Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Revisão Profa. Ma. Juliana Leite Kirchner A Evolução Histórica da Contabilidade • A noção intuitiva de conta, e logo, de Contabilidade, existe desde os primórdios da civilização. • Contabilidade surgiu no momento em que não existia moeda, nem a escrita e nem números: forma rudimentar de Contabilidade. Pré-História • Função da contabilidade no início da civilização: avaliar a riqueza do homem, bem como seus acréscimos e decréscimos. • Execução de um Inventário de bens, direitos e obrigações: relatório de riqueza, sem avaliação monetária. Idade Média • Desenvolvimento com novas técnicas de escrituração. • Necessidade de melhor controle do patrimônio: representação de dívidas contraídas, recebimentos, vendas, estoque, entre outros. Evolução da Contabilidade para uma Ciência • Teve um desenvolvimento muito lento ao longo dos séculos: início da Era Moderna da Contabilidade. • Século XV: contabilidade atingiu um nível de desenvolvimento notório, com o surgimento do comércio. Fase Lógica Racional ou Fase Pré-Científica da Contabilidade ● Contabilidade evoluiu conforme o desenvolvimento econômico: (desenvolvimento notório). ● De mero método de escrituração (até o século XIX), passou a receber uma roupagem científica. Escola Europeia (italiana) do Pensamento Contábil ▪ Excessivo culto à personalidade. ▪ Ênfase à uma contabilidade teórica. ▪ Pouca importância à auditoria. ▪ Queda do nível das principais faculdades. Escola Contábil Norte-Americana ▪ Ênfase ao usuário da informação contábil. ▪ Informação deve ser útil à tomada de decisões. ▪ Ênfase à contabilidade aplicada. ▪ Bastante importância à auditoria. ▪ Universidades em busca de qualidade. ▪ Trabalho em equipe. ▪ Pesquisas sobre princípios contábeis. ▪ Clareza e didática de exposição. Contabilidade Objetivo da Contabilidade: fornecer informação estruturada de natureza econômica, financeira e, subsidiariamente, física, de produtividade e social, aos usuários internos e externos à entidade objeto da Contabilidade. Características Qualitativas das Demonstrações Contábeis São quatro as principais características qualitativas obrigatoriamente presentes nas Demonstrações Contábeis: ▪ Compreensibilidade ▪ Relevância ▪ Confiabilidade ▪ Comparabilidade Demonstrações Contábeis ▪ Objetivo das demonstrações contábeis: é prestar informações/informar sobre a posição patrimonial e financeira, o desempenho e as mudanças na posição financeira da entidade que sejam úteis a um grande número de usuários em suas avaliações e tomadas de decisões econômicas. Relatório Contábil É a exposição resumida e ordenada de dados colhidos pela Contabilidade. Objetivo: relatar às pessoas que utilizam os dados contábeis os principais fatos registrados por aquele setor em determinado período. Relatório Contábil Também chamados de Informes Contábeis. Se subdividem-se em: • Obrigatórios (exigidos por lei) – Demonstrações Financeiras. • Não obrigatórios. Relatórios Contábeis Obrigatórios Demonstrações Financeiras • Balanço Patrimonial – BP. • Demonstração do Resultado do Exercício – DRE. • Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados – DLPA ou Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido – DMPL. • Demonstração dos Fluxos de Caixa – DFC. • Demonstração do Valor Adicionado – DVA. Princípios de Contabilidade ▪ Premissas básicas acerca dos fenômenos econômicos contemplados pela Contabilidade. ▪ Diretrizes lógicas que visam nortear, direcionar e orientar a escrituração contábil. ▪ Permitem, ainda, que diferentes demonstrações financeiras, de diferentes períodos, entidades, setores, entre outros, possam ser comparados. Princípios Contábeis Por caracterizar-se como uma Ciência Social, e não uma Ciência Exata, a Contabilidade requer princípios por meio dos quais sejam convencionados critérios uniformes de adoção obrigatória na sua execução. A observância dos princípios de contabilidade é obrigatória no exercício da profissão. Representado por um Edifício (Construção) TELHADO – CONVENÇÕES Restrições às paredes. Norteiam a conduta do profissional contábil, limitando seu campo de ação. TELHADO – CONVENÇÕES Restrições às paredes. Norteiam a conduta do profissional contábil, limitando seu campo de ação. PAREDE – PRINCÍPIOS Está limitada pelo telhado e é suportada pelo alicerce, por colunas chamadas postulados. PAREDE – PRINCÍPIOS Está limitada pelo telhado e é suportada pelo alicerce, por colunas chamadas postulados. ALICERCE – POSTULADOS São verdades indiscutíveis, axiomas, que dão suportes aos princípios e convenções. ALICERCE – POSTULADOS São