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R. Barão do Rio Branco, n. 2180, Sala 03 
Centro – Campo Grande/MS 
+55 (67) 3015-0035 +55 (67) 3306-1959 
rodrigo@bgpadvogados.com | thiago@bgpadvogados.com | bruno@bgpadvogados.com 
EXCELENTÍSSIMO (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA ____ VARA DA 
FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE CAMPO GRANDE/MS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DAISE GRAZIANE SANCHES, brasileira, solteira, desempregada, 
sem endereço eletrônico, cédula de identidade RG nº 001408424 SSP/MS, inscrita 
no CPF nº 008.485.021-32, residente e domiciliada sito a Rua José Dib, nº 60, Qd 
13, Lt 22, Dom Antônio, CEP 79075-034, Campo Grande/MS, CRISTINA DE 
SOUZA, brasileira, casada, servente, sem endereço eletrônico, cédula de identidade 
RG nº 000932095 SSP/MS, inscrita no CPF nº 963.032.391-53, residente e 
domiciliada sito a Rua José Dib, nº 60, Qd 13, Lt 22, Dom Antônio, CEP 79075-034, 
Campo Grande/MS e JOÃO CARLOS DE SOUZA, brasileiro, casado, 
desempregado, sem endereço eletrônico, cédula de identidade RG nº 963342 
SEJUSP/MS, inscrito no CPF nº 861.552.961-20, residente e domiciliado sito a Rua 
Florabela Espanca, nº 285, Res. Vida Nova III, CEP 79017-273, Campo Grande/MS, 
vem mui respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seus 
patronos, instrumento ao final assinado, propor a presente: 
 
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL 
 
Em desfavor de FRANCISCO GOMES RODRIGUES, brasileiro, 
casado, médico, CRM/MS 2173, cadastrado na cédula de identidade RG nº 589802 
SSP/MS e no CPF sob o nº 205.879.454-00, residente e domiciliado sito a Rua 
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R. Barão do Rio Branco, n. 2180, Sala 03 
Centro – Campo Grande/MS 
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rodrigo@bgpadvogados.com | thiago@bgpadvogados.com | bruno@bgpadvogados.com 
Amazonas, nº 1255, apto. 1601, Monte Castelo, Campo Grande/MS, solidariamente, 
SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE CAMPO GRANDE, pessoa jurídica de 
direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 03.276.524/0001-06, com sede sito a 
Rua Eduardo Santos Pereira, nº. 88, Centro, Campo Grande – MS, CEP 79.002-400 
e MUNICIPIO DE CAMPO GRANDE/MS, pessoa jurídica de direito público, inscrita 
no CNPJ/MF 03.501.509/0001-06, com sede sito a Avenida Afonso Pena, nº 3.297, 
Paço Municipal, Centro, Campo Grande/MS, pelas razões de fato e de direito a 
seguir descritas: 
 
I – DOS FATOS 
 
Insta inicialmente frisar que o primeiro Requerido, é médico atuante, 
conhecido em âmbito regional, tendo como especialidades/área de atuação, cirurgia 
do aparelho digestivo - RQE nº 2984 e cirurgia geral - RQE nº 3345, de onde se 
extrai ser responsável, preocupado com o bem estar de seus pacientes, o que não 
se observa no caso dos autos, vejamos. 
 
A Sra. Marta Florentin, genitora dos Requerentes, fora submetida na 
data 25/03/2015 ao procedimento cirúrgico denominado GASTROPLASTIA 
C/DERIVAÇÃO INTESTINAL PRINCIPAL, procedimento nº 0407010173, tendo 
como cirurgião o primeiro Requerido, atendimento nº 3511958 – anexo. 
 
Cumpre informar, que o referido procedimento fora realizado sob a 
guarda do segundo Requerido, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), haja vista a 
ausência de condições financeiras dos Requerentes para o custeio da operação de 
sua matriarca em âmbito particular. 
 
Transcorrido 13 (treze) dias da realização do procedimento, a Sra. 
Marta Florentin, repita-se, genitora dos Requerentes, recebeu alta. Entretanto, no 
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rodrigo@bgpadvogados.com | thiago@bgpadvogados.com | bruno@bgpadvogados.com 
mesmo dia, sentiu fortes dores na região da operação, notando que os pontos 
haviam se rompido, dando início a uma secreção purulenta fétida. 
 
Pávidos, os Requerentes e sua genitora retornaram a Santa Casa, 
atendimento nº 3606812, relatando o acontecido, sendo a paciente informada pelo 
médico de plantão que o rompimento era previsível, que a mesma deveria procurar o 
médico que realizou o procedimento para maiores informações, posteriormente, 
liberada sem a adoção de medidas enérgicas. (doc. anexo) 
 
Necessário destacar, que os Requerentes procuraram o 
primeiro Requerido por diversas vezes, firmando em todas as oportunidades a 
informação de que o estado clínico da Sra. Marta só se agravava, que a mesma 
não mais se alimentava, entretanto, nada foi feito. 
 
Pois bem, as secreções mencionadas aumentaram no transcorrer 
dos dias, motivo pelo qual retornaram, novamente, a Santa Casa na data 
20/04/2015, atendimento nº 3622184, mais uma vez, liberada sem a realização de 
qualquer exame pormenorizado. (doc. anexo) 
 
Não obstante as orientações do seu médico, as dores e a infecção 
continuaram por diversos dias, desta vez com maior intensidade. Porém, o primeiro 
Requerido alegou, em nova consulta, mais uma vez, serem normais tais sintomas, 
haja vista a paciente se encontrar em fase de recuperação, previsível ao tipo de 
procedimento realizado. 
 
Ao contrário, a situação se agravou ainda mais, a Sra. Marta, 
paciente, não mais estava conseguindo se alimentar, tampouco ingerir líquidos, 
passando a apresentar o quadro de anemia, o que causou imenso pavor aos 
Requerentes. 
 
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Em 26/06/2015, atendimento nº 3659345, já passados mais de 3 
(três) meses da realização da cirurgia, a paciente ainda continuava com dores e a 
secreção purulenta só aumentava, com a intensa perda de peso, cerca de 35 kg 
(trinta e cinco quilogramas), razão pela qual procurou o seu médico, primeiro 
Requerido, limitando-se o mesmo a dizer que a situação era normal, sendo 
novamente liberada. 
 
