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Disciplina Gestão de Sistemas de Informação Professor Koiti Egoshi São Paulo 2006 Ge stã o d e S ist em as de In for ma çã o �Faculdade On-Line UVB Apresentação Caro aluno: Nosso grande desafio é: ensinar a administrar de forma mais efetiva possível Sistemas de Informação e Tecnologias da Informação, para a conquista de melhores resultados para empresas e seus profissionais. Num mundo cada vez mais globalizado e integrado pela Internet, administrar efetivamente Sistemas de Informação e Tecnologias da Informação constitui- se não só numa difícil tarefa, mas também numa missão crítica de tirar o sono não só de seus executivos responsáveis, como também de todos que dependem da disponibilidade desses recursos para o pleno exercício de sua competência profissional. É de difícil tarefa, porque temos que manter permanentemente funcionando computadores e sistemas diuturnamente, já que tudo e todos numa empresa, são dependentes deles, no mundo atual – computadores hoje, são imprescindíveis. Ora, computadores também quebram senão enguiçam, e sistemas ficam obsoletos, necessitam de um mínimo de eventuais manutenções e correções. Dá um trabalho enorme porque imprevisto não manda recado e seguro morreu de velho – quanto mais uma máquina nos proporciona benefícios, mais sofremos quando ela pifa. E ela nos prega peça, na hora mais necessária! Por outro lado, não só temos de manter permanentemente funcionando computadores e sistemas diuturnamente, como também defendê-los de pragas e vândalos virtuais, que infestam a Internet e podem detonar de uma hora para outra nossas preciosas informações que conseguimos formar a muito custo. Administrar efetivamente Sistemas de Informação e Tecnologias da Informação constitui-se também numa missão crítica porque: 1o. Uma empresa moderna da Era Internet é quase que totalmente dependente de Sistemas de Informação e Tecnologias da Informação, e daí, teremos de minimizar prejuízos e riscos em caso de falta desses recursos Ge stã o d e S ist em as de In for ma çã o �Faculdade On-Line UVB – teremos de criar mecanismos de prevenção e contingência em casos de catástrofes e eventos fortuitos. Só para se ter uma idéia, algumas daquelas empresas que tinham sede no World Trade Center em Nova Iorque, sucumbiram de vez e deixaram de existir a partir de 11 de setembro de 2001, porque não dispunham de arquivos digitais de recuperação de informações distante e fora do epicentro da tragédia. 2o. Sistemas de Informação e Tecnologias da Informação são itens de alta soma de investimentos financeiros – requerem milhares a milhões de reais. Empresas para se manterem em dia e continuarem competitivas, necessitam investir em renovação (trocar modelos de um hardware e/ou desenvolver/ comprar/licenciar versões de um sistema de informação) e inovação (adquirir novos tipos de hardware e/ou desenvolver/comprar/licenciar um novo sistema de informação). Além disso, incorre-se em várias despesas em espiral (cada vez mais crescentes): salários de profissionais, serviços de terceiros, despesas com materiais variados (DVDs, CDs, disquetes etc) e gastos com meios de comunicação (telefonia fixa, telefonia banda larga, linha privativa, celular etc) que sempre foram caros e tudo indica que continuarão sendo. Teremos de minimizar esses gastos em investimentos e despesas. Como também teremos de aprender a maximizar a sua utilidade. 3o. A Era Internet que estamos vivenciando, é caracterizada por uma sobreposição de paradigmas. De pelo menos dois paradigmas: o paradigma Industrial e o paradigma Pós-Industrial (ou simplesmente Internet). Pela primeira vez na história da humanidade, ela vive um mundo além do Mundo Real, que é o Mundo Virtual. Atualmente (janeiro de 2006), quase um bilhão de habitantes do planeta Terra, além de viverem no Mundo Real, vivenciam o Mundo Virtual quando se conectam à Internet. E cada vez mais são dependentes dela. Jamais aconteceu isso. É a primeira vez. É uma novíssima forma de viver. Que também exige uma nova forma de pensar, refletir e tomar decisões – uma nova maneira de administrar. Administrar empresas, pessoas e a si mesmo. Compreender essa nova realidade do mundo é vital, para adotarmos as apropriadas estratégias mercadológicas. Seja bem-vindo (a) à essa nossa nova e emocionante realidade! Viva-a com todas as suas emoções! Ge stã o d e S ist em as de In for ma çã o �Faculdade On-Line UVB Ementário Sistemas de Informação e Tecnologias da Informação como recursos a serem administrados e otimizados, para a conquista de melhores resultados para empresas. Principais Sistemas de Informação e Tecnologias da Informação do mundo de hoje. Análise do mundo dos negócios em rede Internet. Habilidades e Atitudes: 1. Conhecer e compreender a evolução e o que representa o domínio cada vez maior da informatização, automatização e internetização sobre o mundo dos negócios e a humanidade. 2. Conhecer e compreender o mundo da Tecnologia da Informação e Sistema de Informação, desde os primeiros sistemas transacionais até os atuais integrados ERP – Enterprise Resource Planning, CRM – Customer Relationship Management, BI – Business Intelligence e BPM – Business Performance Management. 3. Conhecer e compreender a interação entre Mundo Real e Mundo Virtual (Internet), bem como a virtualização cada vez maior do Mundo Real. 4. Conhecer e compreender a noção de Convergência Tecnológica, onde as tradicionais tecnologias analógicas cada vez mais convergem para a tecnologia digital e virtual (Internet). 5. Conhecer e compreender a noção de Compressão do Tempo e do Espaço causada pela Tecnologia da Informação, que integraliza e racionaliza atividades, processos e estruturas em todos os sentidos. 6. Conhecer e compreender novas e revolucionárias tecnologias da informação em redes remotas tais como VOIP, Wi-Fi, WiMax, Mesh e outras. 7. Conhecer e implementar um mínimo de pacotes de software (aplicativos) como ferramentas necessárias para operacionalizar as atividades de uma empresa e integralizá-las com o mundo cada vez mais internetizado. Ge stã o d e S ist em as de In for ma çã o �Faculdade On-Line UVB 8. Conhecer e implementar apropriados Sistemas de Informação como instrumentos não só de racionalização de custos da empresa (analisando-as inclusive sob a ótica de TCO – Total Cost Ownership) como também de harmonização de atividades, processos e estruturas da empresa. 9. Planejar e antecipar mudanças em Sistemas de Informação da empresa – Capacity Planning – com base em Métricas de Desempenho e Análise de Tendências Futuras de Tecnologia da Informação e do mercado. 10. Conhecer e compreender a necessidade de se alinhar Políticas e Diretrizes de Sistemas de Informação ao Marketing e Planejamento Estratégico da empresa. 11. Analisar a possibilidade de terceirizar Sistemas de Informação e aprender a respeitar a proteção jurídica do software de terceiros. 12. Conhecer e implementar Gestão do Conhecimento (Knowledge Management) estratégica e operacionalmente, para alavancar negócios atuais e implementar novos negócios. 13. Conhecer, desenvolver, instituir e administrar uma efetiva Política de Segurança de Informações e SLA – Service Level Agreement, bem como criar mecanismos de defesa, prevenção e contingência, face à dependência e perigo cada vez maior da Internet (principalmente e-mail e web) – baseando-se no Padrão ISO-17799. 14. Conhecer, desenvolver, instituir e administrar uma efetiva Política de Sistemasde Informação com responsabilidade social, ecológica e ética, baseando-se em padrões mundiais de governança corporativa como Sarbanes-Oxley. Ge stã o d e S ist em as de In for ma çã o �Faculdade On-Line UVB Sumário Aula 01. O que é Gestão de Sistemas de Informação Aula 02. Origem, Evolução e Diferentes Tipos de Sistemas de Informação. Aula 03. Sistemas de Informação para Tomada de Decisões Aula 04. Negócios Inteligentes com BI – Business Intelligence Aula 05. Vivendo em Dois Mundos Paralelos – Mundo Real e Mundo Virtual Aula 06. Compreendendo e Administrando a Convergência Tecnológica Aula 07. Compressão do Tempo e do Espaço – Análise de Impacto da Internetização Aula 08. Novas e revolucionárias Tecnologias da Informação em rede remota Aula 09. Outsourcing e Administração de Serviços e Pacotes de Software de Terceiros Aula 10. Análise TCO – Total Cost Ownership para Avaliação de Tecnologias da Informação Aula 11. Capacity Planning Management antecipando a Demanda Futura Aula 12. Alinhando Política de Tecnologias da Informação ao Marketing Estratégico. Aula 13. Gestão do Conhecimento para alavancar negócios Aula 14. Administração de uma Efetiva Política de Segurança de Informações Aula 15. Gestão de Sistemas de Informação com Responsabilidade Social, Ecológica e Ética Ge stã o d e S ist em as de In for ma çã o Au la 01 - O M un do d a Ge st ão d e Si st em as d e In fo rm aç ão �Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno Aula Nº 1 – O Mundo da Gestão de Sistemas de Informação Objetivos da aula: Nesta primeira aula, faremos uma análise geral da importância cada vez maior da Gestão de Sistemas de Informação para empresas, neste mundo cada vez mais dependente de Tecnologia da Informação. 