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FERRAMENTAS PARA APLICAÇÃO DE UM PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR

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FERRAMENTAS PARA APLICAÇÃO DE UM PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR
Tools for application of an Environmental Education Program in a Higher Education Institutions
FERNANDES, Luciane Vieira Lopes �
OLIVEIRA, Angela �
RESUMO
A preocupação com o desenvolvimento sustentável vem enfatizando a importância da educação ambiental nos ambientes formadores de opinião, com é o caso das Instituições de Ensino Superior, que podem utilizar uma abordagem educacional na preparação dos estudantes para a atuação futura no mercado de trabalho. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi revisar a literatura para descrever a importância da inserção da Educação Ambiental como disciplina obrigatória na grade curricular dos cursos de graduação, assim como identificar as ferramentas necessárias para sua implantação. Como objetivos específicos buscou-se elucidar as principais estratégias e ferramentas utilizadas nos últimos anos para a inserção da Educação Ambiental na grade curricular dos cursos oferecidos pelas Instituições de Ensino Superior. A ideia principal é deixar claro se a Educação Ambiental está presente ou não no contexto das IES e qual a importância da inserção da mesma na grade curricular dessas instituições no processo de formação do profissional que irá ser formado. Pode-se concluir que a Educação Ambiental já se encontra presente nas Instituições de Ensino Superior e a inserção da mesma na grade curricular das IES vem se tornando cada vez mais evidente, sendo que existe uma necessidade de uma conscientização dos profissionais que atuam nos diversos setores sobre a importância de se preservar e conservar o meio ambiente e de como adequar práticas de trabalho para atuar de forma mais ambientalmente correta.
Palavras-chave: Sustentabilidade. Meio ambiente. Educação. Ensino Superior. Interdisciplinaridade. 
ABSTRACT
The concern for sustainable development has emphasized the importance of environmental education in forming environments opinion, as in the case of higher education institutions, which can use an educational approach in preparing students for future action in the labor market. In this context, the aim of this study was to review the literature to describe the importance of integrating environmental education as a compulsory subject in the curriculum of undergraduate courses, and identify the tools necessary for its implementation. The specific objectives sought to elucidate the key strategies and tools used in recent years to the inclusion of environmental education in the curriculum of courses offered by higher education institutions. The main idea is to make clear the environmental education is present or not in the context of IES and the importance of the inclusion of it in the curriculum of these institutions in the vocational training process that will be formed. It can be concluded that environmental education is already present in higher education institutions and the inclusion of it in the curriculum of IES is becoming increasingly evident, and there is a need for awareness of professionals working in the various sectors about the importance of preserving and conserving the environment and how to adapt work practices to act in a more environmentally correct way.
 
Keywords: Sustainability. Environment. Education. Higher education. Interdisciplinarity.
INTRODUÇÃO
Ao se construir uma base de conhecimentos em Educação Ambiental, torna-se facilmente perceptível a real situação do nosso planeta e a importância de uma conscientização maior sobre o tema. Contudo, a educação ambiental como previsto na Constituição Federal (art. 225, §1º, VI/CF), é necessária e cabe ao Poder Público “promover a educação ambiental em todos os níveis do ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente”, desta forma deveria se fazer presente em todos os níveis de ensino, para que no futuro se tenha uma mudança comportamental efetiva das pessoas e estas se tornem mais conscientes da importância de se garantir um equilíbrio ambiental.
De acordo com Mousinho (2008), a educação ambiental é o processo em que se busca despertar a preocupação para questões ambientais nos indivíduos, estimulando uma maior consciência crítica. Essa temática deveria estar presente em todas as etapas da formação do indivíduo, desde o ensino fundamental até a sua formação superior, constituindo um processo de aprendizagem e conscientização contínua.
Moreira (2008) enfatiza que o papel das Instituições de Ensino Superior (IES) não está bem claro quanto à formação dos profissionais que ingressarão no mercado de trabalho, pois estes deixam os bancos escolares sem ter claro que a responsabilidade por um eficiente programa de gestão socioambiental não compete exclusivamente ao departamento de meio ambiente das empresas, e sim a cada indivíduo no exercer de suas funções. Porém, o que se tem observado é que ainda são poucas as práticas aplicadas nas IES, que teoricamente têm o papel de qualificar e conscientizar os cidadãos formadores de opinião em relação o amanhã.
