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10.07 Inicial de exclusão de FP Ap Professor (especial)

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EXMO(A) SR(A). JUIZ(A) FEDERAL DA ___ª VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO 
__________ – JUIZADO ESPECIAL FEDERAL 
 
 
 
 
ACELIA nnnnn, brasileira, aposentada, casada, portadora da cédula de 
identidade n° nnnnn – SSP/CE, inscrita no CPF sob o nº nnnn, residente e domiciliada na Rua 
nnnnnn, através do advogado abaixo assinado, vem com o devido respeito à presença de V. 
Exa., promover a presente 
 
 
AÇÃO PREVIDENCIÁRIA PARA EXCLUSÃO DE FATOR PREVIDENCIÁRIO DE 
APOSENTADORIA DE PROFESSOR 
 
em face do INSS - Instituto Nacional do Seguro Social, autarquia federal com endereço na 
Rua Pedro Pereira, nº 383, Centro, o que faz em razão dos fatos e fundamentos jurídicos que 
passa a expor para, ao final, requerer: 
 
 
 
SINOPSE FÁTICA 
 
 
A autora é titular do benefício de aposentadoria por tempo de serviço de professor, registrado 
sob o nº 57/XXX.XXX.XXX-X, com DIB fixada em XX/XX/XXXX. 
 Segundo o INSS, o benefício teve RMI (Renda Mensal Inicial) calculada nos termos da 
Lei 8.213/91, alterada pela lei 9.876/99, calculando a média dos 80% maiores salários de 
contribuição do segurado, multiplicado pelo fator previdenciário. 
Contudo a atividade de magistério sempre foi considerada como especial, sendo inclusive 
arrolada no quadro anexo do Decreto 53.831/64 no item 2.4.1. 
 Há que se observar que a própria classificação numérica do benefício é de número "57", 
enquanto que a Aposentadoria por Tempo de Contribuição tem por número "42", denotando, 
assim, a natural diferença conceitual que há entre esses benefícios. 
 Contudo o INSS aplicou o fator previdenciário sobre o benefício da autora, o que 
implicou em considerável decréscimo de sua RMI e atual RMA (Renda Mensal Atual). 
Cansada de ter seu direito afastado por aquela autarquia, a autora vem propor ação para 
exclusão do deletério fator. 
 
 
DO DIREITO 
 
 É necessária uma breve análise do cotejo entre os tipos de aposentadoria para que 
sejam afastadas discrepâncias e aproximadas similitudes. 
 
Da Aposentadoria Por Tempo De Contribuição 
 
 A Aposentadoria por Tempo de Contribuição foi regulamentada pelos artigos 52 e 53 da 
Lei 8.213/91. 
 Após a emenda 20/98, a aposentadoria por tempo de contribuição passou a ser prevista, 
pelo artigo 201, §7º, inciso I, da Constituição, com extinção da aposentadoria proporcional, 
ressalvado o direito daqueles que já se encontravam inscritos antes da alteração da lei. 
 A emenda 20/98, ao instituir a reforma do sistema da previdência social, vedou a adoção 
de requisitos e critérios diferenciados para concessão de aposentadoria, ressalvando os casos 
de atividades exercidas em condições especiais que prejudiquem a saúde. 
 No entanto, tanto na redação original da Constituição Federal, quanto em suas 
posteriores alterações, a aposentadoria do professor vinha expressa em regra apartada, prevista 
pelo próprio texto constitucional, o que se compreende que este benefício não pode ser 
confundido com a aposentadoria por tempo de contribuição comum. 
 
Da Aposentadoria Especial 
 
O conceito de Aposentadoria especial está centrado na idéia de que a nocividade a que está 
exposto o segurado trabalhador o faz perecer mais cedo, implicando em maior ocorrência de 
contingências sociais. 
Buscando a Previdência Social elidir os efeitos deletérios do trabalho e de seu conseqüente 
desgaste natural, criou benefícios para que os segurados tivessem, em certo tempo, provido seu 
próprio sustento, para que não mais se desgastasse devido ao trabalho necessário. 
A Atividade Especial faz com que tais contingências se aproximem mais rapidamente dos 
segurados. 
Assim, os mecanismos que buscam garantir a renda do trabalhador para que não tenha que se 
expor ao desgaste do labor "ad eternum" são mitigados, encurtados, haja vista sua atividade 
mais desgastante ainda. 
Apesar da lei 9.032/95 ter acabado com a presunção por categoria de atividade especial, o 
professor continuou, se demonstrado exposição habitualmente e permanente, manteve o direito 
a contagem privilegiada do tempo. 
 
