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ALIENAÇÃO PARENTAL É comum nos depararmos com casais que rompem suas vidas conjugais, e consequentemente ocorre uma redução de atenção aos filhos onde estes casais possuem. Ocasionalmente os mesmos podem brigar informalmente e judicialmente por seus direitos, podendo assim colocar seus filhos como sujeitos aliados a estas disputas e trazendo assim, situações que coloquem essas crianças contra seus antigos companheiros, provocando determinados sofrimentos a estas, fato este denominado de Alienação Parental. A Síndrome da Alienação Parental, termo proposto pelo Dr. Richard Gardner, em 1985, que se trata de um transtorno que pode surgir, a partir da disputa entre ex-cônjuges ou familiares, pela guarda dos filhos ou entes, em que há a realização de uma “lavagem cerebral” nos filhos; entes por um dos familiares (podendo ser o genitor ou não), com a finalidade de denegrir a imagem do outro genitor, ou de um familiar. O fato só pode ser considerado como AP, quando no caso, não se encontra abuso ou negligência parental. A partir dos anos 90, percebe-se que o pai, passa cada vez menos tempo com os filhos, nos casos de guardas compartilhadas e em 2000, se consolidam os danos que são causados as crianças, vitimadas da AP. Neste mesmo, consolida-se no Brasil a jurisprudência relacionada a essa síndrome e é criada a Lei 12.318/10. Conforme o art. 2º da Lei 12.318/10, “Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da criança ou adolescente, promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a autoridade, guarda ou vigilância, para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou a manutenção de vínculos com este”. AP é composta principalmente por três tipos de participantes e que falaremos mais detalhadamente deste durante todo o artigo. O genitor alienante, genitor alienado e os filhos. Podendo haver também outros que adentrem dentro da questão, como avós e tios. O genitor alienante é aquele que dificultará o relacionamento do outro genitor com seu filho, criando uma situação de desafeto do mesmo para com o genitor. O genitor alienado é aquele que tem toda a sua imagem denegrida e prejudicada, uma vez que o filho perdeu afeto por esse genitor. Mas os filhos, esses são os mais prejudicados por essa guerra entre genitores, uma vez que possuem todo o seu desenvolvimento prejudicado. O QUE É ALIENAÇÃO PARENTAL Com a separação de um casal é inevitável a atribuição da guarda dos filhos em comum dos mesmos, restando ao outro somente a convivência, que é determinado e estipulado pelo juiz, dando assim o direito de visitas, como fora determinado segundo a Lei 12.318/10, no Art. 1.589: “O pai ou a mãe, em cuja guarda não esteja os filhos, poderá visitá-los e tê-los em sua companhia, segundo o que acordar com o outro cônjuge, ou for fixado pelo juiz, bem como fiscalizar sua manutenção e educação”. “Mas ao contrário do que possa parecer, esse direito é da criança e visa minimizar os efeitos causados com o fim da sociedade conjugal. É uma forma de preservar os laços de convivência entre ambos. Abre-se, então, a possibilidade ao genitor não guardião de participar da criação e da formação da criança, entretanto o estado não pode obrigar ninguém a amar...” (XAXA, Igor. 2008 17 p.) Porém, podem ocorrer entre os genitores algumas desavenças e que briguem informalmente e judicialmente por seus direitos, possibilitando assim colocar os filhos como sujeitos aliados a estas disputas voltadas para a guarda e custódia destes, vindo a ocasionar situações que coloquem estes contra seus antigos companheiros, trazendo assim determinados sofrimentos aos filhos, fato este denominado Síndrome da Alienação Parental.Este termo, conhecido também pela abreviação SAP fora definido pelo psiquiatra Richard Gardner no ano de 1985 nos EUA como sendo: “Um distúrbio da infância que aparece quase exclusivamente no contexto de disputas de custódias de crianças. Sua manifestação preliminar é a campanha denegritória contra um dos genitores, uma campanha feita pela própria criança e que não tenha justificação. Resulta da combinação das instruções de um genitor (o que faz a “lavagem cerebral, programação, doutrinação”) e contribuições da própria criança para caluniar o genitor-alvo. Quando o abuso e/ou a negligência parentais verdadeiros estão presentes, a animosidade da criança pode ser prejudicada, e assim a explicação de SAP para a hostilidade da criança não é aplicável” (GARDNER, 1985, p.2). Há