As dores advindas da operação, e suas consequências imediatas, só 
aumentaram, tendo os Requerentes novamente procurado os Requeridos no dia 
28/08/2015, atendimento nº 3696808, indagando que a persecução do quadro 
apresentado por sua genitora resultaria em seu óbito, se nada fosse feito. 
 
Em razão disto, fora efetuado agendamento via SUS, para a 
realização de exames pormenorizados, constatando-se que o quadro da paciente 
era delicado, que demandaria cuidados específicos, repita-se, pois a mesma sequer 
estaria conseguindo alimentar-se, assim como ingerir líquidos. 
 
Os problemas relatados linhas acima continuaram no decorrer dos 
meses, e, em 17/11/2015, atendimento nº 3745065, os Requerentes procuraram 
atendimento junto à segunda Requerida, tendo o médico de plantão apenas se 
limitado a medicar a paciente, indagando que a mesma procurasse o médico que 
realizou o procedimento, que nada poderia ser feito naquele momento. 
 
Frisa-se que nos diversos retornos efetuados pelos 
Requerentes e sua genitora junto à segunda Requerida, seus prepostos, 
médicos plantonistas, limitarem-se, apenas, a medicar a paciente e ponderar 
que a mesma procurasse o médico que realizou a cirurgia, que o mesmo 
deveria dar a atenção necessária e nenhum procedimento poderia ser 
realizado naquele momento. 
 
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Aluídos com a situação, sentimento de descaso/desprezo, os 
Requerentes não sabiam mais o que fazer, isso porque, em todas as oportunidades 
os prepostos da segunda Requerida limitavam-se apenas em informar que o 
tratamento do problema apresentado deveria ser desempenhado pelo médico 
responsável pela cirurgia, primeiro Requerido. 
 
Em outras palavras, “não realizei o procedimento, não tenho 
nada a ver com isso”. 
 
O que se extrai, de forma clara e evidente, é que a situação 
apresentada pela paciente era grave, e que ninguém queria trata-la, correr o risco, 
de ser responsabilizado por qualquer resultado desastroso que futuramente 
ocorresse, limitando-se apenas a medicar e liberar a paciente. 
 
Neste interregno, passados 7 (sete) meses da realização do 
procedimento, a paciente, repita-se, mãe dos Requerentes, passou a apresentar os 
sintomas de “episgastralgia, anorexia, náuseas, múltiplos vômitos de conteúdo 
gástrico, astenia, fadiga intensa e diarreia aquosa”, novamente, limitando-se os 
Requeridos a medica-la e liberar, ao passo de ser plausível o sofrimento suportado 
pela paciente. 
 
Irresignados, não mais suportando o tipo de tratamento despendido 
pelos Requeridos, os Demandantes dirigiram-se ao Hospital Regional de Mato 
Grosso do Sul na data 14/03/2016, sendo a paciente atendida e constado pelo 
corpo médico a gravidade de seu quadro clínico, vez que, “gemente, agitada, 
queixando-se de dor intensa em região abdominal, associado a palidez 
cutâneo-mucosa e hipotensão arterial, mesmo com uso de DVA (Nora 15 
ML/H), dor a apalpação difusa em todo abdome com áreas de necrose em 
região de mesogástrio”, prontuário nº 406152 – anexo. 
 
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Em razão da gravidade dos problemas apresentados, a paciente não 
fora submetida ao imediato tratamento cirúrgico, o qual seria efetivo e realizado após 
a melhora do quadro clínico inicial, sendo a mesma apenas medicada. (doc. anexo) 
 
Porém, mesmo após a tentativa de remediar o quadro inaugural 
apresentado pela Sra. Marta, repita-se, genitora dos Requerentes, a mesma veio a 
óbito no dia 15/03/2016, tendo como consequência, choque séptico. (doc. anexo). 
 
O falecimento afetou emocionalmente os familiares da vítima, no 
caso, os Requerentes, mormente pela perda de um ente querido, ainda mais da 
forma como isso se sucedeu, sendo clara e intolerante a negligência dos 
Requeridos, justificando, desse modo, a promoção da presente demanda. 
 
Diante dessa situação, não restou aos Autores alternativa senão a 
busca da tutela jurisdicional para ver seus direitos resguardados, dada a gravidade 
do ato perpetrado pelos Demandados, o que será perfeitamente abordado no 
transcorrer da presente. 
 
II – PRELIMINARMENTE 
 
II.1 – DA LEGITIMIDADE ATIVA – SUCESSORES DO DE CUJUS 
 
É de conhecimento, que o dano moral, conquanto de natureza 
personalíssima, inatoaos direitos da personalidade, possui repercussão social e 
proteção constitucional. 
 
Nesta esteira, o fato de o ofendido ter falecido, não exime os 
ofensores da reparação pecuniária de lesão direito à dignidade da pessoa humana, 
à integridade física ou psíquica, à honra, à imagem, etc. 
 
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R. Barão do Rio Branco, n. 2180, Sala 03 
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rodrigo@bgpadvogados.com | thiago@bgpadvogados.com | bruno@bgpadvogados.com 
Frisa-se que a personalidade do de cujus também é objeto de 
direito, na medida em que o direito de reclamar perdas e danos do de cujus se 
transmite aos seus sucessores, a teor dos arts. 12 e parágrafo único e art. 943, 
todos da Legislação Substantiva Civil, in verbis: 
 
Art. 12 - Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da 
personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções 
previstas em lei. 
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a 
medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente 
em linha reta, ou colateral até o quarto grau. 
 
Art. 943 - O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la 
transmitem-se com a herança. 
 
Os excertos mencionados acima, se amoldam perfeitamente ao caso 
em apreço, vez que, em razão da negligência dos Requeridos, a Sra. Marta 
Florentin, veio a óbito, causando imensa dor a seus familiares, privados do convívio 
com sua genitora, suficientes a ensejar a necessidade de reparação, o que se 
persegue. 
 
