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Contratos (1)

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Contrato é um vinculo jurídico entre dois ou mais sujeitos de direito firmados pelo acordo de vontades, da responsabilidade do ato firmando, resguardado pela segurança jurídica em seu equilíbrio social. 
Estipulação em favor de terceiros
Um dos princípios contratuais é o princípio da relatividade dos efeitos por ele produzido, a que se funda a ideia que a produção de seus efeitos somente se dará em relação as partes, que manifestaram suas vontades, vinculando-as ao conteúdo do contrato, dessa forma, não interferindo na esfera patrimonial de terceiro. Entretanto, existe exceção expressa prevista em li, a qual permite estipulações em favor de terceiro, ou seja, duas pessoas convencionam, o estipulante e o promitente, em ceder a terceiro – estranho à convenção - vantagem ou benefício. Faz mister saber, que o contrato proporcionará atribuição patrimonial gratuita ao beneficiário, vantagem essa suscetível de apreciação pecuniária a receber sem contraprestações. O terceiro, pós aceitação da estipulação, agem com direito próprio, dessa forma, torna-se legitimado a requerer em ação, que tal direito seja exercido em sua plenitude. 
Promessa de fato de terceiro. 
Trata-se do denominado contrato por outrem ou promessa de fato de terceiro em que o único vinculado é o promitente, que assume obrigação de fazer que, não sendo executado, resolver-se-á em perdas e danos. Isto porque ninguém pode vincular terceiro a obrigação. As obrigações têm fontes na vontade do devedor, da lei ou de ato ilícito por ele praticado. Logo, àquele que promete fato de terceiro, assemelha-se a figura do fiador, que tem o dever de garantir a realização da prestação prometida, contudo, tal instituto não se confunde com as garantias fiduciárias, que por seu turno, são contratos acessórios, ao passo que a promessa de fato de terceiro é principal, como também, não há de confundir com a figura contratual do mandato, por faltar-lhe representação. Diante do exposto no caso concreto, Mariana, a terceira na relação jurídica, veio assumir tal obrigação perante os responsáveis pelo evento, liberando o promitente. 
VENIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM 
	A constatação do abuso de direito parece se localizar no princípio da boa-fé obejtiva, pois em todos os atos apontados como abusivos, estará presente um violação ao deve de agir de acordo com os padrões de lealdade e confiança. Boa-fé e abuso de direitos se complementam. Sendo esta utilizada como parâmetro de valoração do comportamento dos contratantes. 
	O direito será considerado irregular e, nessa ambientação, abusivo, se consubstanciar a quebra da confiança e legítima expectativas de terceiros. Sendo o uso antifuncional do direito aferido objetivamente, em razão do conflito teleológico da norma e da atuação do indivíduo. Aparentemente o comportamento atende ao direito, por não haver violação na estrutural-forma da norma, mas em seu fundamento axiológico, em que impões os limites da própria norma, a que se funda a função social do contrato. 
	O abuso de direito surge no interior do próprio direito, em sua estrutura, e não reside no plano psicológico do indivíduo, a que se remete o dolo e a culpa, trata-se de constatação objetiva-finalístico, ou seja, basta que o ato caracterizado seja similar aos efeitos ilícitos para sua constatação. O autor recairá em responsabilidade civil de reparar os danos. É evidente, dessa forma, que a teoria do abuso de direito consiste na relativização dos direitos, sejam subjetivos, sejam potestativos. 
	Trata-se de modalidade de abuso de direito em que veda o comportamento contraditório nas relações jurídicas, sob pena de abuso de direito, consistente na quebra do princípio da confiança – decorrente da função integrativa nos ditames do princípio da boa-fé objetiva, conforme art. 422, C.C. O venire é a sequencia de dois comportamentos independentes em si e contraditórios, em que o primeiro – comportamento -, é capaz de gerar legítimas expectativas em terceiro, que a relação jurídica será mantida ou concluída. Logo, o titular do direito que desvia de seu sentido teleológico da norma que lhe ampara e, após gerar legitimas expectativas em outrem, e por final, contradiz o seu comportamento, incorre no abuso de direito incartado pela máxima non potest vernire contra factum proprium. 
Tu Quoque “é até tu?” – sinal de indignação
	Consiste na modalidade de abuso de direito, em que uma pessoa viola determinada norma jurídica, e posteriormente, tenta aproveitar-se da norma violada, com o fito de beneficiar-se. Dessa forma, não permite que um dos contratantes que não cumpriu com suas obrigações negociais, possa exigir a obrigação do outro, a extrair do art. 476, non exception adimplenti contractus, visa a proteção ao princípio da boa-fé objetiva e da justiça contratual, preservando o sinalagma contratual. Tal teoria também encontra fundamento no dolo bilateral/recíproco previsto no art. 150, C.C, em que ambas as partes agindo com dolo no negócio jurídico, nenhuma poderá alegar a do outro com o fito de anulabilidade. Trata-se daquele brocardo, quem não cumpre com os seus deveres não pode exigir seus direitos com base na norma violada. 