verdades indiscutíveis, axiomas, que dão suportes aos princípios e convenções. ContinuidadeEntidade Contábil Prudência Competência Registro pelo Valor Original Oportunidade Objetividade Materialidade Consistência Conservadorismo Balanço Patrimonial - Princípio da Entidade. - É uma das mais importantes Demonstrações Contábeis: por meio da qual podemos apurar e atestar a situação patrimonial e financeira de uma Entidade em um determinado momento. - Nessa demonstração, estão claramente evidenciados o Ativo, o Passivo, o Patrimônio Líquido da entidade. Patrimônio O termo patrimônio é composto por: - Conjunto de bens pertencente a uma pessoa ou a uma empresa: bens. - Valores a receber (dinheiro a receber): direitos a receber ou direitos. - Dívidas: obrigações a serem pagas. Exemplo: se você disser que tem como patrimônio um apartamento e não fizer referência à dívida com o banco financiador (caso tenha sido adquirido por esse sistema de crédito), sua informação será incompleta. Balanço Patrimonial ATIVO Bens e direitos PASSIVO Obrigações PATRIMÔNIO LÍQUIDO Fonte: Marion Ativo Passivo Ativo – Ativo Circulante Devem ser classificados os itens que se transformarão rapidamente em dinheiro. É o grupo que gera dinheiro para a empresa pagar suas contas em curto prazo. Esse grupo é conhecido como capital de giro, pois seus itens estão sempre se renovando. Nesse grupo são classificados: a) Dinheiro disponível em poder da empresa: caixa e bancos. b) Todos os valores que serão transformados (convertidos em dinheiro a curto prazo: normalmente duplicatas a receber e estoques. Ativo – Não Circulante Realizável a Longo Prazo Devem ser classificados os itens que serão realizados (transformados) em dinheiro em longo prazo, em um período superior a um ano, ou de acordo com o ciclo operacional da atividade predominante. Sudivide-se em: investimentos, imobilizado, intangível • Eram pertencentes ao grupo Ativo Permanente: extinto pela Lei n. 11.941/2009. • Extinção do subgrupo Diferido. Ativo – Não Circulante Investimentos São aplicações que nada tem a ver com a atividade da empresa. São as participações em sociedades além dos bens e direitos que não se destinem à manutenção das atividades fins da entidade: sem relação com o volume de vendas ou de produção. Exemplos: compra de ações de outras empresas; obras de arte; terrenos para futura expansão; prédio para renda (aluguel). Ativo – Não Circulante Imobilizado São bens corpóreos – palpáveis. Destinados à manutenção da atividade principal da empresa ou exercidos com essa finalidade. Os bens que auxiliam a empresa na consecução de sua atividade pertencem ao imobilizado: máquinas, equipamentos, prédios (em uso), ferramentas, móveis, utensílios, instalações, veículos. Ativo – Não Circulante Intangível São direitos que tenham por objeto bens incorpóreos, isto é, não palpáveis, que não se podem tocar,pegar. Destinados à manutenção da empresa ou exercidos com essa finalidade. Exemplos: Marcas e patentes, imagem comercial, software. Passivo – Circulante Evidencia todas as dívidas com terceiros que serão pagas em curto prazo. São as obrigações conhecidas e os encargos estimados, cujos prazos estabelecidos ou esperados se situem no curso do exercício subsequente à data do balanço patrimonial. Exemplos: dívidas com fornecedores de mercadorias; salários a pagar; impostos a pagar; empréstimos bancários a pagar; encargos a pagar. Passivo – Não Circulante Exigível a Longo Prazo Compreende as obrigações com terceiros que serão liquidadas a longo prazo. As dívidas a longo prazo normalmente se referem aos financiamentos obtidos junto às financeiras e bancos de desenvolvimento e investimento. São as obrigações conhecidas e os encargos estimados, cujos prazos estabelecidos ou esperados se situem após o término do exercício subsequente à data do balanço patrimonial. Demonstração do Resultado do Exercício – DRE - A cada exercício social, a Empresa deve apurar o resultado dos seus negócios. - Objetivo: analisar se houve lucro ou prejuízo no negócio. - Para saber se teve lucro ou prejuízo, a contabilidade deve confrontar a receita (vendas) com as despesas: * Se a receita for maior que a despesa, a empresa: lucro. * Se a receita for menor que a despesa: prejuízo. Demonstração dos Fluxos de Caixa – DFC - Em conformidade ao seu poder decisório e às suas necessidades, os usuários necessitam de uma diversidade de informações. - Destaca-se a necessidade dos usuários pelo conhecimento dos fluxos de caixa das Entidades. - Enfoque: caixa - compreende numerário em espécie e depósitos bancários disponíveis. Importância da