muito tempo, a formação familiar se dava por casamentos arranjados pelas famílias dos cônjuges e cada integrante desta relação possuía uma posição bem definida. O homem era o ser provedor do lar, saia de casa para trabalhar, para que pudesse sustentar a família, esta era ainda aquele que ensinava a lei da hierarquia dentro do lar, incentivando dessa forma o sentimento machista. A mulher era a que cuidava da manutenção do lar, cuidava da educação dos filhos e era responsável pelos afazeres domésticos. É possível ver após um período as mudanças que ocorreram nesta formação familiar, uma vez que com o advento das grandes guerras e da era industrial, as mulheres começaram a rejeitar o posicionamento de submissão em relação aos homens e por muitos destes se encontrarem ausentes por estarem nas guerras, estas tiveram que passar a ser também provedoras do lar. A partir do proposto, surge um novo cenário na dinâmica familiar. Começa-se então uma divisão de papéis mais igualitária, contudo, para que tudo isso fosse possível, foi necessário que houvesse muitas lutas e movimentos, lutando pelo direito de igualdade entre o sexo. Após conquistarem um lugar igualitário, as mulheres passam a ter mais participação no casamento e este deixa de ser arranjado e passa a ocorrer por livre escolha. Contudo, a mentalidade cultural da sociedade ainda não havia mudado e as relações dentro dos lares passaram a ser difíceis. Em muitos casos um dos membros deixava o lar, pois não se sentia realizado naquele em que morava, porém essa separação não era considerada legal, uma vez que o código civil considerava o casamento indissolúvel. Anteriormente, em meados de (por em século-1900), no Brasil, não se permitia o divórcio legal, uma vez casado, o vínculo deveria durar durante toda a vida. Contudo,após algumas alterações no modelo familiar, percebeu-se a necessidade de mudar a lei, uma vez que havia um número crescente de lares sendo desfeitos, mas que não poderia ser desfeito legalmente. Muitos propuseram alterações no código civil e todas essas tentativas foram sem sucesso. Em 1901, Clóvis Beviláqua apresentou seu anteprojeto do código civil, que recebeu duras críticas e por isso, foi alvo de várias mudanças. Esse anteprojeto foi alterado e em 1916 foi aprovado. Neste possuía um artigo que permite o desquite, que permite a separação legal, contudo, não permitia que membros da união se recasassem, mas que houvesse separação de corpos e de bens. Somente em 1977, o divórcio é instituído no Brasil, com a Emenda Constitucional Nº 9, datada de 28/06/1977, de autoria do Senador Nelson Carneiro. Essa propôs que o casamento passaria a ser solúvel, criando assim o que conhecemos hoje como separação judicial. Essa emenda foi duramente rebatida, por retirar a indissolubilidade do casamento, permitindo a partir daí, o reatamento, como afirma Bottega: Essa emenda sofreu muitas críticas e gerou uma enorme polemica para a época, pois tornava o casamento solúvel e propiciava às pessoas divorciadas a possibilidade de um novo casamento (BOTTEGA, 2007). Inicialmente, com essa mudança, só era permitido que os sujeitos só casassem por mais uma vez, posteriormente, na Constituição Federal de 1988, o divórcio sem limitação numérica foi instituído, pelo Art. 226, §6º. A Lei Nº 7.841, de 17/10/1989, que revogou o Art. 38 da antiga lei do divórcio, excluindo assim a restrição numérica do pedido de divórcio. Atendo-se para família em geral, e deixandoum pouco de lado as questões de divórcio legal, podemos observar também, que historicamente o poder dentro do lar foi alterado. O poder familiar é o conjunto de direitos e deveres dos pais em relação à criação e educação dos filhos, com a finalidade de formar os filhos como seres com integridade moral, física, psíquica e social. Segundo o autor Caio Mário da Silva Pereira: O complexo de direitos e deveres quanto à pessoa e bens dos filhos, exercido pelos pais na mais estreita colaboração e em igualdade de condições, segundo o art. 226 parágrafo quinto da Constituição Federal. (PEREIRA, 2005). A Constituição Federal de 1988 empregou o termo “poder familiar”. Contudo, esta possuía uma definição desigual, em relação ao papel do homem e da mulher, dentro da conjuntura familiar. Esta previa anteriormente a um poder maior por parte do pai em relação aos seus filhos. Assim prescrevia o art. 380 do Código Civil de 1916: “Durante o casamento compete o pátrio poder aos pais, exercendo-o o marido com a colaboração da mulher, na