1. O que significa Gestão de Sistemas de Informação? Iremos estudar por partes: Gestão e Sistemas de Informação. 1.1 Gestão Gestão é sinônimo de Administração. E Administração é a área profissional em que você irá se formar. Mais exatamente em Administração de Marketing. Embora você já saiba o que é Administração, vale a pena compreendê-la mais sistematicamente, assim: 1o. Planejar; 2o. Executar de acordo com o planejamento; 3o. Comparar o resultado do executado com o planejado; 4o. Tomar providências corretivas e/ou de melhoria contínua. A esse passo a passo denominamos Ciclo de Controle, que corresponde àquilo que os norte-americanos denominam de PDCA – Plan – Do – Check –Action. É o que quer dizer Ackoff, considerado um dos “pais” do Planejamento Estratégico: Ge stã o d e S ist em as de In for ma çã o Au la 01 - O M un do d a Ge st ão d e Si st em as d e In fo rm aç ão �Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno “O processo de controle envolve quatro etapas: 1a. Prever os resultados de decisões na forma de medidas de desempenho. 2a. Reunir informação sobre desempenho real. 3a. Comparar o desempenho real com o previsto. 4a.Verificar quando uma decisão foi deficiente e corrigir o procedimento que a produziu e suas conseqüências, quando possível”1. Esse Ciclo de Controle é a essência do trabalho de um Administrador, então guarde para sempre esse famoso PDCA, certo? Explicamos, abaixo, esse passo a passo: 1o. Planejar Em um determinado tempo T – o Administrador planeja (P) melhores resultados financeiros possíveis para uma empresa. 2o. Executar de acordo com o planejamento Em tempo T+1 – como agente de progresso, o Administrador executa (D), da melhor forma possível, o planejado, aplicando, apropriadamente, recursos financeiros e dirigindo, competentemente, profissionais. 3o. Comparar o resultado do executado com o planejado Em tempo T+2 – depois de executar em tempo T+1 (de acordo com o planejado), compara o real conseguido com o desejado (planejado), obtendo a diferença (C) entre um e outro. 4o. Tomar providências corretivas e/ou de melhoria contínua Em tempo T+3 – se a diferença (C) for menor que o planejado (P), o Administrador toma providências corretivas. Por exemplo, se planejou obter lucro, mas o resultado foi prejuízo, então ele terá de correr para evitar mais prejuízos no futuro. De que forma? Dentre várias, aquelas relacionadas às receitas e outras aos custos. No que tange às receitas, fazer de tudo para aumentar vendas e, se isso realmente for impossível, até reduzir a previsão de receitas, re-planejando. Porém, o que, geralmente, acaba sendo adotado de providência corretiva, Ge stã o d e S ist em as de In for ma çã o Au la 01 - O M un do d a Ge st ão d e Si st em as d e In fo rm aç ão �Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno hoje, é a de reduzir custos. Em contrapartida, sendo a diferença (C) maior que o planejado (P), também toma providências – neste caso, de melhoria contínua. Para tanto, terá de aplicar o capital para obter mais progresso, aplicando o dinheiro no mercado financeiro, investindo em ativos da empresa, distribuindo dividendos aos acionistas e lucros aos funcionários etc. Em síntese, esse ciclo PDCA funcionando, competentemente, chama-se Administração ou Gestão. Drucker corrobora com essa assertiva. Analisemos suas considerações: “Qual é o primeiro dever – e a responsabilidade permanente – do gerente da empresa? Lutar pelos resultados econômicos melhores possíveis a partir dos recursos empregados ou disponíveis”2. Agora que você está craque sobre Gestão, iremos estudar juntos sobre o significado de Sistemas de Informação. 1.2 Sistemas de Informação Sistemas de Informação é um termo genérico que corresponde a aplicativos com finalidades específicas que são processados nos microcomputadores. Em tradicionais computadores de grande porte (mainframes), recebe o nome de aplicações. Tais Sistemas de Informação “rodam” “por baixo” de sistemas operacionais, como Windows, que a grande maioria da humanidade utiliza. Basicamente, temos três tipos de sistemas de informação: 1 – Sistemas Transacionais: especificamente desenvolvidos para executar atividades mais operacionais de uma empresa. Um dos primeiros sistemas transacionais que foram desenvolvidos foi o de Faturamento, para emitir notas fiscais de vendas. Outros foram de Contas a Receber, Contas a Pagar, Contabilidade, Folha de Pagamento e assim por diante, para controlar atividades administrativas e financeiras. Eram Ge stã o d e S ist em as de In for ma çã o Au la 01 - O M un do d a Ge st ão d e Si st em as d e In fo rm aç ão 10Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno desenvolvidas sob medida pelas caras equipes internas de desenvolvimento de sistemas, que somente grandes corporações podiam custear. Além desses sistemas transacionais, ao longo do tempo, foram desenvolvidos aplicativos genéricos, como editores de texto, planilhas eletrônicas e gerenciadores de bancos de dados, com a finalidade de dar suporte a trabalhos complementares de escritório. Em 1990, a Microsoft reuniu todos esses aplicativos em um só pacote (daí o termo pacote de aplicativos), com o nome de Office 3.0, em 29 disquetes de 5 ¼”. Essa primeira versão (apesar do número 3.0) do famoso MS Office de hoje, que todo mundo utiliza, estrelou com MS-Word 2.0, MS-Excel 4.0, MS-Access 1.0, MS-PowerPoint 3.0 e MS-Mail 3.2. Para mais informações, visite o site da Microsoft – http://www.microsoft.com/brasil/msdn/colunas/convidados/col_convidados_1.aspx. Veja só, paulatinamente, desde uns 15 anos para cá, o microcomputador com teclado, mouse e monitor de vídeo acompanhado de uma impressora, praticamente substituiu de vez a velha máquina de escrever, que, desde 1.868 (ano em que adquiriu o atual formato e começou a ser produzido e vendido), brilhava, soberanamente, nos escritórios. Dê uma navegada até Máquinas de Escrever Antigas – http://www.maquinasdeescreverantigas. com.br/index.html. Até então, quem buscasse sucesso no escritório tinha, necessariamente, que ser um exímio datilógrafo – tinha que educar e treinar mecanicamente os 10 dedos (“cascar os dedos”) das mãos para ser considerado um verdadeiro ou uma verdadeira typewriter. E hoje? Hoje, você tem que entender cada vez mais de computadores e software. Em outras palavras, de tecnologias da informação e sistemas de informação – que exigem cada vez mais conhecimento e raciocínio lógico-analítico. Está percebendo a grande transformação? 2 – Sistemas de Informação propriamente ditos – criados para planejamento e tomada de decisões. Ge stã o d e S ist em as de In for ma çã o Au la 01 - O M un do d a Ge st ão d e Si st em as d e In fo rm aç ão 11Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno Como estudamos anteriormente, os primeiros sistemas transacionais desenvolvidos foram os de Faturamento, Contas a Receber, Contas a Pagar, Contabilidade e Folha de Pagamento. E a origem dos sistemas de informação propriamente ditos está, justamente, nesses primeiros sistemas transacionais, mais exatamente quando se lança o TOTAL de transações de cada um dos sistemas transacionais. A partir desse total, você tem a possibilidade de obter uma série de informações complementares e analíticas – justamente para planejamento e tomada de decisões. Então, além dos sistemas transacionais, você estará desenvolvendo os sistemas de informação propriamente ditos. Exemplifiquemos com o Sistema de Faturamento de uma microempresa que vende brindes (agendas, canivetes, chaveiros, estojos com caneta e lapiseira, manuais de primeiros socorros etc.) e resolveu registrar totais de vendas do dia, do mês e do ano. Assim: RELATÓRIO DE VENDAS ACUMULADAS Último dia: 31/12/2005 Produto Total do Dia Total do Mês Total do Ano Item Discriminação PU Q Valor Q Valor Q Valor 1 Agenda de bolso 5,50 8 44,00 120 660,00 1020 5.610,00 2 Agenda de mesa 15,00 20 300,00 350 5.250,00 3003 45.045,00 3 Canivete suíço 12,50 9 1.237,50 150 1.875,00 1345 16.812,50 4 Chaveiro 10,00 30 300,00 440 4.400,00 3670 36.700,00 5 Estojo com caneta e lapiseira 8,50 32 272,00 513 4.360,50 4841 41.148,50 6 Manual de Primeiros Socorros 11,00 7 77,00 98 1.078,00 659 7.249,00 Ge stã o d e S ist em as de In for ma çã o Au la 01 - O M un do d a Ge st ão d e Si st em as d e In fo rm aç ão 12Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno Total do Dia / do Mês / do Ano //////////// /////// 2.230,50 /////// 17.623,50 //////// 152.565,00 Legenda PU = Preço Unitário Q = Quantidade Esse Relatório de Vendas Acumuladas é o primeiro Sistema de Informações propriamente dito que, inicialmente, foi batizado de SIG – Sistemas de Informações Gerenciais, traduzido do termo norte-americano MIS – Management Information Systems. Pois bem, como é que se desenvolveu esse SIG? A partir do sistema transacional de Faturamento, mais exatamente totalizando e registrando, no computador, as vendas do dia, do mês e do ano, sucessivamente. Para quê? Para se ter uma idéia das informações do passado e projetar uma previsão para o futuro. E assim sucessivamente, todos os sistemas transacionais passaram a ter seus correspondentes SIGs, para atender as necessidades de planejamento e tomada de decisões. 