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Cultura Religiosa - Islamismo

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ISLAMISMO
Enquanto religião, o islã abrange todas as áreas da vida humana, pessoal e 
social.
Por Prof. Ronaldo Steffen
História
Com origem na Arábia, o islã está pro-fundamente relacionado com a cultura árabe. Ressaltemos, no entanto, que hoje 
apenas uma minoria de seus seguidores são ára-
bes. O islã está difundido por regiões da África 
e da Ásia, em especial, e é seguido por cerca de 
15% da população mundial.
A palavra árabe islam significa “submissão”. 
É pertinente ao seu conteúdo que o ser humano 
deve entregar-se a Deus e submeter-se a Sua von-
tade em todas as áreas da vida. Esse entendimen-
to sugere que, enquanto religião, o islã abrange 
todas as áreas da vida humana, pessoal e social.
É a terceira e última das religiões originadas 
com Abraão, após o judaísmo e o cristianismo. 
Fruto de um “segundo casamento” de Abraão, 
agora com Hagar, Ismael dá origem aos muçul-
manos.
De importância capital para a compreensão 
do islã é a figura de Muhammad, ou Mohammed, 
ou, ainda, Maomé.
Maomé
Nasceu em Meca, na Arábia, por volta de 
570 d.C. Nascido numa das principais famílias 
da cidade, ficou órfão ainda criança. Criado por 
um tio, Abu Talib, foi trabalhar como condutor 
de camelos para Khadidja, viúva de um rico mer-
cador. Quinze anos mais velha que Maomé, veio 
a ser sua esposa e exerceu grande influência no 
desenvolvimento religioso de seu esposo.
A peregrinação (Hajj) a Meca é um dos 
“cinco pilares do islã”
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A Arábia Saudita hoje.
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A formação religiosa de 
Maomé
Meca era um importante centro comercial 
e religioso da Arábia. Tribos nômades já adora-
vam, bem antes de Maomé, a pedra preta, objeto 
de muitas peregrinações de beduínos. Era prática 
comum na região, também, cultuar muitos deu-
ses e seres sobrenaturais, quase sempre ligados 
a práticas animistas. Em geral, os cultos eram 
tribais. Aliás, a tribo e a família eram estruturas 
centrais para o modo de vida dos nômades. Todo 
o sistema legal estava vinculado à tribo, originada 
e mantida pelos laços de sangue. Era recorrente 
o exercício da lei do “olho por olho”, quando um 
dos membros de uma tribo era assassinado por 
um membro de outra. Um cenário de constantes 
e sangrentas rixas fixou-se como prática comum.
Maomé foi fortemente 
influenciado pelos ideais 
judaicos e cristãos, espe-
cialmente o monoteísmo.
Já à época de Maomé, apresentava-se um 
quadro de transição. A sociedade beduína nôma-
de começava a dar lugar a uma sociedade urba-
na mais fixa. Com isso, a religião e as práticas 
tradicionais passaram a ser revistas. Nesse hiato 
aumentou em muito a influência do judaísmo e 
do cristianismo. Com toda a certeza, Maomé foi 
fortemente influenciado pelo monoteísmo e pela 
noção de fim de mundo acompanhado de juízo 
final.
O judaísmo havia se estabelecido em toda a 
Arábia depois da queda de Jerusalém em 70 d.C. 
Aos poucos, os judeus incorporaram a língua e o 
estilo de vida dos árabes, mantendo, porém, sua 
própria crença e seu culto mosaico.
O cristianismo, por sua vez, também havia 
avançado por muitas regiões do Oriente Médio. 
Estados como a Abissínia (atual Etiópia) e mui-
tas tribos beduínas tornaram-se cristãos. Com 
certeza o grupo que mais influenciou Maomé em 
sua formação religiosa foram monges e eremi-
tas cristãos, que viviam isolados nos desertos da 
Arábia. Devotos e generosos, eram pródigos na 
ajuda aos viajantes.
A recitação de Maomé 
resulta no Alcorão.
Deus revela-se a Maomé
Era costume de Maomé retirar-se todos os 
anos para uma caverna aos arredores de Meca 
com o fim de meditar. Esse hábito também era 
prática corrente dos eremitas cristãos, que, di-
ferentemente de Maomé, fundamentavam sua 
meditação em algum texto sagrado, em geral os 
Evangelhos da tradição cristã.
