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UNIVERSIDADE DO PLANALTO CATARINENSE PRÓ-REITORIA DE ENSINO RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL ANÁLISE DO MÉTODO CONSTRUTIVO DE VEDAÇÃO VERTICAL INTERNA EM DRYWALL EM COMPARAÇÃO COM A ALVENARIA VINICIUS BATISTA BERNARDI LAGES (SC) 2014 VINICIUS BATISTA BERNARDI ANALISE DO MÉTODO CONSTRUTIVO DE VEDAÇÃO VERTICAL INTERNA EM DRYWALL EM COMPARAÇÃO COM A ALVENARIA Relatório de estágio, apresentada ao Curso de Engenharia Civil da Universidade do Planalto Catarinense como requisito para obtenção do título de bacharel em Engenharia Civil. Orientador: Reginaldo Costa Brutti. Titulação Esp. LAGES – SANTA CATARINA 2014 18 de Julho BERNARDI, Vinicius Batista. Analise do método construtivo de vedação vertical interna em drywall em comparação com a alvenaria. Lages, SC, 2014. Ficha Catalográfica Preparada pela Seção de Catalogação e Classificação da Biblioteca da UNIPLAC Ficha catalográfica preenchida pela Biblioteca É permitida a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, desde que citada a fonte. Agradeço a minha família e namorada todo o apoio e carinho. Ao meu orientador Prof, Esp. Reginaldo Costa Brutti. A organização cedente do Estágio a Lages Shopping Center S/A. Ao apoio de todos os integrantes da organização cedente do estágio, os quais me auxiliaram no aprimoramento do meu conhecimento. RESUMO Atualmente nas empresas existe a procura por eficiência no processo de produção, ou seja, rapidez e qualidade nos serviços. Métodos de vedação interna utilizados como a Alvenaria, geram muitos entulhos e demanda grande tempo com acabamentos, estas técnicas podem ser substituídas por outras como o Drywall, o qual possui rapidez na instalação, menor peso próprio e gera menos entulhos. No entanto nota-se que o Drywall não é bem difundido na região devido à falta de estudos e a aversão da população em mudar a técnica de construção com que está habituada. Assim sendo, o presente trabalho aproxima a população da região de Lages, Santa Catarina a está técnica, contribui para a sua disseminação e mostra por meio de cálculos que o Drywall gera uma menor carga sobre a estrutura que a suporta, tornando-a mais esbelta e consequentemente diminuindo os custos no momento da concepção da obra. Palavras-chave: Drywall; vedação vertical; métodos construtivos. ABSTRACT There are currently companies in the search for efficiency in the production process, ie, speed and quality of services. Methods used as the inner seal masonry, rubble and generate many great takes time to finish, these techniques can be replaced by others as the drywall, which has fast installation, lower own weight and generates less debris. However we note that the drywall is not very widespread in the region due to lack of population studies and aversion to change the construction technique that is familiar. Therefore, this study approximates the population of the region of Lages, Santa Catarina is the technique contributes to its spread and shows by calculation that the Drywall generates a smaller load on the structure that supports it, making it more slender and consequently decreasing costs at the time of conception of the work. Keywords: Drywall; vertical sealing; construction methods. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 10 1.1 Apresentação ...................................................................................................................... 10 1.2 Tema ................................................................................................................................... 11 1.3 Descrição do Problema ....................................................................................................... 11 1.4 Justificativa ......................................................................................................................... 11 1.5 Objetivo geral ..................................................................................................................... 11 1.6 Objetivos específicos .......................................................................................................... 12 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................... 13 2.1 Funções e propriedades das vedações ................................................................................ 