A dificuldade existente em inter-relacionar as disciplinas nas IES, em uma visão inter e multidisciplinar, distancia o envolvimento entre os assuntos e a compreensão de docentes e discentes sobre a profundidade dos temas. Portanto, é importante criar vínculos institucionais de forma que os temas pesquisados nos diversos campos da ciência, dentro ou fora das IES, partilhem do reconhecimento da dimensão dos temas ambientais gerando assim um avanço no desenvolvimento da sustentabilidade, somando conhecimentos e desenvolvendo trabalhos em parcerias (SALGADO, 2006).
Segundo Donaire (1999), as questões relacionadas com a minimização dos impactos ambientais, redução da poluição e busca por alternativas de desenvolvimento sustentável, entre outras, exigem modificações estruturais e administrativas. Sendo assim, a preocupação com o meio ambiente passa a ser um valor agregado na tomada de decisão, além de ser um elemento estratégico essencial. Logo, as organizações deverão, de forma acentuada, incorporar as questões ambientais na prospecção de seus cenários e na tomada de decisão, além de manter uma postura responsável de respeito ao meio ambiente.
Diante desse contexto pode-se perceber o papel fundamental das IES como agentes para a formação crítica dos estudantes, e a necessidade da inserção da Educação Ambiental na grade curricular dessas instituições, determinando as ferramentas que serão utilizadas pelas mesmas para a garantia de uma maior eficiência nessa conscientização. Sendo assim, nossa indagação perpassa por: A Educação Ambiental está presente no contexto das IES e qual a importância da inserção da mesma na grade curricular dessas instituições no processo de formação do profissional?
Desta forma, o presente trabalho tem como objetivo revisar a literatura para descrever a importância da inserção da Educação Ambiental como disciplina obrigatória na grade curricular dos cursos de graduação, assim como identificar as ferramentas necessárias para sua implantação. Como objetivos específicos vamos elucidar as principais estratégias e ferramentas utilizadas nos últimos anos para a inserção da Educação Ambiental na grade curricular dos cursos oferecidos pelas Instituições de Ensino Superior.
Mediante o que foi apresentada até aqui, levantamos a seguinte hipótese: A inserção da Educação Ambiental na grade curricular das Instituições de Ensino Superior vem se tornando cada vez mais presente, por essa razão é possível afirmar que sua relevância perpassa por uma relação direta com o aumento da conscientização dos novos profissionais sobre a importância da preservação e conservação do meio ambiente.
1 DESENVOLVIMENTO
1.1 Contextualização Ambiental
Em 1972, na Conferência das Nações Unidas (ONU) sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada em Estocolmo, a comunidade internacional discutiu o meio ambiente e as necessidades de desenvolvimento(BUSCH & RIBEIRO, 2009). Em seguida, alguns países, visando a proteção ambiental, criaram legislações para as atividades, principalmente empresariais e governamentais, fazendo com que as mesmas mudassem suas formas de execução e, com isso, diminuíssem a agressão ao ambiente. 
A partir da década de 1980, com o surgimento de novos conceitos, como: Desenvolvimento Sustentável e Ecodesenvolvimento no campo das teorias de desenvolvimento, e a Produção Mais Limpa, dentre outros. Foi acentuando os vínculos positivos entre a preservação ambiental, crescimento econômico e atividade empresarial. Desta forma, a questão ambiental, crescentemente incorporada aos mercados e às estruturas sociais e regulatórias da economia, passou a ser um elemento cada vez mais considerado (SOUZA, 2010).
Sabe-se que nos últimos anos, os profissionais atuantes na área da educação ambiental têm gradualmente tomado consciência da riqueza e da amplitude do projeto educativo que ajudaram a construir, e deram conta de que o meio ambiente não é simplesmente um objeto de estudo ou um tema a ser tratado entre tantos outros (SAUVÉ, 2005).