Em casos semelhantes, tem entendido a jurisprudência pátria que: 
 
APELAÇÃO CÍVEL. Ação de cobrança cumulada com pedido incidental de 
exibição de documentos. Expurgos inflacionários. Plano verão. Sentença de 
extinção do feito por carência de ação, ao fundamento de que a legitimação 
pertenceria ao inventariante. Recurso dos demandantes. Almejada 
cassação da sentença. Acolhimento. Conta de titularidade do genitor 
falecido dos autores. Legitimidade do espólio, representado em juízo 
pelo inventariante, ou de todos os herdeiros para ingressar em juízo. 
Hipótese em que o de cujus não possuía bens em seu nome na data de sua 
morte. Abertura de inventário, ao que tudo indica, não promovida. 
Herdeiros do falecido, por outro lado, que litigam em conjunto. 
Legitimidade ativa reconhecida. Sentença extintiva cassada. Retorno dos 
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R. Barão do Rio Branco, n. 2180, Sala 03 
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+55 (67) 3015-0035 +55 (67) 3306-1959 
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autos à origem, para que se dê o prosseguimento do feito. Reclamo 
conhecido e provido. (TJSC; AC 2010.084720-3; Joinville; Terceira 
Câmara de Direito Comercial; Rel. Des. Túlio José Moura Pinheiro; 
Julg. 07/04/2016; DJSC 13/04/2016; Pág. 296). (grifo nosso) 
 
Desta maneira, não há que se falar em uma possível ilegitimidade 
daqueles constantes do polo ativo da presente lide, devendo ao final serem os Réus 
condenados ao pagamento da indenização constante desta peça processual. 
 
II. 2 – DA LEGITIMIDADE PASSIVA DOS REQUERIDOS 
 
II. 2.1 – SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE CAMPO GRANDE/MS 
 
Como dito anteriormente, a Sra. Marta Florentin foi submetida a 
procedimento cirúrgico, cirurgia bariátrica, vindo a óbito cerca de 1 (um) ano após a 
realização do método, em razão da negligência despendida pelos prepostos da 
Requerida na persecução do tratamento, o que será devidamente abordado linhas 
abaixo. 
 
É de conhecimento, que a segunda Requerida, pessoa jurídica de 
direito privado, prestadora de serviço público, responde legalmente pelos atos 
praticados por seus representantes, que causem danos a terceiros, o que se 
observa no caso dos autos. 
 
Corroborando a assertiva mencionada acima, o artigo 37, §6º da 
Constituição Federal reza que: 
 
Art. 37 - A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos 
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência e, também, ao seguinte: 
(...) 
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§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado 
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus 
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de 
regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. (grifo nosso) 
 
Nesta mesma linha de raciocínio, o Art. 927 do vigente Código Civil,faz saber que: 
Art. 927 - Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, 
fica obrigado a repará-lo. 
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, 
independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou 
quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano 
implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. (grifo 
nosso) 
 
É forçoso relembrar, que o atendimento despendido pelos prepostos 
da segunda Requerida, contribuíram assiduamente para o resultado apresentado, 
sendo este, o óbito da paciente, repita-se, genitora dos Demandantes. 
 
Neste aspecto, o STF editou a súmula sob o nº 341 do STF, que 
trata da responsabilidade dos hospitais face aos danos ocasionados por seus 
prepostos, in verbis: 
 
Súmula nº 341 STF - É presumida a culpa do patrão ou comitente pelo ato 
culposo do empregado ou preposto. 
 
No caso em tela, não há dúvidas quanto à legitimidade do segundo 
Requerido para figurar no polo passivo da presente lide, isso porque o nosocômio é 
responsável pela forma que seus pares prestam serviços, devendo responder 
objetivamente pelos danos advindos da má prestação de respectivos serviços. 
 
Este é o entendimento da jurisprudência pátria, veja-se: 
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APELAÇÕES CÍVEIS - INDENIZATÓRIA - DANOS MATERIAIS E MORAIS 
- NEGLIGÊNCIA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO MÉDICO - 
RESPONSABILIDADE DO HOSPITAL E DO MÉDICO - ART. 14 DO 
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR - NEGLIGÊNCIA NO 
ATENDIMENTO MÉDICO CARACTERIZADA - DEVER DE INDENIZAR - 
VALOR DA COMPENSAÇÃO POR DANOS MORAIS MANTIDO - 
EXIGIBILIDADE DO PAGAMENTO DAS DESPESAS E HONORÁRIOS 
SUSPENSA - INTELIGÊNCIA ART. 12 DA LEI Nº 1.060/50. 01. Conforme 
art. 14 do código de defesa do consumidor, a responsabilidade do 
hospital é objetiva pelos danos causados ao paciente quando 
comprovada a culpa do médico que exerceu atendimento no 
estabelecimento. 02. responsabilidade do médico caracterizada pela 
comprovação da negligência no atendimento, conduzindo ao dever de 
indenizar. 02. o valor da compensação por danos morais é mantido por 
estar de acordo com os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. 
03. fica suspensa a exigência de pagamento das despesas e honorários do 
sucumbente beneficiado pela assistência judiciária. inteligência do art. 12 da 
lei nº 1.060/50. recurso da ré associação aquidauanense de assistência 
hospitalar conhecido e provido em parte. recurso da ré solange arima 
pellegrino conhecido e não provido. recurso dos autores conhecido e não 
provido. (TJMS; APL 0802200-68.2013.8.12.0005; Segunda Câmara 
Cível; Rel. Des. Vilson Bertelli; DJMS 07/04/2016; Pág. 44). (grifo nosso) 
 
Neste diapasão, resta inquestionável a responsabilidade do Hospital, 
ora Requerido, razão pela qual plenamente cabível a sua constância no polo passivo 
do presente feito. 
 
II. 2.2 – DO MUNICÍPIO DE CAMPO GRANDE/MS 
 
É sabido que é direito de todo cidadão o acesso a um serviço de 
saúde eficaz, sendo de responsabilidade dos entes públicos a prestação de 
respectivos serviços. 
 
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R. Barão do Rio Branco, n. 2180, Sala 03 
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A Carta Magna, preconiza o entendimento de que todo Município é 
competente para prestar e organizar os serviços públicos de interesse local, vejamos 
o excerto abaixo: 
 
Art. 30 - Compete aos Municípios: 
(...) 
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou 
permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de 
transporte coletivo, que tem caráter essencial; (grifo nosso) 
(...) 
 
Nos termos já relatados, a genitora dos Requerentes fora submetida 
a procedimento cirúrgico junto a Santa Casa de Campo Grande/MS, segunda 
Requerida, por meio do SUS (Sistema Único de Saúde), o qual gerido pelo primeiro 
Requerido. 
 