13 2.2 Racionalização .................................................................................................................... 13 2.3 Sistemas construtivos de vedação ...................................................................................... 14 2.4 Drywall ............................................................................................................................... 14 2.4.1 Materiais utilizados no drywall ....................................................................................... 15 2.4.2 Execução do drywall ....................................................................................................... 15 2.4.3 Cuidados na execução do drywall ................................................................................... 16 2.5 Alvenaria ............................................................................................................................ 16 2.5.1 Materiais utilizados para a alvenaria ............................................................................. 17 2.5.2 Execução da alvenaria .................................................................................................... 17 2.5.3 Cuidados na execução da alvenaria ................................................................................ 19 2.6 Diferenças de cargas. .......................................................................................................... 19 2.7 Satisfação ............................................................................................................................ 21 3 METODOLOGIA ................................................................................................................ 22 4 RESULTADOS OBTIDOS E ANALISE DE DADOS ..................................................... 26 4.1 Vantagens e desvantagens do drywall comparado com a alvenaria ................................... 26 4.2 Comparativo entre o peso do drywall e da alvenaria.......................................................... 27 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 32 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 33 ANEXOS ................................................................................................................................. 35 LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIGURA 1 - Chapas para drywall – consumo de m² por habitante/ano............................ 14 FIGURA 2 - Marcações de guias e montantes. ................................................................. 15 FIGURA 3 - Montagem do Drywall. ................................................................................ 16 FIGURA 4 - Parede de alvenaria. .....................................................................................17 FIGURA 5 - Aplicação da argamassa para assentamento dos tijolos. .............................. 18 FIGURA 6 - Chapisco, emboço e reboco. ......................................................................... 18 FIGURA 7 - Gráfico do drywall comparado com a alvenaria, esquerda São Paulo e direita Porto Alegre...... ............................................................................................................ 21 FIGURA 8 - Lages Garden shopping. ............................................................................... 22 FIGURA 9 - Estrutura da parede de drywall. .................................................................... 23 FIGURA 10 - Placa de gesso acartonado utilizado no Drywall. ......................................... 23 FIGURA 11 - Execução da parede de Drywall. .................................................................. 24 FIGURA 12 - Placas de gesso acartonado em paletes para transporte e estocagem. .......... 24 FIGURA 13 - Parede de drywall e alvenaria finalizada. ..................................................... 25 FIGURA 14 - Comparativo entre Alvenaria e Drywall. ..................................................... 27 FIGURA 15 - Diferença de carga sobre a estrutura utilizando o drywall e a alvenaria estrutural..................... .............................................................................................................. 29 FIGURA 16 - Diferença de carga sobre a estrutura utilizando o projeto e a alvenaria estrutural.................. ................................................................................................................. 