coe NEGRINHA

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IFSP – INSTITUTO FEDERAL DE SÃO PAULO
CAMPUS SÃO PAULO – LICENCIATURA EM FÍSICA
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM
ATIVIDADE DESCRITIVA 
“Obra Fascinação de Pedro Peres presente no acervo da Pinacoteca do Estado ”
Fernanda Rodrigues Marcondes SP3000664
SÃO PAULO
2017
A Obra
Dados Técnicos
Autor: Pedro Peres 
Lisboa, Portugal em 1850 ; Rio de janeiro, Rio de janeiro 1923
Título da Obra: Fascinação
Data: 1909
Dimensões: 35,7 x 31,2
Proveniência: Acervo fixo Pinacoteca do Estado de São Paulo
Técnica Utilizada: Óleo sobre madeira
Discussão
A obra óleo sobre madeira de Pedro Peres trás aos que conhecem a obra Negrinha de Monteiro Lobato,(muitas vezes criticado no meio artístico e literário por ser racista) um diálogo entre as obras quase que explícito. A Obra de Pedro Peres de 1909 nos mostra uma criança negra , descalça e vestida com roupas sujas e simples admirando uma boneca, inanimada, Branca e vestida com roupas, sapato e chapéu de alta costura. Esse contraste em que os tons pastéis do fundo da obra têm, mesclados às roupas da garota negra que faz com que pensemos que ela é vestida com partes da casa enquanto a boneca , sentada , limpa e bem vestida usa cores vivas. A moda do século IXX era grande agente da segregação social, já que as grandes Boutiques vendiam roupas a preços altos e acessíveis apenas ao povo branco enquanto os negros, vindos de um passado de escravidão e serventia aos mais abastados, são vestidos com trapos. A Obra Negrinha, em um dos trechos diz que negrinha em seu canto na sala do trono observava duas crianças que chegaram na casa da Tia, em que a menina vivia e trabalhava com a mãe, posteriormente notamos um diálogo quase que explícito entre as obras “Era de êxtase o olhar de Negrinha. Nunca vira uma boneca e nem sequer sabia o nome desse brinquedo. Mas compreendeu que era uma criança artificial.” . É evidente então que Monteiro Lobato, que publicou seu livro em 1920 fora influenciado não necessariamente pela obra de Pedro Peres mas pelo contexto em que esse cenário, da criança negra observando a “superioridade” de seus patrões, em uma casa em que como era negrinha morava mas não fazia parte, não era seu lar.