Aos 40 anos, Maomé teve uma revelação. 
Apareceu-lhe o arcanjo Gabriel com um perga-
minho ordenando-lhe que o lesse. Maomé não 
sabia ler e, em vista disso, o arcanjo incitou-lhe a 
recitar o que ouvia.
Sura (capítulo) do alcorão
As recitações transmitidas por Maomé fo-
ram reunidas num livro, o Qu´ran, o Corão, ape-
nas após a sua morte. Assim como no judaísmo e 
no cristianismo, o islamismo também passa a ter 
seu livro sagrado.
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De Meca a Medina
Após a revelação, Maomé começa sua pre-
gação em Meca. Proclama-se profeta e mensa-
geiro de Deus. As famílias abastadas entende-
ram essa pregação como manobra para usurpar 
o poder político da cidade. Também as famílias 
assentadas no tradicionalismo religioso se lhe 
opuseram por entenderem que, se abandonassem 
suas antigas crenças, estariam reconhecendo que 
seus antepassados foram pagãos.
A crise estava instalada. A situação de Ma-
omé piora após a morte de seu tio e esposa. Al-
guns de seus seguidores, residentes em Medina, 
mostraram-se dispostos a aceitá-lo na cidade. 
Assim, em 622 d.C. Maomé sai de Meca e vai 
para Medina.
Esse episódio é conhecido como hégira, que 
significa “rompimento” ou “partida”, mas jamais 
“fuga”.
Líder religioso e político
Em Medina, Maomé torna-se um líder reli-
gioso e político. Sem perder de vista seu futuro 
retorno a Meca, procura se estabelecer financei-
ramente por meio de assaltos a caravanas perten-
centes às famílias ricas de Meca. O conjunto das 
atividades desenvolvidas por Maomé com vistas 
ao retorno a Meca é conhecido como jihad, hoje 
empregado para designar a guerra santa.
Na década seguinte, Maomé toma a cida-
de de Meca por meios militares e diplomáticos. 
Ocupou, a seguir, grande parte da Arábia. Em 
632 d.C., pouco antes de morrer, havia realizado 
o feito de unir o país e torná-lo um só domínio, 
no qual a religião tinha mais representatividade 
que os antigos laços familiares e tribais.
O Cisma no islã após Maomé
Após a morte de Maomé, a liderança do 
movimento foi assumida pelos califas, ou suces-
sores. Os três primeiros califas eram parentes de 
Maomé. O quarto califa, Ali, genro de Maomé, 
casado com sua filha Fátima, era filho de seu tio, 
Abu Talib, que o havia criado. 
Surgem os Xiitas e os Sunitas
O Cisma no mundo islâmico começa na 
época de Ali. Sua liderança foi repleta de contro-
vérsias, e ele acabou sendo assassinado por seus 
adversários. Os seguidores de Ali defendiam e 
acreditavam que, por ser o parente mais próximo 
de Maomé, ele era o seu sucessor natural. Esses 
seguidores eram identificados como os Shiat Ali 
(o partido de Ali), ou xiitas, que formam a base 
da religião oficial do Irã de hoje.
Os xiitas entendiam que a liderança do mo-
vimento deveria ser concedida a um descendente 
direto de Maomé, enquanto o grupo divergente, 
facção bem maior que os xiitas, identificados 
como sunitas, julgava que a liderança cabia ao 
indivíduo que de fato controlava o poder.
Após a morte de Ali, o califado teve sede em 
Damasco por algum tempo e, a seguir, instalou-
se em Bagdá, onde permaneceu por 500 anos. 
Depois disso, a liderança passou para o sultão 
turco de Istambul. O último sultão foi derrubado 
em 1924 e, desde então, o mundo islâmico dei-
xou de ter um califa como líder.
Sunitas Xiitas
Os dois grupos reúnem a maioria dos adeptos do islamismo.
84% 16%
Ensinamentos
Deus
Não há Deus, senão Alá, e Maomé é seu pro-
feta. Este é o resumo da fé islâmica: o monoteís-
mo e a revelação dada a Maomé.
Monoteísmo
Alá não constitui um nome pessoal, mas, 
sim, a palavra árabe que significa “Deus”. Eti-
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mologicamente,a palavra alah se relaciona com 
a palavra hebraica el, que é utilizada na Bíblia 
para nomear o Deus dos hebreus.