30 FIGURA 17 - Diferença de carga sobre a estrutura utilizando o projeto e o drywall......................................................................................................................................31 FIGURA 18 - Diferença de carga sobre a estrutura utilizando a alvenaria, drywall e o que o projeto determina......................................................................................................................31 QUADRO 1 - Vantagens e desvantagens do Drywall ......................................................... 26 QUADRO 2 - Vantagens e desvantagens da Alvenaria ...................................................... 26 TABELA 1 - Especificações da alvenaria. ........................................................................ 20 TABELA 2 - Especificações do Drywall. .......................................................................... 20 TABELA 3 - Carga de projeto sobre a estrutura. ............................................................... 28 TABELA 4 - Carga sobre a estrutura utilizando apenas o drywall. ................................... 28 TABELA 5 - Carga sobre a estrutura utilizando apenas a alvenaria.................................. 28 TABELA 6 - Comparativo entre alvenaria estrutural e o drywall. .................................... 29 TABELA 7 - Comparativo entre alvenaria estrutural e o projeto. ..................................... 30 TABELA 8 - Comparativo entre o projeto e o drywall. ..................................................... 30 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS kg/m² - Quilograma por metro quadrado m² - metro quadrado m - metros t - toneladas % - porcentagem 10 1 INTRODUÇÃO 1.1 Apresentação O estágio curricular supervisionado foi cedido pela empresa Lages Shopping Center S/A, a qual é uma das sócias do empreendimento realizado em Lages, Santa Catarina, o Lages Garden Shopping. Primeiro shopping de grande porte construído na região, possui uma área de 79.281,50m², está anexo ao jardim do Cadête Boulevard, junto à rótula do bairro Vila Mariza, ás margens da BR 282 km 216. A construção foi iniciada no mês de Janeiro de 2011, tendo serviços de locação de sapatas, terraplanagem entre outros. Durante o andamento da obra, novos investidores foram se inserindo, como a TENCO, um grupo que atua há mais de 10 anos na construção de Shopping Centers. Pode-se observar durante o acompanhamento junto à edificação em construção, que a mesma possui o seu esqueleto completo (pilares, vigas e lajes). Assim sendo, está no momento realizando as vedações, utilizando o drywall, alvenaria estrutural e isopaineis. Executando as instalações elétricas, pluviais, hidráulicas, sanitárias e de prevenção contra incêndio. Realizando piso em concreto armado, alguns serviços de terraplanagem, montagem das torres de resfriamento, fossos de elevador, construção de locais para armazenagem de geradores e outros serviços. A obra tem seu término estipulado para Julho de 2014 para que posteriormente os lojistas possam organizar os seus pontos adquiridos da forma que preferirem. A construção contempla 190 lojas que atendem a todos os públicos, 4 salas de cinema, 1350 vagas de estacionamento e 8 elevadores. 11 1.2 Tema O tema proposto deste trabalho tem o intuito de analisar o método construtivo de vedação vertical interna em drywall que está sendo executado na obra onde se realiza o estágio. 1.3 Descrição do Problema Em muitas situações, tem-se uma estrutura dimensionada para suportar uma carga alta sobre ela, elencado a isto temos um custo maior da obra. Assim sendo, qual será a proporção de carga sobre a estrutura que poderiamos diminuir caso fosse utilizado o drywall sobre a estrutura? 1.4 Justificativa O drywall por ser um material mais leve que outros utilizados para vedação, como é o caso da alvenaria, diminui o peso colocado sobre a estrutura, gerando menores custos para a execução de pilares vigas, sapatas e lajes, pois não os sobrecarrega deixando-os mais esbeltos. O material utilizado para este método de vedação não gera tantos entulhos nem resíduos como a alvenaria o faria. 1.5 Objetivo geral Comparar o método construtivo de vedação vertical interna em drywall com o da alvenaria. 