3 – Sistemas Integrados Inicialmente independentes entre si, os sistemas transacionais com seus respectivos SIGs, passaram a se integrar cada vez mais, para atender a natural necessidade de integração das atividades de uma empresa. Dessa forma, as atividades de vender à vista e a prazo (Faturamento) teriam que ser integradas às de controlar e cobrar vendas a prazo (Contas a Receber); depois, Faturamento e Contas a Receber, associado com Contas a Pagar (controle de pagamentos a prazo de fornecedores) e de Folha de Pagamento (controle de pagamentos a prazo de empregados), teriam de ser integrados ao Sistema de Contabilidade, e assim por diante. Daí, cada vez mais, havia necessidade de se desenvolver sistemas transacionais e SIGs integrados entre si - o que culminou no desenvolvimento Ge stã o d e S ist em as de In for ma çã o Au la 01 - O M un do d a Ge st ão d e Si st em as d e In fo rm aç ão 13Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno dos chamados ERPs – Enterprise Resource Planning (que estudaremos com mais detalhes na nossa segunda aula). Agora, estudaremos um pouco mais, para definirmos, mais acertadamente, as já corriqueiras palavras Tecnologia da Informação, Informatização, Automatização e Internetização. 2. Tecnologia da Informação, Informatização, Automatização e Internetização são a mesma coisa? Certamente não! Portanto, vamos, primeiramente, definir Tecnologia da Informação. 2.1. Tecnologia da Informação Tecnologia é Conhecimento ou Ciência Aplicada que produz determinados resultados que o humano busca. Varia desde um simples conhecimento empírico (ou prático) até o mais sofisticado dos computadores. Um computador é uma tecnologia que processa bytes. Cada byte tem 8 bits. Um bit representa ou 0 (zero) ou 1 (um). Então, podemos ter uma combinação de 28 zeros e uns = 256 formas diferentes de representar caracteres especiais (como +, –, X, /), numéricos (0 a 9) e alfabéticos (a a z e A a Z). Cada byte é uma informação que entra no computador com outros bytes, que são processados para resultar em um outro conjunto de bytes sob formas inteligíveis, como textos, imagens e sons. Daí o nome Tecnologia da Informação, que é um nome genérico para uma infinidade de tecnologias de hardware, software e meios de comunicação, que processam bytes internamente. E praticamente todas as outras tecnologias convergem para Tecnologia Ge stã o d e S ist em as de In for ma çã o Au la 01 - O M un do d a Ge st ão d e Si st em as d e In fo rm aç ão 14Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno da Informação. A esse fenômeno atribuímos o nome de Convergência Tecnológica. E agora, o que é Informatização? 2.2. Informatização Informatização é todo um processo de desenvolver e/ou implementar sistemas de informação para controlar e/ou realizar as mais variadas atividades humanas pelo computador. Por exemplo: desenvolver e/ou implementar um editor de textos, como o Word, para substituir a velha máquina de escrever. E como você já deve ter percebido, só haverá informatização com tecnologias da informação! Pois logo de cara, você terá de investir em hardware – um microcomputador e uma impressora, em software (um MS Office que contém o Word), em peopleware (gastos em treinamento e complexo trabalho de aculturação em tecnologias da informação), em acessórios e materiais etc. Agora, iremos estudar automatização, cujo significado a maioria confunde com informatização. Alguns até tratam uma e outra como sinônimos - o que é um grande engano, pois são ligeiramente diferentes. Então, qual é a diferença?Vamos analisar já! 2.3. Automatização Automatização (ou Automação) é todo um processo de desenvolver e/ou implementar sistemas de informação para movimentar máquinas, equipamentos e dispositivos em geral sob o controle de um computador. Ge stã o d e S ist em as de In for ma çã o Au la 01 - O M un do d a Ge st ão d e Si st em as d e In fo rm aç ão 15Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno A palavra Automatização (ou Automação) vem do grego autômato, que significa “aquilo que se move por si mesmo”3. Portanto, automatização significa fazer alguma coisa “mover por si mesmo”. Ora, como a gente não acredita em milagre, deduzimos que “alguma coisa” faz “outra alguma coisa” se mover. Essa “outra alguma coisa” pode ser um robô ou qualquer outra máquina (hardware) que é movida por “alguma coisa” (software ou sistema de informação). Uma máquina automatizada, não necessariamente, tem que se locomover de um lugar para outro, pode simplesmente ser movida por software (ou sistema de informação) em um determinado lugar. Assim, todos os dispositivos e periféricos que se movem para alguma finalidade também são máquinas automatizadas: unidades de disquetes, discos rígidos (HDs), scanners, impressoras e plotters (impressoras especiais para desenhos em grande dimensões e de alta definição). Mas, cá estamos analisando automatização, como um processo social de adoção e implementação de tecnologias da informação no Brasil. Portanto, o termo consagrado no nosso país é automação. Daí, basicamente, ocorrem 4 (quatro) processos de automatização: 1º. Automação Industrial Automação industrial é todo um processo constituído de máquinas programadas que realizam operações fabris. Diga-se, de passagem, que a automação industrial foi desenvolvida antes do computador – tanto que seu princípio foi aplicado para a criação da mais sofisticada máquina que o homem já criou. Quer uma prova? Já em 1801, em plena Revolução Industrial, o hoje já tão esquecido francês Joseph Marie Jacquard (1752-1834) havia inventado placas perfuradas metálicas que movimentavam o seu famoso tear mecânico (máquina têxtil que tece fios para transformá-los em pano – você sabia?). De um lado, foi tamanho o sucesso de Jacquard que, 7 anos depois, havia cerca de 11 Ge stã o d e S ist em as de In for ma çã o Au la 01 - O M un do d a Ge st ão d e Si st em as d e In fo rm aç ão 16Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno mil desses teares funcionando em tecelagens francesas; mas, ele quase foi linchado porque os tecelões ficaram com medo de perder emprego! Podemos considerar esse tear de Jacquard como uma primeira máquina mecânica programada – em outras palavras, um computador mecânico programado. Isso mesmo, há mais de 200 anos! Ora, Jacquard havia descoberto um simples princípio de combinação de perfurados e não-perfurados – uns e zeros (princípio binário, portanto), que, só depois de mais de 130 anos, seria aplicado para criar os computadores que conhecemos hoje. Visite o site do Lycée Technique Jacquard – http:// lyc-jacquard.scola.ac-paris.fr/historique_1p.html, saiba como eram essas placas perfuradas e veja um exemplar de tear que está exposto no Museu de Munich. Hoje, temos fábricas cada vez mais automatizadas, robotizadas e integradas ao escritório. 2º. Automação de Escritório Por falar em escritórios, cada vez mais estão informatizados. Nota-se que, embora etimologicamente inapropriado, uma boa parte das revistas e dos livros técnicos utiliza o termo “automatização de escritório”, em vez de “informatização de escritório”, que é o mais apropriado. Isso porque, a rigor, automação de escritório per si, significa algo muito particular de informatização de escritório, isto é, controle de todos os componentes de um escritório físico pelo computador: prédio, portas de acesso, mesas, cadeiras, armários de arquivos, lâmpadas, telefones etc. Você já ouviu falar de “prédio inteligente” e “escritório inteligente”, não ouviu? Então, graças à automação que é possível tornar tanto o prédio quanto o escritório (e claro, até a sua casa) “inteligentes”, isto é, ter sistemas de informação controlando toda a sua infra-estrutura. Ge stã o d e S ist em as de In for ma çã o Au la 01 - O M un do d a Ge st ão d e Si st em as d e In fo rm aç ão 1�Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno Dentro de um “prédio inteligente” e “escritório inteligente”, podemos ter, hoje, um sofisticado CTI – Central de Telefonia Inteligente, controlando por computador todos os telefones da empresa, e ainda integrada com o sistema CRM – Customer Relationship Management (Administração de Relacionamento com Clientes). Em contrapartida, quando você, simplesmente, utiliza um microcomputador para digitar um documento em um Word não está usufruindo a automação, mas uma simples informatização. Percebeu a diferença? Só para fixar bem a compreensão dessa importante diferença que a grande maioria acredita que não existe: a automação é algo muito particular de informatização, que tem a conotação de alguma coisa controlar outra. Vamos em frente, estudando Automação Comercial. 