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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA POLITÉCNICA ESPECIALIZAÇÃO EM GERENCIAMENTO DE OBRAS DIAGNÓSTICO DA UTILIZAÇÃO DE VEDAÇÕES VERTICAIS EM PAINEIS DE GESSO ACARTONADO PELA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO MERCADO BAIANO. RICARDO SANTANA DOS REIS ADELSON RIBEIRO MAIA PAULO SÉRGIO FERREIRA MELO SALVADOR 2003 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA POLITÉCNICA ESPECIALIZAÇÃO EM GERENCIAMENTO DE OBRAS DIAGNÓSTICO DA UTILIZAÇÃO DE VEDAÇÕES VERTICAIS EM PAINEIS DE GESSO ACARTONADO PELA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO MERCADO BAIANO. RICARDO SANTANA DOS REIS ADELSON RIBEIRO MAIA PAULO SÉRGIO FERREIRA MELO Trabalho de conclusão do Curso de Especialização em Gerenciamento de Obras da Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia. Orientador: Prof. Dr. Emerson de Andrade M. Ferreira SALVADOR 2003 2 AGRADECIMENTOS Agradecemos as empresas de engenharia: Odebrecht, Concreta, Grupo Fator, Sertenge, Sarti-Mendonça, Gafisa, Oikos Engenharia Ltda., BMC Empreendimentos Ltda., Consplan e Sauípe S.A. pela colaboração na realização das pesquisas de campo para execução deste trabalho. 3 RESUMO Este trabalho representa um diagnóstico do mercado de construção civil da Bahia frente à nova tecnologia de divisórias de gesso acartonado (drywall). Seu objetivo foi levantar os motivos pelo qual esta tecnologia, apesar de possuir imensas vantagens em relação ao processo de construção de alvenaria de bloco cerâmico tradicional, e de já ser largamente utilizada em outros países e até mesmo em outros estados do Brasil, ainda é pouco utilizada no mercado baiano. Ao final do trabalho, concluiu-se que o drywall poderá ser largamente utilizado pelos empresários do setor em médio prazo, tendo em vista as enormes vantagens desse produto e a sua importância para a racionalização dos processos construtivos. Os problemas detectados que dificultam a sua adoção em nosso estado, na atualidade, podem ser equacionados a partir de iniciativas dos segmentos envolvidos neste processo. Para a execução desse trabalho foram realizadas pesquisas bibliográficas; visitas a obras; entrevistas e aplicação de questionários junto a construtores sobre a tecnologia de construção de divisórias de gesso acartonado. 4 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 5 2. DESENVOLVIMENTO 7 2.1 REVISÃO DA LITERATURA 7 2.2 PESQUISA DE CAMPO 14 3. RESULTADOS 15 3.1 RESULTADOS DA PRIMEIRA PARTE DO QUESTIONÁRIO 15 3.2 RESULTADOS DA SEGUNDA PARTE DO QUESTIONARIO 29 4. CONCLUSÃO 43 REFERENCIAS 45 ANEXOS 46 5 1. INTRODUÇÃO O presente trabalho aborda um estudo feito através de pesquisas bibliográficas e de pesquisas de campo sobre a utilização da tecnologia de divisórias internas em placas de gesso acartonado, pelas empresas de construção civil que atuam no Estado da Bahia. O tema do trabalho é uma visão atual da utilização do drywall. Esse trabalho tem por objetivo elaborar um diagnóstico do mercado baiano no que se refere à utilização desta tecnologia, estudando o seu comportamento; qual a sua aceitação; como ela é utilizada e em que quantidade; e qual é a sua tendência de expansão na indústria de construção civil do nosso estado. Segundo SEBASTIAN (2000), diretor da Knalf do Brasil, uma das grandes empresas fornecedoras de placas de gesso acartonado que atuam no nosso mercado, atualmente os principais pólos de aplicação do sistema drywall no Brasil são, por ordem de importância, os estados de São Paulo, Distrito Federal e Rio de Janeiro; em seguida a região Sul, a região Centro-Oeste e Nordeste estão ganhando espaço e a região Norte com pouca participação. A tecnologia do “drywall” chegou ao Brasil há mais de 30 anos segundo SABATTINI (1998). Apesar dessas três décadas de atuação o volume de placas de gesso acartonado consumido no nosso país no ano de 2000 é de 0,06 m2/habitantes conforme informações da ABRAGESSO (2003). Esse índice é irrisório quando comparado com o de outros paises como Estados Unidos, Austrália e Japão que têm 6 respectivamente os seguintes índices de consumo: 10,0 m2/hab; 6,40 m2/hab e 4,40 m2/hab. Aqui no estado da Bahia essa tecnologia ainda é muito pouco explorada e apenas recentemente algumas empresas começaram a aplicar esse sistema em suas obras. Considerando que este sistema possui muitas vantagens em relação à alvenaria de bloco cerâmico tradicional, representa uma inovação tecnológica significativa no processo produtivo, e que já vem sendo utilizada em escala muito maior em outros estados do País, surgiu a necessidade de se estudar os motivos pelo qual essa tecnologia tem sido pouco adotada pelas empresas de construção civil do nosso estado o que nos motivou a fazer um estudo sobre esse assunto. A metodologia utilizada para elaboração desse trabalho consistiu em uma pesquisa bibliográfica sobre a tecnologia do drywall e uma pesquisa de campo abrangendo entrevistas realizadas junto às empresas de construção civil que atuam no estado da Bahia. Essa pesquisa foi realizada nos meses de outubro, novembro e dezembro de 2003 e abrangeu dez empresas de construção civil. O assunto abordado foi tratado objetivando gerar informações atualizadas sobre esse sistema, constatando suas vantagens e desvantagens e registrando as opiniões dos empresários que já o utilizaram, bem como, suas opiniões sobre os fornecedores, assim como críticas e sugestões para melhoramento dessa tecnologia. 7 2. DESENVOLVIMENTO 2.1. REVISÃO DA LITERATURA A industria da construção civil no Brasil atravessa um processo de desenvolvimento e mudanças em que a competitividade está cada vez mais acentuada, como afirma BARROS (1998). Neste contexto buscar a racionalização, a qualidade, a produtividade, bem como reduzir perdas e custos são medidas de vital importância. Essa visão é corroborada por SABBATINI (1998): O desenvolvimento deve ocorrer não só com a utilização de novos métodos e processos construtivos, novas técnicas e novos materiais, mas principalmente com o incremento progressivo do nível de organização da atividade de construção civil em todas as suas fases, do projeto ao uso do produto fabricado pela industria. Dentro deste ambiente, muitas construtoras, percebendo o potencial de racionalização das vedações verticais, em função das interferências com os demais subsistemas da edificação, têm introduzido ações de racionalização. FRANCO (1998) confirma essa afirmação ao destacar que: Muitas empresas do mercado têm percebido a importância da vedação vertical e vem investindo em mudanças neste subsistema muitas vezes associadas a mudanças nos demais subsistemas do edifício. O processo de modernização da construção civil é atualmente uma exigência da sociedade. As perdas de materiais, a tecnologia ultrapassada, métodos construtivos primários e a mão de obra despreparada são temas discutidos em toda a industria da construção civil e até mesmo em toda sociedade. A modernização é um fatoressencial para a sobrevivência de qualquer tipo de empresa, principalmente as de 8 construção civil, a condição conhecida como evoluir ou morrer chegou há