Para Moradillo e Oki (2004) a Educação Ambiental tem como objetivo proporcionar experiências que possibilitem que as pessoas entrem em contato direto com o mundo e se sensibilizem com tudo que o envolve, favorecendo discussões sobre a importância do meio ambiente para a saúde e o bem estar das pessoas e para o exercício da cidadania, de modo a avaliar o desenvolvimento econômico aliado à degradação do ambiente e à qualidade de vida, desenvolvendo no educando o sentido ético-social diante dos problemas ambientais.
1.1.1 Educação Ambiental Formal e Não Formal
Segundo a Lei 9.795/99 a educação ambiental pode se dá de maneira formal e não formal. No Artigo 9º Entende-se por educação ambiental na educação escolar as desenvolvidas no âmbito dos currículos das instituições de ensino públicas e privadas, englobando: 
Educação básica: 
educação infantil; 
ensino fundamental e 
ensino médio; 
Educação superior; 
Educação especial;
Educação profissional; 
Educação de jovens e adultos.
Artigo 13º Entende-se por educação ambiental não-formal as ações e práticas educativas voltadas à sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais e à sua organização e participação na defesa da qualidade do meio ambiente.
1.1.2 Educação Ambiental nas Instituições de Ensino Superior
Segundo Mousinho (2003), a educação ambiental é o processo em que se busca despertar a preocupação para questões ambientais nos indivíduos, estimulando uma consciência crítica. Enquanto para Barbiere (2006), a meta da educação ambiental é desenvolver na população mundial a consciência da necessidade de preocupar-se com as questões ligadas ao meio ambiente e de passar a buscar alternativas para os problemas que já existem, sendo todas as pessoas agentes na prevenção de futuros problemas ambientais. Já para Silva et al., (2012) a educação ambiental surge como uma ferramenta para o desenvolvimento sustentável visando alcançar o caráter crítico da sociedade, sendo inserida como uma educação interdisciplinar de saberes e atitudes, envolvendo a participação do indivíduo na conscientização de novas formas para lutar por um equilíbrio entre o homem e o meio ambiente. Concordamos com os autores e para contribuir, acreditamos que as expectativas para inserção da educação ambiental no ensino fundamental, médio e superior estão sendo expostas e avaliadas, deixando de ser uma preocupação restrita dos estudiosos sobre desenvolvimento sustentável e se tornando uma preocupação para o indivíduo-cidadão em geral. 
O fato é que foi aprovada no Brasil, em 1999, a Lei nº 9.795/99 (p.147), sobre a educação ambiental, em que diz: “Componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não formal”. Nesse caso, percebe-se a emergência do tema, tendo em vista os atuais impactos ambientais (LACERDA et al., 2014). 
Desta forma, os professores em atividade nas IES devem receber formação complementar em sua área de atuação no intuito de atender aos princípios da Política Nacional de Educação Ambiental (Lei 9.795, Art. 11, parágrafo único).
Segundo Delgado & Vélez (2005), existem atualmente cerca de 140 IES que incorporaram políticas ambientais na administração e na gestão acadêmica. Dentro dessas IES que adotaram compromissos e políticas ambientais para o desenvolvimento sustentável, Dez estão certificadas com ISO 14001, como é o caso da Universidade da Organização das Nações Unidas em Tókio no Japão.
Evidenciando assim que as IES são um espaço privilegiado à formação de cidadãos e ao desenvolvimento de valores que influenciem na aquisição de atitudes adequadas quanto ao consumo e descarte de resíduos, porém, como destaca Sauvé (2005), os educadores ainda não conseguem intervir de modo acentuado na educação ambiental, uma vez que não levam em conta as múltiplas facetas da nossa relação com o ambiente. Essas múltiplas facetas correspondem a modos diversos e complementares de aprender sobre o ambiente. O autor destaca ainda, sete facetas para que se compreendam melhor todos os pontos a serem trabalhados na educação ambiental e todo o universo que permeia este conceito: 
Quadro 1 – Sete facetas da educação ambiental
	Meio ambiente: Natureza (para contemplar, respeitar e preservar)
	Os atuais problemas socioambientais estão relacionados à dificuldade que o homem tem de perceber que pertence à natureza, que é parte dela e que dela precisa. Portanto, existe uma lacuna entre o ser humano e a natureza que precisa ser trabalhada.