falta ou impedimento de um dos progenitores passará o outro a exercê-lo com exclusividade”. (BRASIL, 1916). Somente com a Constituição Federal, em seu art. 226, §5º (BRASIL, 1988), foram igualados os direitos e deveres dos cônjuges, conforme assim prescreve o citado artigo: “ Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher”. Assim, vem afirmar a Constituição Federal, que propõe: Desta forma, é possível perceber como surge a AP no contexto histórico do Brasil, uma vez que, com existe uma grande crescente nos divórcios, o que reflete num despreparo geral, dos membros da família, para lidar com a separação. Os casais possuem dificuldade de separar o término da relação de conjugal idade com a continuidade da relação de parental idade e acabam levando os traumas gerados de uma relação ruim para continuidade da criação dos filhos. Quando ocorre a separação, os envolvidos não compreendem que apesar de serem considerados maus maridos e más esposas por ambos, eles são imprescindíveis na criação dos seus filhos. ASPECTOS PSICOLÓGICOS Este artigo é bastante exemplificativo, ou seja, a prática da alienação não se restringe apenas aos genitores, mas levando a vedação da prática desses atos a tios, avós, padrinhos, tutores, dentre outros... A lei diz que o alienador é aquele que possui a guarda da criança e influencia a repudiar outro genitor. Genitor Alienante Segundo Vieira (2014) já é pacífico na doutrina, que na maioria dos casos de AP, quem ocupa o polo ativo deste conflito é a própria mãe. A genitora tem uma tendência maior de desenvolver a síndrome, do que o genitor. De acordo com as estatísticas de Registro Civil, divulgadas em 2010 pelo IBGE, em 87,3% dos casos que a mãe detém a guarda dos filhos em caso de separação, cerca de 1/3 dos filhos perdem o contato com o pai, sendo privados do afeto e convívio com o genitor ausente. François Poderyn (2001) enfatiza que, normalmente, a síndrome irá se manifestar principalmente no ambiente da mãe, já que considera-se historicamente que a mulher é a mais indicada para exercer a guarda dos filhos: “A Síndrome se manifesta, em geral, no ambiente da mãe das crianças, notadamente porque sua instalação necessita muito tempo e porque é ela que tem a guarda na maior parte das vezes. Todavia pode se apresentar em ambientes de pais instáveis, ou em culturas onde tradicionalmente a mulher não tem nenhum direito concreto.” Afirma Maria Berenice Dias que a SAP é mais provável de acontecer em famílias multidisciplinares, pois quando uma família possui uma dinâmica muito perturbada, a SAP pode se manifestar como uma tentativa desesperada de busca de equilíbrio. Características e comportamento do Alienador Não comunicar ao outro genitor a rotina do filho, como, por exemplo, uma consulta ao médico ou um passeio da escola, tomar decisões sobre a vida da criança sem consultar o ex-cônjuge; transmitir ao filho desagrado por ele estar em contato com o outro genitor; organizar atividades para o dia de visitas, com o objetivo de torná-las sem interesse e valor, controlando de forma exacerbada os horários de visita. Difamar seu antigo companheiro geralmente é o primeiro passo para uma que se instale no infante a SAP. O provedor alienante busca também afetar diretamente a criança, de forma que seus filhos criem uma aversão ao outro provedor, alguns exemplos de ações alienantes são: obrigar a criança a optar entre ele e o outro, influenciando-a a escolher um lado definitivo; recordar a criança de fatos em que o outro genitor possa ter feito algum tipo de ação errada;transformar a criança em espiã da vida do ex-cônjuge; proibir o filho de ganhar presentes que não sejam dados por ele; falar ao filho o quão mal pode ser seu outro genitor. Ao longo do tempo esses fatos vão trazendo sofrimento a criança, que se vê em um túnel sem saída. Sente medo e proteção no proteção no genitor alienante, Lobo (apud OLIVEN, 2010) afirma que “A noção de poder evoca uma espécie de poder físico sobre a pessoa do outro.”