O termo “alah”, ára-
be, e o termo “el”, 
hebraico, referem-se 
a “Deus”
O politeísmo é atacado com veemência, res-
saltando-se a crença num só Deus, que é criador 
e juiz. Ele criou o mundo e tudo o que há nele. 
No último dia irá trazer todos os mortos de volta 
à vida para julgá-los.
Há uma forte ênfase no amor e na compai-
xão divinos. Embora Deus seja aquele a quem to-
dos devem submeter-se, também é o que perdoa 
e auxilia o ser humano. Este não merece nada de 
Deus nem pode invocar direitos sobre nada. A 
salvação e a fé brotam somente da graça de Deus 
e são coisas que os seres humanos podem apenas 
ter esperança de conseguir.
Revelação
Deus falou ao ser humano por intermédio 
de seu profeta Maomé. Ele é o último dos pro-
fetas enviados por Deus à humanidade. Embora, 
de início, Maomé estivesse próximo às tradições 
judaico-cristãs, delas se distancia em razão de 
controvérsias tidas com os judeus sobre narrati-
vas do Antigo Testamento.
O fundo histórico do movimento desencade-
ado por Maomé é encontrado em Abraão e seu 
filho, Ismael, antepassado dos árabes. Maomé 
ensinou que Abraão e Ismael tinham reconstru-
ído a sagrada Kaaba, que fora erigida por Adão 
e destruída pelo dilúvio. Para Maomé, tanto os 
judeus como os cristãos distanciaram-se do mo-
noteísmo de Abraão. 
Quando em Medina, Maomé ensinara que, 
ao orar, o rosto deveria estar voltado para Jeru-
salém. Depois de rompidas as relações com os 
judeus, a orientação mudou: o fiel, agora, deve 
estar de frente para Meca ao orar. Por essa época 
também, designou-se a sexta-feira como dia sa-
grado da semana.
A Kaaba hoje em dia de peregrinação
Em relação ao cristianismo, a diferença 
acentuou-se na questão da Trindade. Além disso, 
houve divergência quanto ao papel de Jesus, que, 
para o cristianismo, é o Verbo (Palavra) revelado, 
enquanto, para o islamismo, a revelação é o pró-
prio Qu´ran (Corão).
Ser humano
O ser humano possui um estatuto especial 
e uma posição privilegiada no universo. A vida 
é dádiva divina. O ser humano é criatura divi-
na perfeita e possuidor de uma alma que perdura 
após a morte. 
 A bondade lhe é inata por graça divina e 
não se perde por qualquer meio ou motivo. Não 
há a noção de um pecado herdado. O ser huma-
no é sempre bom. Quando muito, ele se esque-
ce de sua origem divina e da bondade que lhe é 
inerente. Para que isso não ocorra, o ser humano 
necessita constantemente reavivar suas origens e 
qualidades divinas.
O fato de ter sido escolhido por Deus para 
que Ele se revele ao mundo, dá a dimensão exata 
dos grandes valores e qualidades humanas. 
Vida e morte
Os cinco pilares
A vida de um seguidor do islamismo está 
marcada por cinco passos bem definidos, deno-
minados de Os cinco pilares, descritos a seguir.
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Os cinco pilares do Islamismo:
•	Credo
•	Oração
•	Caridade
•	Jejum
•	Peregrinação à Meca
Credo – “Não há outro Deus senão Alá, e 
Maomé é seu Profeta.” É a primeira coisa que 
se deve sussurrar ao ouvido da criança recém-
nascida e a última a ser sussurrada no ouvido do 
moribundo.
Oração – Deve ser feita cinco vezes ao dia; 
o pressuposto é estar ritualmente limpo das im-
purezas, causadas pelas funções corporais, o que 
é obtido pelo banho em água corrente. 
Mesmo em terras distantes mantém-se a obrigação 
das orações diárias
Caridade – É uma espécie de taxa sobre a 
riqueza e a propriedade, fixada em cerca de 2,5% 
sobre o montante; ela é destinada a usos sociais, 
objetivando diminuir as desigualdades entre ri-
cos e pobres, sem interferir no princípio da pro-
priedade privada. O islã não proíbe que se des-
frute a vida na terra, mas lembra que se deve ter 
sempre em mente o fato de que esta não passa de 
uma preparação para a vida que começará depois 
do julgamento divino.