Da Aposentadoria Por Tempo De Serviço De Professor 
 
 Atualmente a Aposentadoria (Especial) do Professor atualmente está prevista no artigo 
201, §8º da Constituição Federal. 
 Mas, ainda em tempos pretéritos, o magistério sempre já era considerada atividade mais 
desgastante, ensejando contagem de tempo especial e conseqüente redução de requisitos para 
concessão de aposentadoria. Há de se observar que o Decreto 53.831/64 já contemplava em 
seus rols tal atividade. 
 
2.1.4 MAGISTÉRIO Professores. 
 
 
 Desta forma a aposentadoria do professor já poderia ser considerada como especial 
desde aquela data o que podemos considerar como sendo a origem do critério diferenciado. 
 O fato de EC 19/81 trazer previsão constitucional de requisito tempo diminuído para o 
professor apenas fortalece a idéia de que a atividade é insalubre e merece contagem 
diferenciada. 
A redução do requisito tempo para o professor é uma forma de compensação pelo desgaste do 
trabalho, tal como se verifica na aposentadoria especial. Da mesma forma que a aposentadoria 
especial tem como finalidade tirar o segurado antecipadamente do mercado do trabalho para 
evitar maiores desgastes. 
 Ao se pronunciar o Min. Carlos Aires Brito no julgamento da ADI 3.772/DF, justificando o 
motivo pelo qual a Constituição previu regras diferenciadas para a aposentadoria do magistério: 
 
Observa-se que o §º do artigo 40 e o §º do artigo 201 da Carta Magna 
proíbem, no regime próprio e no regime geral de previdência a adoção 
de requisitos diferenciados para a aposentadoria. A regra, pois, é a 
vedação de requisitos diferentes, mas com algumas exceções de logo 
explicitadas. Uma delas, precisamente, é a da aposentadoria do 
professor com tempo de efetivo exercício em funções de magistério, 
que lhe foi conferida em razão das peculiaridades do seu labor, pois 
focadamente voltado para o “pleno desenvolvimento da pessoa, 
seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para 
o trabalho”, como explicitado pelo artigo 205 da Constituição Federal. 
 
 O reconhecimento do desgaste pelo qual passa o professor é tamanho que, ao julgar a 
ADI 3.772, o Supremo entendeu que poderia comportar a atividade de magistério inclusive 
atividades fora de sala de aula que objetivasse o ensino. 
 A finalidade da aposentadoria especial como é o caso de caso uma aposentadoria de 
tempo reduzido para o professor, é impedir antecipadamente que o segurado trabalhador 
daquela atividade sinta-se compelido a trabalhar por demasiado tempo que leve ao 
acontecimento de contingências sociais. 
 
DA INAPLICABILIDADE DO FATOR PREVIDENCIÁRIO 
 
 A Lei 9.876/99 não fez qualquer referencia a aplicação do fator previdenciário na 
aposentadoria especial. Também não fez menção específica sobre a a aplicação do fator a 
Aposentadoria do Professor. 
 Fazer incidir a aplicação do Fator Previdenciário na Aposentadoria do Professor é dar 
interpretação extensiva (porém restritiva de direito) àquela legislação. 
 É de tal modo forçoso entender que ambas (do professor e tempo de contribuição) tem a 
mesma natureza que a própria autarquia previdenciária cataloga os benefícios de forma diversa: 
aposentadoria por tempo de contribuição "42" e aposentadoria do professor "57". 
 
 Com efeito, aplicar o fator previdenciário ao professor seria dar a Lei 9.876/99 
interpretação extensiva, porém restritiva, pois não houve previsão de aplicação do fator a 
aposentadoria do professor, que não pode ser encarada de forma como por tempo de 
contribuição, haja vista que a própria autarquia dá tratamento diferenciado, inclusive 
numerando-as de forma diversa. 
 