algum tempo ao segmento da construção de edifícios. Várias empresas da industria da construção civil vislumbraram esta situação e estão investindo na modernização dos seus meios de produção. Além disso, a necessidade de manter-se competitiva, impulsiona outras empresas a investirem em tecnologia criando um ciclo favorável para a modernização e industrialização do setor. Como definiu SABATTINI (1998): O processo evolutivo industrial é conhecido genericamente como industrialização, sendo que os níveis evolutivos neste processo podem ser mensurados através do grau de desenvolvimento tecnológico atingido. Este é, portanto, um parâmetro daquele, sendo normalmente confundido com o próprio processo de industrialização do setor. As vedações dos edifícios de múltiplos pavimentos, executadas pelos processos tradicionais em alvenarias têm sido questionadas e colocadas em foco pelo atraso tecnológico que causam ao setor. Há muito tempo tem se pensado em substituí-las por métodos modernos, com o objetivo de evoluir e modernizar. As decisões nesse campo são, muitas vezes, adotadas sem muita reflexão, sem uma verdadeira compreensão do problema e de seus condicionantes e, freqüentemente, sem definir metas e objetivos a atingir. Considerando este ambiente, é que o presente trabalho foi concebido, visando obter uma posição das empresas de construção civil atuantes no estado da Bahia, com relação à utilização das vedações internas em painéis de gesso acartonado. Estas são definidas como elementos de racionalização e parte do sistema do processo de modernização e industrialização do setor da construção civil. 9 SABATINI (1989), particulariza o termo racionalização para a atividade especifica de construção e propõe: Racionalização construtiva é um processo composto pelo conjunto de todas as ações que tenham por objetivo otimizar o uso dos recursos materiais humanos, organizacionais, energéticos, tecnológicos, temporais e financeiros disponíveis na construção em todas suas fases. Este conceito é utilizado no presente trabalho para a nossa pesquisa junto às empresas de construção civil, que utilizam o sistema de vedações verticais leves de gesso acartonado como elemento de racionalização construtiva. As vedações verticais leves de gesso acartonado, surgiram para substituir os processos tradicionais de vedações verticais internas nos edifícios residenciais e comercias. Essa tecnologia foi introduzida no Brasil na década de 70, mas sempre encontrou resistência para sua efetiva implantação no mercado da construção civil, em substituição às paredes convencionais de blocos cerâmicos. O uso de chapas de gesso na construção civil começou nos Estados Unidos, no início do século passado, e passou a ser utilizado em larga escala a partir de 1920, espalhando-se por todo o mundo. Hoje, cerca de 95% das residências americanas utilizam paredes, forros e revestimentos em chapas de gesso. Na Europa, está presente na construção civil, há mais de 70 anos sendo, portanto considerada uma tecnologia totalmente consolidada. A utilização se disseminou não só em países desenvolvidos, mas também em desenvolvimento. No Brasil, o emprego da tecnologia teve início em 1972 com a fabricação das primeiras chapas de gesso. Porém, a produção em escala industrial é relativamente recente. Apesar de exemplares produzidos na história da arquitetura brasileira que utilizam o sistema construtivo, os produtos e toda a tecnologia da construção a seco 10 passou, efetivamente, a ser introduzida no país em meados dos anos 90, com a abertura do mercado e a chegada de empresas estrangeiras que instalaram unidades de produção nos estados de Pernambuco, São Paulo e Rio de Janeiro. Em relação ao desempenho do setor, a ABRAGESSO (2003) comenta: 9+Apesar do bom desempenho do setor, o consumo brasileiro ainda é pequeno quando comparado com o dos Estados Unidos: 2,5 bilhões de m2/ano, o que representa um consumo per capta de 10 m2 por ano; na Europa e em países mais desenvolvidos fica entre 3 e 5 m2. No Brasil tem-se um consumo da ordem de 0,06 m2 por habitante ao ano. A construção civil brasileira utilizou 11 milhões de m2 de chapas de gesso em 2000, contra cerca de 7,5 milhões de m2 em 1999, um aumento de 46,6%. No ano de 2001 o consumo ficou na casa dos 11,5 milhões. Hoje, cada vez mais escritórios, residências, hotéis, flats, shopping centers têm suas paredes internas, revestimentos e forros sendo executados no sistema construtivo a seco – drywall (chapas de gesso e seus acessórios). Motivando a realização da pesquisa da utilização da tecnologia em Salvador. Nestes casos, tecnologia é um canal de acesso à velocidade exigida no mundo moderno. Nas grandes construtoras, os benefícios como obra limpa, menor quantidade de entulho, baixo índice de desperdício, diminuição de carga nas estruturas do empreendimento, menores gastos com estruturas, menos custo global, e uma série de outros, tornam-se fatores que favorecem a produtividade e a eficiência. O sistema construtivo em foco, tem potencial comprovado para aumentar a produtividade e também a qualidade das habitações, e vem passando, recentemente, por inúmeros testes de desempenho em laboratórios oficiais. Pode 11 representar, no futuro próximo, uma excelente alternativa para a questão do déficit habitacional, que contabiliza uma carência em torno de cinco milhões de moradias. Somente a partir dos meados da década de 90, é que essa tecnologia passou a ser aceita pelo mercado imobiliário brasileiro, como conseqüência de uma série de fatores que convergiram para a necessidade da adoção de tecnologias mais moderna. Dentre esses fatores podemos destacar: 1. O aumento da competitividade na Industria da construção civil, baseada no custo de produção, visando à redução desses custos pela racionalização de seus processos produtivos, através da introdução de inovações tecnológicas. 2. O aumento do nível de exigências dos clientes em relação à qualidade e a manutenção dos edifícios, que geraram, nas construtoras, a necessidade de adotar soluções construtivas completas com garantia dos fornecedores. 3. As grandes empresas multinacionais fabricantes das placas de gesso acartonado descobriram o enorme potencial do mercado brasileiro ainda inexplorado. A figura 1 demonstra a comparação do consumo de placas de gesso acartonado, em m 2 por habitante por ano, em vários países do mundo, e podemos constatar que o consumo de placas de gesso no Brasil, ainda é muito pequeno quando comparado com o consumo de outros paises mais desenvolvidos. 12 Figura 1- UTILIZAÇÃO DE CHAPAS DE GESSO NO MUNDO CONSUMO DE CHAPAS EM M2 / HABITANTE / ANO. ANO REFERÊNCIA: 2000. Fonte: Abragesso 10,00 6,40 4,40 3,80 3,60 2,80 2,00 1,80 0,70 0,10 0,06 0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 EUA JAPÃO REINO UNIDO CÓREIA ITÁLIA BRASIL 13 A figura 2 demonstra o consumo de chapas de gesso no ano 2000 em alguns países das Américas, onde se observa o imenso consumo desse material nos Estados Unidos contrastando com o ínfimo consumo de outros países do mesmo continente. 