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20 Cultura Religiosa 21 www.ulbra.br/ead Is la m is m o ISLAMISMO Enquanto religião, o islã abrange todas as áreas da vida humana, pessoal e social. Por Prof. Ronaldo Steffen História Com origem na Arábia, o islã está pro-fundamente relacionado com a cultura árabe. Ressaltemos, no entanto, que hoje apenas uma minoria de seus seguidores são ára- bes. O islã está difundido por regiões da África e da Ásia, em especial, e é seguido por cerca de 15% da população mundial. A palavra árabe islam significa “submissão”. É pertinente ao seu conteúdo que o ser humano deve entregar-se a Deus e submeter-se a Sua von- tade em todas as áreas da vida. Esse entendimen- to sugere que, enquanto religião, o islã abrange todas as áreas da vida humana, pessoal e social. É a terceira e última das religiões originadas com Abraão, após o judaísmo e o cristianismo. Fruto de um “segundo casamento” de Abraão, agora com Hagar, Ismael dá origem aos muçul- manos. De importância capital para a compreensão do islã é a figura de Muhammad, ou Mohammed, ou, ainda, Maomé. Maomé Nasceu em Meca, na Arábia, por volta de 570 d.C. Nascido numa das principais famílias da cidade, ficou órfão ainda criança. Criado por um tio, Abu Talib, foi trabalhar como condutor de camelos para Khadidja, viúva de um rico mer- cador. Quinze anos mais velha que Maomé, veio a ser sua esposa e exerceu grande influência no desenvolvimento religioso de seu esposo. A peregrinação (Hajj) a Meca é um dos “cinco pilares do islã” Im ag em 1 3: W iki pe di a A Arábia Saudita hoje. Ar qu ivo U LB RA EA D Cultura Religiosa 22 www.ulbra.br/ead Is la m is m o A formação religiosa de Maomé Meca era um importante centro comercial e religioso da Arábia. Tribos nômades já adora- vam, bem antes de Maomé, a pedra preta, objeto de muitas peregrinações de beduínos. Era prática comum na região, também, cultuar muitos deu- ses e seres sobrenaturais, quase sempre ligados a práticas animistas. Em geral, os cultos eram tribais. Aliás, a tribo e a família eram estruturas centrais para o modo de vida dos nômades. Todo o sistema legal estava vinculado à tribo, originada e mantida pelos laços de sangue. Era recorrente o exercício da lei do “olho por olho”, quando um dos membros de uma tribo era assassinado por um membro de outra. Um cenário de constantes e sangrentas rixas fixou-se como prática comum. Maomé foi fortemente influenciado pelos ideais judaicos e cristãos, espe- cialmente o monoteísmo. Já à época de Maomé, apresentava-se um quadro de transição. A sociedade beduína nôma- de começava a dar lugar a uma sociedade urba- na mais fixa. Com isso, a religião e as práticas tradicionais passaram a ser revistas. Nesse hiato aumentou em muito a influência do judaísmo e do cristianismo. Com toda a certeza, Maomé foi fortemente influenciado pelo monoteísmo e pela noção de fim de mundo acompanhado de juízo final. O judaísmo havia se estabelecido em toda a Arábia depois da queda de Jerusalém em 70 d.C. Aos poucos, os judeus incorporaram a língua e o estilo de vida dos árabes, mantendo, porém, sua própria crença e seu culto mosaico. O cristianismo, por sua vez, também havia avançado por muitas regiões do Oriente Médio. Estados como a Abissínia (atual Etiópia) e mui- tas tribos beduínas tornaram-se cristãos. Com certeza o grupo que mais influenciou Maomé em sua formação religiosa foram monges e eremi- tas cristãos, que viviam isolados nos desertos da Arábia. Devotos e generosos, eram pródigos na ajuda aos viajantes. A recitação de Maomé resulta no Alcorão. Deus revela-se a Maomé Era costume de Maomé retirar-se todos os anos para uma caverna aos arredores de Meca com o fim de meditar. Esse hábito também era prática corrente dos eremitas cristãos, que, di- ferentemente de Maomé, fundamentavam sua meditação em algum texto