12 1.6 Objetivos específicos a) Determinar as vantagens e desvantagens de utilizar o sistema de vedação vertical em Drywall; b) Determinar as vantagens e desvantagens que podem vir a limitar a utilização do sistema de vedação vertical em alvenaria; c) Comparar o peso do sistema de vedação vertical em drywall com o da alvenaria. 13 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 Funções e propriedades das vedações Desde que o homem começou a construir seus abrigos, pretendendo se proteger de intemperes, animais e inimigos, a vedação era quem propiciava a responsabilidade de proteção. Com o passar do tempo veio à evolução e elencado a isto outros métodos de vedação, entretanto, todos estes devem atender aos requisitos mínimos desde excelente conforto térmico e desempenho acústico até a resistência para a fixação de algum material sobre a vedação de forma a não ocasionar patologias na mesma. Segundo Franco (1998) a vedação vertical deve obrigatoriamente compartimentar a edificação e propiciar aos ambientes características para quaisquer desenvolvimentos das atividades para as quais foram projetadas, além do que, as vedações possuem ligação com outros sistemas do edifício, como estrutura, instalações, vedações horizontais, impermeabilizações entre outros. 2.2 Racionalização Sempre existe a preocupação quanto à racionalização de materiais em canteiros de obras, uma vez que a racionalização pretende buscar o ótimo desempenho. A vedação é uma parte da construção a qual muitos desperdícios podem aparecer, Franco (1998) salienta que deve se levar em consideração as vedações e os revestimentos, pois, eles absorvem os maiores índices de desperdício tanto de material quanto de mão de obra. Racionalizar é aplicar, em matériade organização, de planificação e de verificação, as técnicas adequadas à melhoria da qualidade e ao acréscimo da produtividade, fazendo o melhor uso dos meios humanos, dos materiais de construção e dos equipamentos e instalações. (SABBATINI, 1989, p.54) 14 2.3 Sistemas construtivos de vedação Existem diversos sistemas de vedação para edificações, não são estruturais, porém possuem a mesma funcionalidade, alvenaria e drywall são exemplos disto. Entretanto são diferentes em suas características gerais, tratamentos, manutenção e mão de obra. 2.4 Drywall É o sistema de forros e paredes mais utilizado na Austrália e nos Estados Unidos (Figura 1). Combina estrutura de aço galvanizado e chapas de gesso de alta resistência mecânica e acústica, evita gastos extras, e contendo o projeto em mãos, gerará uma execução rápida e limpa. FIGURA 1 - Chapas para drywall – consumo de m² por habitante/ano. FONTE: Associação Brasileira de Drywall, 2012. Reparos são facilmente executados no drywall por oferecer uma parede lisa, sem necessidade de acabamento e pode ser utilizada para a fixação de revestimentos, dispensando a quebra de paredes como na alvenaria. No caso de áreas úmidas o drywall pode ser utilizado também, no entanto é necessária a utilização de placas com proteção antifungos e resistentes à umidade. Segundo Silva (2007, p.5) A palavra drywall significa “parede seca”, dispensa os métodos convencionais como a alvenaria, e acelera a execução. Têm-se vários tipos de placas de gesso acartonado que podem ser utilizadas: Standart (ambientes secos), Resistente à umidade (paredes úmidas), Resistente ao fogo (atende a normas especificas de resistência ao fogo) e Cimentícia (Ambientes externos expostos à umidade). 15 2.4.1 Materiais utilizados no drywall O drywall se difere da usual alvenaria, pois, primeiramente são utilizadas placas de gesso acartonado, ao invés de blocos cerâmicos, perfis metálicos de aço galvanizado que proporciona mais segurança, proteção contra corrosão, estabilidade e conforto acústico. A fixação das chapas sobre os perfis metálicos se dá por parafusos autoperfurantes ou autoatarraxantes, também tem a utilização de fitas para o tratamento das juntas, estas possuem uma alta resistência e elasticidade. Estas fitas são usadas entre o perfil metálico e a estrutura. Para melhor desempenho térmico ou acústico pode ser utilizado lã mineral (lã de vidrou ou de rocha), acomodada entre os perfis metálicos. 