Necessário constar, que o Sistema Único de Saúde (SUS) faz parte 
de um dos maiores sistemas público de saúde do mundo e é o único a garantir 
acesso integral, universal, igualitário e gratuito para toda a população1. 
 
É dever do município garantir os serviços de atenção básica à saúde 
e prestar serviços em sua localidade, com a parceria dos governos estadual e 
federal. As prefeituras também criam políticas de saúde e colaboram com a 
aplicação das políticas nacionais e estaduais, aplicando recursos próprios (mínimo 
de 15% de sua receita) e os repassados pela União e pelo estado. Igualmente os 
municípios devem organizar e controlar os laboratórios e hemocentros. Os serviços 
de saúde da cidade também são administrados pelos municípios, mesmo aqueles 
mais complexos2. 
 
 
1 http://www.brasil.gov.br/governo/2014/10/o-papel-de-cada-ente-da-federacao-na-gestao-da-saude-publica, pesquisado dia 14/04/2016, as 
15h04min. 
2 http://www.brasil.gov.br/governo/2014/10/o-papel-de-cada-ente-da-federacao-na-gestao-da-saude-publica, pesquisado dia 14/04/2016, as 
15h06min. 
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Nesta corrente, a responsabilidade por qualquer dano, 
eventualmente, ocorrido em razão do atendimento médico no caso em testilha, só 
pode ser exigida do SUS, representado neste ato por seu gestor pleno, in casu, 
Município de Campo Grande/MS, terceiro Requerido. 
 
Este é o entendimento jurisprudencial: 
 
CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. EMBARGOS DE 
DECLARAÇÃO. MORTE DE PACIENTE DECORRENTE DE ERRO 
MÉDICO E DA AUSÊNCIA DE DISPONIBILIDADE DE VAGA EM UTI. 
DIREITO HUMANO À SAÚDE. RESPONSABILIDADE CIVIL DO 
MUNICÍPIO. DANOS MORAIS CONFIGURADOS. REDISCUSSÃO DA 
MATÉRIA DE MÉRITO. IMPOSSIBILIDADE. ACLARATÓRIOS 
IMPROVIDOS. DECISÃO UNÂNIME. 1. As pessoas jurídicas de direito 
público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos 
responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, 
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o 
responsável nos casos de dolo ou culpa. 2. Restou comprovado que a filha 
da embargada, com apenas 18 (dezoito) anos de idade e 36 (trinta e seis) 
semanas de gestação, faleceu em decorrência de erros dos profissionais de 
saúde que a atenderam e da ausência de disponibilidade de vagas em uti. 
3. Presente o nexo causal entre o ato administrativo e o prejuízo causado à 
embargada apto a fundamentar a responsabilidade objetiva do município 
em indenizar, uma vez que esta prescinde dos elementos subjetivos 
(dolo ou culpa). 4. Mantido o quantum indenizatório fixado pelo juízo de 
piso, já que o valor garante a justa compensação pelo abalo e transtornos 
provocados, sem importar enriquecimento ilícito. 5. Os embargos 
declaratórios não constituem instrumento adequado para a rediscussão da 
matéria de mérito. 6. Precedentes do STJ citados. 7. Aclaratórios improvidos 
à unanimidade, não se considerando vulnerados os arts. 186 e 188, ambos 
do cc/02. (TJPE; Rec. 0008245-45.2009.8.17.1130; Rel. Des. Presidente; 
Julg. 13/01/2016; DJEPE 29/01/2016). (grifo nosso) 
 
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Neste ínterim, é patente dizer que o ente Municipal é responsável 
pelos atendimentos realizados pelo SUS em seu território, independentemente de 
ser ou não proprietário do hospital onde se deu o tratamento. 
 
III – DO DIREITO 
 
III. 1 – DA APLICAÇÃO DA LEI Nº 8.080/90 
 
O ilustre doutrinador, Hector Valverde Santana, em sua obra “Dano 
Moral no Direito do Consumidor”, faz saber que “o consumidor é o sujeito da relação 
jurídica de consumo que está em posição de inferioridade diante do fornecedor e a 
quem é destinada a proteção legal”, o que se observa no caso dos autos, veja-se o 
excerto abaixo.3 
 
Art.2º - Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza 
produto ou serviço como destinatário final. (grifo nosso) 
 
De igual sorte, perfeitamente identificada na hipótese apresentada, a 
figura do fornecedor, nos termos do artigo 3º do CDC, in verbis: 
 
Art.3º - Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, 
nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que 
desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção, 
transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização 
de produtos ou prestação de serviços. (grifo nosso) 
 
Não obstante, é patente dizer que a relação médico-paciente se 
apresenta na doutrina e jurisprudência como relação de consumo, eis que, 
presentes as figuras do consumidor, fornecedor e prestação de serviços médicos, 
devendo a matéria ser analisada sob a ótica do Código de Defesa do Consumidor. 
 
3 SANTANA, Héctor Valverde. Dano Moral no Direito do Consumidor, 2ª. Edição revista, atualizada e ampliada, processo de 
conhecimento, 6ª ed., São Paulo, Ed. Revista dos Tribunais, 2007, página 267. 
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Ademais, ainda que a vítima, in casu, genitora dos Requerentes, não 
tenha desembolsado qualquer valor para o pagamento de seu tratamento, este 
custeado na sua totalidade pelo SUS - Sistema Único de Saúde, não afasta a 
aplicação do Código de Defesa do Consumidor na medida em que o médico, 
primeiro Requerido é conveniado ao SUS, sendo, então, remunerado pelo ente 
Federado. 
 
