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Direito Civil IV

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Direito Civil IV – Raymundo Canno
		
Direitos Reais (das coisas) 
A aquisição da propriedade de bem imóvel se da por meio de registro público (art. 1.245 – como regra).
A aquisição de um direito real, em especial propriedade, acontece em princípio por meio de um direito pessoal, por meio de um contrato, a partir de uma escritura pública (imóvel) ou instrumento particular (móvel). 
Sujeito ativo (proprietário), estabelece um vínculo com a coisa. 
Sujeito passivo (coletividade), todos indistintamente assumem o dever jurídico que violem o direito real, criando um estado de sujeição. 
Art. 1225 – XIII – laje. 
HIPOTECA → direito real de garantia, sobre bem imóvel, navio e avião.
Mútuo feneratício – empréstimo a juros, com pacto de hipoteca (contrato). 
	A origem de um direito real, normalmente, é contratual e através da celebração de um contrato, chega-se comumente a obtenção de um direito real, sendo mais comum a propriedade, a aquisição da propriedade imobiliária se da como regra através do registro e da propriedade móvel com a tradição. Em ambos os casos e, uma vez, constituída a propriedade, pouco importa a origem de sua constituição a medida em que o proprietário passa a estabelecer um vínculo com a coisa e delibera sem a concorrência de terceiros a melhor maneira de fazer uso do bem. O sujeito passivo, de todo e qualquer direito real, é sempre a coletividade que assume a obrigação de não praticar qualquer conduta que viole o direito real alheio. Enquanto no direito pessoal o sujeito passivo é determinado, a obrigação imputada as partes pode ser de dar, fazer ou não-fazer e objeto e a entrega de uma prestação com eficácia interpartes, no direito real o sujeito passivo é sempre indeterminado, mesmo que potencialmente violado por pessoa diretamente ligada àquele direito real a obrigação é sempre de não-fazer e o objeto é a própria coisa, que dependendo da espécie de direito real, ainda poderá ser objeto de usucapião.
	SERVIDÃO DE PASSAGEM (TRÂNSITO)
RUA 01
IMÓVEL A 
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IMÓVEL B
RUA 02
FIGURAS HÍBRIDAS
OBRIGAÇÃO PROPTER REM 
A obrigação propter rem, acompanha a coisa, passa a dever por ser titular do direito real, cuja sua característica é a ambulatoriedade e/ou sequela. 
CASO AULA 01 
ANTÔNIO CELEBROU COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA COM RICARDO. 
→ NATUREZA JURÍDICA: OBRIGAÇÃO PROPTER REM (OBRIGAÇÃO DE CARÁTER PECUNIÁRIO EM QUE UM INDIVIDUO DEVE ADIMPLIR EM FUNÇÃO DE SER TITULAR DE UM DIREITO REAL ANTERIOR).
→ A AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL SE DÁ POR MEIO DE ESCRITURA DEFINITIVA, REGISTRADA JUNTO AO RI. A PROMESSA DE COMPRA E VENDA DÁ DIREITO À FORMAÇÃO DE UM CONTRADITO ULTERIOR, DITO DEFINITIVO. 
→ ART. 1345 → 
Em princípio a responsabilidade pelo custeio dos débitos condominiais é do proprietário, antônio, na medida em que é ele o dono da coisa e por consequência titular do direito real, não tendo o condomínio meios de saber da existência daquele pacto de maneira que não há como cobrar em princípio do promitente comprador, que sequer registrou a promessa, porém se o condomínio tem ciência inequívoca da promessa celebrada e reconhece a posição do promitente comprador enviando as cobranças do condomínio ao seu nome, convocando o mesmo para as assembleias, não é justo em havendo eventual inadimplemento, que se possa cobrar o proprietário, o que configuraria o comportamento contraditório (VENIRE CONTRA FACTUM PRÓPRIO), o que é determinantemente vedado, o que é decorrência da boa-fé objetiva. 
(perguntar sobre o art. 1.417), 
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
INTERESSE PÚBLICO:
Desapropriação (prévia e justa indenização, medida mais extrema em prol do interesse público)
Tombamento (restrição ao direito de propriedade (não perca))
Normas municipais de construção
FUNÇÃO SOCIAL (Também condiciona os direitos reais)
Redução dos prazos de usucapião (1238)
Acessão invertida ou acessão inversa, art. 1255
Desapropriação privada (1.258)
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS REAIS
1) Oponibilidade erga omnes (art. 1226 e 1227), o seu direito é com a coisa, mas manifestado contra todos, dele devem ter conhecimento, Em se tratando, de bem imóvel, junto ao RI, e no cartório de título e documentos em se tratando de móveis.
2) Taxatividade (art. 1225 CC), só existem os direitos reais expressamente previstos em leis, “numerus clausulus”, ou seja, o direito real é típico e taxativo, aquele que se insere em um modelo definido pelo legislador (o legislador criar direitos reais). Nos direitos obrigacionais, “numerus apertus”, que são direitos obrigacionais, onde as partes, facultativamente, se valem dos contratos disciplinados na lei (contratos nominados) ou não (contratos inominados).
3) Aderência cria-se um vínculo, insolúvel, 
4) Ambulatoriedade (capacidade de se deslocar de um determinado direito real. O afastamento do físico de uma coisa, não faz que o indivíduo perca a titularidade de seu direito real. Existe o deslocamento do direito. 
5) Sequela (art. 1228 CC), perseguir a coisa nas mãos de quem quer que a detenha.
6) Exclusividade (a coisa móvel ou imóvel não suporta a titularidade de um mesmo direito real, pretendido por pessoas diversas, ao mesmo tempo sobre a mesma coisa). – Não pode existir dois direitos reais idênticos sobre a mesma coisa, de modo a ser excluir um deles.
	Por essa característica, não é possível que duas ou mais pessoas postulem direito real idêntico e ao mesmo tempo, recaindo sobre o mesmo bem, neste contexto é impossível que esses indivíduos postulem autonomamente o mesmo direito real sobre a coisa. Por outro lado, é perfeitamente admissível que duas ou mais pessoas exerçam direitos reais idênticos sobre o mesmo bem, desde que um não pretenda reivindicar o do outro. No condomínio, onde duas ou mais pessoas são coproprietárias é perfeitamente possível verificar essa situação, por outro lado, a coisa móvel ou imóvel pode suportar direitos reais distintos recaindo sobre ele ao mesmo tempo como se vê por exemplo na hipoteca, onde o imóvel suporta a propriedade e o credor hipotecário tem o direito real de fazer usi da que bem na hipótese de inadimplemento
7) Preferência = HIPOTECA (PIGNORATÍCIO), PENHOR, ANTICRESE, ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA (Direito real de garantia, é quando o proprietário oferece em garantia uma coisa imóvel/móvel, em razão de um crédito).
	A característica da preferência é inerente aos direitos reais, como hipoteca e penhor, e implica em reconhecer a prioridade do recebimento do crédito pelo credor com garantia real diante dos credores quirografários em casos de insolvência ou falência. 
	A preferência não, entretanto, em relação a todos e qualquer crédito 
CREDOR QUIROGRAFÁRIO = CREDOR SEM GARANTIA ALGUMA. 
	O credor com garantia real terá prioridade em relação aos credores sem garantia, ou seja, o credor com garantia receberá seu crédito na frente de credores sem garantia, em caso de insolvência ou falência. 
Art. 83, da lei 11101/05 → (prioridades de créditos, RELATIVIZA A CARACTERÍSTICA DA PREFERÊNCIA, sendo ERGA ALÍQUOS, é uma preferência à alguns créditos e não a todos. O credor com direito real tem prioridade em receber, mas não em relação a todos os créditos, mas em relação a alguns créditos.
SÚMULA 478 DO STJ → EM RELAÇÃO AS COTAS CONDOMINIAIS, ESTE SERÁ SATISFEITO EM RELAÇÃO AO CRÉDITO HIPOTECÁRIO. 
	Muito embora a lei de falências não tenha tratado dos débitos condominiais a súmula 478 STJ resolveu de vez a questão deixando claro que a prioridade é o pagamento das dívidas do condomínio. Inicialmente, o não custeio das dívidas dessa natureza acaba por onerar os demais condôminos que são obrigados a fazer frente as despesas do inadimplente na medida em que as dívidas do condomínio não cessão com aquele não pagamento pontual. Ademais, se o imóvel não se conserva porque o condomínio não possui patrimônio para tanto, no momento em que o imóvel precisar ser alienado, a consequência será um imóvel desvalorizado de forma
que um número menor de credores será satisfeito com essa situação, por fim, estamos diante de verdadeira obrigação propter rem e como tal não seria justo que o novo adquirente tivesse que suportar uma dívida que não lhe pertence, o que seria a consequência inafastável da continuidade do débito condominial.
8) PERPETUIDADE (são criados para ter um tempo indefinido de sobrevida; de existência) X TEMPORARIEDADE;
O tempo não enfraquece o vínculo do proprietário com sua coisa, ele é sempre permanente. O uso não importa na extinção do bem (desapropriação do bem não usado, usucapião, usufruto).
Existem direitos reais perpétuos, como propriedade, e de outro lado, existem os direitos reais temporários, como hipoteca, usufruto etc. 
Mesmo os direitos reais que são temporários não são efêmeros. 
9) ELASTICIDADE
a) USAR – jus utendi; emprestar; usar consigo; manusear;
b) FRUIR – Jus fruendi – percepção dos frutos civis, industriais ou naturais;
c) DISPOR – Jus abutendi – alienar à titulo oneroso ou gratuito e gravar (dar em garantia);
d) REIVINDICAR – chama-se de aspecto externo da propriedade, pois o indivíduo precisa de um terceiro agredindo o seu direito real, para que se faça uso do seu direito real (o terceiro precisa ter o bem injustamente) – direito de sequela do proprietário.
São chamados de aspectos internos da propriedade, para o proprietário fazer uso da própria coisa. 
O usual que os quatro poderes ou faculdades inerentes à propriedade estejam concentrados nas mãos daquele que se qualifica como proprietário, porém é usual que esses poderes não estejam concentrados nas mãos do proprietário, seja porque não tem parte de um desses poderes, não tem algum ou alguns desses poderes. Na servidão por exemplo, um indivíduo continua dono, porém a sua propriedade é limitada na medida em que sofre uma restrição no poder de usar. Toda vez que um indivíduo não tem esses poderes em sua totalidade, será conhecido como proprietário limitado ou restrito e isso só se torna possível devido a característica da elasticidade, na medida em que devida a mesma, é possível que as faculdades não estejam concentradas todas elas nas mãos do proprietário.