3º. Automação Comercial O que é afinal automação comercial? Para início de análise, comercial significa alguma coisa relativa à troca de valores. E toda troca de valores, no mundo capitalista, faz-se mediante uma operação biunívoca de compra e venda. Nessa operação, o vendedor cede o produto que é vendido ao comprador em troca do dinheiro. Sendo a operação à vista, envolve 3 (três) processos: 1 – Entrega do produto – o produto objeto que é da operação é entregue do vendedor para o comprador; 2 – Pagamento do dinheiro correspondente – valor do produto que é pago do comprador ao vendedor; 3 – Emissão de documento comprobatório e/ou tributário – que registra, formalmente, a operação. Então, Automação Comercial é todo o processo de tornar essas operações, que antes eram todas feitas manualmente, cada vez mais por máquinas, equipamentos e dispositivos em geral controlados por computador. Ge stã o d e S ist em as de In for ma çã o Au la 01 - O M un do d a Ge st ão d e Si st em as d e In fo rm aç ão 1�Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno Antes era tudo manual, mas, hoje, a automação comercial automatizou praticamente todos esse processos. Por exemplo, em uma compra em supermercado, os produtos são identificados por uma leitora de Código de Barras (scanner) e, depois de tudo totalizado, é emitido um ticket (documento comprobatório e/ou tributário). Leia, no final desta aula, “Uma Pequena História do Código de Barras – a Tecnologia da Informação que revolucionou o comércio no mundo inteiro” – agilizando processos e aprimorando serviços para a sociedade. E se você pagar com cartão de crédito não só estará eliminando a operação de dinheiro vivo e substituindo-o por todo um processo de crédito, a prazo, como também ativando todo um processo e uma estrutura adicional de Automação Comercial, que tem, na sua linha de frente, uma máquina PDV – Ponto de Venda (ou POS – Post of Sale), com leitora de cartões e gravadora de comprovantes de venda – outra tecnologia da informação que está diretamente envolvida no sucesso do comércio, notadamente na área de cartão de crédito. Leia, no final desta aula, “Uma Pequena História do Sucesso doDinheiro de Plástico utilizando PDVs”. 4º. Automação Bancária Sem dúvida, o Brasil é primeiríssimo, no mundo, em Automação Bancária. Por quê? É simplesmente fruto de um paradoxo, que possibilitou ao Brasil conquistar essa honrosa posição no cenário mundial: de um lado, o regime militar (1964-1985) impôs a Reserva de Mercado à Indústria Nacional, acarretando uma carência de tecnologia vinda de fora, principalmente aos bancos em grande expansão nesse período – inclusive a maioria está convencida de que nosso país se atrasou muito em tecnologia nesse período; de outro lado, essa carência deve ter contribuído, como nunca, para o desenvolvimento de uma tecnologia mais apropriada para a realidade brasileira, com a aplicação do máximo de criatividade e inovação que é peculiar ao brasileiro. Ge stã o d e S ist em as de In for ma çã o Au la 01 - O M un do d a Ge st ão d e Si st em as d e In fo rm aç ão 1�Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno Esse é o motivo pelo qual até os grandes mestres em negócios, os norte- americanos, reconhecem essa nossa honrosa posição no cenário mundial, como indiscutível – a começar por Bill Gates que, em 1999, escreveu: ”A história da inflação no Brasil forçou os bancos a manter informações contábeis atualizadas o tempo todo. Ainda hoje, a maioria dos bancos americanos e do resto do mundo não mantém as informações sobre as contas tão atualizadas como os bancos brasileiros”.4 Bradesco e Itaú, os maiores conglomerados bancários do Brasil de hoje, foram pioneiros na implementação de novas tecnologias de automação bancária. E até na invenção de novas tecnologias, como a leitora de cheques baseada no Código de Barras CMC-7, conforme nos informa Francisco Sanchez5, ex-vice-presidente do Grupo Bradesco. O próprio Gates informa que o Bradesco foi a primeira empresa privada brasileira a usar computadores, em 1962, além de ser o primeiro banco a disponibilizar terminais de auto-atendimento (ATM’s) públicos e Home Banking em 1982. E os bancos continuam firmes nessa área. Segundo informa uma pesquisa elaborada pelo Centro de Informática Aplicada da FGV - Fundação Getúlio Vargas -, os bancos são os que mais investem em tecnologia da informação, com uma média de 10,4% do lucro líquido – confira em AOL Notícias – http://noticias.aol.com.br/negocios/telecomunicacoes/2004/06/0003. adp. De fato, a Febraban – Federação Brasileira de Bancos informa-nos, em seu site http://www.febraban.org.br/ciab05/dados/atendimento_e_ %20serviços_tecnologia.pdf, que, “no global, o parque de ATM’s instalados vem registrando um crescimento da ordem de 10% a. a. nos últimos quatro anos”. A instituição do SPB, Sistema de Pagamento Brasileiro pelo Banco Central do Brasil em 22/04/2002, acelerou mais ainda o processo de expansão e aprimoramento da automação bancária no Brasil. Então, genericamente a definição para Automação Bancária é a mesma de Automação Comercial: é todo o processo de tornar operações, que Ge stã o d e S ist em as de In for ma çã o Au la 01 - O M un do d a Ge st ão d e Si st em as d e In fo rm aç ão 20Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno antes eram todas feitas manualmente, cada vez mais por máquinas, equipamentos e dispositivos em geral controlados por computador. Além disso, com todo esse processo, os bancos transformaram serviços à “la carte” (atendimento pessoal de funcionários para clientes) em “self-service” e “faça você mesmo” (auto-atendimento de clientes). Em outras palavras, transferiram serviços de funcionários para clientes. Enfim, que a verdade seja dita: os bancos nunca ganharam tanto dinheiro como nos dias de hoje – em grande parte, graças a essa automação bancária, que, além de reduzir custos, agilizou e aprimorou processos. Automação é isso mesmo, todo um trabalho de fazer com que cada vez mais atividades manuais sejam feitas por uma máquina computadorizada. É o que nós estamos presenciando em fábricas (automação industrial), escritórios (automação de escritório), lojas (automação comercial) e bancos (automação bancária), como acabamos de analisar. Só para fixarmos o raciocínio, repitamos: Automatização faz parte de Informatização. Toda Automatização é Informatização, mas nem toda Informatização é Automatização, certo? Como tópico final, vamos agora estudar Internetização. 2.4. Internetização Desculpem-nos os eruditos em Português, mas vamos inventar uma palavra que vai pegar pra valer: Internetização. De fato, não estamos inventando nenhuma palavra, porque até instituições de pesquisa, como o Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, publicam artigos com a palavra Internetização. Confira o artigo “Dilemas e Desafios da Modernidade” no site – http://www.usp.br/iea/revista/online/ dilemasdesafios/portella.html. Outras instituições como BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social utilizam largamente esse termo e o seu verbo, dando a Ge stã o d e S ist em as de In for ma çã o Au la 01 - O M un do d a Ge st ão d e Si st em as d e In fo rm aç ão 21Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno entender que é só uma questão de tempo para que a palavra internetização faça parte de qualquer dicionário – confira no artigo “e-Governo: o que ensina a experiência internacional”, no site: http://66.102.7.104/search?q=cache:gXkNJjqxNoAJ:www.federativo. bndes.gov.br/bf_bancos/estudos/e0001164.pdf+INTERNETIZA%C3%87 %C3%83O&hl=pt-BR&lr=lang_pt Tudo, praticamente tudo que foi informatizado anteriormente em computadores locais e isolados, tende também a ser disponibilizado em rede remota para bilhões de habitantes deste planeta Terra. A esse processo é que denominamos de Internetização. Inclusive esta Faculdade de Marketing na modalidade de EAD – Ensino a Distância, que você está cursando, faz parte desse processo. Cada vez mais, você passa a ter uma providencial opção ao tradicional ensino presencial, em todas as áreas do conhecimento humano. Que maravilha, né? Tecnicamente, Internetização significa fazer uso de toda uma tecnologia da informação baseada no protocolo de comunicação denominado de TCP/IP – Transmission Control Protocol/Internet Protocol, que estudaremos com mais detalhes em nossas próximas aulas. Até 1993, nos Estados Unidos, e 1995, no Brasil, todos os conhecimentos eram apenas disponibilizados no Mundo Real (mídia impressa em geral e arquivos de computadores isolados uns dos outros). A partir de 1993, o governo norte-americano liberou para o grande público a tecnologia de rede de computadores, que antes estava restrita somente a órgãos de defesa e instituições de pesquisa científica. Assim, desde então, existe um novíssimo mundo, que nossos antepassados jamais tiveram o privilégio de conhecer e vivenciar: o Mundo Virtual, que é, hoje, uma gigantesca rede planetária de computadores, em que, cada vez mais, temos serviços e conhecimentos disponibilizados, bem como comunicações, possíveis a qualquer hora, em qualquer lugar e de acordo com a necessidade e a possibilidade de cada um. Ge stã o d e S ist em as de In for ma çã o Au la 01 - O M un do d a Ge st ão d e Si st em as d e In fo rm aç ão 22Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno E esse maravilhoso, fascinante e fantástico Mundo Virtual realmente existe, a partir do momento em quevocê conecta seu computador à Internet, acessa websites e se comunica via e-mails e outros recursos. Assim, você vive o seu velho Mundo Real em paralelo com o Mundo Virtual – enquanto lê um livro (em papel, no Mundo Real) na sua mesa, você está aguardando análise de resultados sobre vendas de 2005 que um sistema de informações está providenciando remotamente (no Mundo Virtual). 