2.4.2 Execução do drywall Para a execução do drywall deve-se marcar o teto e o piso, localizando as guias, perfis metálicos no sentido horizontal, os montantes são os perfis verticais que possuem um espaçamento mínimo (figura 2), é o local onde serão fixadas as placas de gesso acartonado. FIGURA 2 - Marcações de guias e montantes. FONTE: Condeixa, 2013. As chapas de gesso acartonado devem ser posicionadas de encontro com os montantes, fixadas por parafusos com espaçamento de 25 a 30 cm entre os parafusos e 1 cm da borda da chapa, a cabeça do parafuso não pode perfurar na placa nem ficar saliente. 16 FIGURA 3 - Montagem do Drywall. FONTE: Autor (2014). 2.4.3 Cuidados na execução do drywall Alguns cuidados básicos quando se utiliza o Drywall devem ser lembrados salienta Silva (2007, p.15) as tubulações devem ser isoladas dos perfis metálicos para evitar a corrosão, fiações elétricas necessitam de eletroduto. Deve haver um tratamento das juntas com massa de rejunte primeiro e em seguida a fixação da fita pressionando-a para eliminar o material em excesso. Silva (2007, p.16) ainda relata que quando houver a fixação de revestimentos de azulejo deve-se aplicar uma massa com uma boa resistência, características essas que são encontradas em argamassas com teores elevados de resina. 2.5 Alvenaria Atualmente a construção no Brasil utiliza a sua estrutura em concreto armado e vedação em alvenaria rejuntada com argamassa (Figura 4). 17 FIGURA 4 - Parede de alvenaria. FONTE: Autor (2014). 2.5.1 Materiais utilizados para a alvenaria Os insumos para a utilização deste método de vedação são: Tijolos que podem ser de barro cozido, de solo cimento e de concreto. Todos podem ser maciços ou com furos. Para a fixação de um tijolo sobre o outro, deve-se utilizar areia, cimento e cal de traço específico para obter a argamassa. 2.5.2 Execução da alvenaria Primeiramente para a execução da alvenaria deve-se utilizar a argamassa, oriunda da mistura do cimento, cal e areia em traço determinado, para o assentamento de um tijolo sobre o outro formando as suas fiadas. 18 FIGURA 5 - Aplicação da argamassa para assentamento dos tijolos. FONTE: Nogueira, Dornelas, Jabour, Flores, Rodrigues, Mendes, 2004. Logo após o término de todas as fiadas deve-se realizar o chapisco que facilita a ancoragem do emboço tornando a base de aderência áspera, o emboço que corrige as pequenas irregularidades e melhora o acabamento e por fim o reboco da parede que é uma massa fina que torna a textura da parede melhor para receber a pintura (figura 6). É importante salientar que cada um deles possui seu traço próprio. FIGURA 6 - Chapisco, emboço e reboco. FONTE: http://blog.construir.arq.br/wp-content/uploads/2014/02/revestimento.jpg (2014). 19 2.5.3 Cuidados na execução da alvenaria Como o sistema de vedação de alvenaria pode ser considerado artesanal, pois é realizado nos canteiros, podendo haver erros no momento da mistura de materiais para a obtenção da argamassa ou até mesmo uma parede fora de prumo. Estes erros podem trazer prejuízos, pois podem vir a gerar patologias e gerar desperdícios segundo Condeixa (2013, p. 106). Assim sendo, deve ter sempre algum fiscal observando o momento do assentamento dos tijolos e da aplicação do chapisco, emboço e reboco, avaliando o traço que está sendo utilizado. 2.6 Diferenças de cargas. Devido ao baixo peso do drywall, isto pode representar uma economia em fundações de 10%, reduzindo o custo da obra entre 20 e 30% comparado com a alvenaria convencional segundo Lessa (2010, p.19). Abaixo mostra-se a tabela 1 que indica especificações sobre os blocos de concreto e a seguir a tabela 2 que indica as especificações sobre o drywall. 20 TABELA 1 - Especificações da alvenaria. FONTE: Thomaz (2000). TABELA 2 - Especificações do Drywall. FONTE: http://www.conseco.com.br/imagens/Tabela.jpg. 21 2.7 Satisfação O NGI – Núcleo de Gestão e Inovação (2004, p.25) realizou um estudo sobre o impacto que o drywall causa sobre a população de São Paulo e Porto Alegre, um dos questionamentos realizados foi: Comparação entre os sistemas de vedação de drywall e alvenaria (figura 7). FIGURA 7 - Gráfico do drywall comparado com a alvenaria, esquerda São Paulo e direita Porto Alegre. FONTE: NGI – Núcleo de Gestão e Inovação 2004. É possível perceber com estes gráficos a rejeição dos usuários de São Paulo pelo drywall e a apreciação desta técnica em Porto Alegre. Isto ocorre, pois durante o estudo realizado pelo NGI em São Paulo os edifícios apresentaram patologias levando a menor satisfação dos clientes do que em Porto Alegre. Com o estudo realizado por eles, pôde-se determinar que a satisfação dos clientes esteja elencada a 3 aspectos distintos. 