DFC As Demonstrações Contábeis (excetuando o BP) são consideradas relatórios dinâmicos, pois evidenciam Fluxos. A Demonstração do Fluxo de Caixa irá indicar quais foram às saídas e entradas de dinheiro no caixa durante o período e o resultado desse fluxo. Fluxos de caixa: são ingressos e saídas de caixa e equivalentes (movimentação de recursos financeiros, saldos de moeda em caixa, depósitos em conta bancária, aplicações financeiras). Estruturação da DFC A DFC deve refletir as transações de caixa oriundas: - Das atividades operacionais - Das atividades de investimento - Das atividades de financiamentos Observe: são transações que afetam o fluxo de caixa. Atividades Operacionais Compreendem as transações que envolvem a consecução do objeto social da Entidade. Exemplos: recebimento de uma venda, pagamento de fornecedores por compra de materiais, pagamento dos funcionários, numerários recebidos de clientes por venda de produtos e serviços, reembolsos de fornecedores, companhias de seguro, restituição de impostos, pagamento de fornecedores, empregados, governo por impostos e contribuições. Atividades de Investimento Compreendem as transações com os ativos financeiros, as aquisições ou vendas de participações em outras entidades e de ativos utilizados na produção de bens ou prestação de serviços ligados ao objeto social da Entidade. Exemplos: numerário recebido de vendas de ativos permanentes, numerário utilizado na aquisição de ativo permanente. Atividades de Financiamentos Incluem a captação de recursos dos acionistas ou cotistas e seu retorno em forma de lucros ou dividendos, a captação de empréstimos ou outros recursos, sua amortização e remuneração. Exemplos: integralização de capital, obtenção de empréstimos, pagamento de credores de obrigações por financiamentos. Classificação O Código Civil estabelece a classificação das sociedades conforme Empresário e Não Empresário. • Empresário: exerce profissionalmente a atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens e serviços. Deve possuir inscrição na Junta Comercial. Estão relacionados a atividades empresariais: indústria, comércio, prestações de serviços em geral. • Não empresário: exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, mesmo que com concurso de auxiliares e colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.e Classificação • Sociedade não personificada: constituída de forma oral ou documental, mas não possui registro em órgão competente. Subdivide-se em Comum e em Conta de Participação. • Sociedade personificada: é legalmente constituída e registrada em órgão competente, adquirindo personalidade formal. É também denominada pessoa jurídica. Subdivide-se em Empresária e Simples. Considerações Finais - O Novo Código Civil trouxe inovações com relação ao nome ou denominação social das empresas. - Há cinco tipos de sociedades no Direito Brasileiro: Sociedade comum, Sociedade em Conta de participação, Sociedade empresária, Sociedade simples e Cooperativa. Considerações Finais - O grande diferencial se dá para quem exerce profissionalmente a atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços e para quem exerce profissão intelectual de natureza científica, literária ou artística, ainda que com o auxílio de colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. Mudanças nas Demonstrações Financeiras A Lei n. 11.638/2007 introduziu alterações na Lei n. 6.404/1976 (lei das sociedades por ações) e na Lei n. 6.385/1976, no que se refere à elaboração e à divulgação das demonstrações financeiras. - Surgimento de uma nova realidade econômica no Brasil (bem diferente da existente em 1976, quando a Lei n. 6.404/1976 foi editada). - Processo de globalização das economias, de abertura de capitais, com expressivo fluxo de capitais ingressando no país e empresas arrecadando recursos no exterior. Mudanças no Balanço Patrimonial ● Criação do subgrupo “Intangível” (bens imateriais), desdobrado do subgrupo “Imobilizado” (bens materiais). ● Classificação, no Imobilizado, dos bens corpóreos. ● Extinção da possibilidade de reavaliação dos bens do Ativo Imobilizado (Reserva de Avaliação foi extinta). ● Extinção do subgrupo Diferido pela Lei n. 11.941/2009. ● Eliminação da conta Lucros ou Prejuízos Acumulados: restou apenas a conta “Prejuízos Acumulados”. Principais Mudanças * A criação da Demonstração do Fluxo de Caixa em substituição à DOAR. * Criação do Ativo Intangível, possibilitando a escrituração separada dos bens materiais e imateriais. * Exclusão do Ativo Diferido, Ativo Permanente e Conta Lucros/Prejuízos Acumulados, entre outros.
Compartilhar