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Conflitos entre Desenvolvimento e Meio Ambiente no Brasil: Desafios para a antropologia e os antropólogos - Andrea Zhouri, Raquel Oliveira

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Desafios para a antropologia e os 
antropólogos 
ANDRÉA ZHOURI 
Raquel Oliveira
Desenvolvimento 
Desenvolvimento como crescimento do produto nacional bruto 
Depredação da natureza
Conceito com ênfase na economia, sem foco socialDesigualdade social 
Desenvolvimento 
“Direitos econômicos 
ascendem quando os 
direitos civis/políticos 
são cortados.”
como um campo de poder formado por muitas redes e 
instituições. “consorciação” - explicar as articulações entre os 
diferentes atores do campo do desenvolvimento 
Ideologia e utopia, um discurso atravessado por 
categorias culturais ocidentais - vinculado à expansão 
econômica capitalista
Globalização
capital com expansiva capacidade colonizadora 
Conhecimento científico – dinâmica de mercado
Novos papéis e posições a serem ocupados pelos antropólogos
Página 75/76
Brasil 
expansão do ofício de antropólogo regime democrático
Caráter pluriétnico + novos sujeitos de direito 
 Ampliação das formas de engajamento do antropólogo + uma realidade 
profissional que demanda reflexões - ética e trabalho de campo 
Pluralização das tradições etnográficas
[...] será que os antropólogos não estariam se
envolvendo excessivamente com as simples
condições práticas da realização de seu estudo,
intervindo na vida e nas instituições nativas (ao invés
de apenas observá-las), posicionando-se em
questões que deveriam apenas observar e registrar?
Não haveria um grande risco em afastar-se dos bons
e sólidos cânones da disciplina, relegando a segundo
plano a pesquisa científica em benefício de uma
excessiva militância, um assistencialismo pouco
crítico ou ainda uma mera intervenção
administrativa?
(OLIVEIRA, 2009, p. 3).
Página 76/77
 Refletir sobre as potencialidades e os desafios trazidos por essas novas perspectivas 
etnográficas 
licenciamento ambiental de hidrelétricas 
Ênfase em 4 engajamentos na dinâmica do licenciamento ambiental: 
1. o analista pericial do Ministério Público
2. o consultor contratado para elaborar a avaliação de impacto ambiental
3. o funcionário técnico das agências administrativas 
4. o assessor dos movimentos e comissões locais organizados pelas 
comunidades atingidas.
Proteção da Amazônia e seus povos – mobilizações 
Estado brasileiro – nova política ambiental (1980 -1990)
Centrada em dispositivos de avaliação de impacto e licenciamento de projetos 
potencialmente degradadores – “orientação participativa” 
Desenvolvimento sustentável 
Proposta de harmonização entre desenvolvimento econômico e a preservação 
ambiental.
FRUSTAÇÃO! 
Concomitante multiplicação das tensões entre os atores envolvidos, entre os quais o sentido de 
desenvolvimento e sustentabilidade permaneciam contestados. 
licenciamento ambiental de hidrelétricas no Brasil – reflexão crítica 
Conflitos ambientas 
CONFLITOS revela que a interação entre os atores envolvidos não se apresenta como 
processo de negociação, livre comunicação e construção de consensos - embate entre segmentos 
sociais que articulam projetos e etc. divergentes. 
AMBIENTAL exige interrogar o próprio sentido de meio ambiente, institucionalizado nas 
práticas de licenciamento e nas ações do setor elétrico, afastando, assim, a ideia de q7ue há 
representações indiferenciadas do espaço e seus recursos. 
Evidencia de quadros de conflito – campo no sentido bourdiano - estruturação das relações entre 
os agentes definindo a eles o lugar e as possibilidades de ação. 
Página 80
 Licenciamento ambiental depende de uma matriz mais ampla de 
programas e políticas administrativas conduzidas pelo estado – ações de 
planejamento econômico (ex. implantação de usinas hidrelétricas) 
Início do processo licenciatório – cronograma de obras e estimativa de $$ 
delineados sem apreciação anterior dos impactos, riscos e custos 
socioambientais decorrentes 
Esse “modus operandi” conforma as condições e limites para a atuação 
profissional da antropologia em tais processos 
 Resolução Conama nº 01/1986
reconhece a necessidade de elaboração de estudos
que apresentem um diagnóstico da região afetada, apontem os possíveis impactos
derivados do empreendimento e esbocem cenários prognósticos sobre o local após a
intervenção, considerando os chamados meios físico, biótico e socioeconômico.
[...] ao considerarmos a UHE como um produto em si,
diferenciado e específico, verificamos que a análise da sua
dinâmica e a avaliação de seus efeitos e impactos indicam
uma comunidade de interesses e a consolidação de uma
estrutura que tende a funcionar de modo articulado e coerente
(MIELNIK; NEVES, 1988, p. 24 – grifo nosso).
 Essa integração produz consequências significativas para a atuação do 
antropólogo contratado como consultor
Página 85
Página 86
• As pretensões participativas do licenciamento se veem frustradas pelo seu modus 
operandi, pois a insistência em diretrizes participativas não impede a imposição da 
política do silêncio aos atingidos.
Conhecimento perito no licenciamento 
ilustrativo dos desafios em questão
produção da verdade sobre a viabilidade ou inviabilidade de determinado 
empreendimento disputa diferentes profissionais, instituições e campos de saber.