Este é o entendimento jurisprudencial pátrio: 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL. Erro Médico. Nulidades da sentença 
inexistentes. Teoria da Perda de Uma Chance. Aplicabilidade ao erro 
médico. O julgamento se faz com a interpretação lógico-sistemática do 
pedido e da causa de pedir. É inequívoca a relação de consumo nos 
contratos que envolvem a prestação de serviços médicos, ainda que o 
paciente tenha sido atendidopelo SUS, não despendendo qualquer 
numerário, por aplicação do art. 17 da Lei n. 8.078/90, uma vez que há 
remuneração ao fornecedor, ainda que por intermédio do Poder Público. A 
obrigação solidária do Hospital pelo dano causado por culpa do médico 
advém do disposto no art. 933 do Código Civil, e, ainda, do art. 34 do CDC. 
Redução do valor da indenização por dano material, considerando-se a 
chance de sobrevida de 50%, caso tivesse sido prontamente medicado, o 
que não se aplica ao dano moral por não se poder mitigar a dor. Recursos 
desprovidos. (TJSP; APL 9000033-47.2011.8.26.0066; Ac. 9378245; 
Barretos; Primeira Câmara de Direito Privado; Rel. Des. Alcides 
Leopoldo e Silva Júnior; Julg. 26/04/2016; DJESP 03/05/2016). (grifo 
nosso) 
 
Por tudo o examinado neste aspecto, temos, então, de concluir que 
a Lei nº 8.078/90 incidirá nas relações jurídicas chamadas de consumo, sempre que 
num dos polos estiver presente o consumidor e no outro o fornecedor, consoante se 
observa no caso em tela, razão pela qual é medida que se impõe. 
 
 
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III.1.1 – DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. 
 
No caso em vertente, é notória a relação de consumo, visto que, 
existente a prestação de serviço público, cuja concessão foi repassada do Poder 
Público para a Santa Casa de Campo Grande, ora segunda Requerida. 
 
Neste interim, não havendo dúvidas sobre a relação consumerista 
havida no presente caso, deve-se, ademais, ser aplicada a inversão do ônus da 
prova, conforme dispõe o art. 6º, inciso VIII, do CDC. Cite-se: 
 
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: 
(...) 
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão 
do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, 
for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as 
regras ordinárias de experiências; (grifo nosso) 
 
De mais a mais, verifica-se a verossimilhança das alegações, diante 
da gravidade da ilicitude sofrida pela vítima, repita-se, genitora dos Requerentes, 
demonstradas pelo prontuário médico emitido e acostado ao feito. 
 
Por outro vértice, está caracterizada a vulnerabilidade técnica e a 
hipossuficiência dos Autores, diante da dificuldade de suportar os encargos para a 
produção de outras provas (cadastro, atendimento, medicamentos e etc), uma vez 
que estas se encontram sob guarda dos Requeridos. 
 
A respeito do tema, já se pronunciou a jurisprudência pátria: 
 
AGRAVO E PASSIVA VERIFICADA. Erro médico. Incidência do CDC. 
Atendimento custeado pelo SUS. Remuneração indireta que não afasta 
a proteção do código consumerista. Recurso conhecido e não provido. 
(TJPR; Ag Instr 1463846-5; Londrina; Nona Câmara Cível; Rel. Des. 
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Francisco Luiz Macedo Junior; Julg. 10/03/2016; DJPR 29/03/2016; Pág. 
195). (grifo nosso) 
 
Dessa forma, cabem aos Requeridos trazer à baila do 
questionamento as informações pertinentes ao caso abordado, invertendo-se o ônus 
da prova em prol dos Requerentes. 
 
II. 2 – DA RESPONSABILIDADE DOS REQUERIDOS 
 
É de conhecimento que os fornecedores de serviços têm o 
indeclinável dever jurídico originário de atuar no mercado de consumo mediante a 
observância imperativa de normas de ordem pública e interesse social. 
 
Neste aspecto, tem obrigação legal de desempenhar sua atividade 
sem que esta coloque em risco ou viole a vida, a saúde, a dignidade e os interesses 
econômicos daqueles que fazem uso dos serviços postos a utilização. 
 
Nos termos já pisados e repisados, a genitora dos Requerentes, Sra. 
Marta Florentin, fora submetida a um procedimento cirúrgico, realizado pelo primeiro 
Demandado, sob a guarda dos demais Requeridos, vindo a óbito por complicações 
decorrentes do procedimento. 
 
A despeito do procedimento, faz se necessário dizer que a 
gastroplastia, também chamada de cirurgia bariátrica, cirurgia da obesidade ou ainda 
de cirurgia de redução do estomago, é, literalmente, a plástica do estômago. É uma 
cirurgia realizada em pessoas com o peso muito acima do ideal, os chamados 
obesos mórbidos. 
 
É sabido que a responsabilidade do médico nestes casos não é de 
resultado, sendo de meio, entretanto, quando o resultado alcançado não fora 
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satisfatório em razão da culpa ou descaso do médico, este será responsabilizado 
pelos danos que seu ato der causa, o que se observa no caso em comento. 
 
É forçoso dizer, que o óbito mencionado linhas acima, não se deu 
puro e simplesmente da realização do procedimento cirúrgico, mas sim, da forma 
desidiosa que os Requeridos trataram a vitimada no pós-operatório. 
 
Isso porque, logo da liberação, alta hospitalar, a paciente passou a 
apresentar complicações no procedimento realizado, isto posto, ocorrera à ruptura 
dos pontos, tendo sido questionado o primeiro Requerido, respondendo que era 
normal isso ocorrer. 
 
No transcorrer dos dias, a aludida ruptura passou a apresentar uma 
secreção purulenta e infecciosa, e mesmo tendo a paciente seguido a risca, tanto a 
receita do nutricionista, quanto a emitida pelo seu médico (medicamentos), não mais 
conseguia ingerir alimentos. 
 
Em razão, disto, foram diversos os retornos da paciente e dos 
Requerentes na segunda Requerida, sempre, a vitimada verificada e liberada, vez 
que, nenhum dos médicos queria tratar a mesma, alegando que esta deveria 
procurar seu médico, que somente ele poderia indicar quais abordagens 
(tratamentos) adotar. 
 
O imbróglio persistiu no transcorrer dos meses, e mesmo os 
diversos retornos da paciente, seja para consulta com o seu médico, seja na busca 
de outras opiniões, prepostos da segunda Requerida, nada foi feito, sempre sobre a 
informação de normalidade e de não aplicação de medida por profissional diverso a 
realização do procedimento. 
 
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Tais atos alcançaram o resultado jamais esperado pelos 
Requerentes, vindo a paciente, repita-se, genitora, a óbito, meses após a realização 
da cirurgia, sem que nada fosse feito. 
 
A respeito do assunto, o artigo 14 e seu §4º reza que: 
 
Art. 14 - O fornecedor de serviços responde, independentemente da 
existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos 
consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por 
informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. 
(...) 
§ 4° - A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será 
apurada mediante a verificação de culpa. (grifo nosso) 
 
Da análise dos documentos acostados a lide, é notória a 
responsabilidade do primeiro Requerido, isso porque, após o procedimento realizado 
não tratou a paciente com a eficácia e respeito que lhe incumbe o ordenamento 
jurídico, restando demonstrada a sua desídia, por consequência, culpa, o que de 
mau grado culminou com o óbito da genitora dos Requerentes. 
 