1. Um bom grau de informação sobre este método de vedação, conhecendo suas características e a forma correta de como utiliza-lo; 2. O atendimento/proximidade das construtoras com o cliente influência na satisfação; 3. Um projeto bem executado está diretamenteligado à satisfação do cliente. 22 3 METODOLOGIA O objeto de estudo é a obra do Lages Garden Shopping a qual se encontra na região de Lages, Santa Catarina. FIGURA 8 - Lages Garden shopping. FONTE: Revista EXPRESSIVA, 2013. Durante o acompanhamento da execução do shopping, foi determinado que a vedação interna fosse em drywall com espessura de 78mm, segundo o referencial teórico possui 26kg/m² e alvenaria com blocos de concreto com largura de 14 cm, segundo o referencial teórico possui 215 kg/m². Assim sendo foi necessário o entendimento de como se procede à técnica do drywall, isto aconteceu com o acompanhamento durante a execução, elencado com o referencial teórico que foi estudado durante a revisão bibliográfica inserida no capitulo dois. O inicio do método de vedação do drywall se da com a instalação da estrutura de perfis metálicos de aço galvanizado, as guias e o montante (Figura 9). Em seguida são fixadas as placas de gesso acartonado (Figura 10). 23 FIGURA 9 - Estrutura da parede de drywall. FONTE: Autor (2014). FIGURA 10 - Placa de gesso acartonado utilizado no Drywall. FONTE: Autor (2014). A obra por parte da empresa contemplava apenas a execução da divisória da parede (Figura 11), deixando a critério da loja que adquirisse o ponto a continuação da vedação. 24 FIGURA 11 - Execução da parede de Drywall. FONTE: Autor (2014). FIGURA 12 - Placas de gesso acartonado em paletes para transporte e estocagem. FONTE: Autor (2014). Em alguns pontos da construção, o projeto tinha como especificação que a parte superior da parede deveria ser de drywall e a inferior de alvenaria. Nesses pontos o drywall e a alvenaria eram finalizados (figura 13). 25 FIGURA 13 - Parede de drywall e alvenaria finalizada. FONTE: Autor (2014). Em locais que estivessem em contato com as intemperes, foram adotados outros métodos de vedação, uma vez que o drywall não pode ser utilizado para fechamento externo. Assim sendo, o comprimento de todas as paredes internas em que foram utilizados os métodos de vedação em drywall e em alvenaria foi obtido por projeto, e também as alturas que todas possuem. Tornando assim possível calcular o peso que estará implantado sobre a estrutura (plantas inseridas no anexo). Por fim, estimou-se o peso que existiria sobre a edificação utilizando apenas a alvenaria ou o drywall como vedação, tornando possível saber qual método é mais econômico quando está em questão a carga sobre a construção. 26 4 RESULTADOS OBTIDOS E ANALISE DE DADOS Neste capítulo será exposta a diferença entre o peso da estrutura, quando a vedação da construção é feita em drywall ou alvenaria e as vantagens e desvantagens destas construções. 4.1 Vantagens e desvantagens do drywall comparado com a alvenaria Com o acompanhamento da utilização do método de vedação do drywall e da alvenaria, e durante o estudo realizado na revisão bibliográfica, pode ser constatado algumas vantagens e desvantagens do drywall (quadro 1) e da alvenaria (quadro 2). QUADRO 1 - Vantagens e desvantagens do Drywall Vantagens Desvantagens Redução do volume de material transportado Não pode ficar exposta a intemperes Facilidade de instalações sem quebra em função de vazios Perde resistência quando submetida ao fogo Flexibilidade nos layouts É um estimulo para a proliferação de insetos nos vazios Redução de mão de obra Deve-se fazer uma estrutura independente para a colocação de carga elevada sobre a parede Redução do peso sobre a estrutura Reformas simples de executar Não necessita de reboco ou massa corrida FONTE: Autor 2014. QUADRO 2 - Vantagens e desvantagens da Alvenaria Vantagens Desvantagens Boa durabilidade Necessidade de revestimentos adicionais Excelente comportamento ao fogo Dificuldade de limpeza Pode ficar exposta as intemperes Elevado consumo de mão de obra Maior aceitação pela sociedade Elevado peso próprio Boa estanqueidade a água Difícil execução de reformas FONTE: Autor 2014. 