	Pela característica da aderência, uma vez estabelecido o direito real abstratamente considerado sobre a coisa, cria-se um vínculo inafastado entre proprietário e o bem, de maneira que o próprio titular e a coletividade não conseguem observar uma coisa sem a outra. Uma vez criada a propriedade por exemplo, cria-se um vínculo entre o direito real e o bem móvel e o imóvel, de maneira que não da pra separá-los, a ambulatoriedade de se deslocar atribuível ao direito real, de maneira que o titular não precisa ter o contato com a coisa, à todo momento, admitindo-se, assim, o afastamento físico, sem a perda do direito real, bem como a ideia de que a transferência de titularidade dos direitos reais não provoca qualquer alteração do vínculo do direito com a coisa. Assim, o credor hipotecário, por exemplo, não perde o seu direito real por estar afastado da coisa na medida em que, é o devedor hipotecário, que terá esse contato, por fim, a sequela é proveniente da aderência e a prerrogativa do titular de um direito dessa natureza de buscar a coisa onde quer e com quer que injustamente a possua, fazendo uso habitualmente das medidas judiciais com esse objetivo. Assim, na hipoteca, não paga, o credor, fazendo valer o seu direito real, poderá exigir a venda do bem para o pagamento da dívida, fazendo uso através disso, o seu direito de sequela. 
POSSE: EFETIVO EXERCÍCIO DOS PODERES INERENTES DA PROPRIEDADE. 
Praticante: pratica em razão de uma situação jurídica pré-existente. O exercício não está ligado à propriedade, existe uma presunção que o possuidor seja proprietário. 
Art. 1196 CC. Considera-se possuidor aquele que possui um ou mais direitos inerentes à propriedade. 
	Enquanto a propriedade reconhece a titularidade das faculdades inerentes a mesma, a posse é um fenômeno relacionado ao exercício desses poderes ou faculdades. Normalmente a pessoa exerce esses poderes ou faculdade por estar apoiado na titularidade de um direito real, porém é perfeitamente possível visualizar aquele indivíduo que exerce esses poderes ou faculdade sem estar amparado em qualquer relação jurídica pré-constituída. Imaginando o indivíduo que invada determinado imóvel, e logo em sequencia construa no mesmo, alugue uma de suas construções e pretenda vender outras. Neste contexto, este indivíduo não é titular de relação jurídica alguma, porém exerce as faculdades inerentes à propriedade como permite o artigo 1196 CC. 
	A doutrina discute sobre a natureza jurídica da posse, entendo alguns que se trata de fato, na medida que estamos diante de um fenômeno de nossa vida cotidiana e que é possível observar a todo momento e para outros é verdadeiro direito na medida em que tanto o CC quanto o CPC tratam da questão. O melhor entendimento parece ser aquele que compreende a posse como um fato, mas também como verdadeiro direito, a depender da análise do caso concreto. 
TEORIAS SOBRE A POSSE
1) TEORIA SUBJETIVA DA POSSE (SAVIGNY): CORPUS + ANIMUS = POSSE (não se adotou a teoria subjetiva como regra, adotando-se de maneira excepcional, no instituto do usucapião, sendo imprescindível a posse qualificada, pela teoria subjetiva da posse, sendo fundamental que o indivíduo tenha a intenção de ter como seu a coisa).
Locatário não seria possuidor, locatário, usufrutuário, se eu só posso usar e fruir de coisa alheia, eu não sou possuidor. Sendo promitente comprador de um imóvel e resido neste imóvel, será considerado possuidor (havendo o corpus + animus domini). 
Valoriza o psicológico, expresso na vontade do possuidor de ter a coisa como se fosse sua. A posse requer: o corpus (poder físico da pessoa sobre a coisa, estabelecido pela apreensão) e o animus domini (a vontade de ter a coisa como própria; comporta-se com o objetivo de se tornar dono da mesma). São considerados detentores, e não possuidores, os que detêm o poder físico, mas não o animus. Teoria qualificada, pois há a intenção de ser proprietário. 
Somente o corpus = detenção (sem o animus). 
TEORIA OBJETIVA DA POSSE (IHERING).
→ Exteriorização do comportamento pelo indivíduo. Precisa da visibilidade. 
	O direito brasileiro adotou como regra a teoria objetiva da posse, deixando de lado os requisitos do corpus e do animus, para essa teoria o indivíduo será considerado possuidor, toda vez que ostentar a chamada visibilidade ou exterioridade do domínio. A coletividade observando a conduta daquele indivíduo pode afirmar que o mesmo procede em relação a coisa, como se dono dela fosse, sendo irrelevante indagar, se o indivíduo tem ou não a intenção de adquirir a propriedade do bem. Trata-se de um conceito bem mais elástico da posse que permite inseir em seu contexto a posição do comodatário, do locatário e de todos os demais direitos real ou pessoal como regra. 
Por esta teoria o detentor é aquele em que a lei aponta essa teoria. 
DETENÇÃO 
INTERESSADA: QUANDO O INDIVÍDUO TEM A COISA CONSIGO, TEM INTERESSE ECONÔMICO NA COISA.
DESINTERESSADA: O INDIVÍDUO NÃO TEM INTERESSE ECONÔMICO. 
A lei quem define quem é o detentor. Pela doutrina, a detenção é a posse degradada pela lei, inferiorizando o indivíduo. 
Art. 1198 → hipótese mais comum. Exemplo típico, CASEIRO (agindo sobre as ordens e instruções do dono), sendo hipótese de detenção desinteressada, onde não há interesse econômico na coisa. Fâmulo ou servidor da posse. 
À detenção não se atribuem efeitos possessórios. Detentor não tem posse e, por via de consequência, não tem direito de se valer das ações possessórias.
ENUNCIADO 493, das Jornadas de Direito Civil (não são vinculantes, sendo considerado uma diretriz). 
O detentor poderá promover a autodefesa do bem, ou seja, o uso da violência para defender o bem. Art. 1210, §1º → 
	O fâmulo da posse ou servidor da posse é detentor desinteressado e por esta razão, por não ter posse,
jamais poderá fazer uso das ações possessória, podendo apenas, na forma do enunciado 493, da jornada de direito civil, fazer uso da autodefesa da posse de um bem que não é possuidor, a autodefesa da posse consiste na possibilidade de fazer uso da força física para reagir da agressão da posse alheia. A norma exige dois requisitos para que o indivíduo possa fazer uso desse instituto que seja realizado com proporcionalidade, bem como, logo após a agressão a posse ser formalizada.
Contrato de depósito
	A doutrina discutia sobre o depositário ter ou não pose, lembrando que no contato dessa natureza, o depositário só tem a possibilidade de guardar o bem, de maneira que não poderá utiliza-lo, em um primeiro momento entendia-se que o depositário não seria possidor, sob o argumento de que, como não pode fazer uso da coisa, não pode revelar a coletividade a chamado visibilidade do dominio de maneira que não tenha a coletividade, a possibilidade de tomar conhecimento daquela ocupação, atualmente prevalece a idade de que tem posse, na medida em que o poder de administração do bem é exclusivamente dele e como este poder de administarção revela parte do poder de usar, é possível se compreender que o indivíduo na qualidade de depositário também terá posse, podendo por certo propor as ações possessórias em favor do depositante
TEORIA SOCIOLÓGICA (FOMENTAR) → Não pretende prevalecer sobre as outras, nem suplantar as outras teorias. Redução dos prazos de usucapiao, ascensão invertida e a desapropriação. 
CLASSIFICAÇÃO DA POSSE 
1) POSSE PLENA (INDIRETA E DIRETA)
→ Ser possuidor de todos os requisitos da propriedade (usar, gozar, fruir)
O possuidor indireto, quando o seu titular, voluntariamente, transfere a outrem a utilização da coisa.
1198 – Tanto o possuidor direito, quanto o indireto, poderá promover ação possessórias. 
	Diz-se possuidor pleno, aquele indivíduo que, exercer os quatro poderes ou faculdades inerentes à propriedade . É possível que essa posse seja desmembrada, ora porque o próprio possuidor pleno procedeu dessa forma, ora porque o possuidor indireto já assumiu a coisa dessa forma, de qualquer forma será conhecido como possuidor pleno aquele indivíduo que transferiu o contato físico com a coisa, para terceiro, reservando-se o direito no futuro recuperá-lo. 
	Possuidor direito é aquele que tem a coisa consigo em caráter imediato, direto. A grande importância prática destas classificação, consiste no fato de que, tanto um quanto o outro, poderão defender a posse da integralidade da coisa diante de terceiros de maneira que por exemplo, se o imóvel alugado é invadido, tanto o locador, quanto o locatário poderão ajuizar ação possessória para recuperar o bem. Da mesma forma, ambos os envolvidos poderão propor ação possessória, um contra o outro. O fato de eventualmente, uma das partes ser consideradas proprietário da coisa, não significa que terá exido na ação possessória na medida em que nela se discute apenas a posse e nada mais
b) JUS POSSIDENDI E JUS POSSESSIONIS 
Jus possidendi, posse que vem amparada em posse jurídica existente. Ex. Direito real ou pessoal que autoriza o indivíduo possuir. 
Jus possessionis, está presente quando estamos diante da posse pela posse, o indivíduo tem o contato com a coisa, ou melhor, a posse pela coisa, por sua própria força, pois não está amparado por nenhuma relação jurídica antecedente. 
USUFRUTUÁRIO – TEM O CONTATO IMEDIATO, FÍSICO COM A COISA.
LOCAÇÃO – INQUILINO: POSSUIDOR DIRETO, PROPRIETÁRIO: POSSUIDOR DIRETO.
c) COMPOSSE
	É a posse exercida por duas ou mais pessoas, como o condomínio, é a propriedade exercida por duas ou mais pessoas. Art. 1199 – PRO INDIVISO (Não há divisão jurídica nem fática da coisa todos ocupam o todo, indistintamente). Consequência, qualquer um dos co-possuidores poderá defender a posse do todo, sem a concorrência dos demais. Aquele possuidor que habitar sozinho ou tiver a coisa consigo sozinho, poderá ser compelido ao pagamento de verba a titulo de aluguel pela ocupação exclusiva. 