3. Os Porquês de uma Efetiva Gestão de Sistemas de Informação Antes dos porquês, deixe-me explicar o termo “efetiva”, que é uma palavra técnica em Administração que soa a um Administrador de um modo ligeiramente diferente do que entendem leigos e outros profissionais. A palavra efetiva está relacionada com algo que tem efeito. Efetiva é adjetivo e efetividade, seu substantivo. Embora de significado igual ao do Português castiço, tecnicamente a palavra efetividade significa dois aspectos qualitativos diferentes e complementares, que devemos buscar: Eficácia e Eficiência. Lembre-se sempre desta equação: EFETIVIDADE = EFICÁCIA + EFICIÊNCIA Essa equação significa que a efetividade é resultado da eficácia com eficiência. Eficácia significa obter resultados positivos. Então, eficácia é o fim ou o objetivo que deveremos sempre buscar. Eficiência significa fazer bem feito, seguindo um determinado padrão geralmente aceito. Então, eficiência é o meio ou a maneira como deveremos buscar o objetivo ou o fim. Ge stã o d e S ist em as de In for ma çã o Au la 01 - O M un do d a Ge st ão d e Si st em as d e In fo rm aç ão 23Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno Vamos exemplificar, de forma bem gostosa, com um jogo de que a maioria dos brasileiros gosta: o futebol. Se você simplesmente marcar gol, terá sido, no mínimo, eficaz. Se driblar e jogar bonito, mas não marcar gol, apenas será eficiente. Porém, a sua maior glória será se driblar todos os zagueiros e marcar gol – aí você terá sido efetivo! Então, o mais importante é você ser efetivo tanto quanto possível! Entretanto, se não for possível ser eficiente, seja, pelo menos, eficaz. Esse é o grande ensinamento da Administração. É isso que devemos tentar em Gestão de Sistemas de Informação: Auxiliar a empresa a buscar resultados positivos (lucros obviamente – eficácia) com eficientes sistemas de informação. Isso significa que de nada adianta ter melhores sistemas de informação com melhores tecnologias e profissionais do mundo, se a empresa não auferir resultados positivos com eles. Entendeu? Isso na prática significa: Implementar sistemas de informação com o objetivo de auferir o MÁXIMO DE RECEITAS E BENEFÍCIOS e incorrer o MÍNIMO DE CUSTOS E MALEFÍCIOS à empresa. Parafraseando místicos e filósofos, dizemos que a natureza é dual ou bipolar – vamos traduzir essa verdade em uma das nossas linguagens de negócios chamada de Contabilidade: A TODO CRÉDITO CORRESPONDE UM DÉBITO E VICE-VERSA. Ge stã o d e S ist em as de In for ma çã o Au la 01 - O M un do d a Ge st ão d e Si st em as d e In fo rm aç ão 24Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno ou NÃO EXISTE CRÉDITO SEM DÉBITO E VICE-VERSA. Que grande descoberta, hein? Então: Não existe receita sem custo (ou um mínimo de esforço) e não existe benefício sem malefício (ou um mínimo de problemas). Ambos andam lado a lado! Daí, a grande e sábia conclusão: Uma efetiva Gestão de Sistemas de Informação significa não só maximizar receitas e benefícios como também minimizar custos e malefícios. A verdade é que todo mundo lembra de maximizar receitas e benefícios, bem como minimizar custos, mas esquece dos malefícios! A esta altura, você deverá estar se perguntando: malefícios? Que malefícios? Há três tipos de malefícios que se escondem por trás dos benefícios, que, à primeira vista, a maioria não percebe: 1 – Dependência – você fica cada vez mais dependente das Tecnologias e dos Sistemas de Informação. Você já percebeu que a maioria das pessoas troca e-mail e, se não tiver um, terá a sensação de que está sendo passado para trás? Você já imaginou o prejuízo que a grande maioria dos stakeholders (correntistas, acionistas, funcionários, parceiros etc.) irá ter se der “crash” só por um dia no sistema de informações de um banco? A verdade é que, cada vez mais, somos dependentes das Tecnologias e dos Sistemas de Informação. Mas isso é irreversível, porque não temos como deter o progresso. A não ser que toda a humanidade entre em acordo e haja para não mais progredir! O que fazer, então? Simples: “contingenciar”, Ge stã o d e S ist em as de In for ma çã o Au la 01 - O M un do d a Ge st ão d e Si st em as d e In fo rm aç ão 25Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno em outras palavras, criar alternativas de ação para quando não tivermos o computador e/ou acontecer uma desgraça incontrolável – como veremos em nossas outras aulas. 2 – Perigo de engessar – embora o processo de informatização redunde em benefícios, em sua grande parte, não podemos deixar de considerar que ele tem o seu “outro lado” – tudo tem o seu outro lado. Se, de um lado, reduz custos e aprimora serviços, de outro lado poderá tornar inflexíveis atividades que antes eram mais livres e humanas (com todo os seus defeitos). Isso porque a informatização é um processo de padronização que ainda nos leva a uma estruturação rígida e nos pode deixar de mãos atadas. Senão, quantas vezes você quis pagar uma conta e o caixa se recusou a recebê-la, alegando que o sistema estava fora do ar e só poderia receber por ele? Quantas vezes você deixou de comprar (e a loja deixou de vender) porque o sistema só aceitava uma dúzia e não 14? 3 – Malware – seu Mundo Virtual sofre cada vez mais invasões não só de pragas como também de invasores virtuais; como se tudo isso não bastasse, você perde cada vez mais a sua privacidade no Mundo Real na medida em que suas informações são disponibilizadas no Mundo Virtual. Tudo isso é Malware. Antes que você pergunte, a palavra malware não é nenhuma invenção do brasileiro, não – Malware não é combinação do Mal (português) com software (inglês). Malware é um neologismo que norte-americanos inventaram a partir da palavra Malicious com software. Malware é Malicious Software6, isto é, Software Maldoso. Evitamos dizer software malicioso porque, embora esteja certo pronunciá-la, a palavra “malicioso” também significa esperto, e assim é entendida para a maior parte do povo brasileiro. Síntese MAIS DO QUE NUNCA É NECESSÁRIA E PROVIDENCIAL UMA EFETIVA GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO! Ge stã o d e S ist em as de In for ma çã o Au la 01 - O M un do d a Ge st ão d e Si st em as d e In fo rm aç ão 26Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno Bem, chegamos ao fim desta nossa primeira aula. Em nossa próxima aula, estudaremos e nos divertiremos com a História da Evolução dos Sistemas de Informação até chegarmos aos dias hoje, com o maravilhoso, fascinante e fantástico mundo da Internet. Mas, antes, curta também as duas historinhas que anexamos ao final desta aula, só para matar sua curiosidade: “Uma Pequena História do Código de Barras – a Tecnologia da Informação que revolucionou o comércio no mundo inteiro” e “Uma Pequena História do Sucesso do Dinheiro de Plástico utilizando PDVs”. Depois, dê algumas lidas em livros interessantes indicados nabibliografia. E, finalmente, só para treinar um pouquinho o raciocínio, responda às seguintes perguntas: 1) O que é uma efetiva Gestão de Sistemas de Informação? 2) O que significa Tecnologia da Informação? 3) Qual é a diferença entre automatização e informatização? 4) Quais são as duas contrapartidas dos benefícios da Tecnologia da Informação? Referências ACKOFF, Russell L. Planejamento Empresarial. Rio de Janeiro: LTC, 1975. ANÔNIMO. Segurança Máxima. Rio de Janeiro: Campus, 2001. CASTELLS, Manuel. A Sociedade em Rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999. DRUCKER, Peter. A Profissão de Administrador. São Paulo: Pioneira, 2002. Ge stã o d e S ist em as de In for ma çã o Au la 01 - O M un do d a Ge st ão d e Si st em as d e In fo rm aç ão 2�Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno GATES, Bill. A Empresa na Velocidade do Pensamento. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. LALANDE, André. Vocabulário Técnico e Crítico da Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 1992. O’BRIEN, James A. Sistemas de Informação e as Decisões Gerenciais na Era da Internet. São Paulo: Saraiva, 2003. ROSINI, Alessandro Marco e PALMISANO, Ângelo. Administração de Sistemas de Informação e a Gestão do Conhecimento. São Paulo: Thomson, 2003. Webgrafia AOL Notícias – http://noticias.aol.com.br/negocios/ telecomunicacoes/2004/06/0003.adp. BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – http://66.102.7.104/search?q=cache:gXkNJjqxNoAJ:www.federativo. bndes.gov.br/bf_bancos/estudos/e0001164.pdf+INTERNETIZA%C3%87% C3%83O&hl=pt-BR&lr=lang_pt UFSM – Universidade Federal de Santa Maria – http://www.ufsm.br/dem/ idem/miolo.htm Febraban – Federação Brasileira de Bancos – http://www.febraban.org.br/ ciab05/dados/atendimento_e_%20serviços_tecnologia.pdf SANCHEZ, Francisco. O Processo de Automação Bancária. São Paulo: ABACO/2005 – 15a. Exposição e Conferência de Automação Bancária / Comercial e de Auto-Atendimento. Disponível em: http://www.dib.com.br/ Dib%20CD/ABACO2005/Arquivos/Automa%C3%A7%C3%A3o%20Banc% C3%A1ria%20-%20Francisco%20Sanchez.pdf. Ge stã o d e S ist em as de In for ma çã o Au la 01 - O M un do d a Ge st ão d e Si st em as d e In fo rm aç ão 2�Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno Lycée Technique Jacquard – http://lyc-jacquard.scola.ac-paris.fr/historique_ 1p.html Máquinas de Escrever Antigas – http://www.maquinasdeescreverantigas. com.br/index.html. Microsoft – http://www.microsoft.com/brasil/msdn/colunas/convidados/ col_convidados_1.aspx. Legenda 1 ACKOFF, Russell L. Planejamento Empresarial. Rio de Janeiro: LTC, 1975, p. 79. 