sagrado, em geral os Evangelhos da tradição cristã. Aos 40 anos, Maomé teve uma revelação. Apareceu-lhe o arcanjo Gabriel com um perga- minho ordenando-lhe que o lesse. Maomé não sabia ler e, em vista disso, o arcanjo incitou-lhe a recitar o que ouvia. Sura (capítulo) do alcorão As recitações transmitidas por Maomé fo- ram reunidas num livro, o Qu´ran, o Corão, ape- nas após a sua morte. Assim como no judaísmo e no cristianismo, o islamismo também passa a ter seu livro sagrado. Im ag em 1 4: W iki pe di a 22 Cultura Religiosa 23 www.ulbra.br/ead Is la m is m o De Meca a Medina Após a revelação, Maomé começa sua pre- gação em Meca. Proclama-se profeta e mensa- geiro de Deus. As famílias abastadas entende- ram essa pregação como manobra para usurpar o poder político da cidade. Também as famílias assentadas no tradicionalismo religioso se lhe opuseram por entenderem que, se abandonassem suas antigas crenças, estariam reconhecendo que seus antepassados foram pagãos. A crise estava instalada. A situação de Ma- omé piora após a morte de seu tio e esposa. Al- guns de seus seguidores, residentes em Medina, mostraram-se dispostos a aceitá-lo na cidade. Assim, em 622 d.C. Maomé sai de Meca e vai para Medina. Esse episódio é conhecido como hégira, que significa “rompimento” ou “partida”, mas jamais “fuga”. Líder religioso e político Em Medina, Maomé torna-se um líder reli- gioso e político. Sem perder de vista seu futuro retorno a Meca, procura se estabelecer financei- ramente por meio de assaltos a caravanas perten- centes às famílias ricas de Meca. O conjunto das atividades desenvolvidas por Maomé com vistas ao retorno a Meca é conhecido como jihad, hoje empregado para designar a guerra santa. Na década seguinte, Maomé toma a cida- de de Meca por meios militares e diplomáticos. Ocupou, a seguir, grande parte da Arábia. Em 632 d.C., pouco antes de morrer, havia realizado o feito de unir o país e torná-lo um só domínio, no qual a religião tinha mais representatividade que os antigos laços familiares e tribais. O Cisma no islã após Maomé Após a morte de Maomé, a liderança do movimento foi assumida pelos califas, ou suces- sores. Os três primeiros califas eram parentes de Maomé. O quarto califa, Ali, genro de Maomé, casado com sua filha Fátima, era filho de seu tio, Abu Talib, que o havia criado. Surgem os Xiitas e os Sunitas O Cisma no mundo islâmico começa na época de Ali. Sua liderança foi repleta de contro- vérsias, e ele acabou sendo assassinado por seus adversários. Os seguidores de Ali defendiam e acreditavam que, por ser o parente mais próximo de Maomé, ele era o seu sucessor natural. Esses seguidores eram identificados como os Shiat Ali (o partido de Ali), ou xiitas, que formam a base da religião oficial do Irã de hoje. Os xiitas entendiam que a liderança do mo- vimento deveria ser concedida a um descendente direto de Maomé, enquanto o grupo divergente, facção bem maior que os xiitas, identificados como sunitas, julgava que a liderança cabia ao indivíduo que de fato controlava o poder. Após a morte de Ali, o califado teve sede em Damasco por algum tempo e, a seguir, instalou- se em Bagdá, onde permaneceu por 500 anos. Depois disso, a liderança passou para o sultão turco de Istambul. O último sultão foi derrubado em 1924 e, desde então, o mundo islâmico dei- xou de ter um califa como líder. Sunitas Xiitas Os dois grupos reúnem a maioria dos adeptos do islamismo. 