Exceção art. 73, §2º CPC → Composse de cônjuge, ambos precisarão do consentimento. 
Ex.: DOIS IRMÃS HERDAM UM APARTAMENTO E ALUGAM A UM CASAL, HIPÓTESE EM QUE OS IRMÃOS CONDÔMINOS TERÃO COMPOSSE INDIRETA E O CASAL A COMPOSSE DIRETA.
COMPOSSE PRO DIVISO
A coisa não está juridicamente dividida, mas há uma divisão fática daquele bem, de maneira que cada um ocupa. Consequência: como não há ocupação do todo por todos, cada um só pode defender sua parte, a que ele ocupa. Não aplica-se o 1199. 
POSSE AD USUCAPIONEM = ANIMUS DOMINI
Posse com a intenção de possuir o bem.
POSSE ORIGINÁRIA e DERIVADA
Posse originária é aquela que é adquirida sem que tenha havido o fenômeno da transmissão, ou seja, o indivíduo adquire a posse por sua própria força. Nela não há de se falar em transmissão, o possuidor não recebe a posse com os mesmos vícios e características em relação ao antecessor. 
Posse derivada 
Aqui, há o fenômeno da transmissão, ou seja, o atual possuidor recebe a posse do antecessor. Essa posse é assumida com os mesmo vícios e características que tinha em relação ao antecessor. 
Posse deriva: por ato intervivos ou por mortis causa
ATO INTERVIVOS 
→ Venda de imóvel, o comprador adquire a posse de maneira derivada. Contrato de cessão de posse, o cessionário assume a posse nas mesmas características do antecessor.
CAUSA MORTIS
→ Posse em virtude do óbito. Art. 1.206 → Transmite-se aos herdeiros e legatário (recebe bem específico e determinado em razão de testamento). 
Art. 1200 – Posse Justa e Injusta
Vícios objetivos da posse: violência, clandestinidade e precariedade (excluindo esses elemento, trata-se de posse justa)
A) Violência – possi vi, assemelhasse ao crime de roubo
Art. 1208 – Não induzem em posse. 
	A posse é qualificada como injusta quando vem acompanhada de um dos vícios objetivos da posse, previstos no artigo 1200. Basta que o indivíduo tenha a coisa consigo sem a presença de um desses vícios objetivos, para que seja considerado possuidor justo, na violência, o indivíduo emprega a força física ou a coação moral para obter um contato imediato com o bem, enquanto aquele que faz uso da força indevida para obter a posse, ainda estiver diante da resistência do possuidor legítimo, que faz uso da autotutela ou imediatamente ingressa com a medida possessória cabível, estamos diante de uma hipótese de detenção interessada e só passará a ser posse no momento em que o legítimo possuidor deixar de oferecer resistência. A partir daí, será considerado um possuidor injusto daquela coisa até que fato superveniente e eventual, legitime aquela posse, tal como o usucapião ou a celebração de um contrato com legítimo possuidor. 
	A posse injusta ostenta essa qualidade apenas em relação ao possuidor legítimo de maneira que, diante da coletividade aquele indivíduo será tratado como possuidor justo.
B) CLANDESTINIDADE = POSSE CLANDESTINIDADE
	Na clandestinidade o indivíduo obtém a coisa às escondidas, assemelhasse ao crime de furto.
	Aqui, o indivíduo obtém o contato físico, imediato com a coisa, às escondidas, sorrateiramente, de maneira que manterá a situação de detentor até que fato superveniente e eventual legitime a minha posse, devendo ser lembrado que enquanto mantiver a coisa, sob seu poder, sem conferir publicidade, será dito como mero detentor interessado, a posse justa ou injusta, não significa posse de boa ou de má-fé, até mesmo porque os vícios objetivos devem ser interpretados restritivamente. Assim, e uma pessoa ocupa um imóvel, sem conferir a ele publicidade é mero detentor interessado, até conceder essa publicidade, momento em que passa a ser possuidor injusto. Em ambos os vícios é o seu cometimento que permite aquele que faz uso dele, ter o contato direto, imediato com a coisa.
C) PRECARIEDADE, assemelha-se a apropriação indébita. (não convalesce).
	O indivíduo tinha contato direto com a coisa e ao ser solicitado,
o indivíduo nega-se a devolver ao bem ao legítimo proprietário. 
	Na precariedade o contato com a coisa se dá de forma prévia ao cometimento do vício. O indivíduo tinha o contato com o bem, em razão de um fato legítimo e ao ser solicitado a devolução, por parte de um legítimo possuidor, este se nega a fazê-lo como aconteceria por exemplo, na hipótese do indivíduo que demite seu caseiro, mesmo após pagar todas as verbas trabalhistas, não conta com o bem desocupado. Como o art. 1208 não faz qualquer menção à precariedade alguns doutrinadores entendem que a mesma não convalesce, ou seja, aquele que comete esse vício, jamais poderá se tornar possuidor. O referido entendimento, vai de encontro à teoria sociológica da posse, na medida em que não é justo tratar determinada pessoa, indefinidamente como detentor, encontrado a jurisprudência, grande dificuldade em estipular o momento em que o indivíduo passa se qualificar como possuidor. Prevalece um entendimento de que o indivíduo passa a possuidor quando nega a devolução da coisa, com o conhecimento do legítimo possuidor ou quando revela através de comportamentos objetivos, como construir, reformar, plantar, que modificou o seu comportamento em relação ao bem, o que normalmente vem associado a uma intenção de adquirir a propriedade que se constata, através de tais condutas. 
(pegar matéria com alguém – ver celular com a matéria) posse com justo motivo, 
POSSE DE BOA-FÉ E MÁ-FÉ (vício subjetivo da posse) – art. 1201, caput. 
Ignorância ao vício ou obstáculo, trata-se de ignorância que possa ser aceitável; escusável, Tolerável.
Quais desdobramentos podemos identificar em relação ao vício subjetivo:
Benfeitorias são obras ou despesas feitas na coisa principal, com o fito de melhorá-la, conservá-la ou embelezá-la
*necessárias 
*uteis 
*voluptuárias
Jus retentionis, dá o direito de retenção (verdadeira espécie de contrato não cumprido – posterga a entrega da coisa) – art. 1219 
Só posso postular o pedido de retenção se tiver de boa-fé. 
As benfeitorias compensam-se com os danos – art. 1221. As benfeitorias precisam existir à época da evicção. 
Art. 1220 – o possuidor de má-fé só tem o direito de ser indenizado pelas benfeitorias necessárias. (constitui o verdadeiro enriquecimento sem causa se não houver)
	O possuidor de boa-fé ao ser citado em uma ação onde se pretenda a devolução da coisa poderá ao seu favor, alegar o direito de indenização e retenção pelas benfeitorias necessárias e úteis. O direito de retenção não tem por objetivo discutir o dever de devolver a coisa, mas sim, o de não devolver naquele momento. A sua alegação funciona como uma modalidade, uma espécie, de exceção do contrato não cumprido (art. 476), já que seu objetivo é postergar a devolução do bem para depois do pagamento dos valores gastos (pago). Não basta para a alegação desse direito, que as benfeitorias tenham sido realizadas, de maneira que é fundamental que elas ainda estejam presentes no momento em que o juiz sentenciar aquele processo. Muito embora este direito de retenção confira grande segurança em favor daquele que deve devolver o bem após ser pago, o retomante caso queira poderá ao seu pedido de devolução acrescentar o de aluguel pena, sanção, pela não devolução da coisa e em caso de procedência do pedido de retomada esse valor será devido desde a citação, compensando-se assim com as benfeitorias que réu, eventualmente, tenha a receber. 
JUS RETENTIONIS
	Não é necessário que as benfeitorias estejam regularizadas, de maneira que as obras não estão legalizadas juntos à prefeitura. Não exime o direito de indenização sobre as obras. 
Natureza jurídica do jus retentionis, oponível erga omnes, tem inerente à sequela, aderência, o que confere a retenção é uma sentença. Argumento para dizer que trata-se de direito real típico, vem junto à exceção do art. 1227. 
	As benfeitorias realizadas para permitirem indenização e retenção, não precisam estar legalizadas, bastando que essa legalização seja possível em poder do retomante. Constituiria verdadeiro enriquecimento sem causa a ideia de que o indivíduo pudesse recuperar a coisa depois legalizando, já com o bem em seu poder. A doutrina discute a natureza jurídica do direito de retenção. Alguns defendem em se tratar de direito pessoal atípico, argumentando que possui algumas características de direito real, como a oponibilidade erga omnes e a sequela, mas não podem ser tratadas como direito real, considerando que não estão sujeitos ao registro, são provenientes de sentença judicial e não da lei, argumentando ainda que não podem ser direitos reais, considerando que uma vez pago o valor, o direito real se extingue. 
	Outros doutrinadores sustentam se tratar de genuíno direito real, argumentando que a impossibilidade registral é admitida pela leitura do art. 1227. O fato do pagamento extinguir o direito real, também não seria empecilho, considerando que outros direitos reais, os de garantia possuem essa características.
Art. 1227, diz que os direitos reais sobre imóveis precisam estar registrados junto ao RI. 
Em que momento o possuidor de boa-fé, passa à má-fé (quando acontece a intervenção do título da coisa). O indivíduo que sustenta o justo título, será considerado de boa-fé. 
CONSTITUTO POSSESSÓRIO – PRAZO
	Nesta classificação é importante, detectar o momento em que se evidencia o fenômeno da inversão do título da posse. Caso o retomante não consiga comprovar o momento em que isto aconteceu será considerada a sua citação válida acompanhada da procedência do pedido de retomada para que o juiz possa concluir pela inversão. É perfeitamente possível em alguns casos que o retomante faça a prova de que a inversão ocorreu em momento anterior, tal como se daria no constituto possessório onde se tenha sido estipulado prazo de devolução por parte do alienante. 
COMODATO – empréstimo de coisas infungíveis. (art. 584)
	Como se extingue comodato verbal sem prazo ? Notificando-se o comodatário, de forma extrajudicialmente, no cartório de título de documentos, deixando claro que caso o bem não seja devolvido, será estipulado um aluguel pena. 