. Segundo a psicanálise, uma mãe que pratica a AP pode ter sérios riscos de instaurar em seu filho um grau elevado do complexo de Édipo, fazendo uma transferência do objeto fálico, de seu marido para o seu filho. Tem dificuldade de lidar com a sexualidade só filho aquele pai ou mãe que não conhece e não lida bem com sua própria sexualidade. Um fator importante é a idade da criança. Um bebê privado da mãe sofrerá consequências psíquicas mais sérias do que se, neste mesmo período, perdesse a convivência com seu pai. É importante ressaltar que a pera de um dos genitores sempre influencia o outro cônjuge e, portanto, a criança, já que ainda se encontra em processo de formação de sua subjetividade. Segundo o parágrafo único do art. 2º da lei 12,318 de 2010: “[...] considera-se alienação parental os atos declarados pelo juiz ou constatados por perícia além das seguintes formas exemplificativas praticadas diretamente ou com auxílio de terceiros: I – realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da paternidade ou maternidade; II – dificultar o exercício da autoridade parental; III – dificultar contato de criança ou adolescente com genitor; IV – dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência familiar; V – omitir deliberadamente a genitor informações pessoais relevantes sobre a criança ou adolescente, inclusive escolares, médicas e alterações de endereço; VI – apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou contra avós, para obstar ou dificultar a convivência deles com a criança ou adolescente; VII – mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando a dificultar a convivência da criança ou adolescente com o outro genitor, com familiares deste ou com avós. Consequências para o filho A idade do filho manipulado é um dado importante na avaliação dos efeitos da SAP, assim como é relevantea análise das estratégias utilizadas pelo alienador. Ao longo do processo de alienação, que pode durar muitos anos, ocorre um grande desgaste emocional das pessoas que estão envolvidas, de difícil ou impossível reparação. O divórcio em si já possui grande impacto para o filho, na medida em que o mesmo se encontra diante dessa situação, e tendo que obrigatoriamente lidar com uma nova realidade existencial. Entretanto, a ruptura pode significar para a criança apenas uma mudança, que esta possa colocar-se de forma a enfrentar a situação de maneira tranquila. Mas para que assim seja, é preciso que os pais ajudem nesse processo, para que os filhos possam suportar bem o divórcio; é necessário que tenham um bom entendimento e que privilegiem a tranquilidade emocional dos filhos durante o desenrolar daquele processo doloroso. Do contrário, além de se ver diante das dificuldades naturais vindas do afastamento de um dos pais de casa, o filho passa a ser confrontado com situações para as quais não está preparado, como assistir ao desmoronamentoemocional dos pais e testemunhar conflitos agudos travados entre pessoas que até então eram referenciais de segurança. É importante que a SAP seja identificada por todos os sujeitos que estão envolvidos no processo de guarda dos filhos, para que assim possa ser planejadas formas de mediação, prevenção e tratamento. Se o tratamento não for adequado, a formação da síndrome pode ocasionar sequelas capazes de persistir até a fase adulta. Com isso, através da contradição de sentimentos, é lançada uma destruição de vínculos. ALIENAÇÃO PARENTAL NO ÂMBITO JURÍDICO A Constituição da República Federativa do Brasil, (CRFB/88), em relação ao direito de família, ampliou o conceito de organização familiar de acordo com realidade de vida em que vivemos estabelecendo novos vínculos familiares, a fim de proteger a criança e o adolescente de abusos e violência que sofrem dentro da própria casa por familiares. Por isso ao tratar da SAP, deve o Estado dar prioridade pelo atendimento ao melhor interesse da criança, respeitando a sua idade, seu desenvolvimento e sua personalidade. A dignidade de toda pessoa humana, sendo abordada neste trabalho especificamente a da Criança e do Adolescente, não pode ser tratada sem muito valor, sendo um princípio constitucional de muita importância e de acordo com o art. 1º da CRFB/88, inciso III, a criança deve ser respeitada por aqueles que mantem a tutela legal da criança, sendo constatados violência e abuso dos pais, ou de qualquer outro que detém a guarda, alienar a criança de forma a denegrir a imagem de um dos genitores. É muito comum nas separações em que ocorrem disputas de guarda confundir o interesse das crianças com o dos seus pais, e por esse motivo surgem conflitos que poderão por em risco o bem estar da criança. Assim, a CRFB/88 ao trazer a nova visão de família, em que se prioriza a afetividade, protegerá a criança desses conflitos, para que a mesma possa ter um crescimento saudável e digno. A Constituição Brasileira em seu art. 227 estabelece ser “dever de a família assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.” DEFINIÇÃO