	Meio ambiente: recurso (para gerir e repartir)
	É a faceta que mais tem sido trabalhada. Implica educação para o consumo consciente, a conservação e a solidariedade na divisão igualitária dentro de cada sociedade, tanto as atuais quanto as futuras.
	Meio ambiente problema (para resolver e prevenir)
	Esta é a faceta da qual mais carecemos hoje, pois visa estimular o exercício da resolução de problemas reais e a concretização de projetos que visam a preveni-los.
	Meio ambiente sistema (para entender e poder decidir melhor)
	A educação ecológica, nesta faceta, intervém de maneira fundamental, conduzindo a um aprendizado de conhecimento e respeito de toda a diversidade, a riqueza e a complexidade do meio ambiente.
	Meio ambiente: lugar em que se vive (para conhecer, explorar e aprimorar)
	Conhecer, explorar e redescobrir o lugar em que se vive, ou seja, tentar mudar atitudes cotidianas para uma vida mais sustentável e consciente.
	Meio ambiente biosfera: (para viver em longo prazo)
	Pensar em outras nações, refletir a respeito do desenvolvimento das sociedades humanas.
	Meio ambiente: projeto comunitário: (em que e como se empenhar ativamente)
	Esta é a faceta com que as pessoas mais têm contato, porém sentem dificuldades em se enxergar como parte do projeto, como parte da comunidade. A cooperação e a parceria precisam ocorrer para que sejam realizadas as mudanças coletivamente desejadas
Quadro criado pelo autor baseado em Sauvé, 2005, p. 317-319
As Instituições de Ensino Superior têm apresentado, nos últimos anos, iniciativas no campo da gestão socioambiental, por meio da implantação de ferramentas de gestão voltadas para esta questão. Observa-se que a educação ambiental está relacionada com o direcionamento do comportamento humano para uma cultura voltada a atitudes cidadãs em relação a questões ambientais (FERES & ANTUNES, 2007). 
1.1.3 Implantação da Educação Ambiental nas IES
Conforme expõem Mendes e Vaz (2009), desde a década de 1950, ainda que sob a forma de iniciativa isolada, a inserção de temas ambientais já ocorria no ensino formal. Nessa época, não havia normas direcionadas especificamente à abordagem da Educação Ambiental (EA) no ensino regular. O que somente começa a surgir, no país, na década de 1980. Primeiramente com a Lei 6.938/1981, queinstitui a Política Nacional de Meio Ambiente. Posteriormente, com a Constituição Federal/1988, e em seguida através de outras legislações regulamentando a EA no ensino regular. As IES introduziram a temática ambiental em seus esquemas de gestão a partir dos anos sessenta. A EA no Brasil é amparada legalmente pela Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988), artigo 225, § 1º, inciso VI, que institui os princípios da EA ao determinar a promoção da “Educação Ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do ambiente” de âmbito global, que congregam todos os âmbitos das instituições, a exemplo do Campus Ecology da University of Wisconsin at Madison ou o Brown is Green, da University of Brown nos Estados Unidos (DELGADO & VÉLEZ, 2005).
Sendo assim, é de grande importância a disseminação dos documentos que legitimam a Educação Ambiental no Brasil, principalmente a Lei Nº 9795/99 que instituiu a Educação Ambiental no Brasil e que serviu de base para a resolução Nº. 2, de 15 de junho de 2012, que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental, onde docentes possam direcionar suas práticas na Educação Ambiental em todos os níveis de ensino, desde a Educação Básica ao Ensino Superior.