	Art. 584 – verdadeira
	Em se tratando de contrato de comodato, em especial o verbal, o comodante poderá se ver obrigado a ajuizar demanda, requerendo a retomada do bem. Porém, nesse contexto, deverá de início, notificar o comodatário, extrajudicialmente, informando-lhe da intenção em reaver a coisa, fixando-lhe ainda, aluguel pena, caso mesmo insista em ficar no bem, após o prazo ajustado, nessas circunstâncias caso o pedido de retomada precise ser proposto o comodatário será considerado de má-fé, desde o termo final da notificação. À leitura do artigo art. 584, CC, permite a doutrina divergir sobre a sua interpretação, alguns entendem que o comodatário, só teria indenização e retenção pelas benfeitorias necessárias, argumentando que as demais seriam inerentes ao natural uso da coisa inviabilizando assim a sua percepção, outros doutrinadores sustentam que aplica-se a regra o art. 1219, que consiste na regra geral quanto à disciplina da posse de boa-fé.
ACESSÕES – ART. 1248 – AQUISIÇÃO POR ACESSÃO. 
Benfeitoria – bem acessório – são realizadas por participação do homem, já a acessão pode se dar pela presença do homem ou fenômeno da natureza. 
Ver art. 1255 – Direito a indenização de boa-fé, as acessões (ver invertidas)
Art. 35 e 36 da lei 8245/91 – lei de locação, benfeitorias
	As benfeitorias não devem ser confundidas com as acessões em especial no que diz respeito as acessões artificiais, inicialmente as benfeitorias exigem efetiva conduta humana, são tratadas pelo código como bens acessórias a um bem móvel ou imóvel e por fim não possuem valor econômico próprio, afastado da coisa a que adere, as acessões podem acontecer por fenômeno da natureza ou com intervenção humana, são tratadas pela norma como forma de aquisição da propriedade imobiliária e possuem valor
econômico próprio, com autonomia em relação à coisa a que adere, na forma do artigo 1255, o possuidor que realizar as acessões de boa-fé terá direito de ser indenizado, caso não possa se valer da acessão invertida. Quanto à disciplina relativa ao direito de retenção, muito embora a norma nada discipline a esse respeito a unanimidade da doutrina e da jurisprudência entendem tê-la aplicação analógica do art. 1219 à disciplina das acessões. 
Possuidor de má-fé também tem direito quanto às necessárias, porém não tem direito à retenção, sob pena de enriquecimento sem causa. 
AÇÃO REIVINDICATÓRIA TEM COMO FUNDAMENTO A PROPRIEDADE 
(VER CASO CONCRETO 03)
						FRUTOS
	A disciplina dos frutos também se aplica a posse de boa-fé e má-fé, no primeiro caso, o possuidor terá direito a todos os rendimentos que a coisa lhe ofereceu, como aluguel, parceria rural, o indivíduo passa a posse de má-fé com a citação válida confirmada pela sentença de procedência do pedido de retomada. Em se tratando, de má-fé o possuidor terá que devolver ao retomante tudo aquilo que comprovadamente percebeu, mas aquilo que deixou de perceber muito embora, poderia tê-lo feito, como aconteceria por exemplo, com o indivíduo que adquiriu a posse de um bem e o deixou sem qualquer uso, sem qualquer justificativa razoável. O código prevê ainda a responsabilidade pela perda da coisa. O possuidor de boa-fé não terá nenhuma responsabilidade nesse sentido, salvo se ficar caracterizado que agiu em relação ao bem com dolo ou culpa. Assim, se é possuidor de justo título o que faz presumir sua boa-fé e o bem é alvo de uma explosão o retomante não poderá responsabilizar aquele indivíduo, pela perda da coisa. Porém se o indivíduo está de má-fé, inverte-se o ônus da prova cabendo ao possuidor caracterizar que se o bem estivesse na posse do retomante, a perda da coisa aconteceria de qualquer forma, sendo dele esse ônus, no caso da explosão o possuidor de má-fé teria que provar, que se o bem estivesse em poder do retomante a explosão ocorreria de qualquer forma, o que, portanto, tomou todas as cautelas no sentido de evitar que aquela explosão acontecesse.
AÇÕES POSSESSÓRIAS TÍPICAS – ART. 564 A 568 
As ações possessórias típicas só existem a serviço da posse, como causa de defesa única a defesa da posse. 
→ fundamento de validade: tutela da posse. O proprietário que pretender ajuizar ação possessória típica, abre mão de ser proprietário. (Juiz julga procurando saber quem é o melhor possuidor) 
→ Envolvendo imóvel precisa ser proposta no domicílio do imóvel, competência teitorial absoluta do imóvel é absoluta. 
→ Litisconsórcio 
	A proteção possessória se faz através das ações possessórias típicas, também chamadas de interditos possessórios que só existem em razão e a serviço da posse. Para o julgamento de uma ação dessa natureza é absolutamente irrelevante a qualidade de proprietário ou a titularidade de um direito real considerando que o magistrado, julga a demanda em favor daquele que comprova ser melhor possuidor. Assim, o proprietário que ajuíza ação possessória e reconhecidamente admite que não se dirige ao local há 3 anos, estará sujeito a improcedência dessa ação, que em se tratando de bem imóvel precisa ser preposta obrigatoriamente no foro de situação do imóvel sendo essa competência territorial e absoluta. 
	PRA CADA LESÃO UMA AÇÃO RESPECTIVA: ação de reintegração de posse 
1) AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE
→ ATO DE ESBULHO (PRIVAR O LEGÍTIMO POSSUIDOR DE SUA POSSE, IMPEDIR O LEGITIMO POSSUIDOR INJUSTAMENTE DE EXERCER SUA POSSE)
→ FUNDAMENTAL QUE O AUTOR PROVE QUE TEVE A POSSE DIRETA DO BEM.
Se ao termino do comodato não é devolvida a coisa: usa-se dessa ação. 
EXIDO COM A PRESENÇA DO VÍCIO OBJETIVO
	O código prevê 3 ações possessórias típicas, podendo se afirmar que cada uma delas tem cabimento diante de uma lesão específica, a demanda mais recorrente é a reintegração de posse, que terá lugar toda vez que o indivíduo a prática de um ato de esbulho – esbulhar, significa: privar injustamente o legítimo possuidor do exercício de sua posse, não bastando porém o autor fazer essa prova já que precisará ainda provar que em algum momento ele ou seu antecessor exerceu a posse indireta sobre aquele bem, ajuíza-se comumente essa ação, quando o autor relata a presença de um comodato entre as partes, na medida em que, em tese, a propositura dessa ação seria adequada, já que o comodante, autor da referida ação, teria a posse plena, tanto que a enregou ao comodatário a posse direta e agora pretende a retomada do bem. A vantagem do constituto possessório consiste exatamente na possibilidade de que o adquirente possa, através da cláusula fazer prova de que em algum momento exerceu a posse direta. A presença e comprovação de um dos vícios objetivos da posse caracteriza o esbulho, porém não dispensa o autor da ação da reintegração de provar que em algum momento exerceu a posse do bem. 
2) AÇÃO DE MANUTENÇÃO DE POSSE = TURBAÇÃO (EMBARAÇADO, ATRAPALHADO DO SEU LEGÍTIMO EXERCÍCIO DE POSSUIR OU EXPERIMENTO UMA PRIVAÇÃO PARCIAL)
3) INTERDITO PROIBITÓRIO = ATO DE AMEAÇA
→ NÃO CONFUNDE-SE COM INTERDITO POSSESSÓRIO. 
ART. 561 – CPC 
APLICA-SE ÀS AÇÕES POSSESSÓRIAS A APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE, QUE CASO HAJA ERRO NA ESPÉCIE DE AÇÃO, O JUIZ PODERIA JULGAR IMPROCEDENTE A AÇÃO, PORÉM O PRINCÍPIO CONTIDO NO ART. 5554 POR ESTE É A POSSIBILIDADE DE RECEBER A AÇÃO ERRADA COMO SE CORRETA FOSSE. ART. 554 
	A AÇÃO DE MANUTENÇÃO DE POSSE TEM CABIMENTO NAQUELAS HIPÓTESES EM QUE O INDIVÍDUO COMPROVADAMENTE SOFREU PRIVAÇÃO PARCIAL DE SUA POSSE OU ESTÁ SIMPLESMENTE SENDO TURBADO, INCOMODADO, EMBARAÇADO DE EXERCER LEGITIMAMENTE AQUILO QUE POSSUI. 
	A AÇÃO DE INTERDITO PROIBITÓRIO TEM CABIMENTO QUANDO O INDIVÍDUO ESTIVER DIANTE DA AMEAÇA DE ESBULHO OU DE TURBAÇÃO. O ART. 554, CONSAGRA O PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS, ADMITINDO EXPRESSAMENTE, QUE O MAGISTRADO RECEBA UMA AÇÃO POSSESSÓRIA TÍPICA EQUIVOCADAMENTE AJUIZADA COMO SE CORRETA FOSSE. ASSIM, SE A PESSOA PROPÕE UMA AÇÃO DE MANUTENÇÃO DE POSSE RELATANDO UM ESBULHO MAGISTRADO RECEBERÁ MESMO COMO REINTEGRAÇÃO DE POSSE, AO INVES DE EXTINGUIR O PROCESSO SEM ANÁLISE DO MÉRITO. A IDEIA DO LEGISLADOR QUE O FUNDAMENTO DESSAS AÇÕES É O MESMO, A DEFESA DA POSSE, E AINDA CONSIDERANDO QUE AS LESÕES POSSESSÓRIAS ESTÃO EM CONSTANTE MODIFICAÇÃO E AQUILO QUE EM DETERMINADA HIPÓTESE JUSTIFICARIA O INTERDITO PROIBITÓRIO NO DIA SUBSEQUENTE CONDUZIRIA A UMA NOVA AÇÃO DEVIDO AO FATO DE QUE TAIS LESÕES SE MODIFICAM A TODO TEMPO.
	CARÁTER DÚPLICE DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS, NO ART. 556 DO CPC 
→ Reu pedir algo no mesmo processo em face do autor, na própria contestação com pedido contraposto. 
Reconvenção do réu em face do autor, deixa-se de lado por conta do artigo 556. 
A grande vantagem da propositura de ação possessório típica é a liminar possessória, vem a ser a afirmação feita na inicia de que a ação possessória feita pelo réu é inferior a um ano e um dia. (AÇÃO DE FORÇA NOVA) –.