84% 16% Ensinamentos Deus Não há Deus, senão Alá, e Maomé é seu pro- feta. Este é o resumo da fé islâmica: o monoteís- mo e a revelação dada a Maomé. Monoteísmo Alá não constitui um nome pessoal, mas, sim, a palavra árabe que significa “Deus”. Eti- Cultura Religiosa 24 www.ulbra.br/ead Is la m is m o mologicamente,a palavra alah se relaciona com a palavra hebraica el, que é utilizada na Bíblia para nomear o Deus dos hebreus. O termo “alah”, ára- be, e o termo “el”, hebraico, referem-se a “Deus” O politeísmo é atacado com veemência, res- saltando-se a crença num só Deus, que é criador e juiz. Ele criou o mundo e tudo o que há nele. No último dia irá trazer todos os mortos de volta à vida para julgá-los. Há uma forte ênfase no amor e na compai- xão divinos. Embora Deus seja aquele a quem to- dos devem submeter-se, também é o que perdoa e auxilia o ser humano. Este não merece nada de Deus nem pode invocar direitos sobre nada. A salvação e a fé brotam somente da graça de Deus e são coisas que os seres humanos podem apenas ter esperança de conseguir. Revelação Deus falou ao ser humano por intermédio de seu profeta Maomé. Ele é o último dos pro- fetas enviados por Deus à humanidade. Embora, de início, Maomé estivesse próximo às tradições judaico-cristãs, delas se distancia em razão de controvérsias tidas com os judeus sobre narrati- vas do Antigo Testamento. O fundo histórico do movimento desencade- ado por Maomé é encontrado em Abraão e seu filho, Ismael, antepassado dos árabes. Maomé ensinou que Abraão e Ismael tinham reconstru- ído a sagrada Kaaba, que fora erigida por Adão e destruída pelo dilúvio. Para Maomé, tanto os judeus como os cristãos distanciaram-se do mo- noteísmo de Abraão. Quando em Medina, Maomé ensinara que, ao orar, o rosto deveria estar voltado para Jeru- salém. Depois de rompidas as relações com os judeus, a orientação mudou: o fiel, agora, deve estar de frente para Meca ao orar. Por essa época também, designou-se a sexta-feira como dia sa- grado da semana. A Kaaba hoje em dia de peregrinação Em relação ao cristianismo, a diferença acentuou-se na questão da Trindade. Além disso, houve divergência quanto ao papel de Jesus, que, para o cristianismo, é o Verbo (Palavra) revelado, enquanto, para o islamismo, a revelação é o pró- prio Qu´ran (Corão). Ser humano O ser humano possui um estatuto especial e uma posição privilegiada no universo. A vida é dádiva divina. O ser humano é criatura divi- na perfeita e possuidor de uma alma que perdura após a morte. A bondade lhe é inata por graça divina e não se perde por qualquer meio ou motivo. Não há a noção de um pecado herdado. O ser huma- no é sempre bom. Quando muito, ele se esque- ce de sua origem divina e da bondade que lhe é inerente. Para que isso não ocorra, o ser humano necessita constantemente reavivar suas origens e qualidades divinas. O fato de ter sido escolhido por Deus para que Ele se revele ao mundo, dá a dimensão exata dos grandes valores e qualidades humanas. Vida e morte Os cinco pilares A vida de um seguidor do islamismo está marcada por cinco passos bem definidos, deno- minados de Os cinco pilares, descritos a seguir. Im ag em 1 5: B ha tk al 24 Cultura Religiosa 25 www.ulbra.br/ead Is la m is m o Os cinco pilares do Islamismo: • Credo • Oração • Caridade • Jejum • Peregrinação à Meca Credo – “Não há outro Deus senão Alá, e Maomé é seu Profeta.” É a primeira coisa que se deve sussurrar ao ouvido da criança recém- nascida e a última a ser sussurrada no ouvido do moribundo. Oração – Deve ser feita cinco vezes ao dia; o pressuposto é estar ritualmente limpo das im- purezas, causadas pelas funções corporais, o que é obtido pelo banho em água corrente. Mesmo em terras distantes mantém-se a obrigação das orações diárias Caridade – É uma espécie de taxa sobre a riqueza e a propriedade, fixada em cerca de 2,5% sobre o montante; ela é destinada a usos sociais, objetivando diminuir as desigualdades entre ri- cos e pobres, sem interferir no princípio da pro- priedade privada. O islã não proíbe que se des- frute a vida na terra, mas lembra que se deve ter sempre em mente o fato de que esta não passa de uma preparação para a vida que começará depois do julgamento divino. Jejum – O Corão proíbe comer porco e be- ber álcool. De