O Capítulo I das Diretrizes Nacionais Curriculares da Educação Ambiental define os princípios que a norteiam a partir do que dispõe a Lei Nº. 9.795, de 1999, são eles: 
I - totalidade como categoria de análise fundamental em formação, análises, estudos e produção de conhecimento sobre o meio ambiente; 
II - interdependência entre o meio natural, o socioeconômico e o cultural, sob o enfoque humanista, democrático e participativo; 
III - pluralismo de ideias e concepções pedagógicas;
 IV - vinculação entre ética, educação, trabalho e práticas sociais na garantia de continuidade dos estudos e da qualidade social da educação;
 V - articulação na abordagem de uma perspectiva crítica e transformadora dos desafios ambientais a serem enfrentados pelas atuais e futuras gerações, nas dimensões locais, regionais, nacionais e globais. (BRASIL, 1999)
Segundo Oliveira (2000), citado por Effting (2007), há três dificuldades a serem vencidas no processo da efetiva implementação da educação ambiental no ensino superior. 
Quadro 2 – Dificuldades a serem vencidas na implementação da EA
	A busca de alternativas metodológicas que façam convergir o enfoque disciplinar para o indisciplinar; 
	A barreira rígida da estrutura curricular em termos de carga horária de conteúdos mínimos, avaliação etc.; 
	A sensibilização do corpo docente para a mudança de uma prática estabelecida, frente às dificuldades de novos desafios e reformulações que exigem trabalho e criatividade.
Quadro criado pelo autor baseado em Effting, 2007, p.28
Segundo Guimarães e Tomazello [s.d.] a introdução da Educação Ambiental no ensino superior como disciplina no currículo foi com o intuito de trabalhar valores e conceitos, além de desenvolver atitudes e posicionamento crítico e participativo em relação aos problemas enfrentados pelo meio ambiente, visando uma vida de qualidade para todos.
Balbino e Oliveira [s.d] realizaram uma pesquisa com 24 alunos de uma Instituição de Ensino Superior, e puderam quantificar as disciplinas com abordagem em educação ambiental por cursos (Figura 1).
Figura 1 – Quantidade de disciplinas com abordagem ambiental por curso
Fonte: Balbino e Oliveira [s.d]
Para Araújo (2004), a universidade tem um papel importante na formação ambiental de profissionais e precisa incorporar a dimensão ambiental nos seus objetivos, conteúdos, metodologias, nas próprias carreiras que está formando. O que se busca hoje são profissionais, formados pela universidade, que sejam capazes de trabalhar em grupos multidisciplinares e em ações interdisciplinares, de modo que essas ações sejam interativas e reflexivas, capazes de promover a participação dos diferentes agentes da sociedade, na construção individual e coletiva do conhecimento.
Rosa et al. (2014) em seus estudos mostra dados de pesquisa realizada visando descrever o cenário da pesquisa e extensão em EA nas instituições estaduais de ensino superior do Paraná. Foi verificado que a EA tem sido trabalhada em diversos departamentos, com destaque para os relacionados às Ciências Biológicas, o que evidencia, conforme o autor, a herança dos primórdios da EA marcada pelo caráter naturalista, ecológico. 
Segundo Barbieri (2004), na maior parte dos cursos superiores a EA não passa de uma atividade isolada por ocasião do dia do meio ambiente ou de programas de coleta seletiva de lixo, gerados nas dependências da instituição. Desta forma, não se observa uma intenção das IES em introduzir esse tópico na grade curricular dos cursos ofertados, visando capacitar e conscientizar mais os profissionais que serão formados pela instituição para atuarem sempre de forma sustentável.
 A inserção da Educação Ambiental nas grades curriculares das IES está totalmente dependente de uma capacitação dos professores que atuam na mesma, e sobre a formação inicial e continuada de professores, a Lei 9.795/99 preceitua, em seu artigo 11, que “a dimensão ambiental deve constar dos currículos de formação de professores, em todos os níveis e em todas as disciplinas”. Para tanto, a Lei faculta a inserção de disciplina específica de Educação Ambiental apenas para os “cursos de pós-graduação, extensão e nas áreas voltadas ao aspecto metodológico da Educação Ambiental, quando se fizer necessário”.