A data será imprescindível para caracterização da ação. 
	O art. 556 consagra o caráter dúplice das ações possessória admitindo que o réu formule o pedido em face do autor, na prova da contestação, ao invés do oferecimento de reconvenção, hoje tratada no artigo 343 do CPC. Muito embora o pedido contraposto atualmente se assemelhe em muito à reconvenção já que podem ser formulados na própria contestação o pedido contraposto é mais informal e é assim consagrado como de dar maior celeridade à solução daquele conflito de interesses que gravita em torno da posse. A grande vantagem de uma ação possessória típica, consiste na possibilidade de se requerer a liminar, ou seja, caso o autor alegue e comprove que a lesão possessória por ele experimentada é inferior a um ano e um dia, o magistrado deverá, sem ouvir o réu, sem o oferecimento de contestação, conceder a proteção possessória pretendida, prosseguindo a demanda até o seu desfecho final. Para a
concessão da liminar não é relevante o tempo de posse, mas sim o tempo de lesão e toda vez que o autor indicar que é inferior a uma dia a ação será conhecida como de força nova, promovendo-se assim, a satisfação do que o autor pretende antes da sentença final. 
Art. 300 do CPC → Tutela de urgência; requisitos absolutamente genéricos
art. 1211 CC → 
	A liminar possessória permite uma solução provisória mais rápida para o pedido formulado pelo autor e basta a comprovação de que a lesão é inferir o um ano e um dia, não precisando o magistrado, ficar convencido dos requisitos da tutela de urgência, previstos no art. 300 do CPC, abreviando assim, a retomada da coisa. Na hipótese do magistrado ter dúvida em relação a conceder ou não a liminar pretendida e ainda diante da redação do art. 1211, CC, que prevê que na dúvida o possuidor direto deva ser mantido na coisa, deverá o magistrado designar audiência de justificação de forma a permitir ao autor provar, por testemunha a sua posse, a lesão possessória praticada pelo réu e a data de sua ocorrência, tudo com o objetivo de decidir a liminar pretendida, trata-se de expediente, recorrentemente, utilizado em ações de reintegração de posse, que tenham por fundamento a alegação de existência de comodato verbal que não permite ao magistrado decidir a liminar sem proceder a outiva das testemunhas. 
Art. 555 → CPC 
Art. 557 
ASTREINTE → §1º, I → evitar a prática de esbulho, turbar … 
	O autor de uma ação possessória típica, seja ela de força nova ou de força velha, poderá cumular, ao pedido possessório o de perdas e danos, por eventual destruição praticada pelo réu o de indenização pelo frutos percebidos, após a citação válida momento em que se considera possuidor de má-fé e, ainda, de fixação de astreinte, ou seja, multa pela eventual prática, de nova lesão possessória, procurando assim, das efetividade a decisão que deu a liminar ou a sentença. No curso de uma ação possessória típica em especial no que diz respeito a reintegração posse, não poderá ser proposta ação reivindicatória, considerando que é possível que sejam proferidas, decisões contraditórias e justamente procurando evitar que isso aconteça, é que até o desfecho da ação possessória típica não se admite a reivindicatória. 
AÇÃO PETITÓRIA QUE ADMITE CAUSA DE PEDIDO DE ALEGAÇÃO DE PROPRIEDADE. 
REIVInDICATÓRIA (NÃO É AÇÃO POSSESSÓRIA TÍPICA) 
Em muita oportunidades, o autor de uma ação possessória típica, não consegue provar que ele ou seu antecessor, em algum momento exerceu a posse direta sobre o bem, o que daria margem a propositura de uma ação possessória típica em especial a reintegração. Nessas circunstâncias aquele que se intitular proprietário ou titular de um direito real qualquer, deverá lançar mão da ação reinvidicatória, que pertence ao universo das ações petitória típicas e com base na propriedade o autor requererá … 
Como a reivindincatória não pertence as ações possessórias típicas, em relação a ela, não incide o princípio da fungibilidade, o caráter dúplice e principalmente não há que se falar na liminar de ano e dia. Assim, caso o autor pretenda a retomada antecipada do bem, deverá fazer uso dos requisitos da tutela de urgência previstos no art. 300 do CPC o que dificulta a retomada antecipada da coisa. 
Art. 5º da lei de locação (8245/91) – ação de despejo e não reintegração de posse. 
Caso o autor ajuíze ação de reintegração de posse e não consiga provar que em algum momento ele ou o seu antecessor exerceu a posse sobre aquela coisa, a consequência será a improcedência da ação possessória típica de maneira que o autor deverá agora, propor a demanda reivindicatória. Na hipótese de promessa de compra e venda caso o promitente comprador no curso do contrato venha a ficar inadimplente, o proprietário, promitente vendedor deverá lançar mão de uma ação de resolução do negócio jurídico, cumulada com pedido de reintegração de posse, na hipótese, não é possível ajuizar a ação possessória típica, considerando que, ao celebrar o contrato transferiu a posse plena ao promitente comprador, de maneira que o seu interesse na celebração daquele contrato passou a ser apenas o de receber o que lhe era devido. Assim, o pedido possessório está condicionado a prévia resolução do negócio, de maneira que é sucessivo ao pedido de rompimento daquilo que foi pactuado inicialmente. 
					DIREITOS REAIS 
→ DIREITO REAL DE AQUISIÇÃO (ART. 1418/1418) 
Ação de adjudicação compulsória 
	O contrato preliminar em especial a promessa de compra e venda gera a obrigação recíproca de realizar um documento dito ulterior – definitivo – desde que a parte satisfaça rigorosamente suas obrigações. A promessa de compra e venda em princípio não admite arrependimento, de maneira que, caso as partes tenham a intenção de assegurar esta possibilidade, isto deverá estar previsto no corpo do contrato. Caso não exista a possibilidade de arrependimento, vale a obrigatoriedade do contrato. Assim, tendo o promitente comprador cumprido rigorosamente suas obrigações passa a poder exigir o documento definitivo. Caso o proprietário não tenha a intenção de entregá-los espontaneamente, passa o promitente comprador, a ter o direito de ajuizar ação de adjudicação compulsória. 
DESIDERATO DA AÇÃO DE ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA: OBTER UMA SENTENÇA QUE IRÁ DEFINIR ESCRITURA DEFINITIVA. É IMPRESCINDÍVEL QUE O VENDEDOR ESTEJA EM MORA EX PERSONA. LOGO, NOTIFICA-SE O VENDEDOR PARA COMPARECER AO CARTÓRIO DE NOTAS. (REQUISITO DE ADMISSIBILIDADE).
ESTA AÇÃO, DIZ A SUMULA 239 STJ (VER CIVIL 3)
A PROPOSITURA DA AÇÃO DE ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA EXIGE A PRÉVIA CONSTITUIÇÃO do proprietário promitente vendedor em mora. Na hipótese, de acordo com a súmula 76 do STJ, a mora ex persona, de maneira que deverá ser realizada a notificação extra judicial do proprietário para que compareça ao cartório de notas, no prazo assinalado pelo promitente comprador, para que possam finalizar a escritura definitiva. A propositura da ação de adjudicação sem que se realize esta providência, importará em falta de interesse de agir, de forma que a ação será julgada extinta sem análise do mérito. A ação de adjudicação é uma ação pessoal e não real, de maneira que a propositura da mesma, não está condicionada ao registro da promessa junto ao RI (registro de imóvel). A Súmula 239, do STJ, deixa bem claro isso e, muito embora, não precisa a promessa ser registrada, é possível que ao final do processo o indivíduo tenha consigo uma sentença de procedência e ao levá-la a registro, junto ao órgão competente, seja surpreendido, com o fato de que aquele bem foi alienado a terceiro e de maneira legítima, na medida em que este terceiro, não tinha como saber da existência daquela promessa. Neste contexto, o indivíduo acabará por ter que propor uma nova ação, agora de perdas e danos, considerando a total impossibilidade de registro daquele título. 
Enunciado 253, da jornada de direito civil → 1417 → ação reivindicatória. 
	Muito embora não exista obrigatoriedade no registro da promessa, para que o indivíduo proponha ação de adjudicação compulsória, a aquisição do direito real está condicionada a este registro na medida em que, é através dele que se atribui a promessa eficácia erga omnes inviabilizando legitimamente, que novas transações possam ser realizadas em caráter legítimo, tendo por objeto aquele bem. O registro da promessa confere ainda direito real contra terceiros, na medida em que, a partir dali, será admissível a propositura da ação reivindicatória na forma do enunciado 253, sendo certo que a transferência da propriedade contra o dono, se dará através da ação de adjudicação. 
SÚMULA 76 
MORA EX PERSONA → 
MORA EX RE → IMEDIATAMENTE 
					USUFRUTO 
→ Bem móvel (raridade) ou imóvel. 
→ Característica: 
*temporariedade (difere da propriedade, da servidão e outros direitos reais), é fundamental que se estabeleça um termo ou um condição para seu termo, se não estão presente, presume-se a sua vitaliciedade. 
*
Personalíssimo: a essência, o histórico do usufruto, foi idealizado como forma de assegurar ao usufrutuário, suas necessidades básicas, seja morando, seja alugando. De maneira que a pessoa possa atender suas necessidades para que haja exploração econômica
* Inalienável: 
De um lado, o usufrutuário, do outro, o proprietário. O usufrutuário tem os poderes de usar e fruir, já o nu proprietário o poder de dispor e reivindicar. O vínculo do usufrutuário está ligado diretamente ao bem. 
Nu proprietário não dispõe de todos os poderes. 
Art. 1410, III → prazo máximo 30 anos para usar e fruir. 
	O usufruto é direito real sobre coisa alheia, na medida em que o indivíduo exerce os poderes de usar ou fruir sobre um bem que pertence a outrem, nu proprietário. Trata-se de direito real que pode recair tanto em relação a bem móvel, quanto a bem imóvel. E o usufrutuário, tem os poderes de usar e fruir e o nu proprietário os poderes de dispor e reivindicar. O vínculo do usufrutuário, não se estabelece com o seu instituidor, mas sim com a coisa, de maneira que o usufrutuário pode, livremente alugar, emprestar, e tudo isso sem a anuência do nu proprietário. Como o nu proprietário tem o poder de dispor, poderá na pendência de usufruto, vender ou doar aquele bem, porém aquele que vier a obtê-lo, fica obrigado a respeitar o usufruto até o seu término. O usufruto possui algumas características que lhes são essenciais. De início é possível afirmar que é direito real, essencialmente temporário, ou seja, no momento da criação desse direito real deve constar o termo ou condição que conduzirá ao seu término na medida em que não se admite usufruto indefinido, neste contexto, caso o instrumento não contenha a circunstância que ensejará o término do usufruto, entende-se pela sua vitaliciedade, caso o usufrutuário seja PJ, o prazo máximo será de 30 anos. 