Exemplo também, o art. 150, CC, dolo bilateral. 
Art. 476 CC
	Diante de um contrato de compra e venda, o que você alegaria em favor do seu cliente pelo não cumprimento da prestação da do outro. ?
O contrato de compra e venda, é por seu turno, contrato bilateral, pois existe contraprestação para ambas as partes, portanto, trata-se de contrato sinalagmático, ou seja, há uma relação de causalidade prestacional, dessa forma, a prestação de uma das partes é causa da prestação da do outro. Logo, Marcos tem não tem o direito de exigir o cumprimento da prestação do meu cliente. Encartado na máxima do TU QUOQUE, consiste na modalidade de abuso de direito, em que uma pessoa viola determinada norma jurídica e, posteriormente, tenta aproveitar-se da norma violada, com o fito de beneficiar-se. Nessa mesma direção vetorial, não é permitido que um dos contratantes que não tenha cumprido com suas obrigações negociais, possa vir a exigir a obrigação da do outro, sob pena de abuso de direito. Como podemos extrair do art. 476, um relação de complementariedade ao EXCEPTIO NON ADIMPLENTI CONTRACTUS – sendo suscitado em matéria de exceção – em que visa proteção ao princípio da boa-fé objetiva e justiça contratual, preservando o sinalagma do contrato. Por fim, vale lembrar daquele antigo brocardo: “aquele que não cumpre com seus deveres, não pode, a outro giro, exigir seus direitos da norma violada”. 
Duty to mitigate de loss
	Consiste na modalidade de abuso de direito. É o dever de mitigação do próprio prejuízo. Assim, as partes devem tomar todas as medidas necessárias e possíveis para que o dano não seja agravado, impondo comportamento ético aos contratantes. A parte a que aproveita a perda, não pode permanecer deliberadamente inerte, haverá o agravamento devido a inércia do credor. 
Conforme Enunciado 169, que firma que o princípio da boa-fé objetiva deve levar o credor a evitar o agravamento do próprio prejuízo. 
Contrato preliminares
O contrato preliminar é aquele que tem por objetivo garantir a realização de um contrato definitivo. Tal contrato possui natureza provisória, interina, a qual as partes comprometem-se levar a conclusão um contrato ulterior. Normalmente é utilizado quando as partes tem interesses recíprocos no negócio, porém, devido a um inconveniente momentâneo, o contrato definitivo é efetivado em momento oportuno subsequente. 
Não há de se confundir contrato preliminar, em que as partes sujeitam-se a conclusão do contrato ulterior, ou seja, vinculam-se a continuidade do negocio, com negociações preliminares, já que nessa fase – das tratativas, pré-contratutal – é utilizada para discutir interesses, estudar e negociar o objeto de um possível e eventual contrato. 
Vale dizer que, o contrato preliminar não averbado junto à matrícula do imóvel, produzirá efeitos tão somente entre as
partes – interpartes. Quando averbado, surge direito em favor do promitente comprador, pois levado a registro junto ao Cartório de Registro de Imóveis, produz efeitos reais a aquisição do imóvel e à sua adjudicação compulsória, oponíveis a terceiros. 
Art. 16, decreto 58, de 1937 – adjudicação compulsória é a transferência obrigatória (compulsória) de todos direitos inerentes a posse ou domínio de determinado bem, sendo considerada uma forma direita de satisfação do débito (schuld), ao credor. 
Art. 25, §6º, da lei 6766/79 – confere poderes ao oficial de cartório para promover a posse/domínio a outrem, desde que esse tenha o contrato de promessa de compra e venda e o seu respectivo recibo de quitação. 
Denunciação da lide consiste em uma ação regressiva antecipada promovida contra o alienante, para que, juntos no mesmo processo e em conjunto, venha ser seu litisconsorte, de forma que, se reconhecida a evicção, este poderá se voltar contra o alienante, desde que o risco não sabia e nem tenha o assumido. A arrematação em hasta pública: trata-se de fase processual de penhora, ou seja, o devedor inadimplente, responderá perante ao credor com seu patrimônio, art. 391, CC C/C art. 789 CPC. 
