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Da Prescrição e Decadência

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Texto: Prescrição e Decadência 
Autor: Bárbara Cruz	
Disciplina: TGDC II 
 “Da Prescrição e Decadência”
 Prescrição e Decadência são dois institutos que são muito semelhantes, e que em geral trazem grandes duvidas sobre o assunto, mas possuem suas particularidades. 
 Decadência (art. 207 a 211 do CC) é a perda do direito potestativo, em razão da inércia de seu titular. O período de tempo, nesse caso é extremamente importante, pois classifica a diferença entre os institutos, porque a decadência é a perda do direito em si por não ter sido exercido num período de tempo razoável. O direito potestativo baseia-se em uma relação de poder, do qual um individuo possui, influenciando na esfera jurídica de outrem, sem haver resistência, apenas sujeição. Um exemplo de direito potestativo, seria a possível situação de comerciante provar que celebrou um negócio jurídico mediante a dolo, adquirindo então o direito potestativo de anular o negócio em 4 anos. Carlos Roberto Gonçalves (Direito Civil Brasileiro 1), afirma que “decadência consiste em considerar que, nesta, o prazo começa a fluir no momento em que o direito nasce. Desse modo, no mesmo instante em que o agente adquire o direito já começa a correr o prazo decadencial”. 
 A decadência pode ser classificada em legal, ou convencional. Legal quando é irrenunciável, possui prazo na lei, e convencional quando é renunciável, fruto de um contrato entre as partes. Se não houver disposição legal em contrário, não iremos aplicar à decadência as normas que impedem, suspendem ou interrompem a prescrição. O art.208 do C.C determina, que apliquemos à decadência o disposto no art. 198, I, no que diz respeito aos incapazes. Algumas características são fundamentais para distinção da prescrição, como: perda do direito em si, do qual atinge indiretamente a ação, os prazos são estabelecidos pela lei ou vontade das partes, não há regra geral para os prazos, dos quais podem ser de dias, meses, anos (Previstos em dispositivos esparsos pelo Código Civil e em leis especiais). Na decadência o prazo corre contra todos (Erga Ommes), não se suspende nem se interrompe, só pode ser obstado pelo efetivo exercício do direito. Decorrente de prazo legal não pode ser renunciada pelas partes, nem antes, nem depois de consumada. Há uma exceção em relação aos absolutamente incapazes, o prazo não corre contra eles (art. 208, C.C. art. 198, I). Sendo a decadência matéria de ordem pública, quando prevista por lei, o magistrado pode reconhecê-la de ofício (art. 210 do CC), contudo, quando convencionada entre as partes, não é cabível seu reconhecido sem provocação.
 Prescrição é a defesa (exceção) arguida contra a pessoa que, após ter seu direito violado, não exerceu sua pretensão no prazo legal. É um instituto que visa a regular a perda do direito de acionar judicialmente, devido ao decurso de determinado período de tempo. Em primeiro plano consta alegar que o instituto se subdivide em duas categorias, que são a prescrição aquisitiva e a prescrição extintiva, ambas possuindo finalidades diversas, mas ligadas pelo fator “decurso temporal”.
 A prescrição extintiva (prevista na parte geral do código civil) ocorre quando a pessoa teve um direito violado, e deixa passar muito tempo previsto em lei, para ajuizar uma ação para fazer valer esse seu direito. A pretensão surge, quando a pessoa que teve seu direito violado, e pode ser exercida em juízo, ou por meio de uma ação judicial. Caso a pretensão não seja exercida no prazo determinado por lei, ocorrerá a prescrição e o direito a pretensão será perdido, mas não se perderá o direito de ação. A pretensão possui um prazo de 3 anos para ser ajuizada (art. 206; § 3°, l, CC). Dentro do instituto da prescrição, ocorrem basicamente algumas características, dentre elas, a violação do direito, a negligência (Inércia) do titular do Direito que, após a violação do direito, não exerceu sua pretensão no tempo previsto em lei e observância do prazo (tempo) determinado na lei para prescrição.
 Segundo os termos do art. 189 do código civil “Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem o art. 205 e 206”, violado o direito nasce a pretensão e começa a correr a prescrição, que se consuma com os termos do art. 205 e 206 do C.C. (prazos de prescrição). A exceção prescreve no mesmo prazo em que a pretensão (art. 190 C.C.), assim se a pretensão está prescrita, a exceção também estará prescrita. É possível haver renúncia da prescrição (art.191 C.C.), podendo ser expressa ou tácita, e só valerá, sendo feita, sem prejuízo de terceiro, depois que a prescrição se consumar. A prescrição aquisitiva é aquela que consiste não na perda, mas na aquisição de um direito real sobre um bem pelo decurso do prazo. É instituto relacionado, exclusivamente, aos direitos reais sobre as coisas, sejam elas móveis ou imóveis. Esse tipo de prescrição se dá por meio do usucapião, forma de aquisição da propriedade, em que a pessoa que exerce posse prolongada pode vir a ter a propriedade da coisa, se observados os requisitos legais em cada caso. A usucapião, conforme posição majoritária constitui direito à parte e independente de qualquer relação jurídica com o anterior proprietário. Dois fatores são fundamentais na prescrição aquisitiva: o tempo e a posse. Pois é através destes dois que "nasce" a prescrição aquisitiva.
 Na prescrição aquisitiva predomina a força criadora, onde nasce o direito e com isso extingue a ação. Uma das grandes diferenças entre a prescrição aquisitiva da extintiva é que a aquisitiva retira a coisa ou o direito do patrimônio do titular em favor do prescribente. Na prescrição a relação dos prazos é diferente, podendo admitir causas que interrompem, impedem ou suspendem o lapso do prazo. Prazos prescricionais: Sempre previstos em lei, não podendo ser modificada pela vontade das partes, se a lei não ficar um prazo menor para pretensão ou exceção, esse será de 10 anos, conforme os termos do art. 205 C.C. Sucessivamente existem casos de prescrição especial, para os quais as normas jurídicas estatuem prazos mais exíguos, pela conveniência de reduzir o prazo geral para possibilitar o exercício de certos direitos ou pretensões, são os prazos de prescrição especial, elencados no art.206 C.C.
 Portanto os dois institutos apresentam suas características e diferenças, mesmo ambos trabalhando em ligação, é evidente a diferença entre os citados, como questões sobre tempo, prazos, violação de direitos. É expressamente fundamental a definição e distinção dos termos para o direito civil, pois esses institutos contribuem para manter a ordem e resolução de problemas no sistema judiciário.

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