Art. 1410, I → fim do usufruto: morte ou manifestação de vontade. 
	Qualquer que seja a condição ou termo para o término do usufruto, a morte do usufrutuário sempre porá fim ao usufruto na forma do artigo 1410, inciso I, devido ao seu caráter personalíssimo. Não existe herança de usufruto e os herdeiros do usufrutuário diante do óbito do mesmo, deverão proceder à devolução do bem, na medida em que o nu proprietário, a partir de então, voltou a ser ou passou a ser proprietário pleno. A morte do nu proprietário não afeta em nada o direito real de usufruto, considerando que o vínculo com o usufrutuário é com a coisa, e que os herdeiros deverão manter a nu propriedade, respeitando o usufruto até seu término. O caráter personalíssimo desse direito real, se deve ao fato de que historicamente o usufruto era criado com o objetivo de conferir dignidade a pessoa do usufrutuário, permitindo-lhe usar e fruir daquele bem, justamente para que pudesse atender suas necessidades vitais. Nada mais razoável do que entender que apenas aquele indivíduo, em específico, possa ser contemplado, com aquele bem. 
	Art. 1393 – Não se pode transferir o usufruto por alienação, mas o seu título pode ceder-se por título gratuito ou oneroso. 
	Ninguém é obrigado a ser titular de um direito, o usufrutuário poderá abrir mão do titulo, sendo vedado alienar, mas é obvio que pode-se ceder os direitos. O direito real do usufruto não pode ser objeto de penhora, ou seja, não pode ser alienável, mas posso, eventualmente, penhorar os rendimentos do usufruto. 
	A quarta característica do direito real do usufruto é sua inalienabilidade está prevista no art. 1393. O titular do direito real, não pode vender ou doar o seu direito real, transferindo sua titularidade a quem quer que seja. Como o usufrutuário alcança essa posição, em caráter personalíssimo e como maneira de conferir a sua dignidade, não é justo que o mesmo possa, por ato voluntário, transferir o seu direito real, quando o seu instituidor, teria que apenas ele, tivesse os poderes de usar e fluir e não outro, como forma de atender a sua dignidade. Contratos que envolvam os poderes de usar e fluir, podem livremente ser pactuados pelo usufrutuário, desde que não envolvam a transferência da titularidade, tais como alugar, emprestar e arrendar. O direito era de usufruto, não pode ser penhorado, por dívidas do usufrutuário, considerando que se este ultimo insistir no não pagamento, a consequência será a alienação do usufruto para pagar as dívidas do usufrutuário, ferindo, portanto, o art. 1.393. 
	Os rendimentos do usufruto poderão ser penhorados e mesmo nesta hipótese o usufrutuário poderá fazer prova de que necessita daqueles valores para manter a sua subsistência, cabendo a ele o ônus da prova o que liberará também os rendimentos. 
		FORMAS DE CONSTITUIÇÃO DO DIREITO REAL DO USUFRUTO
1) POR ATO INTERVIVOS = DOAÇÃO COM RESERVA DE USUFRUTO (MANEIRA MAIS RECORRENTE; USUAL, DE SE CONSTITUIR O DIREITO REAL DE USUFRUTO.
	→ Geralmente em doações de pais a filhos. Objetiva-se, quando os pais morrerem, basta levar a certidão de óbito dos pais, dar baixa no usufruto, tornando-se proprietários problemas. Casamentos “mal arranjados”, assegura-se a renda/lar contra o casamento filho. (Constituto possessório).
	→ É possível fazer a doação transferindo a nu propriedade a uma pessoa e o usufrutuário a um terceiro. Não sendo necessário cláusula de incomunicabilidade do usufruto, pois o mesmo tem caráter personalíssimo. 
2) USUFRUTO LEGAL = Art. 1689, I.
	Os pais, enquanto exercício do poder familiar, presume-se usufrutuário dos filhos.
	
	O usufruto por atos intervivos, normalmente é instituído através de doação com reserva de usufruto, realizada pelos pais, em favor dos filhos. Trata-se de mais uma hipótese de CONSTITUTO POSSESSÓRIO, na medida em que os pais possuam coisa própria e, agora, passam a possuir coisa alheia. O objetivo de realizar esta doação é o de evitar o futuro inventário por ocasião do óbito dos acendentes. Quando isso vier a acontecer, basta levar a certidão de óbito ao registro de imóveis, realizando-se a baixa do usufruto, sem que seja necessária, qualquer providência judicial, antes do óbito, os ascendentes têm a garantia de que não poderão ser privados do bem, por conta do usufruto. É possível criar o usufruto de outras formas, tais como através de escritura declaratória ou ainda de doação, onde o doador estipule alguém como donatário (nu proprietário) e um terceiro como usufrutuário. 
3) POR TESTAMENTO
	Produz-se efeito, inclusive por essência do próprio ato, na morte do indivíduo. 
4) POR USUCAPIÃO
	O título: Presunção relativa de propriedade, extrai-se do art. 1245, parág. segundo, e 1247, parág. único. 
(ação declaratória de nulidade do título c/c nulidade do registro c/c reivindicatória) 
	No usufruto criado por testamento, caso o usufrutuário ou seus herdeiros não tenha a intenção de devolver o bem poderá ser ajuizada contra eles, ação reivindicatória e não possessória típica, considerando que a posse direta foi transferida do falecido diretamente ao usufrutuário, de maneira que o agora proprietário pleno só poderá reivindicar. O usufruto também poderá ser alcançado pela usucapião. Imaginando que joão e maria, sejam nu proprietário e usufrutuário de determinado bem, respectivamente, e sejam surpreendidos com a propositura de ação, por parte de Mateus, requerendo a declaração de nulidade do título e do registro, cumulado com o pedido reivindicatório. Não se é possível ajuizar diretamente o pedido reivindicatório, considerando que o registro cria a presunção relativa de propriedade, que precisa ser afastada, antes de que fique autorizada a propositura da ação reivindicatória. Assim, mesmo que o magistrado, acolha os dois primeiros pedidos, o pedido reivindicatório deverá ser rejeitado considerando que tanto João, como Maria, possuem o usucapião dos seus respectivos direitos reais pelo decurso do prazo de 10 anos. 
	DIREITOS DO USUFRUTUÁRIO – ART. 1.394 – TEM OS PODERES DE USAR E FLUIR, DISPONDO DE TOTAL AUTONOMIA, SEM A CONCORDÂNCIA/ANUÊNCIA DO NU PROPRIETÁRIO.
→ Em matéria de locação, incide o art. 7º da lei 8245/91, podendo o usufrutuário alugar o imóvel, independente de anuência de quem quer que seja. 
	O usufrutuário no exercício dos seus poderes de usar e fluir, tem total autonomia para exercê-los, sem precisar da anuência do nu proprietário. Muito embora a anuência não seja necessária, como o usufruto é personalíssimo, caso o usufrutuário venha a óbito, no curso da locação, esta poderá ser extinta, bastando para tanto que o usufrutuário nos 90 dias contados da comunicação ao registro competente, solicite a devolução do bem, conferindo ao locatário 30 dias para desocupação. Muito embora a doutrina e jurisprudência entendam que o nu proprietário, agora pleno, precise justificar a razão da retomada em verdadeira hipótese de resilição motivada, na medida em que, não terá nenhum prejuízo pela continuidade do contrato, para que o locatário possa ter a segurança de que esta locação não possa ser interrompida abruptamente, a melhor medida a ser tomada é solicitar ao nu proprietário, que assine o contrato de locação, evitando-se com isso, todo este inconveniente em desfavor do locatário. 
	CASO CONCRETO AULA 13 
Extingui-se pela instituição do termo ou condição escolhido pelo possuidor ou pelo advento da morte. 
Com a morte do usufrutuário, basta levar o registro de óbito, sem decisão judicial para que ser extinga o usufruto, de maneira que o proprietário passa ser pleno. 
						CAUÇÃO 
Muito embora o usufrutuário pela natural deterioração da coisa, resultantes do exercício regular da coisa – art. 1402. Em se tratando de doação com reserva de usufruto, trata-se de contra-senso. 
As obrigações propter rem são de obrigações de usufruturário – art. 1403, II. Caso não pague, o nu proprietário responderá pelas obrigações advindas do imóvel. O nu proprietário terá maior interesse em quitar os débitos, a partir dai ele adquire o direito de extinguir o usufruto, art. 1410. 
	O usufrutuário poderá ser exigido pelo nu proprietário a prestar caução. Neste contexto, oferecerá bens móveis ou imóveis de sua propriedade que serão utilizados para a recomposição do bem caso na eventualidade do bem sofrer depreciação por conduta culposa ou dolosa do usufrutuário, aqueles bens serão usados para recomposição do patrimônio do nu proprietário. Caso o usufrutuário não possa prestar caução, o bem será administrado pelo nu proprietário que poderá deduzidas as despesas de administração, ficando com o valor a ser arbitrado, passando o restante ao usufrutuário. As obrigações propter rem, correm por conta do usufrutuário. Porém, o seu não pagamento trará, evidente prejuízo ao nu proprietário, que acabará arcando com as mesmas, assegurando, porém a norma, na forma do art. 1410, VII, o direito de requerer a declaração da extinção do direito real, sem prejuízo de poder cobrar todo aquele valor do usufrutuário que deveria tê-lo pago. 