EM BASEADA NA LEI Nº 12.318, de 26 de agosto de 2010 Art. 1º “Esta Lei dispõe sobre alienação parental.”; Art. 2º “Considera-se ato de alienação Parental a interferência na formação psicológica da criança ou adolescente, promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a autoridade, guarda ou vigilância, para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este.”; O alienador, em sua maioria a mulher, monitora o tempo e o sentimento da criança, desencadeando verdadeira campanha para desmoralizar o outro. O filho é levado a afastar-se de quem o ama, o que gera contradição de sentimentos e destruição do vínculo afetivo. Acaba também aceitando como verdadeiro tudo que lhe é informado. (DIAS, 2010). AS FORMAS DE SE PRATICAR ALIENAÇÃO PARENTAL Segundo a Lei 12.318/10, são práticas de Alienação Parental: realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da paternidade ou maternidade, dificultar o exercício da autoridade parental e/ou ocontato de criança ou adolescente com genitor, dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência familiar, omitir deliberadamente a genitor informações pessoais relevantes sobre a criança ou adolescente (inclusive escolares, médicas e alterações de endereço), apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou contra avós, para obstar ou dificultar a convivência deles com a criança ou adolescente, mudar o domicílio para local distante (sem justificativa), visando a dificultar a convivência da criança ou adolescente com o outro genitor responsável. MEDIDAS CAUTELARES A AP começa a aparecer quando as “intrigas familiares” se tornam acusações criminais contra o genitor alienado. Mediante ao estudo do caso e a veracidade das acusações, o juiz pode conceder uma medida cautelar impedindo, desde então, o contato do filho com o genitor acusado. Na hipótese de uma falsa denúncia, o genitor alienante o faz como forma de ou reverter a guarda do menor ou suspender as visitações do genitor alienado. Vale ressaltar que essas falsas denúncias, diante de uma possível investigação fraca no tal caso, e consecutivamente a decisão do juiz de afastar o filho do genitor alienado, que deveria ser feito para conservar a eficácia de um direito a fim de evitar um prejuízo psicológico no filho, infelizmente vem sendo utilizada com uma verdadeira forma de manipulação pelo genitor alienante ao alienado. Para comprovação da ocorrência de crimes contra a criança ou adolescente, é importante a atuação conjunta do juiz com psicólogos, psiquiatras e assistentes sociais. CONCLUSÃO A Síndrome da Alienação Parental vem atingindo as famílias a algum tempo de forma sutil. Com isso a sociedade não tinha consciência da gravidade deste distúrbio e a importância que deve ser dada ao mesmo. Somente em 2010 foi criada a Lei que disciplina sobre o assunto no Brasil. A Carta Magna de 1988 e o Estatuto da Criança e do Adolescente protegem o instituto da família, entretanto, tratam destes direitos de forma genérica, por isso que é de grandiosa importância a existência das legislações específicas que possas tratar diretamente e detalhadamente dos assuntos voltados ao vínculo familiar. A SAP é um bom exemplo de que com a criação da Lei 12.318/2010, a família recebeu mais proteção e apoio do Estado. Este trabalho mostrou de forma clara com a SAP é desenvolvida, como atinge as famílias e as consequências que pode gerar; os malefícios que podem vir a criar um distúrbio no meio familiar. Enfim, vale ressaltar que este assunto é recente, mas que vem ocorrendo com frequência e que acaba gerando bastante polemica, e quanto mais estudado e pesquisado no âmbito psicológico e jurídico, mais comprovamos o quanto temos que ir mais afundo do mesmo, visto que se relaciona com a família, e com já é sabido, esta possui total proteção estatal. REFERÊNCIAS BRASIL, Código Civil: art. 2º da Lei 12.318/2010. In: VADE Mecum. SP: Saraiva 2013. BOTTEGA, Clarissa, O novo divórcio no direito brasileiro. Breves linhas. Revista Jurídica da Universidade de Cuiabá, Cuiabá. V. 12. N. 2. P. 51/64. Jul/dez.2010. DIAS, Maria B. “Alienação Parental e suas consequências”. 2010. Disponível em <HTTP://www.mariaberenice.com.br/uploads/aliena%E7%E3o_parental_e_suas_consequencias.pdf> Acesso em 02 nov. 2014. DIAS, Maria Berenice. Incesto e Alienação Parental-realidade que a Justiça Insiste em Não Ver. 2 ed. SP: RT, 2010. 320p. DIAS, Maria B. Manual de Direito das Famílias. 6ª Ed. SP: Ed. 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