Neste ínterim, uma vez demonstrada a culpa do primeiro 
Demandado, nada mais certo que este arque com o ressarcimento dos danos 
advindos de sua conduta. 
 
Não obstante, melhor sorte não assiste a segunda Requerida, uma 
vez que de conhecimento do tratamento realizado, nas diversas vezes em que foi 
procurada pela paciente e os Requerentes, nada fez, limitando-se a dizer que a 
vitimada deveria procurar seu médico. 
 
Frisa-se, que os riscos inerentes à atividade empresarial, à luz 
da teoria do risco do empreendimento, devem ser suportados pelos 
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fornecedores de serviços e não pelo consumidor, pelo simples fato de dispor-
se a atuar como fornecedor de produtos e/ou serviços. 
 
Neste diapasão, é objetiva a responsabilidade da segunda Ré, ainda 
mais pela atividade exercida trazer risco a seus usuários, sob o aspecto da “teoria do 
risco da atividade exercida”. 
 
Nestes casos, a jurisprudência pátria é dominante na media que: 
 
CONSUMIDOR. CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. APELAÇÃO. AÇÃO DE 
REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS E MATERIAIS. CIRURGIA 
BARIÁTRICA. MORTE. NULIDADE DA SENTENÇA. PRINCÍPIO DA 
IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ. PRELIMINAR REJEITADA. INFECÇÃO 
HOSPITALAR. NEGLIGÊNCIA. ERRO MÉDICO. NEGLIGÊNCIA E 
IMPRUDÊNCIA CONSTATADAS EM LAUDO PERICIAL. 
RESPONSABILIDADE CIVIL. HOSPITAL OBJETIVA. MÉDICO. 
SUBJETIVA. TEORIA DO RISCO DA ATIVIDADE. DETERMINAÇÃO DE 
REMESSA DE PEÇAS AO MINISTÉRIO PÚBLICO, DIANTE DA 
CONSTATAÇÃO DE EVENTUAL CRIME, AINDA QUE NA MODALIDADE 
CULPOSA. RECURSO PROVIDO. 1. Diante da ausência de prejuízo às 
partes e de violação ao princípio do devido processo legal, não se pode 
reconhecer qualquer nulidade no feito quanto ao comando legal a respeito 
da identidade física do juiz à causa (art. 132 do CPC). 2. De acordo com o 
artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor e artigos 186, 187, 927 e 
932, III, do Código Civil, a responsabilidade do hospital, é, em regra, 
objetiva, fundada na teoria do risco da atividade. 1.2. Por ser o hospital 
fornecedor de serviços, deve responder objetivamente, nos termos do art. 
14 do CDC, pelos danos causados aos seus pacientes, sendo 
indispensável, contudo, a comprovação do nexo de causalidade entre a 
conduta e o resultado danoso. Ou seja, para que haja a responsabilização 
do hospital, é necessária a demonstração da falha cuja atribuição lhe é 
afeta e que ocasionou o ato lesivo. 3. A responsabilidade civil do médico, 
por sua vez, é subjetiva, nos termos do § 4º do artigo 14 do Código de 
Defesa do Consumidor, e dos artigos 186, 187, 927 e 951 do Código 
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Civil, revelando-se necessária a comprovação de sua culpa pelos 
serviços prestados (negligência, imprudência e imperícia). 3.1 Enfim. O 
hospital é responsável pela reparação civil por seus empregados, serviçais 
e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele 
(CC, art. 932, III). 4. Precedente da Casa. 4.1. (...) A relação contratual 
estabelecida entre paciente e hospital está submetida ao Código de Defesa 
do Consumidor - Lei Federal nº 8.078/90, sendo, portanto, objetiva a 
responsabilidade do estabelecimento hospitalar. Assim, demonstrado 
defeito na prestação de serviço, autorizada estará a condenação 
pretendida. Por sua vez, o estabelecimento hospitalar poderá ser 
responsabilizado por erro cometido por médico, que atua como preposto. 
Porém, nesse caso, o ato ilícito culposo do profissional de saúde deve ser 
comprovado, uma vez a responsabilidade do médico ser subjetiva, nos 
termos do art. 14, §4º do CDC. Para gerar o dever de indenizar, necessário 
que se demonstre a conduta, o dano e o nexo de causalidade entre aquela 
e o resultado alegado, além da culpa do agente pelo evento danoso, nos 
casos de responsabilidade civil subjetiva. Demonstrado o defeito na 
prestação de serviço do estabelecimento hospital, a procedência dos 
pedidos do paciente de condenação daquele ao pagamento de indenização 
por danos materiais e morais é medida que se impõe. Recursos conhecidos 
e não providos. (20100310334428APC, Relatora Ana Cantarino, 6ª Turma 
Cível, DJE. 11/03/2014). 5. Diante da existência do nexo causal e da prova 
da existência de erro médico, caracterizada pela conduta culposa do médico 
que se revelou imprudente e negligente ao realizar cirurgia que indicava a 
necessidade de, no mínimo, dois cirurgiões e da realização de procedimento 
em ambiente desprovido de maior assepsia e com grandes chances de 
infecções, devida é a responsabilização civil do médico. 6. Em face da 
contaminação do paciente por bactéria nas dependências do centro médico, 
que acabou por culminar em seu óbito, devida é a condenação do hospital 
pelos danos sofridos. 7. O primeiro réu confessa despesas pagas pelo 
paciente no valor de R$ 7.000,00 (sete mil reais), conforme item 6.2 de sua 
defesa (fl. 55), devendo os réus, solidariamente, serem condenados ao 
ressarcimento deste valor, corrigido desde a época do desembolso. 8. 
Diante dos fatos narrados, cabível o pedido de reparação por danos morais, 
em razão do nexo causal entre a conduta perpetrada pelo médico e pelo 
hospital e os danos sofridos pela autora em razão da morte de seu filho. 8.1 
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No caso, o quadro infeccioso a que foi acometido o paciente, filho da autora, 
decorrente do procedimento cirúrgico, revela violação à integridade física e 
psíquica, notadamente quando se leva em consideração a ausência de 
cuidados básicos necessários para a realização de uma cirurgia (assepsia 
do local) e descumprimento de normas básicas de medicina, como a 
ausência de médico auxiliar para a realização do procedimento cirúrgico, o 
que respalda a compensação por danos morais, encontrando-se um valor 
que seja o necessário e suficiente para prevenir e reparar o dano. 8.2. Tudo 
comprovado através de prova pericial realizada, sob o crivo do contraditório 
e da ampla defesa, não havendo como desconsiderar a prova técnica, muito 
bem elaborada e fiel aos fatos. 9. Finalmente, determina-se a remessa do 
traslado das principais peças ao Ministério Público para apuração de 
eventual responsabilidade penal, ainda que na modalidade culposa, 
porquanto às Promotorias de Justiça Criminais de Defesa dos Usuários dos 
Serviços de Saúde. PRÓ-VIDA compete, entre diversas outras atribuições, 
investigar ou dirigir a investigação de todas as infrações penais que 
resultarem perigo ou dano à vida ou à saúde de pessoa humana 
determinada, resultante da ação ou omissão individual ou associada de 
médico, odontólogo, enfermeiro, auxiliar de enfermagem, além de promover 
e acompanhar a ação penal, em primeiro grau de jurisdição, assim como 
promover o arquivamento das peças de informação, procedimentos de 
investigação criminal, procedimentos administrativos e outros 
procedimentos de sua atribuição que instaurar, assim como dos inquéritos 
policiais; tudo conforme atribuições da Pró-Vida (art. 27 da Res. 90 do 
CSMPDFT). 10. Recurso provido. (TJDF; Rec 2010.05.1.004552-6; Ac. 
913.690; Segunda Turma Cível; Rel. Des. João Egmont; DJDFTE 
22/01/2016; Pág. 384). (grifo nosso) 
 