	
Seguros
No que diz respeito ao seguro do imóvel, incumbirá ao usufrutuário realizar o pagamento em verdadeira hipótese de estipulação em favor de terceiro, considerando que se a coisa vier a perecer, o pagamento da indenização será entregue ao nu proprietário. Ao receber aquele valor, ao nu proprietário possui dupla opção ao seu livre arbítrio, poderá, por exemplo, optar em ficar com o dinheiro, devendo neste caso entregar parte ao usufrutuário, oportunidade em que o valor a ser arbitrado, considerando o tempo de usufruto que estimadamente ainda resta ou poderá o nu proprietário optar em reconstruir o bem, situação em que conduzirá ao restabelecimento do direito real do usufruto. Caso o nu proprietário opte, por sua conta, em realizar o seguro, na eventualidade da coisa perecer, tanto o dinheiro, quanto o imóvel, caso opte em reconstruir passam ser inteiramente seus.
		 
	Usufruto sucessivo, estabelece uma cadeia de usufrutuário – quando se estabelece uma cadeia de usufrutuário, está agredindo o caráter personalíssimo do usufruto. O instituto tende a assegurar uma sobrevida digna. No usufruto sucessivo são usufrutuárias, cada uma no seu tempo, de determinado imóvel como aconteceria, por exemplo, na situação do indivíduo que é usufrutuário do bem por 30 anos, esgotando-se esse prazo, se prevê a possibilidade de passar a um terceiro e por fim a ¼ deste sim, até morrer. A jurisprudência majoritária e a doutrina, entendem pela inexistência dessa modalidade de usufruto, argumentando, inicialmente que se viola o caráter temporário e personalíssimo do instituto, na medida em que, o que se quer com esse usufruto é justamente privar o nu proprietário, dele em determinado momento, usar e fruir do bem, ademais, com essa cadeia de usufrutuário, não se pretende conferir dignidade e sobrevivência digna a uma pessoa específica e determinada como é fundamental no usufruto, devido ao seu caráter personalíssimo. 
					USUFRUTO CONJUNTO OU CONJUNTIVO
→ Duas ou mais pessoas podem ser usufrutuárias de um bem. 
Imaginemo que alguma pessoa renuncie ou morra, qual será o destino da cota parte do indivíduo? Essa indagação passa por duas possíveis soluções. 1) Os usufrutuários do remanescente, passam ser donos do topo. 2) Ou gradativamente, o nu proprietário vá se transformando em nu proprietário pleno. 
	Muito embora o usufruto sucessivo não seja admitido, o usufruto conjuntivo é. Nessa modalidade de usufruto, duas ou mais pessoas ao mesmo tempo exercem ao mesmo tempo, os poderes de usar e fluir sobre aquele bem. A grande indagação que se coloca, diz respeito a consequência proveniente do óbito ou denúncia de um dos usufrutuários, de maneira que, duas soluções se apresentam como viáveis. Os usufrutuários remanescentes, acrescem, aumentam os seus quinhões, em verdadeira hipótese de direito de acrescer e nesse contexto o nu proprietário só se tornará pleno ao final. O usufruto vai se extinguindo gradativamente, e o nu proprietário vai pouco a pouco, recuperando os seus poderes, de usar e fluir, de maneira que, poderá exigir valor proporcional a essa extinção gradativa, esteja o imóvel alugado ou não. 
Art. 1411 – ato intervivos. 
Caso o usufruto tenha sido estabelecido por ato intervivo, a regra, é a extinção gradativa do usufruto (direito real), salvo estipulado o direito de acrescer. 
A solução passa pela análise de como o usufruto foi instituído. Em se tratando de usufruto constituído por ato intervivos, como a doação e a escritura declaratória, a regra é a extinção gradativa desse direito, salvo em havendo estipulação expressa em sentido contrário. Assim, caso o instituidor desse usufruto tenha interesse, poderá consagrar o direito de acrescer. A cláusula de estipula o direito de acrescer é perfeitamente válida e só não produzirá efeitos na hipótese de doação com reserva de usufruto, feita de pais a filhos, considerando que, com a morte de um dos ascendentes, o filho possui todo o direito de receber aquela herança de forma livre e desembaraçada, sem qualquer restrição, já que o direito a herança é uma garantia individual, previsto no art. 5º da CRFB. 
ART. 1946 – 
Em se tratando de usufruto constituído por testamento, a solução passa pelo art. 1946, estipula como regra o direito de acrescer em favor dos usufrutuários remanescentes. Compreende-se que, é intenção do testador contemplar aqueles indivíduo com usufruto daquele bem como um todo de forma que o quinhão acrescerá aos usufrutuários remanescente. A única exceção a essa regra estará presente na hipótese em que o testador deixar claro no testamento que pretende contemplar o indivíduo penas com aquele percentual ou fração, neste contexto, caso um dos usufrutuários venha a óbito, como o testador queria contemplar, cada um com o percentual específico, nada mais natural que o nu proprietário va pouco a pouco recuperando o seu direito real. 
Art. 1410 – extinção do usufruto 
IV – circunstância subjetiva: motivo, cessação, para que requeira a declaração judicial do fim do usufruto. Para
que enseja a declaração do termino do usufruto, é necessário que ele esteja expresso no contrato, na escritura pública. 
Por consolidação, o usufrutuário pode se tornar proprietário. 
VII – deixar arruinar o bem, os gastos da obrigação propter rem. 
– Pelo não uso da coisa. Enunciado 252, EJC
	O art. 1410 traça a extinção do usufruto, devendo ser observada, qualquer que seja o termo ou condição, estipulado pelo instituidor, a morte do usufrutuário, sempre colocará fim ao usufruto, os motivos são as circunstâncias subjetivas que levaram a criação desse direito real e que por esta razão, devem estar caracterizadas de forma expressa. E não havendo essa menção expressa, será impossível requerer a declaração judicial da extinção do usufruto, sob esse argumento, a consolidação acontecerá, nas hipóteses excepcionais do usufrutuário se tornar proprietário pleno, tal como se daria, por exemplo, e doação com reserva de usufruto, feita de pais a filhos, onde fique constatado que o filho não possui descendentes nem companheiros, de maneira que, por ocasião do seu óbito, todos os seus bens serão entregues ao seus ascendentes, ficando claro assim, a consolidação. O não uso da coisa, também poderá conduzir a extinção do direito real, devendo o interessado promover ação declaratório de extinção do usufruto, demanda essa que não obedecerá a qualquer prazo, bastando que o magistrado fique convencido que o usufrutuário abandonou, deixando por tanto de dar função social ao imóvel sobre o qual, existe esse usufruto.
DIREITO DE ACRESCER 
FIDEICOMISSO = TESTAMENTO 
TESTADOR → FIDUCIÁRIO (PROP. LIMITADO) → FIDEICOMISSÁRIO 
	O fiducomisso no direito brasileiro é instituto típico do direito sucessório, de maneira que não há como concebê-lo para produção de efeitos intervivos. Através desse instituto o testador, elabora seu ato de última vontade deixando claro que por ocasião de sua morte o patrimônio ou bem por ele indicado será transferido ao fiduciário até que advenha o termo ou condição escolhido pelo prestador, sendo usual ser utilizado o óbito como causa de extinção da propriedade fiduciária, momento em que os bens ou o bem serão entregues a pessoa do fideicomissário, também escolhido pelo testador. Enquanto não implementada a condição ou termo instituída pelo testador, o fideicomissário possui mera expectativa de direito, na vigência do código de 1916, qualquer indivíduo poderia ocupar as posições de fiduciário e fideicomissário, o que veio a se modificar com o advento do código atual que limitou as pessoas que podem ocupar a posição de fideicomissário. 
Art. 1951. 
ART. 1952 → SÓ POSSO ESTIPULAR COMO FIDEICOMISSÁRIO A PROLE EVENTUAL (AINDA NÃO EXISTEM). Quando eu morrer, o testamento passa a vigorar, a produzir seus efeitos. 
→ a doutrina defende que aplica-se o prazo previsto no art. 1800, §4º. → 2 anos. 
	O testamento é negócio jurídico que só produzirá efeitos após a sua concretização e com óbito do testador. O testador para constituir esse direito real deve indicar como fideicomissário a chamada prole eventual, seja do próprio fiduciário, seja de outra pessoa por ele indicada. Em ambas as hipóteses o óbito do testador a pessoa encarregada de gerar a prole dispõe de dois anos contados do óbito do testador para gerar a filiação esperada. Caso não fique grávida no prazo ajustado a consequência será a aquisição da propriedade plena por parte do fiduciário já que não seria justo que fique indefinidamente aguardando que a prole seja providenciada. 
Art. 1952, único. → Adquirirá o fideicomissário o direito (nu proprietário) e o fiduciário, passa a ser usufrutuário (usufruto legal)
art. 1689, I → Usufrutos dos pais em relação aos filhos. O legislador entende que a vontade real do testador, seja adiantado ao fideicomissário. 
O direito do fideicomissário só se concretiza com seu nascimento com vida (possui apenas expectativas)
Se ao tempo do óbito do testador a prole eventual ainda não foi gerada ou ainda não nasceu, o fiduciário assume a propriedade limitada e pode fazer uso dos quatros poderes inerentes a propriedade, sem qualquer limitação em relação aos mesmos. Porém, é chamado de proprietário limitado justamente porque a sua propriedade será fulminada com o advento do termo ou condição escolhido pelo testador. Caso por ocasião do óbito do testador o fideicomissário já tenha nascido, o mesmo assumirá a nu propriedade e o fiduciário passa a ser usufrutuário em mais uma nítida hipótese de usufruto legal, tal como se verifica do art. 1689, I. O legislador institui esse usufruto legal, partindo da premissa de que sua intenção ao final era a de constituir a propriedade em favor do fideicomissário antecipando-se a conclusão do seu desejo, por força do já nascimento do fideicomissário. 
Art. 1953
Legado o indivíduo e contemplado com bem específico em testamento. 
	A morte do fiduciário nem sempre implicará na extinção do direito real, de maneira que é preciso observar o termo ou condição escolhido pelo testador. Caso o termo ou condição eleito ainda possa ser cumprido pelos herdeiros do fiduciário, não há que se falar em extinção do direito real, da propriedade do fiduciário. Assim, por exemplo, se o termo é o prazo de 20 anos, e o fiduciário vem a óbito no 15º, seus herdeiros assumirão a propriedade resolúvel pelos 5 anos faltantes e aí sim entregarão o bem a pessoa do fideicomissário. Também é vedado que o testador escolha mais de uma pessoa para figurar como fideicomissário, estabelecendo com isso verdadeira cadeia de fideicomissários.
	
	DIREITO REAL DE HABITAÇÃO 
→ Exclusivo de bens imóveis. 