2. FERRAMENTAS PARA IMPLANTAÇÃO DA EA NAS IES
A formação dos educadores ambientais nos cursos de graduação deveria ser organizada, a partir de uma perspectiva de inovação paradigmática, reestruturando radicalmente o ensino, pesquisa e extensão. Essa reestruturação seria baseada na integração das disciplinas das diferentes áreas do conhecimento, da teoria e prática e estas articuladas no ensino, pesquisa e extensão (TOZZONI REIS, 2001).
Conforme Frank et al. (2004), as instituições de ensino superior devem promover a educação ambiental por meio do ensino formal e não formal e sensibilizar as pessoas sobre as questões ambientais, sua organização e participação na defesa da qualidade do meio ambiente. Tais comportamentos adquiridos mediante essa sensibilização com o meio ambiente são carreados para a sociedade por meio das relações familiares e comunitárias que essas pessoas possuem.
A inserção da Educação Ambiental na grade curricular das IES pode ser obtida por meio da implementação da Norma ISO 14001. Visto que a norma tem como foco a gestão preventiva, buscando não somente assegurar, mas também melhorar continuamente, com ações planejadas e sistematizadas, o atendimento aos requisitos legais e regulamentares aplicáveis às suas atividades; buscar o cumprimento de políticas e de seus compromissos com todas as partes interessadas, e atingir seus objetivos e metas, sejam eles relativos à qualidade, ao meio ambiente, sejam relativos à segurança e à saúde ocupacional (MORETTI et al., 2004).
O ideal que se faça para garantir uma eficiência dessa inserção nas grades curriculares é, logo nas primeiras aulas do curso, procurar identificar as concepções dos alunos sobre a problemática ambiental, com a ajuda de um questionário simples abordando perguntas sobre o meio ambiente, desenvolvimento sustentável, educação ambiental, etc. Com essas informações poderá se construir uma referência para o planejamento do ensino e identificação de mudanças no conhecimento dos estudantes ao longo do curso.
Cada curso presente nas IES deveria trabalhar dentro da disciplina de Educação Ambiental relacionando práticas da sua profissão com a questão ambiental. O que tem sido feito? Como posso melhorar para que garanta uma maior sustentabilidade na minha profissão? Entre outras questões, que deverão ser o foco da disciplina, justificando a inserção da Educação Ambiental na grade curricular de qualquer curso das Instituições de Ensino Superior e adequandoas práticas de trabalho de todas as profissões a norma ISO 14001.
CONCLUSÃO
O principal motivo que deu início a elaboração deste artigo foram os seguintes objetivos:� revisar a literatura para descrever a importância da inserção da Educação Ambiental como disciplina obrigatória na grade curricular dos cursos de graduação, assim como identificar as ferramentas necessárias para sua implantação, sendo que a literatura hoje se encontra vasta em relação à essa temática, elucidando 
Também foi possível aprofundar na questão norteadora da pesquisa, aonde indagávamos se a Educação Ambiental se faz presente no contexto das Instituições de Ensino Superior (IES) e qual a importância da inserção da mesma na grade curricular dessas instituições no processo de formação do profissional, podendo-se dizer que a mesma já se encontra presente nas IES, e a inserção da mesma na grade curricular dessas instituições vem se tornando cada vez mais evidente, uma vez que a necessidade de uma conscientização dos profissionais que atuam nos diversos setores sobre a importância de se preservar e conservar o meio ambiente e de como adequar práticas de trabalho para atuar de forma mais ambientalmente correta vem se mostrando cada vez mais uma necessidade.
Portanto, fica confirmada nossa hipótese que a inserção da Educação Ambiental na grade curricular das Instituições de Ensino Superior vem se tornando cada vez mais presente, por essa razão é possível afirmar que sua relevância perpassa por uma relação direta com o aumento da conscientização dos novos profissionais sobre a importância da preservação e conservação do meio ambiente.
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� Pos-graduando em Gestão Estratégica do Ensino Superior da Universidade de Santo Amaro. lucianevlopes@hotmail.com.
� Professor orientador: Mestranda em Educação, Universidade de Santo Amaro - SP angela@aofassessoria.com.br | adeoliveira@unisa.br
�Aponte os objetivos e escreva se eles foram alcançados ou não...

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