0,78 1,10 1,80 250,00 0,00 100,00 200,00 300,00 ARGENTINA BRASIL CHILE EUA Figura 2 – UTILIZAÇÃO DE CHAPAS DE GESSO NAS AMÉRICAS. Consumo de Chapas de Gesso por ano X 10.000.000 Ano de Referência: 2000 Fonte:Abragesso 4. A criação do Mercosul, a globalização da economia e a estagnação da construção civil na Europa, geraram fatores macroeconômicos que impulsionaram a criação e a consolidação de um mercado no Brasil para as placas de gesso acartonado. 14 Esses fatores e dados acima foram de suma importância para criação de um lastro informativo e conceitual para a realização da pesquisa, que procurou identificar a utilização da tecnologia de vedação interna em painéis de gesso acartonado no mercado da construção civil na Bahia. 2.2. PESQUISA DE CAMPO Para a realização da pesquisa de campo, primeiramente, foi elaborado um questionário que foi utilizado como ferramenta em entrevistas realizadas com dirigentes de empresas de construção civil que atuam no mercado baiano. Esse questionário foi elaborado em duas partes distintas: a primeira parte foi constituída de 20 perguntas objetivas sendo que em cada uma delas foram oferecidas quatro opções de respostas: “Satisfeito”, “Insatisfeito”, “Neutro” e “Não se Aplica” onde o entrevistado marcou a opção que retratava como ele se sentiu ao trabalhar com a tecnologia de drywall com relação ao assunto abordado naquela questão. Em cada uma dessas questões havia um espaço abaixo reservado para eventuais comentários do entrevistado. Na segunda parte do questionário o entrevistado respondeu com suas próprias palavras a dez perguntas sobre a tecnologia drywall. Ao todo, dez empresas foram pesquisadas e as entrevistas foram realizadas pessoalmente em visita ao local de trabalho do entrevistado. O perfil do entrevistado foi de dirigentes de empresas de construção civil que já tiveram experiência com a tecnologia de divisórias de gesso acartonado. 15 3. RESULTADOS 3.1. Resultados da Primeira Parte do Questionário Pergunta-Chave: Como o Senhor se sente com relação ao uso do drywall em sua obra nos seguintes aspectos abaixo relacionados? Questão 1 Ao analisar-se os resultados da enquête pode-se concluir que os empresários da construção civil estão, em sua maioria (80%), satisfeitos no que se refere ao atendimento do fornecedor. 20% 0% 80% Satisfeito Insatisfeito Neutro Não se Aplica Figura 3. Atendimento do fornecedor Questão 2 Os empresários estão totalmente satisfeitos com o cumprimento do prazo de entrega dos materiais do sistema drywall. Esse resultado apurado fornece uma maior 16 tranqüilidade para os empresários, posto que os materiais estão sendo entregues dentro do prazo contratado tornando mais confiável o planejamento dos serviços da obra. 0%0% 100% Satisfeito Insatisfeito Neutro Não se Aplica Figura 4. Cumprimento do prazo de entrega dos materiais Questão 3 Os empresários estão, em sua maioria (70%), satisfeitos com o prazo do serviço de montagem das placas. Cerca de 30% dos entrevistados manifestaram-se insatisfeitos, pois sofreram atrasos em seus cronogramas devido ao descumprimento desse prazo. 0%0% 30% 70% Satisfeito Insatisfeito Neutro Não se Aplica Figura 5. Cumprimento do prazo do serviço de montagem das placas 17 Questão 4 A montagem das placas de gesso acartonado é feita por empresas terceirizadas, geralmente indicadas pelos fornecedores. É importante ressaltar que vários entrevistados salientaram a necessidade da empresa construtora de fiscalizar de perto os serviços desses empreiteiros, para evitar erros na montagem. Além disso, eles opinaram que a marcação das paredes deve ser feita pelos operários da contratante por ser um serviço de muita responsabilidade. Cerca de 70% dos entrevistados opinaram que a qualidade do serviço de montagem era satisfatória enquanto 30% se manifestaram totalmente insatisfeitos com a qualidade desse serviço. 10% 0% 20% 70% Satisfeito Insatisfeito Neutro Não se Aplica Figura 6. Qualidade do serviço de montagem 18 Questão 5 Deve-se observar que vários entrevistados opinaram que diversos problemas ocorridos na montagem dos painéis de gesso acartonado se devem a, ainda, baixa qualificação técnica dos operários das empresas montadoras. Segundo os dirigentes entrevistados, essas empresas são formadas, em sua maioria, por profissionais que anteriormente trabalhavam com forro de gesso em placa ou divisórias tipo Eucatex, não recebendo treinamento qualificado para o trabalho com drywall. Apesar desses problemas, cerca de 60% dos entrevistados disseram que estavam satisfeitos com a capacitação técnica da mão-de-obra de montagem. Entretanto 30% se consideram insatisfeitos e acham que essa mão-de-obra má qualificada representa um grande entrave na utilização dessa tecnologia. 10% 0% 30% 60% Satisfeito Insatisfeito Neutro Não se Aplica Figura 7. Capacitação técnica da mão-de-obra de montagem 19 Questão 6 Comparando-se a tecnologia de divisórias em placas de gesso acartonado com o processo de construção de paredes convencional metade dos entrevistados manifestou-se satisfeito com a economia proporcionada pela tecnologia do drywall devido aos seguintes aspectos: redução do custo dos serviços de fundação e estrutura em função da leveza na nova tecnologia e pouca geração de entulho que proporciona enorme economia no serviço de limpeza e bota-fora. Outros 20% manifestaram-se insatisfeitos pois acharam que o drywall é mais dispendioso do que o processo tradicional e inclusive opinaram que o preço dessa nova tecnologia ainda é muito caro e que precisa ser barateado. Para 30% dos entrevistados os custos dos dois processos construtivos são equivalentes, não havendo, portanto, economia alguma com a utilização do drywall. 30% 0% 20% 50% Satisfeito Insatisfeito Neutro Não se Aplica Figura 8. Economia proporcionada pela utilização do drywall em comparação às paredes de alvenaria tradicionais 20 Questão 7 Eventualmente há nescessidade de se fazer um reparo ou manutenção na parede de drywall. Quando isso acontece é feita uma solicitação ao fornecedor do sistema que a atende satisfatoriamente para 70% dos entrevistados, mas para outros 10% esse atendimento é de má qualidade. 20% 0% 10% 70% Satisfeito Insatisfeito Neutro Não se Aplica Figura 9. Atendimento as solicitações de reparo e/ou manutenção Questão 8 Cerca de 40% das respostas apontaram para uma assistência satisfatória do fornecedor para o cliente final. Para 30% dos entrevistados o cliente final é muito mal assistido pelo fornecedor de drywall. Outros 30% optaram pela resposta “Não se 21 aplica” por desconhecer a opinião do cliente final com relação a essa questão. 0% 30% 30% 40% Satisfeito Insatisfeito Neutro Não se Aplica Figura 10. Assistência do fornecedor perante o cliente final (dono do imóvel) Questão 9 90% das respostas apontaram para a satisfação dos entrevistados que afirmaram que a qualidade do acabamento final dos painéis depois de assentados é satisfatória, enquanto 10% se disseram insatisfeitos. 0%0%10% 90% Satisfeito Insatisfeito Neutro Não se Aplica Figura 11. Qualidade do acabamento final dos painéis (quanto ao assentamento das placas) 22 Questão 10 Para 60% dos entrevistados o prazo de garantia é adequado para suas necessidades, enquanto 30% responderam “Não se aplica” uma vez queo fornecedor não forneceu prazo de garantia para seu produto. 