27 Abaixo se apresenta uma imagem (figura 14) demonstrando uma obra em alvenaria e gesso acartonado. FIGURA 14 - Comparativo entre Alvenaria e Drywall. FONTE: www.dwdrywall.com.br (em 25/05/2014 as 13:21) 4.2 Comparativo entre o peso do drywall e da alvenaria Este comparativo mostra qual dos dois métodos de vedação vertical se mostra mais eficiente quando é necessário diminuir o peso sobre a estrutura. Apresenta-se a seguir a tabela 3, que mostra o peso que está sobre a estrutura da construção. O projeto determina que seja utilizado o drywall com 7 metros de altura em alguns locais e em outros o mesmo com 3 metros associado à alvenaria com 4 metros. Facilidade nas instalações evitando quebras em função dos vazios Volume de material transportado horizontal e verticalmente na obra Mínimo desperdício e retrabalho Flexibilidade nos layouts Economia com a mão de obra Menor espessura com ganho de área útil Redução de peso tornando a construção mais leve 28 TABELA 3 - Carga de projeto sobre a estrutura. Estrutura atual Comprimento(m) Altura (m) Quantidade (m²) Peso (kg/m²) Peso sobre a estrutura (t) Peso determinado pelo projeto sobre a estrutura (t) Drywall 1248,56 7 8739,92 26 350,51 1709,74 Drywall parte superior da parede de alvenaria 1580,5 3 4741,5 Alvenaria 1580,5 4 6322 215 1359,23 FONTE: Autor 2014. A seguir tem-se a tabela 4, a qual mostra o peso que estaria sobre a estrutura se fosse utilizado apenas o drywall como vedação interna em toda a construção com altura de 7 metros. TABELA 4 - Carga sobre a estrutura utilizando apenas o drywall. Drywall Comprimento(m) Altura (m) Quantidade (m²) Peso (kg/m²) Peso do drywall sobre a estrutura (t) Drywall 2829,06 7 19803,42 26 514,88 FONTE: Autor 2014. Por fim, tem-se a tabela 5, que exibe o peso que estaria sobre a estrutura se fosse utilizado apenas à alvenaria com altura de 7 metros. TABELA 5 - Carga sobre a estrutura utilizando apenas a alvenaria. Alvenaria Comprimento(m) Altura (m) Quantidade (m²) Peso (kg/m²) Peso da alvenaria sobre a estrutura (t) Alvenaria 2829,06 7 19803,42 215 4257,73 FONTE: Autor 2014. 29 Analisando os resultados, comparando a alvenaria e o drywall (resultados da tabela 4 e 5), a diferença de carga na estrutura favorece o drywall em 3.742,85 toneladas, o que equivale a uma redução de carga de parede sobre a estrutura de 87,91% (tabela 6). Isto impacta no dimensionamento das peças de concreto armado, tornando possível o dimensionamento para suportar menos cargas, gerando assim uma estrutura mais esbelta e com menor custo. TABELA 6 - Comparativo entre alvenaria estrutural e o drywall. Sistema de vedação Carga total (t) Redução (%) Alvenaria Estrutural 4257,73 Drywall 514,88 87,91 FONTE: Autor 2014. Abaixo temos a figura 15, a qual expõe uma visão de qual método de vedação, entre a alvenaria estrutural e o drywall, descarrega maior peso sobre a estrutura. FIGURA 15 - Diferença de carga sobre a estrutura utilizando o drywall e a alvenaria estrutural. FONTE: Autor (2014). O projeto da edificação utiliza 1.709,74 toneladas sobre a estrutura, pois determina que alguns pontos devessem ter alvenaria e drywall e em outrossomente o drywall. Quando é comparando este valor com o valor que teria se fosse utilizada apenas a alvenaria, como forma de fechamento interno, teremos uma diferença de carga sobre a estrutura de 2.547,99 toneladas favorecendo o projeto que mescla a alvenaria e o drywall em 59,84% (tabela 7). Alvenaria Estrutural Drywall 30 TABELA 7 - Comparativo entre alvenaria estrutural e o projeto. Sistema de vedação Carga total (t) Redução (%) Alvenaria Estrutural 4257,7353 Projeto (Drywall + Alvenaria Estrutural) 1709,74 59,84 FONTE: Autor 2014. A seguir pode-se observar na figura 16, qual método de vedação, entre a alvenaria estrutural e o projeto que mescla o drywall e a alvenaria estrutural, ocupa mais peso sobre a estrutura. FIGURA 16 - Diferença de carga sobre a estrutura utilizando o projeto e a alvenaria estrutural. FONTE: Autor (2014). Utilizando o mesmo raciocínio caso a construção tivesse apenas o drywall como método de vedação, e comparando-o com as especificações do projeto entre mesclar a alvenaria e o drywall, existiria uma diferença de carga sobre a estrutura de 1,194,86 toneladas, tornando possível a redução de carga de parede sobre a estrutura e mostra que caso utilizasse apenas o drywall para fechamento interno teríamos uma redução de carga de 69,89% (tabela 8). TABELA 8 - Comparativo entre o projeto e o drywall. Sistema de vedação Carga total (t) Redução (%) Projeto (Drywall + Alvenaria Estrutural) 1709,74 Drywall 514,88 69,89 FONTE: Autor 2014. Alvenaria Estrutural Projeto (Drywall + Alvenaria Estrutural) 31 Logo é perceptível na figura 17, qual método de vedação, entre o projeto que mescla o drywall e a alvenaria estrutural e somente o drywall, gera mais peso sobre a estrutura. FIGURA 17 - Diferença de carga sobre a estrutura utilizando o projeto e o drywall. FONTE: Autor (2014). A seguir expõe-se o gráfico na figura 18, neste pode-se perceber a diferença de carga sobre a estrutura. FIGURA 18 - Diferença de carga sobre a estrutura utilizando a alvenaria, drywall e o que o projeto determina. FONTE: Autor (2014). Projeto (Drywall + Alvenaria Estrutural) Drywall 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 1 2 3 4 5 6 7 Peso da alvenaria sobre a estrutura (t) Peso do drywall sobre a estrutura (t) Peso determinado pelo projeto sobre a estrutura (t) 32 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Com a conclusão deste trabalho, têm-se a resposta para os objetivos descritos no capitulo 1, respostas estas que são: a) O drywall comparado com a alvenaria é um método que gera menos entulhos e mais rapidez na obra; b) Não se pode utilizar o drywall em locais que estão propícios a intemperes, pois, pode danificá-lo; c) Substituindo a alvenaria pelo drywall é possível ter uma redução de 87,91% de carga sobre a estrutura no caso estudado. Podendo assim dimensionar as lajes, vigas, pilares, e sapatas de uma forma mais esbelta, gerando economia na obra. Deste modo este trabalho mostra uma nova forma de construção, a qual, ainda não é bem difundida na região, a vedação com placas de gesso acartonado e perfis metálicos de aço galvanizado, o drywall. Uma forma que possui mais facilidades que a usual alvenaria, e que em países que possuem desenvolvimento elevado é muito utilizada como EUA, Austrália, Japão, França entre outros. Com o termino deste relatório de estágio, foi alcançado o objetivo geral que a disciplina de Estágio Curricular Supervisionado almeja, a qual permitiu ao estudante integrar a prática e a teoria, aproximando a universidade e a empresa. Também foi desenvolvida a visão global das diversas atividades do engenheiro civil, ajudou na progressão do campo de relacionamento do estudante, melhorou a capacidade técnica e gerou maior compreensão da vida profissional. Assim sendo, foi de grande valia este estreitamento do campo de estágio e a teoria acadêmica, o qual deixou o aluno melhor preparado para o seu futuro profissional. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CONDEIXA K, M, S, P. Comparação entre materiais da construção civil através da avaliação do ciclo de vida: sistema Drywall e alvenaria de vedação. Rio de Janeiro, Niterói, 2013 Dissertação (Mestrado)- Universidade Federal Fluminense DRYWALL Associação Brasileira de Drywall - Disponível em: http://www.drywall.org.br Acessado em março 2014. FRANCO, L, S. O projeto das vedações verticais: característica e importância para racionalização do processo de produção. In.: Seminário tecnologia e gestão na produção de edifícios: Vedação Vertical, São Paulo, 1998. Anais. São Paulo, EPUSP/PCC/ 1998, p.221 http://blog.construir.arq.br/wp-content/uploads/2014/02/revestimento.jpg, acessado em 27/05/2014 as 14:28 http://www.conseco.com.br/imagens/Tabela.jpg, acessão em 28/05/2014 as 17:10. NOGUEIRA A, M, M. DORNELAS, D. JABOUR, D. FLORES, R, L. RODRIGUES, R, J, C. MENDES, S. ALVENARIA DE VEDAÇÃO COMUM X GESSO ACARTONADO. Minas Gerais, 2004. Universidade Federal de Minas Gerais. NGI – Núcleo de Gestão e Inovação (coord.). Avaliação pós – ocupação e avaliação da satisfação do cliente de sistemas de vedação em drywall – Edifícios residenciais em Porto Alegre. São Paulo, ABRAGESSO/CBCA/CAPA Engenharia/Goldsztein , Abril, 2004. RIBEIRO, Carmen Couto. Materiais de construção civil. 3.ed. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, 2011. 112p. Revista expressiva, 18 de novembro de 2013. SABBATINI, F, H. Desenvolvimento de métodos, processos e sistema construtivo – formulação e aplicação de uma metodologia. São Paulo, 1989. Tese (Doutorado) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo. TANIGUTI, E, K. Método Construtivo de vedação vertical interna de chapas de gesso acartonado. São Paulo, 1999. 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