→ Distingui-se do usufruto, por somente pode fazer parte do poder de usar, não podendo ter qualquer rendimento ou emprestar o imóvel. Cria-se por ato intervivo, por testamento ou por lei. 
→ maior aplicação ao direito sucessório. 
→ VITALÍCIO. 
Art. 1414 a 1416. 
	O direito real de habitação é exclusivo de bens imóveis e pode ser instituído por lei, testamento, ou ainda, por ato intervivo, trata-se de direito real típico de bens imóveis e ainda direito real sobre coisa total ou parcialmente alheia, diferentemente do usufruto, onde seu titular pode usar e fluir sobre coisa que pertence a outrem, o mesmo não acontece na habitação, onde seu titular possui apenas a possibilidade de morar no imóvel, não podendo com isso, ter qualquer espécie de benefício, financeiro, sobre o bem, que como dito só tem o direito de morar. 
	Art. 1831 → Direito real sucessório. 
	A grande aplicação do direito real de aplicação está relacionada ao art. 831, que trata da habitação sucessória, por esta norma, o conjunge sobrevivente e o companheiro terão direito a ser mantidos na posse do imóvel, desde que pela literalidade da norma, seja único daquela natureza a inventariar. Apesar da norma não permitir a habitação para aquelas hipóteses em que ficar caracterizado que o casal possuia outros bens, a maioria da jurisprudência entende que é possível a habitação, desde que caracterizado que aquele imóvel serve de domicílio para o casal. O objetivo da habitação sucessória está relacionada a manutenção da dignidade da pessoa do cônjuge, considerando que através dele, poderá manter o mesmo padrão socioeconômico que possuía por ocasião da vida do outro cônjuge. Se a habitação não estivesse consagrada ao término do inventário, os herdeiros poderia exigir, judicialmente a venda do bem e o conjugue, com a quantia que lhe seria entregue não teria meios de manter a sua dignidade, muito embora o direito real de habitação seja exclusivo do cônjuge, que pode inclusive constituir nova união. As obrigações proter rem correrão por sua conta, da mesma forma que as despesas inerentes a conservação do bem, evitando-se, com isso, eventual demanda judicial, proposta pelos herdeiros, requerendo a declaração judicial da perda do direito real. 
Art. 1415 → hipótese excepcional ter sido constituído em favor de mais de uma pessoa. 
	Enquanto no usufruto conjuntivo aquele que vier a morar sozinho,
poderá ser compelido pelos demais a pagar aluguel proporcional em ação de arbitramento de aluguel, na habitação, caso a mesma tenha sido instituída em favor de dois ou mais titulares aquele que eventualmente venha a morar sozinho, jamais poderá ser obrigado a pagar valor proporcional pela sua ocupação exclusiva, considerando que, não é da essencial do instituto que o seu titular, possa ter, qualquer tipo de benefício com a criação desse direito real, por essa razão, que nada deverá por ele ser entregue. As disposições relativas ao usufruto se aplicam a habitação, desde que, compatíveis entre si. Toda e qualquer norma, relativa ao usufruto que esteja relacionada a percepção de rendimentos não se aplica a habitação. Caso contrário, a aplicação de um instituto ao outro, será imediata. Assim, por exemplo, a habitação é em regra personalíssima, faz com que o titular tenha toda as obrigações inerentes a sua posse direta e é personalíssimo, na medida em que todas essas características são compatíveis com o usufruto. 
	
DIREITO REAL DE SUPERFÍCIE (ART. 1369 A 1377) 
SUPERFÍCIE OU CONCESSIONÁRIO 
Estatuto da cidade – L. 10.257/01
SUPERFICIÁRIO/CONCESSIONÁRIO → DEVOLVE TUDO QUE UTILIZOU (temporário, até que advenha o termo ou condição). 
IMÓVEL → CONCEDENTE OU FUNDEIRO 
	O código de 1916, não tratava do direito real de superfície e a primeira norma que regulou o assunto, foi o estatuto da cidade um ano antes do código civil atual que também tratou do tema. Apesar de duas normas tratarem do mesmo assunto, não há qualquer incompatibilidade entre elas, na medida em que a superfície do Estatuto da Cidade tem objetivo de fomentar as políticas públicas de desenvolvimento urbano como um estacionamento público, uma rodoviária, ao passo que a superfície do código civil, incidirá sobre todas as demais modalidades desse direito real. Trata-se de direito real genuinamente imobiliário, onde o dono do solo por direito real, por escritura pública, transfere a outrem o direito de construir ou plantar sobre imóvel que lhe pertence. O objetivo da superfície é o de estimular a função social daquele bem que até aquele momento não existia e o proprietário do solo, por hora, não pretende alienar o bem. 
	
CÂNON – VALOR DO DIREITO REAL DE SUPERFÍCIE. 
Art. 1375 
O direito real de superfície promove o afastamento temporário do princípio da gravitação jurídica onde o acessório segue a sorte do principal. Na Constância desse direito real o superficiário exerce com autonomia os poderes inerentes à propriedade sem qualquer interferência do fundeiro. Como se trata de um direto real essencialmente temporário, normalmente constituído até que advenha determinado prazo, muito embora possa ser extinto pela ocorrência de uma condição, o superficiário poderá ter esse direito a seu favor a título oneroso ou gratuito e devera estimar o período aproximado da superfície, levando em conta os investimento que teve que fazer e o lucro razoável pelo período previsto, na medida em que, ao seu término e caso a escritura de criação da superfície nada dispõe o superficiário deverá devolver sem poder recobrar qualquer valor que investiu. 
→ Não é personalíssimo (não se extingue pela morte do superficiário). Os quatros poderes da propriedade poderá ser exercidos. 
Art. 1372 
art. 1373 → direito de preferência. 
510 JDC → Ação de consignação em pagamento c/c ação de adjudicação → prazo decadência de 6 meses, a partir da transcrição do título, criando presunção absoluta que a coletividade tenha conhecimento. 
→ tentar convencer o juiz para ir contra o teor do enunciado. 
Teoria da Actio Nata → a partir do efeito conhecimento do ocorrido. 
	O direito real de superfície é temporário, porém não personalíssimo, de forma que a morte do superficiário não extingue esse direito real. A qualquer momento também é possível alienar a titularidade, tanto da superfície, como do solo a terceiros, em se tratando de alienação gratuita é possível a alienação sem que se respeite a preferência já que em se tratando de uma liberalidade, não há como dar preferência a quem quer que seja. Nas alienações onerosas, ambos são obrigados a dar preferência ao outro para que a propriedade esteja concentrada em favor de uma única pessoa, evitando-se assim, inúmeros conflitos de interesse. Aquele que pretender alienar deverá oferecê-lo ao outro, tanto por tanto, ou seja, sob as mesmas condições e com o mesmo preço. Caso, deixa de observar a preferência, ficará sujeito o adquirente a ser real em ação de consignação em pagamento, cumulada com o pedido de adjudicação compulsória ajuizada por aquele que foi preterido em face do terceiro adquirente que recuperará o que se viu obrigado a pagar a hipótese é de negócio jurídico válido porém ineficaz, na medida em que, se aquele que foi excluído não tiver qualquer intenção em adquirir aquele quem ou não puder fazê-lo, nõa há qualquer razão para quera negócio seja desconstituído. Por esta razão, o negócio apenas ineficaz e em relação ao outro titular de direito real. O prazo para o juizamento dessa medica é o previsto no EJC 510, que deixa claro se trar 6 meses contados do efetivo registro. Apesar do registro conferir eficácia erga omnes a alienação feita pode ser de conhecimento da outra parte e por esta razão é possível excepcionalmente invocar a teoria ACTIO NATA que defende que o prazo, que é decadencial, só poderá contar do efetivo conhecimento.
ENFITEUSE 
ART. 1369 → CISÃO 
ART. 1371 → 
	Muito embora o art. 1369, deixe claro que a superfície venha ser instituída, transferida ao superficiário, o direito eventual, abstrato, de construir ou plantar. A doutrina afirma que é possível ser instituído através do fenômeno da cisão, onde as construções ou plantações no momento da formação do direito real, já existem. Em hipótese alguma poderá aquele que não exerce o direito de preferência cobrar qualquer valor pelo não exercício do seu direito, tal como acontecia na enfiteuse. 
	O art. 1371, determina que é de responsabilidade do superficiário o custeio de todas as obrigações propter rem, artigo este criticado pela doutrina, considerando que não é justo obrigar o superficiário a custear IPTU, por exemplo, de parte do terreno, que não lhe diz respeito. Ademais, alguns tributos são de competência federal e estadual de maneira que o código civil é uma lei federal e não pode definir, competência de imposto, que não lhe diz respeito, como IPTU, que é de competência municipal, não podendo o legislador federal discipliná-lo. Grande parte da doutrina entende ainda que esta norma é uma norma dispositiva e como tal a escritura de criação da superfície pode prever em sentido contrário.
→ Resolúvel (porque o superficiário possa usar, fluir e reivindicar, até que advenha o termo). 
→ Direito real sobre coisa alheia → não há como desvincular a coisa do solo. 
	Extinção da superfície advém do termo ou condição. 
	Art. 1376. → desapropriação, cada um receberá um valor ao tempo proporcional (assim como no usufruto.
	A doutrina discute a natureza jurídica da superfície. Alguns defendem a ideia de que se trata de direito real autônomo, porém resolúvel, na medida em que na constância do mesmo, o superficiário poderá com autonomia exercer os quatro poderes inerentes a propriedade, podendo, por exemplo, hipotecar as construções, dar em usufruto, alugar, sabendo aquele que com ele transacionou, que a qualquer momento os direitos reais e pessoais constituídos serão extintos com o advento do termo ou condição. Há quem sustente que se trata de direito real sobre coisa alheia na medida em que, apesar da autonomia em relação a superfície não há como analisar este direito real, desvinculando-o do terreno, até mesmo porque ao término do direito real o dono do solo recuperará todas as construções ou plantações 
O DIREITO REAL DE SUPERFÍCIE ESTÁ CONDICIONADO AO TERMO OU CONDIÇÃO, MOTIVO PELO QUAL EXTINGUI-SE TAL DIREITO. PODENDO EXISTEM DUAS FORMAS ANÔMALAS DE EXTINÇÃO, POR MEIO DE UMA FINALIDADE DIVERSA

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