10% 30% 0% 60% Satisfeito Insatisfeito Neutro Não se Aplica Figura 12. Prazo de garantia dado pelo fornecedor. Questão 11 Quanto à qualidade do serviço de atendimento dentro do prazo de garantia, 80% dos empresários responderam que Não se Aplica por não ter tido ainda, oportunidade de desfrutar desse serviço uma vez que ainda não houve necessidade de ser solicitado. Outros 10% que o experimentaram ficaram satisfeitos. 10% 80% 0%10% Satisfeito Insatisfeito Neutro Não se Aplica Figura 13. Qualidade no serviço de atendimento dentro do período de garantia 23 Questão 12 80% dos entrevistados responderam que o drywall realmente proporciona economia nos custos da obra devido a sua leveza, pois representa redução significativa nos custos dos serviços de fundação e estrutura, quando adotado em fase de projeto. 20% 0% 0% 80% Satisfeito Insatisfeito Neutro Não se Aplica Figura 14. Economia proporcionada pela leveza do material. Questão 13 Comparado com a alvenaria tradicional o drywall proporciona um aumento da área útil dos cômodos pela redução da espessura de suas paredes. Pouco mais da metade dos entrevistados (60%) considera esse fato uma vantagem, embora não seja significativo para o restante dos entrevistados, que consideraram o ganho de área muito pequeno. 24 40% 0% 0% 60% Satisfeito Insatisfeito Neutro Não se Aplica Figura 15. Aumento da área útil. Questão 14 Esta questão teve quase unanimidade de satisfação entre os entrevistados (80%) pois o fato de o drywall ser um processo de construção a seco possibilita uma maior produtividade do processo de montagem dos painéis e pouca geração de entulho, o que proporciona enorme economia nos serviços de limpeza e bota-fora. Os 20% de insatisfeitos constatados nesta pesquisa são explicados pelo fato de suas obras terem optado pelo drywall tardiamente quando suas estruturas convencionais já estavam construídas. As placas de drywall são fabricadas para algumas alturas de pé-direito pré-definidas; e além disso a estrutura deve ser composta por lajes planas para evitar recortes nas placas. 0%0% 20% 80% Satisfeito Insatisfeito Neutro Não se Aplica Figura 16. Pouca geração de entulho 25 Questão 15 Praticamente, todos os entrevistados (cerca de 90%) concordaram que os sistemas de instalações (elétrico, hidráulico, sanitário, GLP, etc.) foram simplificados no sistema drywall. Isso proporciona uma redução nas etapas de serviços e custo de mão-de-obra permitindo uma maior racionalização do processo construtivo. 10% 0% 0% 90% Satisfeito Insatisfeito Neutro Não se Aplica Figura 17. Simplificação dos sistemas de instalações (elétrico, hidro-sanitário, GLP, etc.) Questão 16 90% dos entrevistados aprovaram a qualidade do acabamento das superfícies das placas de drywall, inclusive ressaltando que a lisura das placas proporciona uma economia do serviço de pintura pela redução da quantidade de massa corrida necessária para sua regularização. 26 Entretanto, 10% dos empresários responderam que o acabamento não ficava bom, principalmente no encontro das placas e nos pontos de fixação das mesmas nos perfis metálicos. 0%0%10% 90% Satisfeito Insatisfeito Neutro Não se Aplica Figura 18.Acabamento das superfícies das placas para recebimento de pintura Questão 17 Segundo a opinião de 60% dos entrevistados o isolamento acústico é satisfatório, desde que se utilize lã de rocha ou lã de vidro entre os painéis de gesso acartonado. 20% responderam que o isolamento acústico era deficiente. 20% 0% 20% 60% Satisfeito Insatisfeito Neutro Não se Aplica Figura 19. Isolamento acústico. 27 Questão 18 Quanto ao isolamento térmico mais da metade dos entrevistados (70%) ficaram satisfeitos uma vez que o gesso é isolante térmico o que proporciona otimização dos equipamentos de refrigeração de ar condicionado proporcionando economia no dimensionamento dos equipamentos e, por conseguinte, no custo de energia elétrica. Entretanto 10% dos empresários se disseram insatisfeitos alegando que as paredes de alvenaria convencionais teem isolação térmica melhor do que as de drywall. 20% 0% 10% 70% Satisfeito Insatisfeito Neutro Não se Aplica Figura 20. isolamento Térmico Questão 19 Outro item que teve quase unanimidade de satisfação entre os entrevistados (cerca de 90%) foi o fato do drywall ser um processo racionalizado, o que possibilita uma maior produtividade no processo de montagem. Vários entrevistados salientaram sobre a importância da rapidez do processo de montagem, pois possibilita uma redução do prazo de execução do serviço de alvenaria e, além disso, permite que a 28 execução desse serviço seja postergada possibilitando um adiamento desse desembolso gerando um ganho financeiro para a empresa. Para 10% dos entrevistados a rapidez na montagem das placas não foi significativa. 0%0%10% 90% Satisfeito Insatisfeito Neutro Não se Aplica Figura 21. Rapidez na montagem das placas Questão 20 A ausência de argamassa molhada no processo construtivo das paredes de drywall foi apontada como uma grande vantagem dessa tecnologia por 90% dos dirigentes de construtoras pois permite uma melhor racionalização do processo construtivo se contrapondo ao processo artesanal das alvenarias tradicionais; além disso proporciona uma maior velocidade de produção e pouco desperdício de material. 10% 0% 0% 90% Satisfeito Insatisfeito Neutro Não se Aplica Figura 22. Ausência de umidade durante o processo construtivo. 29 3.2. Resultado da Segunda Parte do Questionário Questão 1 Por ser uma tecnologia nova as empresas de construção civil que desejavam aplicá- la em nosso estado sentiram necessidade de buscar informações sobre patologias, viabilidade econômica, procedimentos técnicos, aceitação pelo consumidor final e qualidade de acabamento dentre outras características dessa tecnologia. Para atingir esse objetivo os empresários baianos fizeram visitas a empresas que já tinham utilizado esse sistema de alvenaria, situadas em outros estados da federação e até mesmo em outros países; além disso, a participação em seminários, palestras e feiras de construção civil e consultas a outros construtores ajudaram a embasar a opção dos nossos empresários para o conhecimento dessa nova tecnologia. TABULAÇÃO DOS DADOS: A. 30 % - Visitas à outras capitais do Brasil como: Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. B. 20 % - Visitas à outros Paises como: Estados Unidos e França. C. 10 % - Visitas à outros países e a outras capitais do Brasil D. 10 % - Participação em Seminários, Palestras e Feiras de Construção Civil E. 10 % - Recomendação de outros construtores F. 20 % - Outros motivos 30 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% A B C D E F Figura 23. Referências que influenciaram na opção pelo drywall. Questão 2 A maior parte dos prédios construídos aqui na Bahia com essa tecnologia, são edifícios comerciais, uma vez que ficou constatado que o consumidor final de prédios de apartamentos tem resistência a aceitar o drywall por desconhecimento da tecnologia e por questões culturais uma vez que o fato de a parede ser semi-ocaé facilmente constatado a um