2 DRUCKER, Peter. A Profissão de Administrador. São Paulo: Pioneira, 2002, p. 61. 3 LALANDE, André. Vocabulário Técnico e Crítico da Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 1992, p. 16. 4 GATES, Bill. A Empresa na Velocidade do Pensamento. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. 5 SANCHEZ, Francisco. O Processo de Automação Bancária. São Paulo: ABACO/2005 – 15a. Exposição e Conferência de Automação Bancária / Comercial e de Auto-Atendimento. Faz uma síntese histórica do desenvolvimento da automação comercial no Bradesco e no Brasil, citando, inclusive, nomes de profissionais anônimos e esquecidos. Disponível em http://www.dib.com.br/Dib%20CD/ABACO2005/Arquivos/Automa%C3%A 7%C3%A3o%20Banc%C3%A1ria%20-%20Francisco%20Sanchez.pdf. 6 ANÔNIMO. Segurança Máxima. Rio de Janeiro: Campus, 2001, p. 262. UMA PEQUENA HISTÓRIA DO CÓDIGO DE BARRAS A Tecnologia da Informação que revolucionou o comércio no mundo Ge stã o d e S ist em as de In for ma çã o Au la 01 - O M un do d a Ge st ão d e Si st em as d e In fo rm aç ão 2�Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno Inteiro1 Um presidente de uma cadeia de supermercados pediu ao diretor do Instituto de Tecnologia Drexel na Filadélfia, nos Estados Unidos, uma solução para evitar recontagens e etiquetagens de mercadorias. Essa conversa foi ouvida pelo estudante de faculdade Bernard Silver, que contou a história ao seu amigo Norman Joseph Woodland. Woodland ficou tão instigado, que saiu daquele instituto, foi morar com seu avô em Flórida, para se dedicar integralmente a criar o sistema. Depois de alguns meses, Woodland apresentou a Silver um Código de Barras, semelhante ao que presenciamos hoje. No dia 20/10/1949, fizeram um pedido de patente. As barras eram linhas circulares concêntricas que ficaram conhecidas como bull’s eyes (“olhos de touro”). Três anos depois, em 1952, Silver e Woodland criaram o primeiro leitor de Código de Barras, que tinha o tamanho de uma cadeira. Nessa época, Woodland trabalhava na IBM, a qual se ofereceu para comprar a patente, mas a dupla não aceitou vendê-la. Somente em 1962, com uma proposta irrecusável da Philco, os dois venderam. Mais tarde, a Philco revendeu para RCA, que se juntou a várias empresas para estabelecer regras para o desenvolvimento do código. Em 1963, a RCA fez a primeira demonstração pública do seu bull’s eye, mas este tinha problemas críticos de leitura. Finalmente, Woodland e IBM desenvolveram, em parceria, o código de Barras que conhecemos hoje, de linhas verticais, que foi chamado de UPC – Universal Product Code. Assim, às 08h01 de 26/06/1974, o Código de Barras de uma caixa de chicletes foi escaneado, pela primeira vez, em um supermercado Marsh’s em Troy, Ohio. Esse é o marco histórico da primeira aplicação bem sucedida do Código de Barras. Como se percebe, Código de Barras caracteriza bem a tecnologia em geral, que leva um bom tempo para se aperfeiçoar: desde a necessidade sentida e desejo de encontrar uma solução para satisfazer essa necessidade, até se encontrar uma solução de fato prática e viável economicamente, a humanidade levou pelo menos 25 longos anos! E desde que foi viabilizado, já se passaram mais de 30 anos..... e o desenvolvimento da tecnologia Ge stã o d e S ist em as de In for ma çã o Au la 01 - O M un do d a Ge st ão d e Si st em as d e In fo rm aç ão 30Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno de Código de Barras foi concomitante ao desenvolvimento do próprio computador. O Código de Barras é ainda hoje largamente utilizado, embora já estejam falando muito por aí que a tecnologia EPC – Electronic Product Code tende a substituí-lo. A EPC funciona com micro-chips (com leitor – receiver, retransmissor – transponder e antena), alguns com tamanho de um grão de areia, que captam sinais de rádio de um emissor à distância (inclusive via Internet), e respondem, emitindo seu número de identificação, utilizando a tecnologia RFID – Radio Frequency Identification. Podem nem ter bateria, utilizando o próprio sinal de rádio para recarregar-se.2 Mais do que nunca, estamos adentrando um maravilhoso, fascinante e fantástico mundo. Porém, tudo isso tem um preço muito alto: o mundo está ficando cada vez mais arriscado e perigoso para nossas vidas. Mas isso é assunto para outra historinha. Referências Bibliográficas 1 História do Código de Barras. Revista Aventuras na História. São Paulo: Abril, março de 2005. 2 Código Eletrônico de Produto. Disponível em: EAN Brasil – http://www. eanbrasil.org.br/servlet/ServletContent?requestId=43 UMA PEQUENA HISTÓRIA DO SUCESSO DO DINHEIRO DE PLÁSTICO UTILIZANDO PDVS O Cartão de Crédito no Mundo Em 2006, o mercado de cartõesde crédito faz 50 anos, segundo a ABECS – Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços – http://www.abecs.org.br/quemsomos_historia.asp1. Tudo começou nos Estados Unidos, nos anos 20, por iniciativas isoladas de hotéis e postos de gasolina, que criaram crédito para clientes preferenciais. Ge stã o d e S ist em as de In for ma çã o Au la 01 - O M un do d a Ge st ão d e Si st em as d e In fo rm aç ão 31Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno Mas, foram necessários mais uns 30 anos para que o cartão começasse a adquirir o exemplar modelo de negócios de hoje, em que todos os seus participantes ganham – um sistema de registro de intenção de pagamento do portador de cartão de crédito muito bem sucedido. Pois, foi só em 1950, que Frank McNamara e Ralph Schneider criaram o Diners2, o primeiro cartão de crédito do mundo, envolvendo 27 restaurantes (estabelecimentos filiados) e umas 200 pessoas (portadoras de cartão de crédito) – tudo começou quando McNamara foi almoçar com alguns executivos em um restaurante em Nova York e, na hora de pagar, percebeu que havia esquecido dinheiro e cheque. Teve a idéia de cartão de crédito, após o dono do estabelecimento lhe conceder crédito, assinando a própria nota de despesas. O cartão, inicialmente, era de papel e, em 1955, foi lançado o de plástico. Em 1975, o Diners também lançou o primeiro cartão de crédito empresarial, o chamado Corporate Card. Em 1981, o Citicorp adquiriu o Diners da Continental Insurance Corporation. Mas já em 1958, depois que Diners foi lançado, um concorrente apareceu: o American Express Card. Em seguida, em 1966, o Bank of America Service Corporation (BofA Service Corporation) lançou o BankAmericard, que mais tarde virou VISA e, em 1977, tornou-se o maior cartão de crédito do mundo. Nesse mesmo ano, o Bank of America lançou o Master Charge, que virou mais tarde MasterCard. O Cartão de Crédito no Brasil Em 1954, o empresário tcheco Hanus Tauber, considerado o precursor dos cartões de crédito no Brasil, comprou, nos Estados Unidos, a franquia do Diners Club Card – as suas operações começaram em 1956, inicialmente funcionando como cartão de compra e não como cartão de crédito, que só seria lançado em 1968. Em 1971, é formado um pool com 23 bancos associados ao cartão internacional BankAmericard, que lançaram o cartão Elo (esse pool foi desfeito em 1977, e cada banco passou a emitir o seu cartão de crédito). Ge stã o d e S ist em as de In for ma çã o Au la 01 - O M un do d a Ge st ão d e Si st em as d e In fo rm aç ão 32Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno Nesse mesmo ano de 1971, foi fundada, no Rio de Janeiro, a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços – ABECS, que mais tarde, em 1974, foi transferida para São Paulo. Em 1984, a Credicard comprou o Diners Club no Brasil e começou a se tornar o maior cartão de crédito do Brasil. A Credicard nasceu na década de 70 como Citycard, criada pelo First National City Bank, subsidiária brasileira do Citibank – que mais tarde se associou aos bancos Itaú, Unibanco e Francês e Brasileiro nesse promissor negócio chamado cartão de crédito. Em 2001, manteve-se líder na área com 8,3 milhões de cartões no mercado brasileiro ou 30% de participação, conforme informa seu site – Sobre a Credicard: http://www.credicard.com.br/portals/credicardportal/sobre_a_credicard/ empresa_2000.jsp3 A verdade é que o negócio, de promissor se tornou tão lucrativo que os bancos individualmente lançaram seus cartões de crédito. Tanto que, em 2003, o Bradesco tomou a dianteira desse segmento e a Credicard perdeu o primeiro