					Negociações preliminares
As negociações preliminares vem a ser a troca de experiências, em que se discute os interesses do negócio, onde há as tratativas, sua principal característica é não ter força vinculante, dessa forma, nenhum dos negociantes está obrigado a contratar e, por conseguinte, não estão obrigados à responsabilidade civil de reparar eventuais riscos que a outra parte sofreu. Entretanto, em se tratando de negociações avançadas, cuja ruptura injustificada, venha causar prejuízos a outrem, este será civilmente responsabilizado por seus atos, isto porque havia gerado legitimas expectativas em terceiro que tal negociação seria levada à conclusão. Fala-se, portanto, de responsabilidade extracontratual (Aquiliana), pois, no meio doutrinário, há quem defenda que a fonte da responsabilidade civil advém de atos ilícitos (gera obrigação civil) e contratos. 
					Proposta
A proposta/policitação/oferta é uma declaração dirigida a outrem com o fito de com ela contratar, não se trata de uma simples tratativa, pois ela possui conteúdo de contrato, bastando que outrem consinta para que haja a formação contratual. Logo, sua principal característica é a força vinculante, ou seja, gera obrigação para quem a faz (o promitente está vinculado a proposta). Trata-se, de forma clarividente, que a proposta é um negócio jurídico unilateral receptício. 
					CLÁUSULA RESOLUTÓRIA CONTRATUAL
	Ocorrendo o inadimplemento, surge para o credor, diversas opções, sendo uma delas a resolução contratual. A desconstituição de um negócio pela sua resolução contratual oriunda de seu inadimplemento, constitui direito potestativo do credor, ou seja, é o poder que o credor tem de sujeitar a contraparte à sua deliberação unilateral, pois os deveres assumidos no negócio não foram cumpridos.
	A doutrina clássica vem discutindo a possibilidade de imposição de limites ao direito subjetivo e potestativo, visto que esses são conferidos pelo próprio ordenamento como forma de satisfação do interesses do particular. Entretanto, a concessão do direito privilegiado pelo ordenamento deve corresponde a seu sentido teleológico, ou seja, a sua própria função social, pois quando movido sem as legítimas motivações, incorreria em abuso de direito, por violar os próprios limites éticos. 
	Como vimos, o abuso de direito é considerado um ato ilícito objetivo. A teoria do inadimplemento mínimo ou adimplemento substancial (substancial performance), visa impor limites de atuação pelo princípio da boa-fé objetiva sobre os direitos subjetivos e, atualmente, é possível questionar o exercício de um direito potestativo pelo crendo à resolução contratual, quando se tem caracterizado o cumprimento de substancial parcela pelo devedor, mas que, todavia, não pode suportar adimplir pequena parcela de sua obrigação. 
	É que se torna abusivo o exercício de um direito pela parte que quer ver o negócio jurídico resolvido, haja vista que o devedor descumpriu, minimamente, sua obrigação. É abusivo de direito à rescisão contratual, porque os drásticos efeitos que podem decorrer, afrontam o senso ético exigido das partes.
				A exceção de inseguridade “EXCEPTION NON RITE ADIMPLENTI CONTRACTUS”
Trata-se de defesa contratual colocada à disposição da parte inocente para se assegurar do risco de eventual inadimplemento criado pela conduta da outra parte. 
Dessa forma, a parte inocente pode sobrestar o cumprimento de sua prestação até que a outra satisfaça a prestação que lhe cabe ou ofereça garantias para tanto. 
Tal instituto encontra fundamento principiológico na boa-fé objetiva e na sua função decorrente: da confiança entre as partes. Logo, a doutrina contemporânea tem denominado “quebra antecipada do contrato” ou “inadimplemento antecipado”, a possibilidade de uma das partes antecipar-se, pleiteando a extinção do contrato mesmo antes do prazo de cumprimento, caso perceba que a outra não cumprirá com sua obrigação. 
				
				Cláusula solve et repete “pague e depois reclame”
A cláusula, solve et repete , que significa pague e depois reclame, é uma renúncia à exceção de contrato não cumprido (artigos 476 e 477 do Código Civil) uma vez que, se convencionada, o contratante estará renunciando à defesa, podendo ser compelido a pagar, independentemente do cumprimento da primeira prestação. Essa cláusula é comum na lei de licitações nos contratos administrativos, em que se tem as cláusulas de exorbitância que visam proteger a Administração Pública, e, por conseguinte, a coletividade. 
						RESILIÇÃO
Resilição é o desfazimento de um contrato por simples manifestação de vontade, de uma ou de ambas as partes. Ressalte-se que não pode ser confundido com descumprimento ou inadimplemento, pois na resilição as partes apenas não querem mais prosseguir. A resilição pode ser bilateral (distrato, art. 472 , CC) ou unilateral (denúncia, art. 473 , CC)

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