simples teste de percussão. TABULAÇÃO DOS DADOS: A. 40 % - 1 prédio comercial B. 20 % - 1 prédio residencial C. 10 % - 2 prédios comerciais D. 10 % - 3 prédios comerciais E. 10 % - 5 prédios comerciais F. 10 % - 2 prédios comerciais e 5 prédios residenciais 31 0% 10% 20% 30% 40% A B C D E F Figura 24. Empreendimentos comerciais e residenciais executados com drywall. Questão 3 A tecnologia do sistema drywall, considerando-se todos os seus componentes de custo, é mais econômica do que o processo de alvenaria tradicional. Entretanto, para ser plenamente aproveitada no que se refere a suas vantagens econômicas, ela deve ser adotada ainda na fase de planejamento da obra, uma vez que uma das suas grandes vantagens que é a leveza proporcionará a redução dos custos dos serviços de fundação e estrutura. TABULAÇÃO DOS DADOS: A. 50 % - Sim. O drywall é mais econômico. B. 30 % - Os dois processos são equivalentes. C. 10 % - Não. O drywall é mais caro. D. 10 % - Depende do tipo e do projeto da obra. 32 0% 10% 20% 30% 40% 50% A B C D Figura 25. Custo de drywall X Custo de alvenaria tradicional. Questão 4 De um modo geral as paredes de drywall gozam de boa aceitação perante o consumidor final, principalmente o consumidor de imóveis comerciais. Uma pequena parte dos consumidores apresenta uma certa resistência inicial quando são informados que o seu imóvel terá paredes de placas de gesso acartonado, mas esse quadro tende a mudar num segundo momento e o consumidor passa a conhecer melhor a nova tecnologia. TABULAÇÃO DOS DADOS: A. 60 % - Aceitação boa. B. 20 % - Aceitação muito boa. C. 20 % - Aceitação média. 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% A B C Figura 26. Aceitação da alvenaria de drywall pelo consumidor final. 33 Questão 5 O sistema de divisórias internas em placas de gesso acartonado apresenta uma série de vantagens com relação ao processo tradicional de construção de paredes com bloco cerâmico e argamassa. A rapidez do processo construtivo é a vantagem mais importante, pois graças a ela é possível se reduzir o prazo da obra ou se postergar o desembolso desse serviço resultando em economia em ambas as opções. A leveza das paredes de drywall também é uma vantagem que foi muito citada por se traduzir em economia de custo significativa, pois barateia os serviços de fundação e estrutura. Outra vantagem muito lembrada é o processo de construção a seco das paredes de drywall e que praticamente não geram entulho, ao contrario das paredes tradicionais que geram montanhas de entulho provocando um custo adicional desse serviço com mão-de-obra de limpeza, e frete. Todas as vantagens anteriormente citadas se traduzem em economia para o empreendimento, mas o drywall possui outras vantagens que, em menor incidência, também são importantes tais como a versatilidade, que possibilita a relocação das paredes de maneira rápida e fácil; a facilidade que o drywall proporciona nos serviços de instalações elétricas, hidráulicas, sanitárias, de GLP, etc., que reduz o tempo gasto na execução desses serviços e facilita em caso de manutenção das tubulações. Outras vantagens menos citadas foram: o aumento da área útil proporcionado pela reduzida espessura das paredes de drywall; a mão-de-obra especializada que eleva o grau de industrialização e racionalização do serviço distanciando-o do método artesanal que caracteriza o processo de construção da 34 alvenaria tradicional e o bom acabamento das placas que proporciona facilidade e economia nos serviços de pintura. TABULAÇÃO DOS DADOS: Cada um dos entrevistados apontou uma ou mais vantagens do drywall conforme levantamento abaixo: A. 80 % dos entrevistados citaram “rapidez” B. 60 % dos entrevistados citaram “leveza” C. 60 % dos entrevistados citaram “limpeza” D. 50 % dos entrevistados citaram “economia” E. 40 % dos entrevistados citaram “versatilidade” F. 40 % dos entrevistados citaram “facilidade dos serviços de instalações” G. 20 % dos entrevistados citaram “aumento da área útil dos cômodos” H. 20 % dos entrevistados citaram “mão-de-obra especializada” I. 10 % dos entrevistados citaram “bom acabamento” J. 10 % dos entrevistados citaram “postergação de desembolso do serviço de alvenaria” K. 10 % dos entrevistados citaram “racionalização” 0% 20% 40% 60% 80% A B C D E F G H I J K Figura 27. Vantagens do drywall. 35 Questão 6 Com relação às desvantagens do sistema drywall, destaca-se o fato de a mão-de- obra de montagem ser pouco qualificada gerando insatisfação em grande parte dos empresários que utilizaram o sistema. Essa mão-de-obra geralmente é oriunda de empreiteiros que trabalhavam com forro de gesso em placa ou serviços de montagens de divisórias tipo Eucatex, que estão migrando para essa nova atividade, sem o devido preparo técnico que a nova tecnologia necessita. Outra desvantagem considerável, é a necessidade de se colocar reforço com localização pré-determinada no interior das paredes para permitir a fixação de armários e outros objetos como suporte para TV, suportes para rede, quadros, espelhos e etc. Esse fato gera insatisfação ao consumidor final, pois dificulta mudanças na decoração e reorganização interna do imóvel. Outras desvantagens apontadas na pesquisa dizem respeito ao preço alto do sistema quando utilizado sem planejamento; possível resistência de aceitação por parte dos clientes finais; isolamento acústico deficiente; necessidade de cuidados especiais em áreas molhadas para evitar infiltrações e vazamentos; obrigatoriedade de uso de grua na obra por tratar-se de um equipamento caro e que nem sempre pode ser absorvido pelo orçamento da obra além de manutenção cara e deficiente. TABULAÇÃO DOS DADOS: Cada um dos entrevistados apontou uma ou mais desvantagens do drywall conforme levantamento abaixo: 36 A. 50 % dos entrevistados citaram “mão-de-obra com pouca qualificação”. B. 30 % dos entrevistados citaram “necessidade de reforço para fixação de armários”. C. 20 % dos entrevistados citaram “preço alto” D. 20 % dos entrevistados citaram “possibilidade de rejeição pelos clientes” E. 10 % dos entrevistados citaram “obrigatoriedade do uso de grua” F. 10 % dos entrevistados citaram “isolamento acústico deficiente” G. 10 % dos entrevistados citaram “necessidade de cuidados especiais em áreas molhadas” H. 10 % dos entrevistados citaram “atendimento ruim por parte do fornecedor” I. 10 % dos entrevistados citaram “manutenção deficiente” J. 10 % dos entrevistados citaram “manutenção cara” K. 10 % dos entrevistados citaram “não há desvantagens significativas” 0% 10% 20% 30% 40% 50% A B C D E F G H I J K Figura 28. Desvantagens do drywall. Questão 7 Apesar dessa tecnologia ter chegado ao Brasil há mais de trinta anos, aqui na Bahia ela ainda é muito pouco utilizada. O principal motivo para esse fato é cultural, pois 37 existe uma resistência do consumidor final em aceitar as paredes de gesso acartonado por tratar-se de um produto novo e desconhecido e que transmite uma impressão de fragilidade. Outro grande motivo apontado é o desconhecimento gerado pela falta de divulgação dessa nova tecnologia no mercado baiano. A pouca qualificação da mão-de-obra local é mais uma razão apontada para explicar a resistência dos empresários em adotar o drywall. TABULAÇÃO DOS DADOSCada um dos entrevistados citou um ou mais motivos para a questão acima conforme levantamento a seguir: A. 60 % dos entrevistados citaram a resistência do consumidor final em aceitar o drywall B. 40 % dos entrevistados citaram a falta de divulgação do sistema drywall C. 30 % dos entrevistados citaram a pouca qualificação da mão-de-obra de montagem D. 30 % dos entrevistados citaram a falta de conhecimento do sistema drywall E. 10 % dos entrevistados citaram atendimento ruim dos fornecedores F. 10 % dos entrevistados citaram o fato de as fábricas de placas de gesso estarem localizadas distantes de Salvador G. 10 % dos entrevistados citaram a resistência dos construtores a novas tecnologias H. 10 % dos entrevistados opinaram que muitos empresários analisam equivocadamente a utilização desta tecnologia, ao não considerar todos os ganhos que ela proporciona quando adotada ainda na fase de planejamento. 