiçõesfísicas e químicas do meio (pH, temperatura, etc.) • Obs: A autólise das células, as sobreviventes podem se multiplicar aumentando esta fase. Podendo formar “esporos ou ascósporos” 21 Figura 8 - Efeito da condição ambiental sobre o comportamento metabólico em S. cerevisiae Figura 9 - Gráfico de velocidades de consumo de açúcar, produção de etanol e crescimento de leveduras numa fermentação alcoólica 7. FATORES INTERFERENTES NO METABOLISMO DA LEVEDURA. (<10%) (>16%) (HORAS) 22 (7.1) Influência da glicose • Conc. Glicose >15,0% (150 g/L) - inibe enzimas fermentativas. • Conc. Glicose de 0,3 a 10% - inibição seletiva da respiração. • Conc. Glicose 5% em meio aeróbico via fermentativa completa, pois mitocôndria é reprimida e citocromo não funcionais. • Conc. Glicose baixa e oxigênio alto catabolismo oxidativo / respiração (não há fermentação) efeito Pasteur (7.2) Efeito do Oxigênio / Agitação • A moderada aeração (15 a 20 mm/dia) auxilia na suspensão das células mais do que efeito direto do oxigênio (maior superfície de contato). • É capaz de induzir a respiração na dependência de concentração de glicose do meio. 23 (7.3) Efeito da concentração de Etanol • inibe a atividade metabólica e levando a morte (sem condição de sobrevivência); • limite no vinho: 12% de álcool variável por: espécie e linhagem de leveduras e condições da fermentação. Figura 10 - Influência do etanol na fermentação (Franz, 1961) 24 (7.5.) Elementos minerais Figura 14 - Composição química elementar de levedura comercial e melaço (% em relação à matéria seca) (Fonte: Harrison, 1971). Elemento Levedura Melaço N 7,5-9,0 0,1 -2,8 K 0,9-3,5 0,8.5,2 P 14-2,0 0,01 -0,9 S 0,3 -0,5 0,15 -0,2 Mg 0,15.0,5 0,007 -0,75 Ca 0,04.0,9 0,018 - 1,2 Na 0,02-0,2 0,82- 1,4 Zn 0,004 - 0,13 0,0006 - 0,013 Fe 0,003 -0,1 0,01 -0,021 Cu 0,002 - 0,012 0,0001 -0,006 Mn 0,0004 - 0,003 5 0,001 -0,004 Co 0,0005 0,00004 -0,0001 Mo 0,000005 - 0,000009 0,000009 - 0,000026 Cl 0,004 -0,1 1,3 I 0,00005 - 0,0004 - Pb 0,0001 - 0,0007 0,0006 As 0,00001 - Si - 0,028 Sr - 0,005 B - 0,0002 - 0,0004 25 (7.4) Efeito da temperatura clima Fatores externos t °C da água Mudanças na t °C do mosto temperatura Fatores calor liberado na Ideal: - 30 °C / intrínsecos fermentação - 36 °C (a) Influência da temperatura na variação do tempo de geração e do coeficiente específico de crescimento em uma linhagem da levedura Saccharomyces cerevisiae Temperatura Tempo de geração (h) Coef. espec. de cresc. g/l/h -1 20 5 0.15 24 3.5 0.21 27 3.0 0.30 30 2.2 0.31 36 2.1 0.29 38 - 0.19 40 4.0 - 26 (b) influência da temperatura no crescimento para vinho de uva obtida por atenuação horária de Brix, de 20 a 0° Brix. (c) Efeito interativo de temperatura e espécie de levedura Figura 13 - Influência da temperatura no crescimento de duas espécies de leveduras alcoólicas. Atenuação de Brix/hora 10C 15,5C 21,1C 26,6C Taxa de fermentação 0,13 0,25 0,37 0,52 27 Nutrientes Funções K Ativador enzimático inclusive de reações da glicólise; estabilizador de membranas; necessário para a absorção do H2P04 aumenta a tolerância para iônios tóxicos, inclusive H, controlando o pH intracelular; participa da absorção, por troca, de catiônios bivalentes (Zn e Co). Mg Ativador enzimático no processo glicolítico de transferases e carboxilases; estimula a absorção de H2P04 incrementando a fermentação; mantém a integridade e permeabilidade das membranas e regula o transporte de catiônios bivalentes. Sofre ação antagônica do Ca++. Ca Parece não ser importante para fermentações e multiplicação. Mantém integridade da membrana plasmática em condições adversas. Ativa ATPase em concentração 1 mM, mas se mostra inibidor a 10 mM. Inibe absorção de aminoácidos em conc. de 1 mM e inibe o crescimento em conc. de 25 mM. Ti Participa da glicólise e da síntese de vitaminas, sendo essencial ao crescimento e á fermentação. Não é substituído por nenhum outro íon em suas funções; é integrante de desidrogenases, aldolases e desulfidrases. A absorção é reduzida, em pH abaixo de 5 e é efetuada mediante troca com 2 íons K+. Mn Estimula a síntese de proteínas e tiarnina; aumenta o teor de desidrogenase. Fe Participa do sitio ativo de diversas enzimas (hemoenzimas). Requerido para multiplicação na concentração de 1 a 3 M. Concentrações de 10 a 15 M inibem crescimento e fermentação. Cu Integrante de algumas enzimas; em concentrações de 1 a 1,5 M estimula fermentação e crescimento, já em conc. de 10 M inibe o crescimento Mo. Co, B Estimulam crescimento e fermentação em baixas concentrações (1 M). Inibição com concentrações acima de 5M. Figura 15 - Principais nutrientes e suas funções (fonte: Rodney e Greenfield (1984)) 28 ANEXO 1 - Bergey´s Manual (2000)
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