O excerto dito alhures se amolda perfeitamente ao caso dos autos, 
haja vista que a conduta adota, diga-se de passagem, irresponsável, tanto pelo 
médico, quanto pela Santa Casa, culminaram na morte da Sra. Marta Florentin, 
matriarca dos Requerentes, sendo patente a condenação daqueles ao pagamento 
dos danos ocasionados aos Demandantes. 
 
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Corroborando a responsabilidade telada, vejamos o entendimento 
contido nos artigos 186 e 927, parágrafo único, ambos do Código Civil de 2002, in 
verbis: 
 
Art. 186 - Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou 
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que 
exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
 
Art. 927 - Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, 
fica obrigado a repará-lo. 
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente 
de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade 
normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, 
risco para os direitos de outrem. 
 
Tal entendimento se funda na teoria do risco da atividade (ou risco 
profissional), que ocorre quando o papel exercido cria riscos a terceiros, o que se 
nota ocorrera no caso em apreço. 
 
De outro tanto, cumpre relembrar o que diz o artigo 37, § 6º da 
Constituição Federal acerca da responsabilidade daqueles que prestam serviços 
públicos: 
 
Art. 37 - A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos 
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência e, também, ao seguinte: 
§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado 
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus 
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de 
regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. (grifo nosso) 
 
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Ora, no caso dos autos está indubitavelmente comprovada a falha 
na prestação de serviço, pois, conforme se abstrai do prontuário médico acostado 
aos autos, tanto o médico, quanto o corpo clínico da segunda Requerida não 
efetuaram os procedimentos necessários a remediar o quadro clínico, pós-operatório 
apresentado pela paciente, vindo a mesma a óbito. 
 
Portanto, restando cabalmente comprovado que houve falha na 
prestação do serviço médico, as responsabilidades subjetiva e objetiva encontram-
se perfeitamente identificada nos autos, cabendo aos Réus o custeio dos danos 
acometidos aos Autores, privados do convívio familiar com a sua matriarca. 
 
III – DOS DANOS MORAIS 
 
É de conhecimento, que os danos morais são extrapatrimoniais, 
intimamente ligados ao sofrimento psíquico ou moral, dores, angústias e frustrações 
infligidas ao ofendido. 
 
Segundo a doutrina, o dano moral configura-se quando ocorre lesão 
a um bem que esteja na esfera extrapatrimonial, e a reparação do mesmo tem o 
objetivo de possibilitar ao lesado uma satisfação compensatória pelo dano sofrido, 
atenuando, em parte, as consequências da lesão. 
 
Para Wilson Melo da Silva4, os danos morais seriam “lesões sofridas 
pelo sujeito físico ou pessoa natural de direito em seu patrimônio ideal, em 
contraposição ao patrimônio material, o conjunto de tudo aquilo que não seja 
suscetível de valor econômico.” 
 
Nos termos pisado e repisados linhas acima, os Requerentes forma 
privados do convívio familiar com sua genitora, fato este que decorreu da desídia no 
 
4 Wilson Melo da Silva, O dano moral e a sua reparação, P.1. 
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tratamento despendido pelos Requeridos, o que de mau grado decorreu no óbito da 
paciente. 
 
O ocorrido vem repercutindo negativamente o cotidiano dos 
Demandantes, causando imensa dor psíquica, e assim se sucederá ainda por muitos 
anos, só quem perde um ente querido sabe a dor que é a lembrança privada do não 
convívio. 
 
Não pretende os Autores obter lucro algum com o pleito 
indenizatório formulado, até porque não há dinheiro no mundo que pague o convívio 
familiar, ou supra a saudade, desejam somente o pagamento, reparação pelo dano 
sofrido, os quais provocados por culpa única e exclusiva dos Requeridos, conforme 
se observa dos documentos em anexo. 
 
