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Origem e Evolução da Bacia de Santos

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Origem e Evolução da Bacia de Santos
Ianco Rodrigues
A Bacia de Santos está localizada na porção sudeste da margem brasileira, em frente ao litoral sul do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e norte de Santa Catarina. Geologicamente, trata-se de uma depressão limitada a norte pelo alto de Cabo Frio e a sul pela Plataforma ou Alto de Florianópolis. A bacia recobre a área de cerca de 350.000 km2, dos quais 200.000 km2 encontram-se em lâminas d’água até 400 m e 150.000 km2 entre as cotas de 400 e 3.000 m. Sua origem está associada com a ruptura do supercontinente Gondwana ocorrida no Jurássico superior/ Cretáceo inferior.
 O desenvolvimento de seu arcabouço tectonoestratigráfico compreende três megasseqüências (Pereira e Macedo, 1990; Pereira e Feijó, 1994). A megasseqüência sinrifte ou continental, de idade neocomiana/barremiana, foi amostrada em poucos poços proximais, registrando-se siliciclásticos grosseiros (Formação Guaratiba) assentados discordantemente sobre rochas vulcânicas de idade aproximada de 130–120 Ma (Pereira e Feijó, 1994), englobados na Formação Camboriú. Mohriak (2004) relata a ocorrência de efusões basálticas com datas aproximadamente contemporâneas aos eventos de Serra Geral, ocorridos na bacia do Paraná. Ademais, a ocorrência de sedimentos com alto teor de matéria orgânica das formações Piçarras e Itapema, caracteriza as rochas geradoras do petróleo e gás do pré-sal.
A megasseqüência transicional caracteriza-se pela mudança entre deposição de siliciclásticos até deposição dos evaporitos aptianos, depositados em ambiente marinho restrito. Nesta sequência ocorrem carbonatos microbianos e estromatólitos da Formação Barra Velha, agindo como rocha reservatório do pré-sal, e posteriormente, anidrita e halita da Formação Ariri, a qual sela os reservatórios do pré-sal. A terceira fase tectônica corresponde à megasseqüência pósrifte ou marinha, associada a subsidência térmica durante a deriva dos continentes. Esta fase inicia-se por depósitos siliciclásticos (Formação Florianópolis) e carbonáticos (Formação Guarujá) de idade eo/meso-albiana, que posteriormente foram recobertas por sistemas transgressivos clástico/carbonáticos (Formação Itanhaém) do Neo-Albiano ao Eo/Cenomaniano (Pereira et al. 1986). 
O subsequente aprofundamento da bacia resultou na implantação de um ambiente marinho transgressivo até o Meso/Turoniano (Formação Itajaí–Açu), seguido por fortes eventos regressivos a partir do Maastrichtiano (formações Santos e Juréia), resultando num sensível avanço da linha de costa na direção do mar (Pereira e Macedo, 1990). O Terciário da Bacia de Santos é representado pelo sistema Iguape/Marambaia, com dominância de plataformas carbonáticas na porção centro-sul e forte influxo de clásticos grosseiros na porção norte. A sedimentação culmina com a deposição de areias e folhelhos da Formação Sepetiba, de idade pleistocênica (Pereira e Macedo, 1990; Pereira e Feijó, 1994).
O segmento central do sistema de depocentros da fase rifte que se estende entre a Bacia de Santos e o sul da Bacia de Campos é caracterizado por uma faixa de anomalias gravimétricas negativas, com direção NNE, indicativas de grande profundidade da base do sal e do embasamento, com um principal depocentro a leste do gráben de Merluza (Meisling et al. 2001). Destaca-se na parte centro-norte da Bacia de Santos, entre a região de Cabo Frio até a região central da Bacia, ao sul da Ilha Grande, a ocorrência de uma grande falha lístrica antitética, associada a tectônica de sal (Mohriak et al. 1995). Esta feição relaciona-se com uma progradação maciça de sedimentos siliciclásticos no Cretáceo Superior, resultando em expulsão dos evaporitos e criando uma cicatriz de sal que é coberta por sedimentos pós-albianos, que ficam cada vez mais novos à medida que se aproximam do plano da falha de baixo ângulo.

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