Novas balizas são postas à atividade dos quadros técnicos do Estado, em que as 
avaliações técnicas, pareceres, diagnósticos e projeções são produzidos e geridos 
de acordo com o horizonte dessa nova razão de governo
Página 89
 As condições de produção do conhecimento antropológico variam 
significativamente quando consideramos a inserção institucional
Página 91 
o trabalho dos técnicos nessas agências 
ditado pela lógica da operação de licenciamentos “adequadores”
o foco do licenciamento
o cumprimento das exigências legais, de modo a não obstar o 
movimento de capitais que se concretizam nos empreendimentos
Página 92
Constituição de 1988 - esforços de reorganização jurídica do Estado brasileiro, em especial quanto 
ao reconhecimento do pluralismo étnico de nossa sociedade. 
Elaboração de laudos que subsidiavam processos jurídicos e administrativos relativos à demarcação 
de terras indígenas
tradução entre o conhecimento antropológico dos grupos pesquisados e os instrumentos jurídicos 
acionados pelos operadores do Direito
1990 – MULTIPLICAÇÃO DAS DEMANDAS 
necessidade de reflexão acerca dos desafios concernentes à posição do antropólogo como 
analista pericial
 a elaboração dos laudos revela as dificuldades postas por um novo produto do 
conhecimento antropológico destinado a auxiliar a tomada de decisões de juízes ou 
administradores em situações 
de litígio.
Página 93
 Os desafios são trazidos pelo conjunto de normas, expectativas e recursos que, 
embora exteriores ao campo da pesquisa antropológica, conformam e modulam 
o trabalho do antropólogo perito, levado a cabo em situações em que os 
antagonismos são evidentes ou latentes.
Nesses conflitos, o poder sobre os grupos se manifesta
também como poder de trazer à existência ou à
inexistência, na pauta do Estado, certos grupos
enquanto tais, ou seja, como coletividades portadoras
de direitos específicos.
Página 94 
Página 95
Em relação ao direito étnico ou aos conflitos territoriais, “a análise da especificidade cultural 
[...] ultrapassa fronteiras interpretativas e invade o campo das diretrizes políticas e do 
ordenamento jurídico” (LEITE; FERNANDES, 2006, p. 7).
 Licenciamento assentado em princípios democráticos e participativos 
As dinâmicas das relações que o põem em movimento pode transformar as 
perspectivas participativas em dispositivos de controle
Como agentes empresariais, importa ao setor elétrico ogerenciamento eficaz dos possíveis conflitos: administram-se as
divergências, promovem-se negociações, realizam-se
audiências, convocam-se o concurso dos técnicos e as
possibilidades de gestão dos riscos, prestam-se contas aos
investidores e financiadores e, por fim, nenhuma controvérsia
técnica e nenhum embate parecem incontornáveis o bastante
para o prosseguimento do calendário das obras
Página 96
A produção do conhecimento antropológico nesses campos se associa, de modo inevitável, às
expectativas e demandas dos sujeitos da pesquisa, bem como aos possíveis efeitos e consequências
políticas que derivam das formas de apropriação desse conhecimento.
 A etnografia é convidada a deixar o campo acadêmico stricto sensu, pois ela pode
cumprir um papel político, ressaltando a legitimidade dos direitos locais no
contexto da disputa; por outro lado, a etnografia não pode fazê-lo prescindindo do
lugar social ocupado pelos conhecimentos acadêmicos, ou seja, sua
especificidade e a origem da sua autoridade resultam da sua vinculação aos
métodos e às tradições da disciplina, bem como aos seus domínios
institucionalizados da academia.
Página 101 
 Ressignificada como contrarrelatório aos diagnósticos apresentados nos Estudos 
de Impacto Ambiental (EIA)
etnografia 
pode operar como um canal de expressão e como um instrumento disponível no 
campo da luta política e simbólica estabelecida. 
Página 102
 O artigo buscou 
Examinar a práxis do ofício antropológico 
em conjunturas e experiências 
contemporâneas, em que a posição externa 
do observador se vê constantemente 
interrogada.Fazer um apontamento para um 
horizonte epistemológico e 
metodológico, em que as costumeiras 
práticas representacionais da 
antropologia se veem contestadas.
Argumentar que as novas formas de
engajamento etnográfico que associam pesquisa, 
assessoria e consultoria deslocam os termos do 
tradicional método da observação participante.
Elaborar um olhar situado, em que o discurso 
do antropólogo é realizado sempre a partir de 
condições de produção específicas associadas 
aos efeitos das relações de lugar.
Conduzir a dois pontos centrais: a regulação do 
conhecimento antropológico produzido (código de 
posturas e ética, comitês, medidas relativas à 
profissionalização do ofício) e, por outro, a 
capacidade do conhecimento antropológico para 
produzir interferências, ressonâncias e outros 
efeitos no tocante aos processos sociais e políticos 
correntes.
Usina Hidrelétrica de Belo Monte
Contaminação por Césio 
137 em Goiás (GO)
Vazamento de óleo na Baía de Guanabara (RJ)
Rompimento de barragens em Mariana (MG)
Segundo o mapa das injustiças/conflitos socioambientais, 
elaborado pela fundação Oswaldo cruz, as populações mais 
injustiçadas são as indígenas (33,67%), os agricultores 
familiares (31,99%), os quilombolas (21,55%) e os pescadores 
artesanais (14,81%). 
Fonte: http://www.conflitoambiental.icict.fiocruz.br. 
Fonte: https://www.sul21.com.br/jornal/projetos-em-curso-podem-fazer-do-rs-um-canteiro-de-mineracao-alertam-pesquisadoras/
Fonte: https://www.sul21.com.br/jornal/projetos-em-curso-podem-fazer-do-rs-um-canteiro-de-mineracao-alertam-pesquisadoras/
Fonte: https://www.sul21.com.br/jornal/projetos-em-curso-podem-fazer-do-rs-um-canteiro-de-mineracao-alertam-pesquisadoras/
Seminário de Antropologia 
Profª. Rosane Rubert
Discente: Bruna Borges Rodrigues 
Pelotas, 10 de outubro de 2017.

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