Neste sentido a jurisprudência pátria é assente na medida em que: 
 
RECURSO DE APELAÇÃO EM AÇÃO ORDINÁRIA. DIREITO CIVIL. 1. 
Ação indenizatória em face da administração pública. Morte de paciente por 
erro médico. Indenização por danos morais em razão do óbito da 
esposa/mãe dos autores decorrente de conduta culposa na inobservância 
de protocolos médicos, sendo ministrados medicamentos à paciente que 
causaram a morte. Precedente anterior de outro filho onde restou 
comprovada a responsabilidade do estado. Laudo do imesc que respalda a 
tese aventada na inicial. Hipótese de responsabilidade civil objetiva do 
estado. Conjunto probatório que demonstra a ocorrênciade omissão 
culposa por parte da prefeitura municipal de Guarulhos, tendo em vista a 
equipe médica não seguiu os protocolos de praxe e ministrou medicamentos 
que a paciente não podia tomar. 2. Preliminar. Prescrição. Decreto de 
prescrição aplicado pelo primeiro grau que deve ser afastado. Aplicação do 
prazo prescricional de 5 anos. Inteligência do Decreto nº 20.910/32. 
Precedentes do e. Superior Tribunal de Justiça. Ação ajuizada dentro do 
quinquídio legal. 3. Nexo de causalidade. Comprovação quanto à prática 
de ilícito praticado pela administração pública consistente no erro em 
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R. Barão do Rio Branco, n. 2180, Sala 03 
Centro – Campo Grande/MS 
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rodrigo@bgpadvogados.com | thiago@bgpadvogados.com | bruno@bgpadvogados.com 
atendimento médico e dano sofrido a ensejar indenização moral. 4. 
Valor da indenização. Valor da indenização deve ser compatível com o 
dano. 5. Correção dos valores. Juros de mora e correção monetária nos 
termos das Súmulas nºs 54 e 362 do e. STJ. 6. Sentença reformada. 
Recurso parcialmente provido. (TJSP; APL 0045671-39.2012.8.26.0224; 
Ac. 9243608; Guarulhos; Quinta Câmara de Direito Público; Rel. Des. 
Marcelo Berthe; Julg. 07/03/2016; DJESP 30/03/2016). (grifo nosso) 
 
Neste mesmo sentido: 
 
APELAÇÃO E REEXAME NECESSÁRIO. INDENIZAÇÃO POR DANOS 
MORAIS. PRELIMINAR DE PRESCRIÇÃO TRIENAL. 
INADMISSIBILIDADE. RECONHECIDO PELO E. SUPERIOR TRIBUNAL 
DE JUSTIÇA A APLICAÇÃO DO PRAZO QUINQUENAL PREVISTO NO 
DECRETO Nº 20.910/32 PARA AS AÇÕES DE REPARAÇÃO CIVIL. 
ÓBITO FETAL INTRA-UTERINO. ERRO MÉDICO. RESPONSABILIDADE 
SUBJETIVA DO MUNICÍPIO. CULPA. IMPERÍCIA COMPROVADA POR 
LAUDO ELABORADO PELO IMESC. INDENIZAÇÃO POR DANO 
MORAL. QUANTUM. VALOR FIXADO PELA R. SENTENÇA QUE SE 
MOSTRA RAZOÁVEL E CONDIZENTE COM O CASO CONCRETO. 
INDENIZAÇÃO BEM FIXADA PELA R. SENTENÇA. Juros e correção 
monetária nos termos do disposto no art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com 
redação determinada pelo art. 5º da Lei nº 11.960/09, observadas as 
determinações do C. Supremo Tribunal Federal. Honorários advocatícios. 
Tratando-se de condenação imposta à Fazenda Pública, a verba de 
sucumbência deve ser fixada nos termos do art. 20, § 4º, do Código de 
Processo Civil. Sentença reformada, nesse ponto. Recurso de apelação e 
reexame necessário parcialmente providos. (TJSP; APL 0011977-
10.2012.8.26.0053; Ac. 9121847; São Paulo; Segunda Câmara de Direito 
Público; Rel. Des. Renato Delbianco; Julg. 26/01/2016; DJESP 
05/02/2016). (grifo no original) 
 
De igual sorte: 
 
Apelação Cível e Reexame Necessário. Ação de indenização por danos 
morais e materiais. Erro médico. Atendimento hospitalar deficiente. 
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Negativa reiterada de internamento. Óbito da mãe dos autores. 
Negligência constatada pelo Conselho Regional de Medicina do Estado 
do Paraná. Culpa de terceiro afastada. Nexo causal comprovado. 
Responsabilidade civil caracterizada. Dever de indenizar configurado. 
Danos morais. Majoração devida. Pensão mensal. Juros de mora e 
correção monetária desde o evento danoso. Súmulas 43 e 54, ambas do 
Superior Tribunal de Justiça. Aplicação do disposto no art. 1º-F, da Lei 
9.494/97, com a redação dada pela Lei 11.960/2009. Honorários 
advocatícios contra a Fazenda Pública. Arbitramento em percentual. 
Possibilidade. Precedentes do Superior Tribunal de Justiça. Recurso de 
apelação provido. Recurso adesivo não provido. Sentença parcialmente 
reformada em reexame necessário. 1. Presentes os requisitos ensejadores 
da responsabilidade civil, tendo em vista o nexo causal entre os danos 
sofridos pelos autores e a negligência médica ao não se utilizar dos meios 
disponíveis de diagnóstico e tratamento, inclusive negando, por reiteradas 
vezes, internamento à paciente mesmo diante do agravamento de seu 
estado de saúde, resta caracterizado o dever de indenizar. 2. O quantum 
indenizatório há de se pautar no caráter pedagógico e compensatório da 
condenação, observados a conduta do ofensor, o grau da lesão, a situação 
econômico- financeira e social das partes litigantes, além dos princípio da 
razoabilidade e proporcionalidade, comportando majoração o valor arbitrado 
em desatendimento a esses critérios. 3. Os juros de mora e a correção 
monetária incidentes no pensionamento mensal têm como termo inicial a 
data em que ocorreu o evento danoso, nos termos das Súmulas 43 e 54, 
ambas do Superior Tribunal de Justiça. 4. "Se é fato que, vencida a 
Fazenda Pública, o arbitramento dos honorários não está adstrito aos limites 
percentuais de 10% e 20%, podendo ser adotado como base de cálculo o 
valor dado à causa ou à condenação, nos termos do art. 20, § 4º, do CPC, 
ou mesmo uma quantia fixa, segundo o critério de equidade, é igualmente 
verdade que não há norma que impeça a utilização, a priori, de percentual 
para a fixação de honorários, ainda que coincidente com os patamares do 
art. 20, § 3º, do CPC. Precedentes do STJ. (...)." (REsp 1309092/AL, Rel. 
Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 27/11/2012, 
DJe 19/12/2012). (TJPR - 3ª C.Cível - ACR - 1261461-0 - Pato Branco - 
Rel.: Hélio Henrique Lopes Fernandes Lima - Unânime - - J. 16.12.2014) 
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