38 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% A B C D E F G H Figura 29. Causas da pouca utilização do sistema drywall na Bahia. Questão 8 Segundo a apuração da pesquisa essa tecnologia poderá se expandir no mercado baiano em médio prazo atendendo a uma tendência de industrialização, modularização e racionalização dos processos construtivos, que já é uma realidade em muitas empresas da indústria da construção civil. Porém, para chegar-se a esse patamar, ainda será necessário que seja bem mais qualificada a nossa mão-de-obra e que a tecnologia do drywall seja bastante difundida para o público em geral, mostrando suas vantagens. TABULAÇÃO DOS DADOS: A. 50% dos entrevistados disseram: Sim B. 30% dos entrevistados disseram: Sim. Em médio prazo C. 10% dos entrevistados disseram: Sim. Desde que se melhore a mão-de-obra D. 10% dos entrevistados disseram: Sim. Desde que haja uma campanha de divulgação 39 0% 10% 20% 30% 40% 50% A B C D Figura 30. Perspectiva de expansão do sistema drywall na Bahia. Questão 9 A pesquisa apurou que 70% dos entrevistados recomendaria a utilização do sistema drywall sem nenhum condicionante tendo em vista as enormes vantagens da nova tecnologia . Entretanto 30% dos entrevistados colocaram restrições à recomendação do drywall alegando má qualidade da mão-de-obra e preconceito por parte do consumidor final de prédios residenciais. TABULAÇÃO DOS DADOS: A. 70% dos entrevistados disseram: Sim B. 10% dos entrevistados disseram: Sim, desde que exista mão-de-obra qualificada. C. 10% dos entrevistados disseram: Sim, desde que haja um acompanhamento de perto do serviço. D. 10% dos entrevistados disseram: Sim, desde que seja em obra comercial. 40 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% A B C D Figura 31. Recomendação do sistema drywall. Questão 10: Esta pergunta objetivou proporcionar aos entrevistados a oportunidade de abordarem e/ou comentarem livremente alguma questão do drywall que, por ventura, não tenha sido abordada na entrevista. 70% dos entrevistados fizeram comentários e/ou sugestões que podem repercurtir para o aprimoramento do sistema drywall. TABULAÇÃO DOS DADOS I. 30% dos entrevistados opinaram que não era necessário fazer comentários adicionais. II. 70% dos entrevistados fizeram um ou mais comentários sobre o sistema drywall. O levantamento dos comentários emitidos segue abaixo: A. 20% dos comentários referem-se à necessidade de se baratear o preço do sistema drywall para as construtoras. 41 B. 20% dos comentários referem-se à necessidade de os fornecedores de drywall realizarem uma grande campanha de divulgação do sistema para esclarecer o cliente final. C. 10% dos comentários sugerem que se fizessem alguns melhoramentos técnicos no sistema drywall como: desenvolver colas para colagem de cerâmica que permitam descolar a cerâmica sem danificar a placa de gesso e a adoção de um perfil de base mais profundo de modo a não permitir que a placa de gesso fique enterrada no contra-piso. D. 10% dos comentários afirmam que o sistema drywall vem de encontro à tendência de industrialização dos métodos construtivos. E. 10% dos comentários referem-se à necessidade de a construtora acompanhar de perto todo o processo construtivo do sistema drywall para evitar erros. F. 10% dos comentários referem-se à necessidade de a construtora fazer, ela própria, a marcação das paredes de drywall, serviço que não deve ser feito pela empresa montadora por tratar-se de uma tarefa de muita responsabilidade. G. 10% dos comentários afirmam que algumas construtoras e/ou incorporadoras fazem críticas ao sistema drywall com o intuito de desqualificar seus concorrentes e valorizar, assim, seus produtos. 42 H. 10% dos comentários opinam que a opção por drywall só deve ser adotada se o empreendimento ainda estiver na fase de planejamento e após um estudo de viabilidade econômica. 43 4. CONCLUSÃO O sistema drywall é uma tecnologia moderna que tem boa aceitação e deverá ocupar seu espaço no nosso mercado substituindo gradativamente o sistema tradicional de construção de paredes em alvenaria de bloco cerâmico e argamassa. Apresenta diversas vantagens, que facilitam o processo construtivo e proporcionam redução de custos, pois se trata de um processo de construção a seco, com pouca geração de entulho, simplificando os sistemas de instalações e, proporcionando um relativo aumento de área útil. Além de vantagens econômicas, este produto atende tecnicamente aos quesitos de isolamento térmico e acústico. Esse sistema, conjuntamente com novas tecnologias de produção, poderá alavancar a indústria da construção civil a um nível satisfatório de racionalização e industrialização dos processos construtivos. De acordo com a afirmação de SABBATINI (1998): Mudanças recentes na construção civil que, pressionada pelo mercado e induzida por uma competitividade baseada nos custos de produção, têm buscado a redução destes custos pela racionalização de seus processos produtivos com a introdução de inovações tecnológicas. Analisando o mercado baiano, pode-se concluir que, apesar da expectativa de expansão desse avanço tecnológico, convém salientar que existem algumas dificuldades a serem superadas como: a melhoria da qualidade da mão-de-obra; a redução do, ainda alto, custo desse produto e a superação da barreira cultural que existe nos consumidores finais, notadamente àqueles de edifícios residenciais. Esses problemas podem ser equacionados melhorando-se a qualificação da mão- de-obra através de algumas iniciativas como: o fortalecimento e criação de novas instituições de ensino e treinamento, que podem ser subsidiadas pela indústria de 44 construção civil do estado; pelos órgãos governamentais competentes e pelos fabricantes de gesso acartonado. O alto preço do drywall, observado por alguns entrevistados, tenderá a se reduzir à medida que aumente a demanda pelo produto, o que minimizará seus custos de produção e incentivará a concorrência de preços na disputa pelo mercado. Quanto a resistência à aceitação do produto drywall pelos consumidores finais, principalmente de prédios residenciais, observa-se que é de fundamental importância a realização de um processo de divulgação dessa tecnologia, patrocinado pelos fornecedores de drywall com o apoio dos demais segmentos interessados para que o público possa seinformar sobre essa nova tecnologia, minimizando-se assim esta barreira cultural. 