resto, nada se proíbe. A exceção é o jejum durante o Ramadan, mês em que Maomé teve sua primeira revelação. Nesse período, entre o nascer do sol e o pôr-do-sol, é proibido comer, beber, fumar ou ter relações sexuais. Os viajan- tes, os doentes, as crianças e as mulheres grávi- das ou que estão amamentando são exortados a cumprir o jejum numa data posterior. Peregrinação a Meca – Todo muçulmano adulto que dispõe de meios financeiros deve rea- lizar, pelo menos uma vez na vida, uma peregri- nação a Meca. Os peregrinos que para lá se diri- gem, passam a usar vestes brancas e caminham em torno da Kaaba por sete vezes. Outro mo- mento importante é quando os peregrinos vão ao monte Arafat e lá ficam, sem cobrir a cabeça, do meio-dia até o pôr-do-sol. Foi no monte Arafat que Adão e Eva se encontraram de novo, depois que foram expulsos do jardim do Éden. O ponto alto das festividades é o sacrifício de algum ani- mal (carneiro, bode, camelo, boi etc.). A finali- dade é relembrar que Abraão foi tão obediente a Deus que se dispôs a sacrificar seu próprio filho, Ismael. Deus foi misericordioso com Abraão e enviou-lhe um animal para que ele o sacrificasse em lugar do filho. Peregrinação a Meca Im ag em 1 6: T em pl e Un ive rsi ty Im ag em 1 7: B BC d e Lo nd re s Cultura Religiosa 26 www.ulbra.br/ead Is la m is m o Relações humanas - Ética e Política Quando as instruções do Livro não forem suficientes, recorre-se a dois princípios: • Princípio da similaridade ou analogia: busca-se no Corão um exemplo semelhante e capaz de sugerir uma decisão; • Princípio do consenso: uma decisão de consenso pode ser vista como lei a ser observada. • Já os xiitas adotam um terceiro princípio: o da revelação. Não há no islã distinção entre religião e po- lítica, tampouco entre a fé e a moral. O Corão é suficiente para resolver todas as questões que envolvem os relacionamentos humanos. Os xiitas acreditam que a revelação não está concluída e que seus líderes são os instrumentos divinos para as novas interpretações. Essa posi- ção contraria a dos sunitas, que afirmam que a re- velação veio apenas uma vez, em sua forma final. As mulheres no islã Há profundos contrastes no tratamento con- cedido a homens e mulheres na vida social e nas leis relativas ao casamento. Devemos, no entan- to, ressaltar que o Corão, em relação às mulhe- res, determina tanto obrigações (“os homens têm autoridade sobre as mulheres”) quanto direitos (o dote pago pelo marido, por ocasião do casamen- to, é propriedade da mulher e não pode ser usado sem o consentimento dela). A mulher só pode ter um marido. Já o ho- mem pode ter até quatro esposas, desde que as possa sustentar. A poligamia é proibida na Tur- quia e na Tunísia. Outra particularidade com relação ao casamento e que é pouco conhecida, embora bastante difundida, é o casamento por contrato com tempo determinado. É utilizado, em especial, quando o marido fica por muito tempo fora de casa e tem por fim preservar a sus- tentabilidade da mulher. O divórcio é possível, mas apenas quando iniciado pelo marido, que é o responsável pelo lado financeiro do ca- samento. O marido também tem o direito de punir fisi- camente a mulher se ela for desobediente. A excisão do clitóris (mutilação genital femini- na) não é obrigatória, mas mesmo assim é praticada com freqüência no Norte da África. Não há no Co- rão menção a essa prática, bem como à tradição de usar o xador, o véu. A morte Após a morte, a alma do fiel muçulmano vai a um paraíso desfrutar dos seus deleites e contemplar o rosto de Alá. A alma do infiel, por seu turno, vai ao inferno.Aguardar-se-á o dia do juízo, quando as ações dos seres humanos serão definitivamente julgadas e receberão a devida paga. As almas dos mártires e dos profetas não passarão pelo juízo final, pois já estão no paraí- so. O ato final será a proclamação