Jejum – O Corão proíbe comer porco e be-
ber álcool. De resto, nada se proíbe. A exceção é 
o jejum durante o Ramadan, mês em que Maomé 
teve sua primeira revelação. Nesse período, entre 
o nascer do sol e o pôr-do-sol, é proibido comer, 
beber, fumar ou ter relações sexuais. Os viajan-
tes, os doentes, as crianças e as mulheres grávi-
das ou que estão amamentando são exortados a 
cumprir o jejum numa data posterior.
Peregrinação a Meca – Todo muçulmano 
adulto que dispõe de meios financeiros deve rea-
lizar, pelo menos uma vez na vida, uma peregri-
nação a Meca. Os peregrinos que para lá se diri-
gem, passam a usar vestes brancas e caminham 
em torno da Kaaba por sete vezes. Outro mo-
mento importante é quando os peregrinos vão ao 
monte Arafat e lá ficam, sem cobrir a cabeça, do 
meio-dia até o pôr-do-sol. Foi no monte Arafat 
que Adão e Eva se encontraram de novo, depois 
que foram expulsos do jardim do Éden. O ponto 
alto das festividades é o sacrifício de algum ani-
mal (carneiro, bode, camelo, boi etc.). A finali-
dade é relembrar que Abraão foi tão obediente a 
Deus que se dispôs a sacrificar seu próprio filho, 
Ismael. Deus foi misericordioso com Abraão e 
enviou-lhe um animal para que ele o sacrificasse 
em lugar do filho. 
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Relações humanas - Ética e 
Política
Quando as instruções do Livro não forem 
suficientes, recorre-se a dois princípios:
•	Princípio da similaridade ou analogia: busca-se 
no Corão um exemplo semelhante e capaz de 
sugerir uma decisão;
•	Princípio do consenso: uma decisão de 
consenso pode ser vista como lei a ser 
observada.
•	Já os xiitas adotam um terceiro princípio: o da 
revelação.
Não há no islã distinção entre religião e po-
lítica, tampouco entre a fé e a moral. O Corão 
é suficiente para resolver todas as questões que 
envolvem os relacionamentos humanos.
Os xiitas acreditam que a revelação não está 
concluída e que seus líderes são os instrumentos 
divinos para as novas interpretações. Essa posi-
ção contraria a dos sunitas, que afirmam que a re-
velação veio apenas uma vez, em sua forma final.
As mulheres no islã
Há profundos contrastes no tratamento con-
cedido a homens e mulheres na vida social e nas 
leis relativas ao casamento. Devemos, no entan-
to, ressaltar que o Corão, em relação às mulhe-
res, determina tanto obrigações (“os homens têm 
autoridade sobre as mulheres”) quanto direitos (o 
dote pago pelo marido, por ocasião do casamen-
to, é propriedade da mulher e não pode ser usado 
sem o consentimento dela).
A mulher só pode ter um marido. Já o ho-
mem pode ter até quatro esposas, desde que as 
possa sustentar. A poligamia é proibida na Tur-
quia e na Tunísia. Outra particularidade com 
relação ao casamento e que é pouco conhecida, 
embora bastante difundida, é o casamento por 
contrato com tempo determinado. É utilizado, 
em especial, quando o marido fica por muito 
tempo fora de casa e tem por fim preservar a sus-
tentabilidade da mulher.
O divórcio é possível, mas 
apenas quando iniciado pelo 
marido, que é o responsável 
pelo lado financeiro do ca-
samento. O marido também 
tem o direito de punir fisi-
camente a mulher se ela for 
desobediente.
A excisão do clitóris 
(mutilação genital femini-
na) não é obrigatória, mas 
mesmo assim é praticada 
com freqüência no Norte 
da África. Não há no Co-
rão menção a essa prática, 
bem como à tradição de 
usar o xador, o véu. 
A morte
Após a morte, a alma do fiel muçulmano 
vai a um paraíso desfrutar dos seus deleites e 
contemplar o rosto de Alá. A alma do infiel, por 
seu turno, vai ao inferno.Aguardar-se-á o dia do 
juízo, quando as ações dos seres humanos serão 
definitivamente julgadas e receberão a devida 
paga. As almas dos mártires e dos profetas não 
passarão pelo juízo final, pois já estão no paraí-
so. O ato final será a proclamação do islã como 
religião mundial, liderada por Jesus.