45 REFERÊNCIAS BARROS, M.M.S.B. O processo de produção das alvenarias racionalizadas. In. Seminário Tecnologia e gestão na produção de edifícios: Vedações verticais. 1. anais. São Paulo. EPUSP. 1998. FRANCO L. S. O desempenho e a deformabilidade das vedações verticais. In: Seminário tecnologia e gestão na produção de edifícios: Vedações verticais, 1. anais. São Paulo. EPUSP. 1998. Mercado do drywall. Disponível no site: http://www2.abragesso.org.br>. 2000. Acesso em 12 de dez 2003. SABBATINI, Fernando H. O processo de produção de vedações leves de gesso acartonado. Seminário Tecnologia e gestão na produção de edifícios: Vedações verticais. 1. anais. São Paulo. EPUSP. 1998. SABBATINI, Fernando H. Desenvolvimento de métodos, processos e sistemas construtivos: formulação e aplicação de uma metodologia. São Paulo. Tese de doutorado, Escola Politécnica, Universidade de São Paulo. 1989 SEBASTIAN Richard. Knalf do Brasil, Sistema de construção a seco Knalf. Rio de Janeiro, s.d. 2000. 46 ANEXOS QUESTIONÁRIO CARTA DE APRESENTAÇÃO Prezados Senhores Somos um grupo de engenheiros e estamos concluindo o Curso de Pós-Graduação com Especialização em Gerenciamento de Obras ministrado pela Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia-UFBA. Para oficializar a conclusão desse curso estamos fazendo uma Monografia em equipe cujo tema é: “Sistema de divisórias de gesso acartonado (‘drywall’)” onde pretendemos traçar um diagnóstico da utilização dessa tecnologia no nosso mercado. Desse modo estamos contatando várias empresas de construção civil para colhermos impressões e opiniões sobre suas experiências na utilização das divisórias de “drywall” em suas obras. Gostaríamos de contar com a sua colaboração fornecendo suas opiniões sobre as questões constantes no formulário abaixo. Essas informações servirão de subsídio para a elaboração do nosso trabalho, pois refletirá as impressões de várias empresas de construção civil sobre a utilização dessa tecnologia. Para a coleta desse material poderíamos agendar uma rápida visita a sua empresa onde colheríamos, com mais precisão, as suas opiniões sobre as questões abordadas. Entretanto, se for mais conveniente, o Senhor pode enviar-nos o questionário preenchido para o e-mail: ricardodosreis@ig.com.br. Agradecemos a sua atenção. Cordiais saudações, Eng.° Ricardo Santana dos Reis Tel: (71)247-5132 Cel: (71)9923-7650 47 PESQUISA DE OPINIÃO SOBRE A UTILIZAÇÃO DO SISTEMA DE DIVISÓRIAS DE GESSO ACARTONADO E O MERCADO DA CONSTRUÇÃO CIVIL DA BAHIA NOME DO ENTREVISTADO:................................................................................................. EMPRESA: .............................................................................................................................. CARGO: ................................................................................................................................... DATA: ...................................................................................................................................... PRIMEIRA PARTE Como o Senhor se sente com relação ao uso do “drywall” em sua obra no que se refere aos seguintes aspectos abaixo relacionados: 1. Atendimento do fornecedor Insatisfeito Neutro Satisfeito Não se Aplica Comentário:............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 2. Cumprimento do prazo de entrega dos materiais Insatisfeito Neutro Satisfeito Não se Aplica Comentário:............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 48 3. Cumprimento do prazo do serviço de montagem das placas Insatisfeito Neutro Satisfeito Não se Aplica Comentário:............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 4. Qualidade do serviço de montagem. Insatisfeito Neutro Satisfeito Não se Aplica Comentário:............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 5. Capacitação técnica da mão-de-obra de montagem. Insatisfeito Neutro Satisfeito Não se Aplica Comentário:............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 6. Economia proporcionada pela utilização do “drywall” em comparação às paredes de alvenaria tradicionais. Insatisfeito Neutro Satisfeito Não se Aplica Comentário:............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 7. Atendimento às solicitações de reparo e/ou manutenção. Insatisfeito Neutro Satisfeito Não se Aplica Comentário:............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 49 8. Assistência do fornecedor perante o cliente final (dono do imóvel) Insatisfeito Neutro Satisfeito Não se Aplica Comentário:............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 9. Qualidade do acabamento final dos painés. Insatisfeito Neutro Satisfeito Não se Aplica Comentário:............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 10. Prazo de garantia dado pelo fornecedor. Insatisfeito Neutro Satisfeito Não se Aplica Comentário:............................................................................................................................... ...............................................................................................................................11. Qualidade no serviço de atendimento dentro do período de garantia. Insatisfeito Neutro Satisfeito Não se Aplica Comentário:............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 12. Economia proporcionada pela leveza do material. Insatisfeito Neutro Satisfeito Não se Aplica Comentário:............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 50 13. Aumento da área útil. Insatisfeito Neutro Satisfeito Não se Aplica Comentário:............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 14. Pouca geração de entulho. Insatisfeito Neutro Satisfeito Não se Aplica Comentário:............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 15. Simplificação dos sistemas de instalações (elétrico, hidro-sanitário, GLP, etc.). Insatisfeito Neutro Satisfeito Não se Aplica Comentário:............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 16. Acabamento das superfícies das placas para recebimento da pintura. Insatisfeito Neutro Satisfeito Não se Aplica Comentário:............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 17. Isolamento acústico Insatisfeito Neutro Satisfeito Não se Aplica Comentário:............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 51 18. Isolamento térmico. Insatisfeito Neutro Satisfeito Não se Aplica Comentário:............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 19. Rapidez na montagem das placas. Insatisfeito Neutro Satisfeito Não se Aplica Comentário:............