do islã como religião mundial, liderada por Jesus. A crença num julgamento final após a morte é necessária, segundo muitos muçulmanos, para que o ser humano assuma a responsabilidade so- bre seus atos. A idéia de um julgamento cria um senso moral de dever que é relevante para a co- munidade. Mundo O mundo foi criado por um ato deliberativo de Alá. Em decorrência, dois aspectos emergem: o mundo da matéria é real e importante, e, por ser obra de Alá, que é perfeito em bondade e poder, o mundo material também o é. O Xador (véu) usado pelas mulheres da religião islamica O divórcio é possível, mas apenas quando iniciado pelo marido, que é o responsável - Im ag em 1 8: N aj ah T ea m 26 Cultura Religiosa 27 www.ulbra.br/ead Is la m is m o Principais tendências Sunitas – Defendem que a unidade da co- munidade islâmica é muito mais importante que a genealogia de seu líder. Acreditam que o pro- feta morreu sem indicar um sucessor e que os lí- deres que o sucederam, os califas, representam a sucessão legítima. Distinguem-se, ainda, pela ênfase dada à inescrutabilidade racional de Alá e à extensão limitada do livre-arbítrio humano. Xiitas – Defendem que a unidade da comu- nidade islâmica só é possível reconhecendo-se que os descendentes do profeta são os líderes (imã) ou modelos naturais escolhidos por Alá. É particularmente importante para esse grupo não perder de vista que o terceiro líder, assassinado em 680 d.C. ao recusar-se jurar fidelidade ao ca- lifa regente, optou pelo martírio como forma de obediência às revelações dadas ao profeta. Essa lembrança manifesta-se no sentimento de luto que toma conta dos xiitas por ocasião da morte, quando em luta, de um de seus adeptos. Possuem um clero hierárquico organizado, no qual a as- censão se dá segundo o grau de cultura, sendo o mais alto nível o de aiatolá. Sufismo – É o grupo islâmico com tendên- cia mística e cuja característica mais marcante é a renúncia ao eu por meio de hábitos devocionais e pela convicção de que Alá é a verdade suprema da existência humana e o caminho para os esta- dos mais elevados de consciência e iluminação. O termo sufi designa “o que se veste com lã”, numa referência possível às vestes dos primeiros sufis. Fundamentalismo islâmico – Defendem que a shari´ah (conjunto de regras islâmicas ex- traídas do Corão e dos ensinamentos de Maomé) tem validade eterna e deve ser seguida à risca. O movimento surgiu por volta do século XVIII como uma reação ao avanço ocidental e ao con- seqüente relaxamento dos princípios da shari´ah. Imaginam que será por meio de uma inserção cada vez maior na política que poderão ser res- tabelecidos os princípios islâmicos. Defendem uma estrutura familiar patriarcal e entendem que os postos militares e políticos só devem ser entre- gues a muçulmanos comprometidos com a comu- nidade islâmica e que aos empregados deve ser dado tempo para as orações diárias. Acreditam ainda que se deve solidariedade aos muçulmanos no mundo todo e opõem-se ao homossexualismo e ao aborto. Fundador: o profeta Muhammad (Maomé). Ano de fundação: 622 d.C., em Meca. Textos sagrados e reverenciados: Qu´ran (Corão), conjunto de verdades religiosas, recitadas ao profeta Maomé pelo arcanjo Gabriel, e Hadith, coleção de ditos de Maomé e seus seguidores e que se perpetuaram com o decorrer do tempo. Estatística: estima-se hoje em cerca de 1 bilhão e 300 milhões de adeptos dis- tribuídos por várias localidades: Turquia, Oeste da África, Sul da Ásia, Filipinas, Indonésia, Índia, Oriente Médio, Europa e as três Américas. No Brasil, fala-se em 1 milhão de adeptos. Perfil do Islamismo SÍMBOLO DO ISLAMISMO: Enquanto a estrela indica o caminho a seguir, a lua o ilumina. O símbolo é utilizado para significar como o Islamismo guia e ilumina o caminho dos seus seguidores.
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