A crença num julgamento final após a morte 
é necessária, segundo muitos muçulmanos, para 
que o ser humano assuma a responsabilidade so-
bre seus atos. A idéia de um julgamento cria um 
senso moral de dever que é relevante para a co-
munidade.
Mundo
O mundo foi criado por um ato deliberativo 
de Alá. Em decorrência, dois aspectos emergem: 
o mundo da matéria é real e importante, e, por ser 
obra de Alá, que é perfeito em bondade e poder, o 
mundo material também o é.
O Xador (véu) usado 
pelas mulheres da 
religião islamica
O divórcio é possível, mas 
apenas quando iniciado pelo 
marido, que é o responsável 
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Principais tendências
Sunitas – Defendem que a unidade da co-
munidade islâmica é muito mais importante que 
a genealogia de seu líder. Acreditam que o pro-
feta morreu sem indicar um sucessor e que os lí-
deres que o sucederam, os califas, representam 
a sucessão legítima. Distinguem-se, ainda, pela 
ênfase dada à inescrutabilidade racional de Alá 
e à extensão limitada do livre-arbítrio humano.
Xiitas – Defendem que a unidade da comu-
nidade islâmica só é possível reconhecendo-se 
que os descendentes do profeta são os líderes 
(imã) ou modelos naturais escolhidos por Alá. É 
particularmente importante para esse grupo não 
perder de vista que o terceiro líder, assassinado 
em 680 d.C. ao recusar-se jurar fidelidade ao ca-
lifa regente, optou pelo martírio como forma de 
obediência às revelações dadas ao profeta. Essa 
lembrança manifesta-se no sentimento de luto 
que toma conta dos xiitas por ocasião da morte, 
quando em luta, de um de seus adeptos. Possuem 
um clero hierárquico organizado, no qual a as-
censão se dá segundo o grau de cultura, sendo o 
mais alto nível o de aiatolá.
Sufismo – É o grupo islâmico com tendên-
cia mística e cuja característica mais marcante é 
a renúncia ao eu por meio de hábitos devocionais 
e pela convicção de que Alá é a verdade suprema 
da existência humana e o caminho para os esta-
dos mais elevados de consciência e iluminação. 
O termo sufi designa “o que se veste com lã”, 
numa referência possível às vestes dos primeiros 
sufis.
Fundamentalismo islâmico – Defendem 
que a shari´ah (conjunto de regras islâmicas ex-
traídas do Corão e dos ensinamentos de Maomé) 
tem validade eterna e deve ser seguida à risca. 
O movimento surgiu por volta do século XVIII 
como uma reação ao avanço ocidental e ao con-
seqüente relaxamento dos princípios da shari´ah. 
Imaginam que será por meio de uma inserção 
cada vez maior na política que poderão ser res-
tabelecidos os princípios islâmicos. Defendem 
uma estrutura familiar patriarcal e entendem que 
os postos militares e políticos só devem ser entre-
gues a muçulmanos comprometidos com a comu-
nidade islâmica e que aos empregados deve ser 
dado tempo para as orações diárias. Acreditam 
ainda que se deve solidariedade aos muçulmanos 
no mundo todo e opõem-se ao homossexualismo 
e ao aborto.
Fundador: o profeta Muhammad (Maomé).
Ano de fundação: 622 d.C., em Meca.
Textos sagrados e reverenciados: Qu´ran (Corão), conjunto de verdades religiosas, 
recitadas ao profeta Maomé pelo arcanjo Gabriel, e Hadith, coleção de ditos de 
Maomé e seus seguidores e que se perpetuaram com o decorrer do tempo.
Estatística: estima-se hoje em cerca de 1 bilhão e 300 milhões de adeptos dis-
tribuídos por várias localidades: Turquia, Oeste da África, Sul da Ásia, Filipinas, 
Indonésia, Índia, Oriente Médio, Europa e as três Américas. No Brasil, fala-se em 
1 milhão de adeptos.
Perfil do Islamismo
SÍMBOLO DO ISLAMISMO: 
Enquanto a estrela indica 
o caminho a seguir, a lua 
o ilumina. O símbolo é 
utilizado para significar 
como o Islamismo guia 
e ilumina o caminho dos 
seus seguidores.

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