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Prof. Eduardo Jorge 1 NADO COSTAS HISTÓRICO Há indícios de que os nossos ancestrais se utilizavam desta forma de nadar, haja vista ser esta uma postura natural do homem, devido à posição da cabeça ficar com o rosto fora d’água, facilitando a respiração. Por outro lado, outras correntes defendem que a postura do nado peito é a forma mais antiga que o homem encontrou para nadar, baseado na imitação do sapo. Somente em 1900 é que aparecem as provas de nado costas e de peito, pois antes apenas o nado livre era usado em competições. Em 1903, livros escritos pelos ingleses Archibald Sinclair e William Henry, a partir da observação dos nativos da Austrália, tratavam da possibilidade de se nadar o costas com movimentos alternados de braços e pernas. No entanto a primeira forma utilizada para o nado costas aparece com uma ação simultânea de braços e pernas numa espécie de nado de peito na posição de costas. Como prova olímpica, o nado costas aparece pela primeira vez somente a partir de 1912 (Estocolmo), onde o americano Henry Hebner revoluciona o nado de costas utilizando movimentos alternados de braços e pernas como no crawl. Até então as provas de natação eram somente de nado livre. Nos Jogos Olímpicos de Los Angeles em 1932, aparecem os japoneses adotando um batimento de pernas caracterizado por tempos fortes ascendentes e flexão de pernas na descida, mantendo os joelhos submersos. Durante alguns anos o estilo costas passou por pequenas alterações como o batimento de pernas dos americanos com o corpo numa posição mais oblíqua (inclinado para baixo), e a braçada dos australianos executando a puxada com uma flexão do cotovelo e os ombros um rolamento lateral. Nas Olimpíadas de Tóquio em 1960, surgem novas modificações no nado costas como a volta ao antigo estilo deitado (Japoneses) e os braços passam a executar a empurrada com as mãos para frente e para baixo, terminando junto aos quadris. Esta nova técnica de alavanca foi aperfeiçoada graças aos estudos do americano James Counsilman e do australiano Forbes Carlile, possibilitando significativa melhora do rendimento. Muitas pesquisas continuaram a propor modificações no estilo costas sem, contudo, apresentarem grandes resultados, até que em Moscou, 1980, solidifica-se uma nova técnica de batimento duplo de pernas (golfinhada de costas), surgida 2 anos atrás no campeonato mundial de natação, capaz de prolongar a propulsão das saídas e viradas. Nos últimos anos a mudança mais significativa do nado costas foi com relação à virada, onde antes o atleta realizava uma cambalhota lançando as pernas pela lateral, após tocar a parede com uma das mãos. Hoje a virada é uma cambalhota similar a do estilo crawl. Prof. Eduardo Jorge 2 TÉCNICA DO NADO COSTAS SAÍDA Ocorre dentro d’água, com o nadador seguro na barra de saída, com os pés apoiados na parede da piscina e abaixo do nível da água. Ao sinal do juiz de partida “às suas marcas”, o nadador se coloca em condição de impulsão: pés paralelos ou um levemente mais alto que o outro para dar maior aderência. Os braços se flexionam levando o corpo para frente e preparando para o impulso. Ao som da partida, o corpo se lança para cima e para trás, com os braços passando pela lateral, juntando-se atrás da cabeça. Uma posição arqueada acontece em virtude da elevação do quadril e da extensão dos braços para trás, entrando na água primeiramente com as mãos e o resto do corpo passando pelo mesmo ponto. Inicia-se um deslize com movimentos rápidos de pernas (golfinhada) em direção à superfície, onde acontece a puxada da primeira braçada, continuando em seguida o nado completo. POSIÇÃO DO CORPO Deve ser a mais paralela possível ao nível da água. O tronco tem uma oscilação natural em virtude da “pegada” de água executada pelos braços, obrigando a uma rotação sobre o eixo do corpo. A cabeça deve permanecer fixa, com queixo e pescoço formando um ângulo de 90º, a fim de equilibrar o corpo e evitar movimentos laterais excessivos. Os pés devem estar relaxados e em flexão plantar (ponta), voltados naturalmente para dentro em virtude da resistência da água. TRABALHO DE PERNAS O movimento das pernas é alternado semelhante ao do nado crawl (pernada de adejamento), porém o tempo forte é dirigido de baixo para cima (ascendente). Os joelhos realizam uma flexão maior do que no crawl, porque a pernada no seu movimento ascendente não encontra resistência na primeira camada de água, que por ser muito superficial, obrigam as pernas a abaixarem mais para encontrar superfícies mais propulsivas. O batimento lateral (tesourada) ocorre de forma involuntária, provocado pelo rolamento do quadril e do tronco, devido à ação da braçada. TRABALHO DE BRAÇOS FASE AQUÁTICA: A braçada no estilo costas atua como um remo de duas pás e também possui três fases: Apoio, tração e empurrada. A mão entra atrás no prolongamento do ombro, a mais ou menos 10 ou 15 graus fora dessa linha, com o dedo mínimo e a palma da mão voltada para fora, praticamente no mesmo instante que o outro braço inicia a fase aérea. Penetra cerca de 20 a 30 cm abaixo da superfície, onde encontra o apoio ou a primeira resistência, partindo para a tração com uma flexão do cotovelo, palma da mão voltada para frente e dedos para a lateral mais ou menos na altura do ombro. Prof. Eduardo Jorge 3 No máximo da flexão do cotovelo, quando o braço realiza uma elevação da mão, inicia-se a empurrada para frente (em direção aos pés) e para baixo da linha do quadril. Um traçado sinuoso semelhante a um “s” na horizontal, demonstra a curva que o braço realiza para produzir maiores impulsos de força. Primeiro para baixo, para cima, para frente e para baixo do quadril. Nesse momento acontece uma rotação lateral para dentro indicando o final da empurrada e o início da fase aérea. FASE AÉREA: Ao terminar a empurrada, o braço sai da água estendido com a mão relaxada voltada para dentro e o polegar para cima, evitando assim criação de zona de atrito. O braço se dirige estendido nesta posição para cima e para trás, quando realiza uma pronação, levando a palma da mão para fora, encaixando na água com o dedo mínimo, para recomeçar o ciclo de braços. RITMO RESPIRATÓRIO E COORDENAÇÃO GERAL A inspiração se efetua pela boca durante a passagem aérea de um braço e a expiração na fase aquática do mesmo braço ou na fase aérea do outro. A coordenação dos braços e pernas tem uma ação semelhante à do crawl, cujo ritmo normalmente utilizado é o 6-2, isto é, seis batidas de pernas para cada ciclo completo de braços, onde a fase aérea de um corresponde à fase aquática do outro. VIRADA CAMBALHOTA O processo de virada do nado costas inicia-se a partir do momento que o nadador entra na zona de 5m, onde após visualizar as bandeirolas, inicia-se uma contagem das braçadas e quando atingir o número apropriado para cada nadador executa-se um giro (rolamento) do corpo de 180º, saindo da posição dorsal para ventral. Para se aproximar da parede o atleta realiza uma puxada para trás com um único braço (braçada contínua) ou uma braçada dupla simultânea (puxada com os dois braços ao mesmo tempo) e após um pequeno deslize executa a cambalhota em posição grupada (joelhos e queixo junto ao peito). O atleta encaixa os dois pés na parede e de forma submersa, impulsiona o corpo na posição dorsal, com os braços estendido atrás da cabeça, iniciando rapidamente o trabalho de pernas (adejamento ou golfinhada) para trazer o corpo de volta a superfície e em seguida iniciar o nado completo. REGRAS DO NADO COSTAS REGRA 1. Antes do sinalde partida, os competidores devem alinhar-se na água de frente para a cabeceira de saída, com ambas as mãos colocadas nos suportes de agarre. Os pés podem ficar acima, abaixo ou um pé acima e o outro abaixo da linha da água. Manter-se na calha ou dobrar os dedos sobre a borda da calha é proibido. Prof. Eduardo Jorge 4 REGRA 2. Ao sinal de partida e quando virar, o nadador deve dar impulso e nadar de costas durante o percurso, exceto quando executa a volta. A posição normal de costas pode incluir um movimento rotacional do corpo até, mas não ultrapassando os 90 graus da horizontal. A posição da cabeça não é relevante. REGRA 3. Alguma parte do nadador tem que quebrar a superfície da água durante o percurso. É permitido ao nadador estar completamente submerso durante a volta, na chegada e por uma distância não maior que 15 metros após a saída e em cada volta. Neste ponto a cabeça tem que quebrar a superfície. REGRA 4. Durante a volta, os ombros podem girar além da vertical para o peito após uma contínua braçada ou uma contínua e simultânea dupla braçada podem ser usadas para iniciar a volta. Quando o atleta deixar a posição de costas, poderá dar pernadas para se aproximar da borda no caso de virar longe, porém somente uma braçada será permitida. O nadador tem que retornar a posição de costas após deixar a parede. Quando executar a volta, tem que haver o toque na parede com alguma parte do corpo do nadador. REGRA 5. No final da prova, o nadador tem que tocar a parede na posição de costas, podendo tocar com o corpo na superfície ou abaixo dela (submerso).
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