lugar. Assim, a Credicard, além do Bradesco, começou a ter, como concorrentes, seus próprios donos, que começaram a administrar seus respectivos cartões: o Unibanco, que vendeu em 2004 a sua participação na sociedade de mais de 30 anos, e passou a administrar somente seus cartões Unicard; o Citibank e o Itaú informaram, em 2005, que, a partir de 2006, cada um deles irá incorporar cerca de 3,8 milhões de cartões Credicard (cerca de 7,6 milhões no total), que serão administrados respectivamente pelo Citicard e Itaucard, conforme nos informou o Ministério do Planejamento em 02/02/2005 – http://clipping.planejamento.gov.br/Noticias.asp?NOTCod=176512. Razões do Sucesso dos Cartões de Crédito Além de outros fatores, é claro, a Automação Comercial, com seus terminais PDV (Ponto de Venda), movidos a Código de Barras e sistemas de informação em rede, sem dúvida, proporcionou a expansão do mercado de cartões de crédito. Ge stã o d e S ist em as de In for ma çã o Au la 01 - O M un do d a Ge st ão d e Si st em as d e In fo rm aç ão 33Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno Sem essas tecnologias da informação, jamais seria possível viabilizar operações internacionais com cartões de crédito, que, no Brasil, começaram a acontecer a partir de 1990. Referências Bibliográficas 1 ABECS – Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços. A História do Cartão de Crédito. Disponível em: www.abecs.org. br/quemsomos_historia.asp Acesso em: 4 nov 2006. 2 GROSS, Daniel Forbes. As Maiores Histórias do Mundo dos Negócios. São Paulo: Companhia das Letras, 1999, p. 232. 3 Credicard – Administradora de Cartões de Crédito. Sobre a Credicard. Disponível em: http://www.credicard.com.br/portals/credicardportal/ sobre_a_credicard/empresa_2000.jsp Acesso: em 4 nov 2006. 4 Ministério do Planejamento da República Federativa do Brasil. Credicard: Itaú e Citi dividem os clientes. Disponível em: http://clipping.planejamento. gov.br/Noticias.asp?NOTCod=176512 Acesso em: 4 nov 2006. Ge stã o d e S ist em as de In for ma çã o Au la 02 - A or ige m e a ev olu çã o do s S ist em as d e In fo rm aç ão 34Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno Aula Nº 2 – A origem e a Evolução dos Sistemas de Informação Objetivos da aula: Nesta segunda aula, estudaremos a origem e a evolução dos sistemas de informação. Conheceremos diferentes sistemas de informação para diferentes finalidades e perceberemos a tendência de crescente integração entre eles, para, cada vez mais, satisfazer as necessidades empresariais. 1. A origem e a evolução dos Sistemas de Informação Estudamos, em nossa primeira aula, que Sistemas de Informação é um termo genérico correspondente a aplicativos com finalidades específicas processados nos microcomputadores. Aprendemos que um dos primeiros sistemas transacionais que foram desenvolvidos foi o de Faturamento, para emitir notas fiscais de vendas. E que a origem dos sistemas de informação propriamente ditos está justamente nesses primeiros sistemas transacionais, mais exatamente quando se lança o TOTAL de transações de cada um dos sistemas transacionais. Pois é, a origem dos chamados sistemas de informações propriamente ditos está justamente no TOTAL de transações de cada um dos sistemas transacionais. E, a partir desse total, você tem a possibilidade de obter uma série de informações complementares e analíticas – justamente para planejamento e tomada de decisões. Além de emitir a nota fiscal de vendas, nada melhor que saber o total de vendas do dia, não é mesmo? Que tal saber qual foi o maior valor de venda do dia? E quanto esse valor representa do total? E assim por diante, emdiversos outros períodos, como semana, mês e ano. Tudo isso, hoje, é óbvio, mas não era tão simples assim Ge stã o d e S ist em as de In for ma çã o Au la 02 - A or ige m e a ev olu çã o do s S ist em as d e In fo rm aç ão 35Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno nos anos 70. E só foi possível, com progresso tecnológico: com o aumento de capacidade de armazenamento e capacidade de processamento. E, na medida em que esse progresso ocorreu, os sistemas de informação cada vez têm atendido mais plenamente as necessidades empresariais, como ocorre hoje. Atualmente nos valemos de sistemas de informação, tais como ERP – Enterprise Resource Planning; CRM – Customer Relationship Management; BI – Business Intelligence; BPM – Business Performance Management - que são frutos desse vertiginoso progresso tecnológico. Estudaremos cada um desses sistemas e um pouco mais, a seguir. Todos esses sistemas são frutos da crescente necessidade de integração de atividades, para, cada vez mais, satisfazer as necessidades empresariais de obter resultados de forma mais eficiente e eficaz possível. Vejamos, então, a seguir. 2. ERP – Enterprise Resource Planning O ERP - Enterprise Resource Planning – é, praticamente, resultado da necessidade de integração de diversos sistemas transacionais independentes entre si, que foram, inicialmente, desenvolvidos nas empresas. Como estudamos antes, tanto nos escritórios quanto nas fábricas, foram desenvolvidos sistemas transacionais para atender às finalidades específicas. Só que uns não “se conversavam” (se comunicavam) com outros. E havia a necessidade de se integrarem. Daí, culminou com o desenvolvimento dos chamados ERPs – Enterprise Resource Planning. Antes dos ERPs, com a necessidade, por exemplo, de integrar sistema de Faturamento com Contas a Receber, desenvolvíamos os chamados QGs. Sabe o que significa QG? Isso mesmo, sigla que significa “quebra galho”. Era um ou mais programas de interface entre um e outro sistema. Como cada sistema funcionava Ge stã o d e S ist em as de In for ma çã o Au la 02 - A or ige m e a ev olu çã o do s S ist em as d e In fo rm aç ão 36Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno com seus arquivos próprios, era impossível um ler os arquivos do outro. A solução era o QG, que convertia arquivos de um sistema para outro, além de efetuar outras compatibilizações necessárias. Eram verdadeiros remendos intersistemas. Com o tempo, as chamadas software houses (empresas fabricantes de sistemas) desenvolveram, para as fábricas, o chamado MRP – Materials Requirements Planning – traduzindo, Planejamento de Necessidades de Materiais. Depois, desenvolveram o CRP – Capacity Requirements Planning ou Planejamento de Necessidades de Capacidade Produtiva; SFC – Shop Floor Control ou Controle do Chão de Fábrica (Controle de Fabricação) e Purchasing ou Compras. Ao integrarem esses três sistemas ao MRP original, denominaram a nova versão de MRP2 – Manufacturing Resource Planning e o original de MRP1 – Materials Requirements Planning. Tudo isso aconteceu entre os anos 70 e os anos 80. Ge stã o d e S ist em as de In for ma çã o Au la 02 - A or ige m e a ev olu çã o do s S ist em as d e In fo rm aç ão 37Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno Adentrando nos anos 90, presenciamos o desenvolvimento de redes de computadores, que culminou com a disseminação, em larga escala, da rede remota Internet a partir de 1993, nos Estados Unidos, e 1995, no Brasil. Estava praticamente plantado o campo onde aconteceria a integração do MRP2 (do chão da fábrica) com o escritório (com seus sistemas administrativo- financeiros), tanto local como cada vez mais remotamente. A essa nova versão do MRP, que se chamaria MRP3, denominaram de ERP – Enterprise Resource Planning, como conta em detalhes Corrêa, em seu artigo1 e livro2. E assim, o ERP acabou solucionando, em grande parte, o problema em que se tornaram os sistemas com QGs, que se constituíram em verdadeiras “colchas de retalhos”. Além disso, é claro, proporcionou aumento de produtividade do trabalho para as grandes empresas – e aquelas que saíram na frente e foram bem sucedidas com o ERP desfrutaram de vantagem competitiva no mercado. Porém, nem tudo é ou foi um mar de rosas em se tratando de ERP. No início, as empresas enfrentaram enormes dificuldades para implantá-lo. Vários são e foram os fatores, mas, sem dúvida, o que se destaca é a tendência a engessar de todo o processo de informatização, como analisamos anteriormente na primeira aula. Foi o que aconteceu, também, com o ERP, mais reforçado com a grande predominância do MRP, de característica mais apropriada para atividades repetitivas mais estruturadas de uma fábrica que atende a atividades mais flexíveis e menos estruturadas de um escritório. Se os próprios trabalhadores de fábrica sentiram, inicialmente, pelo menos uma certa inflexibilidade no processo produtivo com ERP – imagine você no escritório, tentando de tudo para satisfazer o cliente e não podendo sair do esquema-padrão do sistema. Há casos críticos de grandes prejuízos sofridos com a tentativa de implantar o ERP. É o caso da Petrobrás, que amargou pelo menos um gasto de US$ 86 milhões além do previsto e levou mais de 2 anos além do prazo inicialmente estipulado3 – foi iniciado em 1998 e terminou praticamente em 2005. Seu Ge stã o d e S ist em as de In for ma çã o Au la 02 - A or ige m e a ev olu çã o do s S ist em as d e In fo rm aç ão 38Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno ERP, com diversos módulos, dentre os quais Produção, Distribuição, Vendas, Logística, Suporte, Qualidade, Recursos Humanos e Finanças, substituiu cerca de 800 sistemas, servindo a mais de 24 mil usuários e 10 empresas do grupo. Como vimos, o ERP é um sistema integrado de gestão constituído de pacotes de software sob a forma de módulos padronizados. Dentre os mais diversos fornecedores de ERP, temos a SAP – Systemanalyse And Programmentwicklung, empresa fundada na Alemanha, em 1972, por 5 engenheiros. Tem como concorrentes brasileiras a Microsiga e a Datasul, dentre outras. O ERP é um sistema Back Office, isto é, essencialmente interno, nos bastidores de uma empresa, bem ao contrário de um Front Office, que serve a um público externo, principalmente clientes, como é o caso do CRM – Customer Relationship Management, que passaremos a analisar a seguir. Ge stã o d e S ist em as de In for ma çã o Au la 02 - A or ige m e a ev olu çã o do s S ist em as d e In fo rm aç ão 39Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno 3. CRM – CUSTOMER RELATIONSHIP MANAGEMENT Enquanto o ERP é um sistema essencialmente de uso interno – Back Office, o CRM – Customer Relationship Management é para atender a usuários externos, principalmente a clientes – Front Office. Diga-se de passagem que, por uma questão de segurança, um e outro sistema devem estar em computadores diferentes. Customer Relationship Management é Administração de Relações com Clientes – os atuais e os futuros. Fidelizar aqueles que já são clientes e “sair correndo à cata de novos” antes que os concorrentes consigam “pescá-los”. Customer Relationship Management é parceiro íntimo do ERP. Você pode entenderque, enquanto ele vai à luta no mercado, o ERP dá-lhe retaguarda, ou seja, usual e tecnicamente funciona assim: 1o. O ERP alimenta o CRM com informações sobre clientes e mercado; 2o. O CRM, com base em tais informações, comunica-se com clientes e mercado; 3o. O CRM atualiza o ERP, com novas informações sobre clientes e mercado; 4o. Repete-se o ciclo sucessivamente. Peter Drucker diz, em seu livro “A Profissão de Administrador”, editado pela Pioneira, que “[...] novas realidades com freqüência exigem novas palavras”. 4 De fato, novos sistemas e serviços, com novas tecnologias da informação, também exigem novos nomes e novas siglas, porque constituem Ge stã o d e S ist em as de In for ma çã o Au la 02 - A or ige m e a ev olu çã o do s S ist em as d e In fo rm aç ão 40Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno novas realidades no mundo dos negócios. Assim, CRM, tanto quanto ERP e outras siglas, não são modismos, como dizem alguns, mas novas realidades administradas por novas tecnologias da informação. E essas novas tecnologias da informação são cada vez mais integradas entre si, podendo o CRM (tanto quanto o ERP) se constituir, cada vez mais, em uma complexa rede de sistemas interconectados via Internet, de diferentes fornecedores. Assim, o Contact Center se integra ao CRM. O Contact Center, hoje, é toda uma estrutura de pessoal de atendimento, suportada por uma Central de PABX, CTI – Computer Telephony Integration, URA – Unidade de Resposta Audível e Internet (e-mails, chats, websites e portais), dentre outros. Cabe, aqui, esclarecer que muitos utilizam o termo Call Center, em vez de Contact Center. Call Center significa centro de chamadas, subentendo- se atendimento telefônico. Acontece, hoje, que Call Center deixou de ser apenas um centro de atendimento telefônico, desde que a sociedade começou a fazer uso de serviços Internet, tais como e-mails. Então, o termo mais correto para essa nova realidade é Contact Center, mais genérico e abrangente que Call Center. Call Center é de uma outra época, sem Internet. A esta altura, você deverá estar perguntando: e Telemarketing, o que é? Tele, em grego, significa a distância. Então, Telemarketing significa Marketing a distância. O problema é que Telemarketing tem um duplo sentido. Inicialmente, foi um conceito ampliado de Televendas. Iannone, no seu livro Vendendo por telefone5, traz a definição de Telemarketing, segundo Weitzenn: “O telemarketing é o uso sistemático do contato telefônico para vendas e funções de marketing. É o uso do telefone para aumentar a eficiência da vendas ao mesmo tempo em que reduz os custos”.6 Hoje, Telemarketing assume o seu verdadeiro significado de Marketing a distância, não só com telefone mas também ampliado com todos os recursos que a Internet oferece. A propósito, a Classificação Brasileira de Ocupação (CBO) do Ministério do Trabalho e Emprego, no ano de 2002, praticamente confirma essa assertiva, com a seguinte definição de Operadores de Telemarketing: “Atendem usuários, oferecem serviços e Ge stã o d e S ist em as de In for ma çã o Au la 02 - A or ige m e a ev olu çã o do s S ist em as d e In fo rm aç ão 41Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno produtos, prestam serviços técnicos especializados, realizam pesquisas, fazem serviços de cobrança e cadastramento de clientes, sempre via tele- atendimento, seguindo roteiros e scripts planejados”. Confira no site www. mtecbo.gov.br/busca/descricao.asp?codigo=4223. Pois então, o Contact Center faz parte de todo o lado operacional de um CRM, para realizar toda a política da empresa orientada para cliente. Porém, muito cuidado. Tanto quanto o ERP, o CRM pode acarretar uma enorme dor de cabeça. É o que conta Vieira: “Quando lançou um programa de gerenciamento das relações com os clientes, em 1999, a Embratel estava certa de que tinha nas mãos uma nova estratégia para fazer dinheiro. A operadora de telecomunicações havia investido alguns milhões de dólares numa solução de call center que prometia integrar todos os sistemas para melhorar o atendimento – e, com isso, impulsionar as vendas. O aplicativo de Customer Relationship Management (CRM) fornecido pela Siebel, automatizou o atendimento telefônico, melhorou a performance da equipe de telemarketing e conseguiu reunir informações preciosas sobre os clientes da Embratel. Mas nem tudo saiu como o esperado. O sistema mostrou-se lento, falhava em algumas ocasiões e não deu um centavo de retorno. A ferramenta era tão rígida para algumas aplicações que a equipe de TI da operadora teve de desenvolver sistemas a partir do zero para rodar em cima do CRM e assim, dar conta das demandas geradas pelos clientes. “A maneira como o projeto foi pensado foi equivocada. No lugar de definir a filosofia, procuramos adaptar a ferramenta aos processos da empresa e ficamos com sérias restrições de evolução, afirma Aloysio Magessi, CIO da Embratel. “Tivemos de fazer muitas adaptações que acabaram desconfigurando o software. A integração com os outros sistemas da empresa só ocorreu parcialmente, o que gerou ineficiência de processos, falta de agilidade e uma série de buracos”, diz Magessi. O caso da Embratel ilustra o que muitas empresas sentiram quando resolveram surfar na onda do CRM: muita promessa e pouca entrega. A tecnologia Ge stã o d e S ist em as de In for ma çã o Au la 02 - A or ige m e a ev olu çã o do s S ist em as d e In fo rm aç ão 42Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno não funciona sem planejamento detalhado e métricas rigorosas. E não adianta consertar o CRM. Se o projeto começou errado, as três letrinhas podem significar custo, retrabalho e muita dor-de- cabeça.” 7 De qualquer forma, o CRM tanto quanto o ERP, veio para ficar porque grandes empresas, cada vez mais, necessitam de um eficiente sistema de marketing de relacionamento, que possa manipular uma gigantesca massa de clientes e suas informações. Será apenas uma questão de tempo o desenvolvimento de um eficiente CRM, fruto de um melhor casamento entre a Ciência da Administração e as Tecnologias da Informação. Além de operacional, o CRM deverá ser também estratégico: não só ser um instrumento cada vez mais imprescindível de marketing de relacionamento (é um B2C – Business to Consumer), como também fornecer informações do mercado e do comportamento do cliente e do consumidor, para a tomada de decisões mercadológicas de vital importância para o futuro sucesso das empresas. Mas, você deve estar se perguntando: que negócio é esse de escrever B2C para significar Business to Consumer? Pois é, mais uma vez os norte-americanos saem na frente com sua criatividade e praticidade, criando termos e siglas de forma bem objetiva, com conotação não só mercadológica como também tecnológica – como bem destacou Drucker: “[...] novas realidades com freqüência exigem novas palavras”. Portanto, o B é abreviatura de Business, C de Consumer e o número 2 (two, em inglês), dá o significado de uma operação entre dois pólos de negócios. E assim ficou uma beleza ver e ouvir B2C, não é mesmo? E você deve estar pensando: se existe B2C, existe B2B – Business to Business. Acertou! B2B é um sistema que possibilita transações de uma empresa para outras empresas. Este tipo de sistema foi desenvolvido bem antes de um B2C, como veremos adiante. Vamos em frente! Ge stã o d e S ist em
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