JURISPRUDÊNCIA QUANTO AO MÉRITO 
 
 A Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais entendeu que a lei 
que introduziu a aplicação doFator Previdenciário não trouxe regramento específico para a 
Aposentadoria (Especial) do Professor. Verbis: 
 
10. Meu voto, portanto, conhece e dá provimento ao pedido de 
uniformização interposto pela parte autora, firmando o entendimento, 
na linha dos julgados emanados da Corte Superior, de que não incide 
o fator previdenciário no cálculo do salário de benefício da 
aposentadoria do professor (espécie 57). 
11. Considerando que a matéria é exclusivamente de direito e visando 
a dar efetividade ao princípio da celeridade, que rege os Juizados 
Especiais, acolho o pedido inicial e condeno o INSS a revisar a renda 
mensal inicial do benefício da parte autora (NB 57/157.418.353-0 – 
DIB 25/07/2012), para excluir o fator previdenciário do cálculo 
concessório, e a pagar à segurada os valores atrasados, a contar 
DER/DIB, corrigidos pelo INPC, de acordo com o Manual de 
Orientação de Procedimentos para os Cálculos na Justiça Federal, e 
acrescidos de juros de mora, nos termos do art. 1º-F da Lei n. 
9.494/1997, com redação dada pela Lei n. 11.960/2009. Determino o 
retorno dos autos diretamente ao Juizado de origem para liquidação. 
Afastada a condenação da parte autora em honorários advocatícios 
nos termos da Questão de Ordem n. 2/TNU. (PEDILEF 5010858-
18.2013.4.04.7205) 
 
 
 
 O julgamento traz como precedentes julgados da Corte Superior, o Superior tribunal de 
Justiça, que já há tempo tem confirmada a tese. Transcrevo adiante: 
 
PREVIDENCIÁRIO. CONVERSÃO DE TEMPO DE SERVIÇO 
ESPECIAL EM COMUM. ATIVIDADE DE MAGISTÉRIO. CABIMENTO. 
1. Cinge-se a controvérsia à possibilidade de conversão do tempo de 
serviço especial laborado na atividade de magistério, em tempo de 
serviço comum. 2. Segundo a jurisprudência do STJ, "Não incide o 
fator previdenciário no cálculo do salário-de-benefício da 
aposentadoria do professor" (AgRg no REsp 1251165/RS, Rel. Ministro 
JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 07/10/2014, DJe 
15/10/2014) Agravo regimental improvido. 
 
(STJ - AgRg no REsp: 1485280 RS 2014/0252075-2, Relator: Ministro 
HUMBERTO MARTINS, Data de Julgamento: 16/04/2015, T2 - 
SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 22/04/2015) 
 
 
 
3. DOS PEDIDOS 
 
Ante o exposto, requer: 
1. Digne-se Vossa Excelência de mandar citar o réu para comparecer à audiência de conciliação, 
instrução e julgamento em data a ser designada, e, querendo, apresentar sua defesa, sob pena 
de revelia e presunção de verdade quanto aos fatos articulados. 
2. A procedência do pedido para condenar o INSS a revisar o benefício da autora 
(57/157.418.353-0), afastando a aplicação do fator previdenciário, na sistemática de cálculo 
do salário de benefício à aposentadoria do professor, devido desde a DIB 25/07/2012. 
3. As diferenças vencidas, inclusive anteriormente ao ajuizamento (respeitada a 
prescrição qüinqüenal), deverão ser acrescidas de juros de 12% ao ano de acordo com a 
súmula 03, TRF 4ª Região e correção monetária de acordo com as súmulas 43 e 148, STJ, 
além de verba honorária de 10% sobre o valor da condenação, esta devida em caso de recurso. 
4. O benefício da gratuidade judiciária, 
imposta pela Lei 7.510/86, por ser a autora aposentada, sem qualquer renda adicional, ficando 
assim sem condições de arcar com as despesas processuais, sem prejuízo de seu sustento e de 
sua família. 
5. A especificação de provas nos documentos anexos (inclusive processo administrativo), bem 
como qualquer outra que se fizer necessária. 
Atribui à causa o valor de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais). 
 
Nestes termos, pede deferimento. 
Nova York, 04 de janeiro de 2015. 
OAB

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