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 20. Ausência de umidade durante o processo construtivo. Insatisfeito Neutro Satisfeito Não se Aplica Comentário:............................................................................................................................... ............................................................................................................................... SEGUNDA PARTE 1. Quais as referências que o Senhor teve que o levaram a optar pelo uso da tecnologia “drywall”? ...................................................................................................................................... .................................................................................................................................. .................................................................................................................................. 2. Quantos empreendimentos comerciais da sua empresa foram executados com a utilização do sistema “drywall”? E quantos residenciais? ....................................................................................................................................... ....................................................................................................................................... ....................................................................................................................................... 52 3. Considerando todos os componentes de custo o Senhor considera as paredes de “drywall” mais econômicas quando comparadas com as paredes de alvenaria tradicional? ....................................................................................................................................... ....................................................................................................................................... ....................................................................................................................................... 4. Como é a aceitação das paredes de “drywall” pelo consumidor final? ....................................................................................................................................... ....................................................................................................................................... ....................................................................................................................................... 5. Quais as vantagens na utilização do sistema “drywall”? ....................................................................................................................................... ....................................................................................................................................... ....................................................................................................................................... 6. Quais as desvantagens da utilização do sistema “drywall”? ....................................................................................................................................... ....................................................................................................................................... ....................................................................................................................................... 7. Considerando-se as vantagens do sistema “drywall”, na sua opinião por que essa tecnologia ainda não é largamente utilizada pela Indústria da Construção Civil em nosso estado? ....................................................................................................................................... ....................................................................................................................................... .............................................................................................................................................................................................................................................................................. 8. Na sua opinião há perspectivas de expansão dessa tecnologia no mercado de construção civil em nosso estado? ....................................................................................................................................... ....................................................................................................................................... ....................................................................................................................................... 53 9. O Senhor recomendaria a utilização do sistema Drywall? ....................................................................................................................................... ....................................................................................................................................... ....................................................................................................................................... 10. O Senhor gostaria de fazer algum comentário adicional com relação à utilização do sistema “drywall”? ....................................................................................................................................... ....................................................................................................................................... ....................................................................................................................................... ....................................................................................................................................... ....................................................................................................................................... ....................................................................................................................................... ....................................................................................................................................... ....................................................................................................................................... ....................................................................................................................................... ....................................................................................................................................... ....................................................................................................................................... ....................................................................................................................................... ....................................................................................................................................... ....................................................................................................................................... .......................................................................................................................................
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